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Regência nominal e verbal soubesse o que significa traste, que pode ter 

 
[55] certeza que é um negócio muito ruim. A
UECE 2016/2 menina  
Texto fez uma careta e tremeu de fúria. Você é o  
  culpado de tudo isso, a menina gritou. Você é o  
Duelo antes da noite único culpado de tudo isso. Os soldados  
  continuavam a passar. 
[1]   No caminho a menina pegou uma pedra e   [60]   Começou a cair o frio e a menina tiritou  
atirou-a longe, o mais que pôde. O menino   balançando os cabelos molhados, mas o menino  
puxava a sua mão e reclamava da vagareza da   dizia se você parar eu te deixo na beira da  
menina. Deviam chegar até a baixa noite a   estrada, no meio do caminho, você não é nada  
[5] Encantado, e o menino sabia que ele era   minha, não é minha irmã, não é minha vizinha,  
responsável pela menina e deveria manter uma   [65] não é nada.  
disciplina. Que garota chata, ele pensou. Se eu     E Encantado era ainda a alguns lerdos  
fosse Deus, não teria criado as garotas, seria   quilômetros. A menina sentiu que seria bom se o  
tudo homem igual a Deus. A menina sentia-se   encantado chegasse logo para se ver livre do  
[10] puxada, reclamada, e por isso emitia uns sons menino. Entraria no Opala e não olharia uma  
de   [70] única vez pra trás para se despedir daquele  
ódio: graças a Deus que eu não preciso dormir   chato. 
no mesmo quarto que você, graças a Deus que     Encantado apareceu e tudo foi como o  
eu não vou morar nunca mais com você. Vamos   combinado. Doze e meia da noite e o  
e não resmunga, exclamou o menino. E o sol já   Opala esperava a menina parado na frente da  
[15] não estava sumindo? Isso nenhum dos dois   [75] igreja. Os dois se aproximaram do Opala tão  
perguntava porque estavam absortos na raiva de   devagarinho que nem pareciam crianças. O  
cada um. A estrada era de terra e por ela poucos   motorista bigodudo abriu a porta traseira e  
passavam. Nem o menino nem a menina   falou: pode entrar, senhorita. Senhorita... o  
notavam que o sol começava a se pôr e que os   menino repetia para ele mesmo. A menina se  
[20] verdes dos matos se enchiam cada vez mais [80] sentou no banco traseiro. Quando o carro  
de   começou a andar, ela falou bem baixinho: eu  
sombras. Quando chegassem a Encantado o   acho que vou virar a cabeça e olhar pra ele com  
menino poria ela no Opala do prefeito e ela   uma cara de nojo, vou sim, vou olhar. E olhou.  
nunca mais apareceria. Ele não gosta de mim,   Mas o menino sorria. E a menina não resistiu e  
pensou a menina cheia de gana. Ele deve estar   [85] sorriu também. E os dois sentiram o mesmo
[25] pensando: o mundo deveria ser feito só de   nó  
homens, as meninas são umas chatas. O menino   no peito. 
(NOLL, João Gilberto. In: Romances e contos reunidos. São
cuspiu na areia seca. A menina pisou sobre a  
Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 690-692. Texto
saliva dele e fez assim com o pé para apagar o   adaptado.)
cuspe.   
[30]   Até que ficou evidente a noite. E o menino   O enunciado “A menina sentia-se puxada,
disse a gente não vai parar até chegar em   reclamada, e por isso emitia uns sons de ódio:
Encantado, agora eu proíbo que você olhe pros   graças a Deus que eu não preciso dormir no mesmo
lados, que se atrase. A menina não queria chorar   quarto que você, graças a Deus que eu não vou
e prendia-se por dentro porque deixar arrebentar   morar nunca mais com você” (linhas 9-13) causa
[35] uma lágrima numa hora dessas é mostrar certo estranhamento ao leitor, isto é, surpreende-o,
muita   por conter algo que não é usual. Assinale a opção
fraqueza, é mostrar-se muito menina. E na curva   que aponta e justifica com correção e elementos
da estrada começaram a aparecer muitos   textuais esse desvio da linguagem ordinária.
caminhões apinhados de soldados e a menina  
não se conteve de curiosidade. Para onde vão    a)Em “emitia uns sons de ódio”, o enunciador
[40] esses soldados? — ela balbuciou. O menino   ao atribuir sons ao ódio, ou sugerir que o ódio pode
respondeu ríspido. Agora é hora apenas de   provocar sons, de certa forma reforça o teor de
caminhar, de não fazer perguntas, caminha! A   abstração desse sentimento que por sua própria
menina pensou eu vou parar, fingir que torci o   natureza é abstrato. Esse trabalho com a língua
pé, eu vou parar. E parou. O menino sacudiu-a   intensifica a força da aversão que a menina acha
[45] pelos ombros até deixá-la numa vertigem   sentir pelo menino. 
escura. Depois que a sua visão voltou a adquirir  
 b)Em “puxada, reclamada” o estranhamento
o lugar de tudo, ela explodiu chamando-o de  
decorre da coordenação de dois adjetivos, com
covarde. Os soldados continuavam a passar em  
regências diferentes. No caso do texto, essa
caminhões paquidérmicos. E ela não chorava,  
surpresa torna-se mais intensa porque os dois
[50] apenas um único soluço seco. O menino
adjetivos provocam o eco, que corresponde a uma
gritou  
rima. A referida assonância parece aumentar a
então que ela era uma chata, que ele a deixaria  
repulsa da menina pelo menino. 
sozinha na estrada que estava de saco cheio de  
cuidar de um traste igual a ela, que se ela não  
tempo no Brasil — convém a extrema
 c)Em “graças a Deus que eu não vou morar especialização ou diferenciação dos sexos” (linhas
nunca mais com você”, ameniza-se a força do não, 19-24) só NÃO se pode dizer que
com o emprego seguido de duas expressões
negativas.  a)esse período foi escrito em ordem indireta.
Na ordem direta, ele teria a seguinte estrutura: A
 d)Há, no trecho, uma informação clara dos extrema especialização ou diferenciação dos sexos
sentimentos da menina, mas também uma convém à exploração da mulher pelo homem,
sugestão óbvia sobre o futuro dela. característica de outros tipos de sociedade ou
organização social, mas notadamente do tipo
UECE 2013
patriarcal-agrário — tal como o que dominou longo
TEXTO I 
tempo no Brasil. 
 
