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161-63

Curso
Curso ESA
ESA

do
do Brasil
Brasil

HISTÓRIA
HISTÓRIAPolítica na Era Vargas

Professor
Professor Gabriel
Gabriel Kelly
Kelly
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Curso EsSA
2021

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POLÍTICA NA ERA VARGAS


O que foi a Era Vargas?
A chamada Era Vargas corresponde ao período decorrido entre os anos de
1930 e 1945, durante o qual o Brasil foi governado pelo presidente Getúlio
Vargas.
Tradicionalmente, os historiadores dividem esse período de 15 anos em três
épocas:
o governo provisório, ocorrido entre 1930 e 1934;
o governo constitucional, ocorrido entre 1934 e 1937;
a ditadura do Estado Novo, ocorrida entre 1937 e 1945.

Getúlio governaria o país novamente entre 1951 e 1954, mas esse período
tecnicamente já não é considerado parte da Era Vargas, e sim da Quarta
República brasileira (1946-1964).

O governo provisório (1930 – 1934)


Quando chegou à presidência em 3 de novembro de 1930, Getúlio Vargas
tomou uma série de medidas centralizadoras para assumir o controle político do
país:
suspendeu a Constituição de 1891;
fechou os órgãos do Poder Legislativo (Congresso Nacional, Assembleias
Legislativas e Câmaras Municipais);
indicou interventores militares, homens de sua confiança e ligados ao
tenentismo, para governar os estados.

Ao substituir a maioria dos governadores por interventores estaduais


subordinados ao governo federal, Getúlio pretendia centralizar o poder no país
e desmontar a estrutura política da Primeira República, que era baseada na
aliança entre os poderosos coronéis-fazendeiros e os antigos governadores.
A influência dos coronéis-fazendeiros não foi totalmente eliminada, mas o
poder destes diminuiu bastante na maior parte dos estados, graças aos
interventores nomeados por Vargas.

O Código Eleitoral de 1932


Em fevereiro de 1932, o governo provisório liderado por Getúlio Vargas
decretou uma lei que instituiu o primeiro Código Eleitoral brasileiro.
Esse código tinha como principal objetivo a moralização do sistema eleitoral
do país, principal bandeira do movimento tenentista e da Revolução de 1930.

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O Código Eleitoral de 1932:


estabeleceu que o voto passaria a ser secreto em todo o país;
criou a Justiça Eleitoral para zelar pelas eleições e combater fraudes nas
mesmas;
permitiu o voto feminino: após décadas de muita luta dos movimentos
feministas, as mulheres poderiam votar e ser eleitas no Brasil.

Movimento Constitucionalista de 1932


O governo de Getúlio Vargas se mostrava cada vez mais centralizador,
preocupado com questões sociais e interessado em proteger as riquezas
nacionais.
O Ministério do Trabalho, por exemplo, foi criado em 26 de novembro de
1930: isso mostrava que o novo governo desejava conceder direitos aos
trabalhadores, direitos esses pelos quais os trabalhadores lutavam há décadas.
Essa centralização do poder e a aproximação do novo governo com os
trabalhadores assustou os opositores de Getúlio, principalmente as velhas
oligarquias paulistas, que desejavam o retorno das práticas políticas da Primeira
República e não queriam mudanças sociais e trabalhistas.
Para enfrentar o governo federal, as oligarquias paulistas se uniram: o Partido
Republicano Paulista se aliou ao Partido Democrático – este último era uma
dissidência do primeiro – e ambos formaram a chamada Frente Única Paulista.
Os opositores paulistas desejavam principalmente a substituição do
interventor do estado de São Paulo: queriam a saída de João Alberto Lins de
Barros, militar e pernambucano, e exigiam um interventor estadual que fosse
civil e paulista.
Getúlio cedeu às pressões e nomeou Pedro de Toledo, civil e paulista, para ser
interventor daquele estado, mas mesmo assim a oposição não se acalmou: agora,
ela exigia a convocação de uma Assembleia Constituinte e queria novas
eleições – os fazendeiros paulistas esperavam que, com novas eleições, poderiam
retomar o poder no país.
As oligarquias paulistas conseguiram mobilizar boa parte da população do
estado de São Paulo, que foi às ruas protestar contra o governo federal.
Em 23 de maio de 1932, quatro estudantes paulistas – Martins, Miragaia,
Dráusio e Camargo – foram mortos em um confronto contra a polícia, durante
manifestação contra o governo federal.
Esse fato exaltou ainda mais os ânimos dos paulistas: as letras iniciais dos
nomes dos estudantes deram origem à sigla MMDC, que se tornou símbolo da
luta dos paulistas contra o governo federal.

