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Alice no País das Maravilhas

IRMÃ:Napoleão Bonaparte, o segundo de oito filhos, nasceu na Casa Bonaparte, na cidade de


Ajaccio, Córsega, em 15 de agosto de 1769... (Alice faz um bocejo)

IRMÃ: Alice! Você quer prestar atenção na lição de história!

ALICE: Perdão, mas como prestar atenção em um livro que não tem gravuras?

IRMÃ: Ouça Alice, há muitos e muitos livros nesse mundo que não há gravuras.

ALICE: Neste mundo pode ser, mas pra mim, os livros só teriam gravuras.

IRMÃ: Pra você? Ahg... está sonhando!

ALICE: Sonhando! É isso, se esse mundo fosse só meu, tudo seria diferente. Nada era o que é,
porque tudo era o que não é, e também tudo que é por sua vez não seria, o que não fosse seria.
No meu mundo os gatos não diriam: Minhau! Diriam: Sim, dona Alice...

COELHO:Oh, puxa! Devo estar muito atrasado! Oh, não! É tarde! É tarde! Estou muito atrasado!

ALICE: Oh, me espere! Senhor coelho, me espere!

COELHO:Não posso, estou muito atrasado! É tarde!

ALICE: Bem, depois de uma queda dessas, eu não vou achar nada se rolar pela escada! Em casa
eles vão achar que sou corajosa! Por que eu não vou falar nada, mesmo que caia de cima da
casa! Puxa! Essa queda não acaba mais! Eu adoraria saber quantas milhas eu caí até agora, eu
devo estar chegando em algum lugar do centro da terra. Deixe-me ver. Até aqui eu já desci umas
400 milhas, eu acho. Minha irmã vai sentir muita minha falta esta noite!

COELHO:Oh! Minhas orelhas e minhas vibrissas, como está ficando tarde!

ALICE:Deve ser de algumas dessas portas, mas qual? Se ao menos eu tivesse prestado atenção
para qual delas que o coelho entro

FECHADURA: Quem é você?

FECHADURA: Sou eu. A fechadura, Bem aqui em baixo.

ALICE: Eu sou Alice, uma menina! FECHADURA: O que você procura, jovem Alice?

ALICE: O Coelho de colete, o senhor sabe para onde ele foi?

FECHADURA: Não sei, senhorita Alice, para onde ele foi, mas sei por onde ele passou.

ALICE: E por onde ele passou?!

FECHADURA: Passou por mim, oras!


ALICE: Ah, obrigada!

FECHADURA:Antes você tem que me responder uma pergunta! Menininha!

ALICE: Oh, desculpe!

FECHADURA:Então, lá vamos nós. Qual é o sabor da minha torta favorita?

ALICE:Oh, puxa! Essa pergunta não vale, como eu haveria de saber de qual torta você gosta mais!

FECHADURA:Quem faz as perguntas aqui sou eu,Menininha! Se não responder, não passa!

ALICE:Já sei! Fechaduras não tem estômagos, por isso não podem comer tortas! Mas podem
beber óleo, senão, a chave com certeza ficaria emperrada! Estou certa, senhor Fechadura?

FECHADURA: Oh, acertou... você é uma garotinha esperta, senhorita Alice, com certeza vai
encontrar o coelho de colete rapidamente. Pode passar!

FECHADURA:Boa sorte Alice!!!

ALICE: Vamos ver, por onde é? Que caminho devo tomar?

GATO LISTRADO começa a cantarolar. Ele está escondido.

ALICE: Ora, quem estaria cantando?Quando Alice olha atrás de uma árvore...

GATO LISTRADO: Perdeu algo?Alice se vira rapidamente, sem jeito com as palavras...

ALICE: Não, não... isto é, eu estava pensando...

GATO LISTRADO: (interrompe) Estou muito bem.

GATO LISTRADO: Segundo verso. ♫ (volta a cantarolar)

ALICE: Oh, você é um gato!

GATO LISTRADO: Mestre Gato. (volta a cantarolar)

ALICE: Oh, espere! Não vai, espere!

