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O Mundo de Clarice

CENA 1

(A cena se inicia com Clarice desenhando/pintando e sua mãe em off, na coxia)

Enquanto Clarice pinta, os seus brinquedos começam a falar


CLARICE (Gumba) - Ô Clarice, vamos brincar de pique-esconde, vamos
CLARICE: Ah não, já brincamos disso hoje, eu tô cansada de correr
CLARICE (polvo) - Mas você precisa se exercitar, faz bem pra saúde. E além disso, é muito
divertido brincar com você
CLARICE (peixinho) - Eu concordo plenamente, essa brincadeira de observar você
desenhando é muito chata, vamos vamos, por favorzinho
CLARICE - Vocês são muito chatos, e eu já disse que não quero essa brincadeira. Mas… e
que tal a gente brincar de showzinho, hein?

brinquedos/animais ficam eufóricos com a ideia

CLARICE: Vou começar. (cantarola) “Eu acho que eu fui feita no mar, vou perguntar à
mamãe. Eu não sei explicar, que ligação é essa que eu tenho com o mar. Eu não sei
explicar, que ligação é essa que eu tenho com o mar”.
Eu sou a Clarice e falo diretamente aqui das profundezas do Rio Hamza. Vocês conhecem
esse rio? É um rio que nasce em outro país e vem pro Brasil passando por debaixo do rio
Amazonas, desaguando na imensidão do Oceano Atlântico. E gente, o meu sonho é ser que
nem o rio Hamza, passear por várias águas e ainda conhecer o oceano. A minha avó
contava que a minha bisavó contava uma história sobre o reino mágico de Angatu, dizem
que foi lá que surgiu a água, e guardam segredos e histórias muito antigas e encantadoras.
Agora, gente vamos brincar de show. E o apresentador oficial do nosso show das águas é o
fabuloso, o grandioso e o mais medroso de todos, Gumbaaaaa!!! Gumbaaaa, vem logooo,
ele sempre se atrasa. Ô Gumbaaa!!!
CLARICE (Gumba) - Olá pessoal, eu sou o Gumba, o melhor amigo da (comandante)
Clarice, e o elefante mais roxo de todos.

CLARICE - Além de chegar atrasado ainda me chama de (comandante), desse jeito você
não vai mais apresentar o meu show.

CLARICE (Gumba) - Mas você é mandona mesmo

CLARICE - Ô Gumba, eu não vou deixar você brincar.


CLARICE (Gumba) - Tá bom, desculpa e perdão pela demora, eu tive que dar uma
passadinha no banheiro, sabe como é né, quando vem a vontade não dá pra segurar eu
comi muitos brigadeiros hoje. Mas vamos lá!!!! (toca um instrumento) Agora vou precisar da
ajuda de vocês para chamar a estrela do nosso show. Vocês me ajudam?
CLARICE - Não é estrela, Gumba, é um polvo
● CLARICE (Gumba) - Ah, é verdade. Olha gente, é um polvo e o nome dele é
Sábiduuuh, porque ele é super inteligente, tem 9 cérebros, dá pra acreditar? E agora
vamos chamar ele no 3 tá bom? É Sábiduuh… 1,2,3… Sábiduuuh!!!
CLARICE (polvo) - Oh, luzes, luzes, luzes por favor. Trilha sonora também. Mais forte,
vamos. Bom pessoal, eu sou o polvo mais estiloso e inteligente, olhem só o look incrível que
eu mesmo fiz, feito totalmente de plásticos, plásticos que encontrei no fundo do oceano e se
enrolaram em meus tentáculos, plásticos que humanos jogaram fora. Fala sério, eu tô muito
bonito. Aplausos, aplausos, mais alto, eu mereço, obrigado, obrigado!

(Voz da mãe de Clarice)


MÃE (em off) - Clarice, eu tô escutando a sua voz, vai dormir minha filha, amanhã você tem
que acordar cedo.
CLARICE (Gumba) - E esse foi o Sábiduuuh. Agora teremos apeixinha mais exibida e
esquecida de toda a vida aquática, vem pra cá Corvina!!!
CLARICE (Corvina) - O que eu tenho que fazer mesmo? Ai gente eu esqueci meu texto de
novo, ai que vergonha, eu vou embora.
MÃE (em off) - Clarice! Parece até sua bisavó, ela ficava até tarde inventando histórias pra
gente.Agora vai dormir, a chuva já começou e hoje será uma tempestade muito forte
( Raios e som de chuva)
CLARICE - Ai como eu queria ter conhecido a minha bisa, a gente ia brincar tanto juntas e
inventar muitas histórias (abre a caixinha com a concha dentro) vou contar um segredo…
isso aqui era da minha bisavó
Intensifica o som da chuva e trovoada
CLARICE - Ouviram? eu morro de medo de tempestade forte, amanhã eu continuo. Mãeee,
eu posso comer o chocolate agora?
MÃE: Não, você acabou de escovar os dentes
CLARICE: (deitada) eu não posso nada nessa casa, tudo é não.
CENA 2 (Início do sonho de Clacla com a tempestade)

Clarice acorda com a forte tempestade.

CLARICE - Não, não, não, não, está enchendo tudo de água!!! E cadê, cadê meus amigos?
Não tô acreditando que vocês me deixaram aqui sozinha, até o Gumba, o Gumba que jurou
nunca me deixar, o meu melhor amigo. É água que não acaba nunca, ou será que acaba?
Como seria o mundo sem água? Acho que eu não sobreviveria 1 dia sem água e não posso
nem pensar nisso, o que seria de mim sem um suco de cajuzinho e sem aquelas comidas
deliciosas? E pra quê todo esse desperdício de água, hein, minha mãe fala que eu não
posso ficar na chuva porque posso ficar doente. Ô gente aí do céuuuu, fecha essas
torneiras, tá desperdiçando. (passa a chuva) Ufa, obrigada!