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No dia 9 de julho de 1932, teve início a chamada “Revolução


Constitucionalista”, que mobilizou cerca de 30 mil homens e mulheres armados
em São Paulo na luta contra o governo federal.
As tropas paulistas eram formadas por soldados rebelados da polícia estadual
(que foram contra as determinações do interventor do estado) e por voluntários.
Muitas indústrias do estado passaram a fabricar material bélico para
contribuir com o esforço de guerra: granadas, máscaras contra gases, lança-
chamas, capacetes.
As tropas paulistas acreditavam que outros estados iriam aderir à “revolução”
– contudo, apenas as forças de Mato Grosso apoiaram a rebelião contra o governo
federal.
Isolados e em desvantagem numérica, paulistas e mato-grossenses foram
derrotados pelas forças federais – mais numerosas e melhor equipadas – depois
de três meses de luta.
O governo federal, contudo, não queria mais rixas com os paulistas: afinal, São
Paulo era o estado mais rico do país, e suas elites tinham grande poder
socioeconômico.
Por isso, o governo federal atendeu a principal reivindicação dos paulistas: em
1933, instalou a Assembleia Nacional Constituinte, que deveria criar uma nova
constituição para o país.

O governo constitucional (1934 – 1937)


A Constituição de 1934
Em maio de 1933, foram realizadas as eleições para a Assembleia Constituinte:
os deputados eleitos trabalharam durante um ano e criaram uma nova
Constituição para o país, que foi promulgada em 16 de julho de 1934.
Nessa Constituição, foram incorporadas muitas leis que já haviam sido criadas
desde 1930, como aquelas presentes no Código Eleitoral de 1932.
Dentre as principais disposições contidas na Constituição de 1934, estavam:
a instituição do voto secreto nas eleições para os poderes Executivo e
Legislativo;
a instituição do voto feminino, que garantiu o direito de voto às mulheres;
o estabelecimento de uma Justiça Eleitoral independente e de uma Justiça
do Trabalho;
a instituição do ensino primário gratuito e obrigatório;
a instituição de diversos direitos trabalhistas que deveriam ser
obrigatoriamente assegurados pelos empregadores aos seus empregados:
salário mínimo, jornada de trabalho não superior à 8 horas diárias, férias
anuais remuneradas, indenização ao trabalhador em caso de demissão sem
justa causa, proibição do trabalho de menores de 14 anos, etc.;

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a nacionalização das riquezas naturais do Brasil: minas, jazidas minerais e


quedas d’água com potencial hidrelétrico ficaram sob a proteção do Estado
brasileiro e sob a posse da União;
o estabelecimento de eleições indiretas para escolher o primeiro presidente
da república após a promulgação da Constituição (as eleições presidenciais
posteriores seriam diretas).

De acordo com a Constituição, os membros da Assembleia Constituinte deveriam


escolher o novo presidente: o próprio Getúlio Vargas recebeu a maioria dos votos
e foi eleito, dando início ao seu mandato constitucional em 20 de julho de 1934.
O período constitucional da Era Vargas se caracterizou por uma forte agitação
social e política no Brasil: nesse cenário, se destacaram dois grupos políticos de
ideologias totalmente opostas.

