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Lua de sangue

Prólogo
Há milhares de anos atrás os dois maiores seres da nossa história emergiram foram eles
Lunara a Deusa da lua a noite triunfante a escuridão encarnada, nascida da luz mais forte do
luar, e Solênio o Deus sol, nascido do mais forte quente e brilhante raio de sol. Naquela época
em que os Deuses e os primeiros imortais nasceram o mundo achou aquilo um sinal divino de
salvação para uns e para outros um sinal demoníaco, Lunara e Solênio se apaixonaram
fortemente, o tamanho do amor de ambos era tão grande que logo os anciãos passaram a
chamar de: unidade ou fio eterno o que liga ambas as almas mas a união dos Deuses não
poderia ocorrer pelo bem e sobrevivência da humanidade e dos imortais, pois os Deuses eram
muito fortes para se permitirem amar então Lunara decidiu voltar a sua forma inicial assim
como sua unidade, então Lunara e Solênio deixaram-nos um presente e uma segurança do
festival eterno onde ocorre o eclipse e o reconhecimento puro e claro das unidades...a quem
diga que Lunara e Solênio antes de voltarem a suas formas deixaram dois herdeiros que
começaram dois reinos e é aí que eu entro, muito prazer meu nome é Lua e a seguir você terá
o prazer de conhecer minha história mas antes de tudo precisa saber que a 1.500 anos Lunaria
e Solarian tornaram-se reinos inimigos teoricamente perdoados mas certamente não
resolvidos.

Alguns milênios depois os territórios se dividiram pois uma guerra se alastrou entre os reinos a
1.500 anos do tempo presente ambos os reinos viviam pacificamente até que o primogênito
de lunaria e o único filho do rei e da rainha foi encontrado morto e torturado em seus
aposentos marcado feito gado pelo brasão solariano o que fez os reinos se dividirem e Lunaria
condenar seu Reino antes amigo agora inimigo, a guerra se sucedeu por 1.500 anos os Lunaria
anos perdoaram os solarianos anos que alegavam não ter envolvimento no assassinato de seu
primogênito mas os Lunaria anos continuaram não confiando em seus supostos aliados
exigiram que uma muralha fosse erguida e protegida para ambos os povos, decidiram que
embora tivessem perdoado toda a Solarian obviamente não confiavam neles então decidiram
manter seus povos separados ninguém sabe o que realmente ocorreu ou quem realmente
matou o primogênito da época, porque fez essa guerra ser travada desde então a muralha
separa ambos os reinos e a cada 80 anos é realizado um baile dado por lunaria em
homenagem à paz e ao ciclo lunar onde os primogênitos herdeiros dançam para seguir a paz e
tradição entre os reinos, mas é proibida a passagem de qualquer pessoa de um Reino para
outro apenas com permissão de seus governantes, mas este mundo de estabilidade está
prestes a acabar com o início de uma nova guerra.

Capítulo 1: Fazendo a defesa.


Novamente, me encontro neste canto escuro em um quarto enorme, mesmo em um
sonho a sensação de solidão e o vazio me consomem, é como se toda a vida a luz e
qualquer sentimento puro e simplesmente humano ou até mesmo imortal sumissem, se
dissipassem, simplesmente evaporassem. Há uma enorme cama envolvida em escuridão
a minha frente, ouço o remexer de lençóis tento me aproximar ver do que e de quem se
trata todo aquele movimento, mas não consigo me mexer é como se um pequeno fio me
puxasse, me prendendo ao lugar no canto escuro do cômodo.
Então mesmo com toda essa confusão em vez de procurar uma forma de sair dessa vez é
diferente fico com meu olhar fixo esperando ver algum vislumbre do que há ali então
quando começo a relaxar daquele desespero costumeiro e aguço meus sentidos ouço um
uma respiração pesada surgir, pesada e ofegante e rapidamente consigo ver, um homem
pela musculatura sua pele é clara como a minha seu pescoço se vira lentamente em
minha direção posso ver sua mandíbula fortemente cerrada e então um inspirar, é como
se sentisse minha presença, e como fumaça me dissipei.
