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GESTAÇÃO VAGINA E VULVA

ÚTERO Há um aumento da vascularização.

70g - 1100g Coloração violácea da vagina e vulva - sinal de


Chadwick
Cavidade uterina = 10mL
Aumento da elasticidade das paredes vaginais
 feto + placenta + líquido amniótico = 5 litros
O pH vaginal fica mais ácido - 3,5 a 6,0 (ácido lático 
 (podendo chegar a 20L ou mais)
Lactobacillus acidophilus) > aumenta a probabilidade
Órgão muscular com capacidade 500 a 1000 vezes de candidíase (10 a 20 vezes mais prevalente)
superior ao estado não gestacional
Hipertrofia dos grandes e pequenos lábios
Adelgaçamento gradual da parede (1 a 2 cm de
MAMAS
espessura no termo)
Dor e aumento da sensibilidade a partir de 5 - 6
Formato: piriforme > globular/esférico > ovóide
semanas
A partir de 12 semanas útero sai da pelve
Após o 2º mês ocorre aumento de volume e
Rotação à direita do útero durante a gestação aparecimento de veias (rede de Haller) + mamilos
(dextrorrotação) retossigmóide maiores e mais pigmentados

Ocorre tensão dos ligamentos largo e redondo e pode No 2º trimestre a progesterona + estrogênio +
causar dor durante a gestação. prolactina levam a hiperpigmentação e aparecimento
da aréola secundária (sinal de Hunter) e hipertrofia de
Em decúbito dorsal o útero desloca para trás e se
glândulas sebáceas periareolares (tubérculos de
apoia sobre a coluna vertebral e os grandes vasos 
Montgomery)
Decúbito lateral esquerdo alivia.
Pode aparecer estrias e também sair colostro.
Há contratilidade desde o início da gestação; No 2º
semestre pode haver contrações de Braxton Hicks 
são imprevisíveis, esporádicas, arrítmicas e indolores.

Fluxo sanguíneo uteroplacentário varia entre 450-


650mL/min no final da gestação

 Não gestantes - fluxo sanguíneo total =


5000mL/min
 Aumento progressivo ao longo da gestação 
Vasodilatação.

COLO DO UTERO

Ao final do 1º mês ocorre o amolecimento e cianose PELE


do colo uterino. Ocorre também aumento da
Estrias avermelhadas (gravídicas); Nas multíparas as
vascularização, edema e hipertrofia + hiperplasia
estrias são brilhantes e prateadas (cicatrizes de estrias
glandular  isso tudo ocorre pelo estrogênio e
anteriores)
progesterona
Fatores de risco: ganho de peso, menor idade
Produção de muco endocervical – tampão mucoso – é
materna e história familiar
uma barreira imunológica.
Hiperpigmentação ocorre em 90% das mulheres:
OVARIOS
 Linha alba: linha nigra
Durante a gestação há interrupção da ovulação e da
 Cloasma ou melasma gravídico (máscara da
maturação folicular; O corpo lúteo fica funcionante
gravidez)
até 6 a 7 semanas por causa da ação da progesterona
e relaxina. Há um aumento do calibre das veias
ovarianas.
Estrogênio e progesterona leva a hipertofia hipófise
que libera alfa-melanotropina que vai estimular os
ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS
melanócitos
Coração: Aumento da frequência cardíaca (10-15
A acne aparece pelo aumento da progesterona que
bpm); Elevação do diafragma e deslocamento
estimula as glândulas sebáceas.
cardíaco pra a esquerda movendo o ápice
Pode aparecer também aranhas vasculares, eritema lateralmente; Discreto derrame pericárdico, sopros,
palmar e varizes  progesterona causa vasodilatação. extrassístoles...

SENTIDOS Há diminuição da pressão arterial, diminuição da


resistência vascular periférica, aumento do volume
Visão: Diminuição da acuidade visual - edema ou
sanguíneo, e aumento de peso e do metabolismo
opacificação pigmentar da córnea.
basal.
Olfato: Epistaxe - aumento da vascularização por
Aumento do DC após 10 -12 semanas.
causa do estrogênio e progesterona; Rinite
vasomotora com obstrução nasal + hiposmia ou A PA diastólica diminui no 1º e 2º trimestres - queda
anosmia. de 10-15mmHg.

Audição: Zumbidos e vertigens por alteração Diminuição do retorno venoso  Aumento de 3x a


circulatória; Diminuição da acuidade auditiva (tons pressão venosa dos MMII, o que leva a edema,
altos). varizes, doença hemorroidária.

Tato: Parestesias, alterações vasomotoras, Síndrome da hipotensão supina: Decúbito dorsal leva
deficiências metabólicas. a compressão da veia cava inferior  isso diminui o
DC e a PAS (>30%). Após 4-5min ocorre bradicardia
Paladar: Perversão (pica); alteração do apetite;
(reflexo vagal)
mudanças de hábitos alimentares; baixa sensibilidade
gustativa.  A diminuição do DC em até 50% leva a
lipotimia
ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS
ALTERAÇÕES GASTRINTESTINAIS
Aumento do volume plasmático em 40-50% -
Aldosterona causa hipervolemia e diminuição da Boca: Gengivite gravídica (edema e sangramento)
viscosidade. causada pelo aumento do estrogênio, progesterona e
hCG; Ptialismo ou sialorreia é causado por hipertonia
O aumento do volume total das hemácias em 20-30%
vagal, fatores psíquicos, estímulo nervo trigêmeo.
é desproporcional em relação ao aumento plasmático
- Anemia fisiológica da gestação  Suplementação de Estomago e esôfago: Crescimento uterino causa um
ferro (2º e 3º trimestres). deslocamento do estômago. A progesterona e a
diminuição da motilina (musculatura lisa) leva a um
Retorno ao normal aprox 6 semanas pós-parto.
retardo do esvaziamento gástrico.
Leucocitose entre o 2º e 3º trimestres: 8.000 a 12.000
Diminui também o tônus do esfíncter esofagiano,
leucócitos.
causando pirose e refluxo  hérnia de hiato em até
A imunidade diminui após 2º trimestre levando ao 20% das gestantes.
aumento do risco de infecções - Melhora de doenças
autoimunes

Plaquetas inalteradas em 5-7% das gestações -


trombocitopenia (variação da normalidade).

Coagulação: Aumento de alguns fatores de


coagulação, fibrinogênio e de agentes pró-
coagulantes. Volta ao normal em até 24h após a saída
da placenta; isso leva a um menor risco de hemorragia
e maior vulnerabilidade ao tromboembolismo.
Ureteres: Relaxamento da musculatura lisa por causa
da progesterona. Hidronefrose + dilatação ureteral.
Podem persistir por até 4 meses pós-parto.

Bexiga: Crescimento uterino causa mudança da


posição da bexiga que deixa de ser um órgão
exclusivamente pélvico. Diminuição da capacidade
residual leva a polaciúria.

ALTERAÇÕES METABOLICAS

Ganho ponderal: Útero + feto + placenta + líquido


amniótico + mamas + volume sanguíneo + líquido
extravascular + reservas de gordura  dependente do
IMC do início da gestação.

Intestino delgado e grosso: Progesterona leva a uma


hipotonia da musculatura lisa  retardo do trânsito
intestinal  maior absorção de líquidos 
ressecamento fezes  Doença hemorroidária.

Ocupação da cavidade abdominal pelo útero >


apêndice no flanco direito.

Figado: Sem alterações importantes da morfologia e


função; Colestase intra-hepática e prurido cutâneo
pelos altos níveis de estrogênio que inibem o
transporte intraductal de ácidos biliares. Metabolismo hídrico: Retenção de líquido leva a
Vesicula biliar: Esvaziamento lento (progesterona) queda da osmolaridade plasmática e edema de MMII
podendo resultar em cálculos. principalmente no final do dia.