GATO LISTRADO: Muito bem!Terceiro verso...

ALICE: Não, não, não... Obrigada, mas eu só queria saber que caminho tomar.

GATO LISTRADO: Isso depende... do lugar! E onde quer ir...

ALICE: Oh, isso não importa, desde que eu...

GATO LISTRADO: Então, não importa... que caminho tomar?

GATO LISTRADO: Então vamos ver. Se você quer saber, ele foi por ali! (aponta para os dois lados
do cenário)

ALICE: Ele quem?

GATO LISTRADO: O coelho branco!

ALICE: (hesita) Foi?


GATO LISTRADO: Foi o que?

ALICE: Por ali (aponta para um lado de cenário). GATO LISTRADO: Quem foi?

ALICE: (sem paciência) O coelho branco! GATO LISTRADO: Que coelho?

ALICE: Mas não me disse que/... que coisa! (se vira com os braços cruzados)

GATO LISTRADO: Você sabe fazer isto?

GATO LISTRADO: Eu aqui... se eu procurasse o coelho branco... iria ao chapeleiro maluco?

ALICE: Ele é maluco? (olha para a arvore que há a placa escrita “Chapeleiro Maluco””)... Não,
não. Não quero.

GATO LISTRADO: Então a Lebre? Naquela direção! (aponta pra placa escrita “Lebre”).

ALICE: Oh, obrigada, então eu vou visitar...

GATO LISTRADO: (interrompe) Ele também é maluco...

ALICE: Mas eu não quero ver gente maluca!

GATO LISTRADO: Oh... não pode evitar. Tudo aqui é maluco... (dá uma risada) Você não notou
que eu... estou mais lá, do que aqui?

ALICE: Se todos são assim, é melhor não contrariar.

CHAPELEIRO: Tá cheio! Tá cheio! Não tem lugar! Não tem lugar! (diz andando sobre a mesa)

ALICE: Tem muito lugar!

LEBRE: Tome um pouco de suco!

ALICE: Eu não vejo nenhum suco...

LEBRE: Não tem nenhum mesmo.

ALICE: (raiva) Então não é muito educado de sua parte oferecer!

LEBRE: E não é muito educado da sua parte sentar-se sem ser convidada!

ALICE: Eu não sabia que era sua mesa. Ela está arrumada para muito mais que dois convidados!

CHAPELEIRO:(calmamente) Seu cabelo está precisando ser cortado.

ALICE: Você deveria aprender a não fazer esse tipo de comentário pessoal! Isso é muito
grosseiro!

CHAPELEIRO: Por que um corvo se parece com umaescrivaninha?

ALICE: Acho que posso adivinhar essa!

LEBRE: Você acha que pode encontrar a resposta dessa?

ALICE: Exatamente!

LEBRE: Então você pode dizer o que acha!


ALICE: Eu vou... pelo menos... pelo menos... eu acho o que digo... o que é a mesma coisa, você
sabe.

CHAPELEIRO: Não é a mesma coisa nem um pouco! Senão você também poderia dizer!

CHAPELEIRO: Que dia do mês é hoje? ALICE: É dia 4!

CHAPELEIRO: (suspira) Dois dias errados! Eu disse a você que a manteiga não ia adiantar nada!
(para a Lebre)

LEBRE: Era a melhor manteiga!

CHAPELEIRO: Sim, mas algumas migalhas devem ter caído!

LEBRE: Era a melhor manteiga, você sabe.

ALICE: Que relógio engraçado, ele mostra o dia do mês e não à hora!

CHAPELEIRO: (resmunga) Por que deveria? Por acaso o seu relógio diz o ano que é?

ALICE: É claro que não! Mas é que o ano permanece por muito tempo o mesmo!

CHAPELEIRO: Este é exatamente o caso do meu... ALICE: Eu não estou entendendo nada.

CHAPELEIRO: Você já adivinhou a charada? ALICE: Não, eu desisto. Qual é a solução?