Acordo sobressaltada, os lençóis encharcados por suor e minha pele gelada como se eu
houvesse andado nua por todo o território invernal. Levanto-me às pressas e vou até
minhas janelas as quais gosto de chamar de fendas, quando abro os vidros fica perfeito o
ar invade e ventila o cômodo, as fendas como prefiro chamar são do chão até o teto de
quartzo branco polido sento me ao chão as pernas penduradas ao ar livre noturno e
gelado olho para frente e é como se eu conseguisse enxergar Lunaria é como se aquele
lado da muralha me chamasse a lua uma parte de mim, está lá. Sou metade Lunariana
por parte de mãe e metade Solariana por parte de pai sou a primogênita de Solarian e o
ódio de meu irmão Darmian, 100 anos após o reinado de meu pai uma mudança foi feita
e autorizada pelos territórios de que as linhas sucessórias dariam preferência as
mulheres, então por direito eu sou a herdeira e a próxima rainha de Solarian “pesada é a
cabeça daquele que carrega a coroa”. Obrigada, mas isso não é nem um pouco
reconfortante, inspiro o ar gelado e ameno cheira a eucalipto e pêssegos doces então
sinto minhas pálpebras estranhamente pesadas me levanto de súbito e vou até minha
cama lanço uma pequena onda de magia e fecho as vidraças então me jogo na cama e
apago completamente.

***

O café da manhã com o conselho está calmo demais, nunca é assim. Meu pai tem um
semblante indecifrável é como se estivesse pensando a bastante tempo, o conselho ou a
corte é composta por seis integrantes: meu pai o rei Hélio, minha mãe a rainha
Artemísia, sua conselheira e nossa informante Amara, meu irmão Darmian líder de uma
parte das tropas de guerra, e eu líder da maior parte do nosso exército e Adhara nossa
caçadora e bruxa e minha melhor amiga. Devia estar estampado em meu rosto meus
pensamentos ocultos e minha péssima noite de sono pois meu pai fixou seus olhos em
mim franziu o cenho e com uma suavidade perguntou direto como uma flecha.
- Aquele pesadelo outra vez Lua?
- Sim- digo pronta para desviar do assunto.
- Conte-me sobre ele- Disse meu pai novamente.
- Eu estava em um canto escuro naquele vasto cômodo e a uma cama logo a frente
envolta em escuridão e é como se aquilo sugasse as cores as energias e tornasse tudo um
imenso vazio, e diferente de todos os meus sonhos nestes não consigo me mexer é como
se um fio me segurasse e meus sentimentos são reais é como se eu de fato estivesse lá,
seja lá aonde for isso e se é que realmente existe. Acabo de falar e encaro um conselho
com rostos e expressões pasmas, mas é Amara quem diz:

- Eu jamais senti isso majestades, mas eu diria que é o laço da unidade e claramente não
é solariano não que isso tenha alguma importância é claro.
- Sinto muito Amara, mas isso deve ser apenas um devaneio, ou talvez a manifestação
de seus poderes através de um sonho, não um laço de almas. - Diz meu pai com um
sorriso forçado que claramente não chega aos olhos.
- Será mesmo meu amor? Talvez não seja tão simples, os sonhos são muito complexos e
destintos e essas sensações não são costumeiras Hélio. - Disse minha mãe com calma, e
pude ver rapidamente um semblante orgulhoso em seu rosto, que logo perdeu lugar para
a seriedade.
- Não vamos nos desestabilizar por um sonho até que se prove o contrário é isso que é
um sonho. – Encerra meu pai, posso ouvir as batidas aceleradas de seu coração como
ouço as minhas, detesto quando ele negligência meus sentimentos.