Pâncreas: Hiperplasia das células beta resultando em Metabolismo proteico: Aumento das necessidades
aumento da insulina plasmática livre - Estrogênio proteicas  A gestante necessita de 25% de proteínas
Hormônio lactogênio placentário bloqueiam a ação do total de nutrientes por ela ingeridos durante o dia.
periférica da insulina, facilitando as maiores Metabolismo de carboidratos: Gravidez é um estado
necessidades fetais de carboidratos. potencialmente diabetogênico – há um aumento de
Nausea e vomito: Mais comuns no 1º trimestre; insulina no plasma porque há uma diminuição do seu
Hiperêmese gravídica – Participação do estrogênio, uso. Deve-se pedir um teste para o pâncreas materno:
progesterona e hCG. a mãe pode apresentar resistência à insulina, leve
hipersinsulinemia, hipoglicemia de jejum,
ALTERAÇÕES URINÁRIAS hiperglicemia pós-prandial.
Rins: Aumento do volume do rim - incremento de 30% Metabolismo lipídico:
no peso e discreto aumento de tamanho (1cm).
Hipertrofia e aumento do fluxo plasmático.  Aumento do colesterol (50%);
 Triglicerídeos podem triplicar;
 Aumento da vascularização e diminuição da  LDL apresenta maior concentração por volta
resistência vascular de 36 semanas (por causa da progesterona e
 Aumenta 60 a 80% fluxo sanguíneo renal estrogênio);
 Aumenta 40 a 50% da filtração glomerular  HDL apresenta maior concentração por volta
Sistema coletor sofre dilatação em 80% das gestações; de 25 semanas e diminui até 32 semanas e
Dilatação ureteral e pielocalicial, mais proeminente à mantem constante até o termo.
direita, por causa da dextrorrotação uterina. Metabolismo eletrolítico:
 Sódio - retenção x aumento da excreção por Modificação anatômica da coluna vertebral: Menor
filtração glomerular espaço entre as vértebras, compressões radiculares
 Cálcio e Magnésio - fração ionizada e ativa que podem causar dor, desconforto, dormência...
inalterada
ALTERAÇÕES NEUROLOGICAS
 Ferro - rastreamento de anemia em TODAS as
gestações Memoria: Problemas de atenção, concentração e
 Iodo - níveis plasmáticos diminuídos memória; Diminuição do fluxo sanguíneo?

Metabolismo de vitaminas: Deficiência de ácido fólico Sono: Dificuldade para dormir, despertares noturnos,
pode causar distúrbios do crescimento fetal e diminuição das horas de sono.
malformações estruturais  Suplementação pré-
concepcional.

ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS

Necessidades aumentadas de oxigênio CONSULTA PRÉ-CONCEPCIONAL E


ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL
Progesterona > vias aéreas superiores > edema
Consulta do casal antes de uma gravidez pelo menos 3
 Aumento da frequência respiratória
meses antes da suspensão da anticoncepção.
 Aumento do volume corrente
Identificação de fatores de risco ou doenças que
Estrogênio estimula a reatividade dos brônquios. possam alterar a evolução normal de uma futura
Congestão capilar nasal gestação  Melhoria da morbimortalidade materna e
infantil.
Elevação do diafragma > dispneia

ALTERAÇÕES ENDOCRINAS

Hipófise: Adeno-hipófise aument de tamanho em 2-3


vezes. Há hiperplasia das células produtoras de
prolactina.

Tireoide: TSH reduzido no 1º trimestre (semelhança


com o hCG que estimula T3 e T4  retroalimentação
negativa).

ALTERAÇÕES ARTICULARES

Relaxamento ligamentar: embebição gravídica.

Frouxidão articular, principalmente pélvica. Abertura


da sínfise púbica em até 12mm. Ocorre por causa da
progesterona, relaxina e estrogênio.

Postura e marcha:

Centro de gravidade - lordose lombar acentuada

Marcha anserina: Ampliação da base de sustentação


(ada de perna aberta para equilibrar). Andar oscilante
e passos curtos e lentos, maior ângulo dos pés em
Imunizações e infecções:
relação à linha média.
 Rubéola (vacina 3 meses antes)
 Influenza (campanha anual)
 Antitetânica (reforço a cada 10 anos)  Anticonvulsivantes: 4-5mg/dia
 Rastreamento para hepatite B: Revisão da  SUS: 5mg/dia
sorologia imunológica - 3 doses
Estado nutricional: Peso 15% acima ou abaixo do
 Toxoplasmose: Orientações de prevenção
ideal para a altura pode causar obesidade, que pode
 CMV (se alto risco)
levar a DMG, pré-eclâmpsia, complicações no parto e
Idade materna > 35 anos diminui fertilidade e puerpério.
aumenta risco
Exercício físico:
Taxas de aborto
 Melhores ajustes neurais, hormonais,
 < 30 anos: 12% cardiovasculares e respiratórios.
 30-34 anos: 15%  Regular e moderado não aumenta risco de
 35-39 anos: 25% abortamento ou parto prematuro
 40-44 anos: 51%  Se fator de risco para TPP está contraindicado
 45 anos: 93%
ÁLCOOL ZERO: É teratógeno humano  NÃO existe
Causas: trissomias e aneuploidias dose segura na gestação

Aumenta 4-8 vezes incidência de ectópica > 35 anos Tabagismo aumenta o risco de aborto, redução de
crescimento fetal.
Idade paterna elevada diminui a apoptose, aumenta a
fragmentação espermática e as mutações. Aumento 9 metas avaliadas na 1ª consulta pré-natal que
de mutações cromossômicas autossômicas indicam qualidade da assistência pré-concepcional:
dominantes.
1. Gestação planejada
Doenças maternas crônicas: Diabetes; HAS; 2. 1ª consulta pré-natal antes de 12 semanas de
Hipotireoidismo; Epilepsia (fármacos); Trombofilias; gestação
Doenças autoimunes; Depressão e ansiedade. 3. Uso de ácido fólico iniciado pelo menos 3
meses antes da concepção
4. Ausência de tabagismo
5. Ausência de depressão não controlada
6. Peso materno ideal (IMC >18 e <30kg/m2)
7. Ausencia de ISTs
8. Glicemia bem controlada em mulheres
diabéticas pré gestação
9. Suspenção se teratogênicos

ACOMPANHAMENTO PRÉ-NATAL

Diagnóstico clínico de gravidez:

Sintomas de presunção

 Náuseas e vômitos
 Aumento do volume e da sensibilidade das
mamas
 Polaciúria e nictúria
Suplementação de ácido fólico:  Percepção de movimentos fetais pela
paciente
 Forma sintética do folato
 Mudança de apetite (desejos)
 Vitamina B solúvel
 Fadiga, tontura, sialorreia, distensão
 Fígado, folhas verdes, laranja, legumes
abdominal e constipação, dispneia, congestão
Suplementar de 30 a 90 dias antes da gestação, até 12 nasal, cãimbras lombalgia
semanas de gestação.  Atraso menstrual de 10 a 14 dias ou
amenorreia secundária
 0,4mg/dia
 Alto risco: 4mg/dia
 Congestão mamária e mastalgia, pigmentação Medida da altura uterina por US obstétrica de 1º
das aréolas, tubérculos de Montgomery, trimestre (via vaginal)
colostro, rede de Haller
 Erro de 3 dias entre 7 e 10 semanas
 Coloração violácea vaginal, cervical e vulvar
 Erro de 5 dias entre 10 e 14 semanas
 Alteração do muco cervical
 Erro de 7 dias entre 14-20 semanas
 Estrias, linha nigra, cloasma
 Erro de 3-4 semanas no 3º trimestre
Sinais de probabilidade
Margem de erro de até 5 dias ta ok.
 Alteração do formato e
DATA PROVÁVEL DO PARTO
consistência do útero
 Colo amolecido REGRA DE NÄEGELE:
 Aumento do volume
 Soma 7 dias ao primeiro dia da DUM
abdominal
 Subtrai 3 do mês da DUM
Sinais de certeza
EX:
 Ausculta de BCF (US 6 sem; sonar 10-12 sem;
Pinard 20 sem)  DUM: 05/04/2023
 Sinal de Puzos (empurra o bebe e sente  DATA PROVAVEL DO PARTO: 12/05/2023
voltar) Objetivos básicos da consulta pré-natal: Definir
 Percepção de MF pelo examinador (18-20 estado de saúde da mãe e do feto, avaliar IG e
semanas) compará-la com o crescimento uterino e realizar
plano de cuidado obstétrico continuado.
Diagnóstico laboratorial de gravidez: Detecção da
fração beta da gonadotrofina coriônica humana. Nº mínimo de consultas: 6
A beta hCG é produzida pelo trofoblasto; é detectável  Até 28ª semana – mensais
no plasma ou na urina 8-9 dias após a ovulação.  Da 28ª até a 36ª semana – quinzenais
 < 5 mUI/mL = negativo  Da 36ª até a 41ª semana – semanais
 > 25 mUI/mL = positivo 41 semanas encaminhar a gestante para a
Diagnóstico ultrassonográfico de gravidez: É possível maternidade para induzir o parto. O
ver o saco gestacional a partir de 4-5 semanas. Os acompanhamento só se encerra após o 42º dia de
batimentos cardíacos a partir de 6 semanas. puerpério!

