Você está na página 1de 29

AGRONOMIA

VIABILIDADE ESPACIAL DA FERTILIDADE DO SOLO E MAPAS


DE RECOMENDAÇÃO EM CAMPINORTE GOIÁS

WELLISON DE SOUSA OLIVEIRA

IPAMERI – GO
2022

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
WELLISON DE SOUSA OLIVEIRA

VIABILIDADE ESPACIAL DA FERTILIDADE DO SOLO E MAPAS


DE RECOMENDAÇÃO EM CAMPINORTE GOIÁS

Relatório de Estágio Supervisionado


apresentado como Trabalho de Curso
(TC2), à Universidade Estadual de Goiás,
Câmpus Sul, Unidade Universitária de
Ipameri, como parte das exigências para
obtenção do título de Bacharel em
Agronomia.

Orientador: Prof. Mariana Pina da Silva Berti

IPAMERI – GO
2022

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
012345262ÿ8914ÿ
92ÿ69ÿ9524ÿ 4 2ÿ69ÿ 2ÿ2 2145 2ÿ62ÿ0
4ÿ4 ÿ6264 ÿ459 64 ÿ89142ÿ2 452
!"# %&$'&()*ÿ,'%%&-./ÿ0'ÿ1.2-)ÿ
$ ÿÿÿ34564!47578ÿ8195:45!ÿ75ÿ;8<=4!47578ÿ7 ÿ1 ! ÿ8ÿ>5951
78ÿ<8: >8?75@A ÿ8>ÿ:5>94? <=8ÿB 4C1ÿDÿ,'%%&-./ÿ0'ÿ1.2-)
ÿ %&$'&()Eÿ.(&'/F)0.(ÿ>)(&)/)ÿ9&/)ÿ0)ÿ1&%$)ÿÿ6'(F&E
G.H.(&'/F)0.(ÿ<.I'(F.ÿJ.-Kÿ;('&F)-LÿHHÿ:)MN&/.(F'ÿ*
OPOOL
ÿÿÿO#ÿNL
ÿÿÿB()02)QR.ÿHÿ5S(./.M&)ÿHHÿT/&0)0'ÿ0'ÿ4N)M'(&*
T/&$'(-&0)0'ÿ8-F)02)%ÿ0'ÿB.&U-*ÿOPOOL
ÿÿÿVLÿ>)N)-ÿ0'ÿ;'(F&%&0)0'LÿOLÿ>)N)-ÿ0'ÿ('G.M'/0)QR.L
WLÿ;'(F&%&0)0'ÿ0.ÿ-.%.Lÿ"Lÿ:)%)S'MLÿXLÿ=)Y)ÿ$)(&)$'%ÿL
4Lÿÿ6'(F&*ÿ>)(&)/)ÿ9&/)ÿ0)ÿ1&%$)*ÿ.(&'/FLÿ44Lÿ;('&F)-*
<.I'(F.ÿJ.-K*ÿG.H.(&'/FLÿ444Lÿ=ZF2%.Lÿ
Dedico este trabalho em primeiro lugar a
minha família, que me forneceu todo o
apoio e amor para conclusão dessa etapa
da minha vida

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiro a Deus por ter me dado essa oportunidade de chegar até aqui,
por ter abençoado e protegido em primeiro lugar a minha família que tanto amo, pela
minha saúde e força de vontade em continuar mesmo quando tudo parecia perdido,
obrigado por toda proteção e livramento. Com toda sua honra e gloria.
A minha namorada Isabella Costa que tanto me apoiou nessa longa jornada, me
ouviu e me aconselhou em cada momento dessa fase de minha vida, e que pode estar
presente em cada momento feliz e triste da minha fase. Obrigado por ser essa maravilha
de pessoa. Te amo.
Aos meus amigos de infância Admael Filho e Gean Lucas que sempre estiveram
comigo todos esses anos, que me apoiaram e ofereceram ajuda nas dificuldades, pelas
festas e resenhas, por fazerem a melhor companhia.
Aos meus amigos que a faculdade me deu, Andre Luiz, Wandrei Vieira, Rafael
Vieira, Isabella Guimaraes, Ana Caroline Sousa, Starley, Igor Honorado, e muitos outros
que foram essenciais na minha jornada até aqui, os levarei por toda a vida, bastante grato
a vocês.
A todas os profissionais que me deram a oportunidade de estagiar, a Milena
Santos, Debora Chitolina, Wellington Moura, Ghederson Brito e Vinicius Onassis,
obrigado pela paciência e o conhecimento que puderam me passar.
A todos meus professores da Universidade, em especial Mariana Pinha, Roberli
Guimaraes, Andrecia Cosmen, Roberto Freitas e demais que me guiaram nessa jornada.
Agradeço imensamente a todos.

