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2º SEMESTRE 2017
GRUPO A1 – Dr. Feres
AMAURI FARINASSO FILHO
ANALANA CAMILA DOS SANTOS
BRUNA ZAMPIERI NOGUEIRA
FRANCIELY DA SILVA
FELIPE TEIXEIRA DE OLIVEIRA
JANAÍNA DOS SANTOS SOUZA
LETÍCIA MEDEIROS PIGOZZI
AMANDA ARTONI PEDRAO
GABRIELLA TOPASSI LOUZADA SAILER
GIOVANNA EMANUELLA PIFFER SOARES
PRISCILA ANDRAUS
LIVIA DE FREITAS MENDONÇA GONTIJO
MARIANE DESTRO
MILENA REZENDE
ÍTALO MICHELONE
O âmnio forma o saco amniótico que apresenta uma consistência membranosa e líquida no
seu interior, envolvendo o embrião e mais tarde o feto. Como o âmnio está junto às margens
do disco embrionário sua junção com o embrião (futuro umbigo) se localiza na superfície
ventral após o dobramento do embrião. À medida que o âmnio aumenta de tamanho ele
oblitera gradualmente a cavidade coriônica e envolve o cordão umbilical.
Cor: normalmente ausente, ou seja, incolor ou algo acinzentada; no que se refere ao aspecto,
o líquido amniótico varia de acordo com o tempo de gestação e consoante a proporção dos
seus constituintes. É usualmente transparente nos primeiros meses de gestação, tornando- -se
opaco, com partículas em suspensão, nos últimos meses de gestação. Estas partículas são
constituídas por lípidos que, ao aumentarem no decorrer da gestação, vão intensificar a
turvação.
QUAL COMPOSIÇÃO?
Para orientação diagnóstica, basicamente, são utilizadas as células escamosas devido às suas
quantidades e qualidades tintoriais, pelo aspecto dos núcleos e características do citoplasma.
As preparações normalmente são feitas por citocentrifugação, visando à melhor padronização
QUAL FUNÇÃO?
COMO É FORMADO?
De forma resumida:
Para explicar a formação e eliminação do LA, no ínicio da gestação, antes que se estabeleçam a
micção e a deglutição, o mecanismo provável para formação do LA é o transporte ativo de
solutos através do âmnio para o espaço amniótico, o que possibilita a passagem ativa de água
em função da diferença de gradiente químico.
A partir da 12ª semana gestacional, inicia-se a função renal do feto, que é considerada a maior
fonte de produção do LA. A quantidade miccional produzida pelo feto, em condições normais,
tem um aumento progressivo até a 39ª semana, o que depois tende a regredir.
A deglutição fetal, com inicio entre a 8ª e 11ª semana gestacional, é o principal mecanismo
pelo qual o LA é removido da cavidade amniótica.
No inicio um pouco de liquido pode ser secretado pelas células amnióticas, mas a maior parte
provem do liquido tecidual materno que se difunde através da membrana amniocorionica
(originaria da decídua parietal).
Mais tarde ocorre difusão de liquido através da placa coriônica proveniente do sangue do
espaço interviloso da placenta. Antes da pele sofrer queratinização, uma importante via para a
passagem de água e solutos do liquido tecidual do feto para a cavidade amniótica é a própria
pele, logo o liquido amniótico é semelhante ao liquido tecidual fetal.
A formação de urina continua ao longo da vida fetal. É excretada para a cavidade amniótica e
forma a maior parte do liquido amniótico. Um feto maduro engole varias centenas de mililitros
de fluido amniótico por dia. Esse liquido é absorvido pelo intestino, e os produtos de excreção
são transferidos através da placenta para o sangue materno a fim de serem eliminados.
A produção de urina aumenta com a idade gestacional, e é estimada em 2,2ml por hora com
22 semanas, 12 ml por hora com 32 semanas, e 27 ml/hora a termo.
Posteriormente o LA vai se assemelhando a urina fetal, tornando-se cada vez mais hipotônico
em relação ao soro materno e fetal.
Avaliação do VLA ocorre através de uma técnica ultrassonografica que mede o bolsão mais
profundo do liquido em quatro quadrantes do útero, formados por 2 linhas imaginarias
perpendiculares que se cruzam no nível da cicatriz umbilical materna; e cuja soa, em
centrimetros proporciona o ILA.
ILA (normal para >34 sem) : soma das dimensões do maior bolsão vertical de cada
quadrante que não contenha cordão ou partes fetais, com o transdutor perpendicular
ao solo
Em torno da 16ª semana quando se realiza a maioria das amniocenteses o volume = 200 ml
No termo o volume = 900 ml; com uma variação de 500 a 1200 ml.
O volume total de LA aumenta durante a gestação até 38 a 40 semanas, diminuindo após isso
(na gestação pós-termo o declínio é de 250 a 500 ml).
Fatores que influenciam em maior ou menor produção de LA: volume plasmático, hidratação,
permeabilidade à placenta, peso da placenta e do feto.
Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
39842005000600002
É importante considerar o volume do líquido amniótico, sendo que este se relaciona com
algumas patologias como poliidrâmnio e oligoidrâmnio.
Principais Causas:
A presença de excesso de líquido amniótico (ILA > 180mm) denuncia o risco de inúmeras
complicações, tais como rotura prematura das membranas, prolapso de cordão umbilical,
trabalho de parto prematuro, descolamento prematuro da placenta, e desconforto materno
nos casos mais acentuados.
Conduta : se fundamentará em –
As anomalias fetais resultantes desta condição são na maioria das vezes malformações do
sistema urinário, acidentes agudos de cordão umbilical (compressão funicular) e hipoplasia
pulmonar.
Causas: Frente à oligodramnia, impõe-se saber se esta foi causada por amniorrexe.
Afastada esta hipótese, temos que pensar nos diagnósticos diferenciais.
• Insuficiencia placentária
• Malformações urológicas fetais: válvula de uretra posterior, agenesia renal
bilateral, rins policísticos infantil
• Infecção fetal: toxoplasmose, sífilis, rubéola, CMV
• Cariopatia
• Colagenoses: LES e síndrome do Ac antifosfolipídico
- Quando for decorrente de anomalias renais fetais, só poderá ser tratado nas
patologias obstrutivas, através da colocação de cateter de derivação para a cavidade
amniótica, procedimento reservado aos centros de referência em Medicina Fetal, para
onde os casos devem ser encaminhados.
OBS: a amnioinfusão eleva o risco de infecção amniótica e não restabelece, por tempo
adequado, o volume de líquido amniótico devido à rápida absorção do líquido
infundido
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/3377/000337006.pdf?sequence=1 tese
UFRGS
http://www.usbipanema.com.br/site/uploads/noticias/arquivos/Polidramnia_e_Oligodram
nia.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/25gestacao_alto_risco.pdf
http://recursos.bertrand.pt/recurso?&id=9421974
Clínicos:
• Cardiotocografia
• Doplerfluxometria
• Perfil Biofísico Fetal
MÉTODOS BIOFÍSICOS:
Vários são os métodos propostos para avaliação do bem-estar fetal. Dentre os métodos
clínicos, destacam-se o registro diário da movimentação fetal e a prova de aceleração da FCF
após estímulo sonoro ou mecânico ou movimentos fetais espontâneos, ambos utilizados na
prática clínica.
Os bioquímicos, como dosagem de estriol, de lactato e gasometria fetal, são atualmente pouco
utilizados, havendo os métodos biofísicos (cardiotocografia, perfil biofísico fetal – PBF e
ultrassonografia Doppler) direcionados ao sofrimento fetal crônico
CIRCULAÇÃO ÚTERO-PLACENTÁRIA
Artérias uterinas são ramos da artéria ilíaca se anastomosam no corno uterino e dão origem as
artérias arqueadas que percorrem lateralmente o útero. As artérias no endométrio e
miométrio superficial que formam o suplemento materno para a placenta e o feto são as
artérias basal e espiralada. As paredes dessas artérias têm um complemento normal de tecido
muscular e elástico similar ao de outras artérias médias e pequenas durante a gestação. As
mudanças fisiológicas nas artérias espirais permitem aumento do fluxo para suprir as
necessidades de nutrição e oxigenação fetopacentária. As artérias espirais pela ação do
trofoblasto transformam-se em vasos tortuosos e dilatados, com ausência completa da
camada de músculo-elástica. A conversão de artéria espiral em artéria útero-placentário
ocorre em dois estágios: Inicialmente, no primeiro trimestre da gestação (8 a 12 semanas) a
invasão trofoblástica converte os segmentos deciduais das artérias espirais. No segundo
estágio essa conversão ocorre nos segmentos miometriais no segundo trimestre (12 a 24
semanas). Como consequência da migração trofoblástica, o circuito vascular uterino se
transforma em um leito arterial de baixa resistência e alto fluxo circulatório, inclusive durante
a diástole. (Pinnenborg et al, 1983).
O fluxo de sangue materno para a placenta. Assim, quando temos um fluxo de artérias
uterinas considerado adequado é porque a passagem do sangue que vai das artérias uterinas,
passando pelas arqueadas, seguindo pelas radiais e as espiraladas, está fácil. Esta condição é
decorrente de uma boa implantação placentária com uma boa invasão do trofoblasto
promovendo a degradação da camada média muscular das artérias espiraladas e
possibilitando um aumento do calibre das mesmas, o que reduz a resistência ao fluxo. Esta
resistência é medida no Doppler obstétrico usando o índice de resistência (IR) ou o índice de
pulsatilidade (IP) da artéria uterina, pois a resistência ao fluxo sanguíneo no leito placentário é
refletido nas artérias uterinas. Conclusão: quando o IR ou IP, a depender de qual dos dois você
esteja utilizando, estiverem acima do percentil 95 (P95) para a idade gestacional, indicará
aumento de risco para CIUR (crescimento intrauterino restrito) e para pré-eclâmpsia em
decorrência de uma má placentação. Habitualmente este exame é realizado em torno de 20
semanas, mas há quem considere a partir de 26 semanas gestacionais, pois neste momento já
deve ter completado a migração trofoblástica.
A resistência ao fluxo sanguíneo nas artérias umbilicais depende diretamente das condições da
circulação útero-placentária. Alterações no desenvolvimento ou do funcionamento dos
espaços intervilosos podem em algumas situações provocar alterações no fluxo das artérias
umbilicais, onde a resistência ao fluxo sanguíneo torna-se aumentada.
O fluxo de sangue fetal que vai para a placenta. Assim, quando temos um fluxo de artérias
umbilicais adequado, IR ou IP abaixo do P95 para a idade gestacional, isto é indicativo que a
placenta se encontra em funcionamento suficiente para prover o feto. Quando ocorre
aumento do IR ou IP nos dá um alerta que deve haver mau funcionamento placentário.
Diástole zero na artéria umbilical indica comprometimento importante da função placentária e
diástole reversa é uma piora acentuada da situação. Momento em que entra a aplicação do
ducto venoso a depender da idade gestacional. Diástole zero é uma indicação formal de
internamento da paciente e a depender da idade gestacional estará indicada a interrupção ou
seguimento diário com o ducto venoso.
A artéria cerebral média se origina da artéria carótida interna, sendo um vaso de grande
importância, por irrigar grande parte do território cerebral. É responsável pelo fluxo sangüíneo
da região cortical e subcortical, incluindo o córtex ao nível da fissura de Sylvius e áreas mais
profundas como o putâmen e o globo pálido.
Devido ao IP ser maior na artéria cerebral média do que na carótida interna ou na artéria
cerebral anterior e posterior, é importante saber exatamente qual o vaso cerebral que está
sendo analisado pelo Doppler. Pois, com o desenvolvimento da gestação a velocidade do fluxo
sangüíneo aumenta resultando da redução o IP.
A resposta fetal diante da hipóxia crônica provocada pela insuficiência placentária é avaliada
pelo estudo do Doppler da artéria cerebral média. Devido à redistribuição do fluxo sanguíneo
fetal no estado de hipóxia, há uma priorização de fluxo a determinados órgãos e sistemas,
como as adrenais, o miocárdio e o cérebro, o que caracteriza a centralização fetal. Mensura-se
esse estado de centralização através do estudo da artéria cerebral média, que demonstrará
um aumento do fluxo diastólico e uma diminuição da resistência em sua circulação. Assim,
valores de IP abaixo do percentil 5 para a idade gestacional são considerados anormais.
