Você está na página 1de 3

Teorias Contemporâneas das RI

Conflito na Caxemira (Paquistão x Índia)

A Caxemira é um dos maiores e mais perigosos conflitos da atualidade, envolvendo


questões sociais e políticas que podem ameaçar a segurança internacional. Com uma
população de maioria islâmica, o conflito consiste na disputa do território da Caxemira entre
Índia, que detém a maior parte da região, e Paquistão, que detém de muitos seguidores do Islã
no local, causando muitas discórdias sociais e políticas. Caxemira é o nome dado a uma
região que se encontra ao norte da Índia. O território, em sua totalidade, pertencia a Índia, a
qual estava sob domínio inglês durante o período colonial. Nesta época, Caxemira era
dominada pelo marajá Hari Singh Bahadur, e dividida em: Jammu; Caxemira; Ladakh; Aksai
Chin; Gilgit; e Baltisan Partition.
Após o período de descolonização que ocorreu diante do fim da 2ª Guerra Mundial,
houve a separação do território preparado pelo parlamento britânico. Essa separação resultou
no que conhecemos hoje: Paquistão e Índia. A Caxemira, que pertencia à Índia, tinha a
possibilidade de escolher por quem seria administrada, mas o marajá Hari Singh Bahadur
acabou designando o território para o controle indiano, mesmo com a grande maioria
populacional a favor do Paquistão.
Sendo assim, após a 2ª Guerra Mundial, os territórios de Jammu, a parte oriental da
Caxemira e Ladakh ficaram sob domínio indiano, Gilgit, Baltistan e a parte ocidental da
Caxemira com o Paquistão. A China também acabou tendo participação nesta divisão e ficou
com a região do Aksai Chin.
Atualmente, é uma região de grandes conflitos políticos e religiosos. Temos a
presença de uma disputa econômica de soberania sob os recursos hídricos do local, que
envolve a nascente dos rios Ganges e Indo, os principais da região. A população da Caxemira
dominada pela Índia é composta por mais de 60% de muçulmanos, e por questões
obviamente religiosas, pedem a independência do domínio indiano ou a anexação ao
território paquistanes. Muitos confrontos já foram travados, grandes problemas sociais como
desemprego, fome, precariedade na área da saúde e de saneamento básico e muita violência
agravam a região, além de fortes ameaças de ataque que vem pairando sobre a Caxemira ao
longo dos anos.
Em relação aos beligerantes, a Índia possui a cultura baseada no princípio hindu,
defendendo sempre a autonomia territorial governada pelo Marajá, mesmo que mais da
metade da população sejam muçulmanos e além de uma parte ser budista, seguem firme na
reivindicação feita pela coroa britânica no período de descolonizaçāo, alegando a compra e
posse da regiāo.

Já do ponto de vista do Paquistão, baseiam seus princípios na religião muçulmana e


requerem a posse principal por 85% da população ser muçulmana, invalidando a legitimidade
do Marajá.

Contudo, os chineses têm propriedade de uma pequena parte do território, pertencente


ao Tibet chinês e se manifesta no conflito por questões estratégicas territoriais (Teto do
Mundo) e pela divergência com a Índia.

Os Estados Unidos então se envolveram no conflito, Donald Trump, como forma de


retribuição à ajuda paquistanesa no Afeganistão, ofereceu e insistiu caso precisem de algo
mediador no conflito, visando o lado paquistanês. Neste caso não houve um choque de
civilização, pois, somente existiram rumores mas nada concreto em que os EUA tiveram
participação mediadora ou indireta nos conflitos.

Já a China, podendo ser considerada uma potência que está em posse de AKSAI -
CHIN (⅕ do Território Jammu e Caxemira), sofreu um choque de civilizaçāo durante as
guerras, principalmente Sino-indiana (1959), sendo um conflito direto.

