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Rastreamento fitoquímico e avaliação dos
efeitos citotóxicos, antimicrobianos e cardiovasculares de Gomphrena globosa L.(Amaranthaceae)
Artigo no Journal of Medicinal Plant Research · Abril 2011
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3
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Extratos de padronização de Lippia origanoides HBK e Mimosa caesalpiniifolia Benth. extratos
para o tratamento de doenças cardiovasculares. Ver projeto
Daniel Dias Rufino Arcanjo
Universidade Federal do Piauí
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A.MGL Citó
Universidade Federal do Piauí
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Journal of Medicinal Plants Research Vol. 5(10), pp. 2006-2010, 18 de maio de 2011 Disponível
online em http://www.academicjournals.org/JMPR ISSN
1996-0875 efeitos cardiovasculares de Gomphrena globosa L. (Amaranthaceae) Daniel Dias Rufino
Arcanjo 1

*, Ingrid Virgínia de Oliveira Sena


4
, Adonai Carvalho Medeiros de
Albuquerque
1
, Bernardo Melo Neto
2
, Lorena Citó Lopes Resende Santana
2
, Náiguel Castelo
Branco Silva
3
, Maria Marilza Moita
1
, Maria das Graças Freire de Medeiros
2
, Maria José dos
Santos Soares
3
, Nilza Campos de Andrade
4
e
Antônia Maria das Graças Lopes Citó
4
1
Departamento de Biofísica e Fisiologia da Universidade Federal do Piauí, Brasil.
2
Departamento de Bioquímica e Farmacologia, Universidade Federal do Piauí, Brasil.
3
Departamento de Morfofisiologia Veterinária, Universidade Federal do Piauí, Brasil.
4
Departamento de Química, Universidade Federal do Piauí, Brasil.

Aceito em 19 de janeiro de 2011

Gomphrena globosa L. (Amaranthaceae) é utilizada na medicina popular no tratamento de


hipertensão
arterial e outras doenças. Para confirmar esse uso popular, o extrato etanólico das folhas de G.
globosa L.
foi preparado por maceração e analisado por alguns ensaios fitoquímicos e biológicos, incluindo
atividade cardiovascular. A triagem fitoquímica detectou a presença de saponinas, alcalóides,
açúcares redutores e cumarinas. O extrato não induziu letalidade no bioensaio de artêmia salina
(Artemia
salina Leach) nem atividade antimicrobiana. Os resultados negativos para os
ensaios citotóxicos e antimicrobianos indicaram possível baixa citotoxicidade ao extrato. Por
outro lado, promoveu uma
atividade hipotensora pela redução significativa da pressão arterial sem alteração da frequência
cardíaca, confirmando o
uso terapêutico como anti-hipertensivo para esta planta.

Palavras-chave: Gomphrena, Amaranthaceae, anti-hipertensivo, citotoxicidade, Artemia salina.

INTRODUÇÃO

O conhecimento sobre plantas medicinais muitas vezes simboliza


a única opção terapêutica para muitas comunidades e
etnias. Os comentários sobre o uso popular e

*Autor correspondente. E-mail: daniel.arcanjo@ufpi.edu.br.


Tel/Fax: +55 (86) 3215-5871.

Abreviaturas: Gg-EE, extrato etanólico de folhas de


Gomphrena globosa L.; LC
50
, concentração letal que induziu
50% de morte; PAM, pressão arterial média; FC, frequência cardíaca;
ATCC, coleção de cultura tipo americana.
A eficácia das plantas medicinais contribui significativamente para a
divulgação das propriedades terapêuticas das plantas,
comumente utilizadas pelos efeitos medicinais que produzem,
embora os constituintes químicos às vezes não sejam conhecidos
(López, 2006). A triagem fitoquímica proporciona uma
melhor escolha do material a ser estudado e
possibilita a adaptação de técnicas de fracionamento de extratos
e isolamento e caracterização de substâncias puras,
de acordo com os constituintes previamente detectados por
testes qualitativos. Assim, facilita o trabalho posterior
de isolamento e purificação dos constituintes
biologicamente ativos (Farnsworth, 1966). Espécimes de