CHAPELEIRO: Eu não tenho a mínima idéia.

LEBRE: Nem eu.

CHAPELEIRO: (lamento) Eu e o tempo tivemos uma disputa março passado... um pouco antes
dela enlouquecer, você sabe... (cutuca a Lebre) Foi na grande concerto dado pela Rainha de
Copas e eu tinha que cantar: ♫ Pisca, pisca, pequeno morcego! Como eu queria saber onde você
está!. Conhece a canção, por acaso?

ALICE: Já ouvi alguma coisa parecida.

CHAPELEIRO: Ela continua, você sabe, dessa maneira...♫ Muito acima do mundo você voa,
Parece uma bandeja de chá no céu, pisca, pisca.Eu mal tinha acabado de cantar o primeiro verso,
quando a Rainha berrou: Cortem-lhe a cabeça!

ALICE: Que selvageria!

CHAPELEIRO: E desde então... ele não faz nada do que eu peço. É sempre seis ta tarde agora!

LEBRE: Tome mais um pouco de chá.

ALICE: Mas eu não tomei nada! Portanto eu não posso tomar mais!

CHAPELEIRO: Você quer dizer que não pode tomar menos. É mais fácil tomar mais do que
nada!

ALICE: Ninguém perguntou sua opinião!

CHAPELEIRO: Quem está fazendo observações pessoais agora?


COELHO: Está tarde! Oh, como está tarde! É tarde! É tarde!

CHAPELEIRO: (grita) O coelho! O coelho!

ALICE: É verdade, o coelho!

ALICE: Obrigada pelo chá maluco, senhor Chapeleiro.

CHAPELEIRO: Chá?!

LEBRE: Maluco?!

ALICE: Que chá mais bobo!

ALICE: Ainda bem que tem esse caminho, com certeza o coelho branco deve ter passado por
aqui.

ALICE: E agora? Para onde eu vou? Já está ficando escuro! (começa a chorar/ senta na rocha)
Eu quero ir para casa! Mas como eu vou sair daqui, quem vai me encontrar aqui?

GATO LISTRADO: E quem esperava? O coelho branco, por acaso?

ALICE: Oh, não, não... eu não quero o coelho... eu,

GATO LISTRADO: Naturalmente é porque você não pode. Tudo aqui é da Rainha! (faz uma
reverência)

ALICE: Mas eu nunca vi uma Rainha.

GATO LISTRADO: Não... nunca viu? Oh... espere! Ela ficara louca, louca por você... (dá uma
risada).

ALICE: Mas, como vou achá-la?

GATO LISTRADO: Uns vão por ali (aponta para um lado) Outros por aqui (aponta para o outro
lado)... Mas, quanto a mim, pessoalmente, eu prefiro por aqui (abre a porta do caule).

ALICE: Oh, obrigada!

SETE: Cuidado, cinco! Não jogue tinta em mim!

CINCO: Eu não tive culpa, o Sete empurrou meu cotovelo!

SETE: Muito bem, Cinco! Sempre colocando a culpa nos outros!

CINCO: É melhor você não falar nada, ontem mesmo eu ouvi a Rainha dizer que você merecia
ser decapitado!

SETE: Por que?

CINCO: Não é da sua conta, Dois!

ALICE: Vocês poderiam dizer-me, por favor, porque estão pintando essas rosas?
CINCO: (baixo) Por que, de fato, você vê,senhorita, está deveria ser uma roseira vermelha, e
nós plantamos uma roseira branca por engano, e , se a Rainha descobrir, nós todos seremos
decapitados, sabe. Portanto, você vê, Senhorita, estamos fazendo o possível, antes que ela
chegue para...

SETE: (grita) A RAINHA! A RAINHA!

COELHO:Imperial a vista! Sua graça! Sua excelência!Sua real majestade! A Rainha de copas!

TODOS:VIVA!!!

COELHO:(desanimado) E o rei...

RAINHA:Quem fez isso?!

RAINHA:Idiota! (olha para Alice) Qual o seu nome,criança?

