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Conflito na Caxemira
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Em 1947, o domínio britânico na Índia terminou com a criação de duas nações: a Índia e o
Paquistão. Cada um dos 562 Estados principescos indianos aderiram a um dos dois novos
países: a União da Índia ou o Domínio do Paquistão. Jammu e Caxemira tinha uma
população predominantemente muçulmana, mas um governante hindu, era o maior destes
estados autônomos e limitava com ambos os países modernos. Seu governante era o rei
dogra (ou marajá), Hari Singh, que preferiu manter-se independente, pretendo evitar a
pressão sobre ele a partir da Índia e do Paquistão, jogando um contra o outro.
Após rumores de que o marajá apoiaria a anexação da Caxemira pela Índia, tropas
irregulares formadas de militantes revolucionários muçulmanos da Caxemira ocidental 2 e
membros de tribos paquistanesas fizeram rápidos avanços na Caxemira (no setor de
Baramaulla). Neste contexto, o marajá Hari Singh da Caxemira pediu ao Governo da Índia
para intervir, no entanto, a Índia e o Paquistão tinham assinado um acordo de não-
intervenção (status quo), e embora combatentes tribais do Paquistão que entraram em
determinado território até então não havia uma clara evidência jurídica para provar
inequivocamente que o Governo do Paquistão estava oficialmente envolvido. Teria sido
ilegal para a Índia fazer uma intervenção unilateral (de uma forma aberta e oficial), a
menos que Jammu e Caxemira aderisse à Índia formalmente, caso em que teria sido
possível enviar forças que ocupam as partes restantes.
Em 1989, inicia-se uma ampla insurreição armada na Caxemira, que continua até o
presente. A Índia afirma que esta foi iniciada em grande parte pelo grande número
deMujahideen afegãos que entraram na Caxemira após o final da guerra soviético-afegã,
embora os nacionalistas do Paquistão e Caxemira argumentam que os mujahideens não
deixaram o Afeganistão em grandes números até 1992, três anos após a insurreição
começar. Yasin Malik, líder de uma facção, a Frente de Libertação de Jammu e Caxemira,
foi um dos caxemires que organizaram a militância na Caxemira. No entanto, desde 1995,
Malik renunciou ao uso da violência e apela para métodos estritamente pacíficos para
resolver as diferenças. O Paquistão alega que os insurgentes são cidadãos de Jammu e
Caxemira, e estão lutando até contra o exército indiano em um movimento independência.
Também afirma que o Exército indiano está cometendo graves violações dos direitos
humanos para os cidadãos de Jammu e Caxemira, e nega que esteja dando armamentos
para ajudar os insurgentes.
Desde então, tem havido numerosas violações da Linha de Controle, incluindo as famosas
incursões por insurgentes e as forças armadas do Paquistão em Kargil que levaram à
Guerra de Kargil, bem como os confrontos esporádicos no Glaciar de Siachen, onde
ambos os países mantêm forças em altitudes atingindo a 6100 metros. Todas essas
violações têm causado preocupação com a estabilidade da região hostil.
Outro argumento apresentado pela Índia é que na Índia as minorias estão bem integradas,
com alguns membros de comunidades minoritárias, ocupando posições de poder e
influência. Embora mais de 80% da população da Índia prática o hinduísmo, um ex-
presidente da Índia, Abdul Kalam, é muçulmano, enquanto Sonia Gandhi, a líder
parlamentar do Partido do Congresso, é católica romana. O atual primeiro-ministro da
Índia, Manmohan Singh, é um sikh e o líder da oposição, Lal Krishna Advani, um hindu.
A Índia reivindica e apresentou provas de que a maioria das violações dos direitos
humanos na região foram realizadas pelos insurgentes e outros não-indianos. Além
disso, a Índia cita o fato de que foram levados à justiça os poucos agentes filiados à
Índia que tinham cometido violações dos direitos humanos, ao contrário do referido
pessoal não-indiano e insurgentes que não foram punidos por seus crimes. 16
A Índia alega que a maioria dos terroristas que operam na região da Caxemira provém
da Caxemira administrada pelo Paquistão e que o Paquistão tem estado envolvido no
terrorismo patrocinado pelo Estado. Aponta também para artigos e relatórios
dos Estados Unidos que sugerem que os terroristas são financiados principalmente
pelo Paquistão, bem como através de meios ilícitos, como a venda ilegal de armas e
narcóticos ou a circulação de moeda falsa na Índia. 17 Portanto, a insurgência e
o terrorismona Caxemira é deliberadamente alimentada pelo Paquistão para criar
instabilidade na região.18 O governo da Índia acusou repetidamente o Paquistão de
travar uma guerra por procuração na Caxemira, fornecendo armas e apoio financeiro a
grupos terroristas na região.19 20 21 22
O Paquistão está tentando levantar um sentimento anti-Índia entre os caxemires por
espalhar propaganda falsa contra a Índia.23 De acordo com o governo do estado de
Jammu e Caxemira, rádios e canais de televisão paquistaneses deliberadamente
espalham "ódio e veneno" contra a Índia para alterar opinião na Caxemira. 24
O Paquistão alega também que as forças indianas estavam na Caxemira antes mesmo da
assinatura do instrumento de adesão com a Índia e, portanto, em violação ao acordo de
Standstill, que foi concebido para manter o status quo da Caxemira (embora a Índia não
fosse signatária do acordo assinado entre o Paquistão e o governante hindu de Jammu e
Caxemira).30 31
A insurreição popular dos caxemires demonstra que o povo da Caxemira não quer
mais permanecer como parte da Índia. O Paquistão sugere que isto significa que ou a
Caxemira quer ser parte do Paquistão ou quer ser independente.
As táticas de contra-insurgência da Índia têm merecido um acompanhamento
internacional do conflito da Caxemira e o exército indiano tem realizado violações dos
direitos humanos, incluindo tortura, estupros e assassinatos extrajudiciais, contra o
povo cachemire.
Segundo a teoria das duas nações é uma das teorias citadas para a partição que criou
a Índia e o Paquistão, a Caxemira deveria ter permanecido com o Paquistão, porque
tem uma maioria muçulmana.
A Índia tem mostrado desprezo às resoluções do Conselho de Segurança da ONU e
da Comissão das Nações Unidas na Índia e Paquistão ao não realizar um plebiscito
para determinar a adesão futura do Estado. 35
O povo da Caxemira foi forçado pelas circunstâncias a defender seu direito
à autodeterminação através da militância. O Paquistão afirma que dá seu apoio moral,
ético e militar aos revoltosos na Caxemira.
Os recentes protestos na Caxemira administrada pela Índia atraiu um grande número
de pessoas com um crescente ressentimento contra o domínio indiano, dadas as
manifestações que ocorrem em oposição ao controle indiano do estado. 36
Recentes relatórios da ONU sobre a situação dos direitos humanos em Jammu e
Caxemira têm criticado a Índia pelo uso da força durante protestos na Caxemira
administrada pela Índia.
O Paquistão registra igualmente os atos de violência que acompanharam as eleições
na Caxemira indiana 37 e sentimentos anti-indianos expressos por algumas pessoas no
estado.38
O Paquistão destaca o uso generalizado de execuções extrajudiciais na Caxemira
administrada pela Índia, realizadas pelas forças de segurança da Índia que sustentam
que foram surpreendidas em enfrentamentos com militantes. Os paquistaneses
acusam as forças de segurança indianas de estarem envolvidas em confrontos falsos
que são comuns nos setores da Caxemira administrada pela Índia e evitar a ação
penal dos autores.39 40
Organizações de direitos humanos condenaram energicamente as tropas indianas
pelo estupro e assassinato de civis inocentes QUE acusA estes civis de serem
militantes.4142 43
A solução Chenab era um compromisso proposto na década de 1960, em que o vale
da Caxemira e outras áreas predominantemente muçulmanas, ao norte do rio
Chenabiriam para o Paquistão e Jammu e outras regiões predominamente hindus para
a Índia.44
Ponto de vista da China[editar | editar código-fonte]
Líderes
Forças
Baixas
Antecedentes[editar | editar código-fonte]
Darfur tem cerca de 5,5 milhões de habitantes, numa região com baixo nível
de desenvolvimento: apenas 15% das crianças do sexo masculino - e 10% do feminino -
frequentam a escola.