As palavras de Amara ficam em minha cabeça, poderia realmente ter tido a dádiva de
sonhar com minha unidade? A pessoa pela qual eu daria minha vida com a qual minha
alma estaria compromissada para sempre? Quero acreditar que meu pai está certo, que é
apenas um devaneio, mas não é atoa que chamam Amara de Dama dos sussurros, ela
tem um vasto conhecimento mesmo claramente não confiando nem um pouco nela sei
que há muitas chances de o que ela diz ser um fato. Resolvo deixar isso para lá, os
deuses sabem o que fazem, se minha unidade for quem mora em meus sonhos nossos
destinos vão se encontrar. Quando analiso novamente a cena do sonho isso me faz
pensar será que o que vi era o dom? O dom é o que recebemos ao nascer, que é aflorado
e aprimorado ao decorrer de nosso crescimento, o dom geralmente é algo único e algo
próprio. É muitíssimo raro haver duas pessoas com o mesmo dom, para exemplificar o
meu dom é o dom da guerra parte de nossas tropas me tem como o inferno encarnado,
eu tenho uma percepção no campo de batalha dos adversários a minha volta, de seus
movimentos, é como se meu corpo minhas defesas e minhas armas sentissem e
vibrassem nas frequências dos movimentos de meus adversários, meu pai me chama de
dançarina ele diz que meu combate é uma espécie de dança movimentos sincronizados e
bem investidos. Diferentes imortais têm diferentes dons, alguns tem poder de cura, o
que é diferente de nossos curandeiros que precisam de unguentos, ervas e emplastos
para curar, o dom de cura nada mais é do que apenas curar com um aceno de mãos.
Uma discussão se formando a minha frente me tira de meus pensamentos.
- Já falamos sobre isso Darmian, chega deste assunto. – Diz meu pai.
- Que assunto? – Pergunto com inocência e recebo um revirar de olhos de meu irmão.
- Ela nem mesmo está prestando atenção, sendo que estamos falando sobre ela em sua
frente! -Diz Darmian olhando para meu pai com irritação
- Perdoe meus modos irmão estava fazendo algo que certamente desconhece. – Digo
calma.
- Você não estava fazendo nada, estava parada feito uma estátua. – Diz meu irmão com
arrogância pura.
- Como eu dizia antes de ser interrompida por sua falta de educação irmão eu estava
pensando, algo que claramente você não faz. – Digo com deboche puro em meu
semblante e um meio sorriso nos lábios.
- Falávamos sobre a linhagem sucessória novamente, seu irmão quer uma reunião com o
senado. – Diz minha mãe com desdém.
- Ainda não se cansou de passar vergonha Darmian? Entenda algo, você não será rei, a
linhagem sucessória dá preferencia as mulheres como você já está claramente cansado
de saber. Sem dizer que não é simples assim para convocar uma reunião com o senado,
o que mostra novamente sua falta de senso. – Digo olhando no fundo de seus olhos e
vendo o príncipe mimado arrogante e egocêntrico que meu irmão é.
- Você quer me ensinar algo Lua? Você não tem o direito de tentar me dar uma lição de
moral ou ao menos me ensinar algo, você nem sequer tem asas não é atoa que ainda não
é rainha! – Diz Darmian com seu tom venenoso e seu ódio gélido nos olhos verdes que
encaram os meus, laranjas feito o pôr do sol e queimando em sua direção.
- Chega Darmian! Você acabou de ultrapassar os limites, asas são uma benção sim e os
Deuses sabem a hora certa de nos dá-las, mas devo lhe lembrar que você também não
tem asas? – Diz meu pai com o tom de voz assustadoramente controlado

Darmian cala-se na hora não há nenhuma outra pessoa em nosso mundo que meu irmão
respeite além de meu pai. Asas, o que são para nós? Qual sua real importância? Os
antigos diziam que as asas eram recebidas como uma prova da sabedoria de um imortal,
então teoricamente apenas aquele que for sábio e digno recebe asas, meu pai e minha
mãe tem, eu e meus irmãos não as possuímos nenhum de nós está pronto ainda e meu
pai disse que eu governaria apenas quando as possuísse ou no caso de sua morte com
seu último suspiro de vida eu receberia a marca real legitimando-me como rainha, mas
como meu pai tem 2.000 anos de idade e é muitíssimo poderoso e habilidoso sua morte
está muito distante. Mas esse é o acordo ungido por magia sagrada, é assim desde que
completei vinte e um anos, é muita responsabilidade, mas desde então tenho sido
preparada para governar aulas com os melhores diplomatas treinamentos de resistência,
passando fome, frio ou até mesmo desmaiando por conta do calor. Muitos até pensam
que apesar de um bom tempo de vivencia não tenho experiencia na guerra, se
soubessem como é no nosso território não falariam tantas besteiras, nosso território foi
sitiado e atacado diversas vezes por inimigos além mar. Diferente do que muitos
pensam Solarian não é só flores e arco-íris, saio de meu mar de pensamentos acabo a
refeição exagerada em minha opinião e decido que é hora de sair dali, o dia está apenas
começando e tenho muito a fazer, com um impulso rápido levanto-me.
