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CRAVINHO DO PELÔ

LE CRAVINHO DU PELÔ

Leon Sacha Vieira Oliver


Universidade Federal da Bahia - leonsachamais@gmail.com
Jackson Santos do Couto Júnior
Universidade Federal da Bahia - jjrcouto@hotmail.com
Laís Conceição Portela
Universidade Federal da Bahia - l.porteela@hotmail.com

GT 2 – Os Alimentos e as Bebidas nas Manifestações Culturais

RESUMO
A pesquisa tem como tema a bebida conhecida como “cravinho”, sobre qual ainda não
existem estudos que detalham a época e maneira de surgimento. O cravinho é uma bebida
alcoólica, produzida através da infusão de cachaça e cravo-da-índia (Syzygium aromaticum),
armazenada em barris de jequitibá (Cariniana) e sendo comumente servida com o acréscimo
de limão e mel após pronta. A bebida é encontrada no bairro do Pelourinho em Salvador, em
dois bares famosos pela produção da bebida. A pesquisa tem como objetivo apresentar o
cravinho para os que não conhece e mostra seu valor cultural. Não foram encontradas
referências bibliográficas em relação ao cravinho, o trabalho foi feito em pesquisa in loco
onde o cravinho é consumido e produzido, sendo feitas entrevistas com membros,
consumidores e operadores dos bares entrevistados.

Palavras-chave: Cultura alimentar; Gastronomia; Bebidas.

ABSTRAIT
La recherche a pour thème le boisson connu comme ‘‘cravinho’’, à propos de laquelle il n'y a
toujours pas d'études qui détaillent le époque et la manière d'émergence. Le Cravinho sont
une boisson alcoolisée, produite par l'infusion de cachaça et de clou de girofle (Syzygium
aromaticum), stockés dans des tonneaux de jequitibá (Cariniana) et étant généralement servi
avec l'ajout de lime et de miel après prêt. La boisson se trouve dans le quartier de Pelourinho
à Salvador, dans deux bars célèbres pour la production de la boisson. La recherche vise à
présenter le ‘‘cravinho’’ pour ceux qui ne connaissent pas et montre sa valeur culturelle.
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Aucune référence bibliographique n'a été trouvée concernant le ‘‘cravinho’’, le travail a été
fait dans la recherche in loco où le Cravinho est consommé et produit, étant fait des entrevues
avec les membres, les consommateurs et les opérateurs des bars interviewés.
MOT CLE: Culture Alimentaire, Gastronomie, Boissons.

INTRODUÇÃO
Segundo Cavalcante (2011), “Bebidas alcoólicas são consumidas desde os
primórdios da civilização, prova mais antiga que se tem notícia é de resíduos encontrados em
jarras em sepulturas em Jiahu, no norte da China, e datados de 7000-6600 a.C..”
Diversas sociedades ao redor do globo obtiveram o conhecimento necessário para
produzir bebidas fermentadas. Entre estes, os chineses, árabes, egípcios e Maias. Contudo, a
produção de bebidas destilada surgiu após a invenção do destilador, criado pelo alquimista
Jabir Ibn Hayan (721-815). Sendo o vinho o primeiro produto que foi submetido a destilação.
Os primeiros relatos de bebidas destiladas vieram no século XIII e XIV, com relatos sobre o
aqua vit (CAVALCANTE, 2011).
Cascudo (1986/2004) descreve que com a colonização do Brasil depois de 1500,
começou a produção da cana-de-açúcar no Brasil, a divisão das capitanias e a criação dos
engenhos de produção de açúcar para a colônia, advento a isso, surgiu a produção de cachaça,
com destiladores que vieram tempos depois, os portugueses já tinha conhecimento sobre
vinho, os três povos presentes na formação do Brasil detinham conhecimentos de bebidas
fermentadas, os índios faziam fermentados de abacaxi e milho, os africanos faziam
fermentados de melancia e um tipo cerveja de milheto. A destilação se tornou algo novo aos
índios e africanos.
Segundo Figueiredo (2011), É comum, por exemplo, principalmente no Norte e
no Nordeste, ver misturas sendo vendidas como “remédios” para a cura de vários males. A
cachaça vira quase uma panaceia quando misturada às diversas ervas, raízes, e condimentos
existentes, tendo em cada formulação uma indicação diferente. Não só a cachaça que teve o
“privilégio” de ser chamada de remédio para todos os males. Lá por volta do século XVI,
quando a medicina e a farmacologia ainda não eram tão desenvolvidas, várias aguardentes
eram vistas como possuidoras dessa virtude.
Ao que encontra no conhecimento popular e visitando bares e “bodegas”, é
comum encontrar infusões com cravo, canela, gengibre, Cambuci, feno grego, cada uma