Indiretamente mede o grau de oxigenação do cérebro fetal. Num feto bem oxigenado o IR e IP
da ACM são altos pois não há necessidade de fluxo cerebral alto para manter a oxigenação.
Quando o feto se encontra numa condição hipoxêmica ocorre uma auto regulação que faz
vasodilatação da ACM para aumentar o fluxo cerebral e compensar a baixa taxa de oxigênio no
sangue. Este processo não se inicia na ACM, mas sim na AU com o aumento de seu IR e IP
indicando um comprometimento placentário. Com a piora da AU inicia o processo de
regulação vascular reduzindo o fluxo de áreas menos essenciais e aumentando com
vasodilatação, com consequente redução de IR e IP, para os órgãos principais: cérebro,
coração e glândulas suprarrenais.
O ducto venoso é um curto trajeto vascular, com apenas alguns milímetros. Durante a vida
fetal, ele desvia o sangue da veia porta esquerda para a veia cava inferior. Essa comunicação é
necessária durante a vida fetal para que o sangue oxigenado originário da placenta, que chega
ao feto pela veia umbilical, não passe pelo sistema porta ante de chegar ao coração. Após o
nascimento o ducto venoso é obliterado e dá origem ao ligamento venoso.
Persistindo o insulto placentário com consequente hipóxia fetal, após as alterações de fluxo da
artéria umbilical e da ACM, a manutenção da vasoconstrição periférica termina implicando em
um aumento da pressão das câmaras cardíacas, e, por conseguinte, em alterações no território
venoso fetal. O aumento da pressão cardíaca no ventrículo direito acarreta em um fluxo
retrógrado na veia cava inferior durante a contração atrial, o que provoca uma redução no
fluxo sanguíneo no ducto venoso. Dessa maneira, o estudo Doppler deste vaso exibe um
aumento dos valores de IP nessa situação. Com a evolução do quadro, a onda “A” (que se
refere à sístole atrial) se mostra ausente ou reversa. Assim, o ducto venoso é considerado um
importante parâmetro hemodinâmico preditor de morbidade e mortalidade neonatal, uma vez
que, quanto maior seu IP, menor é o pH ao nascimento, correlacionando-se fortemente com
eventos neonatais adversos.
A redução, a ausência e a inversão do fluxo nesse ponto são relacionados à hipóxia fetal.
Mede o gradiente de pressão venosa central. O ducto é um ramo da artéria umbilical que
rojeta sangue oxigenado sob pressão para o átrio esquerdo passando pelo átrio direito e
forame oval. A morfologia da onda do ducto venoso possui as ondas S (sístole ventricular), D
(diástole ventricular) e A (sístole atrial) e são todas positivas. Numa situação de hipóxia
importante com aumento da pré carga cardíaca o DV apresenta aumento de seu índice de
pulsatilidade venoso (IPV). Caso a hipóxia, seja grave com comprometimento miocárdico, a
onda A tende a desaparecer ou ser reversa (o sangue retorna ao DV), esta é uma condição
grave de acidemia fetal e o parto se faz necessário sob o risco iminente de óbito fetal. Num
feto centralizado a avaliação com o ducto venoso é através do IPV, onde, quando for maior
que percentil 95, indica grave comprometimento fetal e o parto deve ser realizado.
Qual situação mais grave pode encontrar no Doppler? Centralização, Diástole zero e Diástole Reversa.
• Diástole Zero (DZ): sonogramas de artérias umbilicais que exibem ausência de velocidade de fluxo
durante a diástole.
• Diástole Reversa (DR): sonogramas de artérias umbilicais com presença de velocidade de fluxo reverso
durante a diástole.
CLASSIFICAÇÃO:
– Repouso ou Basal.
– Estimulada: Estímulo Mecânico ou Vibroacústico.
– Com Sobrecarga:
Teste do esforço (Stemberg)
Teste do estímulo mamilar
Teste da Ocitocina (Prova de Pose)
INDICAÇÕES
ANALISE DA CTG:
Padrões de variabilidade:
A DIP 0 = queda rápida e com baixa amplitude da FCF; relaciona-se com os movimentos fetais.
A DIP III ou UMBILICAL (desaceleração variável): possui a FCF muito posterior a CU.
Parâmetros avaliados:
Indicações: fator de risco materno e/ou fetal que necessite de acompanhamento; CTG
alterada; complementar a CTG normal; arritmias cardíacas fetais; mães usuárias de drogas que
afetem FCF.
Pontuação: 0-10
Ao final da avaliação, pontuação maior ou igual a oito sugere bom prognóstico fetal e
inferior a oito indica monitorização do bem-estar fetal ou interrupção da gestação.
http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2011/v39n6/a2693.pdf
Os surfactantes são substâncias tensoativas, produzidas pelos pneumócitos tipo II (ou células
septais), que impedem o colabamento dos alvéolos primitivos, quando estes estão
preenchidos com ar.
Composição:
Para ser clinicamente útil, um teste para avaliação da maturidade fetal deve ter alta
sensibilidade para imaturidade e alto valor preditivo negativo (maturidade):
4) Fosfatidilglicerol
Este teste mede a presença ou ausência de fosfatidilglicerol no líquido amniótico. O
fosfatidilglicerol (FG) é um constituinte do surfactante que começa a aumentar algumas
semanas após o aumento da lecitina. É o último surfactante a aparecer no pulmão fetal (36
semanas) e aumenta com a idade gestacional. Assim, sua presença indica um estado
avançado de desenvolvimento e função pulmonar do feto.
Vantagem = Uma vantagem deste teste é que a determinação do fosfatidilglicerol não é
geralmente afetada por sangue, mecônio ou outros contaminantes, e assim, sua presença
no líquido amniótico é um achado válido,mesmo se os resultados de L/E forem duvidosos
Desvantagem = é um teste demorado, caro, e não está disponível todo o tempo. Além
disso, há variações na técnica que afetam sua reprodutibilidade, e a expressão de
fosfatidilglicerol como uma porcentagem do total de fosfolípides pode subestimar o FG em
espécies contendo grande quantidade de fosfolípides não surfactantes (como as
contaminadas com sangue ou mecônio).
• MATURIDADE RENAL:
1) Dosagem de Creatinina
• MATURIDADE ÓSSEA:
1) Fetografia (raio-x) : Presença do Núcleos de Béclard no fêmur e dos núcleos de Toldt
no úmero. Avaliava-se epífise do fêmur se estava ou não calcificada e madura.
• MATURIDADE DA PELE:
1) Teste Azul de Nilo (células orangiófilicas): citologia do liquido amniótico – o método
consiste na coloração em alaranjado de células da epiderme do feto revestidas pela
gordura das glândulas sebáceas, coradas com vermelho de nilo que contamina o azul
de Nilo.
< 34 semanas = 1% de células orangeofilicas
34 a 38 semanas = 1 – 10%
38 a 40 semanas = 10 – 50%
>40 semanas = > 50%
OBS: Febrasgo apresenta como valores de referência divergentes: Ausente abaixo de 28 sem;
<5% imaturo; 5-10% intermediário; 10-30% Maduro; maior ou igual a 30% Hipermaturo.
A puérpera pode apresentar ligeiro aumento da temperatura axilar (36,8°- 37,9°) nas
primeiras 24 horas, sem necessariamente ter um quadro infeccioso instalado. Podem ocorrer
ainda calafrios, mais freqüentes nas primeiras horas após o parto. Estas alterações podem
ocorrer sem traduzir um risco à saúde da mulher, mas exigem do examinador cautela, pois
também pode corresponder a processos mórbidos, como a infecção puerperal
A volta das vísceras abdominais à sua situação original, além da descompressão do estômago,
promove um melhor esvaziamento gástrico. Os esforços desprendidos no período expulsivo
Traumas podem ocorrer à uretra, ocasionando desconforto à micção e até mesmo retenção
urinária, situação atenuada pelo aumento da capacidade vesical que ocorre normalmente
neste período. A puérpera pode experimentar nos primeiros dias pós-parto um aumento do
volume urinário, pela redistribuição dos líquidos corporais.
A pele seca e queda dos cabelos podem ocorrer. As estrias tendem a se tornar mais claras e a
diminuírem de tamanho, embora muitas permaneçam para sempre.Alterações do humor, com
labilidade emocional, são comuns no puerpério.
A recuperação do endométrio inicia-se a partir do 25º dia pós-parto. O colo uterino, logo
após o parto, fica edemaciado e pode apresentar lacerações e, em torno do 10° dia, estará
fechado. A vagina apresenta-se edemaciada, congesta e atrófica, iniciando sua recuperação
após o 25° dia de puerpério, mais tardia nas mulheres que amamentam. Esta situação muitas
vezes provoca desconforto nas mulheres ao reiniciarem suas atividades sexuais. A vulva e o
assoalho pélvico sofrem também modificações decorrentes do trabalho de parto.
MODIFICAÇÕES (MEDCURSO)
- Trato Urinário: Logo após o parto, a bexiga da mulher ainda apresenta uma distensibilidade
aumentada em virtude dos estímulos hormonais durante a gravidez. Este fato, somado ao
término da compressão vesical pelo útero gravídico, faz com que o órgão aumente de forma
considerável a sua capacidade. A bexiga é também menos sensível ao aumento da pressão
intravesical. Igualmente, os ureteres se encontram dilatados. Todos esses fatores contribuem
para a ocorrência comum de superdistensão, esvaziamento incompleto, resíduo urinário
significativo e até de refluxo ureteral (aumentam o risco de infecções e contribuem para a
diminuição do débito urinário). Esta hipotonia e o relaxamento das paredes da bexiga e dos
ureteres regridem em 2 a 8 semanas, mas podem persistir por 3 meses. O fluxo plasmático
renal, a taxa de filtração glomerular e o clearance de creatinina retornam ao normal nos
primeiros 5 dias após o parto. A anestesia de condução e o emprego de analgésicos opióides
podem ser responsáveis por retenção urinária no pós-parto imediato. Em resposta à perda
sanguínea durante o trabalho de parto, a diurese é escassa no primeiro dia.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
- Dor: Na maioria das vezes resulta de contrações uterinas vigorosas que são responsáveis
pela contenção do sangramento uterino. O reflexo da sucção também o útero contrair por
liberação da ocitocina, contudo esse desconforto não dura mais do que até o final da 1ª
semana.
Alta hospitalar
Não se deve dar a alta à puérpera sem conhecimento da classificação sangüínea da mãe.
Naquelas com fator Rh negativo, não sensibilizadas e com recém-nascido Rh positivo e Coombs
negativo, utiliza-se a imunoglobulina anti-D, nas primeiras 72 horas. Importante também é
conhecer o resultado da sorologia para sífilis. Sendo positiva, iniciar o tratamento, se este não
foi realizado previamente, e comunicar ao médico responsável pela assistência do recém-
nascido.Nas puérperas que estão bem e não se detectam anormalidades, a alta pode ser
consentida após as primeiras 24 horas, e nas submetidas a cesárea, com 48 horas.
REVISÃO PUERPERAL
1. Revisão puerperal precoce (entre 7 a 10 dias)
O retorno deve ser marcado em torno do 7° ao 10° dia de puerpério. Neste retorno, deve-se
ouvir as queixas da puérpera, proceder ao exame físico adequado, com ênfase ao estado
hematológico, rastreamento de infecção (puerperal ou da ferida operatória). Fundamental é o
exame das mamas e o incentivo para continuação do aleitamento materno.Para as puérperas
CONTRACEPÇÃO NO PUERPÉRIO
Este método necessita de amamentação exclusiva a livre demanda, até seis meses do parto e a
ausência de menstruação neste período. Obedecidas estas três exigências, a efetividade é de
até 98% para evitar uma nova gravidez.
