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PROVAS ANTERIORES UNIOESTE

CURSO DE OBRAS
PROF. MARCO ANTONIO MENDONÇA

2021
01. Leia os excertos dos poemas abaixo:
“A graça essencial,
Mistério inefável
- Sobrenatural –
Da vida e do mundo,
Estava ali na rosa
Sozinha no galho.”

“Não te aflijas com a pétala que voa:


também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.”

“Os teus olhos espalham luz divina,


A quem a luz do Sol em vão se atreve;
Papoula ou rosa delicada e fina
Te cobre as faces, que são cor da neve.”

Os versos acima correspondem, RESPECTIVAMENTE, aos seguintes poemas:


a) “Eu vi uma rosa”, “Se eu morresse amanhã”, “Quarto motivo da rosa”.
b) “Marília de Dirceu”, “Quarto motivo da rosa”, “Eu vi uma rosa”.
c) “Eu vi uma rosa”, “Quarto motivo da rosa”, “Marília de Dirceu”.
d) “Eu vi uma rosa”, “Quarto motivo da rosa”, “Se eu morresse amanhã”.
e) “Quarto motivo da rosa”, “Marília de Dirceu”, “Eu vi uma rosa”.

02. Com base na leitura do conto “O caso da vara”, de Machado de Assis, assinale a alternativa INCORRETA.
a) “O caso da vara”, conto de Machado de Assis, aponta para uma característica marcante da prosa machadiana: a
sondagem psicológica.
b) O conto está ambientado no período da escravidão, antes de 1850, e dois eixos narrativos se misturam: Damião,
fugido do seminário e Lucrécia, uma negrinha escravizada.
c) No texto aludido são notórios os estratos sociais, a divisão de classes entre os que detêm o poder e os humílimos.
d) No conto Damião recorre à Sinhá Rita e é acolhido em sua súplica, da mesma forma que Lucrécia recebe guarida
ao suplicar a benevolência de Damião a seu favor.
e) No conto em questão Sinhá Rita afirma que “Nossa Senhora não protege vadias!”

03. Tendo por base o livro Alguma poesia, de Carlos Drummond de Andrade, assinale a alternativa INCORRETA.
a) É uma obra produzida sob o signo da modernidade de 1922, e pode ser observado, dentre seus poemas, a prática
do poema-piada, a utilização de coloquialismos e temas relacionados à vida cotidiana. b) Em Alguma poesia é
possível notar a oposição dos modernistas às tendências simbolistas e parnasianas.
c) O eu retorcido, o amor, as questões sociais e o crescente progresso que transforma as cidades são temas que se
fazem presentes na obra citada.
d) Um dos poemas mais importantes da obra Alguma poesia é “Quadrilha”, que desnuda a condição social de
violência gerada pela miséria das populações menos privilegiadas do Brasil.
e) Poemas consagrados de Carlos Drummond de Andrade, como “No meio do caminho”, “Quadrilha” e “Poema de
sete faces” fazem parte da obra intitulada Alguma poesia.

04. Com base na leitura do conto “Urupês”, de Monteiro Lobato, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Monteiro Lobato se insere nas tendências pré-modernistas, na acepção extrema do termo, ao produzir uma
literatura renovadora, revelando as tensões que permeiam o ambiente social.
b) “Urupês” são personagens criados por Lobato, anteriores à criação do Sitio do pica pau amarelo.
c) No conto “Urupês” cria-se a figura do Jeca Tatu, que vive de cócoras, a modorrar.
d) Jeca Tatu é apresentado como protótipo dos aspectos negativos do homem do campo: é doente, atrasado,
analfabeto político e alienado.
e) Em “Urupês” se lê que Jeca se utiliza da homeopatia para a cura das doenças e “o veículo usual das drogas é
sempre a pinga”.

