Metalografia de Campo
Portaria SERPT n° 915 de 30 de julho 2019
SUMÁRIO
1. OBJETIVO .......................................................................................................................................... 3
3. APLICAÇÕES ROTINEIRAS............................................................................................................... 3
4. DEFINIÇÕES ...................................................................................................................................... 4
7. CONDIÇÕES DE EXECUÇÃO............................................................................................................ 5
laborado por: Alexsandro Lima Dias – Especialista de Inspeções e C.Q. --- SNQC-IS 1736/SNQC END 3701/OIA-END INMETRO
23801/CFT CR-03 0214324265 tel. 031 98102-1793 - alexsandrolima.ald@gmail.com
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Metalografia de Campo relacionada a NR-13 Edição 2020
Data 26/10/2020
1. Objetivo
Este material tem como finalidade expor de maneira simples e objetiva como pode ser realizada a
Metalografia de Campo em atendimento ao item 13.4.4.8 da NR-13, ver abaixo:
13.4.4.8 No máximo, ao completar 25 (vinte e cinco) anos de uso, na sua inspeção subsequente, as caldeiras devem ser
submetidas a uma avaliação de integridade com maior abrangência para determinar a sua vida remanescente e novos prazos
máximos para inspeção, caso ainda estejam em condições de uso.
A Metalografia de Campo é uma das ferramentas de grande suporte na avaliação da integridade, e neste
material está focando em componentes de Caldeiras sujeitos a alterações metalúrgicas como, por
exemplo, superaquecedores. Sendo assim este material torna-se uma boa ferramenta para consulta
rápida para a execução deste END (ensaio não destrutivo).
2. Documentação de Referência
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento.
3. Aplicações Rotineiras
Abaixo estão as aplicações mais frequentes para ensaios de metalografia não destrutiva por réplicas:
a) Avaliação dos danos (Vazios) provocados por fluência (Creep) em caldeiras, tubulações de
vapor, reatores e outros equipamentos onde elevadas temperaturas e tensões atuem
concomitantemente;
b) Determinação das modificações microestruturais indesejáveis em equipamentos de aço
inoxidável austeníticos, como sensitização (precipitação de carbonetos de cromo em contorno
de grão) e o aparecimento de fase sigma e presença de microestruturas martensiticas
causadas pelo excessivo encruamento dos materiais austeníticos a frio;
c) Carbonetação e grafitização em tubos e elementos metálicos submetidos a altas temperaturas
sob ação de atmosferas redutoras;
d) Controle metalúrgico durante a fabricação de transformações provocadas por soldagem, como
determinação de quantidade de ferrita delta em soldas de materiais austeníticos,
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4. Definições
Para os efeitos deste documento aplicam-se os termos e definições constantes no ASTM E 7:2015,
complementadas ou alteradas pelos 3.1 a 3.6 e o INMETRO VIM:2012.
Macrografia - Reprodução gráfica de uma estrutura metalográfica, após preparação adequada e ataque,
a olho nu ou por meio de instrumento ótico com aumento de até 10 vezes (fotomacrografia);
Metalografia de campo - Procedimento, de natureza não destrutiva, que permite avaliar a microestrutura
de materiais metálicos nas superfícies acessíveis em equipamento ou acessório no local onde está
instalado;
Micrografia - Reprodução gráfica de uma estrutura metalográfica, após preparação adequada e ataque,
por meio de microscópio com aumento superior a 10 vezes (fotomicrografia);
Polimento Mecânico - Processo mecânico utilizado para obtenção de uma superfície refletiva que
permita o exame da microestrutura isenta de danos introduzidos durante a etapa de lixamento.
5. Certificação de Pessoal
Recomenda-se que O profissional que executar a Metalografia de Campo deva possuir experiência
comprovada neste ensaio e no mínimo formação Técnica em Mecânica ou Metalúrgica.
Nos casos de Inspetores de Equipamentos formados segundo a Portaria n.º 537, de 21 de outubro de
2015, devem possuir experiência comprovada de 12 meses em análises metalográficas.
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6. CONDIÇÕES GERAIS
78 mL de ácido perclórico (a 70 %)
Reagente de uso geral 120 mL de água destilada
700 mL de etanol
100 mL de butilglicol ou glicerol
Reagente de uso especifíco Conforme ASTM E 1558:2009.
NOTA - Para segurança na preparação do reagente de uso geral, primeiramente diluir o ácido na água destilada.
Separadamente misturar o butilglicol ou glicerol com o etanol. Finalmente diluir a solução de ácido na mistura de
etanol com butilglicol ou glicerol.
7. Condições de Execução
Cuidados especiais devem ser tomados no manuseio das soluções de polimento eletrolítico e ataque, em
virtude de seu grau de corrosividade, toxidez e explosividade. Utilizar as Fichas de Informações de
Segurança de Produtos Químicos (FISPQ) para manuseio de produtos químicos.
Durante a execução do ensaio, o ambiente circundante deve ser mantido isento de poeira e protegido
contra ventos fortes. Caso o ensaio seja executado ao ar livre, deve ser prevista proteção adequada à
realização do mesmo.
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Efetuado com ferramenta abrasiva e/ou lixas para metal grossas, por exemplo, granulação 50, 80 e 120
para a remoção de camadas descarbonetadas, óxidos e uniformização da superfície.
Efetuado utilizando lixas para metal finas granulação 150, 220, 320, 400 e 600, nesta ordem. A direção
de lixamento em cada etapa deve diferir de 90° em relação à anterior e, após cada etapa, a superfície.
