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E.E.E.

F PARAÍBA CIEP

FLÚOR

NOME: Luís Arthur Bento Vieira

Turma: 92

Ano: 9
Características do Flúor
O flúor é um elemento ametálico, localizado no grupo 17 do segundo
período da Tabela Periódica. Em sua forma pura, ele é um composto
diatômico de fórmula F2, apresentando-se como um gás de coloração
amarelo-clara, com um odor doce, quase prazeroso, similar ao O3 ou ao
Cl2, e que pode ser detectado facilmente em concentrações acima de 1
ppm. Em sua forma líquida, tem uma coloração amarelo- alaranjada.
É extremamente corrosivo e, não à toa, é o agente oxidante mais forte
entre todos os elementos, sendo também o elemento mais reativo que
se conhece.
O flúor é altamente tóxico e é bem perigoso de ser manuseado em
grandes concentrações, por isso, são necessárias adoção de técnicas e
precauções devidas, como a utilização de equipamentos de aço ou de
teflon.
O flúor reage com todos os elementos em altas concentrações, com
exceção de O2, N2, He, Ar e Kr. Tais reações são muito exotérmicas e
tendem a ser bem violentas. A grande reatividade do flúor é
consequência da baixa energia de dissociação da ligação F–F e da
grande força da ligação da substância formada após a reação. A ligação
do F2 é fraca como uma consequência da repulsão dos pares de
elétrons não ligantes (cada átomo de flúor tem três pares após o
estabelecimento da ligação covalente), os quais estão muito próximos
quando a ligação F–F é formada.

O flúor é ainda o elemento mais eletronegativo de toda a Tabela


Periódica. Por conta disso, ele nunca será encontrado em um estado de
oxidação positivo e, assim, sempre adquire a carga -1 na formação de
compostos.
Onde o flúor pode ser encontrado?

O flúor é amplamente distribuído na natureza, representando 0,065%


da massa da crosta terrestre e, assim, obtendo o posto de 13º elemento
mais abundante na crosta terrestre, na frente de elementos como o
cloro e metais comuns, tais como zinco e cobre. As principais fontes
naturais de flúor são a fluorita (CaF2), criolita (Na3AlF6) e fluorapatita
(Ca5F(PO4)3). A fluorapatita, aliás, é um caso comum de substituição
de hidróxido (OH) por flúor em minerais.

Obtenção do flúor

O flúor é produzido pela eletrólise de fluoretos fundidos, tais como o


KF. Essa técnica ainda é muito semelhante à forma como ele foi isolado,
por Henri Moissan, em 1886.
Para a obtenção, o flúor deve ser oxidado de F- para F2. Nessa
eletrólise, não se pode utilizar eletrólitos aquosos, considerando-se que
a água, diante do flúor, seria oxidada, além do fato de qualquer flúor
produzido reagir imediatamente com a própria água.
Assim, utiliza-se a oxidação eletrolítica, com o fluoreto de potássio em
fluoreto de hidrogênio anidro (KF∙2HF) e utilizando ânodos de carbono e
cátodos de aço ou cobre. Um aparato também é montado para prevenir
que o hidrogênio formado no cátodo se encontre com o flúor formado no
ânodo.
Aplicações do flúor

Boa parte do flúor produzido é utilizado pela indústria de combustíveis


nuclear, na produção do UF6, e pela indústria elétrica, na produção do
SF6, empregado na fabricação do meio dielétrico em dispositivos
elétricos.
O fluoreto de hidrogênio, HF, é bastante empregado para a obtenção
de diversos fluoretos metálicos. Alguns, nos quais os metais possuem
alto número de oxidação, são empregados como oxidantes fortes, tais
como AuF5, AgF3 e NiF4.
O flúor também deu início à química dos gases nobres (elementos
pertencentes ao grupo 18 da Tabela Periódica) quando Neil Bartlett, em
1962, mostrou a síntese do fluoreto de xenônio. Hoje existem fluoretos
não só de xenônio mas também de criptônio e radônio.
O flúor substitui muito bem o hidrogênio e o oxigênio em compostos
orgânicos, dado seu pequeno átomo e comportamento covalente, dando
origem a diversos compostos com uma ligação C–F estável. O maior
exemplo da aplicação do flúor na química orgânica é o polímero
conhecido como Teflon (politetrafluoretileno), usado em panelas
antiaderentes.
Os compostos orgânicos com flúor também têm sido empregados na
indústria farmacêutica. Sua alta eletronegatividade e a estabilidade da
ligação C–F são muito bem-vistas, não sendo possível a liberação de
fluoretos tóxicos para o organismo. Não à toa, cerca de 20% dos
produtos farmacêuticos atuais possui flúor em sua composição.
Os cloroflúorcarbonos (CFCs) foram amplamente usados como
líquidos refrigerantes e em aerosóis, porém tiveram seu uso
desestimulado, devido ao fato de serem capazes de consumir o ozônio
estratosférico, dando origem ao problema conhecido como o buraco na
camada de ozônio.
Em 1958, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a
importância da fluoretação da água como forma de combate ao surto de
cáries na população. No Brasil, tal prática se iniciou em 31 de outubro
de 1953, em Baixo Guandu, Espírito Santo, por meio da utilização do
fluossilicato de sódio.
Alguns estudos realizados no Brasil demonstraram que, após 14 anos,
a prática reduziu em 65% a incidência de cárie em crianças de 6 a 12
anos dessa cidade. A confirmação da prática como ideal para a saúde
pública se deu, em 1982, por meio da Conferência sobre Fluoretos,
organizada pela OMS, pela Federação Dentária Internacional e pela
Fundação Kellogg.
A eficiência do flúor contra cáries também o fez figurar na composição
química de cremes dentais, com base nos compostos fluoreto de sódio
e monofluorfosfato de sódio. Na Alemanha, França e Suíça, também é
comum a fluoretação do sal de cozinha para conter o surto de cáries.

História do flúor
O nome flúor deriva do mineral fluorita, CaF2, a qual era usada como
fundente (ou fluxo) na indústria metalúrgica, desde 1529, por meio dos
trabalhos de Georgius Agricola. No começo do século XVII, percebeu-se
que a fluorita, quando aquecida, era capaz de emitir luz, dando origem
ao fenômeno da fluorescência.
Mesmo com a fluorita e com outros fluoretos sendo empregados pela
sociedade, a natureza elementar do flúor não foi conhecida até o século
XIX. Depois que Humphry Davy descobriu o cloro, em 1810,
André-Marie Ampère propôs que o ácido formado da fluorita com o
ácido sulfúrico era semelhante ao ácido clorídrico. Pelos 70 anos
seguintes, diversos químicos tentaram isolar o elemento flúor, mas seus
esforços se mostravam em vão por conta da alta reatividade do
elemento.
Até que, em 1886, o químico francês Henri Moissan foi o responsável
pela descoberta do elemento. Ele realizou a eletrólise de uma solução
de KHF2 em HF anidro e obteve um gás que fez um silício cristalino
explodir em chamas. Não demorou muito para Moissan reportar suas
descobertas para a Academia Francesa de Ciências. Posteriormente,
pela descoberta do flúor, o cientista foi agraciado com o Prêmio Nobel
de Química de 1906.

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