IDADE GESTACIONAL PRIMEIRA CONSULTA

Número de semanas desde o 1º dia da data da última Pesquisar os aspectos socioepidemiológicos, os


menstruação (DUM). antecedentes familiares, os antecedentes pessoais
gerais, ginecológicos e obstétricos, além da situação
EX: da gravidez atual.
 DUM: 05/04/2023 (abril)  DUM (ciclos, uso de anticoncepcionais)
 Hoje é: 01/08/2023  Paridade (G_P_A)
 Intercorrências clínicas, obstétricas e
Faltam quantos dias para acabar o mês de abril desde
cirúrgicas
a dum? 25 dias.
 Gestações prévias
Soma os dias dos meses que se passaram desde a  Uso de medicações
DUM até hoje:  História prévia de ISTs
 Exposição a riscos
25 (para acabar o mês de abril) + 31 (maio) + 30
 Alergias
(junho) + 31 (julho) = 118
 Doenças hereditárias/malformações
118 divide por 7 (dias da semana) = 16 semanas.  Tabaco, álcool ou outras drogas
 Vacinações prévias
Outras formas de estimar a IG:
O risco obstétrico e perinatal deve ser reavaliado em  Se gestante for Rh negativa - solicitar Coombs
cada consulta. indireto Mensal a partir de 24 semanas.

Fatores de risco deverão ser identificados em Pedir glicemia de jejum na 1ª consulta pré-
destaque no Cartão  PREENCHER CARTÃO DA concepcional ou pré-natal. Um exame alterado já
GESTANTE. fecha o diagnostico (não precisa de 2).

Exame físico gineco-obstétrico:  Valores normais: MENORES QUE 92!

 Palpação obstétrica TOTG é um exame que determina a capacidade que


 Altura uterina um indivíduo tem de manter a homeostase da glicose
 Ausculta dos BCF sanguínea após uma sobrecarga de glicose. Pedir
 Registro dos movimentos fetais entre 24 e 28 semanas.
 Exame clínico das mamas
Urina 1 e urocultura deve-se dolicitar para TODAS as
 Exame ginecológico
gestantes na 1ª consulta pré-natal.
PA deve ser aferida em TODAS as consultas.
 Bacteriúria assintomática >> pielonefrite
CONSULTAS SUBSEQUENTES  Se infecção, repetir mensalmente nas
gestantes sem quimioprofilaxia
Avaliação mais dirigida a aspectos específicos da
gestação. Questionar sobre MF, contrações, perdas Sorologia para sífilis é RASTREAMENTO OBRIGATÓRIO
TV, sintomas urinários; Sanar dúvidas, falar sobre o em TODO pré-natal. Solicitar na 1ª consulta e repetir
parto, sobre amamentação, estimular exercícios da no 3º trimestre. TODAS devem repetir a testagem no
musculatura pélvica. Avaliar e orientar sobre ganho de parto. Se VDRL positivo solicitar teste treponêmico -
peso (400g/semana no 2º trimestre e 300g/semana FTA-ABS.
no 3º trimestre).
Sorologia para HIV deve-se solicitar na 1ª consulta e
Suplementação de ferro elementar 30 a 40mg/dia, a repetir no 3º trimestre e na internação. Testes rápidos
partir de 20 semanas (inclusive sem anemia)  Com tem sensibilidade > 98%.
anemia - 40 a 120mg/dia.
Sorologia para hepatite B deve-se solicitar na 1ª
Ausculta dos batimentos cardíacos fetais em 1 consulta. Testes rápidos, HBsAg, anti-HBs
minuto: Normal: 110 a 160 bpm - Ausculta no
 Anti-HBs neg: vacina em qualquer trimestre.
quadrante onde está o dorso e a cabeça do bebe.
Sorologia toxoplasmose deve-se solicitar na 1ª
Linha de Ribermont:
consulta - IgM e IgG.
Traçar uma linha do
umbigo até a crista ilíaca,  Se negativos repetir no 2 e 3º trimestres e
e outra alinha do umbigo orientar prevenção.
até o púbis – a linda de  Se IgM - e IgG + = imunidade
Ribermont está entre  Se IgM + solicitar teste de avidez de IgG
esses duas (linha azul), é o Alta avidez = infecção antiga
onde encontra a o Baixa avidez = infecção aguda
frequência cardíaca fetal.
Sorologia para hepatite C não é recomendada a
EXAMES A PEDIR pesquisa de anti-HCV de rotina, exceto em gestantes
Pedir hemograma na 1ª consulta (pré-concepcional com fatores de risco.
ou pré-natal). Se a paciente estiver anêmica tem que Sorologia para rubéola não há recomendação do MS
tratar, se não, suplementar ferro a partir da 20ª para rastreamento de rotina.
semana. Anemia é fisiológica da gestação.
Rastreamento para estreptococo do grupo B: Swab
 Hb < 11g/dL ou Ht < 33% = anemia! vaginal e anal a partir de 35 semanas - Diminuição do
Pedir tipagem sanguínea e Coombs indireto na 1ª risco de sepse neonatal precoce. Tratamento durante
consulta para identificar incompatibilidade Rh no casal o TP. A evidência de sua efetividade clínica permanece
incerta.
Rastreamento para doenças da tireóide em receba a vacina somente se não puder evitar as
assintomáticas é controverso. situações de possível exposição ao vírus rábico.

Para rastreamento de doença falciforme pedir Febre amarela (atenuada) apenas quando risco
eletroforese de Hb se tiver antecedentes familiares de elevado de contrair a doença.
anemia falciforme ou apresentar história de anemia
REPOSIÇÃO DE VITAMINAS
crônica.
 Risco de toxicidade por vitaminas A, B6, C e D
Colpocitologia oncótica apenas se necessário, com
 Ômega 3 efeito inconclusivo (neurogênese?)
espátuola de Ayre
 Iodo Inconclusivo
Exame da secreção vaginal apenas se houver  Cálcio
indicação
No geral, não precisa suplementar nenhuma. Apenas
Parasitológico de fezes se houver indicação clínica. ferro e acido fólico mesmo.
ULTRASSONOGRAFIA

Recomenda-se pelo menos 1 US no pré-natal; no 1º


trimestre ou entre 16 e 20 semanas. Em pré-natal de
baixo risco não há indicação de US seriadas, pelo
custo elevado, e porque causa angústia e apreensão
que pode levara indução a intervenções
desnecessárias.

O presidente Lula sancionou lei que obriga SUS a


incluir no protocolo de assistência às gestantes a
realização de ecocardiograma fetal e de pelo menos
02 US transvaginais durante o 1º quadrimestre de
gestação.

VACINAÇÃO
FASES DO PARTO
Gripe A e sazonal, segura em qualquer IG
Os processos fisiológicos que regulam a parturição e o
Hepatite B: 3 doses: 0 - 1 - 6 meses início do trabalho de parto ainda não estão
Difteria e tétano (dT): 3 doses + reforço a cada 5 anos. completamente definidos.

 Se nunca tomou: 2 doses (intervalo de 30 Alterações bioquímicas no útero e colo


dias) + 1 de dTpa. Sinais endócrinos e parácrinos da mãe e feto
 Se apenas 1 dose antes, reforçar com 1 dose
após a 20ª sem. PRIMEIRA FASE
 Se esquema completo antes de 5 anos: não Começa com contrações uterinas espaçadas, com
precisa vacinar frequência, intensidade e duração suficientes para
Difteria, tétano e coqueluche (dTpa) SEMPRE afinar ou apagar o colo. Termina com a dilatação total
TOMAR! Não importa quando tomou Dt. Em TODAS as do colo (10cm).
gestações, mesmo tomado na gestação anterior Contrações intensas de início repentino ou saída de
 Entre 27ª e 36ª semanas tampão mucoso tinto de sangue.
 Até, no máximo, 20 dias antes da DPP Contrações são dolorosas e involuntárias, cada vez
Raiva: Em situações de pós-exposição. A vacina contra mais frequentes e ritmadas
raiva humana não é contraindicada durante a  Fase ativa: a cada 3 minutos, durando 30 a 90
gestação. Na pré-exposição, a gestante também pode segundos. Iniciam no fundo uterino
ser vacinada. Entretanto, devido ao risco da (seguimento superior)
ocorrência de eventos adversos, é preferível que ela  Encurtamento progressivo das fibras
musculares
 Seguimento inferior vai ficando amolecido
com relaxamento e alongamento das fibras
musculares.

Alterações do colo uterino:

 Apagamento = encurtamento do canal


cervical de 2 cm para espessura de folha de
papel.
 Por vezes ocorre antes da fase ativa do
trabalho de parto.
 Saída de tampão QUARTA FASE
 Dilatação 1 a 10 cm entre a fase latente e fase
ativa  Puerpério – 42 dias de duração.
 Contração intensa do miométrio
Características da 1ª fase do trabalho de parto
 Compressão dos vasos calibrosos
Momento ideal de internação: FASE ATIVA 4-5cm +  Trombose
contrações ritmadas, no mínimo 3 em 10 min com  Involução uterina e reparo cervical
duração superior a 30 segundos  Lactogênese e descida do leite

SEGUNDA FASE Globo de segurança de Pinard: Quando o útero se


contrai após o parte e evita hemorragia.
Descida fetal com alterações da musculatura vaginal e
perineal.