– É sempre ótimo começar o dia com estas saudáveis discussões, agora devo ir. – digo
tentando me retirar o mais rápido possível.–
– Vai patrulhar?– pergunta minha mãe, curiosa e com apreensão.
– Não, hoje vamos treinar combate físico.–digo sorrindo para meu pai.
– Pegue leve com os brutamontes.– diz meu pai sorrindo.
– Pode deixar, majestade.

Após retirar o manto de veludo branco e todos os ornamentos de minhas vestes reais,
ponho meu couro de combate lições que aprendi como guerreira, número um prefira
conforto a luxo, se mexer é muito mais importante do que estar bonita, número dois se
tem cabelos longos como em meu caso ou seja habilidosa o suficiente para saber lutar
com ele solto ou prenda-o, corte-o só não deixe-o cobrir sua visão ou atrapalha-lo em
campo. Em nosso território mulheres que servem as tropas reais devem ter seus cabelos
presos em coques baixos, o que particularmente acho uma regra ridícula e retrógrada a
qual tento mudar a anos mas é claro que meu pai a mantém irredutível, então acredite
em mim nós mulheres de combate nunca soltamos o cabelo porque deve-se estar sempre
pronta para a ação e é por isso que subo na área de treinamento com o cabelo bem
preso, me alongo faço um pré aquecimento e começo a estudar os equipamentos, com o
que treinarei hoje? Treinarei sozinha? Acho que sim, treino sempre que possível
descalça porém hoje estou usando minhas botas até porque no campo de batalha estar
descalça é uma desvantagem enorme e devemos sempre procurar não nos ferir e no chão
a pedras, lama, farpa, metal e todo tipo de coisa a qual nos machucaria, caminho até o
suporte dos bastões de bamboo eles simbolizam lanças em altura e são ótimos para
treinar mobilidade, agilidade, postura, e atenção, me viro e vejo as lâminas, lindas e
afiadas, minha aura pulsa chamando por elas meus poderes fervendo por sentir sua
presença, o engraçado de meu dom é o detectar das armas sei que neste arcenal mesmo
sem contar que há ao menos treze adagas de prata, cinco espadas de aço, oito facas de
bronze, e três lanças de osso de dragão, o que em nosso território é extremamente raro,
do outro lado posso visualizar, arcos flechas e aljavas perfeitamente alinhados e prontos
para uso e por mais que cada uma destas belezinhas sejam muito atraentes opto pela
agilidade, mobilidade e postura então pego um bastão de bamboo deve ser uns trinta
centímetros menor que eu, então o giro passando de uma mão a outra com movimentos
precisos deslizo sobre o tablado acolchoado da sala de treinamento, rolo sobre o ombro
e finalizo de pé então sinto algo a minha volta viro-me rapidamente passando uma perna
no chão deslizando um corpo para baixo do meu, desembainho a faca presa a minha
coxa e ponho em seu pescoço, ele ri e olha com aquele brilho de diversão nos olhos.
– Nunca vou conseguir pega-la desprevenida não é?– diz Deimos meu melhor amigo e
meu braço direto nas tropas.
– você ainda acha que sim? Deveria saber meu velho amigo que sou mais do que
treinada para este tipo de situação.– digo sorrindo, então ele rola para o lado ficando
cima de mim me desarmando jogando a faca contra os escudos presos a parede, uma
mecha de seu cabelo toca minha testa bem a tempo de dizer...
– estou lhe ensinando bem Deimos, mas ainda precisa a força nas pernas– digo
enroscando minhas pernas em seu tronco e o girando por cima de minha cabeça.
– que merda! Como sempre consegue fazer isso?
– muitas horas de prática– digo rindo enquanto me levanto e estendo a mão para o
ajudar a ficar de pé.
– veio aqui para lutar contra seus pensamentos? Contra si mesma, ou esperava um
oponente a altura?
