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CENTRO EDUCACIONAL CIMAN SOP/SOE/SOR

HIST6R;IA DO ~OR
"".
D MARCOS
D BARBOSA

Era urna vez o amor ...


O amor morava numa casa as~6alhada de estrelas
I
e toda enfeitada de sóis.
Mas não havia luz na casa do Amor, porque a luz é o próprio Amor.
E urna vez ...
O Amor queria urna casa mais linda para si.
- Que estranha mania, essa do Amor!
E fez a terra
E na terra fez a carne
E na carne soprou a vida
E na vida imprimiu a imagem de sua semelhança
E a chamou de homem.
E dentro do peito 'do homem, o Amor construiu sua casa, pequenina.
- Mas palpitante, irriquieta, insatisfeita corno o próprio Amor.
E o Amor foi morar no coraçao do homem.
E coube todinho lá dentro, porque o coração do homem foi feito para o in
finito.

Urna vez ...


O homem ficou com inveja do Amor ...
Queria para si a casa do amor ... so para si.
Queria pra si a felicidade do Amor, corno se pudesse viver so.
E o homem sentiu urna fome torturante. E comeu! ...
E o Amor foi-se embora do coração do homem.
E o homem comeu e encheu o seu coração.
Encheu-o com todos os amores da terra - e ainda ficou vazio.
Encheu-o com todos os prazeres da terra - e ainda ficou vazio.
Encheu-o com todas as riquezas da terra - e ainda ficou vazio.
E o homem, triste, derramou suor para ganhar a comida (ele sempre tinha
fome)
E continuava com o coraçao vazio ...

Urna vez .•.


Resolveu repartir o seu coraçao inútil com as criaturas da terra.
O Amor soube ..•
vestiu-se de carne e veio também receber 'o coraçao do homemj
Mas o.homem não reconheceu o Amor - e o pregou na cruz.
E continuou a derramar o suor para ganhar comida.
O Amor, então, teve urna idéia:
Vestiu-se de comida. Se disfarçou de pao e ficou quietinho.
Quando o homem faminto ingeriu a comida,
() amor voltou à sua casa no coração do ho'mem.
Ê O coração do homem se encheu de plenitude!
CIMAN/92

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