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História do Queijo
Não se conhece com exatidão a data em que, por primeira vez, se produziu queijo
a partir do leite de animais domésticos. Sem embargo, existem dados de que na
Macedônia, em 6.500-5.000 a.C. se ordenhava o gado. O leite já era venerado como
primeiro alimento do ser humano nos primeiros mitos da criação. Um mito da
Índia explica o cosmos da criação a partir da imagem do leite coalhado (Coalhada).
Nas lendas do norte da Índia, a vaca cósmica Audumla trás ao mundo os primeiros
seres humanos e amamenta ao gigante Ymir. Na mitologia Grega tem muita
importância a cabra, o seu leite e o seu queijo; é sabido que a cabra Amaltea, em
segredo, protegeu a Zeus de seu pai Cronos. Na mitologia romana, uma loba
amamentou com o seu leite a Rômulo e Remo, os fundadores da cidade eterna.
A elaboração do queijo também é milenar. Aos pastores eram atribuídos poderes
mágicos. O queijo apresentava-se como oferenda aos deuses benignos e como o
queijo consagrado se prometia a cura de doenças. Presumidamente, os primeiros
queijos que comeu o ser humano eram queijos coalhada, ou simplesmente
coalhada e criados pela casualidade. Descobriu-se que o leite, a determinada
temperatura e passado um tempo, coalhava; o soro do leite se separava e se secava
quando se depositava em cestas para que acabasse de escorrer. Da mesma
maneira, o descobrimento do coalho foi casualidade: os recipientes que se
utilizavam frequentemente para transportar bebidas para o caminho normalmente
eram feitos com a membrana do estomago de cordeiros ou cabritos.
Devido a temperatura que alcançavam e as continuas sacudidas encima do cavalo
ou camelo, o leite nestas bolsas de pele provavelmente iam se convertendo em
leite coalhado. A partir destes acontecimentos casuais se desenvolveu próximo ao
ano 5000 a.C. na Mesopotâmia, na bíblica Palestina, na zona do Mar Negro, na Ásia
Menor, Egito e Norte de África uma cultura sobre a base da produção do queijo.
As primeiras transmissões gráficas sobre a obtenção e processamento do leite se
encontraram na Mesopotâmia. A criação do gado e os produtos lácteos
desempenharam um importante papel na vida dos antigos sumérios: um releve no
tempo de Ur (2.500 a.C.) mostra estábulos de vacas e como se ordenhavam o leite
seguindo um método que ainda hoje se utiliza na zona do Tigre e Eufrates. No
tempo da proto-história, no Oriente médio já se fomentava o conhecimento da
produção do produto lácteo. Ademais, é sabido que na idade do bronze (2.000-
1.000 a.C.) se utilizavam recipientes furados para produzir queijo. Também na
zona norte do Mar Negro se encontraram sepulturas cobertas de gelo com restos
de queijo em bolsas de cavaleiros escritas em pele (I milênio a.C.), outros
cavaleiros como Kirguises, Calmucos e Tártaros produziam um tipo de queijo.
Com os antigos gregos e posteriormente com os romanos, o queijo fez ato de
presença na literatura. O queijo era um importante objeto de intercambio, um
alimento diário imprescindível e, ao mesmo tempo, um ingrediente gourmet nas
festas e banquetes, uma oferenda para os Deuses e um alimento afrodisíaco. Assim
fala Homero no ano 800 a.C. na sua Odisseia de um delicioso queijo e na Ilíada
comenta que os heróis da batalha de Troia se fortaleciam com vinho, ao qual se
adicionava queijo ralado. O médico grego Hipócrates (460-375 a.C.) já conhecia o
queijo de cabra. O filosofo Aristóteles (384-322 a.C.) fez referencia a um queijo de
cabra ou ovelha que se misturava com leite de égua ou burra. No século V a. C. Em
Atenas existiam bolos de queijo, tortas e pratos de queijo com mel, e em Samos
comia-se, também na mesma época, um tipo de bolo de queijo quente. Inclusive na
Bíblia encontram-se citas sobre queijo como produto alimentício. No primeiro
livro de Samuel, Jesé envia o seu filho David a ver os seus irmãos que estavam na
batalha com os filisteus: “Toma, para os seus irmãos... estes dez pães e corre no
meio do exercito em direção aos seus irmãos, e leva ao capitão estes dez queijos
frescos.”