O Sudão tem uma história de conflitos entre o sul e o norte do país, que resultaram na
primeira (1955-1972) e na segunda (1983-2005) guerras civis sudanesas. A segunda
confrontação causou cerca de dois milhões de mortos e mais de um milhão de refugiados,
em ambos os casos principalmente no sul.
Causas[editar | editar código-fonte]
O conflito[editar | editar código-fonte]
Milicianos de Darfur.
Muitos dos grupos militares atuando no Sudão passaram a exercer um poder autônomo,
sem responder necessariamente aos grupos dos quais se originaram, o que gera uma
falácia de poder e milícias que combatem para defender seus próprios interesses mais
imediatos, e não políticas mais abrangentes, relativas ao território de Darfur como um todo.
Sequestros[editar | editar código-fonte]
Ao longo de 2009, Darfur foi palco de inúmeros sequestros - a maior parte deles para pedir
resgate. As agências humanitárias enfrentam hostilidade crescente, desde que oTribunal
Penal Internacional emitiu mandado de prisão contra o presidente Omar Hassan al-Bashir,
por crimes de guerra.
Palestina
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Nota: Para a instituição estatal semiautônoma que governa partes da Palestina,
veja Autoridade Nacional Palestina. Para outros significados, veja Palestina
(desambiguação).
Área geográfica da Palestina, conforme definida pelo Império Bizantino, no final do século IV, com as
fronteiras das dioceses da Palaestina Prima e Palaestina Secunda.
Palestina (em árabe: فلسطين, translit. Filasṭīn; em hebraico: ;פלשתינה
em grego: Παλαιστίνη, transl. Palaistinē, e em latim: Palæstina), é a denominação
histórica dada pelo Império Romano a partir de um nome hebraico bíblico, a uma região
do Oriente Médio situada entre a costa oriental do Mediterrâneo e as atuais fronteiras
ocidentais do Iraque e Arábia Saudita, hoje compondo os territórios da Jordânia e Israel,
além do sul do Líbano e os territórios de Gaza e Cisjordânia.
A área correspondente à Palestina até 1948 encontra-se hoje dividida em três partes: uma
parte integra o Estado de Israel; outra a atualJordânia e duas outras (a Faixa de Gaza e a
Cisjordânia), de maioria de árabes palestinos, deveriam integrar um estado palestino a ser
criado - de acordo com a lei internacional, bem como as determinações das Nações
Unidas, o Reino Unido. Em 1967, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia foram conquistadas
por Israel ao Egito e à Jordânia respetivamente, após a Guerra dos Seis Dias. E
posteriormente Gaza em2005 foi entregue à Autoridade Palestina, já a Cisjordânia
(Judeia e Samaria) possui partes de territórios soberanos palestinos e parte de territórios
com habitantes israelenses estabelecidos na conquista do território.
Há alguns anos, porções dispersas dessas duas áreas foram oferecidas por Israel e
passaram a ser administradas pela Autoridade Palestina, mas, devido à estratégia
defensiva de expansão territorial e seus ataques violentos contra os terroristas palestinos,
esses territórios e sua população estão sob constante ameaça.
A população palestina dispersa pelos países árabes em campos de refugiados, ou
situados nos territórios de Gaza e Cisjordânia, é estimada em quatro milhões de pessoas.
Etimologia[editar | editar código-fonte]
A região era chamada de Palastu pelos assírios.1
A palavra Palestina deriva do grego Philistia, nome dado pelos autores da Grécia Antiga a
esta região, devido ao facto de em parte dela (entre a actual cidade de Tel Aviv eGaza) se
terem fixado no século XII a.C. os filisteus.
Os filisteus não eram semitas bem como não mantêm relações com os atuais palestinos e
sua provável origem é creto-miceniana, uma das mais conhecidas (embora
recorrentemente mencionadas) vagas dos chamados "Povos do Mar" que se
estabeleceram em várias partes do litoral sul do mar Mediterrâneo, incluindo a área hoje
conhecida como Faixa de Gaza. Segundo a tradição bíblica os filisteus seriam oriundos
de Caphtor, termo associado à ilha de Creta. Este povo é igualmente referido nos escritos
do Antigo Egipto com o nome de prst, por onde também passaram e foram repelidos.
História[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: História da Palestina
A Palestina, sendo um estreito trecho de favorável passagem entre a África e Ásia, foi
palco de um grande número de conquistas, pelos mais variados povos, por se constituir
num corredor natural para os antigos exércitos.
Em meados do século XV a.C. a região é conquistada pelo faraó Tutmósis III, mas será
perdida antes de completar 18 dinastia, para ser novamente reconquistada por Seti I e
porRamsés II. Com o enfraquecimento do poder egípcio em finais do século XIII a.C., a
região será invadida pelos Povos do Mar.
Um destes povos, os filisteus, fixa-se junto à costa onde constroem pequenas cidades.
Contemporânea a esta invasão é a chegada das tribos hebraicas, lideradas por Josué. A
sua instalação no interior gerou guerras com os filisteus, que se recusam a aceitar a
presença hebraica.
As tribos hebraicas decidem então unir-se para formar uma monarquia, cujo primeiro rei
é Saul. O seu sucessor, David (início do I milénio a.C.) derrota finalmente os filisteus e fixa
a capital do reino em Jerusalém. Durante o reinado do seu filho, Salomão, o reino vive um
período de prosperidade, mas com a sua morte é dividido em duas partes: a norte, surgirá
o reino de Israel (com capital em Samaria) e a sul, o reino de Judá (com capital em
Jerusalém).
Abrevie-se para afirmar que, salvo breves intervalos, a região foi dominada por outras
potências tais como a Assíria (722 a.C.), os babilônicos (fins do século VII a.C.), os persas
aquemênidas (539 a.C.), os greco/macedónios (331 a.C. permanecendo em poder
dos ptolomaicos de 320 a 220 a.C. e dos Selêucidas de 220 a 142 a.C.) passando por uma
retomada pelos locais Asmoneus que dominaram daí até o ano de 63 a.C. quando
sobreveio o domínio romano.
No ano de 66 d.C. inicia-se uma rebelião dos judeus que foi fortemente reprimida pelos
romanos com a destruição do templo de Iavé no ano de 70, e só no ano de 131 a pax
romana foi novamente abalada por rebeliões ao fim das quais o
imperador Adriano rebatizou Jerusalém de Colonia Aelia Capitolia e a Judeia foi
incorporada à nova Síria Palestina.
Passando pela divisão do Império Romano, a região viveu entre 324 d.C. e 638 d.C.,
extrema prosperidade e crescimendo demográfico, sendo de se considerar que a esta
altura a população era de maioria cristã, aliás, religião oficial do Império Bizantino, além da
presença judaica sempre presente na região.
No ano de 614 a região acaba de ser ocupada pelos persas Sassânidas que mantém seu
jugo até o ano de 628 e no ano de 638 toda a região está sob o domínio árabemuçulmano.
No século XIX (1850 em diante), judeus perseguidos nos territórios aonde estavam
refugiados, começam a voltar para a região juntando-se aos judeus que já estabelecidos
ali, dando surgimento a novas cidades como rishon letzion e no crescimento de
comunidades com as de Mea Shearim. Ao mesmo tempo, fortes movimentos migratórios
oriundos dos territórios sírios e de países árabes vizinhos, forçados pela escassez em
seus territórios, também fizeram a população árabe local dar saltos populacionais.