Artemia salina Leach (camarão salmoura), um


microcrustáceo marinho, estão sendo usados ​como organismos-alvo para
detectar compostos bioativos em extratos vegetais e o
teste de toxicidade contra esses animais mostrou uma boa
correlação com a atividade antitumoral (McLaughlin e
Rogers, 1988). Este bioensaio oferece uma vantagem na
padronização e controle de qualidade de produtos botânicos
e na avaliação de novos fármacos (Lieberman,
1999; Citó et al., 2003).
A espécie Gomphrena globosa L. (Amaranthaceae)
é conhecida popularmente no Brasil como "perpétua" ou "perpétua-
roxa". Suas folhas e flores têm aplicação na medicina popular
, e têm sido utilizadas no tratamento de
hipertensão, diabetes, problemas renais ( Agra et al.,
2007; Lans, 2006), rouquidão, tosse, bronquite e
outras doenças respiratórias, principalmente pela ação expectorante
(Camejo-Rodrigues et al., 2003), e
problemas reprodutivos, pela atividade estrogênica (Lans, 2007). Extratos
de partes aéreas de algumas espécies do gênero Gomphrena
têm as seguintes atividades biológicas relatadas: larvicida
(Dadang e Ohsawa, 2001) para G. globosa;
antimicrobiano para G. martiana e G. boliviana (Pomilio et
al., 1992), antitumoral para G. martiana (Pomilio et al., 1994)
e estrogênico para G. demissa Mart. (França et al., 2008).
Além disso, para as espécies do gênero Gomphrena,
foram citadas identificações químicas: betacianinas (Heuer,
1992; Minale, 1967), hidroxicinamamidas (Martin-
Tanguy et al., 1992) e flavonóides, incluindo flavonas
(Buschi, 1980; Pomilio, 1994). e flavonóis (Bouillant,
1978).
O objetivo deste estudo foi caracterizar o
perfil fitoquímico, avaliar a toxicidade contra o
bioensaio de artêmia (A. salina Leach) e determinar os
efeitos antimicrobianos e cardiovasculares do extrato etanólico
das folhas de G. globosa L.

MATERIAIS E MÉTODOS

Identificação botânica

G. globosa L. foi cultivada e coletada no Núcleo do Jardim de


Plantas Medicinais e Aromáticas (NUPLAM) da
Universidade Federal do Piauí, Brasil. A identificação botânica foi realizada
no Herbário Graziela Barroso da Universidade Federal do Piauí,
Brasil (espécime voucher nº 20901).

Extração e triagem fitoquímica

As folhas (211,6 g) foram secas à temperatura ambiente e depois


pulverizadas. O pó foi extraído exaustivamente com
etanol 99,8% por maceração à temperatura ambiente (Gg-EE). O solvente do extracto de etanol
foi evaporado até à secura sob pressão reduzida
e liofilizado para dar 34,7 g (16,4%). A avaliação dos principais
grupos fitoquímicos do Gg-EE foi realizada de acordo com
Farnsworth (1966) pela aplicação de testes qualitativos: saponinas,
esteróides e terpenóides, alcalóides, flavonóides, catequinas, taninos
Arcanjo et al. 2007

e polifenóis, açúcares redutores, lactonas, cumarinas e


quinonas. Em todos os testes, os resultados foram observados e comparados com
dados publicados em relação à presença ou ausência de cada
grupo fitoquímico e usos terapêuticos.