CENA 3 (Clarice e Arara)


( Clarice está à margem do rio)

CLARICE: (Arara vem voando dizendo " Cla Cla Cla" e entra no barco) - Nossa,
quem tá chamando meu nome?
ARARA - Clarice? Clarice o que tá fazendo? Tá perigoso você ficar aqui.
CLARICE - Remando em busca do meu amigo Gumba, não achei em lugar nenhum
ARARA - Mas é claro que não acha, olha a bagunça que está aí. Pelo amor da Deusa que
nos rege. Ele não deve ter pulado de medo? E se pulou… vish, acho que ele pode ter ido
pelo beleléu.
CLARICE - NÃO, NÃO FALA ISSOOO. Hmm uma arara falante? E nossa, que voz feia para
um pássaro tão bonito, tá parecendo um velho fumante que fica no ponto de ônibus meio
dia.
ARARA - Iiiih, nunca fumei na vida, mas já respirei umas fumaças esquisitas da poluição.
Mas isso não me impede de falar, e eu falo muito viu? Prazer, sou a Arara-azul, e
provavelmente vim te trazer sorte e esperança ( fala enquanto se vangloria)
CLARICE - Tá, e se veio mesmo me trazer sorte e esperança, então voa e vai ver se acha o
Gumba
ARARA - Ficou doida? Acabou de chover horrores e a tempestade ainda pode voltar
CLARICE - Ah não, tempestade de novo nãooo! (arara faz barulho) O que foi que aconteceu
com a suas asa?
ARARA - Ahhh, isso aqui? É assunto para outra hora, tá? (disfarçando) Vamos. terra à vista
Vamos! Já tô vendo uma árvore bem ali na frente, vou te ajudar a remar..

(VÃO REMANDO ATÉ CHEGAR A BORDA)

CLARICE: Finalmente chegamos.

ARARA - Haa, ótimo,. Masss, nossa, tem muita coisa por aí nessa sua canoa, né? Vi de
longe brilhando, tá uma bagunça, mas vocês humanos são assim mesmo, deixa bagunça
por onde vão, e EU vou catando tudo! Inclusive, olha essa bolsa que EU fiz, de lacre de
latinhas de refrigerantes que eu achei andando por aí.
CLARICE - Andando? Pois se eu voasse nunca ficaria desgastando minhas pernas por aí.
ARARA - Sim, andando, eu amo andar, sou a Arara com as pernas mais malhadas por aqui.
(vai em seu carrinho de coisas e pega um espelho e dá para Clarice segurar). Deixa eu ver
como que fico com essa bolsa! Segura direito...aaaa, assim não dá, esquece, mas obrigada
xuxu. Eu… eu… ( vai ficando sem ar) , cadê minha bombinha de ar?
CLARICE - Bombinha de ar?
ARARA (desesperada) - Sim, preciso urgente. NA MOCHILA.

(Pega a mochila em suas costas e joga as coisas no chão, acha a bombinha e usa. )

CLARICE - Depois eu que sou a bagunçada


ARARA - Foi uma urgência! Você me deixou nervosa, essa história imediatamente me dá
crise de ansiedade.

( Arara espera a Clarice perguntar que história, e percebe que ela não liga)
ARARA: Não vai me perguntar que história?
CLARICE - Que história? ( perguntando entediada)
ARARA - A minha.
CLARICE - Já que insiste, me conta então. Mas eu garanto que as histórias que eu conto
são beeem melhores.
ARARA - Ara, menina, agora não posso, tenho que ir, estou atrasada para a minha reunião
com o MLAB. E se eu fosse você saia logo daqui, não é nada seguro.
CLARICE: MLAB? Que isso?
ARARA: Movimento por libertação das Araras Brasileiras. Toma cuidado aí, provavelmente
a peixinha irá te ajudar.
( sai gritando)
NA FAUNA, NAS FLORESTAS, QUEM DISSE QUE SUMIU? AQUI ESTÁ PRESENTE O
MOVIMENTO DAS ARARAS DO BRASIL!

CLARICE - Como assim? não, eu não posso sair daqui, preciso encontrar o Gumba até
achar o Gumba.

Catarina toca
Mel começa cantar
a canoa virou
Kathleen canta
Se eu fosse um peixinho

CLARICE :
O que é isso ? E roxo..Gumba (Clarice tenta pegar e cai na água)

Lêvanta água
Entra lixo
Tira barco
Polvo está espiando Clarice
CLARICE: olha eu estou respirando dentro da água…

CENA 4 (Clarice e polvo).

