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Recife
2016
BÁRBARA VIRGINIA PEREIRA CAVALCANTI
Recife
2016
C376c Cavalcanti, Bárbara Virgínia Pereira.
Contribuição à gestão de resíduos sólidos numa instituição de ensino
superior: análise da Universidade de Pernambuco – UPE./ Bárbara
Virgínia Pereira Cavalcanti. – Recife: o autor, 2016.
103 f.: il.; tab.: 30 cm.
CDD: 363.728
FCAP-UPE 21-2016 Edna Meirelles – CRB-4/1022
FOLHA DE APROVAÇÃO
Banca Examinadora
A Deus, ao Divino Espírito Santo, à Nossa Senhora, à Santa Bárbara e aos meus Guias
Espirituais por estarem ao meu lado, amparando-me e protegendo-me sempre.
À mãe terra que nos ama de forma incondicional, doando-nos o alimento, a água e o ar
e que continuará doando para nossas gerações futuras, caso tenhamos com Ela atitudes de
amor, respeito e preservação.
Aos meus amados pais Jorge e Lila (in memoriam), sempre presentes na minha vida e
primeiros professores.
Ao meu amado e amigo esposo Sérgio, por estimular e apoiar minha caminhada
pessoal e profissional e pelo apoio nas minhas ausências.
Aos meus filhos amados Diogo e Murilo, presentes Divinos, sempre hodiernos na
minha vida e pela compreensão nas minhas faltas. Vocês são meus portos seguro e meus
espelhos.
Aos meus netos Vinícius e Beatriz pelo sorriso que fortalece o caminhar do vovô
Sérgio e da vovó Bala e pelo ensinamento que eles me deram de que amor é desprendimento.
A meus irmãos Stella, Raimundo, Carla e meu cunhado Marquinhos e cunhada Meyre
pelo sentimento de irmandade que nos une.
A Ilka e Rafinha que tanto me estimularam, ajudaram e tornaram-se filhas de coração.
Ao meu orientador professor Fábio Pedrosa, com quem muito aprendi.
Aos membros da Banca, eternos professores, Profº Sérgio Peres, Profº Sérgio Dantas
e Profº José Luiz, agradecem aos ensinamentos, a disponibilidade e por avaliarem este
trabalho
Ao Prof. José Roberto, Diretor da POLI, pelo apoio.
A Profª Emília Rabanni pelo exemplo de compromisso, pelo ensino e disponibilidade.
Aos alunos do grupo de pesquisa em Desenvolvimento Seguro e Sustentável (DESS)
que colaboraram com esta pesquisa.
A Adalberto Freire, bolsista do Laboratório POLICOM, pelo apoio e presteza.
Ao amigo Everaldo, pelo compromisso com o meio ambiente e apoio nesta pesquisa.
A Marilza Lima e sua equipe pelo apoio e compromisso com o meio ambiente e com a
POLI.
Ao Pessoal de Serviços Gerais da FCAP pela amizade que construímos juntos e pelos
seus ensinamentos.
Ao Pessoal de Serviços Gerais da POLI pela amizade que construímos juntos e pelo
seus ensinamentos.
Ao Profº Múcio Banja, coordenador do mestrado GDLS/FCAP/UPE.
A Zeza e Angélica, secretária do Mestrado GDLS, sempre prontas para nos acolher.
A todos os professores do mestrado que contribuíram não só com os ensinamentos
acadêmicos, mas, sobretudo, com os ensinamentos de vida, por compartilharem seus
conhecimentos e experiências profissionais
Aos amigos Marilene Borges, Carlos Cassé e Daniela Câncio, vocês fazem parte de
minhas páginas da FCAP e do Mestrado.
Aos amigos que fazem parte da minha caminhada a favor das causas sociais e
ambientais.
Com cuidado para evitar algum esquecimento, agradeço às pessoas e instituições que,
direta ou indiretamente, contribuíram com essa pesquisa.
Ao ITEP pela acolhida.
A colega Dra.Sônia Pereira, pesquisadora do ITEP, pela alegria do reencontro e apoio.
A amiga Silvânia e ao amigo Valdemir, pelo exemplo do compromisso ambiental.
A todos catadores que, na honrada labuta diária, nas ruas e nos vazadouros a céu
aberto, retiram os resíduos sólidos para o próprio sustento e contribuem com dignidade para o
equilíbrio do meio ambiente.
A todos (as) guerreiros (as) das questões dos resíduos sólidos que, mesmo eu não os
conhecendo pessoalmente, tive a alegria de conhecê-los(as) através de seus artigos,
dissertações, teses e livros, os quais contribuíram no desenvolvimento desse estudo.
Ao eterno amigo Erik que, na sua breve passagem neste plano de vida, deixou seu
exemplo de luta e esperança pela causa dos catadores de materiais recicláveis.
À mãe terra que, de maneira incondicional, ama-nos com carinho, doando-nos o
alimento, a água e o ar e, também, mostra-nos, amavelmente, a necessidade de lembrarmos
das nossas gerações futuras. Assim, devemos fazer a nossa parte retribuindo e atendendo a Ela
com atitudes de amor, respeito e preservação à nossa casa coletiva: Planeta Terra.
Minha gratidão.
“Isto sabemos. Todas as coisas estão ligadas como o sangue que une
uma família […] Tudo o que acontece com a Terra, acontece com os
filhos e filhas da Terra. O homem não tece a teia da vida; ele é apenas
um fio. Tudo o que faz à teia, ele faz a si mesmo.”
Chefe Seattle
O lixo
The Brazilian Federal Law nº 12.305/2010 established the National Policy on Solid Waste
(PNRS), providing for the guidelines on integrated management and solid waste management.
However, in view of the environmental, cultural and economic complexity of the subject of
solid waste, its implementation faces major challenges that require commitment among the
entities of the Brazilian federation, private institutions, civil society and educational
institutions. The latter, in addition to the legal duty to solve their internal issues related to
solid waste management, are committed to fostering a critical conscience for taking new
practices regarding consumption, waste generation and disposal. In this context, this study
aimed to investigate the current situation of management and solid waste management, in the
light of Law nº 12.305/2010, the units that constituite the Benfica Campus of the University
of Pernambuco, the Polytechnic School (POLI) and Faculty of Sciences of Pernambuco
Administration (FCAP). To guide the achievement of the overall objective, the following
specific objectives were defined: To characterize the composition of solid waste in POLI and
FCAP; Describe the current situation of solid waste management under the POLY and FCAP;
Propose contributions to the current management model, in the light of these laws. The basic
methodology for collecting the information was of primary and secondary order, with the
collection instruments to research observation, gravimetric composition and application of
interviews with those directly involved with the management, laboratories and copij centers,
aiming to meet the generated waste and its treatment and disposal. The nature of the research
was quantitative and qualitative. In the study, laudable initiatives were observed, such as:
selective collection of recyclables in FCAP, through sustained and participatory process of its
community since 2000; ongoing project to implement the selective collection of recyclable at
POLI through the Project Team on Sustainable Development and safe- DESS. However,
when considering the application of the tools of PNRS, could be presented as a result that
there is no line in the administration and management of solid waste with the guidelines of
Law No. 12.305 / 2010, which, in its Article 9, presents the ranking for the management of
solid waste and in Article 8 defines environmental education with instrument. Therefore, it is
recommended to be formed in these colleges a Study Group to build the Solid Waste Policy
for Campus Benfica and as a next step, the development and implementation of a waste
management plan in accordance with rules of the current legislation.
Keywords: Management and Solid Waste Management; National Policy on Solid Waste;
Environmental education
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO 16
2 OBJETIVOS 20
de Resíduos Sólidos 28
SÓLIDOS 64
7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 94
REFERÊNCIAS 97
16
1 INTRODUÇÃO
A história da geração dos resíduos sólidos tem sua ligação direta com a evolução do
homem e com sua apropriação dos recursos naturais, dos espaços físicos e suas práticas de
produção, consumo e descarte.
Assim sendo, no início do desenvolvimento da espécie humana, observa-se um
comportamento nômade e suas atividades, sobretudo, os resíduos gerados não comprometiam
o equilíbrio dos ecossistemas. Ao longo do processo de fixação do homem na terra, surgiu o
conceito de propriedade com a formação das vilas, das aldeias e das cidades. Diante deste
novo cenário e com o aumento populacional, ocorreu o aumento na geração dos resíduos
sólidos. Na idade Média (século V ao XV), as ruas de Londres e de Paris ficavam cheias de
dejetos, Eigenheer (2009).
Nos séculos XVIII e XIX, com o advento da industrialização, ocorreu uma grande
transformação nos arranjos produtivos e de consumo e, conforme apresenta Calderoni (2003),
após este marco, ocorreu um crescimento tanto na quantidade, como na diversidade dos
resíduos sólidos com características diferentes daquelas produzidas anteriormente, os quais se
constituíam, praticamente, de materiais orgânicos. Começava neste momento, uma questão
complexa e extremamente preocupante em escala mundial.
