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Rptura de Membrana Antes Do Parto
Rptura de Membrana Antes Do Parto
tratamento. Na ausência desses dados, a única conduta práti- res da maioria das infecções fetais, como estreptococos do grupo
ca é considerá-las equivalentes. B, Escherichia coli e Bacteroides. A antibioticoterapia intraparto
de mães portadoras de estreptococos do grupo B na vagina re-
2.2 Exame vaginal duz a incidência de sepse neonatal e morte neonatal por in-
É provável que os exames vaginais possam introduzir ou au- fecção causada por estreptococos do grupo B.
mentar o risco de infecção intra-uterina, embora não tenham Em populações com alta prevalência de portadores de es-
sido realizadas comparações controladas para comprovar ou treptococos do grupo B, deve-se adotar como padrão a pes-
refutar essa suposição. O exame vaginal só deve ser realiza- quisa do microorganismo ou a antibioticoterapia intraparto
do para se obter informações que seriam úteis para determi- rotineira após ruptura prolongada das membranas. Em outras
nar cuidados adicionais, e que não podem ser obtidas de for- populações, uma cultura inicial deve ser parte da assistência
ma menos invasiva. Provavelmente os exames de toque va- prestada após ruptura das membranas pré-termo antes do tra-
ginal e especular trazem poucos benefícios. As informações balho de parto.
que se pode obter por exame especular provavelmente são A amniocentese foi defendida para avaliar o risco de infec-
superiores às obtidas pelo exame de toque vaginal. Pode in- ção, particularmente no período pré-termo. Os problemas com
cluir visualização do “acúmulo” de líquido amniótico no a amniocentese incluem seu caráter invasivo e os riscos asso-
fórnice posterior, e coleta de parte desse líquido para teste ciados ao procedimento, incapacidade de se obter líquido
de nitrazina, e exame microscópico da cristalização para con- amniótico em uma parcela dos casos, e, mais importante, a má
firmar que houve ruptura das membranas. Pode haver líquido correlação entre os resultados de testes diagnósticos aplicados
suficiente para determinação do fosfatidilglicerol como me- ao líquido e o desenvolvimento de infecção fetal. Não são en-
dida da maturidade pulmonar fetal. Pode ser colhido mate- contradas bactérias em todas as mulheres com sinais clínicos
rial para cultura ou pesquisa de patógenos, incluindo estrep- de infecção intra-amniótica, e nem sempre elas estão ausentes
tococos do grupo B. Por outro lado, o exame especular ten- em mulheres sem sinais de infecção. Alguns estudos de ob-
de a ser mais desagradável para a mãe do que o toque vagi- servação sugeriram que os leucócitos no líquido amniótico são
nal. Não foram realizadas comparações controladas para es- mais preditivos de morbidade infecciosa do que as bactérias,
tabelecer o benefício, se houver, do toque vaginal ou do exa- mas isso não foi confirmado por outros estudos.
me especular. Foi realizado apenas um estudo controlado para avaliar a
utilidade da amniocentese na detecção de infecção intra-uterina
2.3 Avaliação do risco de infecção por coloração pelo Gram e cultura após ruptura das membra-
Qualquer mulher com ruptura das membranas antes do tra- nas pré-termo antes do trabalho de parto. O uso de amniocentese
balho de parto, em qualquer período da gestação, deve ser não reduziu a parcela de mulheres que tiveram parto induzido
avaliada em relação a sinais de infecção intra-uterina. Estes devido à amnionite clínica nem o número de mortes perinatais.
incluem febre e taquicardia materna ou fetal. Se qualquer um Causou diminuição da freqüência de padrões cardíacos fetais
desses sinais for acompanhado por útero dolorido e líquido anormais no trabalho de parto e redução do número médio de
fétido, não haverá dúvida sobre o diagnóstico. Entretanto, o dias que os lactentes permaneceram internados após a alta ma-
útero dolorido e o corrimento fétido são sinais tardios de in- terna. De maneira geral, não há dados adequados para se avali-
fecção intra-uterina. ar se o uso de amniocentese em mulheres com ruptura das mem-
Os primeiros sinais clínicos de infecção intra-amniótica são branas pré-termo antes do trabalho de parto produz mais bene-
taquicardia fetal e pequena elevação da temperatura materna, fícios que danos para a mãe e o bebê.