[1]   Também é característico do regime    b)os elementos que contêm as informações
patriarcal o homem fazer da mulher uma   mais importantes do período são os seguintes: “À
criatura tão diferente dele quanto possível. Ele   exploração da mulher pelo homem convém a
o sexo forte, ela o fraco; ele o sexo nobre, ela o   extrema especialização ou diferenciação dos
[5] belo.  sexos”. 
  Mas a beleza que se quer da mulher, dentro  
do sistema patriarcal, é uma beleza meio    c)o trecho — característica de outros tipos de
mórbida. A menina de tipo franzino, quase   sociedade ou organização social, mas notadamente
doente. Ou então a senhora gorda, mole,   do tipo patriarcal-agrário — tal como o que
[10] caseira, maternal, coxas e nádegas largas.   dominou longo tempo no Brasil —, refere-se à
Nada do tipo vigoroso e ágil, aproximando-se   expressão à(a) exploração da mulher pelo homem e
da figura do rapaz.  funciona como um aposto. 
  Talvez nos motivos psíquicos da preferência  
 d)em ”A especialização ou diferenciação dos
por aquele tipo de mulher mole e gorda se  
sexos convém”, há um caso de concordância verbal
[15] encontre mais de uma raiz econômica:  
que foge aos padrões da gramática normativa.
principalmente o desejo, dissimulado, é claro,  
de afastar-se a possível competição da mulher   UnB 1º Dia 2012/1
no domínio, econômico e político.  [1]   Quando ficou claro que a designação de Homo
  À exploração da mulher pelo homem,   sapiens
[20] característica de outros tipos de sociedade ou   não era tão adequada à nossa espécie como se
organização social, mas notadamente do tipo   havia acreditado
patriarcal-agrário — tal como o que dominou   — porque, afinal, não somos tão razoáveis como se
longo tempo no Brasil — convém a extrema   acreditava
especialização ou diferenciação dos sexos. Por   [4] no século XVIII, em seu otimismo ingênuo —,
[25] essa diferenciação exagerada, se justifica o   acrescentaram-lhe a de Homo faber (homem que
chamado padrão duplo de moralidade, dando   fabrica).
ao homem todas as liberdades de gozo físico do   Entretanto, a expressão Homo ludens (homem que
amor e limitando o da mulher a ir para a cama   joga) evoca
com o marido, toda santa noite que ele estiver   [7] uma função tão essencial quanto a de fabricar e
[30] disposto a procriar.   merece,
  O padrão duplo de moralidade característico   portanto, ocupar seu lugar junto à de Homo faber.
do sistema patriarcal limita as oportunidades da   Johan Huizinga. Homo ludens. Madri: Alianza, 2001, p. 7 (com
mulher ao serviço e às artes domésticas. E uma   adaptações).
vez por outra, em um tipo de sociedade católica    
[35] como a brasileira, ao contato com o confessor.  Tendo como referência essas informações e
  Aliás, pode-se atribuir ao confessionário, nas   aspectos a elas relacionados, julgue o item.
sociedades patriarcais em que se verifique   No primeiro período do texto, encontra-se
extrema reclusão ou opressão da mulher,   formulada sintaticamente a causa da relativa
função utilíssima de higiene mental, ou melhor,   adequação da designação Homo sapiens à espécie
[40] de saneamento mental.  humana, mas não, a referência ao valor temporal
  Muita mulher brasileira deve se ter salvado   do elemento “Quando” (l.1).
da loucura, que parece haver sido mais  
 a)CERTO
frequente entre as mulheres das colônias  
puritanas da América do que entre nós, graças    b)ERRADO
[45] ao confessionário. 
Gilberto Freyre. Sobrados e mocambos. Cap. IV. pág. 207-208. UECE 2° Fase 1°Dia 2012/2
Texto adaptado.
Texto 3
 