05. Sobre o conto “Desenredo”, de Guimarães Rosa, é CORRETO afirmar.


a) A narrativa trata de um processo de manipulação do protagonista masculino pela co-protagonista feminina, de
forma que a vontade dela prevalece.
b) A narrativa trata do processo de manipulação da protagonista feminina pelo co-protagonista masculino, de forma
que a vontade dele prevalece.
c) A narrativa trata do processo de automanipulação da personagem feminina, que se convence a reatar o
relacionamento com o personagem masculino.
d) A narrativa trata do relacionamento conflituoso entre o personagem masculino e a personagem feminina, cuja
resolução se dá com a automanipulação que o personagem masculino efetua no sentido de esquecer as traições,
para então reatar o relacionamento com ela.
e) A narrativa trata do relacionamento conflituoso entre o protagonista masculino e outras personagens masculinas,
marcado pela presença de uma personagem feminina responsável pelos conflitos que eles vivenciam.

06. Com base na leitura de “Poema de Natal”, de Vinícius de Moraes, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Pode-se considerar o “Poema de Natal” como pertencente a uma vertente mais reflexiva de Vinícius de Moraes,
dedicado à frágil e fugaz condição humana.
b) Estabelece-se um paradoxo entre o termo “Natal”, presente no título, que significa nascimento, e o tema
desenvolvido no poema, em que o eu-lírico reflete acerca da morte.
c) Os últimos versos do poema: “da morte, apenas/ Nascemos, imensamente.”, demonstram esperança diante de
um aspecto sombrio desenvolvido no poema, que é o fim da vida e a dor da partida de um ente querido.
d) Em seu “Poema de Natal”, Moraes revela um eu-lírico atento e preocupado com o campo emocional e as
dificuldades que os seres humanos sofrem ao longo da vida, como as questões relacionadas ao nascimento e à
morte, expondo, desse modo, uma atenta e sensível preocupação com a condição humana.
e) O “Poema de Natal” é exemplo de obra produzida graças a sua conversão ao cristianismo, tratando, dessa forma,
da perspectiva cristã frente à vida e ao mundo.

07. Acerca do romance Lavoura arcaica assinale a opção INCORRETA.


a) A narrativa inspira-se na passagem do texto bíblico d’“O filho pródigo”.
b) Diferentemente da leitura da Bíblia, André não se mostra arrependido por ter deixado a família e retornado à casa
paterna.
c) O romance de Nassar aponta para uma estrutura familiar arcaica, que não se sustenta, bem como a sugestão de
incesto, que redundará em tragédia.
d) Nos momentos finais do romance, no capítulo 29, o que era para ser a festa, por conta do retorno do filho,
termina com a trágica morte de André, Ana e o pai.
e) A narrativa de Raduan Nassar aponta para os temas da volúpia, da sexualidade, da família e da religião.

GABARITO 2021
01. C 02. D 03.D 04.B 05. D 06.E 07. D

2020
01. Leia atentamente o fragmento abaixo, retirado do soneto “O incêndio de Roma”, de Olavo Bilac, e assinale a
alternativa CORRETA.
“Nero, com o manto grego ondeando ao ombro, assoma
entre os libertos, e ébrio, engrinaldada a fronte,
lira em punho, celebra a destruição de Roma”.
a) A temática proposta, isto é, a Antiguidade Clássica, bem como o cuidado formal, soneto com versos alexandrinos,
é inerente ao Parnasianismo.
b) O movimento parnasiano no Brasil tem início com a publicação de Missal e broquéis, de Cruz e Souza.
c) Pode-se afirmar, pelo caudal da obra que produziram, que Olavo Bilac e Cruz e Souza foram os grandes nomes da
literatura parnasiana brasileira.
d) O nome Parnasianismo deriva de Arcádia, região da Grécia, onde vivem em harmonia com a natureza,
simbolizando um ideal de vida.
e) Simbolismo e Parnasianismo no Brasil produziram temas e textos análogos dada a proximidade temporal entre as
duas escolas, a ponto de muitos teóricos fundirem e confundirem as expressões de cada movimento literário.

02. No que concerne ao conto “Pai contra mãe”, de Machado de Assis, é CORRETO afirmar.
a) Neste conto, descreve-se o conflito familiar entre o pai, Candinho, e a mãe, Clara, que debatiam sobre a
escravidão. Ela mostrava-se favorável a ter escravos, ao passo que Candido Neves era contrário.
b) No conto em questão não há meio tom, contorno indefinido, sugestão. Machado fala abertamente sobre a
escravidão no Brasil, mostrando as mazelas do escravizado.
c) Neste conto, Arminda é a escravizada, que grávida, fugira da casa do seu dono para ter o filho em segurança e
levá-lo para a roda dos enjeitados.
d) Predomina no conto uma visão romântica em que o pai, depois de receber o dinheiro, recobra o filho, obtendo
com isso o perdão da tia Mônica e o amor da esposa, Clara.
e) Neste conto, Cândido Neves e a moça Clara tiveram um filho, Albino.