mas ambos os sinais são bastante inespecíficos. A estimativa Vários estudos de observação sugerem que os movimentos
da proteína C reativa na circulação materna, que é usada em respiratórios fetais e os movimentos visíveis do corpo cessam
algumas situações, pode ser um sinal precoce razoavelmente quando ocorre infecção intra-amniótica. Estas alterações do
fidedigno de infecção intra-uterina, mas a utilidade desse tes- comportamento fetal exigem avaliação adicional, mas podem
te nunca foi avaliada em comparação controlada. ser tão fidedignas para a detecção de infecção intra-uterina
Embora ocasionalmente a infecção intra-uterina possa pre- quanto a técnica mais invasiva de amniocentese.
ceder a ruptura das membranas, o principal risco é de infec-
ção ascendente da vagina para a cavidade uterina. Portanto, 2.4 Avaliação do risco de imaturidade fetal
informações sobre a presença de patógenos na vagina podem A avaliação do risco de imaturidade fetal depende principal-
ser úteis, particularmente sobre aqueles organismos causado- mente de determinação cuidadosa da idade gestacional, inclu-
indo quaisquer avaliações por ultra-sonografia realizadas no de parto. Qualquer modificação em uma situação aparente-
início da gravidez. Geralmente haverá pouca dificuldade em mente estável, como a perda recorrente de líquido amniótico
se identificar fetos muito imaturos ou claramente próximos ou o início de contrações uterinas, deve alertar o profissional
ao termo. Entre essas duas categorias, e mais especificamente para essa possibilidade. Avaliações repetidas da freqüência
entre 26 e 34 semanas de gestação, é bem mais difícil se ava- cardíaca fetal, seja por ausculta ou cardiotocografia e uma ultra-
liar o risco da imaturidade relativa. sonografia cuidadosa, podem ser úteis nessas circunstâncias.
A maturidade pulmonar, determinada por análise do líqui- Pode haver compressão do cordão umbilical devido à per-
do amniótico, está associada a diminuição do risco de morta- da do efeito protetor do líquido amniótico. O risco de aumento
lidade e morbidade por distúrbios respiratórios, mas não sig- local da pressão aumenta com o início das contrações uterinas,
nifica necessariamente que serão evitados outros riscos associ- e a incidência de acentuadas desacelerações da freqüência car-
ados ao parto pré-termo, principalmente a hemorragia peri- díaca fetal está diretamente relacionada ao grau de oligoidrâm-
ventricular. nio.
A ruptura prolongada das membranas com oligoidrâmnio
por várias semanas pode causar diversas anormalidades de
3 Ruptura das membranas pré-termo antes do
compressão e da postura fetal. São necessárias quantidades
trabalho de parto
adequadas de líquido amniótico para o desenvolvimento pul-
3.1 Riscos monar normal. A ruptura precoce e prolongada das membra-
A conseqüência mais grave, e mais comum, da ruptura de nas pode causar hipoplasia pulmonar e quando grave, morte
membranas pré-termo antes do trabalho de parto é o parto neonatal. Não está claro se a presença de movimentos respira-
pré-termo. O risco associado está diretamente relacionado à tórios fetais ou se as medidas do tórax por ultra-sonografia são
idade gestacional e à maturidade do feto. Na extremidade úteis para indicar preservação do crescimento pulmonar; os
inferior da faixa de idade gestacional, a melhora da evolução estudos de observação descritos mostraram resultados confli-
perinatal dependerá totalmente da continuação da gravidez. tantes.
Na outra extremidade da faixa de idade gestacional pré-ter- Deve-se suspeitar de descolamento prematuro da placenta
mo, as políticas de atenção devem ser pouco diferentes ou sempre que uma mulher com ruptura de membranas pré-ter-
iguais àquelas aplicadas após a ruptura das membranas a ter- mo apresentar hemorragia ou dor abdominal.
mo. A ruptura de membranas antes do trabalho de parto em
idades gestacionais situadas entre dois extremos (aproxima- 3.2 Atenção antes do início do trabalho de parto
damente entre 24 e 34 semanas) acarreta o difícil dilema de O parto pré-termo é a principal conseqüência da ruptura das
se equilibrar os riscos de imaturidade com os riscos de in- membranas pré-termo antes do trabalho de parto. Quando não
fecção. há instalações adequadas para terapia intensiva perinatal e
A morbidade infecciosa, principalmente devida à infecção neonatal, a forma mais efetiva de assistência é encaminhar a
intra-uterina ascendente, é o segundo maior risco para o bebê. mulher a um centro perinatal, onde essas instalações estejam
Este risco é maior quando a idade gestacional é menor, possi- prontamente disponíveis.