Apenas a partir da segunda metade do século XX, observa-se um novo olhar e
procedimentos, em escala global, sobre os resíduos sólidos, na busca de modelos adequados
de gestão e gerenciamento, visando enfrentar os diversos problemas derivados destes
materiais de ordem econômica, social e ambiental. Apesar desse entendimento, a humanidade
chegou ao século XXI sem equacionar as questões da crescente e diversificada geração dos
resíduos, bem como o correto tratamento e destino final dos mesmos.
Assim, estes problemas foram ocasionados pelo crescimento populacional do planeta
Terra que, segundo Alves (2014), vem ocorrendo a passos largos, tendo passado de 2,5
bilhões, em 1950, para a marca dos 7 bilhões de pessoas, em 2011, com perspectiva de
chegar a 9 bilhões em 2050. Neste caminho, Fadini e Barbosa (2001) dizem que esta realidade
conjugada à intensa urbanização, ao padrão de produção e consumo e à expansão da ciência e
da tecnologia são fatores determinantes para o aumento da geração dos resíduos tanto em
quantidade quanto em diversidade.
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resíduos sólidos, a hierarquia definida pela PNRS para a gestão e gerenciamento, a composição
gravimétrica como ferramenta para elaboração de plano de resíduos sólidos; as universidades no
caminho para o correto gerenciamento de resíduos sólidos.
No quarto capítulo, foi abordada a educação ambiental, sendo apresentada sua
conceituação e sua função de transformadora para novos valores, hábitos e comportamento e seu
papel no gerenciamento de resíduos sólidos.
No quinto capítulo, descreve-se a metodologia utilizada para atender aos objetivos
propostos; o locus da pesquisa e a coleta dos dados.
O sexto capítulo apresenta os resultados e analisa, sob a luz da Lei nº 12.305/2010, as
observações realizadas para acompanhar o processo de gerenciamento, identifica o tipo e
localização dos equipamentos existentes e sua utilização pela comunidade e visitantes das duas
Faculdades, apresentas composição gravimétrica para se ter conhecimento dos percentuais de
resíduos gerados, bem como, as entrevistas realizadas para esclarecer e completar os dados
obtidos na observação e composição gravimétrica.
O sétimo capítulo destina-se às conclusões e às considerações finais.
Com o resultado desta investigação, pretende-se contribuir para a construção de um
plano de resíduos sólidos para o Campus Benfica, desenvolvido sob a luz da Lei nº 12.305/2010,
o qual poderá ser ampliado e replicado para se tornar o PRS da UPE. Também,sirva de estímulo
às comunidades das faculdades para aadoção de novos valores e práticas em prol de um
desenvolvimento sustentável. Bem como, inserir na formação dos futuros gestores as questões
referentes ao meio ambiente, como é o caso dos resíduos sólidos,contribuindo, assim, para que
estes fiquem fortalecidos visando atender as novas demandas de mercado, as quais exigem
eficiência econômica, responsabilidade com o meio ambiente e equidade social.
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2 OBJETIVOS
“Tudo é Interligado”.
Alexandre Von Humboldt
"O planejamento de longo prazo não lida com decisões futuras, mas com o futuro de decisões
presentes”.
Peter Drucker
Nesse capítulo, será apresentado o aporte teórico e legal que foi utilizado para a
realização desta investigação. Assim sendo, serão discorridos a evolução do conceito de
resíduos sólidos; sua caracterização e classificação; as legislações pertinentes ao tema; o
cenário atual da geração destes materiais no Brasil, em Pernambuco e na cidade do Recife; o
entendimento conceitual de gestão e de gerenciamento; a competência do gerenciamento
destes materiais, sob a luz da Constituição Federal Brasileira de 1988, da Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS) e demais legislações, decretos e normatizações e o papel das
Instituições de Ensino Superior (IES) nos novos rumos da gestão e do gerenciamento de
resíduos sólidos. Além disso, será abordada a educação ambiental como ferramenta para o
correto gerenciamento destes materiais.
Antes do século XX, o termo “resíduos sólidos” era denominado “lixo”. Diante disso,
nesseitem, de início, será apresentada a definição de lixo e, posteriormente, a de resíduos
sólidos.
No dicionário Aurélio, a palavra lixo recebe a seguinte definição "1. O que se varre da
casa, da rua e se joga fora; entulho; 2. Coisa imprestável." (FERREIRA, 2006, p. 520). A
palavra lixo é derivada do latim lixe significa cinza, tal conotação se deve ao fato de que, na
antiguidade, a maior parte do lixo constituía-se fundamentalmente de cinzas, enquanto a
fração orgânica restante era aproveitada como alimento para animais ou adubos para horta e
pomares (SILVA; LEITE; CABRERA, 2014).
No século XX, em torno da década de 1960, os sanitaristas passaram a inserir o termo
“resíduos sólidos” em substituição a palavra “lixo”, e, igualmente, começaram a apresentar a
sua nova concepção (PEREIRA; CURI, 2013).
Por sua vez, Demajorovic (1995, p. 89) faz o seguinte comentário sobre estes dois
conceitos “resíduos sólidos diferenciam-se do termo „lixo‟ porque, enquanto este último não
possui qualquer tipo de valor, já que é aquilo que deve apenas ser descartado, os resíduos
sólidos possuem valor econômico agregado, por possibilitarem reaproveitamento no próprio
processo produtivo”.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) elaborou a norma NBR
10.004/2004 com o objetivo de “classificar os resíduos sólidos quanto aos seus riscos
potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados
adequadamente” (ABNT, 2004, p. 01). A NBR 10.004/2004apresenta como definição para
resíduos sólidos:
3.1 resíduos sólidos. Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam
de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial,
agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos
provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em
equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede
pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas
e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.
(ABNT, 2004, p. 01)
23
Diante do exposto, o termo “lixo” ao longo dos anos foi tomando outra conceituação.
De acordo com a Lei nº 12.305/2010, resíduo sólido é concebido como todo material que deve
ser reaproveitado ou inserido como insumo para produção de novos produtos, desta maneira,
estes materiais não devem ser encaminhados ao aterro sanitário1.
Os resíduos são caracterizados pelos aspectos físico-químicos, biológicos, qualitativos
e/ou quantitativos da amostra em estudo. A caracterização é baseada na normatização da
Associação Brasileira de Normas Técnicas, as Normas Brasileiras Registradas (NBR) nº
10.004, nº 10.005 e nº 10.006 e nº 10.007.
Os resultados analíticos da caracterização contribuem para a classificação do resíduo e
favorecem a otimização do seu tratamento e destinação final.
De acordo a norma NBR 10.004/2004 da ABNT, os resíduos são classificados pela
identificação do processo ou atividade que lhe deu origem, pela constituição e pelas
características de seus componentes e pela comparação destes constituintes com a listagem de
resíduos com potencial risco à saúde pública e ao meio ambiente (ABNT, 2004).
A identificação do processo produtivo, quando do enquadramento do resíduo nas
listagens A (resíduos perigosos de fontes não específicas) ou B (resíduos perigosos de fontes
específicas) da NBR 10.004/2004, pode ser o parâmetro utilizado para a definição do laudo.
Neste deve ser informada a origem do resíduo, a descrição do processo de segregação e a
1
Aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos, segundo a NBR 8419/1992 (ABNT, 1992) é a técnica de
disposição de resíduos sólidos urbanos no solo que não causa danos à saúde pública e à sua segurança,
além de minimizar os impactos ambientais.
24
A classificação é definida nas três Classes dos resíduos segundo a ABNT NBR
10.004/2004 estão apresentadas na Figura 1
Como demonstrado na Figura 1(3), a classificação dos resíduos sólidos deve ser feita
tomando por base os potenciais riscos ao meio ambiente e à saúde. Após a identificação de
seus possíveis riscos, estes são agrupados em duas categorias: Classe I – resíduos perigosos e
Classe II – resíduos não perigosos. A Classe II, por sua vez, subdivide-se em não inerte e
inerte (II-A, II-B).
No Quadro 1(3), será apresentada a classificação dos resíduos sólidos quanto à
periculosidade, conforme a NBR 10.004/2004. A classificação desses materiais é uma
ferramenta indispensável para seu correto gerenciamento.
A Norma da ABNT NBR 10.004/2004 faz referência a outras Normas da ABNT tais
como:
NBR 10.006/2004–Esta Norma objetiva fixa os requisitos exigíveis para obtenção de
extrato solubilizado de resíduos sólidos, visando diferenciar os resíduos classificados na NBR
10004 como classe II A - não-inertes - e classe II B - inertes.
NBR 10.007/2004 –Esta Norma objetiva fixa os requisitos exigíveis para amostragem
de resíduos sólidos. Substituem as normas de 1987.
25
espumas, cortiças entre outros) ou úmido (restos de comida, cascas e bagaços de frutas de
verduras e de ovos, legumes, alimentos estragados, etc.) e pela composição química, que, por
sua vez, subdivide-se em orgânica(alimentos, pó de café e chá, restos de alimento, cascas e
bagaços de frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, aparas e podas de jardim
etc) ou inorgânica (por exemplo: vidros, metais, isopor, lâmpadas, cerâmicas, espumas e
porcelana).
De acordo com sua classificação, os resíduos recebem o gerenciamento específico, sob
orientação das legislações e normatizações pertinentes.
