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Michael Knittel

Plot

Acontecimentos bizarros cercam a vida de Michael Knittel antes mesmo de seu nascimento,
e o que consta em sua ficha no orfanato é que ele foi encontrado vivo ainda dentro da
barriga de um cadáver murcho e pálido. Próximos da falecida alegam que ela estava com 6
meses naquele dia, mas a criança parecia estar com o dobro e completamente saudável.
Por estar relacionado a esses fatos e nas mãos de religiosos logo cedo, foi mandado para
um orfanato de freiras, onde viveu boa parte de sua vida.
Elas pegavam no pé de Michael, o forçando a participar das aulas religiosas, orações e
eventos que quase todas as vezes o garoto não queria, e era punido com agressões e
insultos de que ele era a cria do diabo. Toda essa situação desencadeou uma enorme
apatia não só por elas mas com os demais órfãos que convivia. Gerava e participava de
brigas, os influenciava a participar de brincadeiras questionáveis apenas para não se ver
como o único injustiçado.
Foi adotado 3 vezes e em todas não durou mais de um mês até ser entregue ao orfanato
novamente. Os que tentavam alegavam extremo mal comportamento, que ria enquanto
apanhava e até revidava com um sorriso perturbador no rosto. O que mais satisfazia
Michael era vê-los culpar o orfanato pela má criação. Cada passo seu era atentamente
vigiado e passou até a ser assistido em seus momentos íntimos como banho e demais
necessidades no banheiro. E achando que isso não podia piorar, um evento tornou a vida
de todos de cabeça pra baixo.
Michael estava apenas aquecendo as mãos na lareira admirando fixamente as chamas, e
viu uma orbe brilhante surgir de lá, passeando entre seus dedos, assim como desejava. Era
o calor, sentia isso, mas não o afetava, e contemplou tal fenômeno até ser golpeado
violentamente na cabeça com uma bíblia.
Acusado de satanismo, bruxaria, e tudo que desafiava o cristianismo, viveu seus 15 e 16
anos com camisa de força, restrição de alimentação, isolamento, e tortura diária. Como
sobreviveu a isso durante quase 2 anos era uma incógnita, pois passava semanas comendo
migalhas e nunca chegou a implorar por comida, como se não sentisse fome. As agressões
severas eram a única coisa que removia o semblante sem vida de Michael, mas não da
forma esperada, pois ele gargalhava todas as vezes em alto e bom som para que ecoasse
por cada cômodo do orfanato. A dor havia se tornado seu refúgio daquele inferno.
Nada adiantava, e a frustração delas era nítida pois nem os cultos e tentativas de exorcismo
geravam resultados. O que restava de humanidade na visão delas em relação a ele deixou
de existir, e as agressões estavam prestes a se tornar abuso, até que os poderes de
Michael finalmente se manifestaram.
Estava dormindo num quarto sob vigia de duas freiras, e foi acordado por mãos deslizando
pelo seu corpo. Se sentou sobre a cama no susto, encolhendo-se contra a cabeceira, mas
elas não paravam e não podia fazer muito por conta da camisa de força. Até que sentiu uma
válvula de escape, uma coisa no fundo de sua mente que se tornou facilmente acessível.
Permitiu-se explorar essas informações ocultas por tanto tempo, e quando se deu conta, se
deparou com uma onda de energia roxa se esvaindo dos corpos das freiras e indo em
direção a ele, enquanto se tornavam magros, enrugados e sem vida. Aqueles cadáveres
não eram preocupação diante do imenso poder que havia descoberto. Usou toda aquela
vitalidade absorvida para romper a camisa e correr pelos corredores, trombando
propositalmente com as freiras no caminho para que tivessem o mesmo fim que as demais
por tudo que o fizeram passar, e finalmente fugir de lá.
Embora as poucas câmeras tenham capturado sua fuga, o rosto dele estava irreconhecível,
se assemelhando com o das mulheres que ali residiam. Mas isso não muda o fato de que
os registros do lugar apontavam para ele, independentemente.

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