fazenda bonita virada pro nascente. E o curral foi crescendo, crescendo... Depois veio a capelinha, a igreja velha. Isso foi em meados do século XVIII, mais de 250 anos atrás… A igreja tão bunitinha!!! Formosa feito menina!!! Era um curral de cabras. Tinha também a velha fazenda dos sinhô. Depois foi crescendo, crescendo… até que construíram a velha igreja pra Nossa Senhora da Purificação e não parava de crescer… Em volta daquela igrejinha, os caboclos de todas as redondezas se achegavam toda semana pra comercializar suas produções: feijão, frutas, galinhas, ovos… Era uma fartura!! Vinham montados em lombo de burros, jumentos ou cavalos. Os animais sempre traziam as cargas das diversas regiões do município. Era bonito ver aquele povaréu chegando bem de manhãzinha montados ou conduzindo as tropas carregadas de sacos de farinha, sacos de milho, de batata, de abóbora, de quiabo… Ver os frangos e galinhas dependuradas ou amarradas dentro dos cofos. Aquelas mulheres simples que vinham oferecer à freguesia as delícias das mangabas – Oh fruta gostosa!!!! Também ali se vendia e se trocava animais de carga, de montaria, de leite… A festa era grande. Muitos fazendeiros da região vinham renovar seus rebanhos, comprar matrizes ou vendê-las. A feira começava cedo, ao raiar do dia. As negociações pelo melhor negócio ia se desenrolando quando o sino badalava avisando que a missa ia começar, se parava um pouco e muitos corriam para perto da porta da igreja, receber as bênçãos da mãe do céu, Nossa Senhora da Purificação… O tempo foi passando e aquele comércio foi crescendo, crescendo e ganhando fama. O pequeno Arraial de Purificação ficava às margens da estrada real, da estrada de gado que ia do Recôncavo para o Sertão. O movimento era grande. As ruas iam se esticando a partir da praça, Irará espraiava-se pelo terreno plano. A Rua do Canta-Galo, a da Quixabeira, a Rua de Baixo, a de Rua Cima, a Rua Nova e Rua Direita, Rua Manoel Julião... Com o crescimento da feira e da cidade, teve que se construir o grande Mercado Municipal, o Mercado de Farinha. Era melhor para se guardar as mercadorias e fortalecer o comércio. Com o crescimento do comércio, os poderosos do Irará entenderam que a velha igreja que protegeu e guiou o crescimento da cidade, agora lhe enfeiava… precisava ser derrubada. E o foi, em 1936 sucumbe à insana ganância secular do homem, vira escombros e suas pedras basilares, tantas retiradas das serras que cercam a cidade, subiram pela Rua Direita, carregadas para alicerçar a nova Matriz… Os anos avançam, e 30 anos depois, o prefeito candidato único de todo o povo iraraense, Dr. Deraldo Campos Portela, manda que se erga no local onde antes estivera erigida a velha igreja, um oratório em homenagem à Santa Padroeira e para marcar o local exato onde se deu início a cidade Nascida da Luz ou do Dia. E a feira prossegue sua História. Antes no entorno da Igreja de Nossa Senhora da Purificação dos Campos, agora no entorno do oratório em homenagem à mesma Virgem. O povo do Irará e de seus filhos (Água Fria, Ouriçangas, Pedrão e Santanópolis) e vizinhos outros, prosseguem tendo na Feira do Irará o espaço, o Shopping a céu aberto para comercializar suas produções, movimentar sua economia… A NOSSA FEIRA Ainda prossegue… raçuda como todo sertanejo, que, afinal de contas, é, acima de tudo: um forte!1