Ação Integralista Brasileira (AIB)


Em 1932, o escritor modernista Plínio Salgado lançou, juntamente com outros
intelectuais e políticos, um manifesto por meio do qual expunha os princípios do
integralismo – uma ideologia de caráter fascista.
O integralismo defendia o combate ao comunismo e ao liberalismo, o
nacionalismo exacerbado, a existência de um Estado forte e autoritário
dirigido por um líder ultranacionalista e a manutenção da disciplina e da
hierarquia na sociedade brasileira.
Em 1934, foi criada pelo mesmo Plínio Salgado a Ação Integralista Brasileira,
organização que defendia essa ideologia.
Os integralistas adotaram como símbolo de seu movimento a letra grega sigma
(Σ, símbolo da integração na matemática) e como lema a frase “Deus, pátria e
família”.
Eles vestiam camisas verdes e desfilavam nas ruas como se fossem tropas
militares, gritando a saudação “anauê” (que, em tupi, significa “você é meu
irmão”) e, muitas vezes, agredindo fisicamente os adversários de outras
organizações políticas.
A Ação Integralista Brasileira teve mais de mil núcleos criados pelo país, e
conquistou a simpatia de alguns empresários, de uma parcela da classe média
urbana e de alguns militares.

Aliança Nacional Liberdadora (ANL)


A Aliança Nacional Libertadora, cujos membros eram chamados de
aliancistas, foi uma organização de esquerda fundada em março de 1935 – entre
seus membros, havia comunistas, anarquistas, social-democratas e até alguns
liberais.

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Uma das principais correntes que integrava a Aliança Nacional Libertadora


era o Partido Comunista Brasileiro (PCB), que estava na ilegalidade.
Em abril de 1935, o ex-tenentista e então membro do Partido Comunista
Brasileiro, Luís Carlos Prestes, foi eleito presidente de honra da Aliança
Nacional Libertadora.
A Aliança Nacional Libertadora defendia o combate ao capitalismo liberal e
ao fascismo, a nacionalização das empresas estrangeiras que tinham fábricas
no Brasil, o não pagamento da dívida externa brasileira e a realização de uma
reforma agrária.
Esse grupo político, que tinha como lema a frase “Pão, terra e liberdade”,
cresceu rapidamente e ganhou diversos núcleos pelo país, chegando a contar com
mais de 50 mil membros.
Em junho de 1935, a organização foi colocada na ilegalidade pelo governo, e
seus líderes foram perseguidos e presos sob a alegação de que pretendiam
promover um golpe de Estado no país.
Perseguidos, os comunistas da Aliança Nacional Libertadora se aliaram a
alguns militares do Exército e planejaram uma revolta contra o governo de
Getúlio Vargas.
Em novembro de 1935, esses comunistas promoveram uma série de rebeliões
em quartéis militares de Natal, do Recife e do Rio de Janeiro, naquele que ficou
conhecido como Levante Comunista de 1935 ou Intentona Comunista de 1935.
Entretanto, as rebeliões foram mal organizadas, sendo facilmente reprimidas
pelas forças governamentais.
Em resposta ao levante e em nome do combate ao “perigo comunista”, o
governo federal prendeu diversos sindicalistas, operários, militares e intelectuais
acusados de planejarem atividades subversivas contra a ordem.

Plano Cohen e golpe de Estado


De acordo com a Constituição de 1934, o mandato constitucional de Getúlio
Vargas deveria acabar em 1938, quando ocorreriam novas eleições presidenciais
– dessa vez, eleições diretas.
Contudo, Getúlio e seus aliados não estavam dispostos a sair do poder, e
prepararam um golpe de Estado em conjunto com alguns setores do Exército.
Em setembro de 1937, o serviço secreto do Exército anunciou ter descoberto
um suposto plano comunista, de nome Plano Cohen, que supostamente
pretendia implantar uma ditadura comunista no Brasil.
Em nome do combate ao suposto “perigo comunista”, Getúlio Vargas aplicou
um golpe de Estado em novembro de 1937: cancelou as eleições presidenciais e
decretou estado de guerra no país. A polícia prendeu inúmeros adversários do
governo.