2. Métodos de Barreira
A utilização do preservativo masculino em todas as relações sexuais evita não somente uma
nova gravidez, como protege a mulher de contrair uma DST. No puerpério recomenda-se a
utilização do preservativo lubrificado, para evitar o desconforto ocasionado pelo ressecamento
da mucosa vaginal.
5. Esterilização Feminina
Quando previamente discutido com o casal e dentro das condições em que a lei permite, esta
prática contraceptiva pode ser efetuada logo após o parto normal, através da laqueadura
tubárea realizada por uma minilaparotomia, de preferência até 72 horas do parto, ou durante
a cesárea se esta for a via do parto.
6. Vasectomia
Por ter menor custo e de mais simplicidade, pode ser feita no ambulatório. Deve ser mais
divulgada e encorajada sua escolha, pelas vantagens que tem e por preservar a mulher de
procedimentos invasivos.
8. Métodos Comportamentais
Envolve vários métodos, incluindo o coito interrompido, a abstinência sexual, o de Billings e o
de tabela. Os dois últimos são, de difícil utilização neste período porque ainda não aconteceu o
retorno à função ovariana normal.
Puerpério Imediato
Avaliar Sinais Vitais;
Palpação do útero + bexiga
Examinar Loquios (quantidade, característica, odor)
Inspecionar Perineo
Examinar membros inferiores: descartar TVP
Avaliar perdas sanguíneas e palpar útero (buscar eventual hipotonia ou atonia
uterina);
Deambulação precoce: prevenção de TV e TEP, bem como estimula micção e
funcionamento intestinal;
Higiene cuidadosa da região perineal e da Ferida Operatória com água e sabonete;
aplicação de gelo no períneo para reduzir dor e edema local; higiene diariamente após
todasas eliminações fisiológicas; descobrir a Ferida Operatória da cesariana no 2º dia
para permitir melhor visualização da sua evolução;
Cuidado com as mamas: massagem antes da mamada, esvaziamento completo e
alternância do seio oferecido são medidas de prevenção do ingurgitamento mamário;
Profilaxia da Aloimunização Rh(D): paciente Rh- com RN Rh+ deve receber
imunoglobulina anti-Rh(D) na dose de 300mcg por via IM nas primeiras 72 horas.
Muito importante neste tópico é diferenciar os termos aborto e abortamento, pois embora
sejam usados como sinônimos possuem significados diferentes.
DEFINIÇÕES DO ABORTAMENTO:
Espontâneo
Provocado
Idade materna avançada: o risco de aborto aumenta com o avançar da idade materna,
chegando a 40% aos 40 anos e 80% aos 45 anos;
Antecedente de aborto espontâneo: aumenta após duas ou mais perdas;
Nova gestação nos primeiros 3 meses após o parto anterior;
Tabagismo: o consumo de mais de 10 cigarros por dia aumenta em cerca de 1,5 a 3
vezes a chance de abortar. O tabagismo paterno também pode ser prejudicial. Dessa
forma, os casais devem ser encorajados a abandonar o hábito;
Como tratamento é indicado o repouso relativo, a abstinência sexual (por até 15 dias depois
de cessado o sangramento), prescrever analgésicos e antiespasmódicos. A paciente deve
receber orientação e apoio psicológico.
O quadro pode evoluir tanto para gestação normal como para aborto inevitável, mas na
realidade, 90ª 95% das gestações entre 7 e 11 semanas que apresentam sangramento, mas em
que são identificados batimentos cardíacos (>100/min), evoluem para gestação normal.
II. Abortamento inevitável: Em 70% dos casos ocorre ate 8 semanas de gestação com
resolução espontânea em ate 72 horas.
Como tratamento a paciente deve ser internada, submetida à hidratação venosa, para
correção dos distúrbios da volemia e, nos casos que não se resolverem espontaneamente,
deve-se instituir o esvaziamento uterino.
É a expulsão espontânea e total do feto e dos anexos. Clinicamente caracteriza-se pela parada
ou diminuição súbita do sangramento e das cólicas. O útero estará contraído, ao toque, e
pequeno, para a idade gestacional. O colo na maioria das vezes estará fechado.
Significa que alguma parte do concepto ou placenta foi expulsa, mas não em sua totalidade,
sendo mais propenso a infecção.
Dois quadros clínicos são compatíveis com o diagnostico: abortamento incompleto com colo
fechado e abortamento incompleto com colo aberto.
O tratamento deve ser iniciado pela internação da paciente, tentativa de isolar o agente
etiológico pela coleta de material cervical e hemocultura, correção de estado
hemodinâmico, administração de ocitocina e antibióticoterapia endovenosa por 7 a 10
dias. Após o antibióticos deve-se proceder com o esvaziamento uterino, sempre com
administração de ocitocina antes e durante o procedimento para diminuir o risco de
perfuração.
Interrupção da gravidez com retenção do ovo por período prolongado. Alguns autores
definem um período mínimo de 4 semanas, classificando o abortamento diagnosticado
antes desse período como oculto.
*Observação: ovo anembrionado ou ovo cego é o tipo de abortamento retido no qual não
se identifica vesícula vitelínica, embrião ou BCF ao ultrassom transvaginal a partir de 6
semanas de gestação em saco gestacional de 25mm ou mais de diâmetro.
ETIOLOGIAS:
a. Sem causa aparente: na maioria das vezes não se determina a etiologia da perda
gestacional.
b. Distopias Uterinas: consistem em desvios do útero de sua posição normal
c. Miomas: principalmente os de tipo Submucoso.
d. Sinéquias Uterinas: aderências intra-uterinas decorrentes de cirurgias/curetagens
vigorosas e repetidas.
Síndrome de Asherman (adesões e/ou fibroses no interior da cavidade uterina
decorrente de cicatrizes). O diagnóstico é feito por Histeroscopia e o tratamento
consiste na lise endoscópica.
e. Desordens Anatômicas:
Defeitos Müllerianos ou Malformações uterinas (ductos paramesonéfricos):
Útero unicorno;
Útero bicorno;
Não há tratamento
Útero didelfo;
Útero arqueado;
Útero septado = tratamento com lise do septo (metroplastia) por
vídeohisteroscopia.
O diagnóstico das desordens anatômicas pode ser realizado por: Ultrassonografia, Ressonância
Magnética, Histeroscopia e Laparoscopia, seguindo essa ordem
Autossômicas:
Trissomia do cromossomo 16: mais frequente (50%). Incompatível com a vida.
Sexuais:
Síndrome de Turner (X0): desenvolvimento sexual retardado (não apresentam
desenvolvimento das mamas até os 13 anos e apresentam amenorréia primária ou
secundária); geralmente estéreis ou subférteis; baixa estatura; tendência à
obesidade; pescoço alado; defeitos cardíacos.
g. Desordens Endócrinas:
Insuficiência Lútea :Deficiência de progesterona devido a uma produção
insuficiente deste hormônio pelo corpo lúteo. Essa produção é responsável pela
manutenção da gravidez nas primeiras 6-7 semanas e ocorre na seguinte
sequência:
Sinciciotrofoblato → B-hCG → Corpo Lúteo (células da Teca) → Progesterona →
Desenvolvimento do Endométrio.
Dessa forma, qualquer falha na sua produção hormonal poderia levar ao
abortamento.
Diagnóstico:
h. Desordens Imunológicas
Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídio (SAF): Consiste em uma trombofilia
autoimune na qual o organismo passa a produzir anticorpos que afetam a
coagulação sanguínea, levando à formação de coágulos que acabam obstruindo a
passagem de sangue nas veias e artérias.
Trata-se de uma doença crônica e adquirida, presente em 15 a 20% das mulheres
com abortamento habitual.
Suas manifestações clínicas incluem tromboses venosas em 2/3 dos casos
(trombose venosa profunda é a manifestação mais comum da doença) e arteriais
em 1/3 dos casos, além de manifestações neuropsiquiátricas.
Diagnóstico: Baseado em critérios clínicos associados aos laboratoriais: (montar
tabela) – Deve-se sempre ter 1 clinico e 1 laboratorial
(1) um ou mais episódios de trombose arterial, venosa ou de pequenos vasos;
(2) um ou mais mortes intrauterinas de fetos normais após 10ª semana
gestação;
(3) um ou mais partos pré-maturos de fetos normais com < 34 semanas, em
decorrência de eclâmpsia, pré-eclâmpsia ou insuficiência placentária;
Critérios Laboratoriais:
(1) Anticorpos anticardiolipina;
(2) Anticorpo lúpus anticoagulante;
(3) Anticorpo anti-beta 2 Glicoproteína 1.
RUBÉOLA
A Rubéola é uma virose habitualmente benigna, exceto na gestação.
Pode levar ao abortamento quando adquirida no período próximo à implantação ovular.
Via de transmissão: Contato direto com pessoas doentes, com contágio pelas gotículas de
secreções nasofarígeas.
A transmissão pode iniciar-se até 1 semana a 2 semanas antes do aparecimento do
exantema e prolongar-se 1 semana a 2 semanas após o surgimento do rash cutâneo.
Transmissão vertical: Só acontece na fase aguda da doença e diminui à medida que a idade
gestacional aumenta. No 1º trimestre o risco de acometimento fetal é ordem de 80% a
90%. No 2º trimetre, há risco de alterações funcionais de órgãos. No 3º trimestre as
repercussões fetais são raras. Como regra geral, não costuma ser relevante o
acometimento do concepto após o 1º trimestre da gestação.
DÚVIDAS DISCUTIDAS:
Qual a fase mais importante quando se tem rubéola? 1° trimestre.
Mas dentro do primeiro trimestre qual é a mais importante? Estima-se que o risco fetal é cerca de 80 a 90%
quando a infecção ocorre no primeiro mês de gestação, provocando alterações graves ou aborto espontâneo.
Durante o segundo e terceiro mês esta incidência decresce para 40 a 60% e 30 a 35% respectivamente. No quarto
mês de gestação, os riscos não ultrapassam a 10% .
O período crítico de aquisição da rubéola é da 4ª a 8ª semana de gestação, época da organogênese e
desenvolvimento do sistema auditivo.
Qual a preocupação do 3° trimestre? Transmissão pós-parto.
Quais os cuidados quando se chega com rubéola na maternidade? Deve haver isolamento? Rubéola não é
indicação de isolamento.
Indicações de isolamento: infecções cutâneas ativas (isolamento de contato), infecções gripais ativas (isolamento
respiratório) , varicela (isolamento respiratório de contato), Epstein-barr e sarampo (isolar 7 dias após o inicio do
exantema).
Diagnóstico:
*Rotina pré-natal: Segundo o Livro Obstetrícia Fundamental, Rezende, 12ª Edição;
sorologia para rubéola deve ser solicitada na primeira consulta pré-natal. Caso seja
negativa, encaminhar para vacinação após o parto. Gestantes sabidamente imunes não
precisam repetir a sorologia durante o pré-natal, mesmo diante de contato com pessoas
doentes. No entanto, o Manual Técnico de Atenção ao Pré-Natal e Puerpério do Ministério
da Saúde não recomenda a sorologia para Rubéola como rotina Pré-Natal.
Rubéola rastreia no pré-natal? Não.
*Infecção materna: Sorologia para detecção de anticorpos IgM e IgG. A detecção de IgM é
possível de 3 dias a 5 dias após o início dos sintomas e permanece positiva por 4 semanas.
Os anticorpos IgG permanecem positivos e estáveis indefinidamente. O diagnóstico
sorológico de rubéola é confirmado diante de soroconversão ou quadruplicação dos títulos
de IgG entre duas amostras de sangue, colhidas com 2 semanas a 3 semanas de intervalo,
após a suspeita de contágio ou inicio de exantema. A pesquisa sorológica é fundamental
para gestantes susceptíveis que tiveram contato com doentes. Se IgM - e IgG -, a sorologia
é repetida após 2 semanas a 3 semanas.
Sorologia Materna
IgM - IgG - = gestante susceptível Sorologia
IgM + IgG + = gestante com infecção aguda materna
IgM - IgG + = gestante com infecção pregressa
*Infecção fetal: Diante de gestante IgM + IgG +, realizar amniocentese (após 1 semanas de
gestação e com mais de 30 dias após o inicio da infecção materna), para pesquisa do agente no
liquido amniótico, por meio da reação em cadeia de polimerase (PCR).