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................................7
2. OBJETIVOS ................................................................................................................8
2.1. OBJETIVO GERAL..............................................................................................8
2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO.....................................................................................8
3. REFERENCIAL TEORICO.........................................................................................9
3.1. AGRICULTURA DE PRECISAO........................................................................9
3.2. CRÉDITO RURAL..............................................................................................11
4. A EMPRESA.............................................................................................................12
5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS.........................................................................12
5.1. ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE CRÉDITO RURAL.................................13
5.1.1. VERIFICAÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO..........................................................13
5.1.2. ELABORAÇÃO DO LIMITE DE CRÉDITO.....................................................14
5.1.3. ELABORAÇÃO DO PROJETO DE CUSTEIO..................................................15
5.2. ELABORAÇÃO DE MAPAS DE FERTILIDADE............................................15
5.2.1. MAPAS DE COLETA.........................................................................................15
5.2.2. MONTAGEM DOS SAQUINHOS DE COLETA..............................................16
5.2.3. LOCALIZAÇÃO DO PONTO DE COLETA......................................................18
5.2.4. COLETA..............................................................................................................18
5.2.5. INTERPRETAÇÃO E RECOMENDAÇÃO.......................................................19
6. RESULTADOS E DISCUSSOES.............................................................................21
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................24
8. REFERENCIAS........................................................................................................24

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
7

1. INTRODUÇÃO

A realidade atual está exigindo cada vez mais profissionais com maior
conhecimento e experiência, o curso superior ou graduação, proporciona as pessoas um
maior nível de conhecimento e tecnificação, preparando os para um mercado de trabalho
cada vez com mais exigência.
O Estágio Curricular do Curso de Agronomia visa fortalecer a relação teoria e
prática baseado no princípio metodológico de que o desenvolvimento de competências
profissionais implica em utilizar conhecimentos adquiridos (ROMAN, 2016).
As Instituições de Ensino Superior são responsáveis pela formação de
profissionais de qualidade afinado com os desafios da sociedade contemporânea. De
acordo com Assolini (2015) a capacitação dos profissionais para o mercado de trabalho,
traz maior desenvolvimento de atividades que estão cada vez mais complexas, como o
desenvolvimento da tecnologia de informação, que demanda por profissionais com maior
qualificação.
O Setor de Tecnologias de Informação (TI) está se desenvolvendo e ampliando o
mercado e a agricultura, em especifico a Agricultura de Precisão (AP), (FEDER 1985;
GRIFFIN et al., 2005 apud Mozambani; Filho. 2018) ressalvam que alguns estudos
demonstraram os benefícios da utilização de tecnologias de AP, como a redução dos
custos de produção, a aplicação de insumos de maneira mais eficiente, o aumento da
produtividade global da lavoura, o aumento na quantidade de informações possibilitando
a melhor tomada de decisão, e a redução do impacto ambiental.
Tecnologia guiada por hardwares e softwares avançados, de custos elevados, onde
diversos produtores não têm acesso devido a condições financeiras. Nogueira, Amaral et
al (2021) comentam sobre o SNCR (Sistema Nacional de Crédito Rural) onde as
iniciativas empregadas pelo poder público, como Programas do Governo Federal, são
tomadas com o objetivo de propor a melhoria contínua e o desenvolvimento das
atividades agropecuárias, em benefício a classe rural, financiando os produtores rurais
afim de obter maior produtividade, possibilitando o processo de modernização
aumentando a eficiência produtiva no campo, além de maior qualidade dos produtos e
geração de emprego em renda para os produtores rurais (ASSIS, 2006).
A aquisição de crédito rural necessita de um profissional que de acordo com
Cristine (2021) deve ser um projetista profissional responsável pelo desenvolvimento dos

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
8

projetos de agronegócio, pessoa que ajudará o agricultor a fazer seu projeto de forma clara
e efetiva para obtenção de crédito.

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Acompanhar e desenvolver serviços de crédito rural, agricultura de precisão,


coleta de solo, consultoria agronômica e elaboração de mapas de fertilidade, visando
adquirir maior conhecimento, entendimento dos processos e profissionalização na área.

2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO


1. Assistir e elaborar de projetos de crédito rural (limite, custeio,
investimento), nas linhas de crédito (custeio agropecuário e FCO).
2. Acompanhar, auxiliar e elaboração de mapas de agricultura de
precisão pela plataforma INCERES.
3. Coletar amostras de solo georreferenciada para análises químicas do
solo e determinação de calagem e adubação.
4. Recomendar calagem, adubação e manejo de solo.
5. Elaborar mapas de fertilidade.
6. Regular máquinas agrícolas para calagem com mapas de fertilidade.
7. Acompanhar, auxiliar e recomendar soluções aos produtores rurais.

