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Introdução

Nos primatas, receptores e vias nervosas nos permitem a


Biofísica da Visão detecção e a análise dos sinais sonoros (audição), luminosos
(visão) e químicos (gustação e olfação) estão localizados na
cabeça.

Cecília Dominical Poy Visão é o processo fisiológico por meio do qual se


distinguem as formas e cores dos objetos.

Olhos - órgãos do sentido capazes


de captar informações do mundo
exterior;

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Olho O olho humano

Primatas: possuem olhos simples que


podem se movimentados e ajustados as Estruturas
condições do ambiente, a fim de possibilitar
uma visão nítida.
 Manter a forma e movimentar o globo ocular;
 Conduzir a luz até os fotoreceptores;
 Focalizar a imagem dos objetos sobre os fotoreceptores;
 Nutrir, lubrificar e proteger o olho;
Aumento do olho composto do krill
antártico (Euphausia superba)
 Reduzir o ofuscamento;

Insetos e crustáceos: olho composto –  Adaptar o olho a diferentes condições de luminosidade;


formado por muitos ocelos independentes,  Conduzir informações visuais para o sistema nervoso central;
cada um produzindo uma informação visual.

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Anatomia do olho
Região rica em cones – células
nervosas responsáveis pela
detecção da luz e da cor.

Nesta região não existem fotorreceptores


e para ela convergem os vasos sanguíneos
responsáveis pela nutrição.

Ponto cego, localizado próximo à


fóvea. Nesta área não existem
(ponto cego) fotorreceptores e para ela
convergem os vasos sanguíneos.

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Anatomia do olho Anatomia do olho
Líquido transparente, secretado pelas
Rica em vasos sanguíneos e em melanina, células do epitélio para o interior da
responsável pela nutrição da retina e reduz câmara.
a reflexão da luz no interior do globo ocular.

Espaço onde é drenado o humor


Membrana rígida que dá forma ao aquoso.
globo ocular.

Membrana onde se localizam os fotorreceptores, Responsáveis pela forma do


células nervosas responsáveis pela cristalino.
detecção da luz.
Primeiro estágio do processamento das
informações visuais.

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Membrana móvel que define a cor do olho.


Atua como um diafragma, limitando a área
Iluminada do cristalino, controlando a
quantidade de luz que chega à retina.

Abertura da íris por onde Canal de Schlemm


passa a luz.

Lente
importante para a formação
da imagem retiniana.
 Maior produção do humor aquoso;
 Canal de Schlemm: drena o HA das câmaras oculares para as veias;
 Pressão intra-ocular;
Fluido gelatinoso, transparente
e sua composição assemelha-se  Não drenagem: glaucoma.
ao líquido extracelular.  O aumento da pressão: dificulta a irrigação sanguínea da retina e,
assim, pode levar à cegueira por destruição das células sensoriais.

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Dimensões Movimentos do globo ocular

Músculos
 Pólo anterior (PA)
 Pólo posterior (PP)
 Equador (E)  Oblíquo maior;
 Meridiano (M)  Oblíquo menor;
 Diâmetro transversal (DT)  Reto externo;
 Diâmetro vertical (DV)  Reto superior;
 Diâmetro sagital ou eixo ocular (DS)  Reto inferior;

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Os sensores de luz Mácula

 Eixo óptico: linha que liga os Região onde esta localizada a fóvea,
ocupada só por cones;
centros ópticos do cristalino e
da córnea. A visão foveana apresenta grande
acuidade e as imagens que nela se
 Eixo visual: une a fóvea projetam são vistas com nitidez,
permitindo forma e nitidez definidas.
centralis ao centro optico do
cristalino. A região da fóvea humana: 160 mil
células fotorreceptoras por milimetro
 Na fóvea existem cones, que quadrado. Região mácula com a fóvea no centro. As imagens
são células nervosas O falcão: apresenta aproximadamente
obtidas com tomografia de coerência óptica (OCT –
Optical Coherence Tomography), com diferentes
especializadas na detecção da 1 milhão de fotorreceptores, numa resoluções. Fonte:
luz e da cor. mesma área (aumento da acuidade http://www.universovisual.com.br/publisher/preview.p
hp?edicao=1005&id_mat=894
visual.

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Fotorreceptores Cone e Bastonete

A retina apresenta dois tipos de fotorreceptores: os cones e os


 Bastonetes: mais longos e
bastonetes. estreitos que os cones,
apresentam diâmetro entre 2
• Cones: encontrados em maior concentração na fovea a 5 m;
centralis e são responsáveis pela visão detalhada,
 Cones: diâmetro variando em
precisa e colorida. torno de 1,5 m.

• Bastonetes: são encontrados em toda a retina periférica,


sendo receptores muito sensíveis à luz, por
isso, deles depende a visão em baixa
intensidade luminosa.

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Estrutura da Retina

A retina é uma membrana de


estrutura complexa, formada
por muitas camadas.

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Estrutura da Retina

As células sensíveis à luz localizam-se na camada mais interna da


retina,

A luz incidente nas células fotorreceptoras atravessam diversas


camadas, antes de sensibilizá-las.