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O Estado Novo (1937 – 1945)


No dia 10 de novembro de 1937, Getúlio Vargas ordenou que o Exército
cercasse o Congresso Nacional e o fechasse, o que foi feito com sucesso.
O presidente outorgou uma nova Constituição para o país, de caracterísitcas
autoritárias, e iniciou um governo ditatorial que ficou conhecido como Estado
Novo.
Dentre as principais características políticas do Estado Novo, encontram-se:
a instauração do Estado de emergência, dispositivo que autorizava o governo
a invadir casas, prender pessoas, julgar e condenar essas pessoas de maneira
rápida, autoritária e arbitrária. O presidente Getúlio Vargas, dessa forma,
detinha amplos poderes em suas mãos, e seus atos não podiam sequer serem
submetidos à Justiça;
o fim do federalismo, ou seja, os estados brasileiros perderam toda a
autonomia que tinham e ficaram totalmente subordinados ao governo
federal, visto que os governos estaduais foram novamente entregues a
interventores de confiança do presidente;
a supressão das instituições democráticas: os partidos políticos foram
extintos, as eleições foram suspensas, as greves e manifestações contrárias ao
governo foram proibidas e a polícia política do governo passou a perseguir, a
prender, a torturar e a matar diversos cidadãos.

Levante integralista
Os integralistas apoiaram o golpe de Estado que Getúlio deu em 1937, na
esperança de que o presidente, em troca, nomeasse Plínio Salgado para o cargo
de ministro da Educação, algo que não se concretizou.
A situação ficou ainda pior para os integralistas em dezembro de 1937, quando
Getúlio extinguiu todos os partidos políticos que existiam até então, incluindo a
Ação Integralista Brasileira – e ainda proibiu que os integralistas andassem
armados.
Sem o cargo no governo e sem partido, os integralistas se revoltaram e
começaram a planejar um golpe de Estado contra Getúlio.
Em 11 de maio de 1938, cerca de 50 integralistas comandados pelo tenente
Severo Fornier atacaram o Palácio Guanabara, residência oficial do presidente.
Contudo, Getúlio, sua família e a guarda presidencial resistiram ao ataque e
tiveram o apoio das Forças Armadas: os golpistas foram facilmente vencidos,
sendo que vários integralistas foram mortos no local e outros fugiram.
O governo federal passou a perseguir também os integralistas – como já fazia
com os comunistas e outros adversários políticos – e Plínio Salgado teve de fugir
para Portugal.

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Propaganda política
O governo Vargas utilizou, desde que se instalou no poder, recursos de
propaganda para conquistar a simpatia popular – e durante o Estado Novo, não
foi diferente.
Em 1939, o governo criou o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP),
órgão diretamente ligado à presidência da república, encarregado de comandar
a propaganda oficial do governo e de censurar os meios de comunicação
(rádio, cinema, teatro, imprensa).
O Departamento de Imprensa e Propaganda produziu o programa radiofônico
Hora do Brasil, que divulgava a cada dia as realizações do governo e de Getúlio –
esse programa era obrigatoriamente transmitido em todas as rádios.
Esse órgão foi um dos principais responsáveis pela construção da imagem de
Getúlio como um salvador da pátria, um nacionalista e um amigo dos pobres e
dos trabalhadores.
Educação e cultura
O Ministério da Educação também se tornou um órgão importante para a
exaltação da figura de Vargas – afinal, foi esse ministério que determinou a
adoção obrigatória, pelas escolas, de diversos instrumentos que difundiam entre
os alunos a ideologia do governo:
as escolas deveriam ensinar a disciplina de moral e civismo;
as aulas de canto deveriam ensinar aos estudantes músicas nacionalistas;
os alunos de todas as escolas deveriam participar de desfiles e paradas
estudantis nas comemorações de datas cívicas;
as escolas deveriam adotar livros didáticos que promoviam a exaltação da
figura de Vargas e de seu governo.