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
9

3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. AGRICULTURA DE PRECISÃO

O desenvolvimento da agricultura está intimamente ligado à evolução do processo


civilizatório, tendo permitido a fixação das sociedades em territórios Feldens (2018).
Após a revolução industrial no século XIX, e o começo do êxodo rural, o campo iniciou
uma luta constante por melhoria em produtividade e estrutura. Com um maior número de
pessoas nos centros urbanos, a tecnologia começou a se desenvolver rapidamente,
principalmente tecnologias que favorecessem o meio rural (ALVES et al., 2011).
A revolução verde nas décadas de 1960 e 1970, globalizaram a transformação na
agricultura, trazendo inovações, tais como os adubos químicos, maquinários, defensivos,
tecnologias de irrigação e a transgenia, dando início a agricultura 2.0. O maior passo para
a agricultura rumo a agricultura digital, ocorreu nas décadas de 1990, com o surgimento
do GPS (EMBRAPA, 2019), o qual é a base de toda modernização no meio de produzir
até os dias atuais.
A agricultura 4.0 se iniciou em 2010 com o conceito de agricultura digital, apoiada
com os sistemas de satélites, GPS, GLONASS e GALILEU, em conjunto com as
tecnologias de drones, robôs e novos hardwares e softwares, levando a agricultura a um
novo patamar de tecnologia, inovação, rentabilidade e principalmente a sustentabilidade
e preservação da natureza e recursos (BASSOI, et al., 2019).
Diversas tecnologias deram início a agricultura de precisão, que segundo Werner
(2007) seu uso é uma realidade como ferramenta para a busca da máxima eficiência
gerencial da propriedade. Também mencionado por Tschiedel e Ferreira (2002), a
agricultura de precisão pode ser considerada como um amplo conceito, englobando
tecnologias e novos conhecimentos de informática, eletrônica, geoprocessamento entre
outros, no qual a AP busca a melhor eficiência na aplicação de insumos agrícolas de
acordo com a variabilidade de fertilidade encontrada, seja nos solos de Cerrado ou demais
biomas, mas também se relaciona a viabilidade do negócio rural, permitindo aplicar
insumos e defensivos no lugar certo, evitando os desperdícios.
A origem do termo “agricultura de precisão” está fundamentada no fato de que as
lavouras não são uniformes no espaço nem no tempo (MOLIN; AMARAL; CALAÇO
2014), assim foram desenvolvidas estratégicas para gerenciar os problemas advindos da
da heterogeneidade das lavouras com variados níveis de complexidade, afirmando que as

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
10

áreas produtoras possuem variações de fertilidade. As definições para AP variam


bastante, mas segundo Bramley (2009) incorpora um pequeno, porém importante
componente no qual ele sugere que AP é um conjunto de tecnologias que promovem
melhorias na gestão dos sistemas de produção com base no reconhecimento de que o
“potencial de resposta” das lavouras pode variar consideravelmente, mesmo em pequenas
distâncias, da ordem de poucos metros.
A AP tem várias formas de abordagens e definições, dependendo do ponto de vista
e da disciplina em que o proponente se concentra. Na sua fase inicial, a definição de AP
era fortemente vinculada às ferramentas de georreferenciamento, e na atualidade a
Agricultura de Precisão está vinculada a um sistema de gerenciamento agrícola baseado
na variação espacial e temporal da unidade produtiva e visa ao aumento de retorno
econômico ao agricultor, à sustentabilidade e à minimização do efeito ao ambiente.
Em 2012, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ao
instituir a Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), definiu a Agricultura
de Precisão como “um sistema de gerenciamento agrícola baseada na variação espacial e
temporal da unidade produtiva e visa ao aumento de retorno econômico, à
sustentabilidade e à minimização do efeito ao ambiente” (BRASIL, 2012).
Segundo Bernardi et al., (2014), por esse motivo que a AP pode ser entendida
como uma forma de gestão da lavoura que leva em conta a variabilidade espacial.
Recomenda-se somente seu uso se houver potencial de retorno econômico e ambiental e
nesse caso é necessário que haja a variabilidade espacial.
A AP se caracteriza por levar a quantidade necessária de insumos em pontos
específicos que são georreferenciados, destacando o manejo localizado, Milani et al.
(2006) afirmam que o manejo localizado apresenta produtividades mais homogênea e
superiores ao manejo uniforme. Ressalta-se que a produtividade das culturas anuais é
altamente dependente da correção do pH do solo através da prática da calagem, fator que
destaca a AP por distribuir os nutrientes necessários em maquinários com sistema de taxa
variável, efetuando a adubação ou calagem no local com quantidades exatas.
A tecnologia necessária para iniciar a Agricultura de Precisão é considerada de
custo elevado, visto que a aquisição de hardwares e máquinas com essas tecnologias é
considerado um investimento a longo prazo nos bens moveis da propriedade rural, bens
que está incluso maquinários de distribuição variável, tratores com sistema GPS e piloto
automático, assistência especializada e análises. Conjunto de fatores que agregam valor a
atividade produtiva. A principal fonte de recursos paras custear os investimentos em

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
11

tecnologia vem do Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR), permitindo empréstimos


a longo prazo e a juros baratos ao agricultor.