Durante a 1ª Guerra Mundial, o Império Otomano que apoiava a Alemanha é derrotado e
expulso do oriente médio pelos povos árabes e pelas tropas aliadas, o que teria-lhes
garantido aos judeus o direito internacional para reconstituição de um estado judaico
totalmente independente da Turquia garantido por uma "promessa" de ajuda dos Aliados,
adeclaração Balfourd. Na sequência do final da 1ª Guerra Mundial (1917), a parte sul do
Império Otomano foi atribuído à Grã-Bretanha a região correspondente a Palestina e
àFrança Líbano e Síria que teria ao sul dos montes libaneses outra comunicação com o
mediterrâneo.
Em 1967, Egito, Jordânia e Síria juntamente com Líbano, Arábia Saudita e Iraque
mobilizam os seus exércitos, com vista à destruição do estado Israelita. Naquela que
ficaria conhecida como Guerra dos seis dias, Israel derrotou os seis exércitos em outras
tantas frentes, ocupando a península do Sinai (Egito), Colinas de Golã (Síria)
e Cisjordânia(Jordânia), incluindo o total controlo sobre Jerusalém. Desde esse ano Israel
adotou uma política destinada a promover a instalação de colonias civis israelenses,nos
pedaços de terras desocupados e construindo as casas para os seus cidadãos. O
presidente americano Jimmy Carter, em 1978, juntou o presidente egípcio (Anuar Sadat) e
o primeiro-ministro israelita (Menachem Begin) em Camp David, a fim de estabelecer o
primeiro tratado de paz de sempre entre israelenses e árabes. Foi aqui acordada a
devolução da península do Sinai, retirando os colonias aí existentes, bem como o fim da
agressão árabe ao estado de Israel e o restabelecimento de laços políticos e económicos.
Desde o ano de 660 até 750, vigorou o Califado Omíada, cuja capital
era Damasco datando daí a construção do Nobre Santuário na região dos templos
judaicos(Har Hamoriah) e chamada pelos árabes de Esplanada das Mesquitas em
Jerusalém(cidade fundada pelos judeus), substituída pela dinastia dos abássidas cuja
capital era Bagdá que dominou até o ano de 974, seguindo-se a Califado Fatímida que
perduraram até o ano 1071.
Sob a administração mameluca a região viveu cerca de cem anos de prosperidade, com a
consequente reconstrução de escolas, mesquitas destruídas ou negligenciadas durante o
período dos Cruzados. Em torno de 1382 a expansão territorial dos Mamelucos leva-os a
confrontarem os Mongóis, e posteriormente os Otomanos. Estas campanhas vão estender-
se até 1516, quando as forças do Sultão Selim I derrotam os Mamelucos na batalha de
Marj Dabiq, e ocupam a totalidade da Palestina.
Com o Tratado de Versalhes a Palestina no seu sentido lato é dividida entre a França, que
ocupa os actuais Libano e a Síria, e a Inglaterra.
O enquadramento legal desta situação será dado pelo Mandato Britânico na Palestina, por
decisão da Sociedade das Nações, que, com base no Acordo Sykes-Picot previa que a
Palestina seria colocada sob administração internacional. Esta situação iria manter-se até
ao final da Segunda Guerra Mundial.
O Reino Unido, enfraquecida pela guerra e debilitada pela ação dos grupos militantes
judaicos - que, após uma trégua durante a guerra, regressam mais ativos e combativos no
apoio à emigração clandestina e na luta armada - e de grupos militantes árabes
igualmente ativos na campanha de povoar / colonizar o território com o maior número de
árabes possível, entrega a administração da região palestina à recém-criada Organização
das Nações Unidas(ONU).
O aumento dos conflitos entre judeus, ingleses e árabes forçou a reunião da Assembleia
Geral da ONU, realizada em 29 de Novembro de 1947, quedeliberou a partição da região
palestina em dois estados, um judeu e outro árabe, que deveriam formar uma união
econômica e aduaneira.
Após um período inicial de estadia nos países árabes vizinhos, muitos destes refugiados
traídos por seus próprios aliados, são expulsos desses países de acolhimento, dirigindo-se
para o sul do Líbano, onde permanecem em campos de refugiados até hoje, não sendo
integrados pelos países onde estão e passando o estatuto de refugiado de pais para filhos.
Em 29 de novembro de 2012, 65 anos depois da Resolução 181 que fez a partilha oficial
da Palestina, a Assembleia Geral das Nações Unidas, numa votação histórica, reconheceu
os territórios ocupados pelos palestinos como Estado-não membro da
ONU,2 status político igual ao do Vaticano.3 Na votação em que eram necessários apenas
97 votos a favor, com o apoio de 139 países, capitaneados na Europa pela França e tendo
entre eles o Brasil, Angola e Portugal, o Estado Palestino teve seu reconhecimento feito
para participar das reuniões da Organização como membro sem direito a voto. Além
de Israel, os Estados Unidos, Canadá e a República Tcheca ficaram entre os nove votos
contrários (e 41 abstenções) à resolução.2 A decisão contraria as regras da própria ONU,
pois a Guerra dos Seis Dias foi defensiva e quando um território é conquistado em guerra
defensiva, este passa a pertencer ao país que o conquistou.
Propostas de 1916-22: As três propostas para a administração da Palestina após a Segunda Guerra
Mundial. A linha vermelha é a "Administração Internacional" proposta em 1916 no Acordo Sykes-Picot, a linha
azul pontilhada foi proposta pelaOrganização Sionista Mundialdurante a Conferência de Paz de Paris em 1919 e
a linha azul se refere às fronteiras finais do Mandato Britânico da Palestina entre 1923-48.
Situação em 1947:Mandato da Palestina, mostrando em azul as áreas controladas por judeus na
Palestina em 1947, que constituíam 6% da área territorial do mandato, das quais mais da metade eram
controladas pelo Fundo Nacional Judaico (FNJ) e pela Associação da Colonização Judaica da Palestina. A
população de judeus cresceu de 83 790 pessoas em 1922 para 608 000 em 1946.
Situação atual: Em verde, a região restante que ainda é administrada pela Autoridade Nacional
Palestina (sob Oslo 2).
Veja também
A Questão Palestina
Palestina (do original Filistina – “Terra dos Filisteus”) é o nome dado desde a Antiguidade à
região do Oriente Próximo (impropriamente chamado de “Oriente Médio”), localizada ao sul
do Líbano e a nordeste da Península do Sinai, entre o Mar Mediterrâneo e o vale do Rio
Jordão. Trata-se da Canaã bíblica, que os judeus tradicionalistas preferem chamar de Sion.
A Palestina foi conquistada pelos hebreus ou israelitas (mais tarde também conhecidos como
judeus) por volta de 1200 a.C., depois que aquele povo se retirou do Egito, onde vivera por
alguns séculos.
Mas as sucessivas dominações estrangeiras, começadas com a tomada de Jerusalém (587
a.C.) por Nabucodonosor, rei da Babilônia, deram início a um progressivo processo de
diáspora (dispersão) da população judaica, embora sua grande maioria ainda permanecesse
na Palestina.
As duas rebeliões dos judeus contra o domínio romano (em 66-70 e 133-135 d.C.) tiveram
resultados desastrosos. Ao debelar a primeira revolta, o general (mais tarde imperador) Tito
arrasou o Templo de Jerusalém, do qual restou apenas o Muro das Lamentações. E o
imperador Adriano, ao sufocar a segunda, intensificou a diáspora e proibiu os judeus de viver
em Jerusalém. A partir de então, os israelitas espalharam-se pelo Império Romano; alguns
grupos emigraram para a Mesopotâmia e outros pontos do Oriente Médio, fora do poder de
Roma.
Em 1896, o escritor austríaco de origem judaica Theodor Herzl fundou o Movimento Sionista,
que pregava a criação de um Estado judeu na antiga pátria dos hebreus.