03. Leia atentamente o excerto do soneto “O acendedor de lampiões”, de Jorge de Lima, e assinale a opção
CORRETA.
“Triste ironia atroz que o senso humano irrita:
– ele que doira a noite e ilumina a cidade,
talvez não tenha luz na choupana em que habita.

Tanta gente também nos outros insinua


crenças, religiões, amor, felicidade,
como este acendedor de lampiões da rua!”

a) Trata-se de um soneto decassílabo, com rimas externas, denotando, pelo cuidado com a forma e temática,
pertencer ao movimento parnasiano.
b) O poema retrata a amargura da profissão de acendedor lampiões em uma sociedade que não valoriza o trabalho,
tampouco o trabalhador braçal.
c) O soneto retrata a miséria nos subúrbios dos grandes centros brasileiros, onde a situação é tão precária que não
há luz elétrica para os moradores.
d) A temática proposta no poema faz alusão à hipocrisia humana, principalmente no que diz respeito à crença,
religião, amor, felicidade.
e) Acender lampiões se traduz como um ato de coragem, de bravura, pois o acendedor de lampiões não se cansa de
executar seu trabalho.

04. No que tange o romance Fogo morto, de José Lins do Rego, é CORRETO afirmar que:
a) a obra fora escrita para denunciar o cangaço e o cangaceiro, representados na personagem Antônio Silvino, que
espalhava terror e morte pelo Nordeste brasileiro, mormente na década de 30.
b) trata-se de um romance panfletário, de tom político, pois nota-se a denúncia dos problemas sociais: a miséria, a
fome, a seca que assolam o sertão nordestino da época.
c) o título “fogo morto” aponta para a decadência em sentido amplo, tanto do engenho que cede lugar à usina,
quanto da expressão de um Nordeste decadente.
d) a obra Fogo morto pertence ao ciclo do cangaço, juntamente a outros dois romances do autor: Pedra bonita e
Cangaceiros, haja vista a decadência do engenho.
e) Coronel Lula, Capitão Vitorino e Capitão Antônio Silvino são representantes do Exército nacional, que tiveram
ascensão no Nordeste brasileiro na década de 40.
05. Sobre o conto “Felicidade clandestina”, de Clarice Lispector, é CORRETO afirmar que:
a) traz um protagonista masculino, o que é típico do universo ficcional desta escritora. b) traz um narrador masculino
envolvido por personagens femininas, como estratégia de reafirmação da posição feminina no universo ficcional.
c) traz um narrador feminino, marcado pela falta, por uma carência que são típicas da humanidade tal como
costuma ser descrita no universo ficcional desta escritora.
d) traz como narrador-protagonista uma personagem imbuída de bastante poder, para questionar a forma como ela
lida com ele cotidianamente.
e) traz uma narradora observadora, que critica o comportamento masculino para reafirmar-se diante dos homens.

06. Sobre o conto “O outro”, de Rubem Fonseca, assinale a alternativa INCORRETA.


a) O conto apresenta, por meio da tensão da narrativa, o medo da convivência de um executivo com um pedinte.
b) O espaço da ação é a cidade, permeado pela insegurança e a instabilidade das relações sociais.
c) Vivendo em um grande centro urbano, apressado para chegar no horário, preocupado com o trabalho, numa
rotina inflexível, o narrador-personagem nos alerta que algo vai mudar ao sentir uma forte taquicardia.
d) A mudança na rotina do personagem, proposta pelo médico cardiologista, é aceita sem ressalvas pelo executivo.
e) Ao olhar nos olhos do pedinte, o executivo percebe tratar-se de um menino franzino.

07. Para responder a esta questão, leia os excertos abaixo:


“Onde se viu ir ao cinema, de luto pesado! A dor já estava sendo cultivada pelas aparências, e eu, que sempre
gostara apenas regularmente de meu pai, mais por instinto de filho que por espontaneidade de amor, me via a
ponto de aborrecer o bom do morto”.

