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Epílogo

Escuro, aterrorizante, sombrio essas palavras ditam minha


situação e meu fim. Não consigo mais correr, minhas pernas irão
fraquejar e irei desfalecer a qualquer momento.
Corro o mais rápido possível, mas não serve mais para nada.
Enxergo apenas relances de árvores e troncos, tento desvencilhar
de alguns, mas sou surpreendida com um galho e este me causa
um machucado no antebraço.
Sinto o sangue escorrer pela pele recém descoberta, averiguou se
ainda há alguém próximo ou se consegui despistá-los a tempo. A
ferida aberta é superficial, não sinto dor. Não faço a mínima ideia
se é por causa do sangue quente ou se é adrenalina que sinto
percorrer por todo o meu corpo.
— Encontrei você- ouço uma voz conhecida, e vislumbro
uma sombra ao meu lado.
Meu corpo está paralisado, não consigo respirar e nem falar algo.
Apenas queria sumir e esquecer essa maldita aposta, ela me fez
isso, ela fez isso.
Sou tomada por uma dor tão intensa e devastadora, olho para meu
estômago perfurado por uma adaga negra. Tento desvencilhar ou
fugir das mãos do meu carrasco, mas este está sorrindo e rindo da
situação onde me encontro.
— Não achou que iria escapar, não é?- agora suas mãos
estão em pescoço, apertando habilidosamente até que meu
pulmão e minha traqueia já não sirvam para nada.
— Cheque Mate!- sussurra a última frase perto do meu
ouvido esquerdo. Mais que diabos você está falando?
—Seria possível apenas uma única vez ainda dizer que te
amo?- não consigo responder, e o aperto só se intensifica
ainda mais.
Sou jogada de lado com certa brutalidade, dor apenas essa palavra
pode definir o que sinto. O mascarado senta em meu abdômen e
começa a me esfaquear.
A sensação única de ter todo o meu corpo se perfurado inúmeras
vezes e sem nenhuma interrupção, o calor, o líquido vermelho
manchando mais e mais minhas roupas e meu rosto. É a última
visão que tenho antes de fechar meus olhos para sempre.
— Uma das torre foi destruída com sucesso, faltam apenas 7
peças para o fim acontecer.- a figura apenas se distância
cada vez mais do corpo agora sem vida.
•Uma vez dentro do jogo, não há escapatória. Siga as regras e
sobreviverá, fuja e o jogo irá te caçar, jogue de novo e o jogo
recomeçará.
 Ass: Xeque-Mate.

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