Durante a Primeira Guerra Mundial, a Turquia lutou ao lado da Alemanha e, derrotada, viu-se
privada de todas as suas possessões no mundo árabe. A Palestina passou então a ser
administrada pela Grã-Bretanha, mediante mandato concedido pela Liga das Nações.
Depois de 1918, a imigração de judeus para a Palestina ganhou impulso, o que começou a
gerar inquietação no seio da população árabe. A crescente hostilidade desta última levou os
colonos judeus a criar uma organização paramilitar – a Haganah – a princípio voltada para a
autodefesa e mais tarde também para operações de ataque contra os árabes.
1947 – A ONU aprova a partilha da Palestina em dois Estados – um judeu e outro árabe.
Essa resolução é rejeitada pela Liga dos Estados Árabes.
1948 – Os Judeus proclamam o Estado de Israel, provocando a reação dos países árabes.
Primeira Guerra Árabe-Israelense. Vitória de Israel sobre o Egito, Jordânia, Iraque, Síria e
Líbano e ampliação do território israelense em relação ao que fora estipulado pela ONU.
Centenas de milhares de palestinos são expulsos para os países vizinhos. Como territórios
palestinos restaram a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, ocupadas respectivamente por tropas
egípcias e jordanianas.
1964 – Criação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), cuja pretensão inicial
era destruir Israel e criar um Estado Árabe Palestino. Utilizando táticas terroristas e sofrendo
pesadas retaliações israelenses, a OLP não alcançou seu objetivo e, com o decorrer do
tempo, passou a admitir implicitamente a existência de Israel.
1967 – Guerra dos Seis Dias. Atacando fulminantemente em três frentes, os israelenses
ocupam a Faixa de Gaza e a Cisjordânia (territórios habitados pelos palestinos) e tomam a
Península do Sinai ao Egito, bem como as Colinas de Golan à Síria.
1970 – “Setembro Negro”. Desejando pôr fim às retaliações israelenses contra a Jordânia,
de onde provinha a quase totalidade das incursões palestinas contra Israel, o rei Hussein
ordena que suas tropas ataquem os refugiados palestinos. Centenas deles são massacrados
e a maioria dos sobreviventes se transfere para o Líbano.
1973 – Guerra do Yom Kippur (“Dia do Perdão”). Aproveitando o feriado religioso judaico,
Egito e Síria atacam Israel; são porém derrotados e os israelenses conservam em seu poder
os territórios ocupados em 1967. Para pressionar os países ocidentais, no sentido de diminuir
seu apoio a Israel, a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) provoca uma
forte elevação nos preços do petróleo.
1977 – Pela primeira vez, desde a fundação de Israel, uma coalizão conservadora (o Bloco
Likud) obtém maioria parla mentar. O novo primeiro-ministro, Menachem Begin, inicia o
assentamento de colonos judeus nos territórios ocupados em 1967.
1979 – Acordo de Camp David. O Egito é o primeiro país árabe a reconhecer o Estado de
Israel. Este, em contrapartida, devolve a Península do Sinai ao Egito (cláusula cumprida
somente em 1982). Em 1981, militares egípcios contrários à paz com Israel assassinam o
presidente Anwar Sadat.
1982 – Israel invade o Líbano (então em plena guerra civil entre cristãos e muçulmanos) e
consegue expulsar a OLP do território libanês. Os israelenses chegam a ocupar Beirute,
capital do Líbano. Ocorrem massacres de refugiados palestinos pelas milícias cristãs
libanesas, com a conivência dos israelenses.
1985 – As tropas israelenses recuam para o sul do Líbano, onde mantêm uma “zona de
segurança” com pouco mais de 10 km de largura. Para combater a ocupação israelense,
forma-se o Hezbollah (“Partido de Deus”), organização xiita libanesa apoiada pelo governo
islâmico fundamentalista do Irã.
1994 – Arafat retorna à Palestina, depois de 27 anos de exílio, como chefe da Autoridade
Nacional Palestina (eleições realizadas em 1996 o confirmam como presidente) e se instala
em Jericó. Sua jurisdição abrange algumas localidades da Cisjordânia e a Faixa de Gaza –
embora nesta última 4 000 colonos judeus permaneçam sob administração e proteção militar
israelenses. O mesmo ocorre com os assentamentos na Cisjordânia. Na cidade de Hebron
(120 000 habitantes palestinos), por exemplo, 600 colonos vivem com o apoio de tropas de
Israel. Nesse mesmo ano, a Jordânia é o segundo país árabe a assinar um tratado de paz
com os israelenses.
1995 – Acordo entre Israel e a OLP para conceder autonomia (mas não soberania) a toda a
Palestina, em prazo ainda indeterminado. Em 4 de novembro, Rabin é assassinado por um
extremista judeu.
1999 – Ehud Barak, do Partido Trabalhista (ao qual também pertencia Yitzhak Rabin), é
eleito primeiro-ministro e retoma as negociações com Arafat, mas sem que se produzam
resultados práticos.
Balanço Atual
Até agora, Israel desocupou apenas sete cidades da Cisjordânia (uma oitava foi desocupada
parcialmente),
correspondentes a 3% do território cisjordaniano; deste, 24% encontram-se sob controle
misto israelense-palestino e 74% permanecem inteiramente ocupados. Em termos
demográficos, 29% dos palestinos estão sob a jurisdição exclusiva da Autoridade Palestina.
Quanto à Faixa de Gaza, cuja importância é consideravelmente menor, nela permanecem
apenas as tropas israelenses que protegem os colonos judeus ali estabelecidos.
Os grandes obstáculos para a implementação do acordo firmado entre Yitzhak Rabin e Yasser
Arafat são:
a) A oposição das facções extremistas, tanto palestinas como isralelenses.
b) A posição militarista e intransigente do governo Sharon.
c) O estatuto de Jerusalém Oriental, que os palestinos almejam transformar em sua capital
mas que já foi incorporada oficialmente ao território israelense, dentro do conceito de que a
cidade de Jerusalém “é a capital de Israel, una e indivisível”.
d) O problema dos 150 000 colonos existentes em Gaza e na Cisjordânia e que se recusam a
deixar seus assentamentos.
e) A disputa pelos recursos hídricos do Rio Jordão, pois parte de seu curso (na fronteira
entre a Jordânia e a Cisjordânia) ficaria fora do controle de Israel.
f) O território palestino simplesmente não tem como absorver os quase 3 milhões de
refugiados que habitavam terras do atual Estado de Israel e que continuam a viver, na maior
parte, em precários campos de refugiados espalhados pelo mundo árabe – notadamente no
Líbano.
A “Cidade Velha”
A disputada “Cidade Velha”, dentro de Jerusalém Oriental, conta com locais sagrados de três
religiões. Os principais são: o Muro das Lamentações, reverenciado pelos judeus como o
único remanescente do grandioso Templo de Jerusalém; a Mesquita da Rocha (foto acima),
erigida sobre um rochedo de onde, segundo a tradição islâmica, a alma de Maomé ascendeu
ao Paraíso; por último, a Igreja do Santo Sepulcro, construída sobre o lugar onde Cristo teria
sido sepultado e, de acordo com a crença cristã, ressuscitou no terceiro dia.
Conflito na Chechênia
Terrorismo: uma das mais recentes facetas do longo conflito entre russos e chechenos
O povo basco teria ocupado a região da Península Ibérica por volta de 2000 a.C. tendo
resistido durante séculos a invasões e à dominação por outros reinos, inclusive os romanos.
Sua cultura resistiu ao tempo e às conquistas, se tornando, a língua basca, a língua mais
antiga falada atualmente na Europa, mesmo tendo surgido como língua escrita apenas no
século XVI o que, apenas contribuiu para fortalecer o espírito nacionalista do povo basco.