Em relação aos resíduos infectantes (classe I – perigoso), a NBR 12.807/1993
estabelece os requisitos aplicáveis às atividades de gerenciamento de resíduos sólidos de
serviços de saúde (RSSS) realizadas fora do estabelecimento gerador e define este tipo de
resíduo como “aquele gerado em serviço de saúde que, por suas características de maior
virulência, infectividade e concentração de patógenos, apresenta risco potencial adicional a
saúde pública” (ABNT, 1993, p. 02). Dessa maneira, concluímos que uma fração de resíduos
sólidos domiciliares seja composta por resíduos infectantes, já que sangue, perfil cortantes, e
secreções estão presentes em papéis higiênicos, fraldas, agulhas e similares.
A normatização do gerenciamento dos Resíduos Sólidos dos Serviços de Saúde é
regulada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), por meio da Resolução da
Diretoria Colegiada (RDC) n° 306, de 07 de dezembro de 2004 (BRASIL, 2004), e pelo
Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, com a Resolução n° 358 de 29 de abril
de 2005 (BRASIL, 2005), que definiram as diretrizes sobre o gerenciamento dos RSSS,
considerando os princípios da biossegurança, preservação da saúde pública e do meio
ambiente.
Dessa maneira, a Resolução nº 358/05 do CONAMA (BRASIL, 2005) designa esses
materiais como aqueles provenientes de atividades relacionadas com o atendimento à saúde
humana ou animal. De acordo com a Resolução, esses materiais são classificados em cinco
grupos:
- Grupo A: Engloba componentes com possível presença de agentes biológicos que, por suas
características de maior virulência ou concentração, podem oferecer riscos de infecção.
Exemplo: placas e lâminas de laboratório; carcaças; peças anatômicas (membros); tecidos;
bolsas transfusionais contendo sangue, dentre outros;
- Grupo B: Contém substâncias químicas que podem oferecer riscos à saúde pública e/ou ao
meio ambiente. Exemplo: medicamentos apreendidos; reagentes de laboratório; resíduos
contendo metais pesados, dentre outros;
27
I - quanto à origem:
a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em
residências urbanas; os originários da varrição, limpeza de logradouros e
vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;
b) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;
c)resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os
gerados nessas atividades,excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”,
“h” e “j”;
d) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas
atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;
28
2
A Convenção de Basiléia foi introduzida no Brasil em 1993, por meio do Decreto nº 875/93
(BRASIL, 1993), o qual tem como objetivo controlar, a nível internacional, os movimentos
transfronteiriços de resíduos perigosos e de outros resíduos, definindo as normas para esses mesmos
movimentos, buscando garantir a segurança ambiental e da saúde das sociedades, tanto em termos de
transporte, quanto em termos de produção e gestão destes resíduos, promovendo, também, a
transferência de tecnologia relativa à gestão segura de resíduos gerados nas localidades. No Brasil, os
procedimentos necessários para o cumprimento da Convenção estão na Resolução do Conselho
Nacional do Meio Ambiente - CONAMA nº 23/96.
30
baratas e ratos, todos com graves consequências diretas ou indiretas para a saúde pública”
(JACOBI; BESEN, 2011).
Portanto, percebe-se que na CF/88 as questões referentes ao meio ambiente e a
educação ambiental, como ferramenta indutora do exercício da cidadania tiveram destaque. A
atual Carta Magna do Brasil fortaleceu a Política Nacional de Meio Ambiente - PNMA,
instituída pela Lei nº 6.938/1981, a qual tem como objetivo maior a preservação, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental favorável à vida (BRASIL, 1981).
Outro ponto relevante da Constituição Federal de 1988, conforme comenta Lopes et.al.
(1996), foram as condições criadas por ela para a descentralização da formulação de políticas,
consentindo que estados e municípios assumissem uma posição mais ativa nas questões
ambientais locais e regionais. Desta maneira, iniciou-se a formulação de políticas e programas
mais adaptados à realidade econômica e institucional de cada estado e munícipio, permitindo
maior integração entre as diversas esferas governamentais e os agentes econômicos. Porém,
apenas alguns estados e municípios apresentaram ter consciência da necessidade de conservar
seus recursos naturais remanescentes, talvez devido ao agravamento de seus problemas
ambientais ou por não terem melhor condição de informação sobre eles (LOPES et al., 1996).
A PNMA tem o intuito de assegurar o desenvolvimento socioeconômico, bem como
amparar uma vida humana de qualidade, sendo que por meio desta Lei foi instituído o
SISNAMA (Sistema Nacional de Meio Ambiente) e criado o CONAMA (Conselho Nacional
do Meio Ambiente), orgãos formados por representantes do governo federal, governos
estaduais e governos municipais. No CONAMA, notadamente, destaca-se a participação da
sociedade civil, com poder de discutir e elaborar legislações específicas. Dessa maneira, com
essas iniciativas, nasce um novo modelo de gestão pública na área ambiental descentralizado
e articulador.
Na linha de criação dos diplomas legais, visando edificar alicerces para o almejado
“desenvolvimento sustentável”, destaca-se a Lei nº 9605, de 12 de fevereiro de 1998, a qual
dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao
meio ambiente (BRASIL, 1998).
Com relação ao termo “desenvolvimento sustentável” Monteiro, Leite e Melo (2012,
p.19) o designam como “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a
possibilidade das gerações futuras de atenderem as suas próprias necessidades”. Esse conceito
foi definido no relatório intitulado Our common Future (Nosso Futuro Comum), apresentado
em 1987 pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, instituída pela
Organização Mundial das Nações Unidas – ONU, em 1983.
32
Conforme observado, a questão dos resíduos sólidos foi contemplada pela CF/88 e por
várias legislações, mas, apenas em 2010, foi sancionada a Lei nº 12.305, 02 de agosto de
2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, após 20 anos de
tramitação no Congresso Nacional. A Lei nº 12.305/2010 altera a Lei nº 9.605/1998, a qual
33
Salienta-se que a Lei nº 12.305/2010 não revoga o disposto nas seguintes Leis:
I - a prevenção e a precaução;
II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor;
III - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as
variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde
pública;
IV - o desenvolvimento sustentável;
V - a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a
preços competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as
necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto
ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo,
equivalente à capacidade de sustentação estimada do planeta;
VI - a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor
empresarial e demais segmentos da sociedade;
VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um
bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de
cidadania;
IX - o respeito às diversidades locais e regionais;
X - o direito da sociedade à informação e ao controle social;
XI - a razoabilidade e a proporcionalidade. (BRASIL, 2010)
Observando o Artigo 6º, entende-se que a Lei tem um caráter marcadamente inovador
e abrangente com relação a legislações anteriores.
Quanto aos objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, o Artigo 7º apresenta:
estruturar e implementar sistemas de logística reversa, garantindo o retorno dos produtos após
o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de
manejo dos resíduos sólidos (BRASIL, 2010).
No entendimento de Xavier e Corrêa (2013) a logística reversa contribui para uma
sinergia entre as práticas de gestão ambiental e para a otimização econômica da cadeia de
suprimento.
Os resíduos perigosos definidos pela ABNT NBR 10.004/2004 são tratados no
Capítulo V da Lei nº 12.305/2010, em seu Artigo 37:
A instalação e o funcionamento de empreendimento ou atividade que gere ou
opere com resíduos perigosos somente podem ser autorizados ou licenciados
pelas autoridades competentes se o responsável comprovar, no mínimo,
capacidade técnica e econômica, além de condições para prover os cuidados
necessários ao gerenciamento desses resíduos. (BRASIL, 2010)
No Artigo 38, ainda quanto aos resíduos perigosos, a Lei diz que “as pessoas jurídicas
que operam com resíduos perigosos, em qualquer fase do seu gerenciamento, são obrigadas a
se cadastrar no Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos” (BRASIL, 2010).
Além disso, obriga-se a elaboração de planos de gerenciamento aos geradores deste tipo de
resíduos, conforme trata o Artigo 39.
Os rejeitos radioativos são regulados por legislação específica, Lei 10.308 de 20 de
novembro de 2001.
Quanto aos rejeitos radioativos, a Lei nº 10.308/2001 (BRASIL, 2001) dispõe que a
CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) é a responsável pelo recolhimento e
armazenamento desse material. Com relação ao tratamento de resíduos radioativos, a Norma
nº 358/05, Artigo 13, do CONAMA, diz que “os materiais radioativos ou contaminados com
radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear
e radioterapia obedecerão às exigências definidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear
– CNEN” (BRASIL, 2005).Na Lei nº 12.305/2010, o Artigo 47 define as proibições quanto à
destinação ou disposição final dos resíduos em questão:
I - lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos;
II - lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de
mineração;
III - queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não
licenciados para essa finalidade;
IV - outras formas vedadas pelo poder público (BRASIL, 2010).
Ainda sobre as proibições, o Artigo 49 diz que resíduos sólidos perigosos e rejeitos cujas
características causem dano ao meio ambiente, à saúde pública e animal e à sanidade vegetal,
40
ainda que para tratamento, reforma, reuso, reutilização ou recuperação, são impedidos de
importação (BRASIL, 2010).