– se eu não o quisesse aqui já teria arranjado um bom motivo para estar vendo um
curandeiro.
– isto é ótimo porque eu queria muito treinar meu combate com espadas hoje– disse
sorrindo.
– eu já lhe disse que para fazer isso tem que guardar as asas e saber usar sua mão direita,
quando o fizer podemos treinar.
– eu já fiz– diz Deimos guardando aquelas asas de penas marrons, seguidas de sua mão
esquerda atrás das costas.
– sabe que desarmo você vendada não sabe? E da última vez que tentamos isto vc quase
quebrou o nariz.
– se vossa majestade pudesse parar por um segundo de se gabar e se lembrasse de lutar
este plebeu agradeceria.– Deimos sabe que odeio quando ele recorre a títulos, então eu o
ataco.
É uma série de movimentos precisos e bonitos, o tilintar das espadas me deixa com cada
vez mais vontade de combater, o que está a frente o destino a vida e tudo, e o mais
bonito de nossa luta é a maneira como combinamos os movimentos exatamente como
uma dança eu e Deimos já lutamos tantas vezes, o bastante para decoramos o padrão de
luta um do outro e até que para um canhoto ele está dominando bem com a mão direita,
quase o suficiente para que eu não desse uma estocada em seu peito e o derrubasse no
chão, quase.
– você torceu?
– não majestade meus ossos continuam em perfeito estado e em seus devidos lugares.
– isso é ótimo, porquê o que seria de você se tivesse de depender de seu braço direito?
Todos iríamos morrer– digo debochando, mas sinto quando acontece, sua raiva se
mistura com sua sede de sangue e sua vontade de se mostrar capaz quando tira o braço
das costas se levanta e me ataca com a espada em punho esquerdo, e desta vez a um tom
mais sério na maneira como se mexe e da fúria com que usa sua força ele está levando
está luta a sério? Ótimo porque decido fazer o mesmo então o desarmo e em segundos
ele está segmente me derrubando por cima do ombro, antes que possa firmar qualquer
posição deslizo por entre suas pernas em péssima base e o prendo com uma digna chave
de perna, o que o deixa tão furioso que ele urra, e neste meio de caos, combate, deboche
e seriedade ouço uma pura e extravagante gargalhada, Deimos xinga e eu olho para trás
Adhara está chorando de rir, exatamente isto chorando, e se contorcendo mas puxa
fôlego suficiente pra dizer.
– você deu seu máximo e ela acabou com você– e então ela volta as gargalhadas.
– é sua troglodita eu percebo isso.
– não seja tão duro consigo mesmo, você só deve continuar praticando.
– Ah Lua vai a merda, sério.
– e ele ainda está zangado, parece Gaven do Jardim de Aspin, nunca soube perder.
– Adhara vá procurar o que fazer.
– perdoe-me se estou muito ocupada rindo da sua cara, mesmo que eu não tenha vindo
pra isso.

Sentados na sala de refeições bebendo água, minha amiga começa com péssima
informações.
– É Sobre nosso conflito com os Abirdinihanos, pelo que parece o rei deles está muito
doente dizem que ele tem meses de vida.
– e eu deveria sentir pena?– pergunta com meu ódio já aguçado.
– não lua ninguém sente pena daqueles bárbaros, mas o problema não é o rei está
morrendo mas sim seu sucessor.
– ele tem uma filha não?– pergunta Deimos com nojo.
– este é o problema, dizem que sua herdeira é tão perversa quanto o próprio rei e ela não
é a favorita para reinar em seu território, o povo tem seu coração para outro.
– quem?– pergunto genuinamente curiosa
– Hendall, seu irmão mais novo dizem que ele é uma boa pessoa diferentemente da
irmã, a mãe dele era Lunariana então quando o rei morrer os Abirdinihanos vão atracar
na baia do lado norte, buscando apoio de Lunaria e talvez se algum dos irmãos for burro
o suficiente procurara apoio aqui.
– Que absurdo! Será uma burrice colocar os pés neste território dados os
acontecimentos passados, e nosso problema com eles em questão. Jamais esquecerei o
que fizeram se aparecerem aqui eu os mato, simples.