Aristóteles, filosofo e também naturalista, se ocupou muito com a produção do
queijo e a qualidade do leite. Na sua época, o coalho de Cervo se utilizava para
espessar, mas também era comum o uso do coalho de estomago de bezerros e
cabritos, de flores ou sucos de diferentes plantas.
Os antigos gregos produziam o queijo Tyros com saborosos ingredientes, como
pimenta, cominho ou pinholi. Além disso, se conheciam outros procedimentos, pois
podia-se banhar o queijo em sal, vinagre, mosto ou defumar. É muito provável que
os antigos gregos desenvolveram a arte de produzir queijo e que enviaram a Sicília,
no sul da Itália, e de ai, através de Massilia, a atual Marselha, a França.
Os antigos romanos conheceram o queijo graças aos seus escravos gregos. O poeta
Virgílio o louvou com as seguintes palavras “ O que se ordenha de manhã, se
prensa de tarde e a noite se converte em requeijão; o que se ordenha de
madrugada, se produz a primeira hora da manhã e o pastor o leva para a cidade na
cesta do queijo. Ou se deixa salgando para guardar para o inverno.”
Os romanos adoravam o queijo fresco com figo, também comiam salada com queijo
ou com macarrão. O queijo se defumava sobre fogo de palha, se curtia em
salmoura, dava-se um banho no mosto de maçã ou o leite se aromatizava com
ervas ou pinhões. Queijo, azeitona e uvas passas completavam a dieta dos soldados
romanos e o queijo era tão apreciado pelo povo como pela corte. O agricultor
Columela descreve na sua obra sobre a agricultura aproximadamente no ano 60
d.C. a elaboração do queijo de pasta dura, muito parecido ao queijo emmental.
Ao parecer, França e os países alpinos devem agradecer aos antigos Celtas seu
posterior desenvolvimento da arte do queijo. A zona de assentamento dos Celtas se
estendia desde Gali, atual França, passando pelos alpes, até a planície do Po, onde
se encontraram mais ou menos de forma pacifica com os Etruscos. Os Celtas eram
artesões habilidosos e desenvolvidos culturalmente, ademais de estar muito
familiarizado com a criação de gado. Igual que Roma, os Celtas também possuíam
uma cultura particular do queijo e é possível que entre as populações Celtas e
Romanas produzia-se um florescente comercio de queijo.
Os Germanos, foram muito menos criativos na relação com o queijo. Ainda que a
causa dos contínuos combates com os Romanos e os Celtas também aprenderam a
arte de produzir queijo, continuaram a consumir diariamente a coalhada e
requeijão gorduroso. Também conheciam a técnica de produção do queijo com
coalho, mas era pouco empregada.
Nas vilas do Norte, ao principio, dominava o queijo de coalho. Na Islândia, a
princípios da Idade Média, baixo o domínio dos Noruegueses, uma narração do
século X da saga de Nial, que faz referência aos costumes e usos germânicos,
menciona grandes barras de queijo.
Entre a época dos imperadores romanos e a época carolíngia, a produção de queijo
continuou levando-se a cabo apesar dos problemas políticos e econômicos, mesmo
não avançando seu desenvolvimento. Também durante a época dos Godos , assim
como na dos longo bardos, houve comercio de queijo mesmo que a grande
produção deste produto lácteo começou, aproximadamente, no ano 1.000 quando
começaram a criar-se os grandes assentamentos e a fundar-se novas cidades.