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indicada para um problema, seja uma gripe, até mesmo uma bebida para ficar excitado. Estas
bebidas de ditos populares podem ser encontradas principalmente na localidade do centro
histórico de Salvador, onde a simbologia popular é bastante disseminada e reconhecida
É importante salientar que patrimônios histórico-culturais não são constituídos
apenas de acervos de obras raras ou da cultura de um passado distante; é, também, a
valorização e o conhecimento dos bens culturais que podem contar a história ou a vida de uma
sociedade. E, através do contato com tais bens é conhecida a memória, e até mesmo a
identidade cultural de um povo (CRUZ, 2008).
Através do conhecimento empírico sobre a memória que retrata Salvador e seus
contos, muitas vezes semeados pelas histórias populares contadas nos bares, a cachaça ganha
uma característica privilegiada por diversas vezes fazer parte dos momentos culturais
cultivados na cidade, principalmente as bebidas que possuam particularidades que
representem a região, como é o caso do Cravinho.

O PELOURINHO E A REPRESENTAÇÃO SOCIOCULTURAL SOTEROPOLITANA


Localizado no centro histórico de Salvador, o Pelourinho, ou Pelô - como é
abreviado pelos moradores da cidade - é conhecido pelas suas ladeiras, ruas estreitas e
arquitetura histórica formada por igrejas e casarões (ARAÚJO, 2006). Muito consagrado o
Pelourinho é um território simbólico e diversificado fruto dos processos sociais e da
colonização do Brasil (DÓREA, 2006). Para compreender sua importância é necessário
refletir sobre as memórias e histórias que compõe o centro histórico e as expressões populares
criadas ao longo dos anos transformadas em manifestações culturais.
Durante século XVI até o início do século XX, o Pelourinho foi um bairro
composto por nobres de organizações sociopolíticas, que na construção de sua arquitetura
inspirou-se nos europeus trazendo características únicas que tornaram o local, segundo Milton
Santos (1979, p. 29.), a capital mais antiga e importante durante o período colonial brasileiro.
Apesar da classe dominante na região, durante este período ser a nobreza, o Pelourinho
também comportava os negros escravos livres, além de moradores de rua que habitavam os
becos e as praças do bairro. Essa contradição levava ao Pelô a personalidade de um território
composto por resistências e lutas efetivadas pela relação das diferentes populações presentes
(FRAGA FILHO, 1996).
O Pelourinho, o Maciel e mais um conjunto de bairros, ruas e largos situados mais
ou menos próximos entre si formam o que, com certa imprecisão, se costumou chamar de
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"Centro Histórico de Salvador". O que hoje se chama por esse nome já foi o núcleo político,
social e comercial mais importante de toda a cidade, a qual, com o tempo e à base do
desenvolvimento e do deslocamento do processo de acumulação de capitais, expandiu-se,
vazou outras áreas e, a rigor, em certo sentido, "abandonou" o seu velho centro, deslocando
para outras áreas da cidade o movimento político, comercial e cultural mais dinâmico da velha
urbis. Assim, o "Centro Histórico de Salvador" acumulou, superpôs ou integrou, em forma de
expressão arquitetônica, espacial e artística, configurações que refletem os vários e sucessivos
momentos históricos e sociais, desde pelo menos dois ou três séculos para cá.
(CARVALHO,2012)
A esse tempo, as "pessoas ricas" da cidade — a nova burguesia industrial, os
novos comerciantes e os fazendeiros residentes na cidade (não mais os barões e marqueses do
século anterior) — distribuídas e diferenciadas em segmentos, muitos deles de formação
recentíssima, já não se concentravam no miolo que mais tarde viria a ser caracterizado como o
"Centro Histórico" de Salvador. Espalhavam-se agora por diversos ambientes e sítios da
cidade ocupando, como ensinava o íntegro professor Walter Gordilho, as "cumeadas arejadas"
da cidade na Barra, Barra Avenida, Graça, Nazaré, Vitória, Amaralina etc. Não obstante esses
deslocamentos, que determinaram a ocupação do miolo tradicional (Pelourinho, Maciel, Santo
Antônio e adjacências por certos segmentos da classe média e por outros tipicamente
populares (no Pelourinho e no Maciel mais propriamente), o centro comercial mais dinâmico
da cidade ainda se localizava no âmago do mesmo "Centro Histórico", mesmo que dotado de
um rol de atividades diferentes do rol de atividades do século XIX ou do início do século XX.
(CARVALHO,2012)