CLARICE - (fica parada na margem do rio refletindo) Ah é muito chato ficar sozinha, ainda
mais sem o Gumba, ele é o meu melhor amigo, e eu até prometo não brigar tanto com ele.
An ali, um pontinho roxo brilhante. Gumba! Gumba! Joga a tromba que eu te puxo (se
aproxima e pega o papel). Ah não, é um saquinho de picolé de uva. E olha só, eu tô
respirando e falando debaixo d’água, que incríveeeel!

se enlaça rapidamente em Clarice que cai pra frente a vai afundando no mar

JOGO DO ESPELHO POLVO E CLARICE

CLARICE - O que é isso? Me solta! Por que você fez isso? Ahhhh, o polvo Sábiduuh, que
fabuloso.(respira) Preciso falar isso pro Gumba. Aliás, eu só vim parar aqui porque tô
procurando meu amigo, Gumba. Você viu ele?
(polvo fica analisando Clarice. Clarice fica curiosa e interessada pela performance corporal
do polvo)

POLVO - O corpo humano é 70% água, você é leve como as águas, olha (movimenta braço)
faz comigo. Assim você vai encontrar o seu amigo mais rápido.
CLARICE - Mas eu ainda não sei nadar. (vão para as laterais, olhares conectadas, espelho)
POLVO - Calma, tudo na vida precisa de calma, respira e se movimenta (jogo cênico/roda)
(interage com as crianças e convida para experimentar essa vivência e descoberta do
próprio corpo). Vá até o fundo e não se deixe afundar, aprenda a nadar, que as ondas te
leve e te traga.
Agora vamos nos separar para encontrar o seu amigo. Vá por ali, quando tiver confiança,
acelere.

CENA 5 (Clarice e peixe)

Clarice vai nadando, nadando, se cansa e dorme nas algas

Peixe - Corvina - entra em cena, nadando de um lado para o outro rapidamente. Encontra
objetos inusitados e diferentes e começa a recolocá-los marcando um caminho

CORVINA – O que eu estava fazendo mesmo? Eu sei de todos os caminhos, quando não
me esqueço. Eu estou aqui!
(Marca com um x no chão, mas tudo tira sua atenção e ela recomeça de novo. Quando
reencontra um sapato.)

CORVINA - Um sapato, ah se eu tivesse pés usaria sapatos de todas as cores e seria


colorida como os corais.
(Ela gosta de sapatos, faz um! dança com o sapato, e já topa com os pés de Clarice.)

CORVINA - Hummm... pés! (ao tentar calçar os sapatos em Clarice, ela se assusta e o
peixe também) Ahhhh socorro (respirando afobado) quase me mata de susto.

CLARICE - (com a visão embaçada) Gumba?

CORVINA - Ah eu não sou tumba! Meu nome é Corvina, a Divina!


CLARICE - E não é tumba, é Gumba! Ele é o meu brinquedo, na verdade é meu melhor
amigo.

CORVINA - simmmmm Brinquedos, tem muitos por aqui. Aqui uma boneca, serve?
(Clarice vê a boneca velha, a pega e tira um papel escrito dela. )
CLARICE - O que tem aqui?
CORVINA - Cocô de boneca!
CLARICE - Não. E onde é que você faz cocô?

CORVINA - Aqui, ali! Pra todo lado. (Clarice faz cara de nojo, e o peixe a repreende) Ora,
os humanos jogam todo tipo de coisa no mar. Tem até resíduos químicos... Hum... isso deve
ser bom pra saúde, porque tem bastante!

CLARICE - Tá, e se eu precisar ir ao banheiro? Aqui por acaso tem papel?

CORVINA - Sim! Tem plásticos, papel, vidros, tem tudo!

CLARICE - Então tem indústrias dessas coisas por aqui?

CORVINA - Sim! Eu sei de tudo, quando não me esqueço! As indústrias são a direita
(levanta as nadadeiras pra saber qual é direita e qual é esquerda) e dá uma rodadinha,
segue reto e pega o beco. Eu só não te levo, porque... lá tem muitos detritos nos distritos.
Cocô, sabe como é né? E não faz bem pras minhas escamas…
Um brinquedo, não é o seu? Parece até meu primo Tuba!

CLARICE - Tuba?

CORVINA - Tubarão.

CLARICE - O Gumba é dessa cor aqui oh, roxa…

CORVINA - Ah sim roxo, coxo, colcha, roxa... hummm (dorme)

CLARICE - Então você viu? Peixinha, você viu o Gumba? (fala chegando perto e tocando
no peixe, que se assusta)

CORVINA - Hã! UUU dormi... Vi! Vi? Não vi! Ou será que vi? Vi quem?
CLARICE - O Gumba!

CORVINA - Que isso?

CLARICE - Meu amigo!

CORVINA - siimmm, eu sei de tudo quando não me esqueço.

CLARICE - Então me mostre o caminho!

CORVINA - Sim... o caminho. Eu marco o com garrafas pet, e outras coisas que acho...
mas às vezes a maré leva, às vezes o polvo, e eu tenho que recomeçar. Onde você quer ir
mesmo?

CLARICE - ( enquanto Clarice fala, Corvina vai marcando caminho) Ao Reino mágico de
Angatu. Com certeza lá alguém me ajuda a encontrar o Gumba, guardam segredos e
histórias, sabem de tudo que acontece ou que ainda vai acontecer. Corvina, tá escutando?

CORVINA - Clarice, olá! (peixe cumprimenta Clarice como se tivesse a revendo)

CLARICE - Corvina me mostre logo caminho para chegar à Angatu (ela fala já sem
paciência)

CORVINA - Claro! Eu sou a melhor, a maior, a mais mega ultra power maravilinda guia de
todo o mar azul que agora é marrom… mas reza a lenda da vóruga, (meio confusa)
verruga? Não, não... vó tartaruga! Que o mar um dia já foi limpo, com algas coloridinhas e
fresquinhas. Muito apetitosas!

CLARICE - Hum, estou com fome.

CORVINA - Vou achar uma lata pra você comer.

CLARICE - Eu não como latas!

CORVINA - Ah plástico? Papel?


