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História e Cultura
Era uma vez uma princesa que perdeu o posto de “favorita” do Rei Jamshid, da Antiga Pérsia, e
para superar a tristeza decidiu se envenenar bebendo um copo de suco de uvas estragadas.
Mal sabia ela que aquele líquido roxo, na verdade, melhoraria muito seu humor e que, no
futuro, ganharia status de uma das bebidas mais consumidas (e mais apreciadas) em todo o
mundo.
Outra história que, segundo a lenda, conta a origem do vinho é a dos deuses Baco e Dionísio,
das mitologias grega e romana, respectivamente. Teriam sido eles os responsáveis pela
descoberta acidental da bebida e, assim, acabaram se tornando as divindades máximas da
festa, da boemia e da alegria.
A verdade é que lendas e mitos são apenas lendas e mitos e a origem do vinho segue
desconhecida. Pelas condições climáticas, é possível que as primeiras produções tenham
ocorrido no Mediterrâneo. Quanto à data, há quem diga que muito antes de Jesus Cristo o
vinho já era consumido na região de Jerusalém.
E o queijo?
O queijo também tem origem desconhecida. Há quem diga que, assim como o vinho, ele foi
descoberto acidentalmente. Uma das histórias fala sobre um mercador árabe. Ao levar leite de
cabra para matar a sede durante uma cavalgada, o homem ficou surpreso com o que viu
quando abriu a bolsa: o leite coalhou e se separou em um líquido ralo e esbranquiçado (soro) e
uma parte sólida (queijo). Isso teria acontecido devido ao movimento do animal, às altas
temperaturas e ao couro do recipiente, que continha enzimas coagulantes.
Essas mesmas enzimas são utilizadas até hoje para a fabricação do queijo que, ao longo do
tempo, ganhou sofisticação e variedade. Em 60 d.C., o romano Lucius Junius Moderatus
descreveu as etapas da fabricação do queijo pela primeira vez. E foi justamente durante a
expansão do Império Romano que o alimento foi elevado ao patamar de iguaria indispensável
nos banquetes imperiais, uma delícia fortemente apreciada pelos nobres.
Estima-se que mais de 2.000 tipos de queijo já tenham sido inventados no mundo. Hoje, o
Brasil figura entre os principais produtores e tem queijos de qualidade comparável aos feitos
em países como França e Itália, por exemplo, países responsáveis pela suq popularização.
O casamento perfeito
O vinho e o queijo têm histórias relativamente semelhantes e, nos tempos antigos, muitas
casas produziam ambos, além dos embutidos. Por isso, podemos dizer que a harmonização
entre queijos e vinhos já era uma realidade antes mesmo de alcançar o status elegante que
carrega hoje.
Mas há relatos de que consumir os dois juntos para obter sensações únicas de forma
proposital foi uma prática iniciada na França, país em que consumi-los separadamente, hoje,
pode soar como um verdadeiro pecado. O fato é que o casamento entre vinho e queijo tem
muita história e certamente essa é uma das duplas mais apreciadas de todos os tempos.
Em 1.867, durante uma escavação, uma equipe de arqueólogos encontrou várias garrafas, mas
apenas uma delas continha líquido. O “Vinho de Speyer”, que teria sido fabricado em 325 d.C.
com uvas e ervas, virou peça de museu e está exposto na Alemanha. De tempos em tempos,
especialistas debatem se, com 1.695 anos de idade, a bebida ainda seria apropriada para o
consumo.
Queijo mumificado
Em 2.014, arqueólogos encontraram o que seria o queijo mais antigo do mundo durante uma
escavação no Egito. O material estava dentro de uma tumba, em um depósito de potes de
barro quebrados, com data aproximada do século 13 a.C., ou seja, há mais de 1.300 anos. O
resultado da descoberta foi publicado pela revista “Analytical Chemistry”, da Sociedade
Americana de Química.