– resolveu como uma verdadeira diplomata! – diz Adhara me olhando com diversão nos
olhos.
– depois da manhã que tive, devo estar mais do que acostumada com a diplomacia.–
digo relembrando as asneiras disparadas de Darmian.
– compartilhe conosco o divertimento de acordar em uma mesa da corte, majestade.
– primeiro vá passear no abismo, segundo, foi terrível é mais do mesmo, Darmian
disparando sua acidez.
– prossiga.
– ele quer uma reunião com o conselho e está irredutível desta ideia ridícula.
– com todo o respeito Lua, mas seu irmão é louco!– diz Deimos incrédulo.
– na verdade ele é um príncipe mimado e machista que não move um dedo para ter o
que quer e agora deseja o que? Ser rei? Que absurdo!– diz Adhara, formulando seus
pensamentos conosco.
– ele não se conforma com o fato de eu ser a sucessora de meu pai, Darmian sempre foi
assim um arrogante, invejoso e ambicioso.
– uma vez... ele não derreteu uma coroa de safiras sua? – pergunta Adhara já ciente da
resposta.
– era minha favorita havia pertencido ao meu avô, meu pai disse que aquela coroa
passava aos herdeiros de geração a geração, Darmian a arrancou de minha cabeça no
mesmo instante e a jogou na forja de armas, derreteu e então meu pai mandou que com
aquele material forjasse–
– Safia? Lembro-me quando a nomeou assim, a louvamos por sua criatividade– diz
Adhara rindo.
– eu gostei na época, mas eu era nova então me dê um desconto.
– a qual é Adhara sua primeira lança se chamou Dhara e sua primeira adaga se chamou
Adha.
Nós três começamos a gargalhar e percebo que apenas quando estou com eles consigo
está destreza de me sentir feliz e bem, suas risadas o sentimento de retirar um peso das
costas quando estou quase chorando de rir com estes dois é indescritível.
Capítulo 2: saindo do lugar.
Os sinos já tinham sido tocados duas vezes e o caos tomava a capital, montei meu
cavalo negro Bravos e corre em disparada as pessoas corriam e conseguia sentir as
vibrações a energia a amargura e quando senti aquele cheiro pungente de sangue desço
do cavalo, com a espada em punho giro o pulso estralo o pescoço e olho em volta,
cheguei mais rápido do que a guarda e vejo que o que está a minha frente é uma
palhaçada e pouca vergonha, eu diria que em meu campo de visão há pelo menos vinte
homens humanos todos em cerca de seus dezenove a trinta anos eu diria, todos
brandindo espadas, vestidos por armaduras de aço.
Então quando vejo todos parados em fileira é como se sentissem minha presença, paro e
encaro a todos no fundo de seus olhos e cada um deles me estuda dos pés a cabeça, uso
botas pretas de couro vestes de couro preto e meu manto dourado sob os ombros, a dois
dedos da lama mesmo para uma batalha estou impecável, então um homem sai de trás
dos demais e aquele é o único que me encara diretamente nos olhos guarda a espada na
bainha e se dirige a mim.
– sentimos muito pelo transtorno, não queríamos causar nenhum estrago já estamos indo
embora.
– está louco se pensa que vai invadir as terras reais, causar desordem do povo, fazer
uma bagunça nestas terras e ainda brandindo armas e vai sair impune? Está errado.
– vai desculpar-me dama mas já ficamos tempo demais aqui.
Olho por cima do ombro para a direção que teriam de tomar para sair do reino e então
digo com clareza e firmeza.
– lhes darei generosas opções, ou vocês se rendem agora e me acompanham para o
devido julgamento ou podem tentar passar por mim, mas aviso que não terei piedade.
E naquele momento ouvi algumas risadas, os coitados não sabem o óbito que assinaram
com esta ação.
– e então, o que escolhem?
– vinte contra uma, a senhorita deseja realmente este tipo de retalhação?– pergunta o
homem a frente dos demais, seus olhos são de um verde intenso e tentam me fuzilar.
– estou lhes dando o benefício da escolha, querem que eu a tome?
– podemos ser apenas humanos, mas não cairemos sem lutar.