CLARICE - Humanos não comem essas coisas! Comemos as comidas que vem dentro
dessas embalagens e depois jogamos fora.

CORVINA - Ehhh....Onde é fora? Eu não conheço esse mar fora…

CLARICE - Boa pergunta, eu pensava que fora era nos lixos… mas tudo o que eu vejo nos
lixos têm aqui, acho que nós humanos não estamos cuidando nada dos nossos lixos. (fala
pensativa)

CORVINA - Coma essa alga aqui, não vai fazer mal. ( cospe na alga e limpa na bermuda)

CLARICE - Hum, tem gosto de peixe! (fala comendo a alga)

CORVINA - Você já comeu peixe? (fala assustada, tremendo e com taquicardia)

CLARICE - Sim, na minha casa nós comemos peixe (fala despercebida, enquanto come,
esquecendo que a peixinha é um peixe)

CORVINA - (fala com o público) Preciso me livrar dela antes que ela me coma. (fala com
Clarice) Então, menina, onde mesmo você quer ir?

CLARICE - Eu já disseee… para o reino de Angatu.

CORVINA - Ah sim claro! Eu sei o caminho, eu sei todos os caminhos quando não me
esqueço... (faz força para se lembrar do caminho, desiste de se lembrar. Faz cara de quem
teve uma ideia brilhante) Venha, vou te guiar.
Primeiro vamos aqui. Dar a volta, volta lá, vem aqui. Vai lá! (nada com Clarice a seguindo e
vai dando voltas e voltas)

CLARICE - Chega! (fala impaciente)

CORVINA - Não... ainda não chegou!

CLARICE - Estamos dando voltas! Assim não vamos chegar a lugar nenhum! (fala brava)

CORVINA - Ahhh (balbucia com medo e se volta para a plateia) É agora que ela me come?
(tem outra ideia) Ah sim! Olha aquela garrafa pet... tá vendo? (Clarice faz que sim com a
cabeça) Bom, você tem que circular ela até formar um ciclone, e ele vai te levar para as
profundezas de qualquer lugar que você queira... (fala fazendo suspense e se volta pro
público e acrescenta) Bem longe de mim!

CLARICE - Ah, é tipo quando eu tô na ciranda e começo a rodar rápido?

(Peixe responde acenando a cabeça)

CLARICE - Ahhh que emocionante, é a minha brincadeira favorita! Eu adoro rodar. Então,
eu já vou Corvina, até logo… (agradece a peixinha dando um beijinho e a peixinha fica se
sentindo arrependida de tê-la enviado para um lugar qualquer)

(Clarice sai de cena)

CORVINA - Ah ela só queria ser minha amiga, e eu não percebi. Ah perdi uma amiga, eu
perco tudo, esqueço tudo. Um X! Um tesouro! (brinca) Eu sou o pirata mais valente,
prudente, ente sorridente e cheio de dentes que os sete mares já viram. E agora com meu
magnífico pauzinho eu vou desenterrar essa maravilha e comemorar com meus
marinheiros... É… Comemorar? Tem banquete? E no banquete tem peixe?! Eu sou um
peixe! (fala com o público se dando conta que seria servida no banquete, ela desiste da
ideia e acha melhor apagar o x) Vou apagar isso antes que eu vire banquete de pirata!

CENA 6 (Gumba e polvo)


Gumba entra em cena flutuando rodando até cair em um lugar, sentado. Enquanto os lixos
são distribuídos no espaço cênico. Logo em seguida, entra o polvo buscando mais
elementos para acumular – explora o ambiente e as coisas como em um supermercado.

GUMBA: êeeee-ôôhhh que onda mais maluca! Alguém me tira daqui …. (Cai sentado
assustada) Onde estou? Que lugar mais sujo! Tá certo que o quarto da Clarice é
bagunçado, mas não é tão sujo quanto aqui?

Polvo entra Espiando Gumba e o surpreende , Gumba olha meio desconfiado.

GUMBA: Ah que ser é esse ! (Geme assustado);


(Polvo meche em gumba )

GUMBA: Ei o que está fazendo me solta!

POLVO: O que é isso? Que macio? Que cheiroso…

GUMBA: O que é você? Um polvo ou uma lula?

POLVO: Eu sou um polvo, Sabidu! O que você é?

GUMBA: Sou Gumba! Um elefante roxo... (fala se gabando)

POLVO: Elefantes no mar???? (fala desconfiado) Pensei que elefantes fossem maiores e
mais pesados... (fala analisando o corpo do novo amigo) E isso, o que é?

CORVINA: Pés!!!!! (Põe a cabeça dentro da cena e grita alegremente e em seguida sai
resmungando) Entendi diretora não é minha vez ainda...

Eles se entreolham sem saber o que está acontecendo e continuam.

GUMBA : São minhas patas. Mas agora estão muito pesadas não consigo me levantar e
andar.

POLVO: O que te aconteceu Tumba?

GUMBA: Não é Tumba é Gumba! Eu cai do barco na tempestade e fiquei enxarcado, agora
não consigo sair do lugar. Você é ágil, tem várias patas e nada bem. Pode me ensinar?

POLVO: Eu não tenho patas. São tentáculos e nado bem mesmo... Mas você não vai
precisar saber nadar aqui embaixo, agora voce vai ficar aqui comigo . Nas águas lá em
cima, você pode ser comido, pelos tubas!

GUMBA: Quem são Tubas?

POLVO: A gangue dos tubarões. eu sou um ótimo amigo. Aqui em casa você vai ficar
mais confortável.