Em meio a todo o conflito instaurado, diversas guerras internas e externas eclodiram,


a primeira delas foi a Guerra Indo-Paquistanesa (1947 e 1948). Índia e Paquistāo iniciaram o
combate logo após a conquista da independência, enquanto a Caxemira era governada por um
líder hindu (Hari Singh), o Paquistāo buscava se anexar no principado pela numerosa
populaçāo muçulmana habitada, conseguiu se apropriar de ⅓ do território e ambos os lados
continuaram a reivindicar o controle total do principado. Paquistão procurava um reajuste
territorial, já a Índia buscava manter a parte do território que havia adquirido (⅔).

Após a Índia levar a disputa ao Conselho de Segurança da ONU, em 1948, uma


resolução pedindo um referendo para decidir o status da região foi solicitado. Mas o
Conselho de Segurança ordenou o referendo à retirada das tropas paquistanesas e à redução
da presença militar indiana no território da Caxemira. A guerra então se finalizou com o
cessar-fogo mediado pela ONU, mas o Paquistão se recusou a retirar suas tropas como havia
sido pedido.

A segunda guerra instaurada foi a Sino-Indiana entre a Índia e a China, em 1959.


Quando a China propôs usar a Linha McMahon como base de negociações em troca do
reconhecimento das reivindicações chinesas sobre Aksai Chin, área correspondente a um
quinto da província de Jammu e Caxemira, compreendendo a região tibetana da China e o
nordeste da Índia, hoje é a fronteira efetiva entre China e Índia. A Índia então rejeitou a
proposta por ter interesse na região, pela proximidade histórica e cultural com o Tibete.
Então, na década de 1960, os indianos deslocaram seus postos militares adiante e os militares
receberam ordens para atirar contra as tropas chinesas que estivessem em seu caminho e a
dominar seus postos estabelecidos na fronteira. Seguido dos ocorridos, em 1962, China e
Índia entraram em guerra. A China não conquistou território específico nesse conflito, mas
preservou sua fronteira e manteve a ocupação em Aksai Chin, que era reivindicada pela Índia.
Por fim, em 1971, um novo conflito se estabeleceu e resultou na libertação do
Paquistão Oriental. Porém, durante a guerra entre o Paquistão e a Índia (1965 e 1971), a Índia
tomou os locais mais populosos e produtivos da Caxemira e que antes eram controlados pelo
Paquistão. Os limites territoriais foram definidos em 72, e então firmado o Acordo de Simla,
com auxílio da ONU, substituindo a linha de cessar-fogo criada em 1948.
Após os conflitos, a Índia e o Paquistão então começaram a realizar testes nucleares, e
com o decorrer desses testes, chefes de Estado temeram a possibilidade de uma guerra
nuclear. Em resposta, os Estados Unidos condenaram e denunciaram os testes indianos e
incentivaram os paquistaneses a não se pronunciarem. Quando os paquistaneses responderam,
os Estados Unidos impuseram sanções econômicas a ambos os países, o Japão agiu da mesma
forma.

Outras potências, como China, França e Rússia, condenaram os testes, mas não
impuseram nenhuma sanção, por terem noção de que os testes foram fortes demonstrações de
força, e não de fato o perigo de um conflito nuclear.

A ONU, então, tentou solucionar o problema determinando que a própria população


escolhesse de qual estado faria parte, através de um plebiscito, porém a Índia nunca permitiu
que fosse realizado. O que acarretou em uma guerrilha que já dura mais de 50 anos e nas
guerras citadas anteriormente, além da corrida nuclear.

Porém, mais recentemente, o Conselho de Segurança da ONU debateu a crise na


Caxemira. Em esclarecimento à imprensa após a reunião, a embaixadora do Paquistão nas
Nações Unidas, Maleeha Lodhi, comentou que “a sessão permitiu demonstrar que naquela
região, as pessoas podem estar enclausuradas, mas as suas vozes foram ouvidas nas Nações
Unidas”. Pelo lado indiano, o representante da Índia nas Nações Unidas, Syed Akbaruddin,
confirmou que Nova Deli está comprometida com uma solução “bilateral e pacífica” perante
o conflito e frisou o caráter democrático do governo.

Você também pode gostar