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Fisiologia Fetal e Neonatal
Fisiologia Fetal e Neonatal
Sistema Circulatório.
O coração humano começa a bater durante a quarta semana após a fertilização,
contraindo-se com frequência de 65 batimentos/min que vai aumentando
gradativamente, até cerca de 140 batimentos/min imediatamente antes de nascer.
Sistema Respiratório.
A respiração não pode ocorrer durante a vida fetal, pois não existe ar para respirar na
cavidade amniótica. Entretanto, tentativas de movimentos respiratórios começam a
ocorrer ao final do primeiro trimestre de gravidez. Estímulos táteis e asfixia fetal
causam particularmente essas tentativas de movimentos respiratórios.
Durante os últimos 3 a 4 meses de gravidez, os movimentos respiratórios do feto estão
em sua maior parte inibidos por razões desconhecidas e os pulmões permanecem
quase inteiramente vazios. A inibição da respiração durante os meses seguintes de
vida fetal evita que os pulmões se encham de líquido e resíduos do mecônio excretado
pelo trato gastrointestinal do feto no líquido amniótico. Além disso, pequenas
quantidades de líquido são secretadas nos pulmões pelo epitélio alveolar até o
momento do nascimento, mantendo assim apenas líquido limpo nos pulmões.
Sistema Nervoso. A maioria dos reflexos do feto, com participação da medula espinal
e mesmo do tronco cerebral, está presente entre o terceiro e o quarto meses de
gestação. Entretanto, as funções do sistema nervoso que envolvem o córtex cerebral
ainda estão nas fases iniciais de desenvolvimento até mesmo à época do nascimento.
Na verdade, a mielinização de alguns dos principais tratos do cérebro só se completa
após cerca de 1 ano de vida pós-natal.
Trato Gastrointestinal.
Na metade da gravidez, o feto começa a ingerir e absorver grandes quantidades de
líquido amniótico e durante os últimos 2 a 3 meses a função gastrointestinal se
aproxima à de recém-nascido normal. Nessa época, pequenas quantidades de mecônio
são formadas continuamente no trato gastrointestinal e excretadas pelo ânus no
líquido amniótico. O mecônio é composto em parte por resíduos de líquido amniótico
deglutido e em parte por muco, células epiteliais e outros resíduos de produtos
excretórios da mucosa e das glândulas gastrointestinais.
Rins
Os rins fetais começam a excretar urina durante o segundo trimestre da gravidez, e a
urina fetal representa cerca de 70% a 80% do líquido amniótico. O desenvolvimento
anormal dos rins ou o comprometimento grave da função renal no feto reduzem muito
a formação de líquido amniótico (oligoidrâmnio) e pode levar ao óbito fetal. Embora os
rins fetais formem urina, os sistemas de controle renal que regulam o volume de
líquido extracelular e os balanços de eletrólitos, especialmente o balanço acido-básico,
são quase inexistentes no feto até o final da gravidez e só se desenvolvem
inteiramente alguns meses após o nascimento.
Metabolismo Fetal
O feto usa principalmente glicose para obter energia, e tem grande capacidade de
armazenar gordura e proteínas e grande parte da gordura é sintetizada da glicose em
vez de ser absorvida diretamente do sangue materno. Além desses aspectos gerais,
existem problemas especiais do metabolismo fetal em relação ao cálcio, fosfato, ferro
e a algumas vitaminas.
Acúmulo de Ferro.
A Figura 83-2 mostra ainda que o ferro se acumula no feto ainda mais rapidamente
que o cálcio e o fosfato. Grande parte do ferro está na forma de hemoglobina que
começa a ser formada tão cedo quanto a terceira semana depois da fertilização do
óvulo.
Pequenas quantidades de ferro se concentram no endométrio progestacional uterino
materno, mesmo antes da implantação do óvulo; esse ferro é transferido ao embrião
pelas células trofoblásticas e usado para formar as primeiras hemácias. Cerca de um
terço do ferro no feto totalmente desenvolvido fica armazenado em condições
normais no fígado. Esse ferro poderá então ser usado pelo recém-nascido, durante
muitos meses após o nascimento, para formar mais hemoglobina.