Além de conquistar a simpatia dos estudantes, Getúlio procurou conquistar


também a simpatia e a colaboração de intelectuais, de artistas e de formadores de
opinião – diversos intelectuais apoiaram o governo, tais como o sociólogo
Oliveira Viana e o jurista Pontes de Miranda.
Muitos escritores modernistas – em especial os autores reunidos em torno do
chamado “grupo verde-amarelo”, que pregavam um nacionalismo exaltado –
também foram seduzidos e usados pela propaganda getulista como forma de
exaltação ao governo.
O governo encomendou, a artistas famosos como Ataulfo Alves e Dalva de
Oliveira, diversas canções que continham letras favoráveis às políticas do
presidente.
Dessa forma, diversas músicas foram gravadas em homenagem a Getúlio e a
seu governo, tornando-o ainda mais popular entre o povo brasileiro.
Contudo, nem todos os artistas e intelectuais nutriam simpatia pelo governo
Vargas: muitos, como Graciliano Ramos, foram perseguidos e presos, acusados
de serem comunistas.

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Participação brasileira na Segunda Guerra Mundial


Entre 1939 e 1945, o mundo viveu a Segunda Guerra Mundial: as potências
Aliadas (lideradas pela Inglaterra, pelos Estados Unidos e pela União Soviética)
enfrentaram as potências do Eixo (lideradas pela Alemanha nazista, pela Itália
fascista e pelo Japão).
Durante os primeiros anos da guerra, o governo Vargas manteve o Brasil
neutro no conflito: dessa forma, seria possível fazer comércio com ambos os
lados e obter vantagens econômicas para o país.
Além disso, entre os ministros de Vargas havia tanto simpatizantes do Eixo
quanto simpatizantes dos Aliados – ficar neutro na guerra era, também, uma
forma de evitar rachaduras no governo.
A situação começou a mudar em 1941, quando os Estados Unidos, maiores
parceiros comerciais do Brasil, entraram na guerra ao lado dos Aliados e
passaram a pressionar o governo brasileiro para que este se aproximasse dos
Aliados e se distanciasse do Eixo.
O governo brasileiro, então, assinou diversos acordos internacionais para
apoiar os Aliados: comprometeu-se a fornecer borracha e minério de ferro para
esses países e permitiu que os militares estadunidenses utilizassem bases
militares instaladas no nordeste do Brasil.
Em troca desse apoio material e logístico, o governo dos Estados Unidos
forneceu ao Brasil uma enorme quantia de dinheiro em dólares, que seria
utilizada para financiar a construção da Usina Siderúrgica de Volta Redonda.
As potências do Eixo não gostaram nem um pouco da cooperação do Brasil
para com as forças Aliadas: em resposta a isso, entre fevereiro e agosto de 1942,
submarinos alemães e italianos torpedearam e afundaram nove navios
brasileiros, matando mais de 600 pessoas.
A agressão militar nazi-fascista provocou indignação nacional no Brasil:
milhares de pessoas saíram às ruas nas principais cidades do país e protestaram,
exigindo que o governo brasileiro declarasse guerra às potências do Eixo.
Diante da pressão popular e das constantes pressões do governo
estadunidense, o governo brasileiro declarou guerra às potências do Eixo em 31
de agosto de 1942.
A partir daí, a Marinha e a Força Aérea brasileiras patrulharam o Oceano
Atlântico e caçaram submarinos alemães e italianos, conseguindo afundar vários
deles.
Em 1944, tropas da Força Expedicionária Brasileira (FEB), sob o comando do
general Mascarenhas de Morais, foram enviadas para a Itália – foi nesse país que
a FEB, integrada ao Quinto Exército dos Estados Unidos, lutou todas as suas
batalhas contra os nazi-fascistas, na chamada Campanha da Itália.

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A Força Expedicionária Brasileira travou importantes batalhas contra os


alemães: a Batalha de Monte Castelo, a Batalha de Montese, a Batalha de
Collechio e a Batalha de Fornovo di Taro.
As forças brasileiras venceram todas as batalhas, e ajudaram a libertar o norte
da Itália do domínio nazista.
A Força Aérea Brasileira também participou de inúmeras operações de guerra,
realizando mais de 2 mil missões ofensivas ao longo do conflito.