A principal característica da questão basca é que os bascos lutam para manter sua
identidade como povo, sua língua, cultura e modo de vida. Ao invés de serem incorporados e
suplantados por outra cultura, como a maioria dos povos que habitaram a Península Ibérica
e a Europa. Outro ponto interessante é o apoio que a luta armada do grupo
guerrilheiroETA (Euzkadi Ta Askatana, que em vasconço significa “Pátria Basca e Liberdade”)
tem da população basca. Ou, pelo menos tinha.
O ETA surgiu em 1959 como um movimento socialista fundado através da união de diversos
grupos políticos que atuavam na região. Desde a Guerra Civil Espanhola (1936-39) e do
bombardeio à cidade de Guernica pelos nazistas alemães como represália ao apoio do povo
basco aos republicanos, então aliados dos anarquistas e socialistas e, a proibição do
vasconço em todo o território basco pelo general Franco, o sentimento nacionalista basco foi
se tornando cada vez mais forte. Estes fatos, também contribuíram para que o ETA decidisse
pela luta armada e tivessem o apoio da população.
Mas, com o final da ditadura de Franco em 1975 e os direitos cedidos pela Constituição de
1978 que defende o respeito pela diversidade cultural e lingüística, e de um estatuto especial
assegurando à Catalunha, à Galiza e ao País Basco o direito de utilizar suas próprias línguas
e ainda outros direitos que lhes confere certa autonomia, a guerrilha do grupo ETA começa a
perder força ante a população basca.
Desta forma, em março de 2006 o ETA declara uma trégua que durou apenas 14 meses. O
ETA já decretou várias tréguas desde 1981, mas, apenas oito delas foram de fato efetivadas.
Atualmente o Partido Nacionalista Basco (PNV) tenta um acordo com o governo espanhol
para a realização até o final de 2008, em caráter consultivo e, até 2010 de forma definitiva,
de dois plebiscitos onde o povo basco decidirá sobre o tipo de governo a ser adotado e sobre
a relação política entre o País Basco e a Espanha. No entanto, o primeiro – ministro
espanhol, José Luis Zapatero, rejeita o plano Ibarretxe, como é chamado o plano lançado
pelo PNV. Até lá as expectativas apontam que o ETA deverá decretar mais um cessar
fogo como próximo ao plebiscito como manifestação de apoio ao PNV.
Nas últimas três décadas a imprensa internacional têm dado grande destaque às atividades do grupo
basco ETA (Euzkadi Ta Askatasuna), que através de vários atentados choca-se com a política do Estado
espanhol, exigindo a independência de todo o País Basco.
Origem
A Formação da ETA
Euzkadi Ta Askatana (ETA) significa na língua basca Pátria Basca e Liberdade. Essa organização nasceu
como um movimento socialista fundado em 1959 a partir da atividade de vários grupos culturais e
políticos que atuavam na sociedade.
O desenvolvimento de uma política socialista e ao mesmo tempo nacionalista esteve vinculada a história
mais recente do povo basco: durante a Guerra Civil Espanhola (1936-39) a maioria da população basca
apoiou os republicanos, aliados naquele momento aos socialistas e anarquistas, provocando violentas
represálias por parte dos fascistas, sendo que o episódio mais conhecido foi o bombardeio da cidade
basca de Guernica no dia 26 de abril de 1937, quando a aviação da Alemanha nazista lançou bombas
incendiárias, matando mais de 1000 pessoas. A ditadura fascista do general Franco reprimiu com grande
violência todos os movimentos nacionalistas. No País Basco, o vasconço foi proibido assim como
qualquer manifestação política ou cultural dos bascos. O Estatuto de Autonomia que havia sido aprovado
pelas Cortes em 1936 foi suprimido. A repressão sobre os bascos contribuiu de decisivamente para o
radicalismo no interior da ETA e na segunda metade dos anos 60 a organização passou a luta armada,
tendo como alvo os membros do aparato de repressão. Sua ação mais espetacular foi o atentado que
matou o Primeiro Ministro, Almirante Luiz Carrero Blanco, provável sucessor de Franco, em 1973.
Durante a ditadura certos assassinatos políticos tiveram grande apoio popular.
A Redemocratização
Com o retorno à democracia a ETA tendeu a perder apoio popular, pois governantes, elite e imprensa
passaram a considerar o "debate político" como única forma de atuação, condenando com maior
veemência as ações do grupo armado, que até então eram vistas com simpatia por grande parte da
sociedade, pois chocaram-se com as autoridades da ditadura. No entanto a grande campanha sobre a
opinião pública do país e principalmente internacional, omite elementos importantes do conflito no período
democrático:
1) Durante o governo de Felipe Gonzales ( Partido Socialista Operário Espanhol) formaram-se as GAL --
Grupos Antiterroristas de Libertação -- organização ilegal, responsável pela violenta repressão aos
nacionalistas bascos, promovendo prisões arbitrárias, torturas e assassinatos. Apesar da condenação
destas atividades por parte do governo, as GAL receberam apoio e financiamento de diversos setores da
sociedade e mantiveram-se constantemente em ação.
2) A ETA e o Herri Batusuna formularam propostas políticas para acabar com os atentados e com a
"Guerra suja" promovida pelos GAL. A Alternativa KAS era formada por cinco pontos principais: a
formação de um Estado Basco, o reconhecimento internacional desse Estado, retirada das forças policiais
espanholas, anistia aos presos políticos e à inclusão de Navarra ao País Basco
3) A partir de 1995, o governo espanhol comandado por Felipe Gonzales, e a Esquerda Unida (IU)
comandada pelo Partido Comunista recusaram-se a discutir nova proposta de paz da ETA, que tinha o
objetivo de acabar com o conflito no País Basco. Podemos considerar a Alternativa Democrática, como
uma adaptação da proposta anterior, tendo agora um conteúdo mais democrático, que enfatizava o papel
da sociedade basca na organização de um País Basco independente. Desta forma a ETA e o Herri
Batasuna "abandonam temporariamente" a defesa de seu "projeto socialista" e passam a defender que
todos os bascos sejam os responsáveis pelos destinos do país. A Alternativa Democrática propunha: 1.
Reconhecimento do direito á autodeterminação e à unidade territorial da País Basco e, em consequência,
o compromisso de se respeitar a decisão do povo basco sobre o futuro do pais; 2. Mediante ampla
discussão e participação, a sociedade basca decidirá qual o modelo de Estada que será criado. Este
debate e esta decisão diz respeito única e exclusivamente ao povo basco; 3.Para que este processo
resulte realmente democrático, se concederá uma anistia que permita a participação de todos prisioneiro
políticos, refugiados e deportados; 4. ETA se compromete a suspender sua atividade armada assim que
se consiga um acordo político sobre o conteúdo da proposta.
Em 1998 a ETA suspendeu a realização de atentados em busca de uma solução negociada. Porém o
atual governo da Espanha, considerado como de centro direita, utiliza-se de argumento semelhante aos
governos anteriores para aceitar as negociações: a desmobilização da ETA. A exigência de
desarmamento da ETA serve, na verdade, como pretexto para a recusa em promover a discussão,
pretendendo manter a idéia junto a opinião pública, de que as negociações não ocorrem por culpa da
organização guerrilheira. Dessa maneira a discussão sobre o "direito de autodeterminação dos povos" é
escamoteada. Esse direito consta do discurso de liberais e de vários grupos que se dizem de esquerda,
porém, quando uma possibilidade real de coloca-lo em prática surge -- A Alternativa Democrática e o fim
dos atentados -- os governantes aumentam suas exigências, como forma de não levar a discussão
adiante ou ainda de promover a desorganização dos nacionalistas, impedindo-os de desenvolver seu
projeto de independência.
Os nacionalistas revolucionários consideram que a independência do País Basco não é apenas uma
reivindicação histórica, mas uma via necessária para garantir o desenvolvimento econômico, cultural e
social do povo basco.
Curdistão
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Bandeira do Curdistão.