“Voltei, abri a porta e ele ao me ver disse ‘não faça isso, doutor, só tenho o senhor no mundo’. Não acabou de falar
ou se falou eu não ouvi, com o barulho do tiro”.

“— Será que ele está vendo a gente de algum lugar? — perguntou o rapazinho. Olhou para o alto — o teto ainda de
luz acesa —, como se a alma do morto estivesse por ali, observando-os; não viu nada, mas sentia como se a alma
estivesse por ali”.

“Ai, por que não fugi? Pegou a vassoura atrás da porta e me encheu de pancada. Me desviei, a criança ali nos braços,
o cabo deu no canto da mesa e se quebrou”.

Os fragmentos acima correspondem, respectivamente, aos seguintes contos:


a) “O arquivo”, “Morre desgraçado”, “O outro”, “O negócio”. b) “Peru de Natal”, “O outro”, “Fazendo a barba”,
“Morre desgraçado”.
c) “Pai contra mãe”, “O enfermeiro”, “O negócio”, “Morre desgraçado”.
d) “Fazendo a barba”, “O enfermeiro”, “O espelho”, “O outro”.
e) “Peru de Natal”, “O outro”, “O espelho”, “Pai contra mãe”.

GABARITO
01. A 02.B 03.D 04.C 05.C 06.D 07.B

2019
Instruções: Para responder à questão 01, leia o texto abaixo.
Em tempos de depressão Sim! Jovens e velhos, adultos e crianças, vivemos tempos de angústia e depressão. A luz
no fim do túnel – adágio popular bem conhecido – não se apresenta ou é ofuscada por um sistema em que a
violência, a insegurança, a corrupção, a falta de emprego e outras mazelas andam à solta.
“Mas essa dor da vida que devora/ A ânsia de glória, o dolorido afã...” tem remédio? Ou será que apenas resta a
desesperança? “O meu semblante está enxuto./ Mas a alma, em gotas mansas,/ Chora abismada no luto/ Das
minhas desesperanças...”.
É irônico perceber que, muitas vezes, as pessoas oferecem aquilo que não possuem ou desconhecem: “Tanta
gente também nos outros insinua/ Crenças, religiões, amor, felicidade”.
Talvez nos reste, ao final, como aquele “acrobata da dor”, o sarcasmo pungente do riso: “ri! Coração, tristíssimo
palhaço”.

01. Assinale a alternativa cujos versos, pela ordem em que são citados no texto, correspondem a seus respectivos
autores.
a) Gregório de Matos, Álvares de Azevedo, Jorge de Lima, Olavo Bilac.
b) Gregório de Matos, Olavo Bilac, Manuel Bandeira, Cruz e Sousa.
c) Álvares de Azevedo, Manuel Bandeira, Jorge de Lima, Cruz e Sousa.
d) Álvares de Azevedo, Gonçalves Dias, Jorge de Lima, Olavo Bilac.
e) Álvares de Azevedo, Jorge de Lima, Olavo Bilac, Manuel Bandeira.

02. Assinale a alternativa INCORRETA em relação ao conto O Enfermeiro, de Machado de Assis.


a) Tratando o leitor por “meu caro senhor”, o narrador conta-lhe como recebeu a herança do coronel, após tê-lo
assassinado.
b) O narrador-personagem diz ao leitor que este pode publicar sua história – como enfermeiro do coronel –
contanto que o faça após sua morte.
c) O narrador-personagem, Procópio, afirma que após seu ato – esganar o coronel –, ouvia vozes que bradavam:
assassino! assassino!
d) Passado certo tempo, assegurado da posse dos bens do coronel, o narrador aplaca sua consciência cogitando em
recusar a herança.
e) Despedindo-se do leitor, o narrador afirma-lhe, recorrendo ao texto bíblico, que a herança maldita não trouxe
felicidade.

Instrução: Para responder à questão 03, leia o texto abaixo. No conto Felicidade Clandestina, Clarice Lispector narra
a extrema crueldade e o sadismo com que uma menina, filha do dono da livraria, inflige à personagem-narradora, a
respeito do empréstimo de um livro. De posse do livro, a personagem-narradora conclui o conto dizendo: “Não era
mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante”.