(polvo Ajeita Gumba, e o enrola com lixo)

GUMBA: Ei! Para! Não me esconda, assim a Clarice não vai me achar…porque você tem
tanta coisa?

POLVO: Eu guardo tudo o que gosto ...

GUMBA: Isso não é roubo?... A mãe da Clarice disse que não podemos pegar as coisas
que não são nossas.

POLVO: A mãe de Clarice, Clarice pra cá e para lá. Você só fala dela. Não tem outros
amigos, não ?

GUMBA: Até tenho seu Polvo, mas ela é minha melhor amiga.

POLVO: Mas eu também posso ser seu amigo. E aqui tem muitos brinquedos para a gente
se divertir .
GUMBA: Rum! aqui tem é muito lixo! amanhã é dia de festa e não posso perder os
brigadeiros, eu gosto tanto de brigadeiros...

POLVO: ah assim, você está bem protegido, mas tem que ficar em silêncio pra ninguém te
levar !

Polvo enfia algo na boca de Gumba que resmunga. Polvo enrola muitos outros objetos
lixos) nele.

GUMBA (murmura: Não a Clarice tem que me achar

POLVO: Fica calmo eu já volto

(polvo sai de cena , Gumba fica nervoso)

CENA 7 (clarice passa no redemoinho, por dentro do território do Polvo mas não vê Gumba)

CLARICE: Gumbaaaa!!! Cadê você? Encontrei uma peixinha que me mandou pro lugar
errado. Alguém aqui viu o Gumba? Onde? Ali? Tá bom… (passa pro outro lado)

CENA 8 (Gumba e peixe)

Corvina entra distraída seguindo um monte de coisas espalhadas pelo caminho, procurando
marcar um novo trajeto e não se perder.

CORVINA – Uhmmm... este lugar me parece conhecido. Que lugar será este?l eu sei de
tudo, quando não me esqueço. (continua a nadar tentando identificar)
(escuta um grunhido abafado, acha que o barulho vem da própria barriga)
Nossa acho que estou com dor de barriga! (observando melhor percebe que o barulho vem
do monte de entulho do polvo e quando vai olhar mais de perto vê Dumba)

CORVINA - Ei quem é você?

GUMBA - huhumhaha (tenta falar mas tem a boca tapada com algo)

CORVINA - Eu não entendo essa língua (responde com cara de boba enquanto ele
continua e tenta pedir para tirar o que o impede de falar) Ah você está com a boca tapada!
Entendi! (vai até ele e tira o que o impede de falar)

GUMBA - Eu sou Gumba! Me ajude, estou preso e molhado. Fiquei muito pesado e não
consigo sair do lugar.
CORVINA - Porque alguém te prenderia aí senhor Tumba? Você é ladrão de bancos?

GUMBA - Não, eu simplesmente me afundei na tempestade. Eu tenho um pelo lindo, roxo e


sedoso, mas quando me molho fico muito pesado e vim para o fundo do mar... e um polvo
me prendeu aqui. E não é Tumba é Gumba.

CORVINA - Roxo! Coxo! Colcha roxa, hummmm (dorme)

GUMBA - Peixinha?! (perturbado sem entender o que estava acontecendo) Peixinha!?????


(pergunta bem alto) meu Deus, o que será aconteceu, com a peixinha. ela está olhando
para o nada com os olhos esbugalhados. Peixinha!! Crianças me ajudem a chamar ela, no 3
pode ser? 1 ... 2 ... 3:
Peixinha!!!!

CORVINA - hã... dormi seu,Tumba!

GUMBA - Não é tumba, é Gumba! (retoma a história porque não sabe o que ela ouviu) E
como estava dizendo o polvo me prendeu aqui.

CORVINA - Sabia!

GUMBA - Se sabia, por que perguntou?

CORVINA - Não, eu sabia que sabia onde estava. Só não me lembrava. Aqui é a casa do
polvo... (fala para o público) O amigo polvo é muito amoroso e dá abraços muito apertados,
eu fico sem ar. (volta-se a Gumba) Adeus muchachos.

GUMBA - Não, você precisa me ajudar, estou preso e com medo. (faz cara de gatinho /
coitado)

CORVINA - Ah... assim você amolece meu coração, senhor Tumba!

GUMBA - Por favor peixinha, preciso achar minha amiga Clarice.

CORVINA - Clarice! Você por aqui... (fala indo cumprimentar Gumba)


GUMBA - Clarice! Onde está Clarice? (Fala olhando para os lados e procurando a menina)

CORVINA - Você é Clarice! (fala bem animada)

GUMBA - Não!!!! Eu sou Gumba! E estou tentando sair para procurar Clarice.

CORVINA - Ah sim! (decepcionada, e de repente se anima e se apresenta) Eu sou Corvina


a peixinha mais esperta, conhecedora, encantadora, maravilinda que todo esse aguaceiro já
viu. Eu sei de tudo, quando não me esqueço!

GUMBA - E então vai me ajudar?

CORVINA - Vou! (faz uma pausa tentando se lembrar) vou ajudar o que?

GUMBA - Vai me ajudar, me soltar e procurar Clarice! (fala já sem paciência)

CORVINA - Clarice! (animada) Como ela é?

GUMBA - Ela é uma menina muito bonita e travessa... ela usa (descreve a roupa) e é muito
afetuosa. Mas agora está brigando com os amigos todos… ela briga comigo, até
descusturou meu braço.

CORVINA - Ihhh nunca vi! Vi? Não vi! Será que vi? Quem eu vi?