– quando seus homens se encontrarem sem vida nesta lama se arrependerá
amargamente.– estas são minhas últimas palavras antes de jogar meu manto sobre
Bravos e estender minha lança, e sempre quando entro neste tipo de luta entendo o
termo que meu batalhão usa “imbatível”, agora é muito compreensível eles começam a
me atacar de todas as direções, sou rápida e precisa, hoje cedo quando treinei usando
botas fiz muito bem. Minha lança antes branca se encontra em um vermelho que não
deixo chegar a minhas mãos, não gosto de matar na verdade é a pior coisa a se fazer
porém neste tipo de situação devemos fazer uma escolha muitíssimo importante, ou
Solarian ou eles e o que se faz por está nação é dar a vida em todos os momentos, e
prometi fazer isto até meu último suspiro e assim será. Eles começam a recuar conforme
enxergam a facilidade com que mato, mas um não tão esperto no topo de uma árvore
mira uma flecha em meu pescoço, já está com a flecha posicionada e pronta para ser
disparada do arco quando me inclino e atiro minha lança mirando em seu peito, a lança
o atravessa derrubando-lhe do topo da árvore e a flecha vem a meu encontro, segura
com a mão esquerda rente a meu ombro. Quando me viro para olhar para os demais
todos estão com um joelho no chão e de cabeça baixa, e se mantém assim até minhas
tropas chegarem.
Há curandeiros, tratando os feridos apenas três ou quatro mortos, aquele cheiro
pungente de sangue é como se estivesse bem de baixo de minhas narinas, mas sei que é
apenas impressão, olho para os lados a procura de rostos verdadeiramente conhecidos e
não preciso olhar pra cima porque sinto a terra tremer e o ar se agitar viro rápido o
bastante para ver Deimos se esticando, vem com rapidez em minha direção põe as mãos
em meus ombros e aqueles olhos dourados olham no fundo dos meus procurando
qualquer sinal de dor e então pergunta.
– você está bem? Se feriu?
– eu estou bem, talvez um arranhão no ombro mas já estive pior antes.
– você está louca? Porque não esperou mais soldados? E se alguns deles não fossem
humanos, se acontecesse qualquer coisa a você seu pai me incineraria vivo!
– e Darmian se divertiria com minha morte e com a sua. Agora pare de se preocupar
sabe que dou conta de um exército sozinha e ele eram meia dúzia de homens.
– e porquê inmajestade, tossas terras? Percebe-se que eles não possuem tesouros ou
fortunas, será que era isto que procuravam? – pergunta Adhara saindo detrás de uma
carruagem o cabelo curto bagunçado, e aqueles olhos azuis com rela preocupação.
– não tive a oportunidade de interrogar nenhum deles mas quero fazer isto eu mesma, se
deixar este trabalho para meu irmão, irá acabar com os coitados e adquirir meras
informações.

Chegando ao castelo, me dirijo a torre do conselho de imediato sou recebida por meu
pai, que possuí um semblante indecifrável de... alegria?
– majestade, temo que já tenha sido informado sobre o ataque na fronteira com as terras
humanas, um grupo de homens invadiu o reino avançaram pouco mais de duzentos
metros até que eu chegasse.
– tudo bem minha filha, você lidou muitíssimo bem com a situação, agiu como eu agiria
e estou orgulhoso.
– obrigada pai, mas ouve algumas baixas e os demais humanos se renderam parte da
corte já está reunida para seu julgamento e o povoado mais próximo também está aqui,
todos a postos para começar o julgamento, vim lhe buscar.
– então vamos lá, ouvir o que os humanos tem a dizer.