Quanto aos Instrumentos Econômicos definidos na Lei nº 12.305/2010, no seu Capítulo
V, observa-se que o poder público poderá estabelecer medidas indutoras e linhas de
financiamento.
A PNRS, no Capítulo VI, Título IV, das Disposições Transitórias e Finais, apresenta o
prazo de quatro anos, após a data de publicação da Lei, para a disposição final
ambientalmente adequada aos rejeitos, bem como o prazo de dois anos para a elaboração dos
planos de resíduos sólidos.
Alinhado ao compromisso com o correto gerenciamento de resíduos sólidos, vale
lembrar que o Estado de Pernambuco, em 01 de junho de 2001, sancionou a Lei nº 12.008
(PERNAMBUCO, 2001), que dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos (PERS).
Esta foi revisada e aprovada em 13 de dezembro de 2010, culminando na publicação da Lei nº
14.236 (PERNAMBUCO, 2010).
De acordo com o exposto, pode-se afirmar que a PNRS e a PERS representam um
marco de singular envergadura, apresentando de maneira incisiva e clara as orientações para
um modelo de gestão e gerenciamento correto, sob a luz da visão sistêmica. Contemplando as
variáveis sociais, culturais, ambientais, tecnológicas, de saúde pública e econômica,
configurando-se como um indutor para o desenvolvimento sustentável.
A participação da sociedade no processo de implantação de Políticas Públicas, como é
o caso da Política de Resíduos Sólidos, é de extrema importância. Portanto, no intuito de
estimular o sentimento de pertencimento a esta política pública, faz-se necessário que as
comunidades participem ativamente de todo processo de sua construção.
Para Tonani (2011, p. 20) a gestão dos resíduos sólidos envolve uma descentralização
político-administrativa que integra diversas ações com a participação da sociedade e a
responsabilização dos geradores numa cooperação entre o poder público, o setor produtivo e a
sociedade civil no uso de matérias-primas e insumos, bem como o desenvolvimento de novos
produtos, tecnologias e processos em consonância com os objetivos legais.
Assim sendo, entende-se que a prática do gerenciamento de resíduos sólidos enfatiza o
poder de organização entre sociedade, estado e mercado, contribuindo para a consolidação de
uma gestão social com base na cidadania deliberativa e na participação social que envolve as
administrações públicas e as demais instituições em diversos territórios.
Por fim, para uma visão geral dos dispositivos legais, apresenta-se o Quadro 2 , com as
principais leis, normas e decretos sobre a temática de resíduos sólidos e outras correlatas.
41
Geração
per capta
no mundo
Quadro 3–Ganhos com a reciclagem e dados referentes à produção, coleta e percentual de reciclagem
GANHO
PRODUÇÃO COLETA
PERCENTUAL (por ano, em
PAÍS (milhões de (milhões de
RECICLAGEM bilhões
ton por ano) ton por ano)
dólares)
EUA 228 226 34% 57
UNIÃO EUROPEIA 238 226 45% 48
CHINA 300 148 30% 34
BRASIL 61 54 1,4% 10
Fonte: Adaptado de Padovani (2011)
44
A posição ocupada pelo Brasil no Quadro 3 demonstra uma situação preocupante, haja
vista que um percentual muito pequeno do material coletado é encaminhado para o ciclo
produtivo de novos materiais, através da reciclagem. Fato que sugerem as perguntas: Até
quando vamos continuar neste patamar tão insignificante de reciclagem? Nós, enquanto
geradores, qual é nosso papel? Apenas quando tivermos uma política pública que foque de
maneira incisiva a questão dos resíduos sólidos, promovendo além do correto gerenciamento e
gestão integrada também um processo continuado de educação ambiental. Assim sendo, nosso
papel como geradores é cobrar as devidas ações dos órgãos competentes, mas, em igual
patamar, reduzir a geração e assumir a nossa parcela de responsabilidade com os resíduos que
geramos.
Respondendo as perguntas acima podemos dizer, apoiando-se nas experiências
vivenciadas em países tais como Alemanha e China, que o processo de mudança de hábitos
quanto à geração e destino correto dos resíduos sólidos é uma questão que necessita de
decisões políticas, através da aplicação das legislações vigentes e, sobretudo de um processo
de educação continuada com participação ativa dos diversos setores da sociedade.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE realizou uma pesquisa sobre a
questão dos resíduos sólidos, em 2008, apresentada em 2010, em convênio com o Ministério
das Cidades, num momento em que a questão do saneamento básico ganhava uma atenção
mais destacada com a promulgação da Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007. Essa lei
estabeleceu os marcos regulatórios do setor, nos seus quatro componentes: abastecimento de
água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e manejo de águas pluviais
(BRASIL, 2007).
No relatório referente à pesquisa sobre resíduos sólidos foi apresentado que os
municípios com serviços de manejo dos resíduos sólidos localizados nas Regiões Nordeste e
Norte tinham as maiores proporções de destinação desses resíduos aos lixões (89,3% e
85,5%), enquanto que os situados nas Regiões Sul e Sudeste apresentaram as menores
proporções (15,8% e 18,7%) (IBGE, 2010).
De acordo com o IBGE (2010), os serviços de manejo dos resíduos sólidos são aqueles
que compreendem a coleta, a limpeza pública bem como a destinação final desses resíduos, os
quais podem atingir a 20% dos gastos da municipalidade, exercendo um significativo impacto
no orçamento das administrações municipais.
A Lei nº 12.305/2010 tem como intenção solucionar essas questões. Diante da questão
da geração dos resíduos, no Capítulo II, Artigo 3º, define como geradores de resíduos: “IX -
geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que
45
geram resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o consumo” (BRASIL,
2010). Assim, todos os geradores perante o entendimento da Lei têm sua parcela de
compromisso.
Vale dizer que, antes da Lei nº 12.305/2010, houve iniciativas de relevância no intuito
de coletar e sistematizar dados referentes aos resíduos sólidos, como, por exemplo, o SNIS-
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, no âmbito da Secretaria Nacional de
Saneamento Ambiental (SNSA) do Ministério das Cidades (MCID). O SNIS tem como
objetivo disponibilizar informações do setor saneamento no Brasil, através de coletas anuais
fornecidas por prestadores de serviços ou órgãos municipais encarregados da gestão dos
serviços. A base de dados coletados são disponibilizados para consulta pública.
O SNIS iniciou com o componente água e esgotos (SNIS-AE), em 1995, e, no ano de
2002 iniciou o componente resíduos sólidos (SNIS-RS), sendo este último composto das
seguintes famílias de informações “Gerais; Coleta; Resíduos construção civil; Coleta seletiva;
Resíduos serviços de saúde; Varrição; Capina e roçada; Catadores; Outros serviços; e
Unidades de processamento” (SNIS, 2016).
Outra fonte de informação referente aos resíduos sólidos é o relatório anual
desenvolvido pela ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos Especiais, no qual apresenta o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil cuja
primeira edição foi em 2003.
Segundo a ABRELPE, a geração de Resíduos Sólidos Urbanos – RSU, no Brasil,
cresceu 1,3% de 2011 para 2012, índice que é superior à taxa de crescimento populacional
urbano no país no período, que foi de 0,9%, tendo uma geração de 201.058 ton dia, em
2012 e apresentando o Nordeste a segunda maior geração. , no quantitativo de 51.689
ton. (ABRELPE, 2012).
A seguir serão apresentadas as Figuras 4 e 5. A primeira figura representa quanto o
Brasil gerou de resíduos sólidos nos anos 2013 e 2014. A segunda figura demonstra quanto
foi gerado no Nordeste nos mesmos anos.
Conforme a ABRELPE (2014), no Nordeste, a geração de resíduos sólidos, em 2013 e
2014, teve um acréscimo de cerca de 3,2% superior à geração nacional, como demonstrado na
Figura 5. Os 1.794 municípios dos nove Estados da região Nordeste geraram, em 2014, a
quantidade de 55.177 toneladas/dia de RSU, das quais 78,5% foram coletadas. Os dados
indicam crescimento de 3,6% no total coletado e aumento de 3,2% na geração de RSU
relativamente ao ano anterior.
46
produção total de quase 10%. Assim sendo, esse documento, além de atender às exigências
legais quanto à elaboração do plano de gestão de resíduos sólidos, também se torna uma fonte
de dados que poderá ser utilizada pelos municípios como elemento de consulta para a
elaboração e atualização dos seus planos de resíduos sólidos(PERNAMBUCO, 2012).
De acordo com o relatório da ABRELPE, a geração em Pernambuco, em 2013, foi de
8.561 ton e, em 2014, correspondeu a 8.830 ton (ABRELPE, 2014).
Com relação à geração dos resíduos sólidos na cidade do Recife, onde estão
localizadas as unidades em que esta investigação foi desenvolvida (POLI e FCAP), de acordo
com o Plano de Gestão de Resíduos Sólidos de Pernambuco (2012), são produzidas 2.462, 14
ton (PERNAMBUCO, 2012).