GUMBA - Minha amiga, Clarice! (fala irritado)

CORVINA - Ah sim! Não vi! E se vi esqueci! (fala tentando acalmar Gumba) Não se irrite,
você pode explodir... meu primo Baiacu explode quando se irrita.

GUMBA - Você é engraçada! (fala olhando a plateia, quando se volta novamente para a
peixinha, ela está imóvel) Peixinha?! Peixinha?! Você morreu? (grita) Corvina!

CORVINA - hãm... dormi! (fala acordando assustada e depois se espreguiça)

GUMBA - Me ajude, anda.

CORVINA - Eu não ando eu nado! (fala entristecida)


GUMBA - Corvina, rápido! Antes que o polvo volte. (fala agoniado)

CORVINA - O polvo! (fala se lembrando do aperto que o polvo a dá quando a vê) O amigo
polvo abraça muito apertado... preciso ir antes que ele me encontre. Adeus senhor tumba!
(fala saindo rapidamente)

GUMBA - É Gumba! E eu? Volte aqui! Corvina! Eu quero a Clarice, eu preciso da Clarice.
(vai falando e aumentando o tom da voz. Depois silencia rapidamente notando a presença
próxima do polvo) Agora eu estou aqui sozinho de novo, e cheio de lixo! Eu quero minha
amiga Clariceeeee!! se bem que ela briga muito comigo! mas somos amigos e eu gosto dela
assim! ah e amanhã tem festa é a festa dela, e festa tem brigadeiros, eu amo brigadeiro
(mesmo não comendo) eu adoro me lambuzar de brigadeiro. ahhh eu preciso sair daqui!
Clariceeeeeeeeee….

CENA 9 ( Reencontro de Clarice e Arara)

Estão no fundo do mar, quando vem uma manifestação liderada pela a Arara.

ARARA: A nossa luta é todo o dia, Araras não são mercadorias!!


Companheiras e companheiros, estamos aqui para defender todoooos os animais, e ser
contra como os humanos descartam lixos aqui no nosso mar.

( o grupo faz paredão de cartazes, entra trono, sai lixo do cenário, o grupo vai embora, e
Clarice vê a Arara e a chama)

CLARICE: Arara, você voltou!!! Mas agora no fundo do mar, como assim? Não sabe voar
mas sabe nadar?

ARARA: Você é uma HUMANA, está no fundo do mar a horasssss, e ninguém falou nada!
É o seu mundo, é a sua imaginação. Por isso estou aqui debaixo d'água.

CLARICE: Hmmm, verdade, eu posso tudo! E me diz aí, como foi a reunião com suas
companheiras?
ARARA:Foi ótimo, nós estamos lutando contra o jeito que os humanos jogam lixo no meio
ambiente, não pode continuar assim. Olha para isso aqui, sem condições!

CLARICE: Ah, pois é… triste. Humm, o chocolate que a minha mãe não deixou eu comer.
( joga o papel de chocolate no chão)

ARARA: Clariceeeeee, você está jogando aqui!!! Não pode, A Peixinha vai acabar se
engasgando, ela sempre se engasga com todo esse plástico, guarde no seu bolso que
depois uma roupinha pra sua boneca.

CLARICE: Aí tá, desculpa. Mas… Agora pode me contar a sua históriaaaaaa.

ARARA: A gente acabou de se conhecer e você quer saber das minhas histórias…Minha
história é muito triste, não quero que você sinta pena de mim.

CLARICE: Não acabamos de nos conhecer não, a gente se conhece há um tempinho já.

ARARA: Acabamos de nos conhecer sim, faz só umas 3 cenas para trás.

CLARICE: Hummm… eu te dou isso, se me contar ( dar um objeto do lixo no mar)

ARARA: Aí minha Deusa que rege as árvores que escalo para dormir, um presente pra
mim. Está bem, eu vou te contar a minha história.
Eu era uma linda Arara-azul. Eita, ainda sou, mas eu era uma Linda Arara que voava… Mas
um dia, oh que dia, não gosto nem de lembrar ( começa a se emocionar), viu, Clarice? Por
isso não queria contar.

CLARICE: Já que começou, agora continua!

ARARA: Tá, Tá, Tá. Eu estava lá, voando lindamente, quando me distraí com uma
comidinha dando sopa ali no chão, no meio das árvores, foi quando me pegaram, me
prenderam numa gaiola depois de cortarem minhas asas. Perceberam que eu tinha
problemas respiratórios e me abandonaram. Eu andei , andei, andei taaaaanto até que um
dia eu consegui encontrar a floresta novamente.

CLARICE: Nossa, dona Arara eu sinto muito, não sabia de nada disso, que os pássaros e
os animais sofriam tanto. Ainda bem que você está livre agora, né. E a minha história
também é tãããão triste, eu perdi o meu amigo Gumba. E eu preciso encontrar o Reino de
Angatu. para saber onde ele está. Você me ajuda?

ARARA: Obrigada por entender minha causa! Angatu…. siimmm. Nós temos apoio do
Reino para o nosso movimento. Fica aqui perto, logo na esquina depois da sede do
movimento das Araras.

CLARICE: Uai no mar tem esquina igual na rua?

ARARA: ahhhh, no seu mundo de imaginação tem! Vamo lá!

(Arara sai rápido e Clarice corre atrás, dando voltas)

CLARICE : Ei ei… Me espera Dona Arara.

ARARA: Aqui Clarice, espero que dê certo, tenho que ir, a gente se esbarra por aí, byee.