03. Assinale a alternativa CORRETA que referencia o livro aludido no texto em questão.
a) Lucíola, de José de Alencar.
b) Helena, de Machado de Assis.
c) As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.
d) Clara dos Anjos, de Lima Barreto.
e) Dona Flor e seus dois maridos, de Jorge Amado.

04. Quais as personagens negras que, no romance Fogo morto, de José Lins do Rego, sempre gravitando ao redor de
outras personagens, têm no servilismo – resquício da escravidão – uma das formas mais contundentes de
sobrevivência?
a) José Amaro e Capitão Vitorino.
b) Pedro Boleeiro e José Amaro.
c) Alípio e Torquato.
d) José Passarinho e Floripes.
e) Antônio Silvino e o pintor Laurentino.

05. Assinale a alternativa em que, ao final do conto No Manantial, de Simões Lopes Neto, o narrador se vale de
paradoxos para definir o objeto tratado.
a) Às vezes uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando,
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.
b) Saudade é dor que não dói,
Doce ventura cruel,
É talho que fecha em falso,
É veneno e sabe a mel...
c) A mesma formosura
É dote que só goza a mocidade:
Rugam-se as faces, o cabelo alveja,
Mal chega a longa idade.
d) Quem viu mal como o meu, sem meio ativo?
Pois no que me sustenta, e me maltrata,
É fero quando a morte me dilata
Quando a vida me tira é compassivo!
e) Depois o espinho do ciúme...
A dor... a visão da morte...
Mas, calmado o vento, o lume
Brilhou, mais puro e mais forte.

06. Em relação ao conto Desenredo, de João Guimarães Rosa, qual das alternativas NÃO é procedente?
a) No início do conto, a descrição da personagem feminina tem por base sua sagacidade, beleza e instabilidade de
caráter refletida no embaralhamento dos nomes.
b) Há uma subversão aos valores éticos, morais e sociais que sustentam a lógica usual do relacionamento homem
versus mulher, corroborada pelo título e pela temática do conto.
c) O nome da personagem Jó Joaquim e a citação – “Foi Adão dormir, e Eva nascer” – fazem remissão ao texto
bíblico.
d) Ao lavar sua honra com sangue, Jó Joaquim contradiz a paciência bíblica e amorosa, justificada pelo dito: “De
sofrer e amar, a gente não se desafaz”.
e) A reinvenção da mulher, sem as marcas da traição e do adultério, resulta da capacidade criativa de Jó Joaquim
manipular o poder da linguagem.

07. Com base nos contos e o que se declara a respeito, assinale a alternativa CORRETA.
a) Nos contos No Manantial e O Negro Bonifácio, de Simões Lopes Neto, a contribuição espanhola, notadamente a
platina, está presente no vocabulário, como é o caso de: maleva, cajetilha, peleia, haragano, d’espacito.
b) Em Morre Desgraçado, de Dalton Trevisan, as marcas da tragédia e da violência – através de uma linguagem
concisa e elíptica – fazem-se presentes quando o filho, vítima de maus tratos, assassina o pai.
c) No conto O Espelho, de Machado de Assis, o processo de autoidentificação é anulado quando Jacobina, o
narrador, ao vestir a farda de alferes, reconhece que o “eu social”, refletido no espelho, é mera ilusão.
d) Para reverenciar a memória do pai, morto há cinco meses, Juca – o narrador-protagonista de Peru de Natal, de
Mário de Andrade – organiza uma ceia natalina com direito a peru e “cerveja bem gelada”.
e) No conto O Outro, de Rubem Fonseca, o protagonista se envolve sexualmente com um pedinte e, após acolhê-lo e
pagar-lhe com “cama, mesa e banho”, é assassinado pelo marginal.