Logo após as mudanças territoriais Salvador iniciou a reforma política que


consolidou a urbanização, nas primeiras décadas do século XX, e o progresso social da cidade
dispersou a elite do centro histórico para os novos bairros, tornando assim o Pelourinho,
definitivamente, o espaço para moradia da população de baixa renda de Salvador. Essa
população marcava seus territórios através de gírias, rituais ou grupos que construíram sua
identidade cultural no bairro, porém apesar das mudanças históricas e culturais o Pelô passou
a ser um local abandonado e marginalizado pela sociedade soteropolitana por conta daqueles
que habitavam o local. (SANTOS, 2012).

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Diante da importância e do simbolismo que o Pelourinho possui o mesmo foi o
bairro central escolhido para a correlação gastronômica do Cravinho com a diversidade
cultural presente em Salvador.

METODOLOGIA
O presente trabalho, foi desenvolvido através de uma pesquisa de artigos
científicos indexados em bancos de dados, Scielo, Plataforma Capes e Google Acadêmicos,
utilizando as palavras-chave: Cravinho, Gastronomia de Salvador, Pelourinho e Terça da
Benção. Porém foram encontrados poucos artigos referentes a essas palavras chaves em
ambos bancos de dados. Portanto o levantamento bibliográfico em livros cujos temas fossem
Cachaça, Bebidas em Infusão e Manifestações Culturais. Foi utilizado artigos de jornais
ligados a gastronomia e ao turismo, mas pouco pôde-se encontrar sobre a bebida ou seus
ingredientes.
Para auxiliar na obtenção de informações foi efetuada uma pesquisa em loco na
região onde o cravinho é consumido, e em parte produzido, no bairro do Pelourinho. Sendo
feitas entrevistas informais nos bares “O Cravinho do Pelô” (Figura 1), localizado na praça
principal do Pelourinho, Terreiro de Jesus, e o “Cravinho do Carlinhos” (Figura 2), na Rua
Maciel de Cima. As Pessoas entrevistadas foram clientes, proprietários e funcionários.
Nenhum dos entrevistados autorizaram o nome para a pesquisa, sendo assim sem citações na
transcrição dos resultados.

Figura 1 - Bar: O Cravinho. Figura 2 - Bar: O Cravinho do Carlinhos.

Fonte: Carol Andrade/365 Salvador, 2013. Fonte: Foursquare, 2017.


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Imagens aéreas do google maps (Figura 3) mostram a localização dos bares
citados, o Cravinho do Pelô sendo citado como “O Cravinho” e o Cravinho do Carlinhos
sendo citado pelo mesmo nome, dando destaque para o Terreiro de Jesus em paralelo aos dois
bares, ambos localizados no famoso centro histórico.