velmente devido à relativa imaturidade dos mecanismos de A maioria das mulheres entrará em trabalho de parto ho-
defesa antibacterianos e às propriedades bacteriostáticas sub- ras ou poucos dias após a ruptura das membranas no perío-
desenvolvidas do líquido amniótico no início da gravidez. do pré-termo. Entretanto, em algumas mulheres haverá re-
Além desses dois maiores riscos, outros perigos da ruptura tardo muito maior do trabalho de parto. Entre essas mulhe-
de membranas pré-termo antes do trabalho de parto incluem: res haverá algumas nas quais o diagnóstico de ruptura das
prolapso do cordão umbilical; compressão do cordão devido à membranas pode ter sido errado; em outras um extravasamento
perda do líquido amniótico protetor; hipoplasia pulmonar e alto pode ter cessado, de forma que o líquido amniótico volta
várias deformidades associadas ao oligoidrâmnio persistente; ao normal. Entretanto, essa é a exceção e não a regra. A rea-
descolamento prematuro da placenta; e as dificuldades mecâ- cumulação de líquido amniótico pode indicar que a mulher
nicas (se for necessário cesariana) de retirar o bebê de um úte- pode voltar para casa com grau razoável de segurança, em-
ro contendo pouco ou nenhum líquido amniótico e com um bora isso nunca tenha sido avaliado em uma comparação
segmento inferior mal desenvolvido. controlada.
O prolapso do cordão umbilical pode ocorrer no momento Desde que a mãe e o feto estejam bem nas avaliações ini-
da ruptura de membrana ou depois, com o início do trabalho ciais, as principais preocupações nos primeiros dias após a rup-
tura das membranas referem-se à detecção do início de infec- 3.2.3 Administração de corticosteróides
ção ou contrações uterinas. A atenção deve concentrar-se na As preocupações teóricas de que os corticosteróides podem ser
detecção desses fatos por avaliações regulares da temperatura supérfluos e perigosos em mulheres com ruptura de membra-
e do pulso materno, da freqüência cardíaca fetal e da contrati- nas antes do trabalho de parto não foram confirmadas pelos
lidade uterina. Não está claro se a contagem seriada de leucó- resultados de estudos controlados. Essas preocupações foram
citos ou a determinação dos níveis de proteína C reativa au- baseadas na observação de que a própria ruptura das membra-
mentam a precisão dessa supervisão. A variação do número de nas pode estimular a maturidade pulmonar fetal, e assim tor-
leucócitos e os níveis de proteína C reativa podem ser muito na desnecessário o uso de outros agentes para promover a
grandes, particularmente quando são acrescentadas as influ- maturidade. Além disso, houve temores de que os efeitos
ências do trabalho de parto ou da administração de corticos- imunossupressores dos corticosteróides pudessem aumentar a
teróides. susceptibilidade à infecção intra-uterina e mascarar sinais pre-
Outros elementos de supervisão são guiados pela necessi- coces de infecção em mulheres com ruptura de membranas
dade de detectar outras complicações que podem ocorrer após antes do trabalho de parto.
ruptura de membranas pré-termo antes do trabalho de parto. Essas preocupações não são apoiadas pelas evidências. Uma
revisão sistemática dos estudos randomizados de adminis-
3.2.1 Antibióticos profiláticos tração de corticosteróides a mulheres com ruptura de mem-
A profilaxia com antibióticos reduz o risco de parto pré-ter- branas pré-termo antes do trabalho de parto mostra clara-
mo em uma semana, de infecções maternas antes do parto e mente que a incidência de síndrome de angústia respirató-
de infecção do bebê. Não foi demonstrado efeito sobre a inci- ria é ainda mais reduzida pela administração de corticoste-
dência geral de parto pré-termo (menos de 37 semanas) sobre róides, independentemente de quaisquer efeitos que a pró-
a morbidade infecciosa pós-parto materna ou sobre o risco de pria ruptura de membranas antes do trabalho de parto possa
pneumonia neonatal. exercer sobre a maturidade pulmonar fetal. Em geral, a fre-
Pode-se esperar que a redução da infecção neonatal, associ- qüência de infecção materna não aumenta após o uso de cor-
ada a aumento da maturidade fetal obtida por prolongamen- ticosteróides, embora a infecção materna possa estar aumen-
to do tempo decorrido até o parto, aumente a sobrevida tada nas mulheres cujas membranas se romperam há mais
neonatal. Embora os estudos controlados realizados até agora de 24 horas.
