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Escola: ____________________________________________________________________ Data: ____/____/____

Aluno(a): ___________________________________________________ Série: ________ Turma: ________


História – 2º Trimestre
CIDADE DE IRARÁ

P rimeiro veio um curral de cabras e uma


fazenda bonita virada pro nascente. E o
curral foi crescendo, crescendo...
Depois veio a capelinha, a igreja velha. Isso foi em
meados do século XVIII, mais de 250 anos atrás…
A igreja tão bunitinha!!! Formosa feito
menina!!!
Era um curral de cabras. Tinha também a velha
fazenda dos sinhô. Depois foi crescendo,
crescendo… até que construíram a velha igreja pra
Nossa Senhora da Purificação e não parava de
crescer…
Em volta daquela igrejinha, os caboclos de todas as redondezas se achegavam toda semana pra
comercializar suas produções: feijão, frutas, galinhas, ovos… Era uma fartura!!
Vinham montados em lombo de burros,
jumentos ou cavalos. Os animais sempre
traziam as cargas das diversas regiões do
município. Era bonito ver aquele povaréu
chegando bem de manhãzinha montados
ou conduzindo as tropas carregadas de
sacos de farinha, sacos de milho, de batata,
de abóbora, de quiabo… Ver os frangos e
galinhas dependuradas ou amarradas
dentro dos cofos. Aquelas mulheres
simples que vinham oferecer à freguesia
as delícias das mangabas – Oh fruta
gostosa!!!!
Também ali se vendia e se trocava
animais de carga, de montaria, de leite… A
festa era grande. Muitos fazendeiros da
região vinham renovar seus rebanhos,
comprar matrizes ou vendê-las.
A feira começava cedo, ao raiar do dia. As negociações pelo melhor negócio ia se desenrolando
quando o sino badalava avisando que a missa ia começar, se parava um pouco e muitos corriam para
perto da porta da igreja, receber as bênçãos da mãe do céu, Nossa Senhora da Purificação…
O tempo foi passando e aquele comércio foi crescendo, crescendo e ganhando fama. O pequeno
Arraial de Purificação ficava às margens da estrada real, da estrada de gado que ia do Recôncavo para o
Sertão. O movimento era grande. As ruas iam se esticando a partir da praça, Irará espraiava-se pelo
terreno plano. A Rua do Canta-Galo, a da Quixabeira, a Rua de Baixo, a de Rua Cima, a Rua Nova e Rua
Direita, Rua Manoel Julião...
Com o crescimento da feira e da cidade, teve que se construir o grande Mercado Municipal, o Mercado
de Farinha. Era melhor para se guardar as mercadorias e fortalecer o comércio.
Com o crescimento do comércio,
os poderosos do Irará entenderam
que a velha igreja que protegeu e
guiou o crescimento da cidade, agora
lhe enfeiava… precisava ser
derrubada. E o foi, em 1936 sucumbe
à insana ganância secular do homem,
vira escombros e suas pedras
basilares, tantas retiradas das serras
que cercam a cidade, subiram pela
Rua Direita, carregadas para
alicerçar a nova Matriz…
Os anos avançam, e 30 anos
depois, o prefeito candidato único de
todo o povo iraraense, Dr. Deraldo
Campos Portela, manda que se erga no local onde antes estivera erigida a velha igreja, um oratório em
homenagem à Santa Padroeira e para marcar o local exato onde se deu início a cidade Nascida da Luz ou
do Dia.
E a feira prossegue sua História. Antes no entorno da Igreja de Nossa Senhora da Purificação dos
Campos, agora no entorno do oratório em homenagem à mesma Virgem. O povo do Irará e de seus filhos
(Água Fria, Ouriçangas, Pedrão e Santanópolis) e vizinhos outros, prosseguem tendo na Feira do Irará o
espaço, o Shopping a céu aberto para comercializar suas produções, movimentar sua economia…
A NOSSA FEIRA Ainda prossegue… raçuda como todo sertanejo, que, afinal de contas, é, acima de tudo:
um forte!1

1
Euclides da Cunha: Os Sertões

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