A sala de reuniões do conselho sempre foi o lugar onde minhas melhores brincadeiras
na infância começavam, se inventava qualquer tipo estranho de história e era tudo lindo,
a infância é um reino muito mais amplo do que qualquer território que se possa visitar,
entro e nunca consigo deixar de olhar para o teto, com desenhos runas antigas e
emblemas ele conta a história dos Deuses, o surgimento dos imortais, tudo. O que
sempre venerei de nossa dinastia, de nosso território, é a sinceridade estas pinturas no
teto as gravações são desde a glória até a lama do derramamento de sangue até a paz,
não omitimos a verdade, o caminho do sucesso, da realeza nem sempre é lindo e puro
mas poucos reconhecem isto. Há dois tronos no tribunal real, e as demais cadeiras para
os membros do conselho sento a esquerda do trono de meu pai, a nossa frente o tablado
onde os homens se apresentaram e depois as cadeiras dos representantes do povo que
assiste as audiências. Meu pai se ajusta em seu trono com a postura perfeita de sempre,
ele só se senta depois de minha mãe o que particularmente acho muito cortez da parte
dele. Meu pai o rei Hélio é um verdadeiro cavalheiro e isto me deixa orgulhosa, os
monarcas geralmente são uns crápulas com seus consortes, me disseram que quando
nasci meu pai quis que me nomeassem Artemísia homenageando minha mãe e é claro
que ela não deixou mas ele quis, papai acredita no significado dos nomes e sempre
amou o de minha mãe, Artemísia vem de Ártemis a Deusa da caça, seu nome em si tem
como significado a luz suave do sol, fonte de calor, é algo suave diferente de meu pai
que tem o nome de um antigo Deus do Sol, meus avós eram um pouco exagerados
típicos solarianos, todos nós membros da família real temos nomes bem significativos,
meu pai encontrou filosofia até mesmo em meu nome, meu nome é auto explicativo
diferente do de meus irmãos, que chegam no instante em que listo seus nomes por
ordem de nascimento temos, Chantrea a única que tem grande semelhança comigo e
com mamãe, os cabelos negros muito bem arrumados em uma coroa de tranças, onde
repousa um diadema prateado pontilhado por ametistas, Aura se parece completamente
com meu pai mas feminina, seus cabelos são loiros ela usa um arranjo na parte de trás
da cabeça bem no meio daqueles cabelos loiros e por fim Darmian, que tem apenas os
olhos de meu pai, ele obviamente é diferente de mim e de minhas irmãs, seus cabelos
são castanhos e opacos ondulados na altura dos ombros presos em um coque baixo por
uma faixa de couro, como sempre meu irmão fuzila-me por estar sentada como braço
direito de meu pai e como sempre mantenho a postura as costas rígidas e o peso daquele
manto, tudo isso faz com que um ardor comece a percorrer minha coluna, diferente de
todos não uso nenhum tipo de adorno ou coroa, é ridículo e até um pouco esnobe falar
isso mas, não preciso.
– tragam. – diz meu pai em comando puro, e então ao invés de trazer todos os
prisioneiros vem apenas um.
– Qual é o seu nome rapaz?
– Hendrick Castannar, majestade.
– então conte-me Hendrick Castannar, porque exatamente está aqui, neste reino? E
como teve a brilhante e burra ideia de invadir estás terras.
– invadimos as terras porque, o território humano principalmente meu vilarejo se
encontra em estado de miséria, estamos passando fome, não temos água para beber. A
uma espécie de praga no solo e nossa plantação não cresce e não pode ser consumida,
está tóxica.
– prossiga.– digo porquê aflora minha curiosidade.
– não acredito que a senhorita conheça o desespero de ter sua garganta tão seca ao ponto
de que falar se torna difícil. Mas eu jamais teria pisado nestas terras se não precisasse.
– e invadir um vilarejo, agredir parte do povoado, danificar boa parte de patrimônios
históricos, desperdiçar nosso tempo, foi por necessidade?– pergunta fulminando-o.
– Sim é claro que foi, acha mesmo que eu teria entrado aqui com um alvo nas costas por
livre e espontânea vontade?– Na verdade acho.
– E porque não pedir a nós? Você e seus homens desqualificados entraram em um reino
desconhecido com armas, porque não pediram ajuda ou o que precisavam?– pergunta
Chantrea.
– perdoe-me majestade mas todos nós crescemos ouvindo as histórias da guerra a
ferocidade com que mataram uns aos outros, o que fariam conosco? Vi a insensibilidade
com a qual a senhorita ao seu lado mata, e diferente de todos vocês eu temo por minha
vida.
– seria tolice se não temesse mas você violou as leis de nossos povos, você não deveria
nos julgar com base em rumores ou o que acha que ouviu, e aquilo que viu a
“insensibilidade” como diz só é necessária quando somos ameaçados e você

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