A perda da energia luminosa é mínima, devido a baixa absorção


luminosa das camadas que antecedem às células fotorreceptoras.

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Formação de imagens Velocidade

1. Luz
A luz não tem a mesma velocidade em todos os materiais em que
viaja.
A luz em natureza eletromagnética;
Vácuo: 300.000Km/s
Faixa de radiações eletromagnéticas que pode ser captada pelo olho
humano: de 370 a 740 nm; Todavia, em penetrar noutro meio qualquer, sua velocidade diminui.

A luz apresenta alguns fenômenos ao se propagar; A velocidade da luz depende da natureza do meio e da frequência
da onda.
Velocidade, difração, interferência, reflexão e refração.

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Difração

Difração: consiste no contorno de obstáculos devido à trajetória do


pulso.

Espalhamento: mudança de direção do raio luminoso decorrente do


choque com a matéria.

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Consiste na mudança de direção da luz,
Interferência Reflexão ao encontrar um obstáculo.

Resulta nos somatórios dos pulsos de onda. Para se obter


interferências de forma efetiva é necessário utilizar fontes de
luz coerentes. Reflexão especular

A superfície refletora e tão lisa que todos os raios refletidos saem na


mesma direção.
ex. espelho

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Reflexão Refração

Chama-se refração o desvio da trajetória de um raios luminosos


Reflexão difusa quando a luz passa de um meio para outro

A superfície refletora é áspera, e os raios incidentes se refletem em Considerando-se um meio transparente, como o vidro, a luz ao
direções diferentes. incidir sobre o vidro sofre uma diminuição da sua velocidade de
propagação, quando comparada com a velocidade de
propagação do feixe luminoso no ar.

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Índice de Refração Índice de Refração


A refração ocorre quando
um feixe luminoso incide
A superfície que separa dois meios é chamada de sobre um meio material
transparente e sofre um
superfície dióptrica; desvio.

A Dioptria é uma unidade de medida que se refere ao


poder de refração das lentes em um sistema óptico,
ou seja, o famoso “grau” dos óculos popularmente
conhecido. Assim temos que 1 grau é igual a 1
dioptria
A refração ocorre por causa da
mudança da velocidade de
propagação da luz.

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Índice de Refração
Uma forma de quantificar a refração de um meio material é por meio
do índice de refração.

Quanto maior a redução da velocidade de propagação da luz, ao


entrar no vidro, maior será seu índice de refração.

O índice de refração pode ser usado para caracterizar qualquer


sistema ótico, tais como, lentes, instrumentos óticos e o olho.

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Lente Convexa Lente Côncova

A lente convexa focaliza os feixes luminosos de uma fonte distante, do


lado esquerdo da figura, focalizando-o para uma ponto, no outro lado A lente côncova diverge os feixes luminosos de uma fonte
da lente. Esse ponto é chamado de foco, e a distância da lente até o
distante, ao contrário da lente convexa, a lente côncova
não apresenta ponto focal.
foco de distância focal.

Feixes luminosos

foco

Lente convexa

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Formação de Imagem no Olho


Como nós enxergamos?
 Raios de luz (objeto) – formam na retina uma imagem real, menor
e invertida;

 Abertura do olho – passagem da luz por uma lente e registro em


um anteparo (retina);

 Nervo óptico – transmissão de informações (impulso) da retina


para o cérebro (imagem na posição normal).

A imagem no olho forma-se invertida, o cérebro corrige e interpreta a


informação como se a imagem estivesse na posição original.

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Mecanismo de Acomodação
Mecanismo de acomodaçao
O olho é capaz de aumentar o poder de refração do cristalino.
Para isso o cristalino modifica sua forma, de ligeiramente convexa, para
uma forma com alta convexidade.

1) Menor refração 2) Maior refração


(músculo ciliar relaxado) (músculo ciliar contraído)

 A acomodação a distancia é feita por modificação na curvatura do


cristalino o que leva a uma alteração do seu poder de convergência.

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Adaptação e acomodação do
Mecanismo de Acomodação olho
1) Menor refração 2) Maior refração
(músculo ciliar relaxado) (músculo ciliar contraído)

 Adaptação – distância do objeto e intensidade luminosa do olho;

 Distância: acomodação do cristalino e consequentemente


alteração do alterando seu poder de convergência;

 Luz: diâmetro pupilar, variação da fenda palpebral e variação da


concentração dos fotopigmentos ao nível da retina.

Para um objeto distante Para um objeto próximo

* Reduz a medida que um indivíduo envelhece

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Estrutura do Cone (reações


fotoquímicas)
No cone destaca-se os discos do segmento
externo e as proteínas iodopsinas inseridas
na estrutura do cone. Fotopigmento

As iodopsinas são proteínas transmembranas,


sendo que existem três tipos de iodopsina
sensíveis as cores:
- vemelha,
- verde,
- azul.

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Sensibilidade às Cores Excitação dos Fotorreceptores

Na escuridão, a membrana
dos bastonetes apresenta
canais iônicos abertos,
permitindo a passagens de
íons.