 
Sobre o período — “À exploração da mulher pelo
O meu guri
homem, característica de outros tipos de sociedade
 
ou organização social, mas notadamente do tipo
Quando, seu moço 
patriarcal-agrário — tal como o que dominou longo
Nasceu meu rebento   
Não era o momento  Chega estampado 
Dele rebentar  Manchete, retrato 
[130] Já foi nascendo  Com venda nos olhos 
Com cara de fome  [190] Legenda e as iniciais 
E eu não tinha nem nome  Eu não entendo essa gente 
Pra lhe dar  Seu moço! 
Como fui levando  Fazendo alvoroço demais 
[135] Não sei lhe explicar  O guri no mato 
Fui assim levando  [195] Acho que tá rindo 
Ele a me levar  Acho que tá lindo 
E na sua meninice  De papo pro ar 
Ele um dia me disse  Desde o começo eu não disse 
[130] Que chegava lá  Seu moço! 
Olha aí! Olha aí! [200] Ele disse que chegava lá 
Olha aí!  Olha aí! Olha aí! 
Ai o meu guri, olha aí!  Olha aí! 
Olha aí!  Ai o meu guri, olha aí 
[145] É o meu guri e ele chega!  Olha aí! 
  [205] É o meu guri!...(3x) 
Chega suado  (Chico Buarque) 
E veloz do batente   
Traz sempre um presente  Atente aos vários usos do verbo chegar no texto e
Pra me encabular  marque com V ou F conforme o que se diz seja
[150] Tanta corrente de ouro  verdadeiro ou falso.
Seu moço!   
Que haja pescoço  ( ) chegava lá (linha 140) — alcançar um objetivo em
Pra enfiar  mira.
Me trouxe uma bolsa  ( ) chega (linha 146) — alcançar um determinado
[155] Já com tudo dentro  ponto no espaço.
Chave, caderneta  ( ) chega (linha 186) — alcançar um determinado
Terço e patuá  ponto no tempo.
Um lenço e uma penca  ( ) e ele chega (linhas 145; 166; 186) — o poeta joga
De documentos  com a possibilidade de duplo sentido do verbo
[160] Pra finalmente  chegar; esse duplo sentido, no entanto, é desfeito
Eu me identificar  no verso seguinte.
Olha aí!   
  Está correta, de cima para baixo, a seguinte
Olha aí!  sequência: 
Ai o meu guri, olha aí! 
 a)V, V, F, V. 
[165] Olha aí! 
É o meu guri e ele chega!   b)F, V, F, F. 
 