 Primíparas: 50 minutos
 Multíparas: 20 minutos

TERCEIRA FASE

Eliminação da placenta e das membranas


MECANISMOS DO TRABALHO DE PARTO
Fundo uterino abaixo da cicatriz umbilical
Situação fetal
Diminuição da área do sítio de implantação
placentária. Formas de expulsão: É a relação entre o eixo longitudinal fetal e materno

 Baldelocque Schultz: Sai a face fetal primeiro  Longitudinal (99%)


 Baldelocque Duncan: Sai a face materna.  Transversal
 Oblíqua

Apresentação fetal

É a parte fetal que está mais anterior (dentro) ou mais


próxima do canal do parto.

 Cefálica
 Pélvica (3% das gestações a termo)
 Córmica (ombro)  CESAREA. É a relação entre uma parte do segmento da
apresentação fetal e o lado direito ou esquerdo do
canal de parto (o lado da mãe que o bebe está virado).

Occípito, mento e sacro

 Occípito esquerda e direita


 Mentual esquerda e direita
 Sacral esquerda e direita
Apresentação cefálica possui variações
Variedade de posição fetal
 Fletida ou occípito (fontanela occipital) – é o
normal (9,5cm) Relação entre pontos de referência da apresentação
 Defletidas fetal (polo cefálico = região occipital) com pontos de
o De bregma referência da pelve materna (D ou E, anterior ou
posterior)
o De fronte
o De face  Occípito esquerda anterior (mais comum)
 Occípito direita anterior
 Occípito esquerda posterior
 Occípito direita posterior
 Occípito sacra
 Occípito púbica

Apresentação pélvica possui variações

 Franca
 Completa
 Podálica

Como identificar apresentação e posição fetais?


Atraves da palpação – Manobras de Leopold – toque
vaginal, ultrassonografia e radiografia.

MANOBRAS DE LEOPOLD

Atitude ou postura fetal

Mais comum é ovóide -


Formato da cavidade
uterina.

Feto curvado, costas


convexas, cabeça fletida
(queixo no tórax), coxas Movimentos cardeais do trabalho de parto:
fletidas sobre o abdome,
pernas flexionadas, braços São movimentos que o bebe vai fazer para nascer
cruzados ou paralelos às 1.º. Insinuação
laterais do corpo. 2.º. Descida
Posição fetal 3.º. Flexão
4.º. Rotação interna
5.º. Extensão e oportuno a uma maternidade, se houver
6.º. Rotação externa necessidade de transferência.
7.º. Expulsão
Profissional que assiste ao parto: Médico obstetra,
enfermeira obstétrica e obstetriz.

Cuidados gerais durante o parto: Mulheres em


trabalho de parto devem ser tratadas com respeito,
ter acesso às informações baseadas em evidências e
serem incluídas na tomada de decisões.

"Para estabelecer comunicação com a mulher os


profissionais devem: cumprimentar a mulher com um
sorriso e uma boa acolhida, se apresentar e explicar
qual o seu papel nos cuidados e indagar sobre as suas
necessidades, incluindo como gostaria de ser
chamada. Solicitar permissão à mulher antes de
qualquer procedimento e observações, focando nela e
não na tecnologia ou documentação".

Dieta leve durante o TP. Não deixar a paciente em


jejum sem motivo plausível.

Avaliação do bem-estar fetal com ausculta


intermitente - Pinard ou sonar. Auscultar antes,
durante e imediatamente após uma contração, por
pelo menos 1 minuto e a cada 30 minutos.

Alívio da dor no trabalho de parto:

 Métodos não-farmacológicos: massagens,


água, acupuntura, aromaterapia
 Métodos farmacológicos: Analgesia inalatória
(óxido nitroso), opióides EV ou IM, analgesia
regional (peridural ou raqui-peridural)

ASSISTENCIA AO TRABALHO DE PARTO

Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal: Assistência no primeiro período do TP:

 Diminuição das intervenções desnecessárias Mulheres sem trabalho de parto estabelecido (≤ 3 cm


 Humanização da Assistência de dilatação cervical): Oferecer apoio individual e
 Respeito à mulher e a seu protagonismo alívio da dor se necessário. Encorajar e aconselhar a
 Resgate do Parto como evento FISIOLÓGICO mulher a permanecer ou retornar para casa
 Difundir, uniformizar e padronizar práticas
Mulheres em trabalho de parto estabelecido (≥ 4 cm
baseadas em evidências científicas
de dilatação cervical): Admitir para assistência.
 Condução de gestantes de baixo risco ou risco
habitual Definição das fases do 1º período do TP:

Local de assistência ao parto: Informar às gestantes Fase latente do primeiro período do trabalho de
sobre os riscos e benefícios dos locais de parto parto: Há contrações uterinas dolorosas e alguma
(domicílio, Centro de Parto Normal, maternidade). modificação cervical (apagamento e dilatação até 4
Informar que a assistência no domicílio não faz parte cm)
das políticas atuais de saúde no país. Não
Trabalho de parto estabelecido: Há contrações
desencorajar o planejamento do parto no domicílio de
uterinas regulares e dilatação cervical progressiva a
múltiparas, desde que tenham acesso em tempo hábil
partir dos 4 cm
Duração do trabalho de parto ativo: o 3c – laceração do esfíncter anal
interno
 Primíparas - 8 a 18h
 4º grau – lesão do complexo do esfíncter anal
 Multíparas - 5 a 12 horas
(esfíncter anal interno e externo) e o epitélio
Frequência do exame de toque é de 4 em 4 horas. anal
Antes disso, só se preocupação com o progresso ou se
desejo da mulher.

Intervenções e medidas de rotina

Enema (lavagem) e tricotomia (raspagem de pelos)


não devem ser realizados de forma rotineira

Amniotomia (romper a bolsa) precoce, associada ou PUERPÉRIO NORMAL


não à ocitocina, não deve ser realizada de rotina
Período que se inicia logo após o parto e se estende
As mulheres devem ser encorajadas a se até 6 semanas. Retorno dos órgãos reprodutivos ao
movimentarem e adotarem as posições que lhes estado pré-gravídico.
sejam mais confortáveis no trabalho de parto.
Modificações anatômicas e fisiológicas:
Assistência no segundo período do parto
Utero: Diminui de tamanho logo após o parto – a mãe
Desencorajar a mulher a ficar em posição supina, perde até 1000g no pós imediato e 500g ao final da 1ª
decúbito dorsal horizontal, ou posição semi-supina. semana). Após 2 semanas o útero já se encontra na
cavidade pélvica.
Incentivar a adotar qualquer outra posição que ela
achar mais confortável (cócoras, lateral ou quatro Colo uterino: No pós-parto imediato se encontra todo
apoios). dilatado. Após 2 dias apresenta ainda 1 dedo de
dilatação; e após 1 semanas já esta todo fechado -
Não incentivar puxos dirigidos e não fazer manobra de
Orificio cervical externo (OCE):
Kristeller (empurrar a barriga com cotovelo) –
PROSCRITA – é crime. Não realizar episiotomia.  Circular em primíparas.
 Fenda em multíparas.
Não se recomenda a massagem perineal e nem a
aplicação de spray de lidocaína no períneo. Lóquios: Eliminação do conteúdo uterino após o
parto.
Tanto a técnica de ‘mãos sobre’ quanto a técnica de
‘mãos prontas’ podem ser utilizadas.  Decídua externa remanescente necrosa e sai
como sangramento.
Assistência no terceiro período
 Decídua interna permanece intacta -
Conduta ativa: risco de 13 : 1.000 de hemorragia > 1 regeneração do endométrio
litro e risco de 14 : 1.000 de transfusão de sangue.  Vermelhos (lochia rubra) - primeiros dias pós
parto
Conduta fisiológica: risco de 29 : 1.000 de hemorragia
 Serosos (lochia fusca) - 3 a 4 dias
> 1 litro e risco de 40 : 1.000 de transfusão de sangue.
 Claros (lochia alba) - 10º dia
Lacerações
Vagina e vulva: Rápida cicatrização - 4 a 5 dias – A
 1º grau – pele e mucosas laceração cicatriza mais rápido que a episiotomia.
 2º grau – músculos perineais sem atingir o
Sistema circulatório: Retorna ao estado pré-gravídico
esfíncter anal
em 2 semanas. Eliminação hídrica, melhora das
 3º grau – lesão do períneo envolvendo o
varizes, hemorroidas e edema.
complexo do esfíncter anal
o 3a – menos de 50% da espessura do Trato urinário: Aumento da capacidade vesical com
esfíncter anal menor sensibilidade ao aumento da pressão
o 3b – mais de 50% da espessura do intravesical - Sensação de esvaziamento incompleto.
esfíncter anal Alterações devido a trauma, sondagem.
Ovulação: Retorno ao normal é bastante variado; sem Tecnica correta para amamentar:
amamentação leva de 6 a 8 semanas; A
Posicionamento da criança, pega correta, a língua da
amamentação, normalmente, inibe a ovulação. Não
criança alonga o mamilo e comprime os seios
esperar a menstruação para iniciar anticoncepção.
lactíferos abaixo da aréola contra o palato duro, a
Mamas: Após o parto desce primeiro o colostro; um mãe sente movimento indolor. A única avaliação
líquido amarelo-limão, que possui mais minerais e viável para saber se o bebe esta mamando bem é o
proteínas e menos açúcar e gordura 5 dias. A ganho de peso.
conversão para leite maduro é gradual, e acontece
HEMORRAGIA PÓS-PARTO
durante 4 semanas. Colostro possui Imunoglubulina A
(IgA). Perda cumulativa de 1.000 mL ou mais de sangue +
sinais ou sintomas de hipovolemia, dentro de 24 horas
Níveis da prolactina aumentam durante sucção – tem
após o nascimento.
como função a produção do leite.
Principal causa de morte materna no mundo - 140.000
A ocitocina é estimulada pela neuro-hipófise (pulsos)
mortes/ano - 01 morte a cada 4 minutos;
e causa a contração das células mioepiteliais levando
consideradas evitáveis. Ocorre principalmente em
a expulsão (expressão) do leite.
países de baixa e média rendas.
AMAMENTAÇÃO
O controle precoce do sítio de sangramento é a
Benefícios: estratégia mais eficaz para prevenir o choque
hipovolêmico  “Hora de ouro em obstetrícia”.
Diminuição da incidência/gravidade de diarreia,
infecção respiratória baixa, otite média, bacteremia, Uma abordagem precoce, agressiva, eficiente,
meningite bacteriana, botulismo, ITU e enterocolite organizada e sem atrasos evita a tríade letal do
necrosante. Efeito protetor contra a Síndrome da choque hemorrágico  hipotermia, acidose e
Morte Súbita Infantil, DM insulinodependente, coagulopatia.
doença de Crohn, colite ulcerativa, linfoma, doenças
Medidas preventivas:
alérgicas e outras doenças digestivas crônicas.
Possível valorização do desenvolvimento cognitivo. Identificar fatores de risco: Placenta prévia ou de
inserção baixa, pré-eclâmpsia com sinais de gravidade,
Recomenda-se aleitamento materno exclusivo por 6
plaquetopenia, coagulopatias, anticoagulantes, DPP e
meses e manutenção do aleitamento materno após
acretismo placentária.
introdução alimentar até os 2 anos ou mais.
Ocitocina - 10UI IM
Contraindicações e situações especiais
Manejo ativo do 3º período: Clampeamento oportuno
Infecção materna pelo HIV ou HTLV NÃO PODE
do cordão, tração controlada do cordão umbilical
AMAMENTAR.
(Brandt-Andrews), contato pele a pele da mae com o
Lesões herpéticas mamárias: Não oferecer a mama bebe, massagem uterina ajuda o útero a contrair (2h
afetada até completa cicatrização após a dequitação).