Quanto à geração de resíduos em universidades de acordo com Corrêa et. al. (2010)
ela é heterogênea, devido às especificidades das diversas atividades que ocorrem nestes
locais, as quais são de natureza administrativa, de ensino, de pesquisa e de extensão, fazendo
da gestão de resíduos um trabalho desafiador.
Nesse mesmo sentido, Martins e Silveira (2010), contribuem dizendo que, diante da
diversidade de resíduos, tipologias e fontes geradoras, muitas instituições possuem
características semelhantes de cidades e indústrias.
Diante do exposto, pode-se comentar que iniciativas orientadoras de novos paradigmas
de valores, comportamento, hábitos e procedimentos técnicos, com base em legislações e
educação ambiental, que venham garantir a redução da geração e a correta gestão e
gerenciamento, bem como o controle do crescimento populacional podem inibir a realidade de
crescimento de resíduos sólidos e promover o devido gerenciamento.
Concluindo esse item, será apresentado o Quadro 4 em que se registra geração de
resíduos sólidos no Brasil, nas tipologias de resíduos sólidos urbanos - RSU, resíduos sólidos
de serviço de saúde - RSS e resíduos sólidos de construção e demolição - RCD.
apenas o objetivo de agir em função dos riscos, mas, também, passa a entender as chances de
mercado com essa atitude (MOREIRA, 2001).
Para Moreira (2001), o SGA como instrumento de gestão é proativo ao investir e agir
na preservação do meio ambiente e na qualidade de vida, seja envolvendo toda a gestão e
colaboradores, fornecedores, prestadores de serviços e comunidades do entorno, seja
desenvolvendo ações, como gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, ou seja, promovendo
a economia de recursos naturais diretos, como a água e indiretos como a energia e o consumo
racional dos materiais de expedientes.
Nessa reflexão, a visão de gestão de resíduos sólidos para Calderoni (2003), consiste
no envolvimento das instituições públicas, privadas, de ensino e da sociedade civil no intuito
de juntos realizarem a redução da geração, a limpeza urbana, o reaproveitamento, a
reciclagem, tratamento e destino final, levando em consideração as características, culturais e
econômicas dos cidadãos e as peculiaridades demográficas, climáticas e urbanísticas locais.
De acordo com Philippi Jr et. al. (2012), a gestão dos resíduos sólidos é uma das
funções do saneamento básico e apresenta realidades distintas diferenciadas no âmbito das
regiões geográficas do país, bem como nas cidades. Os autores destacam que, em muitas
empresas e indústrias, a preocupação é com o atendimento da lei quanto ao tratamento e a
destinação final, sendo mínima a preocupação em resolver o problema na origem, quiçá de
pensar de maneira sistêmica e, mesmo, em desenvolver um processo permanente de educação
ambiental, pois, quando são realizados programas e/ou projetos com foco na reciclagem, as
maiores ações são voltadas para a coleta seletiva pós-consumo (PHILIPPI JR ET. AL., 2012).
Conforme já mencionado e reforçado por BESEN ET.AL.(2012), a disposição
inadequada dos resíduos sólidos causam impactos socioambientais, tais como degradação do
solo, comprometimento dos corpos d'água e mananciais, intensificação de enchentes,
contribuição para a poluição do ar e proliferação de vetores de importância sanitária nos
centros urbanos e catação em condições insalubres nas ruas e nas áreas de disposição final.
Logo, diante desse cenário de risco ao meio ambiente e a saúde pública decorrente da geração
e descarte de resíduos sem o devido cuidado, urge a necessidade de um processo de
gerenciamento correto para combater as práticas e os procedimentos inadequados.
Hoje, a gestão e o gerenciamento devem ser realizados sob a luz da Lei nº 12.305/2010
e do seu Decreto nº 7.404/2010. A Lei nº 12.305/2010 define tecnicamente o conceito de
gestão integrada e de gerenciamento destes materiais:
Analisando a Figura 7, observa-se que, ao longo dos anos de 1994 até 2016, ocorreu
uma significativa evolução na coleta seletiva, chegando, neste último ano, a ser realizada em
1055 municípios brasileiros, porém, ainda, representa apenas um total de 18%, dos 5.570.
Outro ponto a ser considerado é que, nem sempre, toda a área geográfica do município tem a
cobertura da coleta seletiva. Além disso, a Figura 7 apresenta que, a partir de 2000, ano da
criação da PNRS, ocorreu um expressivo crescimento de municípios realizando a coleta
seletiva.
A última etapa da hierarquia no processo de gerenciamento diz respeito à disposição
final dos rejeitos. Para a Lei nº 12.305/2010, rejeito é todo material que, após esgotar todas as
possibilidades de reutilização, reciclagem e tratamento deve ser encaminhado a um local com
54
sólidos, incluindo o controle da disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos e como
deverá ser designado um responsável técnico devidamente habilitado.
No Artigo 23, ressalta-se a competência dos responsáveis pelo plano de gerenciamento
de resíduos sólidos por sua autorização, bem como sua disponibilização ao órgão municipal
competente, ao órgão licenciador do SISNAMA e às outras autoridades de todas as
informações sobre a implementação e da operacionalização do referido plano.
No Decreto nº 7.404/2010, o Artigo 78 apresenta que a elaboração dos planos de
gestão integrada de resíduos nos termos dos Artigos 16, 18 e 55 da Lei nº 12.305/2010, é
condição para que o Distrito Federal, os Estados e os Municípios tenham acesso a recursos da
União ou a recursos por ela controlados, bem como para que sejam beneficiados por
incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento destinados, no
âmbito de suas respectivas competências “I - a empreendimentos e serviços relacionados à
gestão de resíduos sólidos; ou II - à limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos” (BRASIL,
2010). Para o licenciamento de determinados empreendimento que possam causar risco ao
meio ambiente e à saúde pública devem ser apresentado os respectivos planos de
gerenciamento, conforme orientação das legislações e normatizações.
Para a elaboração e implementação do plano de resíduos sólidos, deve-se realizar uma
caracterização desses materiais. Essa caracterização pode e deve ser realizada em termos
físicos, químicos e biológicos, dependendo do objetivo do estudo. Entre as características
físicas dos resíduos sólidos deve ser considerado principalmente:
a) Composição Gravimétrica: é o percentual de cada tipo de material (vidro, papel, metal,
alimento, plásticos...) em relação ao peso total dos resíduos;
b) Peso Específico Aparente: é a massa do resíduo solto em função do volume ocupado
livremente, sem qualquer compactação;
c) Geração per capita: a relação da quantidade de resíduos urbanos gerada diariamente e
o número de habitantes da localidade onde ocorre a geração;
d) Teor de Umidade: é a quantidade de água presente no resíduo;
e) Compressividade: também conhecida como grau de compactação, indica a redução de
volume que uma massa de lixo pode sofrer, quando submetida a uma pressão
determinada. A compressividade do lixo situa-se entre 1:3 e 1:4 para uma pressão
equivalente a 4 kg/ Tais valores são utilizados para dimensionamento de
equipamentos compactadores.
Com relação às características químicas que podemos analisar nos resíduos coletados,
estão:
56
base no quarteamento da amostra, conforme a ABNT NBR 10.007/2004, pois “esta norma
fixa os requisitos exigíveis para amostragem de resíduos sólidos” (ABNT, 2004a, p.1).
Assim, na ABNT NBR 10.007/2004, o método do quarteamento é definido como “a
determinação dos constituintes e de suas respectivas percentagens em peso e volume, em uma
amostra de resíduos sólidos, podendo ser físico, químico e biológico” (ABNT, 2004a, p.1).
A composição gravimétrica é um importante instrumento para a elaboração dos planos
de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, pois os resultados desse estudo são um dos
pilares para a tomada de decisão no manejo de resíduos sólidos, além de refletir a tendência
de consumo da sociedade (MAGALHÃES;MAGALHÃES, 2007).
Nesse entendimento, Thode Filho (2014) nos diz que a composição gravimétrica é
importante, sendo norteador e preliminar quando se pretende implementar a coleta seletiva de
recicláveis e, posteriormente, um sistema de gerenciamento de resíduos sólidos.
Na ocasião da elaboração do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, foi realizada a
caracterização desses materiais por meio da composição gravimétrica. A Figura 8retrata esse
estudo.
Figura 8– Gravimetria dos Resíduos - PNRS
Manzini (1994), por sua vez, diz que a universidade, também, tem o papel de um
laboratório para boas práticas de sustentabilidade, podendo, assim, contribuir numa mudança
para estilos de vida mais sustentáveis, pois as experiências vivenciadas no campus poderão
ser replicadas em toda a sociedade e, diante da diversidade de ações realizadas, há um
crescimento na geração de resíduos com tipologias distintas.
Corrêa et. al. (2012) se aproximam de Manzini (1994) enfatizando que a diversidade e
a complexidade que ocorrem nas atividades do ensino superior têm induzido um crescimento
no consumo e, por reflexo, propiciam um acréscimo na geração de resíduos sólidos.
As atividades realizadas no âmbito das universidades geram resíduos sólidos de
grande diversidade, dentre os quais estão resíduos orgânicos, resíduos inorgânicos com
possibilidade de serem reciclados, resíduos químicos, pesticidas, tintas, solventes e resíduos
radioativos. Portanto, sem o correto gerenciamento, tais resíduos podem causar sérios riscos à
saúde pública e um impacto negativo no meio ambiente (TAUCHEN;BRANDLI, 2006).