Figura 3 - Localização dos bares O Cravinho e O Cravinho do Carlinhos.

RESULTADOS
Segundo as literaturas, manifestação cultural é toda forma de expressão humana,
seja por celebrações e rituais ou materiais como imagens fotográficas e filmes. Sabe-se que as
expressões das culturas humanas também são expressadas através de outras linguagens,
escritas ou verbais. O patrimônio também é formado através de uma linguagem usada para
expressar uma forma de sentir e pensar um acontecimento, um tempo, uma dada forma de ver
as coisas do mundo (GEERTZ, 1989).
Tendo em vista os relatos obtidos, pode-se afirmar que o consumo da bebida é
conhecido desde a década de 70, ligada a movimentação cultural existente no Pelourinho, com
os shows musicais de samba, reggae e outros estilos, a bebida também é relacionada a Terça
da Benção, no qual depois da missa na região, conhecida por suas inúmeras igrejas, as pessoas

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saiam para beber cravinho. A terça da benção existe até hoje na programação cultural de
Salvador, mesmo que não ocorra nenhuma atividade cultural, mas pelo costume da população.
Em relação a Terça da Benção, uma crônica que relaciona o cravinho com a Terça
da Benção, fazendo aspectos de manifestação cultural em Salvador. Suzuki descreve:

TERÇA DA BENÇÃO
Toda terça é dia de Santo Antônio. O Ogum no candomblé, claro, vira motivo
de festa no Pelourinho. Primeiro a benção às 18h, nas igrejas de São Francisco
e N.Sra do Rosário dos Pretos. Depois antes de as portas dos templos se
fecharem, um formigueiro de gente toma conta das ruas, dos bares, de todo o
Pelô. Pronto: o burburinho atordoante chacoalha num frenesi de ritmos e sons.
E vai ficando ainda mais contagiante a cada dose de cravinho (infusão de
cachaça com cravo, mel e limão, afrodisíaco dos bons). (SUZUKI, online)

No relato da pesquisa in loco, a respeito da bebida, segundo os funcionários que


produzem, a bebida é preparada em barris de jequitibá (Cariniana), uma madeira neutra que
não transfere aromas e nem gostos ao produto acondicionado, segundo VERTURA e
GIRALDEZ (2006), sendo citados por CAVALCANTE (2011, pg 125) o jequitibá remove o
gosto de bagaço de cana e não altera cor e sabor, trazendo à bebida autenticidade no sabor
evitando alterações. A bebida fica armazenada por um período de 2 a 3 meses para adquirir o
aroma e o sabor do cravo, sendo feitas paulatinas adições de cachaça para que o cravo não
predomine, criando um extrato em vez de uma bebida aromatizada. A bebida não segue um
padrão de produção, assim, em dias de fim de estoque, serve-se uma bebida, como aparece
com pouco tempo de maturação, sempre variando a degustação .
No relato da produção, os ingredientes mencionados na pesquisa, que para
produzir o cravinho, é comprado cachaça, cravo-da-índia, mel e limão, a procedência desses
ingredientes não de muito conhecimentos dos produtores, sabendo-se que a cachaça é
comprada em feiras populares que têm em Salvador, sendo duas conhecidas, a Feira da 7
Portas, que fica no bairro de Nazaré e a Feira de São Joaquim, que fica no bairro da Calçada.
Essas cachaças segundo os relatos, vêm de cidades próximas a Salvador, como Nazaré e
Amélia Rodrigues. O cravo da índia (Syzigium aromaticum) segundo os produtores da bebida,
vem da região de Valença, região conhecida pela produção do produto. Em menção a bebida
ser armazenada em barris de jequitibá, é mencionado que a madeira não passa gosto para a
bebida, alguns autores mencionam isso em bibliografias, mas no aspecto de envelhecer
cachaça, Figueiredo (2011) menciona sobre o envelhecimento de cachaça em jequitibá.