Infecção recente por varicela (5 dias antes e 2 dias


após o parto): Oferecer leite ordenhado (afastar a
mãe do RN)
Diagnostico e estimativa de perda sanguínea:
Mulher com tuberculose ativa: Oferecer leite
ordenhado (afastar a mãe do bebê até passar a fase 1.000 mL cumulativos é critério diagnóstico!
de contágio).
Acompanhadas de fatores de risco, as seguintes
Gatactosemia na criança (erro inato do metabolismo): volumes podem ser considerados hemorragias:
Contraindicação absoluta.
 Perdas >500 mL após partos vaginais devem
Hepatite materna, abuso de substâncias, álcool, ser consideradas anormais
tabagismo, medicamentos maternos: compatível com  Perdas > 1.000 mL = HPP grave
a amamentação (mas sem exagero).  Perdas >2.000 mL = hemorragia maciça
Maneiras de estimar a perda: Visual, pesagem de Manejo medicamentoso:
compressas, dispositivos coletores.
 Ocitocina e o ácido tranexâmico
Parâmetros clínicos - índice de choque (FC/PAS)  Outros uterotônicos: Metilergometrina,
prostaglandina (misoprostol retal ou
 ≥ 0,9 perda sanguínea significativa
sublingual)
 ≥ 1 abordagem rápida e agressiva
 Balão de tamponamento intrauterino
(hemotransfusão)
 Hemocomponentes
 Entre 1,3 e 1,7 choque moderado
 TAN (faz compressão p/ melhorar a
 > 1,7 choque grave
circulação)

Definir a etiologia e estimar a gravidade: 4 Ts:

 tônus (atonia)
 trauma (laceração)
 tecido (desordem placentária)
 trombina (coagulopatia)

Medidas terapêuticas:

 Compressão uterina bimanual:


o Manobras de Hamilton (enfia a mão) INFECÇÃO PUERPERAL
o Manobras de Chantrapitak (bimanual)
É aquela que se origina do aparelho genital após parto
recente.

Temperatura de, no mínimo, 38º C durante 02 dias


quaisquer, dos primeiros 10 dias pós-parto, excluídas
as 24 horas iniciais.

Polimicrobiana: Aeróbios e anaeróbios (microbiota


 Monitoramento contínuo intestinal e do trato geniturinário).
 Cálculo do índice de choque Fatores de risco:
 02 acessos venosos calibrosos
 Tipagem sanguínea, prova cruzada,  Amniorrexe
hemograma, coagulograma, fibrinogênio,  Trabalho de parto prolongados
ionograma, teste do coágulo (de Wiener)  Desnutrição ou obesidade
 Máscara facial O2 a 100% - 8 a 10 litros por  Manipulação vaginal excessiva
minuto  Traumas cirúrgicos (toques)
 Sondagem vesical de demora  Más condições de assepsia
 Elevação dos membros inferiores  Operação cesariana
 Aquecimento da puérpera  Debilidade imunológica
 Avaliação da antibioticoprofilaxia  Retenção de restos ovulares
Tratamento medicamentoso: Antibioticoterapia de SANGRAMENTO DA PRIMEIRA METADE DA GRAVIDEZ
largo espectro
Sangramento vaginal ocorre em 20 a 40% das
Tratamento cirúrgico: Drenagens, debridamentos gestações durante as primeiras 20 semanas.
curetagens, laparotomia. Aproximadamente metade destas gestações evolui
para abortamento espontâneo.
Mastite: É a mais frequente no puerpério, geralmente
se mnifesta na 3ª semana Causas mais comuns:

 70% - estafilococo penicilinase-resistente  Abortamento


 Demais casos - estreptococos, anaeróbios e  Gravidez ectópica
colibacilos História de fissuras  Doença trofoblástica gestacional
 Lesões cervicais ou vaginais
Fatores predisponentes para mastite:
 Infecção uterina
 Ingurgitamento
O sangramento de implantação, pequeno e que
 Fissura
ocorre 10 a 14 dias depois da fertilização do óvulo, é
 Infecção rinofaringe do lactente
diagnóstico de exclusão!
 Anormalidade do mamilo
 Primiparidade Dor intensa ou sangramento maior do que o fluxo
 Má higiene menstrual habitual tem maior risco de perda
 Escabiose gestacional.

Sinais de sintomas: Estase láctea, sinais de Exame físico: Avaliação hemodinâmica e grau de dor e
inflamação; Pode apresentar adenopatia axilar. sangramento. Exame abdominal revela áreas de
sensibilidade, rigidez ou distensão
Profilaxia para mastite: Boa higiene, evitar
ingurgitamento, pega correta.  Dor em linha média: perda gestacional
 Dor em fossa ilíaca sugere gravidez ectópica
Tratamento para mastite:
Sinais de hipovolemia, instabilidade hemodinâmica ou
 Analgésicos, antitérmicos, ordenha,
irritação peritoneal = avaliação de emergência.
antibiótico.
 Persistência após 48 a 72h de tratamento, Exame especular ajuda a determinar a origem do
pode ter abscesso (5-10%) sangramento. Pode-se identificar causas não
 Não recomendar compressas quentes obstétricas do sangramento (vaginite, cervicite, pólipo
cervical, laceração vaginal, neoplasias, miomas,
Abscesso mamário: Mesmos sinais de inflamação + verrugas e colo friável).
flutuação. Pele brilhante e descamativa
Toque bimanual para examinar o tamanho uterino, a
 50% dos casos = puérperas dilatação cervical e sensibilidade pélvica.
 85% ocorrem no 1º mês pós-parto
 Tratamento é drenagem com anestesia geral + Gravidez ectópica apresenta dor à mobilização anexial
antibióticos + ordenha. e sensibilidade abdominal.
 Staphylococcus aureus é o mais comum para Tamanho uterino superior ao esperado sugere
causar abcesso. gestação múltipla, doença trofoblástica gestacional,
miomas.

Exames laboratoriais:

Fração beta da gonadotrofina coriônica (b-hCG) é


detectada no plasma 8 dias depois da ovulação.
Aumento de aproximadamente 66% a cada 48 horas;
Platô com 10 semanas.