3.2. CRÉDITO RURAL

A agricultura nos anos de 1960 era um setor de caráter passivo que dependia dos
demais setores econômicos do país para evoluir, entanto a realidade mudou no início das
décadas seguintes, 1970 e 1980, na qual a agricultura ganhou posição de destaque frente
implementação de novas políticas econômicas voltadas para estimular o desenvolvimento
econômico brasileiro (PINTOR et al., 2015). A partir das décadas de 1970, processos de
modernização começaram a serem implementados no país, levando a uma rápida expansão
territorial em área cultivada. Um desses processos foi a inclusão de subsídios para o
financiamento agrícolas com linhas especiais de crédito rural, resultando no aumento da
produção e intensificação dos maquinários para o processo produtivo (MARTINE, 1991).
Os subsídios do governo possibilitaram o financiamento da produção e dos
processos produtivos agrícolas. O subsídio estabelecido em 1965, o Sistema Nacional de
Crédito Rural (SNCR) tem o objetivo de conceder crédito a produtores rurais com juros
subsidiados para financiamento da produção agrícola e aquisição de maquinários,
melhorando as condições de produção, operação e modernização do campo. A criação do
SNCR permitiu a adoção de um novo modelo para o desenvolvimento agrícola, tendo
como maior realce, o crédito financiado, associado à compra de insumos; como também
na criação de órgãos de pesquisa, como a Embrapa por exemplo; capacitação dos
professores por meio de intercâmbios com outros países além dos serviços de extensão
para levar mais tecnologia e melhor desenvolvimento ao agricultor (GREMAUD et al.,
2009; OCTAVIANO, 2010).
O crédito rural teve por objetivo subsidiar os produtores rurais, tanto agricultores
como pecuaristas, a cooperativas, e a pessoas não produtores rurais que se enquadram em
atividades de pesquisa ou produção de mudas, pesquisa ou produção e sêmen para
inseminação artificial, prestadores de serviços agropecuários, pescadores e aquicultores e
atividades florestais (BACEN, 2018), levando o Brasil figurar entre os principais
produtores de alimentos do mundo, destacando-se no mercado internacional do
agronegócio Embrapa (NOGUEIRA et al., 2021).
Devido ao incentivo do governo em subsidiar os produtores rurais, Silva e Winck
(2019) apontaram resultados de sua pesquisa demostrando a evolução e expansão da
fronteira agrícola desde os anos de 1960, onde o crédito rural incentivou os produtores a

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
12

investirem em produção, principalmente na aquisição de maquinário agrícola, em especial


tratores, que saltou de uma demanda de pouco mais de 100 mil unidades na década de 60
a 1,2 milhões em 2017, em sua maioria financiada pena SNCR. Hettwer (2022) discorre
em seu trabalho os dois picos de produção de colheitadeiras nos anos de 2004 e 2013
ultrapassando a marca de 10000 unidades em cada pico, estimulados pela disponibilidade
de crédito agrícola, ressaltando que, uma unidade é bastante cara, com modelos que
podem ser comercializados por mais de R$ 2 milhões.
Marinho e Silva (2011), aferiram os efeitos positivos do crédito rural sobre o produto
agregado, de forma que quanto maior o incentivo no setor agrário do país, melhor será o
reflexo no PIB, beneficiando a economia geral do país. Dados estimados por (RIBEIRO e
CONCEIÇÃO, 2019) revela que proporcionalmente ao aumento de 1% dos contratos de
crédito rural, resulta no aumento de 0,29% na produção agrícola municipal e 0,17% do PIB
agropecuário, demonstrando a importância da política de crédito rural para o
desenvolvimento da atividade agropecuária.
O crédito rural veio a ser mais que um apoio financeiro subsidiado, e um incentivo
a evolução da agricultura brasileira, trazendo ao país uma maior produtividade por novos
meios de tecnologia, que geram riquezas e empregos em diversas áreas da economia,
demostrando ser o melhor aliado contra o mercado com os custos cada vez mais altos.

4. A EMPRESA

Estágio realizado na empresa SOLUÇÃO CONSULTORIA AGRONOMICA,


localizada na cidade de Campinorte Goiás, sobre direção de Ghedersom Brito e Vinicios
Onassis, engenheiros Agrônomos donos e responsáveis pela empresa. A empresa atua no
ramo de crédito rural e ajuda os agricultores que necessitam de crédito para realização
das atividades rurais. Trabalham com sistema de agricultura de precisão, a fim de obter
maiores lucros aos produtores rurais. Oferecem serviços de consultoria rural em cultura
de grãos e pastagens.