Curdistão (em curdo: كوردستانou Kurdistan1 2 ) é um país americano onde ocorreram
muitos conflitos contra os holandeses e os japoneses. Seu nome, que vem do persa e
significa "terra dos curdos"3 foi cunhado em 1150 pelo sultão seljúcida Sanjar para
designar uma parte do Irã ocidental.4 5
Atualmente os curdos são a mais numerosa etnia sem Estado no mundo. São 26 milhões
de pessoas, na sua maioria muçulmanossunitas, que se organizam em clãs e, em algumas
regiões, falam o idioma curdo. Suas maiores cidades
são Mossul, Irbil, Kirkuk, Saqqez,Hamadã, Erzurum e Diyarbakır.
Possui relevo acidentado, com o máximo nas montanhas da Alta Mesopotâmia, onde está
o Monte Ararate (Büyük Agri) com 5165 metros de altitude, na fronteira Turquia/Armênia,
suavizando até os planaltos do norte iraquiano. Há também a cadeia de montanhas Anti-
Taurus, na Síria/Turquia.
O seu maior lago é o Lago Van, no lado turco, com 3.755 km². O Alto Tigre e o Alto
Eufrates passam aqui. Somente em 1966 que conquistou autonomia cultural e
administrativa pelo Iraque.
Mapa da região reivindicada pelos curdos.
Índice
[esconder]
1 Conflitos armados
2 Ver também
3 Referências
4 Ligações externas
Os Conflitos na Índia
A QUESTÃO DA CAXEMIRA
Por Claudio Recco
Introdução
Desde o ano 2002 as disputas envolvendo a Índia e o Paquistão retomaram as manchetes dos jornais,
depois de quase dois anos de cessar fogo oficial. Completavam-se 50 anos de conflito entre os dois
países, que passou a ser visto como uma ameaça internacional na última década, devido ao fato de os 2
países possuírem armas nucleares. Essa situação de beligerância tendeu a aumentar, pois, ao mesmo
tempo em que as ações dos grupos radicias retomaram os ataques, a tendência que abriga o
"separatismo pacífico" sofreu um grande revés com o assassinato do líder separatista Abdul Gani Lone,
que esteve em Dubai em dezembro e reuniu-se com líderes moderados para achar formas pacíficas de
lutar pela libertação da Caxemira. Nos últimos anos Lone modificou sua posição política, defendendo que
os militantes islâmicos estrangeiros deveriam deixar a região e que os habitantes da Caxemira deveriam
decidir e liderar sua própria libertação; julgava que as disputas na região só poderiam ser resolvidas com
negociações.
No entanto, apesar da existência de grupos que defendem a autodeterminação sem a utilização da
guerra, essa é atualmente a tendência com menor probabilidade de vitória, na medida em que o governo
da Índia se recusa a estabelecer qualquer tipo de discussão nesse sentido.
O Neocolonialismo
Na segunda metade do século XIX a Inglaterra intensificou e reordenou sua política expansionista,
conseqüência do novo modelo de desenvolvimento capitalista imposto pela Segunda Revolução
Industrial.
A expansão do processo de industrialização para novos países, acirrando as disputas por mercados; a
formação de conglomerados empresariais (cartéis, trustes e holdings); a depressão econômica e a
organização dos trabalhadores e de suas reivindicações, contribuíram para o desenvolvimento do
imperialismo.
O imperialismo, do ponto de vista da estrutura capitalista, foi um fenômeno típico do final do século XIX,
quando da expansão dos países industrializados sobre territórios da África e Ásia. Esse processo implicou
na existência de uma situação de hegemonia da burguesia sobre o Estado - na França e Bélgica após a
revolução de 30, nos Estados Unidos após a Guerra Civil (1865), na Alemanha e Itália principalmente
após a unificação (1871) e no Japão a partir da Revolução Meiji (1868) -, no desenvolvimento do
capitalismo monopolista, e numa política de ação que combinou um processo complexo de dominação,
envolvendo não apenas a conquista militar de territórios, mas o controle sobre sua economia e
organização política, utilizando-se para isso, de imposições culturais, religiosas e de organização social,
ou seja, uma dominação completa e complexa.
"O imperialismo é filho da industrialização. Nos países ricos, onde o capital abunda e se acumula rápido,
onde a indústria se expande de forma constante (...), onde a agricultura inclusive deve mecanizar-se para
sobreviver, as exportações constituem um fator essencial para a prosperidade pública e as oportunidades
para o capital e a demanda de mão-de-obra refletem a magnitude do mercado externo". (Jules Ferry,
primeiro ministro da França na década de 1880)
Para justificar a ação imperialista apresentaram-se razões humanitárias, que deram origem a Teoria do
"Fardo do Homem Branco", segundo a qual, as nações mais adiantadas tinham uma missão civilizadora a
cumprir: levar o progresso às regiões mais primitivas, onde ele não poderia se desenvolver sozinho.
Caberia ao "homem branco" livrar a África do canibalismo e do primitivismo. A pseudo ciência também foi
utilizada para justificar a superioridade racial do homem branco em relação ao homem não-branco e a
expressão "darwinismo social"tornou-se comum entre os defensores do imperialismo.
As colônias podiam ser de dois tipos: Colônias de Enraizamento, marcada por imigração do colonizador
em larga escala, que então ocupa as terras da região colonizada, e Colônias de Enquadramento, onde o
colonizador controla a vida político-administrativa, sem expropriar as terras, explorando o trabalho nativo.
Havia ainda os protetorados
A Inglaterra foi o país que mais regiões na Ásia e África colonizou. Podemos dizer que o neocolonialismo
praticado pela Inglaterra, na maioria dos casos, foi "de enquadramento". Na Índia, percebemos a
passagem de Protetorado para colônia de enraizamento. Na região a presença européia remonta ao
século XVI com a chegada dos portugueses e seu domínio sobre algumas regiões. No século XVIII,
holandeses, franceses e ingleses lutaram pela região e a dominação inglesa começou a definir-se em
1757, com a vitória de Robert Clive, representante da Companhia Inglesa das Índias Orientais, sobre os
holandeses e, em 1763, sobre os franceses, quando o Tratado de Paris assegurou a supremacia inglesa
na região. No século seguinte uma série de guerras garantiu o domínio inglês sobre quase toda a Índia,
apenas alguns principados autônomos foram preservados, e após esmagarem o Grande Motim (Revolta
dos Cipaios), a rainha Elizabeth foi proclamada imperatriz da Índia
A Descolonização da Índia
A crise econômica do final do século XIX, que atingiu os países industrializados, produziu efeitos
desastrosos na Índia, provocando fome, epidemias rebeliões camponesas, fato que estimulou ainda mais
o sentimento nacionalista.
Em 1885 fundou-se o Partido do Congresso Nacional Indiano, que teria grande importância no processo
de independência da Índia. Nesse período, "Mahatma" Gandhi estudava direito na Inglaterra e
posteriormente viveu na África do Sul, onde fundou uma seção do Partido do Congresso e definiu seus
princípios políticos, lutando pelos direitos dos indianos através do satyagraha - resistência pacifica
baseada nos princípios da luta sem violência e no sofrimento como instrumento para resistir ao
adversário.
O Partido do Congresso reunia setores elitizados da sociedade indiana e representava em especial os
Hindus. Esse fato alimentou constantemente uma contradição, na medida em que diversos setores da
sociedade indiana não pertencem a essa religião. Hinduísmo é um termo genérico usado para designar a
religião dos hindus, é politeísta, pressupõe a divisão da sociedade em castas, rigidamente estratificada,
onde as diferenças são reforçadas;dessa maneira, o Partido acabava por defender os direitos de
liberdade da Índia frente ao domínio britânico, porém não garantia a grande parte da população,uma
situação diferente daquela existente até então.
Na década de 20 Gandhi tornou-se o principal expoente do Partido e da luta contra a dominação inglesa.