NOTA – O Lixamento manual consiste em se lixar a amostra sucessivamente com lixas de granulometria
cada vez menor, mudando-se de direção (90°) em cada lixa subsequente até desaparecerem os traços
da lixa anterior, ver figura 1 abaixo.
O preparo da superfície para o ataque pode ser efetuado por polimento mecânico ou eletrolítico,
conforme descrito nos itens 8.4.1 e 8.4.2 respectivamente.
O polimento mecânico pode ser efetuado com a utilização de uma furadeira elétrica ou pneumática. A
escolha do equipamento depende do grau de risco oferecido pelo local de trabalho e é definido pelo
cliente, junto ao técnico responsável.
1º. Polimento com uso de feltro de lã coberto por uma fina camada de pasta de diamante 6 µm,
3 µm e 1 µm ou alumina 5 µm, 1 µm, 0,3 µm e 0,05 µm lubrificado com etileno glicol;
2º. Antes de iniciar-se o polimento é feito um ataque químico conforme orientações do item 9 a
seguir. A realização dos passes de ataque nos intervalos de parada do polimento é
recomendável, visto que esta prática ajuda no aumento da velocidade do processo e
garante que a superfície fique isento de riscos indesejáveis.
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3º. O polimento deve ser realizado movimentando-se o equipamento de forma circular. Esta
movimentação garante a realização do polimento sem que haja a existência de
deformações microestruturais indesejáveis. Estas deformações caso ocorram, dificulta
enormemente a avaliação principalmente se houver a existência de danos físicos do tipo
trincas e pites de corrosão, os quais poderão orientar em função do sentido de polimento e
dificultar a análise.
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NOTA 1 - Para condições específicas de preparação mecânica de superfícies duras ou muito macias, a
ASTM E 3: 2011 apresenta procedimentos específicos para cada caso.
NOTA 2 - O etileno glicol é um álcool viscoso usado neste processo para a diminuição da temperatura do
feltro de lubrificação e da superfície analisada, diminuindo assim a possibilidade de aparecimento de
riscos indesejáveis.
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NOTA 1 - A aplicação dos polimentos mecânico ou eletrolítico deve ser adequada, de modo a obter uma
superfície livre de deformações, riscos, pites de ataque e outros defeitos que podem mascarar as
verdadeiras características da microestrutura.
7.5 Ataque
O ataque químico ou eletrolítico deve ser efetuado utilizando os reagentes conforme ASTM E 407:2007
(para micrografia) ou ASTM E 340:2015 (para macrografia) de forma a revelar características estruturais
desejadas, observando os devidos cuidados relativos à Segurança do Trabalho.
Antes da realização do ataque, a superfície preparada deve ser lavada com álcool ou acetona e seca
com uso de sopro de ar quente. Este mesmo procedimento deve ser efetuado imediatamente após a
realização do ataque.
Feito pelo emprego de soluções químicas com características físico químicas que atacam o material com
o auxílio do emprego de eletrólise. Para a realização da eletrólise é utilizada uma fonte de corrente
contínua com saída de 12V e 5 Amperes. O tempo de ataque depende da área ensaiada e deve ser
consultada na tabela 1 e 2 do ASTM E407 – 2007, Anexo 1 deste documento. Geralmente são feitos em
materiais que possuem alta resistência à corrosão. Ex.: Aços inoxidáveis austeníticos, ligas a base de Cr
como HP40, HK40, etc., ver tabela 2 na próxima página.
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Adicionalmente aos cuidados de SMS indicados nas ASTM E 407:2007, ASTM E 340:2015 e ASTM E
1558:2009, os seguintes requisitos devem ser observados:
a) Nenhum reagente pode conter em sua composição: acido fluorídrico – HF e cianeto em geral, tais
como: KCN, NaCN; K3Fe(CN)4;
(álcool, madeira, papel, ácido acético, H2SO4, H3PO4, glicerol). Qualquer mistura de ácido perclórico em
soluções orgânicas deve ser feita com o ácido previamente diluído em água;
Sendo solicitado pelo cliente, a avaliação poderá ser realizada em campo e será utilizado o microscópio
de campo com câmera fotográfica acoplada para o registro. Esta atividade poderá ser seguida da retirada
de Réplicas metalográficas se solicitado pelo cliente, conforme item 9 abaixo.
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Após a revelação da microestrutura, o local recebe uma película de acetato celulose umedecido com
acetona. Esta película umedecida dissolve-se e copia a microestrutura superficial e possíveis danos
físicos presentes, estes danos podem ser trincas, poros, vazios de fluência causados por operação a
elevadas temperaturas, entre outros. O tempo de espera de secagem é de no mínimo 10 minutos. Após
este período faz-se a colagem de fita dupla face na superfície traseira da lâmina de acetato. Esta fita
serve para evitar o enrugamento do acetato e serve para colagem do mesmo na lâmina de vidro para
planificação e melhora das condições de análises.
Após a remoção do acetato aderido à superfície, é feito o segundo ataque químico seguindo e colada a
segunda película de acetato. A identificação da posição do ponto de réplica executado é importante. Esta
identificação deve ser discutida com o interessado para que haja acordo entre as partes.
Nas regiões analisadas deve ser feita medição de dureza com durômetro portátil método UCI. Os valores
encontrados são utilizados para cálculo da resistência à tração.
Microestrutura composta por matriz ferritica e perlita Microestrutura composta por matriz ferritica e perlita
esferoidizada. 400x. esferoidizada em contornos de grãos. 400x.
Tamanho de grãos: 6/7. Dureza média: 140HB Tamanho de grãos: 8. Dureza média: 132HB
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