Estabelecimento de toxicidade em bioensaio de artémia

O bioensaio de toxicidade em A. salina Leach foi realizado de acordo


com a metodologia proposta por Meyer et al. (1982), com algumas
modificações (Nunes et al., 2009). A partir de 20 mg de Gg-EE,
soluções de 1, 10, 100 e 1000 µg/mL foram preparadas em triplicata. Em seguida, 10
espécimes com 48 h de eclosão em água do mar e água destilada
(1:1) foram colocados em cada tubo e três tubos de controle negativo
(solução salina e DMSO 1%). Volumes apropriados da
solução salina em tubos foram adicionados até 5 mL de solução salina contendo
10 náuplios cada para fornecer as concentrações finais da amostra. Após 24 h,
o número de óbitos foi contado e os resultados foram tabulados e
analisados.

Avaliação da atividade antimicrobiana

O Gg-EE foi submetido a ensaio antibacteriano utilizando o


método de placa de difusão em ágar conforme descrito por Alves
et al. (2000), com algumas alterações e guiado pelo NCCLS/CLSI (2005).
Os testes foram realizados contra os seguintes microrganismos padrão:
Staphylococcus aureus ATCC 25923, Staphylococus epidermidis
ATCC 12228, Enterococcus faecalis ATCC 29212, Escherichia coli
ATCC 25922, E. coli ATCC 35218, Klebsiella pneumoniae ATCC
700603 e Pseudomonas aeruginosa ATCC 27853. Além disso,
quatro múltiplos múltiplos ATCC 27853. também foram testados microrganismos isolados
clínicos resistentes aos medicamentos
: S. aureus resistente à meticilina MRPI 98 (cepa tipada como
pertencente ao clone epidêmico brasileiro – BEC; Soares et al.,
2000); S. epidermidis MRSE H111 resistente à meticilina (
resistente à meticilina); E. faecalis 7426 (cepa resistente à vancomicina e positiva
para o gene vanA; Soares et al., 2000) e Stenotrophomonas
maltophilia EM 012004 (cepa sensível apenas a Trimetoprim +
Sulfametoxazol).
Os microrganismos foram cultivados durante a noite a 35°C em Mueller-
Hinton Broth (Difco) antes do uso. A suspensão das cepas bacterianas
com densidade óptica de McFarland 0,5 (1x10
8
UFC/mL) foi
feita em solução isotônica de cloreto de sódio 0,9%. Após a inoculação
e secagem por 10 min, quatro poços (6 mm de diâmetro) foram feitos e
preenchidos assepticamente com diferentes concentrações (1,10, 50 e 100
mg/mL) de Gg-EE, enquanto igual volume de dimetilsulfóxido
(DMSO ) foi usado como controle negativo e ágar Mueller-Hinton apenas
como controle positivo para crescimento microbiano. Todas as placas foram incubadas a
35°C por 24 h. A atividade antibacteriana foi medida no
diâmetro (mm) da zona clara de inibição do crescimento, e foi
interpretada como: 9 a 13mm, atividade moderada; > 13 a 17 mm, ativo;
> 1 7mm, muito ativo. Cada teste foi realizado em triplicado.

Efeitos do Gg-EE nos parâmetros cardiovasculares

Cães machos (Canis familiaris) (5 a 10 kg) foram adequadamente


anestesiados com solução de tiopental (25 mg/kg, iv). Em seguida,
a veia cava inferior através da veia femoral foi canulada para administração de
Gg-EE. Para medir a pressão arterial média (PAM) e a frequência
cardíaca (FC) antes e após a aplicação das substâncias, um
cateter heparinizado inserido na aorta abdominal pela artéria femoral de
cada animal foi acoplado a um aparelho de medida de pressão (AVS
Projects, São Paulo, SP , Brasil). Após parâmetros cardiovasculares

2008 J. Med. Plantar. Res.

Tabela 1. Principais grupos fitoquímicos identificados a partir de Gg-EE.