5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O estágio teve início em 12 de abril de 2022, sendo realizada 620 horas de estágio,
onde foram desenvolvidos serviços de elaboração de planos de crédito rural, mapas de
coleta de solo, coleta de solo georreferenciada, mapas de agricultura de precisão, mapas

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
13

de fertilidade, recomendações de adubação e calagem, visita e acompanhamento dos


produtores.

5.1. ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE CRÉDITO RURAL

O crédito rural é uma forma de financiamento destinado aos produtores rurais,


pequenos, médios e grandes, com finalidade de custear as despesas e viabilizar a
produção. O Crédito Rural exerceu um papel importante para o desenvolvimento da
agricultura brasileira, na medida em que forneceu os recursos econômicos necessários
para a modernização agrícola e a obtenção dos ganhos de produtividade (RIBEIRO e
CONCEIÇÃO, 2019).
Para adquirir crédito de custeio ou investimento para negócios rurais, os sistemas
bancários exigem projetos de viabilidade do negócio, o qual descrimina os custos e lucros
da atividade, projetando um cenário de como o crédito rural pode ajudar o produtor em
seu negócio. O projeto de crédito rural também discrimina a capacidade de pagamento do
produtor, através de planilhas e cálculos de viabilidade. Define se o produtor será apto a
pagar a dívida. As linhas de crédito utilizada pelos produtores que tem a Solução
Consultoria Agronômica como empresa que ajudou a planejar o financiamento do SNRC
foi:
• Pronamp: Produtor rural com renda bruta anual de até R$ 2,4 milhões cada
produtor rural pode financiar, por ano agrícola até: R$ 1,5 milhões por ano agrícola (de
julho a junho subsequente), Banco do Brasil (2022).
• Demais produtores: detiveram como produtores de porte grande com rendas
superiores a 2,4 milhões.
• Fco investimento: Financia empreendimento situados na região Centro-Oeste,
destinado ao financiamento de diversos investimentos no meio rural, com taxas de juros
dependendo da RBA (Receita Bruta Agropecuária), até R$ 16 milhões 9,05% a.a, de R$
16 a R$ 90 milhões: 10,23% a.a. Banco do Brasil (2022).

5.1.1. VERIFICAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO.

Verificar documentos pessoais e dos imóveis rurais e urbanos que serão utilizados,
tais como: Certificado de Cadastro do Imóvel Rural (CCIR), Imposto sobre a Propriedade

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
14

Territorial Rural (ITR), Cadastro Ambiental Rural (CAR) da propriedade, documentação


de arrendamento ou comodato, certidão negativa de débitos na união do cliente, certidões
de inteiro teor dos imóveis e declarações de aptidão estabelecidas pela agência bancária,
são itens essenciais na concessão do credito e para a identificação da melhor linha de
crédito, aquela que melhor se encaixa a necessidade do cliente, no caso da região, os mais
utilizados eram os de custeio agrícola e investimento.

5.1.2. ELABORAÇÃO DO LIMITE DE CRÉDITO.

É feito um levantamento da produção com bens moveis e imóveis do cliente, e


com base nesse levantamento, a receita do produtor. Com os dados em mãos e feito o
preenchimento de planilhas Excel determinadas pelo Banco do Brasil (BB). (Tabela 01)
O banco determina qual a quantia a ser liberada de acordo com a situação do produtor.

Tabela 01 – tabela de limite de crédito.

Fonte: Banco do Brasil.

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
15

5.1.3. ELABORAÇÃO DO PROJETO DE CUSTEIO

Após o limite de crédito aprovado, o banco determina quanto de crédito poderá


ser liberado ao cliente. O custeio é elaborado em cima dos dados inseridos no limite de
crédito, contendo a área a ser financiada, com os respectivos dados das áreas, data de
plantio a colheita, grupo de maturação do cultivar, orçamento analítico de produtos,
insumos e mão de obra utilizados para a produção. A planilha realiza os cálculos e
estabelece por meio dos custos vindos das tabelas pré-estabelecidas pelas agencias RTAs
(Referencial Teórico Agropecuário). (Tabela 02) determinando a quantia necessária para
a realização das atividades do produtor.
Tabela 02 – tabela de Referencial Teórico Agropecuário.

Fonte: Banco do Brasil.