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E muitas das cachaças que eu tenho provado vêm sendo envelhecidas em
tonéis de jequitibá, o que proporciona uma leveza, um frescor e um sabor
extremamente gostoso e brilhante envoltos por um tom quase rosado da
bebida no corpo. Os aspectos do jequitibá são tão sutis que há muitos que o
classificam como uma madeira “neutra” e que não interfere totalmente nas
características da bebida – mas há quem discorde
disso.(FIGUEIREDO,2011, p.60)

Com as visitas in loco observou-se que além do “cravinho”, preparado na hora


com a mistura da infusão de cachaça e cravo, com mel e limão, os dois bares servem outras
infusões, como “Gabriela”, que leva cravo e canela, “Senzala”, que leva cachaça, vinho,
catuaba. O jatobá, o milome, pau-tenente, coco, gengibre. Cada infusão fica em um barril
diferente, os barris ficam na parte superior do bar e são servidos através de uma tubulação que
é direcionada a um barril que tem a torneira para servir, o mel e limão também são
acomodados em um barril diferente, assim na hora da escolha, o atendente coloca primeiro a
infusão e depois a mistura de mel e limão.
Cabe lembrar ainda que todos os bens naturais, ou culturais, materiais ou
imateriais, constituem o patrimônio cultural do Brasil, desde que estes sejam portadores de
referência à identidade, à ação e à memória de diferentes elementos étnico culturais
formadores da nação brasileira. Através do conhecimento do nosso patrimônio cultural,
podemos aprender sobre nossa memória e, consequentemente, exercer a cidadania. (LÓSSIO,
2007; CRUZ, 2008).

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
O cravinho tem potencial para ser um genuíno patrimônio imaterial da cidade de
Salvador, porém não é devidamente pesquisado nem reconhecido, a sua relação está ligada a
descentralização de Salvador, no qual o Centro de Salvador, passou a ser Centro Histórico,
devido ao êxodo e as mudanças das classes mais abastadas para as novas regiões criadas na
cidade, sua importância no Pelourinho, enfatiza diversidade cultural presente no local, bem
como a diversidade que compõe o território de forma gastronômica e histórica. O cravinho é
uma representação das bebidas feitas de infusão no Nordeste, a falta de bibliografia sobre o

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mesmo, ainda que anedotal e jornalística, mostra que falta atenção da academia sobre este rico
tema, que segundo inquirições verbais, remonta aos começos dos anos 70 do século passado.
A consequência benéfica para a valorização do cravinho em prol do que vem
acontecendo com a valorização da Cachaça no Brasil, o cravinho sendo uma bebida que leva
um produto de identidade nacional, tendo até mesmo decreto nacional que protege o produto
no exterior, o decreto N°4.851 de 23 de outubro de 2003 assinado pelo ex presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
O complemento dessa lei, poderia abrir um caminho para a valorização das
bebidas feitas no Brasil, pois tem um potencial em produção e cultural, pois cada bebidas
sempre vai ser ligada há uma história de produção, e a manuseio artesanal.
Há a necessidade de uma pesquisa formal, com produções científicas sobre o
cravinho, analisando sociologicamente, bem como as características físico-químicas e a
produção do mesmo. Estes são artifícios necessários para que ele possa ser legitimado,
divulgado, e consequentemente, conhecido além dos espaços onde é consumido.
O consumo de cravinho está ligado a uma parte cultural da cidade Salvador, uma
manifestação cultural antiga e de resistência, até mesmo com os novos hábitos alimentares,
assim como as outras bebidas que existem no Brasil e que ainda ficam no conhecimento
empírico popular da região aonde é produzido, as bebidas em infusão são milhares a serem
identificadas e catalogadas, para serem relacionadas e associadas a descrição do hábito que
cada população tem em sua região, assim como as cachaças de jambu no Pará, os licores do
recôncavo da Bahia, a Tiquira no Maranhão, essas bebidas tem um caráter da manifestação
cultural brasileira, pois seu consumo sempre vai estar ligado à uma tradição.

REFERÊNCIAS

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