O uso de cordocentese para pesquisa de IgM fetal específica é prática excepcional, em casos
selecionados.
O teste de avidez para IgG pode ser útil nos casos de IgM+ persistent
O diagnóstico da infecção fetal é útil para melhor orientação do casal e para nortear a conduta
neonatal.
Restrição do crescimento
Hepatoesplenomegalia
Púrpura trombocitopênica
Catarata / glaucoma
Microcefalia
Retardo mental
Cardiopatias / miocardite
Surdez
Anemia hemolítica
Meningoencefalite
A infecção pelo CMV durante a gravidez não costuma causar sintomas na mãe, mas é muito
perigosa para o feto, pois está associada a um maior risco de malformações congênitas ou
grave infecção nos primeiros meses de vida.
Infecção Primária: ocorre quando um indivíduo que nunca teve contato com o CMV
contamina-se pela primeira vez, criando anticorpos que conseguem neutralizar o vírus,
impedindo a sua replicação. Todavia, assim como ocorre com outros vírus da família Herpes, o
vírus é neutralizado, mas não é totalmente eliminado do organismo
Infecção Secundária: ao longo dos anos, o paciente pode apresentar algum enfraquecimento
da sua imunidade e o CMV pode se reativar, voltando a se multiplicar. Essa reativação do vírus
em alguém que já teve a doença anos atrás é a segunda forma possível de se ter
citomegalovírus. Cerca de 40% dos bebês de mães que tiveram a infecção primária durante a
gravidez nascem contaminados pelo CMV, apenas 1% nasce contaminado quando a mãe
previamente contaminada apresenta uma reativação do vírus na gestação.
Via de transmissão: Contato íntimo entre pessoas - o vírus pode ser encontrado na orofaringe,
trato genital, urina, sêmen, sangue, leite e lágrimas de pessoas infectadas.
Na gestação, a transmissão ocorre mais frequentemente por contato sexual e pelo contato
com crianças infectadas.
Quadro clínico:
Diagnóstico:
*Infecção materna: Diagnóstico baseado nos testes sorológicos específicos e de acordo com a
presença de anticorpos IgM e IgG.
A IgM torna-se positiva cerca de 2 semanas após o início dos sintomas maternos e
pode persistir por até 18 meses.
Sorologia Materna
*Infecção fetal: Diante de gestante IgM+ IgG+, realizar amniocentese (após 14 semanas de
gestação e com mais de 30 dias após o início da infecção materna) para pesquisa do agente no
líquido amniótico por meio da reação em cadeia de polimerase (PCR).
O uso de cordocentese para pesquisa de IgM fetal específica é prática excepcional, em casos
selecionados.
O teste de avidez para IgG não costuma trazer benefícios, pois a possibilidade de reinfecção e
de reagudização resultam em maiores dificuldades na sua interpretação.
O diagnóstico da infecção fetal é útil para melhor orientação do casal e para nortear a conduta
neonatal.
Cerca de 50% dos fetos infectados podem exibir alterações ao ultrassom. Podem ser
pesquisados após a 20ª semana de gestação.
O uso de drogas antivirais ainda não é preconizado na prática diária. O uso de imunoglobulina
também não tem sido recomendado.
*Observação: O neonatologista deve ser alertado, pois os conceptos poderão exibir sinais de
acometimento multissistêmico no período pós-natal.
O óbito intra-uterino ocorre em quase todos os fetos infectados durante o primeiro trimestre
e, especialmente, no segundo trimestre de gestação.
Etiologia: Existem sete espécies de Listeria bem identificadas, no entanto, apenas uma
espécie é reconhecida como patógeno humano - a Listeria monocytogenes, que consiste em
um bacilo gram-positivo, aeróbio e anaeróbio facultativo, não formador de esporos.
Via de Transmissão: A taxa de infecção é 17 vezes maior entre gestantes do que na população
geral. Os portadores assintomáticos são, provavelmente, a fonte de contágio mais importante.
Vias de contágio: via digestiva, através de leite e derivados, pela via respiratória ou
venérea - o microrganismo pode ser frequentemente encontrado na uretra masculina
ou no sistema genital feminino.
Transmissão vertical: Pode ocorrer por via hematogênica (transplacentária nas últimas
semanas de gestação), transmembranosa (independente da integridade das
membranas), endometrial (através de abscessos retroplacentários) ou durante o
trabalho de parto (contaminação do canal de parto).
A bactéria tem predileção pelo sistema nervoso central - esta pode ser a forma de
manifestação em grupos de risco, mas é extremamente rara durante a gestação.
• Abortamento;
• Trabalho de parto prematuro, geralmente acompanhado por mal-estar
materno e diminuição dos movimentos fetais;
• Vitalidade fetal comprometida: taquicardia fetal, diminuição dos movimentos
e acelerações fetais (a presença de mecônio antes das 34 semanas é
altamente sugestiva de infecção);
• Hidrópsia fetal, não imune.
• São observados derrame pleural, ascite, edema subcutâneo e polidramnia.
Tratamento: O tratamento de eleição é feito com ampicilina na dose de 4-6 g/dia, durante
duas semanas. Fora da gestação, a maioria dos autores sugere associar um aminoglicosídeo
(gentamicina) no tratamento de pacientes severamente imunodeprimidas, com meningite ou
endocardite listeriana. Como alternativa à penicilina, o trimetoprim associado ao
Em mulheres com testes sorológicos negativos para HSV, a incidência de infecção primaria
HSV – 1 OU HSV – 2 durante a gravidez é aproximadamente 2%.
Assim como ocorre na não gesta, a maioria das infecções primárias são assintomáticas. Entre
mulheres com HSV genital recorrente – 75% pode apresentar no mínimo um episodio de
infecção na gravidez, e aproximadamente 14% das pacientes exibirão recorrência clínica ou
pródromos (dor/queimação vulvar) no momento do parto.
Etiologia: herpes simplex vírus (HSV) com 2 tipos sorologicamente distintos = tipo 1 (HSV-1) e
tipo 2 (HSV-2).
O HSV-1 é responsável por lesões herpéticas não genitais (lábios, face, córnea, mucosa oral).
O HSV-2 está associada a infecção genital (pene, uretra, vulva, vagina, cérvice, epiderme da
coxa e das nádegas), além de ser responsável, habitualmente (90 -95% das vezes), pelo herpes
neonatal.
Quadro clínico:
Digno de nota, muitos indivíduos jamais apresentam manifestações clínicas da doença, mas
podem exibir episodicamente a eliminação do vírus.
As lesões clínicas evidentes são precedidas em aproximadamente 80% das vezes de estágios
prodrômico (prurido, eritema mínimo, dor/queimação vulvar). Durante este estagio
prodrômico o vírus já esta presente na pele ou na mucosa.
Na gestação, o risco de infecção neonatal parece ser maior quando ocorre a infecção primária
materna no 3o trimestre. Nesses casos, o risco de infecção herpética neonatal é de 30-50%.
• Microcefalia;
• Hepatoesplenomegalia;
• CIR
• Natimortalidade
Na fase aguda febril, a interrupção pode ocorrer, 10% dos casos com isolamento de germe nos
lóquios e na placenta.
Transmissão: De humanos para humanos é raro e tem sido descrito após transfusão
sanguínea, transplante de medula e possivelmente via sexual.
Complicações na gravidez:
Tratamento: Uma variedade de drogas pode ser usada com segurança. A ampicilina tem sido
mostrada ser efetiva no tratamento do RN prematuro; sulfametoxazol e rifampicina no
mínimo por 6 semanas é seguro em crianças jovens abaixo de 8 anos de idade e o tratamento
com gentamicina por 5 dias seguindo a rifampicina é efetivo em RN.
Etiologia:
Hepatite A (VHA)
Hepatite B (VHB)
Hepatite C (VHC)
Hepatite D (VHD)
Hepatite E (VHE)
Hepatite G (VHG)
Hepatite B:
HEPATITE B: É responsável pela maior agressão à gestante e ao feto, sendo a única a justificar
rastreamento rotineiro no pré-natal.
Transmissão vertical:
Considerando a prevalência da hepatite B e as coberturas vacinais heterogêneas no Brasil e o
percentual de cronificação no RN infectado pelo VHB, a prevenção, o diagnóstico precoce
durante a gestação e o cuidado com o feto de mães diagnosticadas são prioridades, reduzindo
sobremaneira a transmissão vertical. A triagem da hepatite B obrigatória no pré-natal. Deve-se
levar em consideração que o parto normal e o aleitamento materno não estão
contraindicados, desde que as medidas de profilaxia recomendadas pelo Ministério da Saúde
para o recém-nascido sejam adotadas. A vacina para gestantes, independentemente da faixa
etária, está disponível nas salas de vacina do SUS.
Nos casos de transmissão vertical, o risco de cronificação do recém-nascido é muito maior,
varia de 70 a 90% se a gestante está em fase de replicação viral (HBeAg positivo) a 10 a 40%
nos casos de HBeAg negativo.Cerca de 85 a 95% dos casos de transmissão vertical de hepatite
B aparecem como consequência da exposição do infante durante o parto, contaminado por
sangue ou secreções genitais.
Cerca de 60-80% dos infectados por VHC exibem a infecção crônica definida como a
persistência do VHCRNA por no mínimo 6 meses. A infecção crônica ativa se desenvolve em 60
a 70% dos pacientes com a infecção crônica (definida como RNA detectável no soro e elevação
da alanina aminotransferase (ALT)).
As complicações da infecção crônica incluem a cirrose, que ocorre em 10 a 20% dos pacientes
com VHC crônico após período de 20 a 30 anos e carcinoma hepatocelular, que incide em 1 a
5% dos pacientes crônicos.
Tratamento materno: Para reduzir a carga viral (INTERFERON PEGUILADO e RIBAVARINA) não
é possível, vez que os medicamentos utilizados são contraindicados na gravidez.
REFERÊNCIAS:
Ministério da Saúde:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_tecnico_gestacao_alto_risco.pdf
Livro Rezende – Obstetríca Fundamental
Med Curso
A taxa de transmissão vertical do HIV, sem qualquer intervenção, é de 25,5% (até 35%). Com o
uso de zidovudina (AZT) durante o pré-natal, durante o trabalho de parto e no período
pósnatal, foi possível evitar 70% dos casos de transmissão perinatal e, como também reduz a
ruptura das membranas amnióticas, foi possível ampliar a redução da transmissão vertical.
Hoje, a redução da transmissão vertical pode chegar a níveis entre 0 e 2% por meio de
intervenções preventivas, tais como: uso de antirretrovirais combinados, parto por cirurgia
cesariana eletiva, quimioprofilaxia com AZT na parturiente e no recém-nascido e a não
amamentação. Esquemas com associação de drogas INTR (inibidor nucleosídeo da
transcriptase reversa) / INNTR (inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa) e IP
(inibidores da protease) possuem potente ação terapêutica contra o HIV-1, reduzindo
significativamente a carga viral até mesmo a níveis não detectáveis.
A gestação acelera a evolução da doença nas mães portadoras do vírus e cerca de 20% dos
recém-natos de mães aidéticas não medicadas também carregam o HIV.
O vírus pode ser transmitido durante o ciclo gravidopuerperal para o bebe, tanto pela
passagem uterina, quanto pelo parto e aleitamento. A transmissão vertical é grande devido ao
tropismo do vírus pela placenta.
1. Infecção aguda:
A infecção aguda é definida como o período das primeiras semanas da infecção pelo HIV até o
aparecimento dos anticorpos anti-HIV (soroconversão), que costuma ocorrer em torno da
quarta semana após a infecção. Nessa fase, bilhões de partículas virais são produzidas
diariamente, a viremia plasmática alcança níveis elevados e o indivíduo torna-se altamente
infectante.