GABARITO
01.C 02.E 03.C 04.D 05.B 06.D 07.A

2018
01. Tendo em vista a Carta XVII ao Rei D. Afonso VI, escrita pelo Pe. Antônio Vieira, assinale a alternativa que NÃO
condiz com as afirmações do autor.
a) Aponta injustiças e tiranias impostas, afirmando que no espaço de quarenta anos se mataram e se destruíram,
pela costa e sertões desta terra, mais de dois milhões de índios.
b) Solicita ao Rei não apenas a firmeza da lei, mas a necessidade de castigo aos que a violarem, e afirma que há
religiosos corruptos que apregoam e fazem o contrário do que deveriam fazer.
c) Insinua, em tom profético, que Deus castiga os reis injustos, e exemplifica que puniu o Faraó do Egito, tirando-lhes
os primogênitos, por este consentir no cativeiro do povo hebreu.
d) Pede ao Rei que envie mais governadores e capitães-mores, tão decentes quanto os que aqui estão, pois só esses
conseguem refrear a ganância e a imoralidade dos portugueses.
e) Afirma que os índios livres das aldeias, assistidos pelos missionários, estão tão bem instruídos na doutrina cristã
quanto os portugueses que melhor a dominam.
02. Com base nos contos e o que se declara a respeito, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Em alusão à escravidão negra, os dois contos de Machado de Assis – Pai Contra Mãe e O Caso da Vara –
tematizam o universo do interesse pessoal sobrepondo-se ao compromisso moral.
b) Ao concluir o conto O Enfermeiro com a frase “Bem-aventurados os que possuem, porque eles serão consolados”,
Machado de Assis denuncia o poder corruptor da riqueza, capaz de aplacar o remorso da consciência de Procópio, o
protagonista.
c) O fantástico e o absurdo estão presentes na metáfora burocrática e impessoal d’O arquivo – conto homônimo de
Victor Giudice – para explicitar a reificação humana.
d) Os dois contos de Simões Lopes Neto envolvem paixão e morte: No Manantial, a donzela Maria Altina é o motivo
da violenta obsessão de Chicão; em O Negro Bonifácio, a violência chega ao clímax no ato selvagem de castração
infligido por Tudinha ao negro Bonifácio.
e) Em O Homem que Sabia Javanês, por meio do personagem Policarpo, Lima Barreto critica o patriotismo corrupto
e propõe três projetos capazes de salvar o País: cultural, agrícola e político.

03. Tendo em vista os tercetos abaixo e os poemas de onde foram extraídos, O Incêndio de Roma e Sinfonias do
Ocaso, bem como seus respectivos autores, Olavo Bilac e Cruz e Sousa, assinale a alternativa INCORRETA.
“Nero, com o manto grego ondeado ao ombro, assoma
Entre os libertos, e ébrio, engrinaldada a fronte,
Lira em punho, celebra a destruição de Roma”.

“Ah! por estes sinfônicos ocasos


A terra exala aromas de áureos vasos,
Incensos de turíbulos divinos”.
a) A impassibilidade de Nero (1º terceto) perante o incêndio devastador pode ser interpretada como a
representação ideal do artista na estética parnasiana.
b) A destruição de Roma (1º terceto) alude a um fato histórico e faz do Imperador Nero a representação de um
louco.
c) Ao contrário de Olavo Bilac, Cruz e Sousa conseguiu vencer os preconceitos e sobrepor-se ao jugo de uma
sociedade hostil e escravocrata.
d) A exploração da musicalidade, de assonâncias e de aliterações e a presença de vocabulário litúrgico são comuns
na poesia de Cruz e Sousa.
e) A percepção do objeto (pôr do sol) não pela visão, mas pela audição – sinestesia – caracteriza o poema aludido no
2º terceto.

04. Com base no poema abaixo, assinale a alternativa INCORRETA.


4º MOTIVO DA ROSA – Cecília Meireles
Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.

Rosas verás, só de cinza franzida,


mortas, intactas pelo teu jardim.

Eu deixo aroma até nos meus espinhos,


ao longe, o vento vai falando em mim.

E por perder-me é que me vão lembrando,


por desfolhar-me é que não tenho fim.
a) As palavras do poema, na maioria, têm sentido metafórico e, conotativamente, “rosa” simboliza a mulher.
b) O poema enaltece a beleza da juventude – rosa/mulher – que, por não perder suas pétalas – atrativos –, sempre
será lembrada.
c) As antíteses dos versos 2, 7 e 8 acentuam o dualismo da relação morte e vida, fim e renascimento.
d) Formado por quatro dísticos, o poema se organiza em forma de apóstrofe a um interlocutor não definido.
e) Em termos de ritmo, a segunda estrofe diferencia-se das demais.