CENA 10 (Clarice e Madá)

Clarice chega no reino de Angatu e fica encantada , deslumbrada com o lugar, Mexe nas
coisas, nos objetos - sonoridade ambientando a grandiosidade do momento - jogo de cena
de Clarice e bisavó Mada escondida espiando atras do trono )

CLARICE:: Uaaau!!! É como eu imaginava, que lugar lindo e limpo!!!….. chocolate Queria
que meu quarto fosse assim, bem colorido e organizado E esse é o tal trono da rainha,
agora eu sou a rainha, por favor me sirvam, tragam morangos, uvas… e brigadeiros
também porque o Gumba adora.

(Clarice anda pelo espaço encantada, pega curiosa o guizo, senta no trono se sentindo
importante e toca o gizo) (Bisavó Madá , toca seu próprio gizo, jogando com ela que toca
de novo sem ver a Bisa Madá)

BISA MADÁ: Como ousa sentar no trono do Reino de Angatu! ( diz Bisa Mada ainda atrás
do trono)

( Clarice se assusta e salta do trono )

CLARICE: Quem esta aí???


BISABISA MADA: Sou a Madá! A Sra das Águas, bem vinda ao Reino de Angatu. E para
você poder se sentar neste trono, precisa aprender muitas coisas.

(BISA Madá, faz um gestual de carinho no seu rosto de Clarice, pega o gizo das mãos de
Clarice e se senta no trono )

CLARICE (admirada): Ah, então a rainha é uma tartaruga, dessa eu não sabia não . Mas eu
sei de muitas coisas também viu. E a senhora tá me lembrando alguém... ( as duas se
olham)

BISA MADA: Como demorou pra chegar até aqui.( toca o guizo) Por onde andou?

CLARICE: Ahhhh eu tava brincando ai choveu, eu perdi o gumba, eu viajei nas águas,
encontrei a arara, a peixinha…. ihhh já aprendi muitas coisas

BISA MADÁ: Tá ta , tá ...Não era para ter se perdido tanto para chegar aqui no Reino de
Angatu, afinal foi a Boiúna quem te trouxe ... ( Vida Madá pega um objeto e faz movimento
sinuoso)

CLARICE: Não, foi a arara, e quem é a Boiúna?

BISAVÓ MADÁ: aí ai ai ... Vou contar um segredo para vocês crianças. Vocês gostam de
segredos?

CLARICE: Eu adoro, minha mãe conta muitas histórias secretas que minha bisavó contava,
eu adoro histórias... ( Se olham, quase reconhece ) Hum minha bisa....

BISABISAVÓ MADÁ: (sorri) Há muito tempo atrás, o mar e a terra eram bonitos e limpos
em todo lugar, igual aqui no Reino de Angatu … ( Bisa pega um objeto e faz movimentos )
então a Boiúna, ela é uma protetora da natureza, vivia nadando pelo rio Hamza, hora
cobra, ( vó entrega objeto/Boiúna p/ Clarice brinca com a cobra e se senta na frente da
avo) hora barco, ela percorre todo os rios e ajuda quem precisa, ela derrubava dos barcos
os navegantes que queriam maltratar a natureza . (Bisa faz gestual do filho) Um dos filhos
da Boiuna decidiu cuidar da natureza, assim se tornou humano e encontrou novos amigos
que também queria proteger a natureza Assim como ele, você também pode ser uma
protetora da natureza, dos animais e das águas, que quando estam sujas pelo lixo deixam
os seres vivos doentes . Agora sobraram poucos lugares limpos como aqui no Reino de
Angatu, (sonoridade ) E a senhorita, que tem o dom de viver nos dois mundos junto com
seus amigos podem também proteger a natureza, Você quer Clarice viver essa aventura,
como nas histórias? E ser uma protetora da natureza?
CLARICE: As histórias… são suas … bisabisa …. tartaruga , você é a minha bisavóbisav
Madá! (Clarice se levanta se abraçam celebram) eu sempre quis conhecer a senhora,
minha mãe me contou várias histórias suas. E sabe de uma coisa? Eu também invento
muuuitas histórias. E preciso contar logo pro Gumba.

(testara a ideia da entrega do vestido em cena )

BISAVÓ MADÁ: Você vai encontrar Lembre se você é feita do mar, voltar ao início de tudo.
volte, volte… )

(vó entrega um conduite que assovia, e Clarice começa a girar no redemoinho, troca
cenário, coloca lixo . )

CENA 11 (Clarice e Gumba)

Cena Gumba e Clarice.

(Clarice cai em cima de um monte de lixo, e estranha o lugar )

