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Geografia - Conflitos por Água: Índia, Paquistão e China

Conflito na Caxemira: Índia, Paquistão e China


O conflito na Caxemira consiste em uma disputa territorial e religiosa que começou
antes mesmo da Índia e o Paquistão tornarem-se independentes do Reino Unido, em agosto de
1947. Essa região, que também faz fronteira com a China, tem aproximadamente 220 mil
quilômetros quadrados e abrange as nascentes dos rios Ganges e Indo.

Características da Caxemira
A Caxemira tem uma importância vital tanto para Índia quanto Paquistão em relação à
soberania hídrica, pois nessa região estão localizadas as nascentes dos rios Ganges e Indo, os
principais rios dos dois países, respectivamente.

Grande parte da região está localizada nas montanhas do Himalaia e a maioria do solo é
seca durante boa parte do ano. Poucas são as áreas da Caxemira cultiváveis, cerca de 20%.

Contudo, a área localizada no vale dos rios tem sido capaz de desenvolver uma grande
variedade de vegetais, com boas colheitas de arroz, frutas e legumes, além da produção têxtil. Os
agricultores representam a grande maioria da população da Caxemira.

Localização da Caxemira
A Caxemira é uma região localizada no sul da Ásia, ao extremo noroeste da península
denominada subcontinente indiano. Geograficamente, a região é separada da Ásia Central e da
China pela cordilheira do Himalaia, que também serve como uma barreira cultural.

1:
A

Índia controla a maior parte da Caxemira, mas essa região vive em


constante tensão política e militar.

2: Complexo sistema de rios na região da Caxemira, responsáveis pela disputa.


O conflito na Caxemira
Em 1947, o Reino Unido perdeu o poder diante dos movimentos – liderados por
Mahatma Gandhi e a Liga Muçulmana – que reivindicava a independência da Índia. Dois
territórios eram controlados pelos britânicos: a União Indiana e a República Islâmica do
Paquistão.

Antes da independência e fragmentação da Índia, as áreas de Jammu, Caxemira, Ladakh,


Aksai Chin, Gilgit e Baltisan Partition eram governadas pelo marajá Hari Singh. Com as lutas
pela emancipação, o parlamento britânico elaborou um plano de divisão territorial que deixava a
Caxemira livre para adesão da Índia ou Paquistão.

O marajá Singh não realizou de imediato a anexação a um dos dois países, mas os
guerrilheiros paquistaneses tentaram assumir o controle, o que deu início ao primeiro conflito na
Caxemira. Esse embate resultou na divisão de terras ao longo da chamada Linha de Controle: o
Paquistão assumiu o controle de Gilgit, Baltisan e a parte ocidental da Caxemira (Aksai Chin), já
a Índia ficou com o estado formado por Jammu, Ladakh e a maior porção da Caxemira.

A China, que durante anos contestou os seus limites com o território indiano, fechou
uma aliança com o Paquistão e assumiu o poder de Aksai Chin. A Índia, por sua vez, tentou
recuperar esse trecho, estimulando ainda mais as desavenças com os paquistaneses.

No segundo e terceiro conflito na Caxemira, em 1965 e 1971, o governo indiano


recuperou as áreas mais produtivas e populosas – com mais de 12,5 milhões de habitantes – dessa
região. Em 1972, sob intervenção da ONU, houve o Acordo de Simla, que, entre outras medidas,
permitiu a libertação de prisioneiros de guerra paquistaneses e uma nova limitação para Linha de
Controle. Essas negociações permaneceram ativas até o fim dos anos de 1990, quando atentados e
ameaças de retaliação entre Índia e Paquistão foram retomados.

A Instabilidade na Região

A população de Jammu e Caxemira, que pertence à Índia, é de maioria muçulmana,


sendo o único Estado indiano em que os hindus estão em maior proporção. Além disso, muitas
dessas pessoas preferem a independência desses territórios ou a adesão por parte do Paquistão,
pois cultuava-se a crença de que o país deveria ser o ‘lar’ dos muçulmanos no sul da Ásia.
A instabilidade econômica e os altos índices de desemprego também agravaram os
conflitos na Caxemira. As crises sociais, políticas e religiosas foram atenuadas desde 1989, uma
vez que a área indiana passou a sofrer atentados de militares muçulmanos e práticas
violentas do seu próprio exército. Por vezes, os soldados islâmicos paquistaneses atravessam as
fronteiras para lutar contra o governo da Índia na Caxemira.
O Paquistão ainda acusa os indianos de recorrerem à tortura e assassinatos para retirar o
direito da população escolher, através de plebiscito, qual o país deveria anexar a região da
Caxemira ao seu território. Em contrapartida, a Índia afirma que os paquistaneses são os culpados
pelas disputas, pois patrocinaram a criação de campos de treinamento terrorista e perderam o
controle sobre o tráfico de armas no seu trecho de domínio, o que fortalece as ações de grupos
extremistas.
Além da troca de acusações e ataques, outra questão que preocupa os chefes de Estado
de diferentes nações é o fato dos dois países apresentarem programas nucleares. Em maio de
1998, a Índia realizou cinco testes nucleares no deserto da província de Rajasthan. O Paquistão,
utilizando-se da justificativa de defesa, também realizou uma série de testes nesse mesmo ano.
Contexto atual

Em 2003, após diversas brigas e mortes na Linha de Controle – que separa a Caxemira
paquistanesa da indiana – os representantes de cada lado concordaram com um cessar-fogo.
Tempos depois, o Paquistão ainda prometeu suspender os financiamentos aos opositores do
governo indiano, enquanto a Índia ofereceu anistia a quem deixasse a luta armada.
Contudo, em 2015, um ataque à base aérea indiana em Pathankot, ao norte da cidade de
Punjab, reacendeu as disputas. E, desde então, não houve mais tentativas de paz entre os países.
Em 2019, a Índia voltou a culpar grupos paquistaneses pela morte de mais de 40
soldados indianos – ataque considerado por especialistas e veículos de comunicação ao redor do
mundo como um dos mais violentos desde o começo do conflito na Caxemira. E, em retaliação,
autorizou ataques aéreos contra bases militares em áreas paquistanesas.

1: Manifestantes paquistaneses queimam uma bandeira da Índia e um retrato


do primeiro-ministro Indiano, Narendra Modi, em 28/02/2019

2: Destroços de avião indiano que caiu na área de Budgam, na Caxemira indiana,


27/02/2019

Fontes:

Introdução, Características e Localização Caxemira:


https://querobolsa.com.br/enem/geografia/conflito-na-caxemira

Conflito, Instabilidade, Contexto


Atual:https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/geografia/conflito-na-caxemira

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