Tauchen e Brandli (2006) dizem que as instituições de ensino superior podem ser
comparadas com pequenos núcleos urbanos em relação à geração de resíduos, pois há o
desenvolvimento de diversas atividades de ensino, pesquisa e extensão e serviços referentes à
sua operação, tais como restaurantes, alojamentos, copiadora, dentre outros. Assim, ocorrem
problemas semelhantes aos vivenciados nas cidades com relação ao descarte e destino final de
resíduos.
Na mesma linha de análise Côrrea et. al. (2010) dizem que a geração de resíduos nas
universidades é heterogênea, tendo em vista a complexidade e as particularidades das diversas
atividades desenvolvidas, as quais podem ser classificadas como resíduos sólidos urbanos;
industriais; resíduos de serviços de saúde etc.
Conto (2010) comenta, ainda, que os problemas dos resíduos sólidos vão além dos
biológicos, físicos e químicos, sendo, também, de comportamento e de gestão acadêmica.
Assim sendo, requere-se um esforço integrado e multiprofissional, envolvendo as diversas
áreas do conhecimento, a aprovação e o apoio da alta direção, em prol de uma política de
gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos, ou seja, exigem-se soluções sistêmicas,
sobretudo, na prevenção.
Nessas instituições, mudanças comportamentais dos administradores, professores,
estudantes, colaboradores, locadores de espaço, fornecedores e terceirizados e a integração
das diferentes áreas do conhecimento são importantes para a adoção de uma política
ambiental e, consequentemente, para a solução de conflitos ambientais. As universidades,
60
11
Portanto, a Figura 10 permite lembrar que a universidade está inserida na sociedade e
possui um papel fundamental para a sustentabilidade desta através de suas ações de ensino,
pesquisa e extensão. Entende-se, também, a necessidade de que esses três pilares da
universidade ao se integrarem formem um núcleo denso e transformador, contribuindo para o
pensamento sistêmico e holístico tão necessário no enfrentamento da crise ambiental que, na
verdade, é uma crise de valores.
64
“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.”
Paulo Freire
Jacobi (2000), envolvido nesse contexto diz que a educação ambiental tem um
singular papel para o adequado gerenciamento de resíduos sólidos, considerando quea partir
dela se estimula e inicia o processo de mudança de hábitos dos indivíduos visando a não
geração, a redução, a reutilização, a reciclagem, o tratamento e o destino final adequado dos
resíduos sólidos. Entende-se que um outro aspecto importante da educação ambiental é
incentivo à tomada de consciência individual e coletiva de que o meio ambiente saudável é
necessário para a existência da vida.
69
“Ninguém é suficientemente perfeito que não possa aprender com o outro e ninguém é
totalmente destituído de valores que não possa ensinar algo ao seu irmão”.
São Francisco de Assis
Do ponto de vista da natureza, a pesquisa foi do tipo aplicada que, segundo Prodanov
e Freitas (2013, p. 51), “objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à
solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais”.
Quanto aos objetivos, a pesquisa foi do tipo descritiva e exploratória, uma vez que,
conforme Prodanov e Freitas (2013, p.52), a descritiva tem como objetivo “classificar,
explicar e interpretar fatos que ocorrem, sem interferência do pesquisador”, enquanto que a
exploratória, de acordo com Gil (2008, p.27), é desenvolvida “...com objetivo de proporcionar
visão geral, do tipo aproximativo, cerca de determinado fato. ... Habitualmente envolve
levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas e estudo de caso”.
Para Prodanov e Freitas (2013, p. 51 e 52), a pesquisa exploratória “tem como
finalidade proporcionar mais informações sobre o assunto que vamos investigar,
70
B) A composição gravimétrica:
As atividades de composição gravimétrica foram realizadas nas duas faculdades no
mesmo período. Antes ocorreram reuniões com o pessoal de serviços gerais para orientar com
relação aos cuidados pessoais no contato com os resíduos e a necessidade do uso de
equipamentos de proteção individual – EPI, como luva, bota ou sapato fechado e mascara.
Na Poli foram realizadas duas reuniões: uma com a gerente administrativa
operacional e o gerente da seção de serviços gerais e, a segunda, com o pessoal de serviços
gerais, cuja pauta foi para orientar quanto à coleta e ao acondicionamento dos resíduos que
seriam encaminhados para o estudo e para explicar o que é composição gravimétrica e como
realizá-la. Nessa ocasião, ficou definido o dia para se fazer o estudo, bem como as duas
pessoas que participariam do mesmo e o local definido foi próximo ao deposito visando
facilitar e agilizar o estudo.
Na FCAP o pessoal de serviços gerais já conhecia a prática da composição
gravimétrica, pois já tinham feito com a pesquisadora em outra ocasião. Diante disto, foi
comunicado e solicitado ao gerente administrativo o pessoal para participar do estudo.
A aluna de graduação da FCAP/UPE, bolsista da FACEPE no projeto “Análise das
Ações da Agenda Ambiental da FCAP-UPE com base nos eixos temáticos da A3P (Agenda
Ambiental da Administração Pública)”, desenvolvido no Núcleo de Gestão Ambiental - NGA
da FCAP/UPE, sob orientação do Professor que coordenava este núcleo, participou destas
reuniões, do processo de composição gravimétrica, tanto no planejamento e realização da
composição quanto em outros momentos de trabalho de campo até a conclusão de seu curso
em dezembro de 2015. O estudo de composição contou, também, com mais uma aluna de
graduação da FCAP/UPE, voluntária do NGA.
Participaram, ainda, do estudo da composição, os alunos de graduação e de pós-
graduação sob orientação da Professora que Coordena o Grupo de Pesquisa em
Desenvolvimento Sustentável e Seguro – DESS, da POLI.
Assim, no intuito de conhecer a geração no período de atividade das aulas e no
recesso, foram feitos dois estudos em cada instituição, nos meses abril e julho de 2015.
Os materiais utilizados para o desenvolvimento do estudo da composição gravimétrica
foram: equipamentos de segurança (luva e máscara); balança com capacidade de 20 e 100 kg;
baldes plásticos com capacidade de 100 l; lona plástica (4X4m) ; sacos plásticos; pá e
vassoura e calculadora. .
Etapas sequenciais da composição gravimétrica:
73
C) As entrevistas semiestruturadas.
As entrevistas foram realizadas com trinta pessoas da POLI e quinze da FCAP. No
período de março a abril de 2016. A seguir será apresentado o quantitativo de pessoal
entrevistado, por unidade, através dos quadros 6 e 7:
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
a) Observação in loco
Nas observações, foi possível verificar que ambas as Faculdades guardam questões
próximas, sobretudo no operacional. Desta maneira, a seguir será apresentado o Quadro 5,
resultado das observações na POLI e na FCAP, que iniciará nesta páginas e continuará nas
seguintes ( 78,79 e 80).
Quadro 7 – Observação in loco referente ao sistema de gerenciamento na POLI e na FCAP.
CRITÉRIOS: POLI FCAP
OBSERVAÇÃO
1.Tipo de coletores* 1. Variados: No pátio têm dois Variados: No pátio têm dois
2. Distribuição dos jogos de coletores para coleta jogos de coletores para coleta
coletores plástico, metal, vidro e papel; plástico, metal, vidro e papel e
3. Estado dos um jogo de dois coletores; um ECOPONTO (equipamento
coletores coletores individuais de plástico da Emlurb para acondicionar
e de metal; nos corredores recicláveis) e uma caçamba em
* coletores são os coletores de alumínio local coberto para acondicionar
equipamentos para identificado para papel, porém é os recicláveis coletados pelo
acondicionar os utilizado para todo tipologia de pessoal de serviço gerias; nas
resíduos sólidos resíduos; nas salas de aula e salas de aula coletores para
setores administrativos apenas recicláveis, não recicláveis e um
um coletor; na cantina um único para apenas papéis; nos
coletor para resíduos gerais no corredores apenas um tipo de
salão e um na cozinha e nas para todos os resíduos, na
copiadoras um único coletor. cantina existe um único coletor
78
Quadro 7 ( cont.)
CRITÉRIOS: POLI FCAP
OBSERVAÇÃO
CONT.. 2. Aparentemente aleatória/ falta para resíduos gerais no salão e
de coletores. um na cozinha e na copiadora
3. Limpos e a maioria em bom dois coletores para papel e
estado de uso. plástico.
*coletores do pátio com tampa 2. Distribuição com
aberta e com saco plástico. planejamento (nas salas de aulas
. * caçamba estacionária e e setores administrativos)
contêiner no pátio. 3. Limpos; maioria em bom
estado de uso.
*coletores nos locais coberto uns
com saco plástico outros não.
* a coleta de óleo comestível
uma parceria com a empresa
Asa-Indústria e Comércio Ltda.