A SRA é autolimitada e a maior parte dos sinais e sintomas desaparece em três a quatro
semanas. Linfadenopatia, letargia e astenia podem persistir por vários meses. A presença de
manifestações clínicas mais intensas e prolongadas (superior a 14 dias) pode estar associada à
progressão mais rápida da doença.
À medida que a infecção progride, os sintomas constitucionais (febre baixa, perda ponderal,
sudorese noturna, fadiga), diarreia crônica, cefaleia, alterações neurológicas, infecções
bacterianas (pneumonia, sinusite, bronquite) e lesões orais, como a leucoplasia oral pilosa,
tornam-se mais frequentes, além de herpes-zoster. Nesse período, já é possível encontrar
diminuição na contagem de LT-CD4+, situada entre 200 e 300 células/mm³.
À medida que a infecção progride, os sintomas constitucionais (febre baixa, perda ponderal,
sudorese noturna, fadiga), diarreia crônica, cefaleia, alterações neurológicas, infecções
bacterianas (pneumonia, sinusite, bronquite) e lesões orais, como a leucoplasia oral pilosa,
tornam-se mais frequentes, além de herpes-zoster. Nesse período, já é possível encontrar
diminuição na contagem de LT-CD4+, situada entre 200 e 300 células/mm³.
Diagnostico:
O rastreamento laboratorial pode ser realizado pelos testes do tipo Elisa, que detectam o core
viral específico e os antígenos do envelope viral, produzidos pela gestante poucos meses após
a contaminação.
• As amostras com resultados não reagentes nesse primeiro imunoensaio, serão definidas
como “Amostra negativa para o HIV”. Nesse caso, o diagnóstico da infecção é concluído, não
havendo a necessidade da realização de nenhum teste adicional.
1. Gestante com idade gestacional a partir de 14 semanas sem uso prévio de terapia
antirretroviral:
a) Assintomática, com CD4 >200 células/mm³: iniciar profilaxia com zidovudina (AZT) +
lamivudina (3TC) + nevirapina (NVP) ou nelfinavir (NFV);
b) Assintomática, com CD4 >200 células/mm³ e carga viral < 1.000 cópias/ml: o uso de
monoterapia com zidovudina é permitida, mas nesses casos a cesárea eletiva deverá
ser a vida de parto;
Na impossibilidade de uso de AZT (anemia grave), substituir por estavudiva (dt4),
porém nunca em monoterapia.
Nos casos de diagnóstico muito tardio (≥37 semanas) em mulheres assintomáticas e
com linfócitos totais >1.000 células/mm³ e hemoglobina >13 g/dl, considerar a
possibilidade de administração de AZT isoladamente e a realização de cirurgia
cesariana eletiva, entre a 38ª e a 39ª semana de gestação.
Em mulheres assintomáticas que tiveram o diagnóstico de HIV estabelecido com
idade gestacional ≥28 semanas e sem disponibilidade de realização de contagem de
CD4 e carga viral, iniciar a terapia antirretroviral combinada e, sempre que possível,
coletar o sangue antes de instituir a terapia a fim de possibilitar a avaliação de se
tratar de um caso de profilaxia ou tratamento.
Obs:O AZT injetável deve ser administrado durante o início do trabalho de parto até o
clampeamento do cordão umbilical.
Os ARV devem ser mantidos nos horários habituais, via oral com um pouco de água,
durante o trabalho de parto ou no dia da cesárea programada.
Recomenda-se a manutenção do uso do AZT injetável como profilaxia para todas as
gestantes durante o parto, exceto aquelas que apresentem carga viral indetectável
após 34 semanas de gestação.
Nesse caso não se associa a nevirapina, mesmo quando indicada, pois esta só se encontra disponível
em apresentação oral.
Epidemiologia:
Brasil: cerca de 50 mil gestantes tem o diagnóstico de sífilis;
Prevalência de 1,6%, resultando em aproximadamente 12 mil nascidos vivos com sífilis
congênita;
Taxa de transmissão vertical é de 25%, embora sejam notificados apenas 4 mil novos
casos ao ano.
3. Sífilis Tardia:
Os sinais e sintomas surgem em um período variável após 3 a 12 anos, ou mais, do
contágio. As lesões nos órgãos afetados são pobres em treponemas. Suas
manifestações clínicas mais comuns são: lesões cutâneo-mucosas, que se apresentam
como tubérculos ou gomas; apresentação neurológica tal como o tabes dorsalis e
demência; doença cardiovascular sob a forma de aneurisma aórtico;
comprometimento articular (artropatia de Charcot).
Para o diagnóstico, devem-se considerar as seguintes lesões:
o Cutâneas: gomosas e nodulares, de caráter destrutivo;
o Ósseas: periostite, osteíte gomosa ou esclerosante, artrites, sinovites e
nódulos justaarticulares;
o Cardiovasculares: aortite sifilítica, aneurisma e estenose de coronárias;
o Neurológicas: meningite aguda, goma do cérebro ou da medula, atrofia do
nervo óptico, lesão do sétimo par craniano, paralisia geral, tabes dorsalis
(lesão das raízes dorsais, especialmente da divisão medial destas, que contém
as fibras formadoras dos fascículos grácil e cuneiforme, que são destruídos,
como conseqüência têm-se a perda da propiocepção consciente [perda do
sentido de posição e de movimento], perda do tato epicrítico [perda da
discriminação tátil] e perda da sensibilidade vibratória e da esterognosia) e
demência.
• Teste Rápido para Sífilis (TRS): são exames treponêmicos bastante práticos e de fácil
execução, podendo ser utilizada amostra de sangue total colhida por punção digital ou
venosa e obtenção de resultado em período de 10 a 15 minutos, sem o uso de
equipamentos.
SÍFILIS NA GESTAÇÃO:
O quadro clínico, o manejo diagnóstico e terapêutico da sífilis na gestação não diferem do
período não gestacional, porém há possibilidade de falhas terapêuticas em cerca de 14% das
vezes. Isto pode estar particularmente relacionado à hemodiluição gestacional, à presença de
co-infecções, como o HIV ou a esquemas terapêuticos inadequados, entre outros.
Em gestantes não tratadas ou tratadas inadequadamente, a sífilis pode ser transmitida
para o feto (transmissão vertical), mais frequentemente intraútero (com taxa de transmissão
de até 80%), apesar de também poder ocorrer na passagem do feto pelo canal do parto. A
probabilidade da infecção fetal é influenciada pelo estágio da sífilis na mãe e pela duração da
exposição fetal. Dessa forma, a transmissão é maior quando a mulher apresenta sífilis primária
ou secundária durante a gestação. Pode apresentar consequências severas, como
abortamento, parto pré-termo, manifestações congênitas precoces ou tardias e/ou morte do
RN.
Sífilis Congênita Precoce: A síndrome clínica da sífilis congênita precoce surge até o 2o ano
de vida e deve ser diagnosticada por meio de uma avaliação epidemiológica criteriosa da
situação materna e de avaliações clínica, laboratorial e de estudos de imagem na criança.
Entretanto, o diagnóstico na criança representa um processo complexo. Como discutido
Sífilis Congênita Tardia A síndrome clínica da sífilis congênita tardia surge após o 2o ano
de vida. Da mesma forma que a sífilis congênita precoce, o diagnóstico deve ser estabelecido
por meio da associação de critérios epidemiológicos, clínicos e laboratoriais. Além disso, deve-
se estar atento na investigação para a possibilidade de a criança ter sido exposta ao T.
pallidum por meio de exposição sexual. As principais características dessa síndrome incluem:
tíbia em “Lâmina de Sabre”, articulações de Clutton, fronte “olímpica”, nariz “em sela”, dentes
incisivos medianos superiores deformados (dentes de Hutchinson), molares em “amora”,
rágades periorais, mandíbula curta, arco palatino elevado, ceratite intersticial, surdez
neurológica e dificuldade no aprendizado.
Outras situações:
Óbito fetal (natimorto) por sífilis: Define-se natimorto por sífilis todo feto morto, após 22
semanas de gestação ou com peso igual ou maior a 500 gramas, cuja mãe portadora de
sífilis não foi tratada ou foi inadequadamente tratada.
Aborto por sífilis: Define-se aborto por sífilis toda perda gestacional, ocorrida antes de 22
semanas de gestação, ou com peso menor a 500 gramas, cuja mãe é portadora de sífilis e
não foi tratada ou foi inadequadamente tratada.
Neurosífilis:
Penicilina cristalina, 18-24 milhões UI/dia, IV, administrada em doses de 3-4
milhõesUI, a cada 4 horas ou por infusão contínua, por 14 dias
Alternativa: Cefriaxone 2g, IV ou IM, 1vx ao dia, por 10 a 14 anos.
OBS1: A elevação de títulos do VDRL em quatro ou mais vezes (exemplo: de 1:2 para 1:8) em
relação ao último exame realizado, justifica um novo tratamento. Deve-se verificar se o
tratamento do parceiro foi realizado. A condição de parceiros não tratados caracteriza
tratamento materno inadequado e, por conseguinte, a criança será considerada caso de sífilis
congênita.
OBS2: Gestantes na fase secundária da doença devem receber a primeira dose do tratamento,
idealmente, em ambiente hospitalar devido a possibilidade de desenvolvimento da Reação de
Jarish-Herxheimer 3 e risco potencial de abortamento.
OBS3: Gestantes ou nutrizes comprovadamente alérgicas à penicilina, após teste de
sensibilidade adequadamente realizado, devem ser dessensibilizadas e
posteriormentetratadas com penicilina, em ambiente hospitalar. Na impossibilidade, deverão
ser tratadas com eritromicina (estearato) 500 mg, por via oral, de seis em seis horas durante
15 dias, para a sífilis recente, ou durante 30 dias, para a sífilis tardia. Essa gestante, não será
considerada adequadamente tratada para fins de transmissão fetal, sendo obrigatória a
investigação e o tratamento adequado da criança logo após seu nascimento.
Quanto mais tardiamente na gestação ocorrer a infecção materna, maior será a probabilidade
de infecção no feto, variando de 9% no primeiro trimestre de gravidez a até 60% no último
trimestre. A gravidade do acometimento fetal, no entanto, comporta-se inversamente: é
maior quando o feto é infectado precocemente
Quadro Clínico: 10 a 20% apresentam sintomas inespecíficos - rash cutâneo, febre, mialgia e
adenomegalia.
abortamento
catarata/ corioretinite
calcificações intracranianas difusas
microcefalia/macrocefalia
surdez
hepatoesplenomegalia
perturbações neurológicas
Essa característica clínica respalda a decisão de se realizar triagem sorológica para detectar os
casos com infecção recente em todas as gestantes sem confirmação prévia de infecção.
Esta triagem deve ser realizada por meio da detecção de anticorpos para Toxoplasmose, da
classe IgG e IgM, solicitada o mais precocemente possível no pré-natal (antes de 16 semanas
de idade gestacional). A ausência de IgM e IgG identifica as mulheres nunca infectadas pelo
Toxoplasma gondii e portanto, sob risco de vir adquirir a doença ao longo da gestação. Estas
devem ser efetivamente orientadas sobre as medidas de prevenção da infecção e repetir a
sorologia no 2º e no 3º trimestres de gestação para a identificação de eventual soro
conversão, e portanto, de infecção recente. A presença isolada de IgG aponta as mulheres que
tiveram a infecção no passado e que, por estarem imunes, não precisam repetir a sorologia ao
longo da gravidez. A presença de IgM sugere a existência de doença recente, mas não a
confirma, pois estes anticorpos podem ser detectados por mais de um ano pós infecção. Por
este motivo, quando o resultado da sorologia apresenta IgM E IgG reagentes, deve-se
proceder teste de avidez de IgG, idealmente na mesma amostra, para que não haja perda de
tempo.
Reagente Reagente Gestante pode ter infecção recente - Confirmar com teste de
avidez de IgG
Não reagente Reagente Gestante pode estar em soroconversão com infecção recente ou
toxoplasmose aguda Tratar
Como cada comprimido contém 500mg ou 1.500.000 UI, a prescrição será de 2 comprimidos
via oral de 8/8h diminui transmissão placentária
A gravidez ectópica não deve ser confundida com as gestações heterotópicas (evento muito
raro), onde existe a presença concomitante de gestação intrauterina e gestação ectópica.