O fim do Estado Novo


A participação brasileira na Segunda Guerra Mundial criou uma contradição
interna no país: o Brasil estava lutando contra ditaduras totalitárias enquanto
vivia, ele mesmo, uma ditadura.
Essa contradição foi aproveitada pelos grupos liberais que faziam oposição ao
governo Vargas – estes grupos utilizaram essa contradição como argumento para
exigir a redemocratização do país e para convocar manifestações populares
contra o Estado Novo.
Em 1943, um grupo de políticos e intelectuais mineiros (como o ex-presidente
Artur Bernardes) lançaram o Manifesto dos Mineiros, documento no qual
exigiam o fim do Estado Novo e a redemocratização do Brasil.
Diante da pressão crescente das manifestações nas ruas contra seu governo,
Getúlio decidiu realizar uma abertura democrática: em fevereiro de 1945,
anunciou que seriam realizadas eleições diretas para a presidência da república
em dezembro daquele ano.
Além disso, o governo federal anistiou todos aqueles que haviam sido
condenados por motivos políticos: foram libertados comunistas presos no país
(como Luís Carlos Prestes), e muitos dissidentes que haviam se exilado em outros
países puderam retornar ao Brasil.
Com a abertura política, novos partidos puderam ser formados ou foram
legalizados, e muitos deles lançaram seus candidatos para as eleições, marcadas
para 2 de dezembro de 1945:
A União Democrática Nacional (UDN), adversária liberal do regime varguista,
lança o brigadeiro Eduardo Gomes como candidato;
O Partido Social Democrático (PSD), partido de centro composto por políticos
ligados a Getúlio e ao Estado Novo, lança o general Eurico Gaspar Dutra como
candidato;
O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), considerado o herdeiro das políticas do
então presidente, composto por aliados próximos de Getúlio e tendo como
principais apoiadores os trabalhadores urbanos beneficiados com as políticas
trabalhistas da Era Vargas, apoia o general Eurico Gaspar Dutra do PSD;
O Partido Comunista Brasileiro (PCB), agora legalizado, lança Iedo Fiúza como
candidato;

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Temendo perder os direitos sociais e trabalhistas conquistados durante o


governo Vargas, milhares de trabalhadores passaram a organizar passeatas por
todo o país para defender a permanência de Getúlio no poder, iniciando o
movimento popular que ficou conhecido como queremismo (nome oriundo dos
gritos de “queremos Getúlio!” ecoados nas manifestações).
Getúlio, de um lado, apoiava o candidato Eurico Gaspar Dutra nas eleições,
mas por outro lado começou a estimular o movimento do queremismo, que
passou a ser apoiado por diversos membros do PTB e do PCB – dentre os
apoiadores, estava o próprio Luís Carlos Prestes.
Getúlio, aproveitando o momento de forte prestígio popular, decretou em
junho de 1945 a Lei Antitruste, uma lei que limitava a entrada de capital
estrangeiro no Brasil.
Essa lei revoltou empresários estrangeiros que tinham negócios no Brasil,
sobretudo os empresários estadunidenses – dessa forma, o empresariado
internacional passou a fazer oposição ao governo de Getúlio.
A lei também revoltou a oposição nacional a Getúlio, que era em sua maioria
liberal e defendia a entrada de capital estrangeiro no país – essa oposição
também temia cada vez mais que Vargas impedisse a realização das eleições e
continuasse no poder.
Dessa forma, a oposição liberal liderada pela UDN e setores do empresariado
internacional se uniram para derrubar o presidente.
Em 29 de outubro de 1945, tropas do Exército lideradas pelos generais Góis
Monteiro e Eurico Gaspar Dutra (o mesmo que estava se candidatando à
presidência e era apoiado por Getúlio) cercaram o Palácio do Catete e obrigaram
Vargas a renunciar – era o fim do Estado Novo.
A presidência da república foi entregue temporariamente a José Linhares,
então presidente do Supremo Tribunal Federal: ele deveria governar até o
presidente eleito assumir.
Muito graças ao apoio de Getúlio, Eurico Gaspar Dutra venceu as eleições
presidenciais em dezembro de 1945 e governou o país de 1946 a 1951 – já Getúlio
manteve seu prestígio político intacto: ele voltaria ao poder em 1951, após ser
eleito democraticamente nas eleições de 1950.

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