 Queda dos valores sugere gestação não viável


 Ascensão muito lenta sugere gravidez Gestações anembrionadas: 66%
ectópica
Óbito embrionário: 76%
HMG, fator RH, coombs, tipagem sanguínea.
A confirmação do aborto completo, além da cavidade
USG-TV: exame de grande valor pois localiza a
gravidez. Sempre considerar possibilidade de gravidez
heterotópica.

 Saco gestacional é visto na cavidade uterina


entre 4-5 semanas com b-hCG de 3.510
mUI/mL em 99% das vezes.

Gravidez não viável, o embrião não será visível em


saco gestacional, ou o embrião se apresentara com
diâmetro médio maior que 25 mm ou CCN
(comprimento crânio nadega) maior que 7 mm sem
visualização de batimentos cardíacos.

AMEAÇA DE ABORTAMENTO uterina vazia à ultrassonografia, também há queda de


Sangramento vaginal com gravidez intrauterina viável pelo menos 50% do b-hCG em 2 dias ou 87% em 7
e colo fechado. dias. Se não houver desejo de nova gestação em curto
prazo recomendar contracepção imediata. Desejo de
É uma das situações mais frequentes na hemorragia nova gestação, não fazer contracepção ou
de primeiro trimestre (15% a 20% dos casos; desses, contracepção com intervalo + suplementação de
1% requer transfusão sanguínea). ácido fólico.
Conduta expectante (esperar), NÃO HÁ evidência de Conduta medicamentosa: Misoprostol (prostagladina)
benefício com o uso de progestagênios em mulher 800mcg via vaginal – causa contração expulsiva.
sem história de 2 ou mais abortos anteriores.
Conduta cirúrgica:
ABORTO COMPLETO
 1ª opção se hemorragia intensa ou sepse.
Sangramento vaginal com total eliminação do  Curetagem uterina
conteúdo intrauterino. É mais comum em gestações  Aspiração à vácuo
com menos de 12 semanas.
GRAVIDEZ ECTÓPICA
No exame físico o útero se apresentará pequeno e
bem contraído, pouco sangramento vaginal. 1% a 2% das mulheres

Cavidade uterina vazia no US-TV. Deve ser feito Fatores de risco: antecedente de gravidez ectópica,
diagnóstico diferencial com gravidez ectópica. uso de DIU ou minipílula, reprodução assistida,
infecção pélvica, infecções sexualmente transmissíveis
ABORTO INEVITÁVEL, INCOMPLETO OU RETIDO. e cirurgia tubária.
Aborto inevitável: Sangramento vaginal + dilatação 95% ocorre nas tubas uterinas; Pode ocorrer no colo
cervical. uterino, ovário, órgãos da cavidade abdominal e
Aborto incompleto: Perda de parte do material cicatriz de cesariana
intrauterino, mas a US-TV mostra restos ovulares. Gravidez heterotópica é a coexistência de uma
Aborto retido: Não são detectados batimentos gravidez intrauterina e uma extrauterina (1 a cada
cardíacos fetais, mas a gestação permanece na 30.000 gestações).
cavidade intrauterina por tempo prolongado.

A conduta é expectante, medicamentosa ou cirúrgica.


A excpetante é a primeira linha.

Aborto incompleto: 24,6% eliminação em 2 semanas e


90% entre 4 e 8 semanas
Análise histológica  diferentes estágios da doença

 Mola hidatiforme completa (MHC)


 Mola hidatiforme parcial (MHP)
 Mola hidatiforme invasora (MHI)
 Coriocarcinoma (CCA)
 Tumor trofoblástico do sítio placentário (TTSP)
 Tumor trofoblástico epitelióide (TTE)

Prevalência da mola hidatiforme é de 23 a


1.300/100.000 gestações.

Formas malignas são mais raras - 2,5 a 7/100.000


gestações

Brasil - 1 caso de gravidez molar em cada 200 a 400


gestações

Principais fatores de risco: Idade materna > 35 anos e


história prévia de DTG (1% a 2% de chance de
recorrência / após 2 gravidezes molares - 16 a 28% de
chance)

Manifestações clínicas:
Síncope, dor torácica e dificuldade respiratória podem  Sangramento TV de repetição e intensidade
indicar anemia severa, e a queixa de dor no ombro variável
pode indicar sangramento intra abdomimal  Útero aumentado de volume para a idade
gestacional
Conduta cirúrgica na maioria das vezes:
 Cistos tecaluteínicos (20% dos casos) -
Salpingectomia ou a salpingostomia – Dá-se
hiperestimulação ovariana pelos níveis
preferência à via laparoscópica.
circulantes elevados do beta-hCG sobre a teca
DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL dos ovários
 Náuseas e vômitos
Anomalia proliferativa que acomete as células que
 Hipertireoidismo
compõem o tecido trofoblástico placentário,
 Sinais de pré-eclâmpsia antes da 20ª semana
constituintes da vilosidade coriônica (cito e
de gestação
sinciciotrofoblasto), bem como o extravilositário
 Eliminação de vesículas hidrópicas pela
(trofoblasto intermediário).
vagina, de entremeio com o sangue.
Caracterizadas pela presença sérica de um marcador
tumoral biológico e específico, o fragmento beta da
gonadotrofina coriônica humana (beta-hCG) -
hormônio glicoproteico produzido quase na totalidade
pelo sinciciotrofoblasto placentário.

Tratamento: Esvaziamento uterino, acompanhamento


com BHCG.

Pode evoluir para neoplasia


Classificação

 Placenta prévia: Margem inferior atinge ou


recobre parcial ou totalmente o OCI
 Placenta de inserção baixa: Margem inferior
não atinge o OCI e se localiza a 2 cm de
distância dele.

SANGRAMENTO DA SEGUNDA METADE DA GRAVIDEZ

Sangramento que ocorre a partir da 20ª semana.


Acomete 4% a 5% das gestações.

Principais causas:

 Placenta prévia - 20%


 DPP - 30%
 Rotura uterina
 Vasa prévia Fatores de risco: Cesárea anterior; Reprodução
 Causa indefinida assistida; Outras cicatrizes uterinas; Idade materna
Pequenos sangramentos podem ser causados por avançada; Multiparidade; Curetagens uterinas;
amadurecimento cervical >> colo friável, sangramento Gemelaridade; Placenta prévia em gestação anterior;
pós-coito ou após exame vaginal, câncer cervical, Tabagismo.
cervicite, pólipos, dilatação cervical. Quadro clinico:
Os grandes sangramentos possuem início súbito, Sangramento genital na 2ª metade da gravidez,
vermelho vivo e com coágulos. Podem estar imotivado, vermelho vivo, indolor, de início e cessar
acompanhados por dor ou não. Demandam avaliação súbitos, em episódios que tendem a se repetir e a se
imediata do bem-estar materno e fetal. A necessidade agravar durante a gestação. Apresentações anômalas,
de parto e emergência é mais comum quando o 1º RUPREME, vasa prévia, inserção velamentosa do
episódio de sangramento ocorre antes de 29 cordão, acretismo placentário.
semanas.
Diagnóstico:
SINAIS DE URGÊNCIA:
A maioria das placentas com implantação baixa no 1º
 Instabilidade hemodinâmica trimestre não terá diagnóstico de placenta prévia no
 Hipotensão 3º trimestre!
 Taquicardia
 Síncope História clínica, diagnósticos diferenciais, EXAME
ESPECULAR! Toque vaginal NÃO deve ser realizado.
Pacientes jovens podem demorar a demonstrar sinais Ultrassonografia é o método ideal
de instabilidade hemodinâmica, mesmo após
sangramento intenso  Técnica transabdominal: suspeita
 Técnica transvaginal aumenta a acurácia
Além de aumentar o risco de mortalidade materna e diagnóstica
fetal, as grandes hemorragias obstétricas podem
cursar comorbidades específicas, como infertilidade, Se tiver suspeita deve-se repetir a USTV com 32
necrose hipofisária (síndrome de Sheehan), semanas.
insuficiência renal, coagulopatia e insuficiência RNM se ultrassonografia inconclusiva
respiratória.
Conduta
PLACENTA PRÉVIA
Quadro clínico + idade gestacional + intensidade do
Placenta implantada no segmento inferior do útero, sangramento + presença ou não do trabalho de parto
recobrindo o orifício interno do colo ou muito
próxima dele. Acomete de 1/200 a 1/500 gestações  Pode conseguir um parto a termo com cesariana
aumento relacionado nº de cesáreas. programada.
Para um parto pré-termo a conduta deve ser A presença de placenta prévia e história de múltiplas
expectante se ausência de alteração hemodinâmica cesarianas aumenta drasticamente o risco de
materna e com sangramento controlável, porém a placentação anormal (3% na primeira cesariana, 11%
internação obrigatória! na segunda, 40% na terceira, 61% na quarta e 67% na
quinta).
Corticóide para maturação pulmonar fetal a partir da
viabilidade até 34 semanas  Interrupção na Fatores de risco: Curetagem uterina; Miomectomia;
maturidade fetal. Cirurgia histeroscópica; Sd de Asherman; Ablação
endometrial; Irradiação pélvica; Antecedente de
Hemorragia materna incontrolável  interrupção
acretismo; Idade materna avançada; multiparidade;
imediata da gestação.
reprodução assistida.
Placenta de inserção baixa (borda até 2 cm do OCI):
Diagnóstico:
aguardar o termo - Parto vaginal com rigoroso
controle do sangramento (amniorrexe ou No pré-natal deve-se fazer reconhecimento de fatores
amniotomia). de risco e ultrassonografia