A gravidez ectópica primária é aquela em que a nidação se faz e prossegue em um único sítio
do aparelhos genital, enquanto na secundária o ovo se desprende do local de implantação e
desenvolve-se em outro sítio.
COMPLICAÇÕES:
Abortamento (15-20%)
FATORES DE RISCO
T = tabagismo
P = (gravidez) previa tubária (quem já teve gravidez tubária tem maior chance de ter
uma próxima, porque provavelmente ela foi submetida por um processo inflamatório
que a predispõe, o que aumentou o risco de uma nova gravidez ectópica)
1. Tuba uterina
2. Ovário
3. Abdômen
4. Cervical
5. Em cicatriz cesariana
Qual delas é mais comum? Tubaria (gravidez na trompa) geralmente em duas regiões: istmo e
ampola 95-99% estão nessa topografia.
1) GRAVIDEZ TUBÁRIA:
O ovo fertilizado pode se alocar em qualquer posição da tuba uterina, originando às gestações
tubárias ampular (80%), ístmica (20%) e intersticial (2 a 3%); e na extremidade fimbrial
(poucas vezes, em cerca de 11%)
Existem alguns sinais que mostram que provavelmente essa paciente já teve uma
gravidez tubaria rota:
1- Clínica:
dor, irritação abdominal; e lembrar que o colo está fechado.
Paciente com atraso menstrual (por uso de anticoncepcional de maneira
irregular - podendo vir relatando sangramento escasso - as vezes nos
abortamentos tubários vemos isso).
Massa anexial e instabilidades hemodinâmicas.
2) PRENHEZ OVARIANA:
Representam de 0,5 a 3% das gestações ectópicas.
A implantação pode ser superficial ou profunda e a origem primária é rara, sendo
principalmente por ruptura com reabsorção ovular (evolução mais frequente), e
ruptura evoluindo para um tipo secundário – o abdominal.
Na maior parte dos casos ocorre rotura precoce do órgão e conseqüente
hemorragia não grave. Pode também o ovo permanecer in situ, envolvido por um
coágulo sanguíneo (mola ovárica) ou ainda pode ocorrer a reabsorção total do
mesmo.
A continuação da gravidez até a viabilidade fetal é fato extremamente raro.
Para se caracterizar uma gravidez como ovariana, é necessário que quatro
critérios sejam observados:
Critérios de Spiegelberg:
4) PRENHEZ CERVICAL :
Corresponde a 0,5% dos casos.
É a implantação do ovo no canal cervical
É um tipo de gravidez herotópica, apresentando quadro clinico e tratamento
semelhante a gravidez ectópica.
O endocérvice é consumido pelo trofoblasto e a gravidez se desenvolve na parece
fibrosa do canal cervical. Quanto mais alta e, portanto, mais perto do istmo, for a
implantação, maiores são as chances do embrião se desenvolver e causar
hemorragia.
Geralmente provoca sangramento vaginal indolor e alargamento ou distensão do
colo e coloração hiperemiada ou cianótica.
Raramente a gravidez ultrapassa 20 semanas, pois quase sempre necessita de
intervenção cirúrgica devido ao sangramento.
Critérios diagnósticos para prenhez cervical::
I. Glândulas cervicais devem estar presentes no lado materno da placenta;
II. Placenta deve estar ligada intimamente à cérvice;
III. Não existência de elementos fetais no corpo uterino;
IV. Placenta deve estar localizada abaixo da entrada dos vasos uterinos ou
abaixo da reflexão peritoneal na superfície antero-posterior do útero.
O tratamento é baseado na terapia medicamentosa com metotrexato; se houver
falha, está indicada histerectomia.
5) PRENHEZ ABDOMINAL:
Responde por 1,4% dos casos.
Morte de risco materno 7,7 vezes superior ao da gravidez tubaria, e 90 vezes maior do
que a gestação uterina.
Mortalidade perinatal: 80 a 90%
Pré-eclampsia ocorre em 1/3 das gestações
A gravidez pode ser primária, mas é frequentemente secundária à implantação inicial
do embrião na trompa seguida de abortamento ou ruptura para a cavidade abdominal.
E poucas sobrevivem e evoluem até o 2° trimestre.
A gestação pode evoluir até o termo, mesmo devido as más condições de irrigação
sanguínea.
Complicações: se associam a elevados riscos de hemorragias maternas, infecções,
obstrução intestinal, de vias urinárias, etc.
Quando eu sei que tenho gravidez ectópica? bHCG alto, e US sem nada no útero.
A DTG ocorre em cerca de 1 para cada 10.000 gestações e engloba o grupo de lesões
caracterizadas pela proliferação anormal de trofoblasto - tendo aspectos degenerativos
(hidropisia do estroma) e proliferativos (hiperplasia/anaplasia).
EMBRIOLOGIA:
FATORES DE RISCO:
FATORES DE PROTEÇÃO:
TIPOS:
1) MOLA HIDATIFORME
Epidemiologia: Maior incidência na população de baixa renda e nas mulheres nos extremos da
vida reprodutiva (principalmente acima dos 40 anos).
Patologia:
Manifestações Clínicas:
Útero amolecido, em geral indolor e maior do que o esperado para a idade gestacional
“Útero em sanfona”: aumento do volume uterino, com posterior eliminação do
material intrauterino, e novo crescimento, com grande acúmulo de coágulos.
Náuseas e vômitos intensos (pelo alto nível de hCG)
Sangramento vaginal: é do tipo intermitente, com aumento de volume de forma
gradual.
Tipos:
MOLA HIDATIFORME
Mola completa Mola parcial:
Macroscopia: Macroscopia: Feto, cordão e membrana amniótica
Caracterizada por eliminação de grandes vesículas; e frequentemente presentes.
com feto, cordão e membranas sempre ausentes. Apresentam degeneração limitada da placenta que
Decorre da degeneração hidrópica de todas as exibe vilosidades anormais e distendidas,
vilosidades coriais, devido à perda da vascularização hidrópicas. Não deixa de ser documentada a
vilosa presença de vilosidades normais.
As vilosidades de primeiro trimestre medem entre 1 e Existe feto, cuja presença é caracterizada pelos
88 mm de diâmetro e aquelas de segundo trimestre, ruídos cardíacos e certificada pela ultrassonografia.
entre 1,5 e 20 mm
Histopatologia. As vilosidades hidrópicas exibem
Histopatologia: hiperplasia moderada, sem anaplasia celular. São,
O trofoblasto - sincício e o citotrofoblasto – tem sistematicamente, evidenciadas vilosidades normais
hiperplasia com anaplasia celular nas quais, quando preservadas, está consignada a
presença de vasos. Não faltam, de hábito, também,
Citogenética: a mola completa sempre é diplóide,e fragmentos de membranas.
todos os cromossomos são de origem paterna (origem
androgenética) Citogenética.
O cariótipo é mais frequentemente triplóide (69XXY,
a) Homozigótica: cariótipo 46XX – 69XXX, 69XYY),
Visto que a fertilização por espermatozoide Com 1 genoma materno e 2 genomas
contendo Y resultaria em célula YY, não vital. As paternos (dispermia – componente paterno
poucas molas completas de composição masculina extra)
XY, cerca de 5 a 10%, são produtos da fertilização Com 2 genomas maternos e 1 paterno
de "óvulo vazio" por dois espermatozoides (duplicação – componente materno extra)
contendo cromossomo X e Y, respectivamente 10% apresentam cariótipo tetraplóide
Diagnóstico: USG
Os vilos se apresentam com um padrão característico
de “tempestade de neve” ou “flocos de neve”, o que
pode ser diagnosticado em idades gestacionais
precoces. Diagnóstico diferencial com o aborto com
vilos hidrópicos.
O diagnóstico laboratorial se dá pela dosagem do beta-
hCG, onde níveis superiores a 200.000 mUI/ml sugerem
Mola Completa. Em um gestação normal atingem um
pico em torno da 10ª semana em cerca de 100.000
mUI/ml , na DTG (mola completa) pode chegar a
400.000 mUI/ml.
Diagnóstico:
Conduta:
Tratamento de eleição:
Para pacientes nas quais há suspeita de gestação molar, antes do esvaziamento, os seguintes
exames são recomendados: Hemograma completo; Grupo sanguíneo; fator Rh; determinação
do nível de hCG; Raio-X de tórax
O HCG deve cair progressivamente até negativar, o que ocorre entre 8 e 10 semanas após
esvaziamento.
OBS: Determinação quantitativa de hCG no soro materno deve ser realizada até 48 horas após
o esvaziamento molar; e após três dosagens consecutivas normais, dosa-se o hormônio
mensalmente até completar 6 meses, quando as pacientes são liberadas para engravidar.
Resumo:
1. Obter dosagens semanais do hCG-beta após o esvaziamento da mola. 2. Quando o nível de hCG-beta for
negativo por 3 semanas consecutivas, dosá-lo mensalmente por 6 meses. 3. Evitar a gravidez com anticoncepci
onais orais durante o seguimento. 4. Descontinuar o seguimento após 6 meses consecutivos de negativação do
hCG-beta. A gravidez pode ser permitida agora. 5. Utilizar a quimioterapia se o nível de hCG-beta estacionar por
3 semanas consecutivas, aumentar ou aparecerem metástases.
Estadiamento:
SISTEMA ABO
Mais comum
Para existir essa incopatibilidade a mãe tem que ser O ( aglutininas Anti-A e Anti-B) e o
feto ter sangue A,B ou AB.
Sintomas são brandos ( 2% dos fetos apresentam evidências clínicas de hemólise, que
é em geral, branda, com icterícia de início precoce – menos de 24horas pós-parto. Isso
ocorre porque a placenta é capaz de retirar a bilirrubina sérica fetal transportando-a
para a mãe, a qual elimina adequadamente durante a gestação.)
Não necessita de um contato prévio, ou seja, PODE OCORRER NA PRIMEIRA GESTAÇÃO
( Os antígenos A, B, O, além de presentes nas hemácias, encontram-se nas outras
células sanguíneas e nas de todos os tecidos do organismo, exceto cérebro. Dessa
forma, e diferente do sistema Rh, não existe a necessidade de exposição prévia da
mãe ao sangue A,B,AB para o desenvolvimento de anticorpos (anti-A ou anti-B), estes
já são encontrados naturalmente no organismo materno, provável consequência de
exposição à bactérias,que possuem esses antígenos, no decorrer da vida.)
Sintomas aparecem após o nascimento
A incompatibilidade ABO protege o feto PARCIALMENTE da incompatibilidade Rh,
uma vez que hemácias ABO incompatíveis são rapidamente destruídas quando
atingem a circulação materna,antes de estimular a resposta imune materna a formar
AC anti-Rh. O risco de isoimunização anti-D é e 1,5% em gestante com
incompatibilidade ABO e de 16% na ausência de incompatibilidade.
Não tem profilaxia
Ele é determinado por dois pares de genes ( RhD e RhCE ) localizados no braço curto do
cromossomo 1.
Alguns indivíduos apresentam o que se chama de variante Du, que é na realidade uma
expressão fenotípica fraca do antígeno D. Desta forma, quando a mãe fosse determinada Rh
negativa, o ideal seria identificar também se ela possui o fator Du. Se seu sangue for Du
positivo, a gestante possui o antígeno D (comportando-se com Rh positiva) e não
desenvolverá anticorpo anti-D (e também não precisará de imunoglobulinas para a
prevenção da DHPN).
FISIOPATOLOGIA
Porque para apresentar um antígeno que não está presente no organismo materno, o
feto tem que ter herdado tal antígeno do pai.
2. Aloimunização materna
Forma-se anticorpos do tipo IgM– RESPOSTA PRIMÁRIA. Porém como IgM tem alto peso
molecular, ela não atravessa a barreira placentária, portanto não é capaz de levar à danos
fetais.
OBS: Em exposições subsequentes, o processo tende a ser ainda mais acentuado, isto é a
cada nova gestação o acometimento fetal tende a ser mais grave que na gestação anterior.