ALICE: Meu nome é Alice, as suas ordens Majestade.

RAINHA:E quem são esses? (aponta para as cartas que estão de joelhos)

ALICE: Como eu poderia saber? Não é da minha conta. A Rainha fica com muita raiva...

RAINHA:Cortem-lhe a cabeça! Cortem-lhe...

ALICE: Besteira!

REI:Ela é só uma menina, minha queria!

ALICE: O gato!

RAINHA:Quem?

ALICE: O mestre Gato! Nas suas costas!

RAINHA:Não vejo nada!

ALICE:Bem aqui!

RAINHA:(berrando) Alguém perderá a cabeça por isso!!! Você!!! (aponta para Alice)

REI:Meu bem... não podíamos formar um júri?

RAINHA:Um júri?

REI:É. Um jurizinho, bem pequenininho...

RAINHA:Está muito bem... (berra) Podem começar o julgamento!

COELHO: Oh, majestade! Senhores jurados! Estamos aqui para acusar a menina Alice por
maltratar a Rainha verbalmente e lhe causar vários constrangimentos...

ALICE: Que absurdo!


COELHO:Bom... va/

RAINHA:Chegue de tantas asneiras, vamos para a parte da sentença!

ALICE: Mas antes vem o meu veredito!

RAINHA:(berra) Sentença primeiro! (calma) depois o veredito...

ALICE: Mas não é assim que se faz...

RAINHA:(berra) Quem manda aqui?!!

ALICE:É voz, majestade.

RAINHA:Sim meu bem... CORTEM A.../O Rei cutuca a Rainha...

REI:Escute meu bem, e as testemunhas? Podemos chamar, uma, duas... em?

RAINHA:Oh, está bem... (berra) MAS VAMOS COM ISSO!!!

REI:Tragam a primeira testemunha.

COELHO:A lebre maluca!

REI:O que você sabe sobre o incidente?

LEBRE: Nada.

RAINHA:Como nada?!

LEBRE: (afronta) Nada de nada!!!

RAINHA:(para o rei) Muito Importante!!! Senhores jurados, tomem nota.

ALICE: Sem importância, senhora Majestade, eu disse é claro.

RAINHA:SILÊNCIO! Outra testemunha.

REI:O chapeleiro Maluco!

REI:Onde estava na hora do ocorrido?

CHAPELEIRO:Bebendo chá em casa.

RAINHA:Ah, isso é muito importante. Senhores jurados, TOMEM NOTA!

ALICE: Olhe senhora rainha... RAINHA: Olhe o que, minha querida?

ALICE: Olhe, ele voltou. O mestre gato.

RAINHA:Gato?

TODOS, UM POR UM DIZ: Gato?


REI:Pegue a geléia! (para o coelho)

CHAPELEIRO: Jogue a geléia! ALICE: Mas por que?

LEBRE: Anda!

RAINHA:Onde está o gato?

ALICE: Oh, Não! Era para acertar o gato! A Rainha limpa a cara, enfurecida...

RAINHA:A cabeça de alguém vai rolar esta noite... e será a SUA! Cortem-lhe a cabeça!!!

ALICE:Oh, não!

RAINHA:Cortem-lhe a Cabeça!

CHAPELEIRO:Você não pode sair sem tomar um chá! GATO LISTRADO: Você não vai
conseguir...

ALICE: Deixe-me ir!

FECHADURA:Você não pode passar, pois já está lá! Olhe!

ALICE: Acorde Alice! Acorde!

RAINHA:Cortem-lhe a Cabeça!

IRMÃ: Acorde, Alice! Quer ficar atenta e repetir a lição!

ALICE: Maçanetas, Coelhos e Rainha boba!

IRMÃ: Alice, onde foi que aprendeu isso?

ALICE: Oh, perdão, Mas a maçaneta me disse...

IRMÃ: Maçaneta? Oh, que sonhadora! Ah... Alice,bom... vamos, está na hora do chá.

- A Irmã, segurando o livro sai... Alice olha para o publico e sorrir e sai saltitante...

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