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Universidade Save
Massinga
2022
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Finarda Caetano
Universidade Save
Massinga
2022
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Índice
Introdução…………………………………………………………………………….4
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Introdução
O presente trabalho surge no âmbito da cadeira de Estudos Asiáticos Contemporâneos,
tem como tema: A colonização e descolonização da Índia. A conquista e o domínio do
território indiano pelo Império Britânico se deram, dentre outras coisas, a partir da
dominação técnica e científica dos elementos naturais daquele vasto território.
Antes de ser colónia britânica, os indianos tiveram seu primeiro contacto com europeus
no século XVI, justamente com os portugueses. Após os portugueses, o território
indiano teve contacto com os holandeses e franceses.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial o Império Britânico perdeu seu lugar de grande
potência mundial. Neste ínterim, a Índia, uma de suas posses coloniais, conseguiu sua
independência. Assim, foi somente após 1947, quando deixou de ser colónia britânica,
que o país pôde mudar seu carácter de economia colonial para o de uma nação que de
fato voltava-se para o desenvolvimento interno.
Quanto a justificativa subjectiva, avançar que a primeira motivação que nos levou a
estudo do tema é académico dai que surge a necessidade de se querer perceber o
essencial sobre este tema, como intuito de querer compreender o processo de
colonização e descolonização da Índia. De salientar que o tema em estudo foi
incumbido pelo docente que orienta os estudos da cadeira, não só mas também o mesmo
está patente no programa desta cadeira.
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Capítulo I
O território e a natureza.
Segundo Sengulane (2020, p. 48), o nome índia tem origem na palavra Sindhu que
designava, na língua local, o actual rio Indu. O topónimo Indu constitui a adaptação dos
gregos.
A índia, situada na Ásia meridional, incluía os actuais estados de Paquistão, Bangladesh
e Sri-lanca. È um território coberto por florestas tropicais de monções, desertos
escaldantes e montanhas glaciares que corresponde a três regiões distintas: a planície
Indu-gangetica (tropical), o planalto peninsular (árido) e a barreira montanhosa dos
himalaias (com suas neves eterna). (Idem)
As religiões compõem também um mosaico plural da índia. O culto do hinduísmo
abarca cerca de 74% da população. Há ainda a presença marcante do islamismo,
representando em torno de 12% dos habitantes. Em seguida, tem-se o cristianismo com
mais 6% da população indiana. Em menor escala ainda são cultuadas varias crenças
como skhs e outras. (Sengulane, 2020, p. 49)
A sociedade indiana é composta por castas. Na Índia, estas correspondem a um grupo
social hereditário em que a condição de cada cidadão passa de pai para filho. Cada casta
tem suas próprias regras de conduta as quais determinam com quem cada pessoa pode
se casar, o que comer e que tipo de trabalho realizar. Assim cada componente das castas
só pode se casar com uma pessoa do seu próprio grupo. Também é preestabelecido a sua
profissão, hábitos alimentares e vestuários. (Idem).
Figura 1 – Mapa da Índia
Durante esse período o território indiano era dominado pelo Império Mogol ou Mughal
(1526-1858). O Império Mughal possuía uma estrutura parecida ao feudalismo europeu
ou o que ocorria no território japonês, em que existia uma hierarquia e regiões
comandadas por subordinados ou “vassalos” do imperador. O império não era contrário
ao comércio com os europeus e a relação entre eles era razoavelmente boa e proveitosa
para ambas as partes. Entretanto, em 1756, o governante da região da Bengala tomou
posse de uma feitoria britânica, criando um enorme prejuízo para a Companhia Inglesa
das Índias Orientais. Nesse ocorrido, cidadãos britânicos foram presos. Esse fato ficou
conhecido como “O Buraco Negro de Calcutá” e teve como consequência o envio de
tropas inglesas ao território indiano em 1774. (Moore, 1983, p. 23).
Assim como os portugueses utilizaram indígenas para derrotar outras tribos, o império
britânico utilizou nativos indianos, que unido aos ingleses, tomaram a província de
Bengala. Foi assim iniciada a dominação britânica no território indiano e
consequentemente o fim do Império Mughal em 1858. (Idem)
Moore (1983, p. 36) sustenta que os motivos que levaram os britânicos à Índia foram os
mais diversos, entretanto, a possibilidade da expansão de seu comércio e a oportunidade
de excessivos lucros, a partir da exploração da colónia, podem ser entendidos como os
principais atractivos para o estabelecimento dos colonizadores na região.
Os britânicos chegaram à Índia por motivos como aventura, razões de Estado, comércio
e pilhagem, mas tudo isso em plena decadência da civilização medieval cristã
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seus altos funcionários, que tinham livre arbítrio para fixar seus preços, prejudicando
directamente os camponeses indianos. (Marx, 1996a, p. 371).
Fica evidente que as medidas tomadas pelos britânicos, através da Companhia, tinham,
em sua maioria, a intenção de auferir proveitos, de forma explícita, sobre todos os
recursos que os indianos podiam lhes oferecer, a Índia perdia aos poucos sua soberania
e o imperialismo inglês avançava de forma avassaladora dominando toda a região.