Chega no morro   c)F, F, V, V. 
Com carregamento 
 d)V, F, V, F.
Pulseira, cimento 
[170] Relógio, pneu, gravador  Mackenzie 2010/1
Rezo até ele chegar  A ameaça de uma bomba atômica está mais viva do
Cá no alto  que nunca.
Essa onda de assaltos  Os conflitos étnicos mataram quase 200 chineses só
Tá um horror  no mês de
[175] Eu consolo ele  julho. Agora uma boa notícia: a paz mundial pode
Ele me consola  estar a caminho.
Boto ele no colo  Segundo estimativas de pesquisadores, o mundo
Pra ele me ninar  está bem menos
De repente acordo  [5] sangrento do que já foi. Cerca de 250 mil
[180] Olho pro lado  pessoas morrem por ano
E o danado já foi trabalhar  em consequência de algum conflito armado. É bem
Olha aí!  menos do que
  no século 20, que teve 800 mil mortes anuais em
Olha aí!  sua 2ª. metade e
Ai o meu guri, olha aí!  3,8 milhões por ano até 1950.
[185] Olha aí!  O que aconteceu? O psicólogo Steven Pinker diz que
É o meu guri e ele chega!  o aumento
[10] do número de democracias ajudou. Assim
como a nossa saúde: como  a)CERTO
a expectativa de vida subiu, temos mais medo de  b)ERRADO
arriscar o pescoço.
Até a globalização teria contribuído: um mundo UNCISAL 1° Dia 2009
mais integrado é um A frase inteiramente correta quanto à regência
mundo mais tolerante, diz Pinker. verbal e nominal é:
Revista Superinteressante
Os conflitos étnicos mataram quase 200 chineses só no  a)Após ao filme, fui convidado a sentar na
mês de julho (linhas 02 e 03). mesa de debates promovida pela imprensa.
 
De acordo com a norma padrão, passando-se essa  b)A luz esbranquiçada que banha ao filme foi
frase para a voz passiva analítica, a forma verbal alvo para diferentes debates acadêmicos.
correspondente será:  c)Ao longo do filme, alguns personagens
 a)foram mortos. descobrem sobre o que realmente os aflige. 

 b)estavam sendo mortos.  d)Perguntaram ao diretor se o filme realmente


respeitava o livro de Saramago.
 c)eram mortos.
 e)O filme cativou a todos aqueles que o
 d)matou-se. assistiram.

 e)morreram. UNCISAL 2° Dia 2018


Adolescentes nunca dormiram tão pouco – e celular
UNCISAL 1° Dia 2009 é o vilão
A frase inteiramente correta quanto à regência  
verbal e nominal é:   Um novo estudo mostra que os jovens não estão
dormindo tempo o suficiente e que, se comparados
 a)Após ao filme, fui convidado a sentar na
a gerações anteriores, os adolescentes nunca
mesa de debates promovida pela imprensa.
tiveram tão poucas horas de sono. Os psicólogos
 b)A luz esbranquiçada que banha ao filme foi responsáveis pela pesquisa dizem que quanto mais
alvo para diferentes debates acadêmicos. tempo os adolescentes passam online, menos eles
dormem.
 c)Ao longo do filme, alguns personagens   O corpo humano precisa de quantidades distintas
descobrem sobre o que realmente os aflige.  de sono ao longo da vida. Uma criança de 4 anos
necessita de 11 a 12 horas na cama. O tempo ideal
 d)Perguntaram ao diretor se o filme realmente
para um idoso saudável é de sete a oito horas –
respeitava o livro de Saramago.
embora muitos não consigam dormir tanto. Mas
 e)O filme cativou a todos aqueles que o para um adolescente ter um dia produtivo, o
assistiram. recomendado pelos especialistas é que se durma,
UnB 1º Dia 2012/1 no mínimo, nove horas por noite. Nessa faixa etária,
[1]   Quando ficou claro que a designação de Homo menos que sete horas é considerado insuficiente.
sapiens […] 
não era tão adequada à nossa espécie como se   De acordo com os autores da pesquisa, o
havia acreditado fenômeno celular X sono pode ser notado desde o
— porque, afinal, não somos tão razoáveis como se início da década, quando houve um crescimento no
acreditava uso de smartphones e, como consequência, as
[4] no século XVIII, em seu otimismo ingênuo —, horas de sono dos jovens diminuíram. Eles alertam
acrescentaram-lhe a de Homo faber (homem que para os impactos da luz dos dispositivos eletrônicos
fabrica). na qualidade do sono já que o azul das telas inibe a
Entretanto, a expressão Homo ludens (homem que produção de melatonina, o hormônio natural do
joga) evoca corpo, e como não dormir o bastante pode ser
[7] uma função tão essencial quanto a de fabricar e negativo para o desenvolvimento dos adolescentes
merece, em várias esferas da vida.
portanto, ocupar seu lugar junto à de Homo faber.   Os smartphones são pré-requisitos para a vida
Johan Huizinga. Homo ludens. Madri: Alianza, 2001, p. 7 (com moderna, tanto que se tornaram extensões do
adaptações).
nosso corpo. Entre adolescentes e adultos, a
 