5.2. ELABORAÇÃO DE MAPAS DE FERTILIDADE

5.2.1. MAPAS DE COLETA

O início do trabalho de AP foi a elaboração de mapas de coleta com pontos


georreferenciados. O software que auxiliou a elaboração de todo o projeto foi o
INCERES, software próprio para a AP, com os dados das áreas (arquivos KML) foi
elaborado os mapas de amostragem (Figura 01). O mapa foi montado com uma grade de

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
16

4 há, com um ponto a cada 4 há. Os pontos foram de 100 de 0-20 e 20% 20-40, sendo
analisados:
Fertilidade Básica, Textura, Matéria Orgânica (M.O), pH Água (ph_agua),
Hidrogenio e Alumínio (H+Al), Alumínio (Al), Calcio (Ca), Magnésio (Mg), Fosforo em
resina (P Resina), Potássio (K), Ferro (Fe), Boro (B), Cobre (Cu), Zinco (Zn), Manganês
(Mn) e dados tecnológicos (resultados como Capacidade de troca de cátions (CTC),
Saturação por Bases (V e V%).

Figura 01– mapa de pontos de coleta de solo georreferenciados

Fonte: Arquivo pessoal.

5.2.2. MONTAGEM DOS SAQUINHOS DE COLETA

Cada ponto georreferenciado é coletado e analisado individualmente, sendo


necessário cada ponto ter uma identificação. De modo a facilitar o trabalho em campo,
foi impresso etiquetas (Figura 02) através da plataforma INCERES, contendo um código
de barras, para que pudesse identificar a amostra a campo e em laboratório. O laboratório
de análise que prestou os serviços de análise, possui parceria com a INCERES, onde suas
amostras são disponibilizadas digitalmente dentro da plataforma.

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
17

As etiquetas foram colocadas nos saquinhos para a identificação individual das


amostras (Figura 03).
.
Figura 02 – etiquetas

Fonte: Arquivo pessoal.

Figura 03 – saquinho de amostragem.

Fonte: Arquivo pessoal.

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
18

5.2.3. LOCALIZAÇÃO DO PONTO DE COLETA


Através de um app de celular da INCERES, os pontos eram localizados e coletados
(Figura 04)

Figura 04 – mapa de pontos de coleta de solo georreferenciados no APP


INCERES.

Fonte: Arquivo pessoal.

5.2.4. COLETA

A coleta foi realizada com o auxílio de um quadriciclo, uma furadeira a gasolina


Stihl BT 45 (Figura 05) e um balde de coletas. Foi utilizado dois baldes, um para amostras
de 0-20 cm e outro para as de 20-40 cm, cada amostra foi composta por 8 subamostras.
(Figura 06).

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
19

Figura 05 – furadeira a gasolina Stihl BT 45 Figura 06 – balde de coleta

Fonte: Arquivo pessoal.

5.2.5. INTERPRETAÇÃO DAS ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

As análises chegam pela plataforma, em forma de tabela Excel, sendo necessário


somente o carregamento nas abas do INCERES (Figura 07). Os cálculos são realizados
através de fórmulas pré-estabelecidas, onde são usadas duas fórmulas base, dois métodos
com base em dois conceitos amplamente aceitos, para os solos do Estado, por técnicos
especialistas em fertilidade do solo: o “Método da neutralização da acidez trocável e da
elevação dos teores de Ca e de Mg trocáveis” e o “Método elevação das Bases”.
(RIBEIRO, GUIMARÃES, ALVAREZ 1999). O calcário utilizado foi o Dolomítico da
região de Santa Tereza de Goiás - Goiás, com PRNT de 92,2%, CaO de 40% e MgO de
12%.
A interpretação dos atributos químicos do solo (Ph-água, MO, P, K+, Ca, Mg, Al,
V% e CTC), foram baseadas de acordo com Boletim 100, (RIBEIRO et al., 1999).
(Quadro 1).

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
20

QUADRO 1. Atributos químicos do solo e os seus padrões de referências limites


estabelecidos.

Atributos do solo e os seus padrões de referências limites estabelecidos


MUITO
ATRIBUTO BAIXO MEDIO BOM REFERÊNCIA
BOM
pH - agua < 4,5 4,5 – 5,4 5,5 – 6,0 6,1 – 7,0* Ribeiro et al., (1999)
MO (g/dm-³) 7,1 - 20 20,1 - 40 40,1 - 70 > 70 Ribeiro et al., (1999)
P (mg/dm-³) 6,0 - 8,0 9,0 - 14,0 15,0 - 20,0 >20 Adaptado de Lins (1987);
K+ (cmolc/dm-³) <0,07 0,07 - 0,15 >0,15 - Sobral, Barreto et al., (2015)
Ca2+ (cmolc/dm-³) 0,41 - 1,20 1,21 - 2,40 2,41 - 4,00 > 4,00 Ribeiro et al., (1999)
Mg (cmolc/dm-³) 0,16 - 0,45 0,46 - 0,90 0,91 - 1,50 > 1,50 Ribeiro et al., (1999)
Al (cmolc/dm-³) 0,21 - 0,50 0,51 - 1,00 1,01 - 2,00** > 2,00** Ribeiro et al., (1999)
V% 20,1 - 40,0 40,1 - 60,0 60,1 - 80,0 > 80,0 Ribeiro et al., (1999)
CTC (cmolc/dm-³) 1,61 - 4,30 4,31 - 8,60 8,61 - 15,00 > 15,00 Ribeiro et al., (1999)
Profundidade 0-20 cm. pH em agua. MO- media de 21,31g/kg. P em resina.