Na escuridão é possível
detectar um corrente
elétrica (I) entre os dois
segmentos do bastonete
(corrente de escuro).

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Excitação dos Fotorreceptores Bastonetes

A corrente de escuro (I)


mantém o bastonete
despolarizado (-40 mV), Possuem um pigmento
liberando um fotossensível chamado
neurotransmissor, muito rodopsina.
provavelmente glutamato,
no nível de células bipolares O cromóforo da rodopsina é o
e horizontais. 11-cis-retinal.

O influxo iônico poder ser Esse cromóforo liga-se à opsina


devido aos íons de Na+(em para formar o complexo binário
90% dos casos), ou aos íons rodopsina
de Ca+ (em 10% dos casos).

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Decomposição da Rodopsina
Bastonetes

A rodopsina é uma proteína transmembrana do bastonete, que absorve


a luz, o 11-cis-retinal.
A absorção do fóton pelo 11-cis-retinal modifica sua estrutura
tridimensional, resultando no isômero, todo-trans-retinal.
Tal mudança acarreta uma variação conformacional na estrutura da
opsina, indicando que houve absorção da energia luminosa.

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Decomposição da Rodopsina

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Absorção da Luz pela Rodopsina


Absorção da Luz pela Rodopsina

Um fóton ativa um elétron no 11-cis-retinal, levando à formação da


metarrodopsina II, a forma ativa da rodopsina.

A metarrodopsina II ativa várias moléculas de transducina, um tipo de proteína G.

A transducina, na forma ativa, atua ativando várias moléculas de fosfodiesterase.

A fosfodiesterase (PDE) ativada catalisa a hidrólise de GMPc (monofosfato cíclico


de guanosina), formando 5’-GMP. A diminuição da concentração de GMPc
leva ao fechamento dos canais de Na+ e Ca++ da membrana celular dos
bastonetes. O GMPc, antes de ser hidrolisado, estava ligado aos canais de
Na+ e Ca++, o que deixava os canais abertos, permitindo o influxo de Ca++
e Na+, em condições de escuridão. A hidrólise de GMPc provoca o
fechamento dos canais de Na+ e Ca++. Com o fechamento desses
canais iônicos a membrana hiperpolariza. A diminuição do potencial
de membrana inibe a formação de glutamato, passando a informação
da excitação luminosa para as células bipolares e horinzontais.
Em seguida, a rodopsina quinase inativa a metarrodopsina II, e toda a cascata
volta ao estado normal (escuridão), com os canais de Na+ abertos.

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Absorção da Luz pela Rodopsina Absorção da Luz pela Rodopsina

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Tipos de lentes Defeitos ópticos do olho

Emetropia: Olho normal (figura A)

A- Biconvexa; No olho normal é capaz de produzir


B- Plano-convexa; uma imagem nítida sobre a retina,
C- Côncavo-convexa; tanto para os objetos distantes como
para os próximos.
D- Bicôncova;
E- Plano-côncova; Ametropia: No olho com alguma
F- Convexa-côncova; alteração. Exemplo: miopia e
hipermetropia.

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Miopia Correção da Miopia

Lente côncova

A imagem é formada antes da retina.


A correção da miopia se faz com a colocação de lentes côncavas, que
Na maioria das vezes, um globo ocular mais longo é a causa da leva a imagem a se formar mais longe.
miopia, ou, em outras vezes, o poder de refração muito grande do
sistema de lentes do olho é a causa. Com o poder de refração adequado, a imagem se formará sobre a
retina.

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Hipermetropia Correção da Hipermetropia


A imagem é formada após a retina. A hipermetropia é em geral
devida a um globo ocular mais curto, ou, algumas vezes, devida a
um poder de refração menor do sistema de lentes do olho.

Lente convexa

A correção da hipermetropia se faz com a colocação de lentes


convexas, que leva a imagem a se formar mais perto.

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Astigmatismo Astigmatismo

-Visão desfocada, ao olhar para objetos tanto de perto como de longe;

-Em vez de terem uma forma redonda, as córneas das pessoas com
astigmatismo são muitas vezes oblongas, ou seja, apresentam um
formato oval;

-Isto provoca um erro refrativo, distorcendo a luz quando esta entra nos
olhos. Como resultado disto as imagens ficam desfocadas.

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Correção do astigmatismo Presbiopia

Para corrigir essa anomalia é necessário o uso de lentes cilíndricas. Tais O cristalino fica menos flexível conforme a idade. Não
lentes tem a capacidade de mudar a distância focal do olho, na direção enxerga bem a pequenas distâncias (como na
onde o raio de curvatura da córnea difere de suas demais partes.
hipermetropia).

Lente convexa

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Daltonismo
Curiosidade
Retinose pigmentar (RP) refere-se a um grupo de doenças hereditárias, que
 Também chamado de discromatopsia ou
causam a degeneração da retina. discromopsia
Pessoas com RP apresentam um declínio gradual em sua visão, por
diminuição da função das células fotorreceptoras (cones e bastonetes).

http://retinabrasil.org.br/site/doencas/retinose-pigmentar/#01

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 Duvidas?

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