não tenham demonstrado isso, os indícios acumulados falam O risco de infecção neonatal não sofreu grande aumento
em favor da antibioticoterapia. Não há certeza sobre quais estatístico no grupo tratado com corticosteróides, em compa-
antibióticos proporcionariam os melhores resultados, nem qual ração com o grupo de controle. Todavia, a infecção neonatal
a duração do tratamento necessária. O tratamento provavel- após tratamento materno com corticosteróides ainda é um
mente deve ser guiado por cultura bacteriana e mantido até o possível risco. Pode ser apropriado o uso concomitante de
parto. antibióticos (ver Cap. 25).
grave e prolongada, que muitas vezes tiveram antibioticote- número de internações na unidade de terapia intensiva
rapia julgada inadequada pelos padrões atuais. Quase nunca é neonatal. Não há diferenças significativas nas taxas de parto
constatada mortalidade materna em estudos sobre ruptura das vaginal cirúrgico ou cesariana. O uso de analgesia/anestesia e
membranas a termo antes do trabalho de parto realizados mais os efeitos colaterais maternos (diarréia) são mais freqüentes em
recentemente, e a morte perinatal por infecção também tor- mulheres induzidas com prostaglandinas que em mulheres
nou-se rara. Com a modificação do prognóstico para as mu- tratadas de forma expectante.
lheres e seus lactentes, e a preocupação com a percepção de
aumento do risco de parto cirúrgico após indução de trabalho 4.3 Comparação entre prostaglandinas e ocitocina
de parto, recentemente uma conduta mais expectante tornou- As comparações diretas entre o uso isolado de ocitocina e o
se mais popular. uso de prostaglandina (com ou sem ocitocina) para a indução
A questão fundamental sobre a assistência a mulheres com de trabalho de parto na ruptura das membranas a termo antes
ruptura das membranas, a termo ou quase a termo, é se é do trabalho de parto mostram pouca diferença entre os dois
melhor induzir o trabalho de parto imediatamente após a rup- métodos em relação às taxas de parto operatório ou cesariana.
tura das membranas ou retardar a indução na expectativa de São usadas menos anestesias peridurais com as prostaglandi-
que o trabalho de parto comece espontaneamente. A próxima nas, mas não se observa efeito sobre o uso geral de analgesia/
questão, no caso de ser escolhida indução imediata, é o méto- anestesia.
do de indução: ocitocina ou prostaglandinas. As mulheres O uso de prostaglandinas resulta em maior freqüência de
devem ser informadas sobre os efeitos das opções de tratamento infecções maternas, possivelmente relacionadas a aumento do
disponíveis e incentivadas a escolher a opção de tratamento número de exames vaginais. Também parece aumentar o ris-
que preferirem. co de infecção neonatal, particularmente se for sabido que as
mulheres estão colonizadas por estreptococos do grupo B (po-
4.1 Indução de trabalho de parto com ocitocina rém, como a avaliação da infecção neonatal só foi cegada para
A indução de trabalho de parto com ocitocina, a termo ou designação do tratamento e duração da ruptura de membra-
quase a termo (quando foram superados os principais riscos nas em um dos 18 estudos controlados, o efeito prejudicial
de imaturidade pulmonar), reduz o risco de infecção mater- sobre esse resultado pode ser menor que o sugerido pelos da-
na (corioamnionite e endometrite) e mostra tendência a re- dos). Em geral, as internações para terapia intensiva neonatal
duzir o risco de infecção neonatal em comparação com a con- são mais freqüentes com a indução por prostaglandinas.
duta expectante. Entretanto, a maioria dos estudos contro- Assim, os dados sugerem que, se for escolhida indução pre-
lados que avaliaram infecção neonatal teve pouca qualidade coce do trabalho de parto após ruptura de membranas a ter-
metodológica, e o efeito benéfico da indução de trabalho de mo antes do trabalho de parto, a indução com ocitocina em
parto com ocitocina sobre a infecção neonatal pode ter sido lugar de prostaglandinas proporcionaria o maior benefício com
superestimado. A indução de trabalho de parto com ocito- menos danos.