CLARICE: Credo que lugar sujo, tão diferente do Reino de Angatu, a peixinha pode
engasgar, vou limpar isso e encontrar o Gumba
(Clarice organiza o emaranhado de lixo encontra Gumba
CLARICE: GUMBA!! É você?
GUMBA: Clarice!!
Clarice e Gumba se abraçam
CLARICE:: GUMBA!! GUMBA!! GUMBA!!
GUMBA: Clarice!! Clarice!! Clarice!!
CARICE: Ai Gumba, que saudades de você. Eu andei tanto atrás de você, quer dizer, nada
né, e nem sei como porque eu nem sabia nadar, e ainda respirei debaixo d’água, acredita?
… você perdeu tudo porque me deixou sozinha!
GUMBA: Ô Clarice, não foi minha culpa, eu achei que iria morrer de medo quando eu caí
da sua cama e vim parar aqui no fundo. A água me encharcou e eu fiquei pesado, com
preguiça e não conseguia mais andar. aí um polvo ou era uma lula? não sei, só sei que
tinha tantos braços, ele dizia frases que eu nunca entendi. aí veio uma peixinha meio
esquisita que do nada dormia, e sempre esquecia das coisas (nossa ela precisa tomar
umas vitaminas para memória, urgente meu deus!)
CLARICE:: Ahhh a corvina, eu também encontrei ela, ela me mandou para um lugar cheio
de lixo. eu te procurei tanto gumba.
GUMBA: Eu te vi, mas eu estava com a boca tampada e cheio de lixo por causa do polvo e
eu gritava “Humuhumuhumu” e voce nao me ouvia
CLARICE:: Meu deus, gumba. vou brigar com esse polvo, pq ele fez isso com você?? Ahh
eu também encontrei uma arara azul que me levou para o reino de Angatu e eu conheci a
minha Vó Madá.
GUMBA: Uma arara? debaixo d'água? a sua avó?? Que mentirosa!
CLARICE: É verdade Gumba, primeiro eu encontrei ela na canoa, quando estava
desesperada procurando você e a minha bisa fala em charadas, olha isso
GUMBA: Clarice, você comeu? você tá doidinha!
CLARICE:: Só umas algas que tem gostinho de peixe. ahhh vc não esta acreditando em
mim de novo
GUMBA:Você não muda mesmo né clarice! para que mentir. Chata!
Eles discutem e cada um virar para lado
GUMBA: se eu pudesse sair daqui já tinha saído.
CLARICE:: Vai lá, pode ir!
GUMBA: Eu estou todo ensopado e não consigo sair. Também eu não queria mais!
CLARICE: Uai se torce!
GUMBA: Ah Clarice, me desculpa! eu não queria falar assim! estava com saudades até de
você briga comigo.
CLARICE: Isso mesmo!
GUMBA: Clarice!!!
CLARICE:Tá bom! Me desculpa Gumbinha! Eu senti muito a sua falta.
Se abraçam!
GUMBA: Eu te amo, Clarice!
CLARICE:Eu te amo, Gumba!
GUMBA: Clarice, a gente tem que sair daqui. amanhã não é a sua festa?
CLARICE:É verdade Gumba! Já tinha esquecido. falando nisso você já escolheu sua para a
festa?
GUMBA: acho que vou ser essa mesmo, estou sem muitas opções no guarda roupa! mas
como eu vou sair daqui?
CLARICE Já sei!!!!! eu vou te torcer e você vai conseguir levantar.
GUMBA:: mas a gente não está debaixo d'água.
CLARICE: Ai gumba, mas você está no meu sonho, e no mais minha avó disse que a gente
precisa acreditar.
GUMBA:: Tá bom Clarice, eu vou acreditar!
Clarice torce o gumba, brincando com os braços seus e perna. ele levanta e muito feliz leva
a clarice nas costas até sua cama.

Vou remando minha canoa Lá pro poço do pesqueiro Oh, Beira Mar, adeus, dona Adeus,
riacho de areia

Arriscando minha vida Numa canoa furada Oh, beira mar, adeus, dona Adeus, riacho de
areia

Adeus, adeus, toma adeus Que eu já vou-me embora Eu morava no fundo d'água Não sei
quando eu voltarei Eu sou canoeiro

Eu não moro mais aqui Nem aqui quero morar Oh, beira mar, adeus, dona Adeus, riacho de
areia

Moro na casca da lima No caroço do juá Oh, beira mar, adeus, dona Adeus riacho de areia

Adeus, adeus, toma adeus Que eu já vou-me embora Eu morava no fundo d'água Não sei
quando eu voltarei Eu sou canoeiro

Rio abaixo, rio acima Tudo isso eu já andei Oh, beira mar, adeus, dona Adeus, riacho de
areia

Adeus, adeus, toma adeus Que eu já vou-me embora Eu morava no fundo d'água Não sei
quando eu voltarei Eu sou canoeiro

CENA 12 (Clarice retorna)

CLARICE: Olha, Gumba, é a boiúna, é uma cobra gigante que se transforma em


barco/canoa/jangada, foi ela que trouxe a gente, vamos!!!

Clarice sobe no Gumba e vai pra cama.

CENA 13 (Festa)

MÃE: Acorda Clarice, seus amigos já estão chegando.


CLARICE: Ah, Gumba, eu sonhei que tinha perdido você!!! Jamais te deixarei, meu amigo.
E hoje é dia de festa, vamos pro clube. E eu já tô pronta, mas tinha dormido de pijama, será
que eu fui mesmo pra Angatu e não foi um sonho. Ai que máximoooo! Eu preciso pegar
meu óculos antes, estou super fashion que nem o polvo Sábiduuh!

(sai de cena e os amigos entram)

Comentam sobre o sonho que tiveram igual e vão cantar e dançar juntos:

Orientação da Flávia
– Todos espalhados correm se encontram no centro animados
-- burburinho sobre o sonhos
CLARICE - sabe o que vou fazer, vou contar pra minha mãe.
HITALO/GUMBA - (emburrado) Pode contar rum!
CLARICE - (começa a contar no sonho)
TODOS - (burburinho do mesmo sonho) RISADA
GIGI - No seu sonho tinha redemoinho..
Hitallo /GUMBA - Ah vamos brincar de ciranda
CLARICE - Quem quer brincar de ciranda põe o dedo aqui senão vai fechar e não adianta
chorar.

formam o círculo
1a vez cantam
2a vez cantam e dançam +rápido
3a vez cantam dançam pulando
Buscam as crianças
4a vez dão as mãos para as crianças cantam e dançam com elas.

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