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Cascudo, Luís Câmara, 1898-1986, História da Alimentação no Brasil, 3 Ed.

, São
Paulo; Global, 2004

Introdução, 17

O uso do fogo, não séria exclusivo para o aquecimento, pois não se tinha a
necessidade absoluta dele, no entanto era utilizado tanto para afugentar as feras como na
cocção das carnes. Esse processo de utilização do fogo foi presentes em alguns grupos
humanos na pré-história, onde a presença do lume e os resíduos alimentares se faziam
presentes afastando assim a fase exclusiva que a base alimentar do homem era
unicamente vegetariano. O estado vegetariano aparece pelo menos em abundância na
Idade do ferro, onde o homem passava a dispor de uma agricultar e plantio regular
diário.
A utilização da carne como meio de se obter nutrientes era feito de acordo com
as exigências ambientais e aos preceitos religiosos, a carne crua não era alimento de
muitos povos, onde os mesmo podia se utilizar do fogo para assá-la. Os esquimós,
comiam carne crua devido a pressão assombrosa do clima frio. Os Tasmanianos,
Arandas da Áustria, pigmeus africanos, ainos do Japão setentrional, não comem carne
crua, assavam as carnes diretamente nas brasas e borralho. Os franceses saboreavam as
carnes pútrida ou semi decomposta, “faisandé”(faisandagem).
As carnes mais utilizadas para a alimentação dos povos eram porco, carneiro,
ovelha e anho, a carne de boi, vaca e novilha não eram utilizadas, pois estavam ligados
aos serviços rurais.
Segundo Adam Maurizio (Prof. De Lwow) estão divididos os grupos humanos
em dois, “os povos da papa ou do caldo (bouillies) e povos do pão.
Pão de trigo, na França, Inglaterra, Espanha, Itália
Centeio na Alemanha.
Trigo espelta na Suíça.
Cevada na Noruega.
Aveia na Escócia
Milho no continente americano, central e do norte.
Portugal, Espanha e Europa do Leste, predominavam a broa de milho e o pão
negro de centeio e aveia.
A mais antiga representação de uma padaria, foi localizada no Egito antigo, por
volta de 2500-1800 a.C., a produção da cerveja veio em seguida. Há mais de 2 mil anos
que a figura do pão tornou o alimento simbólico, citado em vários pontos da história. A
produção do pão era de industria caseira, representadas pelas casas de lavradores na
Europa. As primeiras padarias públicas surgiram em Roma, por volta do ano de 146
a.C.
O leite era comum em muitos grupos humanos, retirados das vacas, jumentas,
camelas, cabras, ovelhas, éguas, renas e búfalas, todos eles possuíam representação
religiosas ou fisiológicas importantes para cada sociedade. O leite de vaca era reservado
para os bezerros, oferecidos aos hospedes e incluído nos sacrifícios fúnebres e oferendas
aos deuses. Não se utilizava culinariamente. O leite das burras, eram oferecidos as
crianças débeis e os tuberculosos, crença mantida nos sertões dos nossos dias. Os
Chineses detestem leite e seus subprodutos. O leite servia como acompanhamento para
alguma coisa mastigável, leite com farinha, leite com batatas, leite com jerimum, leite
com milho cozido ou munguzá. A manteiga, subproduto do leite não se popularizou na
Grécia e Roma, onde serviam semi liquida e servida raramente substituindo a utilização
do azeite. Na frança e na Península Ibérica a manteiga sempre existiu.
O leite coalhado era presente na Grécia e Roma, apreciada pelos deuses
olímpicos, toda Ásia é conhecido, do sul, centro e norte, acidulado com essências
aromáticas ou in natura, como se usa no Brasil inteiro.
A cerveja possui uma história longa, os mais antigos vestígios da cerveja em
terra alemã estavam num acampamento romano, por volta de 352 d.C. Portugal,
Espanha e Itália, antes de seus vinhos, foram grandes consumidores de cerveja, depois
de tempos fixaram no vinho. O lúpulo foi apresentado a cevada no século IX d.C. e na
Europa. Diante a produção da cerveja e sua história, cada povo possui uma bebida
popular em seu país, no Brasil a cachaça, hoje é uma bebida genuinamente Brasileira,
apesar de a história apresentar fatos que essa bebida já era produzida em Portugal.
O ato de beber possui a contemporaneidade simbólica de um cerimonial sagrado,
beber a saúde de alguém, erguer um brinde de honra, No Filme, Tróia, o ato de derramar
um pouco de bebida ao chão e oferecê-la aos deuses está relacionado à uma forma de
agradecimento ou um protocolo utilizado para aquela ocasião.

Continua... pg, 31.

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