Ao largo da idade média, a produção de queijo recebeu um notável impulso. Carlos
I o grande, Carlo Magno, grande amante do queijo, apoio energicamente a difusão
deste produto. Naquela época começou a produzir-se a variedade de queijos que
conhecemos hoje em dia. Já com os romanos, existia na Itália o queijo Parmiggiano,
o Gorgonzola, o Taleggio, e o Pecorino, além do queijo de pasta filata. Na Suiça, no
ano 1.000 já se produzia também os queijos Sbrinz e Schabzieger.
A produção dos queijos Greyerzer e Emmenthal dos países alpinos se remonta ao
século XII. O Appenzeller denomina-se assim desde 1.282. Na França, não só é
mencionado o famoso Roquefort no ano de 1.070, como também muitos outros
queijos macios do norte da França que deixaram marca no século XII. No mar do
norte, principalmente nos países baixos, a produção de queijo foi muito
importante, até o ponto de que se pode afirmar que os queijos Gouda e Edamer
conquistaram o mundo. Já em 1.148, estes queijos eram vendidos nos mercado de
Paris. Ainda hoje se rememora esta tradição no mercado de Alkmaar, que se
celebra semanalmente na praça de este pequeno vilarejo holandês.
Os monastérios se converteram entre os séculos XI e XIV nos grandes centros
produtores de queijo. Os Monges foram os primeiros a produzir queijos em caros
moldes cúbicos de cobre que substituíam os recipientes de pedra ou barro usados
até então. Pouco a pouco este lácteo passou a converter-se num importante objeto
de comercio que também servia para pagar dividas, interesses e impostos aos
monastérios. Nas zonas de montanha, os campesinos compravam a sua liberdade
para administrar conjuntamente aos seus pastos de alta montanha e elaborar
queijos de grande formato, como o Appenzeller (Suiça), o Beaufort (França) ou o
Fontina (Itália), os mesmos que se conhecem hoje em dia. Quando o comercio
internacional de queijo começou a se tornar importante no século XIV, a
mercadoria mais importante eram os queijos duros.
Os queijos macios continuaram a ser uma especialidade local por causa do seu
limitado tempo de conservação e consequente inutilidade. Desde o século XIV até
finais do século XVII, muitas partes da Europa ficaram fortemente debilitadas por
causa das numerosas guerras (guerra da religião, guerra dos cem anos, guerra dos
campesinos e guerra dos trinta anos) e seus conseguintes efeitos negativos. Ele
também supôs um duro revés para a economia e a produção leiteira. Os pastos
ficaram devastados, o numero de gado leiteiro dizimado e os campesinos
consequentemente mais pobres.
A partir do século XVIII, a produção e comercio do queijo recebeu um novo
impulso na Europa graças a novas investigações cientificas sobre os componentes
que contém o leite e o queijo. No século XIX, científicos como Cohn, Pasteur,
Metchnikov e Tyndal se dedicaram a analisar a produção deste produto. Houveram
grandes descobrimentos no campo da bacteriologia, se analisou o efeito que
exercem microrganismos e bactérias, e se investigou sobre a maturação, o sabor e
o aroma do queijo. Mediante cultivos produzidos em laboratório e o coalho para
acidificar e espessar o leite, começou a produção industrial do queijo. A chegada do
trem fez possível o transporte de delicados queijos de pasta mole para toda
Europa.
Atualmente se produzem muitos queijos seguindo métodos e preparações
tradicionais, ainda que o processo de produção experimentou uma grande
melhoria graças aos avances técnicos. Sem embargo, ainda hoje o mestre queijeiro
continua desempenhando um papel na preparação do queijo. Muitas
especialidades deste produto que se havia deixado de produzir foram recuperadas
hoje graças ao entusiasmo de produtores artesanais. Também contribuiu para isso
o crescente interesse de consumidores que, no seu desejo de consumir alimentos
naturais, fizeram renascer diferentes tipos de queijos de fazenda, de pastos de alta
montanha ou de monastérios.