RESUMINDO:
Na primeira consulta pede-se, entre outros exames do pré natal, exame para verificar sistema
ABO e Rh. Se o exame mostrar uma mãe Rh negativo, para ter incompatibilidade sanguínea
maternofetal o pai obrigatoriamente deverá ser Rh positivo, sendo assim, teremos um feto Rh
positivo.
Se Coombs indireto POSITIVO = Se a titulação menor ou igual 1:8, o exame deve ser
repetido MENSALMENTE até o parto. (Estes resultados são mais comumente
associados a fetos não acometidos e portanto, dispensam os testes não invasivos).
RESUMINDO:
Antenatal (28semanas)
72hrs pós-parto
-Ultrassonografia: Também não apresenta valor no seguimento da doença, uma vez que só
será capaz de detectar alterações tardias e de gravidade acentuada. É bastante útil como
ferramenta auxiliar aos procedimentos invasivos,guiando a amniocentese e a cordocentese.
2. Curva de Mari modificada : Se valores da Vmax do pico sistólico da ACM entre 1,29 e
1,5 = anemia leve (Zona A) ; Se valores acima de 1,5 = anemia moderada a grave (Zona
B).
OBS: Esse exame deve ser evitado antes da 27 semanas, devido a inexistência de
parâmetros definidos na curva de Liley. Antes da 26 semanas – Dopplerfluxometria.
2. Cordocentese
PADRÃO OURO
Permite dosagem de Hb e Ht
Permite confirmação da tipagem sanguínea fetal
Permite quantificar AC eritrocitários na circulação fetal (Coombs direto)
Permite realização de terapêutica instrauterina através de transfusão
sanguínea.
Indicações: Hidropsia fetal, Dopplerfluxometria com velocidade aumentada,
Espectofotometria na zona 3 ou progressão das medidas.
SE FETO ACOMETIDO > 34 SEMANAS => PARTO (PODE TENTAR PVE EM FETOS
LEVEMENTE ACOMETIDOS, SENDO A CESARIANA A VIA DE ESCOLHA) E TRATAR O RN
COM FOTOTERAPIA OU EXANGUINEOTRANSFUSÃO.
PREVENÇÃO
METABOLISMO DA BILIRRUBINA:
Classificação da Icterícia:
Tecnica para avaliar: fototerapia – Baseia-se no fato que quando a bilirrubina absorve a luz
ocorrem 3 reações fotoquímicas: fotoisomerização, isomerização estrutural e fotoxidação,
levando a um aumento da excreção.; convertendo bilirrubina em isômeros podendo ser
secretada pelo fígado ou rim.
Em RNs pré-termo:
Indicações: falha da fototerapia em impedir aumento da bilirrubina até níveis tóxicos: para
interromper hemólise e remover anticorpos e eritrócitos sensibilizados; RN prematuro
4,5mg/dl ou Hb < 11 g/dl; aumento de BI mg/dl/h apesar da fototerapia; nível de Hb entre 11 e
13g/dl a BI > 0,5mg/dl/h apesar da fototerapia; BI > 20mg/dl.
O kernicterus (do alemão kern ou núcleos + ikteros, icterícia) é uma condição resultante da toxicidade
da bilirrubina às células dos gânglios da base e diversos núcleos do tronco cerebral (kernicterus é um
diagnóstico patológico que se caracteriza pela impregnação da bilirrubina nos núcleos do tronco
cerebral e refere-se à coloração amarelada destas áreas nucleares). Na prática clínica, a palavra
kernicterus é usada intercambiavelmente com o termo encefalopatia bilirrubínica (esta se refere às
manifestações agudas da toxicidade da bilirrubina nas primeiras semanas de vida, enquanto kernicterus
refere-se às seqüelas clínicas permanentes da toxicidade bilirrubínica).
A bilirrubina livre é tóxica às sinapses e lesa os neurônios e as organelas celulares. A necrose neuronal
precoce é seguida por perda celular, gliose e desmielinização nas áreas afetadas. A bilirrubina causa
lesão neuronal em áreas específicas do cérebro com a mais alta utilização de oxigênio, principalmente o
globo pálido, certos núcleos talâmicos, núcleos subtalâmicos, substância negra, hipocampo, hipotálamo,
núcleos do VIII par craniano. No kernicterus as lesões são mais freqüentes no globo pálido
(especialmente na borda posteromedial) e núcleos subtalâmicos.
Clínica:
Na fase crônica os sobreviventes podem desenvolver uma forma severa de paralisia cerebral atetóide,
perda da audição, displasia dentária, paralisia do olhar fixo para cima e deficiências no aprendizado,
memória e comportamento adaptativo, conseqüência do comprometimento do hipocampo
Exceção: Mola Trofoblastica Gestacional (MTG) – o DHEG pode acontecer antes da 20ª semana
de gestação
Hipertensão:
PA >140x 90 mmHg (após duas medidas)
- Pressão sistólica: definida no primeiro ruído (aparecimento do som)
-Pressão diastólica: definida no quinto ruído de Korotkoff (desaparecimento do
som)
*Como avaliar a PA - Com as pacientes em repouso e sentadas em ângulo de 45º, a PA deve ser
aferida sempre no mesmo braço, com manguito apropriado à circunferência braquial e na
altura do coração. Considerar como PA diastólica a fase V de Korotkoff .
EPIDEMIOLOGIA:
(Ministério da Saúde)
Tratamento em função da 2ª onda: AAS – porque o AAS inibe a COX-2 (Ciclo-oxigenase) que
produz PGF2 (????), PC (vasodilatação), TXA2 (atrai plaquetas e fatores coagulantes), LT (atrai
leucocitos). Evitar coágulos, evitando tromboses tbm.
2. Teoria da má adaptação
É baseada numa resposta imune materna deficiente a antígenos paternos que parece ser
regulada pelo sistema HLA. Quando há uma atuação deficiente deste sistema, há uma
adaptação inadequada ao tecido placentário. O resultado é aborto ou hipertensão na
gestação.
Tratamento: AAS e Enoxaparina (ação mais rápida, maior biodisponibilidade, se liga menos a
proteína plasmática..)
Cita a hipoxemia placentária como a responsável pela geração de radicais livres derivados de
oxigênio que ganham a circulação e levam a danos endoteliais. A mobilização de ácidos graxos
das reservas adiposas (consequência do catabolismo durante a gestação) diminui a eficácia da
albumina plasmática como protetora dos tecidos contra agressão dos radicais livres.
Na gestação mais aceita em nosso meio é a adotada pelo Grupo de Estudo da Hipertensão
Arterial na Gravidez do Programa Nacional de Hipertensão Arterial (EUA) e pela Federação
Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia - FEBRASGO (BR). Além de utilizada como uma base de
acesso à grávida hipertensa, também guia o planejamento de seus cuidados:
Nas três primeiras, ainda há uma subdivisão - em leve a moderada (140-159/90-109 mmHg) e
grave (igual ou superior a 160/110 mmHg) - segundo a intensidade de sintomas e níveis
pressóricos. (Ministério da Saúde)
OBS: A hipertensão arterial diagnosticada pela primeira vez durante a gestação, a partir da 20ª
semana de gravidez, e que se mantém além da 12ª semana após o parto, também é
classificada como hipertensão arterial crônica.
Também é considerada HC aquela diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez e que
não normaliza no pós parto.
A grande maioria das pacientes com hipertensão crônica na gravidez apresenta discreta ou
moderada elevação da pressão arterial e, portanto, os riscos de complicações vasculares
durante a gravidez são pequenos. A maioria das hipertensas de baixo risco não necessita de
medicação anti-hipertensiva ou tem sua medicação reduzida durante a primeira metade da
gestação devido à redução fisiológica da PA neste período pela vasodilatação fisiológica da
gravidez; sendo cuidadosamente acompanhadas. O tratamento deve ser iniciado quando
ocorrer aumento pressórico que possa provocar complicações maternas, como AVC,
insuficiência cárdica ou insuficiência renal.
Na gestação, como a duração do tratamento é por período menor, é preferível manter níveis
de PA um pouco acima dos preconizados para uma adequada proteção materna a longo prazo
e garantir o bem-estar fetal, evitando hipotensão e hipoperfusão placentária.
O objetivo do tratamento é manter a PAS entre 140-150 mmHg e a PAD entre 90-100 mmHg.
Entretanto, aquelas pacientes que apresentam lesão de órgão-alvo (insuficiência renal,
diabetes com comprometimento vascular, disfunção ventricular esquerda) e níveis pressóricos
nem tão elevados, podem ter um agravamento dos órgãos afetados durante a gestação.
Devem ser orientadas antes da concepção sobre a possibilidade de que haja insuficiência
cardíaca, piora da função renal (necessitando de diálise) e até evolução para óbito durante a
gestação. Nessas pacientes, o controle pressórico deve ser mais rigoroso, sendo recomendada
manutenção da PAS em 140 mmHg e da PAD em 90 mmHg. Na maioria das vezes, necessitam
de acompanhamento multidisciplinar, além de unidades especializadas e atendimento
terciário por ocasião do parto.
A associação de drogas é necessária em casos mais graves e deve se ter o cuidado de optar por
anti-hipertensivos que tenham mecanismos de ação diferentes.
1) Pacientes com HA leve e sem comprometimento de órgão alvo geralmente não necessitam de medicação anti-
hipertensiva na primeira metade da gestação.
2) O uso de anti-hipertensivos está recomendado quando a PAS estiver > 150 mmHg e a PAD em 90-100 mmHg.
3) A escolha do anti-hipertensivo é individualizada.
4) São contraindicados para uso em qualquer período da gestação os inibidores da ECA e os antagonistas dos receptores
da angiotensina.
5) Pacientes com HA e comprometimento de órgão-alvo necessitam de controle mais rigoroso da PA (mantendo em
140/90 mmHg) e apresentam maior risco de complicações maternas e fetais.
6) Como é alta a incidência de PE sobreposta (25%-50%), as pacientes devem ser adequadamente monitoradas a partir
das 20 semanas de IG para a detecção precoce desta complicação.
7) Ainda não existe um marcador validado que seja específico e preditivo de PE.
8) Hipertensas crônicas não têm redução de PE sobreposta com o uso de aspirina em baixas doses.
Os achados clínicos podem se manifestar tanto como uma síndrome materna (hipertensão,
proteinúria e/ou sintomas variados) quanto como uma síndrome fetal (CIUR), ou ainda
ambos.
Ela ocorre em 5% a 8% das gestações e é a principal causa de morte materna e perinatal nos
países em desenvolvimento, sendo que os resultados gestacionais dependem dos seguintes
fatores:
A pré-eclâmpsia pode progredir para eclâmpsia (convulsão) ou para uma forma intermediária,
chamada iminência de eclâmpsia, que é caracterizada por cefaléia intensa, distúrbio visual,
hiper-reflexia, dor epigástrica e hemoconcentração. Algumas vezes, entretanto, as convulsões
eclâmpticas ocorrem subitamente, sem aviso, em paciente aparentemente assintomática ou
com discreta elevação da pressão arterial. Por isso, a pré-eclâmpsia – independentemente da
gravidade aparente – representa sempre um risco potencial para a mãe e o feto. Uma variante
da pré-eclâmpsia, denominada síndrome HELLP, constitui uma emergência que, na maioria
das vezes, requer a interrupção da gravidez.
Pode ser classificada em leve (PA < 5 g/24 horas) e grave (PA > ou =160/110 mmHg;
proteinúria > ou = 5 g/24 horas; plaquetas < 100.000/mm3; enzimas hepáticas elevadas).
Desfechos mais graves ocorrem em pacientes que desenvolveram o quadro antes de 35
semanas de gestação ou naquelas com pré-eclâmpsia em gestação anterior ou com doença
vascular pré-existente.