(Chesneaux, 1976, p. 66).
principalmente para atender o mercado indiano. Assim, juta 2, chás e outras especiarias
eram destinados à Europa; já açúcar e produtos têxteis eram vendidos na Índia, sendo
que uma parcela dos últimos destinava-se as exportações. É pertinente salientar que a
colonização britânica na Índia coincidiu com as significativas mudanças na economia
mundial, tendo como principal factor a Revolução Industrial e o consequente aumento
do comércio e da produção no mundo. (Chesneaux, 1976, p. 79).
O primeiro marco que destaca a cobrança pela liberdade, por parte dos indianos, só
surge entre os anos de 1857 e 1858, quando eclodiu a Revolta dos Cipaios dirigida pelas
antigas classes dominantes indianas, que objectivavam recuperar seu poderio. (Idem).
O ano de 1857, marca a relação entre ingleses e indianos, pois durante este período se
instaurou na Índia rebeliões e levantes armados em oposições à ocupação britânica no
país, principalmente, na região central e setentrional. Tais revoltas, posteriormente,
adquiriram maior adesão do povo indiano e uma forca expressiva no seu cenário
nacional. (Bindá, 2008, p. 12).
Corroborando com este pensamento Miranda (2014, p. 392) sustenta que tal processo se
deu de forma impetuosa com rápida expansão por diversas regiões do território indiano
e acarretou milhares de mortes entre os anos de 1857 e 1858.
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Juta é uma planta originária da Índia.
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A expressividade da revolta foi tamanha, que após sua contenção por parte dos
britânicos, os indianos tiveram a permissão para ocupar cargos públicos e novas
propostas politicas foram elaboradas, contando com a participação da Rainha Vitória
que foi proclamada a Imperatriz da Índia (Bindá, 2008, p. 19).
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Capítulo II
Descolonização da Índia
Ao término da Primeira Guerra Mundial, organizou-se na Índia o Partido do Congresso
Nacional Indiano, de formação burguesa e nacionalista, destacando-se Mahatma
Gandhi e Jawaharlal Nehru. (Panikkar, 1977, p. 109).
O Partido do Congresso defendia um amplo programa de reformas a serem adoptadas a
partir da conquista da independência indiana em relação ao domínio inglês: uma
confederação democrática, igualdade política (independentemente da condição social ou
religiosa) e reformas socioeconómicas. (Idem)
Gandhi adoptou como táctica a resistência pacífica ou a não cooperação de forma não
violenta: era a desobediência civil, a recusa em cooperar com os dominadores ingleses.
O conceito de desobediência civil é inspirado no autor Henry David Thoreau. Nascido
em 1817 nos EUA, o autor fez um ensaio sobre a necessidade da desobediência civil
contra um Estado, criando assim uma ideia impensável antes: a revolução pacífica.
(Ferguson, 2004, p. 134).
Um acontecimento fundamental na luta de Gandhi pela descolonização da Índia ocorreu
em 1928, e dizia respeito sobre o sal, instituído pela metrópole britânica. (Idem)
Os ingleses souberam explorar as rivalidades internas na Índia, um país dividido entre
hindus (maioria) e muçulmanos. Estes últimos, liderados por Mohammed Ali Jinnah,
defendiam a divisão do subcontinente indiano em um Estado indiano e outro
muçulmano. Isso acarretou o retardamento do processo emancipacionista e sérios
conflitos internos, embora a defesa fosse importante para os islâmicos. (Ferguson, 2004,
p. 148).
ter noção da importância histórica, durante o Império Mongol a Caxemira era a ligação
entre a China e a região do Paquistão durante a Rota da Seda. (Panikkar, 1977, p. 199).
A égide da divisão desse território está no fato da região na época possuir maioria
muçulmana e ser governada por hindus, por isso, existia a complicação sobre qual nação
esse território seria anexo, Índia ou Paquistão. (Idem).
Conclusão
A independência da Índia ocorreu em 15 de Agosto de 1947, tendo sido o culminar de
uma luta com recurso a não-violência dirigida por Mahatna Gandhi contra o domínio
colonial Inglês. O acordo para libertação incluía a divisão do território em Índia e
Paquistão. Este último viria a dividir-se em 1971, dando origem ao Bangladesh.
Antes de ser colónia britânica, os indianos tiveram seu primeiro contacto com europeus
no século XVI, justamente com os portugueses. Não é à toa que no território indiano
existe um estado em que o português é a língua oficial, Goa. Após os portugueses, o
território indiano teve contacto com os holandeses e franceses. Esse interesse todo no
território indiano se deu pelo fato da existência das famosas especiarias no território
indiano, como o cravo-da-índia, louro, cominho, noz-moscada, e etc. Durante esse
período o território indiano era dominado pelo Império Mogol ou Mughal (1526-1858).
Os britânicos chegaram à Índia por motivos como aventura, razões de Estado, comércio
e pilhagem, mas tudo isso em plena decadência da civilização medieval cristã
tradicional. Logo perceberam a necessidade de consolidar uma base territorial,
estabeleceram fortes e armazéns na Índia, a partir dos quais surgiria uma expansão do
domínio territorial britânico em solo indiano
O ano de 1857, marca a relação entre ingleses e indianos, pois durante este período se
instaurou na Índia rebeliões e levantes armados em oposições à ocupação britânica no
país, principalmente, na região central e setentrional. Tais revoltas, posteriormente,
adquiriram maior adesão do povo indiano e uma forca expressiva no seu cenário
nacional.
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Bibliografia