cina diminui a taxa de internação para terapia intensiva
neonatal. 4.4 Antibióticos profiláticos
A indução com ocitocina possui um aumento pequeno, mas É evidente que são necessários antibióticos apropriados quando
não estatisticamente significativo, do risco de parto cirúrgico há sinais de infecção na ruptura de membranas antes do tra-
ou cesariana. Está associada ao uso mais freqüente de analge- balho de parto. O lugar dos antibióticos no tratamento de
sia peridural e de monitorização interna da freqüência cardí- mulheres sem sinais de infecção é muito menos claro. Os dois
aca fetal. estudos controlados de antibióticos profiláticos realizados na
década de 1960 utilizaram antibioticoterapias que não são mais
4.2 Indução de trabalho de parto com prostaglandinas usadas. Embora não tenham mostrado qualquer efeito sobre a
Os efeitos da indução do trabalho de parto com prostaglandi- incidência de infecção fetal e neonatal, foi observada redução
nas, com ou sem ocitocina concomitante, na ruptura de mem- estatisticamente significativa na incidência de morbidade
branas a termo antes do trabalho de parto, são semelhantes materna infecciosa pós-parto após profilaxia com antibióticos.
àqueles da indução apenas com ocitocina. Em comparação com Em alguns centros, isso levou à adoção de protocolos envol-
a conduta expectante, a indução com prostaglandina resulta vendo a administração rotineira de antibióticos após o parto a
em menor risco de infecção materna e menor tendência de mulheres com ruptura de membranas a termo prolongada.
infecção do recém-nascido, juntamente com diminuição do Embora a utilidade dessa conduta não tenha sido avaliada em
comparações randomizadas, seria útil determinar que mulhe- não reduz o risco de infecção, e causa mais danos que benefí-
res, sem sinais claros de infecção, poderiam ser beneficiadas cios. Entretanto, se houver sinais de infecção intra-uterina,
por administração de antibióticos após o parto. deve ser iniciada antibioticoterapia e o parto realizado tão logo
Um pequeno estudo randomizado abordou a questão da possível. No momento do parto deve estar presente um
conveniência da administração de antibióticos profiláticos ao neonatologista experiente.
bebê após o parto em mulheres com ruptura prolongada das Para mulheres com ruptura das membranas a termo (ou
membranas antes do trabalho de parto. Houve algum apoio à quase a termo) antes do trabalho de parto, devem ser cuida-
idéia de que antibióticos profiláticos reduziram o risco de in- dosamente avaliados os efeitos da indução em comparação com
fecção, mas o estudo deve ser reproduzido em uma amostra a conduta expectante. Os riscos de infecção (materna e
maior, com avaliação cega dos resultados para os lactentes. neonatal) são um pouco maiores com a conduta expectante.
Se for escolhida indução precoce do trabalho de parto, a oci-
5 Conclusões tocina, e não as prostaglandinas, oferece o maior benefício com
os menores danos.
Qualquer mulher com história sugestiva de ruptura de mem-
branas antes do trabalho de parto deve ser avaliada logo que
Fontes
possível. A atenção deve ser voltada para determinar se real-
mente houve ruptura das membranas; para uma revisão cui- Effective care in pregnancy and childbirth
dadosa da história menstrual e avaliação da idade gestacional;
para possíveis sinais de infecção incipiente ou estabelecida; para
sinais de sofrimento fetal por compressão ou prolapso do cor-
dão; e para sinais de contrações uterinas.
No caso da mulher com ruptura de membranas pré-termo Biblioteca Cochrane
antes do trabalho de parto que não esteja em trabalho de par-
to, não esteja infectada e não apresente indícios de sofrimento
fetal ou de outra patologia fetal ou materna, é provável que a
continuação da gravidez seja mais benéfica do que prejudici-
al. A administração profilática de antibióticos a mulheres com
ruptura das membranas pré-termo antes do trabalho de parto
retarda o parto e reduz o risco de infecção materna e neonatal.
Ainda não foi demonstrado efeito sobre a mortalidade
perinatal. Em mulheres notoriamente portadoras de estrep-
tococos do grupo B, os antibióticos intraparto devem ser
adotados como tratamento padrão (ver Cap. 19).
Não há indícios de que o uso profilático de agentes beta- Revisões pré-Cochrane
miméticos antes do início das contrações uterinas seja útil para
a prevenção do início do trabalho de parto pré-termo.
Como o parto pré-termo freqüentemente sucede a ruptura
das membranas pré-termo antes do trabalho de parto, deve-se
administrar corticosteróides se não houver indicação de ma-
turidade pulmonar suficiente, para reduzir o risco de síndro-
me de angústia respiratória. Embora não haja respaldo de es- Outras fontes
tudos controlados, a associação de antibióticos e corticosterói-
des pode causar mais benefícios do que danos.
O uso rotineiro de medidas para realizar parto precoce após
ruptura das membranas pré-termo antes do trabalho de parto