Placenta entre 0-1 cm do OCI - cesárea em 75% a 90% O padrão-ouro é o exame histológico da placenta e
útero após histerectomia.
Placenta entre 1-2 cm do OCI - cesárea em 29% e 31%
Ultrassonografia tem sensibilidade de 80% a 90% e
 ATENTAR PARA HEMORRAGIA PÓS-PARTO
especificidade de 98%
ACRETISMO PLACENTÁRIO
RNM não é realizada rotineiramente, porém define a
É uma das principais complicações da placenta prévia. profundidade e topografia da invasão.
É a invasão placentária ao miométrio em vez da
Diagnóstico intraoperatório é quando o sangramento
decídua. Importante causa de morbidade materna e
é intenso + dificuldade de dequitar a placenta
fetal. Leva a uma hemorragia massiva e complicações
(inversão uterina).
como CIVD, disfunção orgânica e morte.
Conduta:
Classificação:
Não há estudos que indiquem o melhor momento
 Placenta acreta vera: Placenta ultrapassa o
para o parto. Deve-se equilibrar os riscos e benefícios
endométrio e adere ao miométrio, sem
maternos e neonatais (geralmente parto prematuro
invadi-lo
tardio).
 Placenta increta: Invade o miométrio
 Placenta percreta: Atinge e ultrapassa a Local apropriado, equipe experiente, transfusão
serosa do útero, podendo atingir órgãos sanguínea massiva, CTI  Perda de sangue de 2000 a
adjacentes, como bexiga ou reto. 7800mL.

Reconhecimento do sangramento aumentado >


manejo ativo do 3º período do parto > transfusão de
sangue e derivados > histerectomia de emergência
para prevenir a morte materna.

DESCOLAMENTO PREMATURO DE PLACENTA

Separação completa ou parcial da placenta,


normalmente implantada antes do parto, com perda
O aumento do número de cesáreas nas últimas 5 catastrófica da perfusão fetal.
décadas elevou a ocorrência de acretismo placentário
em 60 vezes! Acomete 1 a cada 150 gestações. Maior incidência
entre 24 e 26 semanas. Metade de todos os casos
Responsável por 47% das indicações de histerectomia ocorre antes de 37 semanas. Uma das causas mais
periparto. Ocorre em 1 a cada 300 a 500 gestações. importantes de morbidade materna e mortalidade
Em mulheres com 3 ou mais cesarianas anteriores, o perinatal.
risco de acretismo é de 40% quando a placenta é
prévia (principal fator de risco).
Fatores de risco: Idade materna avançada; Quando o diagnóstico antenatal não é feito, cerca de
Multiparidade; Hipertensão materna; Pré-eclâmpsia; 50% dos fetos evoluem para óbito neonatal. A
Infecção intrauterina; RUPREME pré-termo; Cocaína, cesariana de emergência deve ser realizada, com
tabagismo, etilismo; Trauma abdominal; Cordão ressuscitação fetal e estabilização materna.
umbilical curto; DPP em gestação anterior.

Diagnóstico:
ROTURA UTERINA
É clínico. O sangramento se apresenta com coágulos
Atinge 1 em cada 100 parturientes com cirurgia
em 80%
uterina prévia. Ocorre em 0,08% de todos os partos.
Irritabilidade (35%) ou hipertonia uterina (70%)
Fatores de risco: cicatriz uterina, grande
Bradicardia fetal USG - pouca sensibilidade multiparidade, apresentação fetal anômala, uso de
ocitocina durante o trabalho de parto e trauma.
Sinais de sofrimento fetal + idade gestacional = parto
imediato Quadro clinico:

Complicações maternas: Aumento da mortalidade; Cardiotocografia alterada, dor abdominal severa,


Apoplexia uterina (útero de Couvelaire); Hemorragia sangramento vaginal, hipotensão, parada súbita do
obstétrica; Histetectomia de emergência; CIVD. trabalho de parto, palpação de partes fetais com
grande facilidade através da parede abdominal
ROTURA DE VASA PRÉVIA
materna, com perda da posição fetal.
Vasos sanguíneos fetais oriundos do cordão umbilical
Conduta:
correm pelas membranas amnióticas, podem
atravessam o OCI, passam a até 2 cm do OCI. Cesariana de urgência, com infusão de fluidos
intravenosos e fornecimento de oxigênio.
Risco de rotura na ocasião da rotura de membranas
amnióticas. A maioria das hemorragias obstétricas da 2ª metade
da gravidez exigirá, em algum período, a resolução da
gravidez para salvaguardar a vida da mãe e do feto

INTERCORRÊNCIAS COMUNS DA GESTAÇÃO

O líquido amniótico protege e sustenta o feto durante


a gestação. É necessário para o desenvolvimento
musculoesquelético, do trato gastrintestinal e da
respiração fetal, além de ter propriedades
bacteriostáticas e evita a compressão do cordão.

Volume normal: Aumenta de 30mL na 10ª semana


Atinge 1 a cada 2.500 partos. 1/3 evolui para parto para 200mL na 16ª semana e chega a 800mL no 3º
prematuro de emergência trimestre.
Fatores de risco: inserção velamentosa de cordão, Composição: 98% água A partir do 2º trimestre a
placenta bilobada ou sucenturiada, fertilização in urina fetal passa a ser um componente importante.
vitro, gestação múltipla e placenta prévia.
Vias de regulação do volume de líquido amniótico:
Quadro clinico:
Urina fetal é a principal fonte de LA na 2ª metade da
Sangramento vaginal indolor após rotura de gravidez. Um feto pode produzir mais que 1L de
membranas com sinais de sofrimento fetal como urina/dia.
bradicardia e óbito fetal.
Pele fetal: Transferência intramembranosa de LA por
O sangramento da rotura pode drenar rapidamente a osmose para o interior dos vasos fetais - 400mL/dia
volemia fetal e placentária.
Trato respiratório: 350mL de líquido pulmonar/dia no
final da gestação
Deglutição fetal: 500 a 1000mL/dia Complicações:

Como identificar alterações do volume de líquido  Parto prematuro


amniótico: Ultrassonografia:  Maior risco de natimortalidade
 Sofrimento fetal
 Maior bolsão vertical - MBV (2 a 8cm)
 Hipoplasia pulmonar
 Índice de líquido amniótico (5 a 24cm)
 Avaliação subjetiva Conduta: Depende da etiologia subjacente; Se
apresentar CIUR  vigilância rigorosa e e acompanhar
POLIDRÂMNIO
pra ver se compensa interromper a gestação ou
Volume anormalmente aumentado de líquido manter uma conduta expectante.
amniótico. Complica 1 a 2% das gestações
Restrição do crescimento fetal (CIUR)
Suspeita quando altura uterina acima do esperado
Crescimento fetal restrito é quando fetos apresentam
para a IG
baixo peso ao nascer e são PIGs. Analisar as curvas de
 Leve (ILA 25 - 29,9cm) - 66% dos casos crescimento – percentil.
 Moderado (ILA 30 - 34,9cm) - 20% dos casos
Crescimento restrito simétrico X assimétrico:
 Grave (ILA maior ou igual a 35cm) - 15% dos
casos Simétrico: Agressão precoce > redução proporcional
da cabeça e tronco. Substâncias químicas, infecções
*MBV - leve 8 a 9,9cm / moderado 10 a 11,9cm /
grave maior ou igual a 12cm Assimétrico: Agressão tardia > cabeça maior que o
abdome. Pré-eclâmpsia, alterações placentárias
Causas:
Identificação:
 Anomalias congênitas (15%)
 Alterações da deglutição, atresia de esôfago  Altura do fundo do útero: Se medição mais de
 Diabetes (15 a 20%) 2-3cm diferente da esperada suspeitar
 Infecção congênita: CMV, toxoplasmose, sífilis  Ultrassonografia: Medidas e avaliação do LA
 Aloimunização Doppler
 Idiopático
Condução depende das repercussões fetais,
Complicações: comorbidades associadas e da idade gestacional.