Grupos fitoquímicos Testes qualitativos Resultado


Saponinas Teste de espuma +
Esteróides e Terpenóides Reação de Liebermann-Buchard -
Alcalóides Reações de Dragendorff, Bouchardat e Bertrand +
Flavonóides Reação de Shinoda - Reação de
catequinas Na
2
CO
3
-
Taninos e polifenóis Cloreto férrico 1 % -
Açúcares redutores Reação de Benedict +
Lactonas Reação de Baljet -
Cumarinas NaOH/Etanol (p/v), reação UV +
Quinonas NH
4
OH -

Legenda: (+) Presente; (-) Ausente.

Figura 1. Efeito hipotensor em cães anestesiados antes (controle) e após


administração aguda de Gg-EE (10, 20 e 40 mg/kg). Os valores de MAP (pressão arterial média)
são a média ± SEM de seis experiências. **p<0,01, ***p<0,001 vs. controle.

estabilizada, a PAM e a FC foram registradas antes (controle) e


após a administração de doses sucessivas de Gg-EE (10, 20 e 40
mg/Kg). As injeções sucessivas foram separadas por um intervalo de tempo
suficiente para permitir a recuperação completa dos parâmetros hemodinâmicos.
Todos os procedimentos experimentais foram realizados de acordo com
as diretrizes do Conselho Nacional de Pesquisa e aprovados pelo
Comitê de Ética em Pesquisa Animal da Universidade Federal do
Piauí. Os valores são apresentados como média ± erro padrão da média
(sem). Os resultados experimentais são expressos como
decréscimos percentuais na pressão sanguínea arterial e na frequência cardíaca. ANOVA one
-way seguida de pós-teste de Student-Newman-Keuls foi utilizada na
análise dos dados e os resultados foram considerados significativos quando p<0,05.
GraphPad™ Prism 5.0 (GraphPad Software, Inc., CA, EUA) foi
usado para realizar a análise dos dados.
RESULTADOS

A triagem fitoquímica do extrato etanólico de G. globosa


(Gg-EE) detectou a presença de saponinas,
alcalóides, açúcares redutores e cumarinas (Tabela 1). Por
sua vez, o extrato não induziu mortalidade no
bioensaio de A. salina. Então, não foi possível calcular o LC
50
.
O Gg-EE não promoveu atividade antimicrobiana contra os
microrganismos testados. Por outro lado, induziu uma
redução significativa da pressão arterial (Figura 1)
sem alteração da frequência cardíaca (Figura 2), confirmando
atividade hipotensora para este extrato.

Figura 2. Efeito bradicárdico em cães anestesiados antes


(controle) e após administração aguda de Gg-EE (10, 20 e 40
mg/kg). Os valores de HR (frequência cardíaca) são a média ± SEM de seis
experiências.

DISCUSSÃO

O principal achado deste estudo é que o extrato etanólico das


folhas de G. globosa L. apresentou efeito hipotensor em
cães anestesiados. O estudo dos efeitos cardiovasculares do Gg-EE
foi motivado pelo uso desta espécie na
medicina popular para tratar a hipertensão (Agra et al., 2007;
Lans, 2006). Curiosamente, este é o primeiro relato dessas
atividades farmacológicas para esta espécie. O
efeito hipotensor promovido pelo Gg-EE nas doses de 10, 20
e 40 mg/kg foi significativo, em contraste com o
efeito bradicárdico, que não foi observado. Essa
observação indica que mesmo na redução da pressão arterial
, a frequência cardíaca permanece inalterada, provavelmente devido à
regulação negativa da resposta barorreflexa, visando
normalizar os parâmetros cardiovasculares (Kawaguchi et al.,
2007). Uma diminuição da pressão arterial reduz a
descarga aferente dos barorreceptores e desencadeia
aumentos reflexos na frequência cardíaca, contratilidade cardíaca,
resistência vascular e aumento do retorno venoso (Lanfranchi e
Somers, 2002). Assim, esses resultados representam uma
atividade importante para medicamentos no tratamento de certos tipos de
hipertensão arterial.
A triagem fitoquímica é uma etapa importante no
estudo químico e farmacológico de uma planta medicinal.
Pode sugerir possíveis efeitos farmacológicos de seus
extratos ou frações em comparação com
grupos fitoquímicos identificados, evidenciando uma estreita relação
com seus principais usos terapêuticos. Assim, os resultados da
triagem fitoquímica estão de acordo com o
uso popular da espécie G. globosa L. no tratamento da
hipertensão. A presença de saponinas em Gg-EE foi
confirmada pelo teste de espuma, observando sua formação e
Arcanjo et al. 2009