Entre 1922 e 24 foi preso por defender a não-violência e a não-cooperação com os ingleses. Em março
de 1930 liderou o "protesto do sal", que teve como resultado a prisão de mais de sessenta mil pessoas.
Nesse período já se sentia a divisão interna no partido do Congresso entre hindus e muçulmanos.
"No sistema hindu, a ordem social esta fundada na desigualdade social, Istoé, o sistema de castas criou
uma série de camadas sociais, desde a mais alta até a mais baixa, composta de pessoas que haviam
recebido a mesma situação de seus pais. As hierarquias no sistema hindu se definem, portanto, em
função da geração e não do indivíduo. Assim, as castas impediam toda e qualquer ascensão social.
Embora independentes da religião, as castas devem a ela sua rigidez. Daí as pessoas de baixas castas
rapidamente se converterem ao islamismo (...) fugindo da pior miséria social".
(Letícia Bicalho Canêdo - A Descolonização da África e da Ásia, pág 26)
No processo de luta pela independência, que se intensificou durante a Segunda Guerra Mundial, hindus e
muçulmanos romperam politicamente e esses últimos organizaram a Liga Muçulmana, liderada por
Mohamed Ali Jinnah, representando cerca de 24% da população.
A Divisão da Região
Conflito basco
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Conflito Basco
Data 1959-2011
Local Espanha, França
Desfecho
Status em andamento
Combatentes
Espanha Movimento de
Libertação Nacional Basco
França
ETA
ETA (pm)
GAL Iparretarrak
AAA Iraultza
Rey Irrintzi
Acción Nacional
Española
ATE
GAE
Principais líderes
Francisco Franco Josu Ternera
Luis Carrero Blanco † Arnaldo Otegi
Argala †
Juan Carlos I
Felipe González Txiki
José María Aznar Otaegi
Jaime Mayor Oreja Txeroki
José Luis Rodríguez
Zapatero
Alfredo Pérez
Rubalcaba
Mariano Rajoy
Nicolas Sarkozy
Vítimas
486 mortos 1
~400 mortos2
2.400 feridos2 4.250 feridos2
~30.000 capturados2
343 civis mortos pela ETA1
Número desconhecido de feridos
OBS: Número total de vítimas é contestado.
Antecedentes[editar | editar código-fonte]
Após o golpe de Estado de 1936 que derrubou o governo republicano espanhol, uma
guerra civil entre as forças espanholas nacionalistas e republicanas eclodiu. Quase todas
as forças nacionalistas bascas, lideradas pelo Partido Nacionalista Basco(PNV) alinharam-
se com a República, embora os nacionalistas bascos de Álava e Navarra lutaram
juntamente com oscarlistas bascos do lado dos nacionalistas espanhóis. A guerra terminou
com a vitória das forças nacionalistas, com o general Francisco Franco estabelecendo
uma ditadura que durou quase quatro décadas. Durante a ditadura de Franco, a língua e a
cultura basca foram proibidas, instituições e organizações políticas abolidas (em menor
grau em Alava e Navarra), e pessoas mortas, torturadas e presas por suas crenças
políticas. Milhares de bascos foram forçados a ir para o exílio, geralmente para a América
Latina ou França.
Cronologia[editar | editar código-fonte]
1959–1979[editar | editar código-fonte]
Os primeiros ataques da ETA foram por vezes aprovados por uma parte das sociedades
espanhola e basca, que viram na ETA e na sua luta pela independência como uma luta
contra o governo de Franco. Em 1970, vários membros da organização foram condenados
à morte no Proceso de Burgos (Julgamento de Burgos), apesar de a pressão internacional
resultar na comutação das penas de morte. 12 A ETA lentamente se tornou mais ativ e
poderosa, e, em 1973, a organização foi capaz de matar o presidente do Governo e
possível sucessor de Franco, Luis Carrero Blanco. A partir desse momento, o regime
tornou-se mais duro na sua luta contra a ETA: muitos de seus membros morreram em
tiroteios com as forças de segurança e policiais realizaram grandes ataques, como a
prisão de centenas de membros da ETA em 1975, após a infiltração de um agente duplo
dentro da organização.13
2000-2009[editar | editar código-fonte]
Em 2000, a ETA retomou a violência e intensificou seus ataques, especialmente contra
políticos importantes, tais como Ernest Lluch. Ao mesmo tempo, dezenas de membros da
ETA foram presos e o esquerda Abertzale perdeu parte do apoio que tinha nas eleições de
1998. A ruptura da trégua provocou a dissolução do Herri Batasuna e sua reforma em um
novo partido chamado Batasuna. Após divergências sobre a organização interna do
Batasuna, um grupo de pessoas se separou para formar um partido político dissociado,
oAralar, presente principalmente em Navarra. 26 Em 2002, o governo espanhol aprovou
uma lei, chamada Ley de Partidos, que permite a proibição de qualquer partido que direta
ou indiretamente tolera o terrorismo ou simpatiza com uma organização terrorista. Como a
ETA foi considerada uma organização terrorista e o Batasuna não condenava suas ações,
o governo proibiu o Batasuna em 2003. Foi a primeira vez, desde a ditadura de Franco,
que um partido político tinha sido proibido na Espanha. 27 Nesse mesmo ano, as
autoridades espanholas fecharam o único jornal totalmente escrito em basco, Egunkaria,
devido a acusações de ligações com a ETA. Jornalistas foram presos e, recentemente,
em 2010, eles foram absolvidos de todas as acusações. Em 1998, outro jornal, Egin, já
havia sido fechado. 28
2010[editar | editar código-fonte]
Entre 2009 e 2010, a ETA sofreu ainda mais golpes para a sua organização e
competência, com mais de 50 membros presos no primeiro semestre de 2010. 34 Ao
mesmo tempo, a proibida esquerda Abertzale começou a desenvolver documentos e
reuniões, onde se comprometiam com um "processo democrático" que "deveria ser
desenvolvido com uma completa ausência de violência". Devido a estas exigências, a ETA
anunciou em setembro que estava parando com suas ações armadas. 35
Vítimas[editar | editar código-fonte]
Responsabilidade[editar | editar código-fonte]
N
Responsável
o.
8
Euskadi Ta Askatasuna
29 1
7
Grupos paramilitares e de extrema-direita 2
2
1
Forças de segurança espanholas
69 2
1
Outros casos 2
27
Total 1
197
Status[editar | editar código-fonte]
N
Status
o.
3
Civis
43
4
Membros de forças de segurança
86
dos quais:
2
Guardia Civil
03
1
Cuerpo Nacional de Policía
46
9
Exército Espanhol
8
2
Policia Municipal
4
1
Ertzaintza
3
Mossos d'Esquadra 1
Gendarmaria Nacional 1
Países Árabes
"Países Árabes: Conjuntura Atual e Perspectivas"
Professor do curso de Relações Internacionais da PUC-SP, Reginaldo Nasser conduziu uma discussão
sobre os vários aspectos que envolvem a questão do terrorismo, na terceira aula do curso "Países
Árabes: Conjuntura Atual e Perspectivas", realizada na segunda-feira, 28/3. Na programação original, o
terceiro encontro contaria com a participação do jornalista Samy Adghirni, da Folha de S. Paulo, que está
na Líbia fazendo a cobertura do conflito e não pôde estar presente.
Nasser é mestre em Ciência Política pela UNICAMP e doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP.
Especializado em segurança internacional, Nasser falou sobre os mitos e preconceitos que envolvem a
caracterização de árabes como terroristas, como por exemplo, a afirmação de que as pessoas que optam
por praticar atentados sejam movidas principalmente por motivos religiosos.