ETIOLOGIA:
A pré-eclâmpsia não tem etiologia bem definida; a inadequada invasão da junção materno-
fetal por trofoblastos tem sido postulada como causa, aventa-se que haja uma reação
inflamatória materna exagerada induzida por este processo, o que diminuiria a perfusão e
resultaria em disfunção endotelial, desequilíbrio de fatores vasodilatadores e vasopressores
e hipertensão. Há grande aumento na resistência vascular periférica e hiper-reatividade a
vasoconstritores, negando a vasodilatação e refratariedade vascular próprias da gravidez
normal.
O caráter sistêmico da pré-eclâmpsia pode ser causado por extensa disfunção endotelial,
vasoespasmo e ativação variável dos mecanismos de coagulação. Efetivamente, existem
evidências bioquímicas e morfológicas de que a pré-eclâmpsia é precedida e/ou acompanhada
por lesão endotelial. O endotélio vascular elabora uma miríade de moléculas vasoativas, que
contribuem criticamente para a regulação do tônus, permeabilidade e coagulação vasculares, e
cujas ações ou concentrações tendem a se alterar em direções opostas durante a gravidez
normal ou pré-eclâmpsia. Há também evidências de que fatores imunológicos relacionados a
antígenos do esperma paterno são importantes na gênese da pré-eclâmpsia. Embora
primigrávidas jovens apresentem maiores riscos, multigrávidas com um novo parceiro têm alta
incidência de pré-eclâmpsia.
A lesão renal da pré-eclâmpsia pode ser responsável pela aumentada excreção protéica bem
como pela diminuição na filtração glomerular e no clearance de ácido úrico, o último causando
hiperuricemia. Desde que o ritmo de filtração glomerular e o clearance de ácido úrico
aumentam normalmente durante a gravidez, níveis séricos de creatinina e ácido úrico
superiores a 0,9 e 5 mg/dl, respectivamente, são considerados anormais em mulheres grávidas
e requerem avaliação complementar. A excreção renal de sódio diminui na pré-eclâmpsia,
A) PE leve
Assintomatica (raramente)
PA > 140/90 mmHg após 20 semanas de IG em paciente normotensa antes da gestação;
Aumento de 30mmHg na pressão sistólica, e 15 mmHg na pressão diastólica, verificada em pelo
menos 2 momentos.
Proteinúria de 1+ em fita (duas amostras de urina com 4-6 horas de intervalo que se correlaciona
a 30mg/dl em amostra de urina, quando excluída presença de infecção urinária), mas confirmada
com > 0,3 g em urina de 24 horas;
Sintomas cerebrais (cefaleia, tonturas, visão borrada, escotomas), ou digestivos (dor epigástrica
ou no quadrante superior D, náuseas ou vômitos), ou trombocitopenia e alteração de enzimas
hepáticas, mesmo na ausência de proteinúria.
B) PE grave
Diagnóstico clínico:
Grupo de risco: mulheres brancas e multíparas
Queixas:
- Mal-estar geral, náuseas e vômitos, dor epigástrica e/ou quadrante superior
direito, cefaléia persistente
-Icterícia sub-clínica
- Hipertensão grave
Persistência do quadro : alterações de comportamento; sangramento gengival;
hematúria e/ou oligúria; icterícia franca; distúrbios visuais; hemorragia vítrea;
hipoglicemia, hiponatremia; diabetes insípido nefrogênico; eclampsia.
CONDUTA:
PE LEVE: PE GRAVE:
• Condutas gerais: Seguir protocolo para a pré-eclampsia leve, e
– Repouso compulsório com restrição de acrescentar:
exercícios físicos exagerados; • Internação obrigatória;
– Evitar ganho excessivo de peso materno; • Monitorização laboratorial (semelhante a
– Proibir álcool e tabagismo; da pré-eclampsia leve) materna a cada 48
– Consultas quinzenais com avaliação horas;
- Dieta normossódica • Corrigir a emergência hipertensiva;
• Laboratorial: • Monitorização fetal diária;
– Série vermelha, plaquetometria e pesquisa • Corticoterapia antenatal entre 24 e 34
de esquizócitos do hemograma; semanas de gravidez:
– Uréia e creatinina; – Betametasona (12mg/dia por dois
– Ácido úrico; dias – dose total de 24mg)
TRATAMENTO:
Na revisão de Papatsonis e colaboradores, nifedipino foi considerado mais eficaz e seguro do que
hidralazina, sem efeitos adversos sobre o feto. Outra vantagem considerada foi a facilidade da via oral.
Contudo, os autores sugerem cautela na associação de nifedipino com sulfato de magnésio, pois
hipotensão, morte materna e bloqueio neuromuscular têm sido relatados com aquela associação. O uso
sublingual de nifedipino de curta ação está associado a excessivas quedas de pressão sangüínea
materna.
Redução excessiva da pressão arterial deve ser evitada, para não comprometer o fluxo sanguíneo útero-
placentário e, assim, predispor a complicações, tais como o descolamento prematuro da placenta.
(Ministério da Saúde)
ECLÂMPSIA
É o surgimento na gestante de convulsões tônico-clônicas generalizadas ou coma com PE ou
HG (excluindo convulsões causadas por epilepsia ou por qualquer outra doença convulsiva).
Podem ocorrer na gravidez, no parto e no puerperio imediato.
OBS: a iminência de eclampsia é aquela doença que esta próxima a acontecer, diferente de eclampsia –
nesses casos, apresentam cefaléia, epigastralgia e alterações visuais; pode haver também reflexos
patelares exaltados c/ aumento da área reflexógena, confusão mental. Importante que o tratamento
será o mesmo realizado para eclampsia.
Maternas:
1) Prematuridade (15-67%);
2) Restrição de crescimento fetal (10-25%);
3) Hipóxia com lesão neurológica (< 1%);
4) Morte perinatal (1-2%);
5) Morbidade cardiovascular a longo prazo associada ao baixo peso ao nascer (P < 2.500
g).
CONDUTA:
• Em todos os esquemas
– manter diurese acima de 25ml/hora
– reflexos patelares presentes
– freqüência respiratória correta
• Manter o esquema por 24 horas após a resolução do parto ou a última convulsão
• Sinais de toxicidade
– administrar 10ml de gluconato de cálcio a 10% (1grama) lentamente na veia.
• Avaliação Global da paciente (reavaliar PA)
• Administrar anti-hipertensivo de ação rápida; e corrigir disturbios funcionais
- EV: Hidralazina (se PA alta)
• Manter paciente em decúbito lateral;
• Aguardar recuperação do sensório – tomografia cerebral quando a paciente apresentar
sinais de localização central e/ou agravar o estado de consciência gradativamente;
• Avaliar a vitalidade e maturidade fetal pelo perfil biofísico;
• Conduta obstétrica: Realização do parto
- Interromper a gestação - indicação alargada de cesariana deixando a indução do
parto para situações obstétricas que permitam o parto vaginal rápido.
A PE sobreposta deve ser suspeitada quando a paciente sem proteinúria antes das 20 semanas
de idade gestacional (IG) passa a apresentar proteinúria > 0,3 g/24h, ou aquela com
proteinúria patológica prévia que após as 20 semanas apresenta aumento importante da PA
(mesmo que previamente controlada com medicações), associada a sintomas tipo cefaleia,
visão borrada, dor epigástrica e/ou alterações laboratoriais, como aumento de enzimas
hepáticas e trombocitopenia. As complicações perinatais são maiores em pacientes com
hipertensão crônica do que na população obstétrica em geral (a mortalidade perinatal
aumenta em 3-4 vezes) e são agravadas com o desenvolvimento de PE sobreposta.
Estas pacientes devem ser tratadas com a mesma rotina proposta para a pré-eclampsia grave
4) HIPERTENSÃO GESTACIONAL
Ocorre em cerca de 10% das gravidezes em primíparas normotensas.
- Pode incluir tanto as mulheres com pré-eclâmpsia, que ainda não desenvolveram
proteinúria quanto aquelas sem pré eclâmpsia.
– Neste grupo podem estar incluídas as hipertensas crônicas não diagnostica das antes
da 20ª semana, que se confundem com aquelas com hipertensão induzida pela
gravidez e sem proteinúria; que acabam mantendo PA elevada após parto.
Em geral, tem bom prognóstico, mas pode progredir para pré-eclâmpsia ou eclâmpsia (uma
em cada quatro gestantes com esse tipo de hipertensão).
O diagnóstico de certeza é dado pela consulta puerperal tardia, após 12ª semana do parto,
quando a pressão arterial volta ao normal, confirmando assim a hipertensão transitória. Nos
casos em que os níveis pressóricos não voltarem a normalidade, caracteriza-se a hipertensão
crônica.
TRATAMENTO:
(MINISTÉRIO DA SAÚDE)
O diabetes pré-gestacional pode resultar em complicações graves, pois seu efeito começa na
fertilização e implantação, afetando de modo particular a organogênese. Esse fato faz
aumentar o risco de aborto precoce, defeitos congênitos graves e retardo no crescimento
fetal, sobretudo nos casos tratados de maneira inadequada. Além das complicações no
concepto, as manifestações maternas também são relevantes, em especial na presença prévia
de complicações, tais como retino, neuro, nefro e vasculopatia.
Classificação etiológica:
• Diabetes tipo 1: prévio à gestação, ocorre por destruição das células beta pancreáticas.
• Diabetes tipo 2: prévio à gestação, caracterizado por deficiência na secreção e na ação
da insulina. Forma mais comum.
• Diabetes secundário: prévio à gestação
• Diabete gestacional (DMG): É qualquer grau de intolerância à glicose, reconhecida ou
diagnosticada pela primeira vez na gravidez.
Os nutrientes fetais são garantidos pela nutrição da mãe por meio do fluxo sanguíneo
placentário. A resistência à insulina contribui para elevar a glicemia materna com passagem
para o feto, com maior crescimento fetal. Outro fator hiperglicêmico gestacional é a
degradação da insulina por enzimas da membrana placentária. Assim, na gravidez, o pâncreas
normal teria de aumentar a liberação de insulina em cerca de 1,5 a 2,5 vezes seus níveis
normais, a fim de realizar adequada manutenção da homeostasia glicêmica. Se há
incapacidade das células beta em manter essa homeostasia, o diabetes mellitus gestacional
pode ocorrer.
A glicose materna passa para o feto por difusão facilitada e no momento em que a mãe se
encontra hiperglicêmica, o feto também estará hiperglicêmico. Como o pâncreas fetal se
forma na 10ª semana gestacional, haverá uma resposta à este estímulo, com hiperinsulinemia
fetal. Como a insulina é hormônio anabolizante, a macrossomia fetal e todas as suas
Diagnóstico: Na primeira consulta pré-natal, deve ser solicitada glicemia de jejum. Caso o valor
encontrado seja ≥ 126 mg/dl, é feito o diagnóstico de diabetes mellitus franco diagnosticado
na gravidez. Caso glicemia plasmática em jejum seja ≥ 92 mg/dl e < 126 mg/dl, é feito o
A SBD sugere a utilização dos novos critérios internacionais, pois são os únicos determinados
por estudo que demonstrou associação entre os valores da glicemia materna e os desfechos
perinatais. As pacientes classificadas com DMG pelo TOTG são as que apresentam glicemia de
jejum de 92 a 125 mg/dl, 1 h ≥ 180 mg/dl ou 2 h de 153 a 199 mg/dl, sendo que um ponto
alterado na curva já faz o diagnóstico de DMG.
Em pequeno grupo foi discutido que quando em primeira avaliação da gestante, deve-se
solicitar a glicemia de jejum, quando entre 92
Para obter controle glicêmico adequado em mulheres com DM1 e DM2, deve-se utilizar
esquemas intensivos de insulinização, com múltiplas doses subcutâneas de insulina de ação
intermediária, rápida ou ultrarrápida, ou mediante infusão subcutânea contínua. Em mulheres
que usavam insulina antes da gravidez, costuma ser necessário reduzir a sua dose em 10 a
20%, durante o primeiro trimestre. Entre a 18a e a 24a semana de gestação, essa dose pode
ser aumentada. No 3o trimestre, o aumento da produção de hormônios placentários com ação
antagônica à da insulina resulta em uma necessidade ainda maior de elevação da dose de
insulina, chegando ao dobro ou triplo da dose usada pré-gravidez.