continuando por cerca de 20 min. Em solução aquosa, as


saponinas formam espuma persistente e abundante devido a uma
porção lipofílica em sua estrutura química, denominada aglicona
ou sapogenina, e uma porção hidrofílica, formada por um ou
mais açúcares que conferem propriedades detergentes
(Farnsworth, 1966; N'guessan et al. , 2009). Além disso,
os carboidratos redutores foram identificados pela ''
reação de Benedict''. Esses resultados são consistentes com o relato de
saponosídeos identificados para esta espécie (Heuer et al.,
1992; Minale et al., 1967). Este grupo de substâncias pode
promover níveis mais baixos de pressão arterial e colesterol
(N'guessan et al., 2009).
A presença de alcalóides foi confirmada em Gg-EE pela
formação de precipitado após as reações de Dragendorff, Bouchardat e
Bertrand (Farnsworth, 1966). As atividades farmacológicas anti-hipertensivas,
depressoras cardíacas e antitussígenas
relatadas para alguns alcalóides isolados de
várias espécies fornecem evidências para alguns
usos terapêuticos de G. globosa L. (Cordell et al., 2001; Santos et al.,
2006). A identificação de cumarinas por reação com
solução etanólica de hidróxido de sódio teve resultado positivo
sob luz ultravioleta em 366 nm (Farnsworth, 1966). A
atividade hipotensora e relaxante do miocárdio para algumas
cumarinas podem estar relacionadas ao uso de G. globosa L. como anti-
hipertensivo (Chiou et al., 2001; Chung et al., 1993).
Substâncias testadas pelo bioensaio de artémia que
levam à morte de meio náuplio em concentração letal até
1000 µg/mL (LC
50
), são consideradas ativas e, portanto, com
bom potencial para atividade antitumoral (McLaughlin e
Rogers, 1988; Lieberman, 1999). Em nossos estudos, o Gg-EE
não apresentou atividade citotóxica neste bioensaio. Da mesma forma,
não houve atividade antimicrobiana para Gg-EE, em contraste
com resultados de outras espécies do gênero Gomphrena
(Pomilio et al., 1992). Vários estudos também tentaram
correlacionar a toxicidade contra A. salina com outras atividades
como antifúngica, virucida e antimicrobiana (MacBae et
al., 1988), parasiticida (Sahpaz et al., 1994), tripanocida
(Zani et al., 1995). ), entre outros.
Em conclusão, o Gg-EE apresentou atividade hipotensora,
relacionada ao seu uso popular no tratamento da hipertensão.
Mais estudos são necessários para elucidar quais
mecanismos estão envolvidos na atividade anti-hipertensiva
para esta espécie. Embora o Gg-EE não tenha apresentado letalidade
contra diversos microrganismos, esses resultados indicam
baixa citotoxicidade ao extrato. Assim, o
bioensaio de artêmias proporciona uma vantagem na padronização e
controle de qualidade de produtos botânicos e no desenvolvimento de
novos fármacos.

AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem CAPES, CNPq e FAPEPI pelo
apoio a esta pesquisa. Agradecimentos à Professora Roseli
Farias Melo de Barros, PhD, Graziela Barroso

2010 J. Med. Plantar. Res.

Herbário da Universidade Federal do Piauí, pelo apoio


à identificação botânica.

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