Conforme a história nos mostrou, onde havia gado leiteiro, havia leite e
consequentemente queijo.
O Leite
1. Definição
O Leite é um liquido embranquecido, de tom ligeiramente amarelado, opaco e de
cor que varia de acordo com o animal, raça e alimentação; de sabor ligeiramente
açucarado.
Segundo o Código Alimentício Espanhol se entende por leite o produto integro, não
alterado nem adulterado e sem colostro, da ordenha higiênica, regular, completa e
ininterrompida das fêmeas mamíferas saudáveis e bem alimentadas.
2. Composição Química
Se pode considerar o leite uma emulsão de matéria gordurosa em solução aquosa
que contem numerosos elementos, uns em dissolução e outros em formas de
suspensão coloidal:
- Os glóbulos gordurosos se encontram no leite formando uma emulsão,
exemplificando, pequenas gotinhas dispersas no liquido.
- As proteínas se encontram no leite formando uma solução coloidal. Se
denomina solução coloidal ao sistema no qual as partículas se encontram
suspensas graças a um equilíbrio dinâmico.
- O açúcar, os sais minerais, algumas vitaminas e algumas enzimas formam
uma solução verdadeira na fase aquosa da leite.
A agua é o componente maioritário do leite, representando de 85% à 90%. Os
elementos restantes constituem o extrato seco total que alcança habitualmente
valores de 12-13%. O extrato seco magro expressa o conteúdo do leite em matéria
seca livre de gorduras (só proteínas, lactose e sais minerais). Utiliza-se este valor
porque é o mais constante que o do extrato seco total e quase sempre esta muito
próximo a 8,5-9%.
Produção do Queijo
O queijo é o resultado mais saboroso de um método baseado em solidificar e
conseguir que o leite possa conservar-se. Para produzir queijo, deve-se separar os
componentes sólidos do leite (proteínas, gorduras, lactose, vitaminas e minerais)
dos líquidos. Este processo se consegue através da acidificação e coagulação de
maneira que a proteína do leite, a caseína, se condensa. Este processo se consegue
de forma natural graças às bactérias do acido lácteo ou pela incorporação de uma
enzima vegetal, animal ou químico, o coalho.
1.Tipos de Elaboração
O tipo de acidificação determina que classe de queijo será obtido a partir do leite
coalhado. A caseína se transforma numa massa ou pasta de aspecto gelatinoso que,
se for cortada (quebrada) se divide numa espécie de “grãos” de coalhada que se
utilizarão para separar a parte liquida, o soro do leite.
· Segundo a textura
A dureza ou a cremosidade de um queijo constitui a textura que esta relacionada
com o conteúdo de umidade. Quanto mais duro é o queijo menos umidade tem.
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6. Regiões Produtoras
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- Os queijos são produzidos no mundo inteiro, poucas culturas não produzem
queijos. Além dos leites mais utilizados como cabra, vaca, ovelha e búfala
também se obtém leite de outros mamíferos como burra, camela e iaque.
- Como citamos acima existem muitas maneiras de se obter queijo e as
técnicas variam muito de cultura para cultura.
- Obviamente, a Europa é a região que mais queijos produz, em variedade e
qualidade. São milhares de tipos de queijos.
- Os países que mais produzem em variedades são;
França, Itália, Espanha, Grã Bretanha, Portugal, Grécia, Austrália, Nova Zelândia,
EUA, México e ultimamente o Brasil tem criado novos queijos com características
inovadoras, além dos queijos tradicionais.
No Brasil, Minas Gerais é o Estado com a produção mais significativa. O Estado
conta com 22.000.000 cabeças de gado leiteiro e produz ¼ da produção de leite
nacional. São 7 microrregiões produtoras de queijo minas tradicional e outros
tipos de queijos.