( * )interpretação destas características, nestas classes, deve ser alta em lugar de muito bom .( **
)interpretação destas características, nestas classes, deve ser alta e muito alta em lugar de bom e muito bom.
Fonte: Autoria Própria.

Os valores principais analisados no presente trabalho, Ca, Mg e Al, se


demostraram em níveis aceitáveis, mas que necessitam de correções.

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
21

Figura 07 – mapa recomendação de calagem INCERES

Fonte: Arquivo pessoal.

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

A área em específico foi nomeada como (PA-CHAPADÃO) na qual foi


desenvolvido o presente trabalho. O talhão possui 255,92 hectares, onde está
implementado o sistema de AP há dois anos. As safras 2021/2022 e 2022/2023 foram
realizadas coletas com os seguintes pedidos de análise (M.O, pH Água, H+Al, Al, Ca,
Mg, P Resina, K, Fe, B, Cu, Zn, Mn e dados tecnológicos), obtendo resultados de
fertilidade com recomendação de calagem média. (Tabela 3)

(Tabela 3) Resultados das análises Talhão Chapadão


255,92 ha.
Safra Ca Mg Al pH V% CTC MOS Calagem
cmol/dm3 g/kg T/Há
2021/2022 1,72 0,64 0,04 5,62 50,54 5,14 19,76 1.787,11
2022/2023 1,96 0,76 0,05 5,79 53,69 5,46 21,87 2.737,66
Fonte: Autoria Propria.

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
22

A recomendação da safra 2021/2022 foi calculado pela formula de recomendação


pelo método de fornecimento de Calcio (Ca2+) + Magnésio (Mg2+). Objetivando elevar os
4−(𝐶𝐶𝐶𝐶+𝑀𝑀𝑀𝑀)
níveis de Ca2+ + Mg2+. a 4 cmol/dm³, dada pela fórmula de calagem 𝑁𝑁𝑁𝑁 = ∗
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃

100 , que é usado em solos de Capacidade de Troca de Cátions (CTC) baixa e


consequentemente a Saturação por Bases (V%) terá valores mais baixos, solos de CTC
de 4 a 5, resultam em valores de calagem menores pelo método de elevação das bases.
(RIBEIRO, GUIMARÃES e ALVAREZ, 1999). Os valores médios de Alumínio (Al3+m
foram de 0,04 e máxima de 0,25 cmol/dm3). O cálcio e magnésio se mostraram baixos,
demostrando valores médios de 1,72 e. de 0,64 cmol/dm3 respectivamente. Os valores do
V% e pH se mostraram dentro das médias, com o V% a 50,54 cmol/dm3. O solo que
apresentar a percentagem de saturação por bases (V%) maior que 50% são considerados
um solo fértil segundo Gorski et al.,(2013), e pH de 5,62, caracterizando um solo de
acidez de aceitável a ideal. De acordo com Sousa e Lobato (2004) o índice de pH em
água a ser atingido para uma produção de grãos economicamente viável é de 5,5 a 6,3,
pois nesse intervalo as plantas têm boas condições de assimilação dos nutrientes
essenciais como: fósforo, potássio, enxofre e nitrogênio.

Na safra 2022/2023 o cálculo de calagem foi pelo método de correção por


(𝑉𝑉2−𝑉𝑉1)∗𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶
saturação de bases pela seguinte formula, 𝑁𝑁𝑁𝑁 = . As quantidades de Cálcio e
𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃𝑃

magnésio foram de 1,96 e 0,76 cmol/dm3 respectivamente. Demostrando uma elevação


se comparado com o ano anterior, essa elevação se deu pela dose de calagem aplicada na
safra anterior, com objetivo de se elevar o V% a 80%, onde mesmo com a taxa de
exportação pela cultura, o solo foi capaz de suportar a retirada de nutrientes, entretanto,
os níveis principalmente de cálcio e magnésio estão baixos, objetiva elevar o Ca2+ a
valores de 4 cmol/dm3, e o magnésio a valores entre 1,7 e 2 cmol/dm3.
O Al3+ se mostra com teores insignificantes, devido ao valor máximo e de 2
cmol/dm3 segundo (RIBEIRO, GUIMARÃES e ALVAREZ, 1999).
Entretanto a planta quanto mais produz, mais é exigente em quantidades maiores
de nutrientes, ou seja, de fertilizantes Martins (2019). A extração de nutrientes pelas
plantas retira do solo a maioria dos íons que ocupam os coloides, deixando espaços
disponíveis para o H+ e Al+3, que acidificam e intoxicam as plantas. Fator que influencia
na acidificação no plantio direto, são os fertilizantes quando aplicados na linha de
semeadura, na superfície do solo. Sendo assim, a dissolução dos fertilizantes fosfatados
e a nitrificação dos nitrogenados amoniacais ou amídicos podem contribuir para a