4. Manejo dos Os resíduos sólidos das salas de Nas salas de aula existem
resíduos sólidos nas aula, setores administrativos, do coletores para papel, não
salas de aula, nos pátio são coletados em sacos e recicláveis e outros recicláveis
setores acondicionam em um deposito* (plástico, metal e vidro). Nos e
administrativos, no para posterior coleta pela setores administrativos têm
pátio, nos Emlurb. coletores para materiais
laboratórios, nas Policonsult - Associação recicláveis e não recicláveis.
copiadoras, nas Politécnica de Consultoria, Assim, nestes locais os materiais
cantinas e Banco responsável pela limpeza do seu são coletados em dois sacos,
espaço. Coleta os materiais em sendo um para recicláveis e
sacos plásticos e leva para o outro para não recicláveis.
deposito da POLI. Os não recicláveis são
* Deposito: No pátio da encaminhados para o deposito
faculdade existe um espaço que também tem uma porta para
revestido de azulejo para colocar a calçada.
os resíduos. Porta abre para a
79
Quadro 7 ( cont.)
CRITÉRIOS: POLI FCAP
OBSERVAÇÃO
CONT. calçada, visando facilitar a em espaço coberto, para
coleta realizada pela Emlurb. posterior encaminhamento
Nos laboratórios de para cooperativas de
Mecânica dos Solos, catadores através da Emlurb.
Materiais de Construção e ADM & TEC - Instituto de
Avançado de Construção Administração. e Tecnologia
Civil, os resíduos derivados é responsável pela limpeza
das pesquisas do tipo RCD ( do seu espaço. Coleta os
resíduos de construção e materiais não recicláveis em
demolição) são separados sacos plásticos e leva para o
dos demais como papel, deposito da FCAP. Os
plástico, por exemplo. Os recicláveis são levados para o
RCD são encaminhados para ECOPONTO.
local determinado no pátio da A copiadora, a cantina e o
POLI, não coberto, para Banco levam os seus
posterior destino. resíduos não recicláveis para
Os RCD gerados na o deposito e o reciclável para
faculdade têm o mesmo o contêiner.
manejo dos gerados nos Os resíduos de tipologia
laboratórios. RCD são acondicionados no
No Laboratório de Energia e pátio da faculdade.
Combustível – POLICOM,
os resíduos não perigosos são
coletados e levados para o
deposito. Os perigosos são
acondicionados de maneira
apropriada com as normas
existentes e posteriormente
destinados por empresas
80
Quadro 7 ( cont.)
CRITÉRIOS: POLI FCAP
OBSERVAÇÃO
CONT. habilitadas para o destino
final correto.
As copiadoras e a cantina
elas próprias levam os seus
resíduos para o deposito
existente na faculdade.
5. Presença X ausência de Ausência na grande maioria, Nas salas de aula, setores
informação nos apenas os coletores de administrativos e copiadora
equipamentos, quanto ao tipo alumínio, comprados já com os coletores são adesivados
de resíduos a serem neles a identificação de “papel”, com o tipo de material a ser
depositado. porém são utilizados para colocados, tais como
coleta de materiais de toda recicláveis, não recicláveis.
tipologia. Nas salas mais um para
papel.
8. A existência de Não há. Apenas nos coletores de sala
informação: tema RS em de aula e setores
ambiente de acesso comum, administrativos há
em salas de aula, laboratórios informação de recicláveis e
e setores administrativos. não recicláveis.
Diante do Quadro 7 pode-se dizer que as duas faculdades apresentam, nos oitos itens
observados, pontos comuns. Diferenciando-se em pontos como a existência de coletores para
recicláveis e nas copiadoras, por exemplo.
B) Composição Gravimétrica
Conforme mencionado anteriormente, composição gravimétrica é a determinação do
percentual de cada material existente no peso total de resíduos estudado (PEREIRA NETO,
2007).
Este estudo teve o objetivo de apresentar o percentual de cada componente de
materiais no peso de resíduos estudados, que será melhor discutido no processo de
81
BALANÇA
O item “outros”, o qual foi constituído por material orgânico e demais não recicláveis ou
recicláveis que, ainda não têm possibilidade de serem reciclados no Estado de Pernambuco.
Assim sendo, na categoria de outros foram encontrados: embalagem de alumínio, saco de
biscoito, filtro de café, tetra pack, canudinho, madeira, saco de pipoca, etc.
29% 25%
Outros
3% Metal
Papel
43%
Plástico
Vale destacar que nas figuras 22 e 23, observou-se também a presença do item
“outros”, o qual pode ser denominado de rejeito conforme foi apresentado na Figura 21.
A primeira observação a ser feita diz respeito ao percentual de “outros”, o qual foi
bastante expressivo na POLI. Diante deste resultado, vale comentar que o percentual de
material orgânico apresenta-se em maior escala em diversos documentos e estudos, como
exemplo, no Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS 2011). No Brasil, a geração anual de
resíduos foi de 188.815 toneladas, sendo que, desse montante, 94.335,10 toneladas são de
origem orgânica, os quais correspondem a 51,2% (PNRS 2011). Logo, o da POLI aproxima-
86
se deste percentual. Estudos demonstram que, nos locais em que se tem coleta seletiva, este
percentual é menor. Talvez seja este o motivo deste percentual ser tão elevado no Brasil, haja
vista os dados do Centro de Compromisso para a Reciclagem – CEMPRE (2016) terem
revelado que, no país, apenas 18% dos Municípios Brasileiros, ou seja, 1.055, fazem coleta
seletiva.
A coleta seletiva garante que não ocorra a mistura dos materiais orgânicos com os
inorgânicos, logo, não há perda de material, sobretudo, papel, que já foi o carro chefe no
quesito geração em instituição de ensino, hoje, perdendo para o plástico.
Quanto ao peso total dos materiais, em abril, na FCAP, foi de 27Kg, em dois dias de
coleta, já na POLI, 19Kg. Este valor menor na POLI, pode ser creditado à acessibilidade ao
local, que só ocorre quando o setor está aberto, como é o caso dos laboratórios. Em julho, este
valor, na FCAP, reduziu para 25Kg e da POLI para 15Kg.
Também há de se considerar que, na POLI, existe a prática de contratar a caçamba
estacionária para coleta de material da tipologia RCD. Assim sendo, é definido um local para
acondicionar os resíduos destinados dos laboratórios que trabalham com esse tipo de material.
Diante desse fato, pelo que foi observado, materiais de outras tipologias também são
acondicionados no mesmo espaço. Talvez seja essa a razão da redução desse volume em
comparação com o gerado na FCAP.
Também, outro ponto que deve ser percebido é que nas Faculdades existe volume
expressivo de resíduos, mas não peso, haja vista que o maior quantitativo de materiais é de
copos plástica, sacos de pipoca, sacos de biscoito e papel.
A geração de resíduos orgânicos das cantinas é bastante reduzida, pois os donos destes
estabelecimentos têm o cuidado em produzir um quantitativo suficiente para atender à
demanda dos clientes. Outro ponto que justifica esta redução é que o cliente paga por quilo,
na FCAP. Já na Poli estes têm o direito de se servir à vontade, mas caso deixe comida no
prato paga um valor de três reais.
Outro aspecto a ser discutido é o aumento de percentual nas duas Faculdades em julho.
A razão é que, no período de férias, as secretarias de graduação, pós-graduação e outros
setores fazem suas arrumações e descarte e, nestes locais, o maior percentual de resíduos é de
papel.
Quanto ao percentual mais expressivo de metal, na POLI, foi a presença de latas de
tinta.
Era de se esperar a não existência de vidro, pois estas instituições não têm a prática de
trabalhar com este material, porém, o vidro foi observado no POLICOM, mas neste
87
laboratório, após higienizar seus resíduos de vidro, são levados para local que recebem estes
materiais, como é o caso do ECOPONTOS da Prefeitura do Recife.
A FCAP gera materiais de categoria “outros” numa escala menor e esta realidade tem
uma relação direta com segregação na origem, pois ela garante que materiais como papel
continuem com suas características, quando não se misturam com os orgânicos, por exemplo.
A existência de coletores separados para resíduos orgânicos e não orgânicos (os conhecidos
recicláveis) também garante o seu maior aproveitamento.
É importante dizer que todos os materiais recicláveis gerados na FCAP ou trazidos
pela sua comunidade ou população do entorno são encaminhados ao projeto social
desenvolvido pela EMLURB que apoia a formação de cooperativas de catadores.
A composição gravimétrica, um dos estudos da caracterização de resíduos, é a base
para o planejamento de um projeto de gerenciamento de deste material, pois seus resultados,
além de apresentar os dados quantitativos de geração de resíduos, também, são uma
importante ferramenta para os estudos de comportamento quanto ao consumo e o descarte de
materiais. Vale dizer que, na ocasião de construção de um plano de gerenciamento, o estudo
deve ser feito para se ter a realidade do quantitativo e tipologia de resíduos.
Por fim, como fechamento deste item, apoiando-se em Dias (2000) a Educação
Ambiental é um importante instrumento para o envolvimento ativo da comunidade, para
mudanças de hábitos, mudança de valores e comportamentos, especialmente em projetos
relacionados à coleta seletiva.
c) Entrevistas
As entrevistas tiveram o intuito de completar as informações obtidas nas reuniões, na
observação e na composição gravimétrica.