 Parto prematuro Prematuridade


 Hemorragia pós-parto Nascimento pré-termo é o que ocorre entre a 20ª e a
 Edema 37ª semana de gestação. 70 a 80% dos casos de
 Descolamento de placenta prematuridade se devem a ruptura prematura de
Conduta: Amniorredução – de 1000 a 1500mL em 30 membranas pré-termo ou trabalho de parto
minutos). prematuro espontâneo. É uma das principais causas
de morbimortalidade neonatal.
OLIGODRÂMNIO
Classificação:
Redução anormal do volume de líquido amniótico.
Complica 1 a 2% das gestações  Pré-termo: antes de 37 semanas
 Prematuridade extrema: abaixo de 28
 ILA menor ou igual a 5cm ou semanas
 MBV menor ou igual a 2cm  Prematuridade grave ou moderada: 28 a < 32
Causas: sem
 Prematuridade tardia: de 32 a <37 semanas
 Anomalias fetais que interfiram na diurese
Feto viável a partir de 24 semanas.
 Anormalidade placentária
 RUPREME Fisiopatologia:
 Restrição de crescimento fetal
 Complicações maternas (pré-eclâmpsia) Provável envolvimento do sistema imune e reações
inflamatórias.
 Uso de medicamentos (AINES, IECA)
Contrações uterinas - 5 mecanismos <23 semanas: Não está indicado uso de corticóide,
tocólise ou sulfato de magnésio, nem ressucitação
 Inflamação
neonatal
 Estresse
 Modificações cervicais Entre 23 e 24 semanas: pode ser considerada a
 Isquemia uteroplacentária e hemorragia ressucitação, uso de corticóide, tocólise e sulfato 24
semanas ou mais: todas as medidas estão
Na maioria das vezes IDIOPÁTICO. recomendadas.
Principais fatores de risco Prevenção: Cuidados pré-natais; Tratamento de
 TPP prévio (20% com 1 e 40% com 2) infecções; Rastreamento de fatores de risco; Uso de
 Gestação múltipla, polidramnia progesterona; Cerclagem; Pessário; Medida do colo na
 Colo curto (<25mm) USG (rastreamento universal?) 18 a 24 semanas.
 Anormalidades uterinas RUPTURA PREMATURA DE MEMBRANAS (RUPREME)
 Infecções do trato genital
 Bacteriúria assintomática Ruptura das membranas ovulares antes do trabalho
de parto INDEPENDENTE DA IDADE GESTACIONAL.
Diagnostico: Ocorre em 8% das gestações a termo.
Clínico: Contrações regulares e modificações do colo. RUPREME pré-termo é a que ocorre antes de 37
Apenas 10% das mulheres com alguma clínica evolui semanas - 3%
com nascimento nos próximos 7 dias.
 Menos de 1% ocorre antes de 23 semanas.
Tratamento:
Patogênese não é completamente conhecida 
Tocólise: Amadurecimento pulmonar / transferência Integridade das membranas - colágeno, fibronectina e
Corticóide: Principal contribuição médica para a laminina.
redução da mortalidade perinatal. Auxilia no Eventos patológicos >> queda da hemostasia >>
amadurecimento pulmonar fetal. Diminuição da RUPREME
frequência e da gravidade da Síndrome da Angústia
Respiratória do RN, dos casos de hemorragias Fatores de risco
intraventriculares, morte neonatal e enterocolite RUPREME em gestação anterior - principal
necrosante, admissão em UTI e infecções sistêmicas
nas primeiras 48h. Traumas abdominais, infecções, tabagismo, drogas
ilícitas, anormalidades uterinas, polidramnia,
Neuroproteção: Sulfato de Magnésio gemelaridade, cerclagem
Antibiótico: Não é tratamento para TPP – É profilaxia Infecção do trato genital >> Estrepto do grupo B,
para Strepto do grupo B. Chlamydia, vaginose bacteriana, gonorreia, sífilis,
Cerclagem cervical: Não é tratamento, é profilaxia! trichomonas, ureaplasma
Pacientes com incontinência istmocervical SEM Tabagismo aumenta risco em 2 a 4 vezes
contrações
Clinica

Melhor prognóstico quando há cessação da saída de


líquido e restauração do volume. Rupreme está
associada a maior risco de infecção intra-amniótica,
prolapso de cordão, DPP, TPP, apresentação fetal
anômala e endometrite pós-parto.
Repouso: Estresse + carga horária excessiva estão
Complicações fetais: prematuridade (disfunção
associados a TPP. Nenhum estudo evidenciou que
respiratória, sepse, hemorragia intraventricular e
repouso diminui risco.
enterocolite necrosante, infecção fetal e morte
Viabilidade fetal intrauterina)
Antes de 23 semanas + oligodramnia grave e  Monocoriônicas diamnióticas: quando a
prolongada > hipoplasia pulmonar e deformações divisão do blastocisto ocorre entre o 4º e o 8º
fetais. dia após a fertilização e a diferenciação das
células que dão origem ao cório já ocorreu, as
Diagnostico
massas embrionárias compartilharão a
 História de perda e visualização da saída de mesma placenta, mas serão formadas duas
liquido pelo canal cervical ao exame especular cavidades amnióticas.
 Hemograma
 Perda súbita ou intermitente - diferenciar LA
de urina ou leucorreia  Monocoriônicas e monoamnióticas: quando a
 Exame especular - valsalva ou manobra de divisão do blastocisto ocorre entre o 8º e o
Tarnier, avaliação do colo, prolapso de cordão 13º dia após a fertilização e a placa coriônica e
 Toque vaginal aumenta risco de infecção! o saco amniótico já estão formados, então as
 USG auxilia mas NÃO estabelece diagnóstico massas embrionárias compartilharão os
 Teste da nitrazina - fita de pH (LA é alcalino): mesmos cório e âmnio.
Sangue, sêmen, vaginoses alteram o exame.  Gêmeos unidos (siameses) são resultantes de
falha na separação completa dos embriões,
O manejo depende da idade gestacional: quando esse processo de divisão ocorre
Entre 24 e 34 semanas = conduta CONSERVADORA tardiamente, entre o 14º e o 17º dia após a
fertilização.
Antes de 23-24 semanas = conduta INDIVIDUALIZADA
Ultrassonografia da corionicidade: Acurácia próxima
A partir de 34 semanas = INTERRUPÇÃO DA a 100% entre 6 semanas e 13 semanas e 6 dias.
GESTAÇÃO
 Se vê dois sacos gestacionais ou sinal de
Medicamentos: lâmbda = dicoriônica;
 Tocolíticos  Saco gestacional único com dois embriões em
 Corticóide seu interior ou sinal de “T” entre as
 Antibióticos - profilaxia se TP / tratamento membranas amnióticas = monocoriônica.
para aumentar latência, reduzir risco de Ultrassonografia da amnionicidade: Pode ser definida
corioamnionite, infecção neonatal, a partir de 8 semanas de gestação. Presença da
enterocolite se expectante membrana interamniótica determina gestação
 Sulfato de magnésio diamniótica.
GESTAÇÃO MÚLTIPLA

Aumento da incidência: Reprodução assistida; Idade


maternal avançada; História familiar de gemelaridade.

Classificação quanto à zigoticidade

 Monozigóticas: divisão de massa embrionária


inicial comum, gerando produtos conceptuais
Seguimento e avaliação ultrassonográfica:
com carga genética idêntica. 25% a 30% das
gestações gemelares  Dicoriônica > mensal
 Polizigóticas: fecundação de mais de um  Monocoriônica > a cada 2 semanas
óvulo e geram produtos conceptuais com
materiais genéticos distintos. 2/3 terços das
gestações gemelares

Classificação quanto a corionicidade:

 Dicoriônicas diamnióticas: quando a divisão


do blastocisto ocorre até 72 horas após a
fertilização e cada massa embrionária
desenvolve cório e âmnio próprios.
Manejo:

Aproximadamente metade dos partos gemelares é


prematuro

Para decidir a via do parto, depende da apresentação


do 1º feto e peso do 2º feto

Monocoriônicas diamnióticas não contraindicam


parto vaginal

 1º feto não-cefálico: cesárea


 1º feto cefálico e 2º não cefálico: pode-se
planejar parto vaginal, se o peso do 2º feto for
> 1500g e a diferença de peso entre ambos os
fetos for menor do que 40%
 2 fetos cefálicos: o parto vaginal pode ser uma
opção.

Sindrome de transfusão feto-fetal:

Ocorre em cerca de 10-15% das gestações


monocoriônicas. Apresenta altas taxas de óbito
intrauterino ou sequela neurológica.

Diagnóstico: desbalanceamento do líquido amniótico


entre os fetos.

 Após a 16ª semana de gestação


 Feto doador MBV < 2 cm (oligoâmnio) e feto
receptor MBV > 8 cm (polidrâmnio)

Presença de anastomoses artério-venosas superficiais


no leito placentário.

Tratamento: ablação a laser das anastomoses


vasculares

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