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BLUMENAU, 2019
1. INTRODUÇÃO
2. HISTÓRIA DA CERVEJA
A cerveja é uma bebida apreciada por muitos, sendo hoje a principal bebida
alcoólica consumida ao redor do mundo e não é para menos, pois sua história se
confunde com o início da civilização humana como a conhecemos na
contemporaneidade. Nos próximos tópicos iremos abordar um pouco mais sobre esta
história.
Na figura a seguir conseguimos observar a visão ancestral da cerveja, inclusive
com carneiros voadores!
O ser humano de vida nômade vivia da coleta de plantas nativas dos locais onde
se instalava e da caça. Porém, isto resultava no esgotamento da capacidade de reposição
dos alimentos, pois as os vegetais se esgotariam e os animais deixariam de viver nos
arredores das comunidades humanas. Devido a esta escassez, os povos deveriam se
mudar de região, em um ciclo contínuo, até o momento onde se desenvolvem as
tecnologias de plantio e domesticação de animais.
Curiosidade!
Os faraós possuíam cervejarias em seus túmulos, para que pudessem disfrutar de cerveja
pela eternidade!
3. MERCADO CERVEJEIRO
Entretanto, devemos levar em consideração que China, Brasil e EUA são países
continentais, ou seja, de grandes proporções territoriais e populacionais e, por este
motivo, acabam sendo os produtores de maiores volumes. Já quando se trata de
consumo per capita temos um cenário muito diferente, conforme demonstrado na Figura
12.
O australiano é o povo que mais gasta com a aquisição de cervejas por ano, 112
dólares a mais que o segundo colocado, a Irlanda. Apesar de o Brasileiro gastar muito
menos dólares totais em cerveja/ano, a proporção deste gasto quando comparado ao
salário mínimo, entre Brasil e Austrália é de 21% de um salário mínimo na Austrália para
36% de 1 salário mínimo no Brasil. Portanto, proporcionalmente, o Brasileiro gasta mais
na compra de cervejas que o primeiro colocado da lista.
O mercado brasileiro de cervejas vem crescendo com muita força ao longo dos
anos, assumindo um comportamento exponencial, sendo que nos últimos 10 anos o
crescimento no número de cervejarias é de mais de 800%! Com base no número de
registros no MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, foi montado o
gráfico da Figura 13. Mesmo com a crise que já se arrasta a quase 5 anos no Brasil, uma
eleição extremamente complicada e um grande medo a investir no país, o número de
novos empreendimentos seguem crescendo a uma taxa anualizada de 30,60% por ano,
frente a 39% de crescimento no ano passado. Na Figura 14 podemos observar o
crescimento do número de consumo de cerveja no território nacional.
Fonte: MAPA
Portanto, apesar do crescimento no número de cervejarias, o aumento no
consumo não é proporcional. Algo que pode ser observado é a mudança do perfil do
consumidor, que passa a dar mais atenção aos produtos locais e a preferí-los no
momento da compra.
Também é possível realizar uma comparação direta entre os números de
cervejarias entre os estados da união, conforme observa-se na Figura 15. Os estados do
sul e sudeste é que aparecem com as maiores quantidades de cervejarias, destacando-se
as 5 maiores concentrações, em ordem crescente: Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais,
São paulo e Rio Grande do Sul.
A diferença entre estes tipos de cerveja está diretamente relacionada com o tipo
de fermento e a condução da fermentação associada. Veremos mais detalhes sobre
fermentação adiante no curso, portanto agora vamos nos ater a algumas características
gerais destes fermentos.
Cervejas do tipo ALE são produzidas com leveduras, fungos microscópicos e
unicelulares, que possuem características sensoriais mais marcantes, como a formação
de sabores de frutas ou de condimentos. Geralmente são fermentos que são utilizados
para fermentar a temperaturas de 15°C a 25°C. Já as cervejas do tipo LAGER também são
cervejas produzidas com leveduras, mas estas possuem características mais neutras,
produzindo menores quantidades de substâncias de sabor. Geralmente são fermentos
que são utilizados para fermentar a temperaturas de 8°C a 15°C.
Para os Curiosos!
Cervejas da Inglaterra possuem características lupuladas, sendo que a
própria Inglaterra é um país que possui o cultivo de lúpulo, favorecendo esta
característica na cerveja. Entretanto as cervejas Irlandesas e Escocesas, países
vizinhos, possuem características muito mais inerentes ao malte, apesar de o
lúpulo da Inglaterra estar disponível. Este fato se deve à rixa histórica entre esses
países, que preferiam não realizar comércio com os Ingleses!
• Escola Alemã: Esta escola cervejeira possui uma característica muito comportada
e bem equilibrada. É a escola que possui muitos dos exemplos das Lagers que
conhecemos, como as pilsener e bocks. Entretanto também possui exemplos de ALE,
como é o caso da cerveja Weizen (trigo). Ela foi muito marcada pela Lei de Pureza, que
limitou o uso de outros ingredientes que não fossem o malte, lúpulo, água e levedura.
Apesar deste fato, não faltou criatividade para a criação de diversos estilos.
Figura 19 – Cervejas alemãs.
• Escola Belga: As cervejas belgas são marcadas pelos sabores frutados de suas
cervejas e pelas cervejas fermentadas de maneira “selvagem” como é o caso das lambic
e híbridas. Muitos dos exemplos mais clássicos desta escola são provenientes do interior
das Abadias, onde os monges as produziam alguns exemplares para consumo interno e
outros para a venda.
Além das escolas cervejeiras clássicas também há uma escola cervejeira que se
consolidou atualmente, que é a Escola Americana. É uma escola muito influenciada pelas
escolas clássicas, porém uma característica marcante é o exagero. Cervejas lupuladas
levam lúpulo extra, cervejas alcoólicas tem sua potência aumentada e assim por diante.
O uso de ingredientes locais também é marcante nestas cervejas, sendo que lúpulos com
características cítricas e florais são muito presentes.
https://s3-us-west-2.amazonaws.com/brewersassoc/wp-
content/uploads/2018/03/2018_BA_Beer_Style_Guidelines_Final.pdf
https://www.bjcp.org/docs/2015_Guidelines_Beer.pdf
Referências
BRASIL. Ministério da Agricultura. Decreto nº 6871, de 04 de junho de 2009.
Regulamenta a Lei nº 8.918, de 14 de julho de 1994, que dispõe sobre a padronização, a
classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas. Diário Oficial
da República Federativa do Brasil, Brasília, 05 jun. 2009. Disponível em:
http://planalto.gov.br/ccivil_03? Leis/L8918.htm> Acesso em: 19 jan 2019.
MOURADO, R. Larousse da Cerveja 1 ed. São Paulo: Lafonte, 2009. 440p.