As perguntas das entrevistas foram formuladas de acordo com a necessidade da pesquisa e
adequadas ao contexto dos entrevistados. Os resultados obtidos com a entrevista estão
apresentados no Quadro 8 que iniciará nesta página e será continuado nas páginas seguintes (
88,89,90,91 e 92).
Quadro 8 – Resultado das entrevistas na POLI e na FCAP
CRITÉRIOS: POLI FCAP
OBSERVAÇÃO
1.Verificar Mais de 70% disseram não Mais de 50% disseram não
conhecimento da Lei conhecer a Lei, mas já ter conhecer a Lei, mas já ter escutado
12.305/2010 escutado sobre ela. sobre ela.
88
Quadro 8 (cont)
CRITÉRIOS: POLI FCAP
OBSERVAÇÃO
Quadro 8 (cont)
CRITÉRIOS: POLI FCAP
OBSERVAÇÃO
lixeiro existente na sala. -
Laboratório de Mecânica dos
Solos, Laboratório de Materiais
de Construção e o Laboratório
Avançado de Construção Civil
geram resíduos da Categoria
RCD e outros como papel,
plástico etc. Os RCD conforme
foi informado pela Gerencia de
Patrimônio são encaminhados
para o pátio da POLI e quando
atinge um volume que complete
uma caçamba estacionária é
contratada uma empresa
licenciada pelo órgão ambiental
para o destino final. Porém, o
local de encaminhamento não é
conhecido nem pelo gerador
nem pela administração da
POLI.
- Nos Laboratórios de
Informática não geram resíduos
eletrônicos com frequência.
Assim, quando ocorre a geração
é procurada a administração da
faculdade para o destino.
- No Projeto Baja, o problema
diz respeito ao descarte dos
pneus, quando necessário. Já
quanto ao óleo diesel, o
POLICOM doou um galão
91
Quadro 8 (cont)
CRITÉRIOS: POLI FCAP
OBSERVAÇÃO
CONT. para seu armazenamento e
posterior entrega ao laboratório.
Quadro 8 (cont)
CRITÉRIOS: POLI FCAP
OBSERVAÇÃO
5. Procedimentos A coleta é realizada pelo A coleta é realizada pelo
operacionais da coleta de pessoal de serviços gerais. Nas pessoal de serviços gerais. Nas
resíduos sólidos e salas de aula logo no inicio da salas de aula logo no inicio da
manha. Nos setores manha e após o turno da tarde (
dificuldades para realização
administrativos e realiza no Bloco B). Nos setores
da coleta.
período da manhã. administrativos e realiza no
No banheiro realiza em dois período da manhã.
turnos: manhã e tarde. No banheiro realiza em dois
Nos laboratórios existem turnos: manhã e tarde. Quando
coletores para resíduos não preciso à noite.
perigosos (papel, plástico, Os resíduos do pátio são
vidro, alumínio etc). A coleta é coletados pela manha e
realizada quando os laboratórios encaminhados para o deposito,
estão abertos. tanto os materiais dos coletores
Os resíduos do pátio são quanto os da varrição.
coletados pela manha e De acordo com o pessoal de
encaminhados para o deposito, serviços gerais, a dificuldade
tanto os materiais dos coletores que encontram na atividade de
quanto os da varrição. coleta diz respeito ao material
De a acordo com o pessoal de descartado no chão das salas e
serviços gerais, a dificuldade no pátio. Também, perdem
que encontram na atividade de tempo ao separar os recicláveis
coleta diz respeito ao material colocados no deposito de não
descartado no chão das salas e recicláveis. No banheiro papel
no pátio. No banheiro papel no no chão.
chão.
6.Iniciativas referentes a Não há. Porém, foi identificado Iniciou um processo de
práticas para redução, correto que no Grupo de Pesquisa de educação ambiental na ocasião
tratamento e destino dos Desenvolvimento Seguro e da implementação da coleta
Sustentável – DESS existem seletiva de recicláveis em 2000.
resíduos sólidos.
iniciativas para implantação da
coleta seletiva de recicláveis.
93
Diante do que foi apresentado nas entrevistas a grande maioria dos laboratórios não
gera resíduos classificados com perigosos. Os laboratórios que declararam gerar resíduos
desta Classe disseram buscar atender às legislações tanto promovendo o correto tratamento,
acondicionamento e encaminhamento quanto solicitando o apoio da faculdade para o destino
adequado, quando estes se sentem impossibilitados.
Outro ponto de destaque observado é que os laboratórios na busca de solucionar suas
questões referentes aos resíduos gerados, fazem de maneira isoladas. Salvo o Laboratório de
Energia e Combustível e o Projeto Banja que dialogam quanto ao descarte do óleo diesel.
Na ocasião das visitas aos setores observou-se que a Pós-Graduação faz a separação dos
recicláveis por iniciativa de um professor que dava o destino aos recicláveis, com adesão da equipe do
setor. Os materiais eram encaminhados para uma cooperativa, porém hoje não está podendo receber.
Assim, a pesquisadora orientou que levasse para a FCAP, nas quintas-feira, dia da coleta dos
recicláveis pela Emlurb.
Um aspecto comum entre as faculdades no manejo dos resíduos sólidos e a dificuldade
vivenciada pelo pessoal de serviços gerais na limpeza das salas de aula, pois encontram resíduos no
chão, tais como: garrafas plásticas, sacos de pipoca e biscoito e papéis. Também, a mistura nos
coletores dos resíduos recicláveis e não recicláveis que atrapalha no tempo da atividade de limpeza e
coleta de resíduos nas salas de aula da FCAP, visto que eles separam estes materiais.
Durante a entrevista com a gerente de patrimônio das duas faculdades ficou-se sabendo que os
resíduos tombados quando não tem mais serventia são descaracterizados e sob a orientação da
Secretaria de Administração do Estado de Pernambuco é dado o correto destino.
Concluindo este item é importante reforçar que as duas instituições do Campus
Benfica muito têm em comum quanto ao gerenciamento destes materiais. Logo, conjugar
esforços será de grande valia para a prática do Art. 9º da Lei Nº 12.305/2010.
94
7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Foi a primeira vez que foi feito um estudo deste porte no Campus Benfica buscando
conhecer o sistema de gerenciamento dos resíduos sólidos, visando analisar a consonância
deste com a PNRS. Também, conhecer a tipologia e os percentuais dos resíduos gerados,
através do estudo da composição gravimétrica para subsidiar as recomendações necessárias
para a aplicação da Lei nº 12.305/2010.
A composição gravimétrica apresentou uma expressiva geração de materiais com
potencialidade de reciclagem. No período de aulas do total de resíduos gerados na Poli 26%
de plástico e na FCAP 34%. Quanto ao papel o percentual gerado na Poli foi de 19% e na
FCAP de 27% em período de aula e no recesso na Poli elevou para 37% e na FCAP para
43%.
Quanto ao plástico, observa-se um percentual maior que o papel, haja vista o grande
consumo deste material em locais de grande circulação pela sua praticidade. Também,
observou-se que, no período de recesso, o percentual de papel aumentou, pois, nestes
momentos, ocorre a prática de descarte destes materiais nas secretarias de graduação, pós-
graduação e biblioteca, por exemplo.
Os percentuais de materiais recicláveis são maiores na FCAP. Este resultado tem uma
relação direta com a segregação feita na origem da geração por estímulo da coleta seletiva
existente nesta faculdade.
Vale ressaltar que na FCAP desde 2000 foi implantado um projeto de coleta seletiva
de materiais recicláveis, através de seu Núcleo de Gestão Ambiental - NGA, que vem sendo
realizada daquela data até o momento presente sem interrupção. Também, uma das atividades
deste núcleo foi a elaboração de uma Agenda Ambiental (CAVALCANTI et al, 2008),
revisada em 2012 que dentre os vários produtos destaca-se o Manual de Boas Práticas
Ambientais.
É importante destacar que com a coleta seletiva, os materiais, sobretudo, o papel, não
terá contato com os materiais orgânicos (molhados), tendo, assim, um aproveitamento maior.
Diante do que foi observado, na FCAP, apesar do projeto de coleta seletiva ainda são
colocados materiais recicláveis nos coletores para materiais não recicláveis. Não há perda
maior, sobretudo de papel, porque o pessoal de serviços gerais diariamente coleta os
recicláveis, assim o contato com material sólidos orgânico e restos de líquidos que ficam nas
garrafas é pequeno.
95
seja criada uma Política de Resíduos Sólidos. Nesta linha de reflexão, apoiamo-nos em Conto
(2010) ao defender que uma política integrada de resíduos exige conhecimentos, tecnologias e
envolvimento de diversas áreas.
Por fim, a recomendação para um sistema de gestão e gerenciamento integrado de
resíduos sólidos fortaleceria a comunicação das duas Faculdades. A conjugação de saberes
promoveria a busca de soluções compartilhadas para a questão de resíduos sólidos, podendo
ser estendida para outras questões ambientais, bem como seria um exemplo de vanguarda que
poderia ser replicado nos demais Campi da UPE e em outras instituições de ensino superior.
97
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