05. Com base no texto abaixo, assinale a alternativa CORRETA.


“O fato mais importante de sua vida é sem dúvida votar no governo. [...] Vota. Não sabe em quem, mas vota. [...]
O sentimento de pátria lhe é desconhecido. Não tem sequer a noção do país em que vive. [...] Em matéria de
civismo, não sobe de ponto. [...] A sua medicina corre parelhas com o civismo. [...] O veículo usual das drogas é
sempre a pinga – meio honesto de render homenagem à deusa Cachaça. [...] Só ele não fala, não canta, não ri, não
ama.”
a) O texto, extraído do romance Lavoura arcaica, de Raduan Nassar, ironiza o povo brasileiro, cuja indolência e falta
de patriotismo envergonham o País.
b) O narrador de Lavoura arcaica descreve a vida dos agregados, na fazenda do pai, interesseiros e preguiçosos,
vítimas do álcool e da pobreza.
c) Raduan Nassar, na descrição de um de seus personagens, critica o congressista brasileiro, corrupto e drogado,
sempre pronto a defender o governo.
d) O fragmento faz parte da crônica/ conto Urupês, em que Monteiro Lobato descreve o Jeca Tatu, tecendo críticas
violentas ao caboclo brasileiro.
e) No texto em questão, Monteiro Lobato, conhecido por suas obras infantis, defende a nacionalização do petróleo
em detrimento de políticos medíocres e puxa-sacos.

06. Qual das afirmativas NÃO é procedente em relação ao romance Fogo morto, de José Lins do Rego?
a) Ambientado na região açucareira do nordeste, na Várzea do Rio Paraíba, seu autor integra a geração regionalista
dos anos 30.
b) É dividido em quatro partes, centradas, respectivamente nos seguintes temas: Mestre Zé Amaro; Maria Bonita e
os cangaceiros; O coronel e o lobisomem; A usina do seu Lula de Holanda.
c) Evidencia o tema da contestação armada à ordem vigente, representado pelo cangaço e o bando de Antônio
Silvino.
d) A educação para o casamento e a desintegração familiar caracterizaram a trágica condição das moças solteiras, a
exemplo de Marta e Neném.
e) Traça a história completa da ascensão à decadência de uma casa e sua família, cujo símbolo é o engenho Santa Fé
e seus proprietários.

07. Tendo por base Esses Lopes, de João Guimarães Rosa, conto do qual foi extraído o texto abaixo, assinale a
alternativa INCORRETA.
“Quero falar alto. [...] A maior prenda, que há, é ser virgem. [...] Me valia ter pai e mãe, sendo órfã de dinheiro?
[...] Eu queria me chamar Maria Miss, reprovo o meu nome, de Flausina. [...] E veio aquele, Lopes, chapéu grandão,
aba desabada. [...] Aguentei aquele caso corporal. [...] Varri casa, joguei o cisco para a rua, depois do enterro. [...] E
os Lopes me davam sossego? Dois deles, tesos, me requerendo, o primo e o irmão do falecido. [...] Mas um, mais,
porém, ainda me sobrou, Sorocabano Lopes, velhoco, o das fortes propriedades. [...] De hoje por diante, só muito
casada! [...] Quero o bom-bocado que não fiz, quero gente sensível. [...] Lopes, não! – desses me arrenego.”
a) Flausina, a personagem narradora, apesar do abuso machista e de ter filhos de pais diferentes, revela-se mãe
exemplar.
b) A protagonista consegue livrar-se dos Lopes e garantir sua sobrevivência mediante intriga, astúcia e ações mortais
planejadas.
c) O domínio da escrita e da leitura é um dos instrumentos de que se vale Flausina para corroborar sua vingança.
d) Instantâneos da vida sertaneja, costumes, ambiente e personagens do sertão são representados a partir de uma
técnica estética inovadora.
e) Subjacente ao discurso da mulher que se vinga das humilhações sofridas, está o discurso do prazer pelas
desmedidas vinganças praticadas.

GABARITO
01.D 02.E 03.C 04.B 05.D 06.B 07. A

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