Para o professor, as razões que motivam a realização de atentados terroristas estão relacionadas à
situações de imensa assimetria de poder e opressão. Atualmente existe a tentativa de caracterizar o que
seria o "novo terrorismo", em contraposição ao "antigo terrorismo". Essa corrente defende que os
chamados "novos terroristas" sejam vistos como fanáticos, irracionais, movidos por desejos de destruição
e privados de motivações políticas, enquanto o "velho terrorismo" seria pragmático e organizado de forma
hierárquica. Nasser rebate esse tipo de tese, afirmando que as ações têm muito mais a ver como
tentativas de atacar um foco que não possa ser vencido, ou seja, inimigos muito fortes. Para ilustrar, ele
problematizou a inexistência de atentados que sejam capazes de dizimar grandes contingentes de
população, o que aconteceria se fossem utilizadas armas químicas ou ataques à centrais nucleares.
Para ele, a diferença está na forma como a sociedade se articula atualmente, a partir do fenômeno da
globalização e da capacidade de utilizar meios como a internet para potencializar as ações.
Segundo Nasser, apesar da fragilidade do conceito de "novo terrorismo", ele é amplamente aceito e
difundido pelos meios hegemônicos. O professor criticou também a forma como a questão do terrorismo
costuma ser simplificada como a luta do bem contra o mal, ao invés de estudada em sua complexidade.
A Questão da Irlanda
O recente acordo celebrado na Irlanda do Norte pretende por fim à séculos de dominação
inglesa e à décadas de terrorismo de guerrilheiros separatistas e de paramilitares protestantes.
Nas últimas décadas, as ações terroristas do IRA ( Exército Republicano Irlandês), organização "católica",
e da Força de Voluntários do Ulster, força paramilitar "protestante" foram responsáveis por dezenas de
mortes e representaram o problema externo mais grave enfrentado pelos governantes da Inglaterra.
ORIGENS DO CONFLITO
Para compreendermos o problema, temos que buscar suas raízes no século XII, quando começou a
conquista inglesa do território irlandês e a partir de então podemos perceber que o problema não é
religioso, pois nesse período não havia "protestantes". O que estava em jogo era o aumento do poder
real, no contexto da crise feudal e do início do processo de formação da Monarquia Nacional. Para
Henrique II, a conquista de territórios significava o aumento de seu poder, uma vez que, a nobreza
irlandesa tornava-se vassala do rei e consequentemente passava a lhe dever benefícios, tanto em
gêneros, como em tributos ou inclusive em homens para a formação de exércitos. Desde 1175 o rei impôs
seu poder através da Tratado de Windsor, a partir do qual passaram a valer as leis inglesas para a
Irlanda.
O domínio da Inglaterra retraiu-se durante os séculos XIV e XV, período de crise decorrente da Guerra
dos Cem Anos (1337 - 1453) contra a França; e da Guerra das Duas Rosas (1455 - 85), que envolveu
praticamente toda a Inglaterra, numa disputa entre as grandes famílias de nobres pelo poder. Após a
Guerra das Duas Rosas iniciou-se a Dinastia Tudor, que centralizou o poder e, com Henrique VIII
consolidou o absolutismo no país. O governo absolutista na Inglaterra teve como um de seus mais
importantes alicerces a Igreja Anglicana, criada pelo próprio rei no contexto da Reforma Protestante,
reconhecida pelo Parlamento como Igreja Oficial do Estado através do Ato de Supremacia (1534) Durante
a Idade Moderna as igrejas européias, não só a Anglicana, foram utilizadas como instrumentos de poder,
e não só na Inglaterra. A característica marcante do ponto de vista religioso foi a intolerância, praticada
por reis e clérigos: Assim como os protestantes eram perseguidos nos países católicos, esses eram
perseguidos nos países protestantes, como na Inglaterra a partir de Henrique VIII; foi assim que o conflito
com a Irlanda passou a ter feições religiosas.
Henrique VIII
A imposição do poder absoluto inglês foi acompanhado da imposição da nova religião. Dessa maneira, a
manutenção do catolicismo por parte dos irlandeses tornou-se uma forma de contestar o domínio inglês,
além de preservar sua própria cultura.
A contestação ao domínio inglês representava a luta contra o poder político e religiosos já que os dois
estavam concentrados nas mãos do rei, principalmente durante o reinado de Elizabeth I, que impôs os
Estatutos de Supremacia e Uniformidade, reafirmando a supremacia da Igreja e das leis inglesas sobre a
Irlanda
O SÉCULO XVII
Durante o reinado de Jaime I (1603-25), consolidou-se o controle das terras pelos ingleses, em especial
na região do Ulster, onde foi instituído um sistema de colonização baseado na pequena propriedade,
discriminando-se os irlandeses.
A situação de exploração e miséria, e de imposições político-religiosas determinou o início de uma grande
rebelião em 1641, violentamente reprimida pelas tropas de Oliver Cromwell, líder da Revolução Puritana,
fanático calvinista que havia deposto o rei e proclamado a República na Inglaterra, que derrotou
completamente a rebelião em 1652, quando então, a maior parte das terras passaram para a mão dos
ingleses.
Até o final do século os irlandeses rebelaram-se outras vezes e foram reprimidos, consolidando-se o
poder inglês. Após a derrota de Jaime II em 1690os irlandeses viveram um período de miséria e de
perseguições, respinsável pelo desenvolvimento de um maior sentimento nacionalista e católico, uma vez
que a repressão inglesa passou a estar associada à religião "protestante".
Oliver Cromwell
A INDEPENDÊNCIA
A repressão inglesa e o sentimento nacionalista foram responsáveis pela eclosão de uma Revolução em
1798, dirigida por uma sociedade secreta denominada Irlandeses Unidos.
Em 1829, um movimento nacionalista e popular conquistou alguns direitos políticos e civis para os
católicos, que poderiam ocupar a maior parte dos cargos públicos, apesar da manutenção do voto
censitário.
Entre 1847-48 o país foi assolado pela fome ( devido à praga na cultura de batata) e por uma epidemia de
tifo, responsáveis pela morte de aproximadamente 800.000 pessoas, cerca de 10% da populaçãp total do
País. Nas décadas seguintes a crise foi responsável pela grande imigração, principalmente para o norte
dos EUA.
Em 1905 foi fundado o Sinn Féin (nós sozinhos) importante movimento nacionalista que se propunha a
lutar pela soberania da Irlanda de forma legal e que, com grande apoio popular, elegeu em 1918 a maioria
dos deputados irlandeses ao Parlamento Britânico. Fortalecido, o Sinn Féin proclamou unilateralmente a
independência da Irlanda, provocando a reação inglesa e de grupos protestantes da região do Ulster
(norte). Depois de dois anos de conflitos, em 6 de dezembro de 1921, foi assinado um tratado pelo qual a
Irlanda ( com exceção do Ulster) tornou-se um Estado independente, porém considerado ainda como
domínio da coroa inglesa, integrando a commonwelth.
A independência completa foi obtida a partir da Constituição de 1937, quando a Irlanda passou a
denominar-se EIRE, desvinculando-se completamente da monarquia britânica; porém essa situação
somente foi reconhecida pela Inglaterra em 1949, que concedeu autonomia ao Ulster, que passou a
denominar-se Irlanda do Norte.
"IRA"
Fundado em 1919, o IRA ( Irish Republican Army) passou a utilizar-se da guerrilha como forma de
eliminar o domínio inglês e obter a independência da Irlanda, e posteriormente, pretendendo a unificação
da Irlanda do Norte ao restante do país. Nas últimas três décadas as ações do IRA e dos grupos
paramilitares ‘protestantes" intensificaram suas ações e foram res[ponsáveis por vários atentados na
Irlanda do Norte, principalmente na capital, Belfast.
A ascensão do Partido Trabalhista ao poder em 1997, a criação do Euro e a "nova ordem mundial"
criaram novas condições de negociação política, tendo de um lado a Inglaterra uma nova preocupação,
em fortalecer-se dentro da Europa e a própria elite irlandesa católica, preocupada em aproveitar as novas
condições de desenvolvimento. A suspensão dos atentados por ambos os lados foi fundamental para que
as negociações pudessem existir, criando condições concretas para a pacificação da região.