dependência é tanta que já existe um termo para
Tendo como referência essas informações e
descrever o medo de ficar sem celular: nomofobia.
aspectos a elas relacionados, julgue o item.
O conselho da líder do estudo, Jean Twenge que
No primeiro período do texto, encontra-se
também é autora de diversos livros sobre
formulada sintaticamente a causa da relativa
comportamento adolescente, é que o uso desses
adequação da designação Homo sapiens à espécie
dispositivos seja limitado a duas horas por dia.
humana, mas não, a referência ao valor temporal
  “Dada a importância do sono para a saúde física e
do elemento “Quando” (l.1).
mental, adolescentes e adultos devem considerar
se os smartphones não estão interferindo na Texto II
qualidade de seu sono. É realmente importante não [01] O Conselho Regional de Medicina (Cremerj)
usar eletrônicos com tela antes de dormir, porque proibiu a participação
eles prejudicam o processo de adormecimento”. [...] [02] de médicos em partos domiciliares e nas equipes
Disponível em: . Acesso em: 24 out.2017. de sobreaviso, que
  [03] ficam de plantão para o caso de alguma
Considerando a utilização das formas verbais na complicação.
reportagem, assinale a alternativa correta. O Estado de S.Paulo, 24/07/2012, A10
 
 a)O presente do indicativo é usado para a Texto III
afirmação de verdades, de fatos incontentáveis, [01] O remetente envia uma mensagem ao
como pode-se verificar no trecho “É realmente destinatário. Para ser eficaz,
importante não usar eletrônicos com tela antes de [02] a mensagem requer um contexto a que se refere
dormir [...]”.  […], apreensível
 b)No segundo parágrafo do texto, os verbos [03] pelo destinatário, e que seja verbal ou suscetível
são utilizados para referenciar o que se denomina de verbalização; um
presente histórico, aproximando o leitor ao [04] código total ou parcialmente comum ao
momento da enunciação, recurso comum em remetente e ao destinatário
notícias, para garantir-lhes a atualidade.  [05] […]; e, finalmente, um contato, um canal físico e
uma conexão
 c)Em “[…] Jean Twenge, que também é autora [06] psicológica entre o remetente e o destinatário, que
de diversos livros sobre comportamento os capacite a
adolescente [...]”, o tempo presente é utilizado para [07] ambos a entrarem e a permanecerem em
indicar algo que não ocorre necessariamente no comunicação.
momento da fala, mas se insere em uma Roman Jakobson, Linguística e poética
proposição que pode ser julgada como verdadeira Assinale a alternativa INCORRETA sobre o texto I.
independentemente do momento em que é
 a)Em diz-se que a função principal da linguagem
enunciada. 
é comunicar (linha 01), a palavra principal pode ser
 d)No trecho “O conselho da líder do estudo substituída, sem prejuízo do sentido original do
[...] é que o uso desses dispositivos seja limitado a trecho, por “primordial”.
duas horas por dia.”, percebe-se o uso do presente
 b)A versão gramaticalmente correta do
do indicativo subordinado ao presente do
trecho há duas questões que devem ser
subjuntivo. Assim, o efeito de verdade do conselho
pensadas (linha 02) no tempo passado é “haviam
é dependente da limitação dos dispositivos. 
duas questões que deviam ser pensadas”.
 e)Em, “[…] quando houve um crescimento no
 c)Os trechos que começam com as
uso de smartphones […], as horas de sono dos
expressões de um lado (linha 02) e de outro
jovens diminuíram [...]”, os verbos destacados
lado (linha 04) exemplificam o que se denomina
encontram-se conjugados no pretérito imperfeito,
como paralelismo na construção textual.
para indicar uma ação recorrente, que se repete em
diferentes momentos do passado.  d)A palavra recíproca, em a linguagem é um
meio de ação recíproca (linha 07), pode ser
Mackenzie 2016/1 corretamente substituída (sem prejuízo para o
Texto I sentido original do trecho) por “mútua”.
[01] Diz-se que a função principal da linguagem é
comunicar. No entanto,  e)A expressão por isso (linha 07) estabelece
[02] há duas questões que devem ser pensadas. De um relação de conclusão, assim como sua equivalente
lado, comunicar “logo”, que poderia substituir a expressão no trecho
[03] não é só transmitir informações, pois as pessoas correspondente sem prejuízo do sentido original.
se comunicam até
[04] para não dizer nada. De outro lado, comunicar
não é um ato unilateral,
[05] mas é um jogo em que um parceiro da
comunicação age sobre o
[06] outro. A comunicação é, antes de qualquer coisa,
relacionamento,
[07] interação. Por isso, a linguagem é um meio de
ação recíproca, é um
[08] meio de interagir com os outros, é um lugar de
confrontações, de
[09] acordos, de negociações.
José Luiz Fiorin, A linguagem humana
 

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