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
23

acidificação da camada superficial do solo, Ciotta et al., (2002). A acidificação em plantio


direto provavelmente está relacionada com o aumento da concentração eletrolítica,
evidenciado pela maior condutividade elétrica, e com a aplicação de fertilizantes de
reação ácida, que, ao não serem incorporados, concentram na superfície do solo o efeito
ácido da nitrificação do amônio Blevins et al (1983 apud Ciotta et al., (2002).
A matéria orgânica no solo também pode fazer com que a acidez se torne cada vez
maior. Assim, por meio das bactérias e microrganismos, essa matéria orgânica causa
reações químicas, que levam nutrientes às plantas. Mas, o processo também ocasiona a
elevação do pH (CYSY, 2021). Entretanto esse aumento e insignificante visto os
benéficos da matéria orgânica no solo.

Em solo sob plantio direto, também ocorre um acúmulo de matéria orgânica,


sendo a magnitude desse efeito maior na camada superficial. O aumento de
matéria orgânica em solos não revolvidos decorre da diminuição da taxa de
decomposição microbiana da matéria orgânica no solo pela diminuição da
temperatura, aeração, aumento da cobertura do solo, agregação e do não
fracionamento e incorporação dos resíduos vegetais. A magnitude do
incremento varia com o tipo de solo, condições climáticas e sistemas de cultura
utilizados. Este aumento de matéria orgânica pode amenizar possíveis efeitos
negativos da acidificação superficial em solos sob sistema plantio direto pela
complexação de Al. Além disso, nesse sistema de plantio, o acúmulo de
resíduos vegetais pode diminuir a toxidez de Al a partir da lixiviação de
compostos orgânicos solúveis em água, os quais atuam na complexação do Al
no solo, além do efeito positivo da adição de Ca, Mg e K destes resíduos que
podem contribuir para diminuir a atividade do Al em solução e, ou, aumentar
a saturação por bases (CIOTTA et al., 2002).

Devido a produção de 4 toneladas na safra 2021/2022, a extração de nutrientes


pelas plantas e utilização de adubos químicos ácidos influenciaram na saúde do solo,
deixando-o pobre em nutrientes e ácido, fator que explica a elevada quantidade de
corretivo utilizada a safra 2022/2023. O uso de corretivo tem por objetivo repor e
recuperar o solo as grandes produções.
A intenção é levar a saturação por bases a um valor alto, de 95 a 100%,
objetivando a melhora no condicionamento do solo, não só, mas também elevar os índices
de cálcio e magnésio, com o cálcio, provendo valores calculados para 4 cmol, o magnésio
consequentemente se elevara. O calcário utilizado possui altos valores de magnésio, por
ser dolomítico, possui uma razão de 4/1 de cálcio e magnésio, consequentemente para
cada mg de Calcio vai se ter 1 mg de Magnésio, elevando os valores a níveis aceitáveis
no solo.

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
24

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estágio supervisionado permitiu desenvolver novas técnicas e conhecimento das


áreas abordadas, principalmente em relação a nutrição do solo e sua importância para a
agricultura.
A agricultura de precisão se mostrou uma ótima aliada da produtividade,
envolvendo diversos aspectos tecnológicos que devem ser acompanhados de perto.
Envolve diversas áreas como a nutrição das plantas e solos e tecnologias de informática.
O crédito rural se mostrou uma ótima ferramenta, um aliado ao produtor rural, ao
custear e fornecer crédito para o desenvolvimento das principais atividades no campo,
possibilitando o investimento em tecnologia e incremento na produtividade.
O trabalho com Agricultura de precisão demostrou resultados positivos e
promissores em relação a fertilidade do solo, sendo perceptível a mudança de sua
fertilidade no prazo de um ano, com os valores de Ca e Mg maiores que o ano anterior,
além da melhora na saturação por bases do solo.

8. REFERÊNCIAS

ALVES, E.; SOUZA, G.S.; MARRA, R. Êxodo e sua contribuição à urbanização de


1950 a 2010. Revista de Política Agrícola, Ano XX, n. 2, p. 80-88, 2011.

ASSIS, R. L. Desenvolvimento rural sustentável no Brasil: perspectivas a partir da


integração de ações públicas e privadas com base na agroecologia. Revista de
Economia Aplicada, v. 10, n. 1, p. 75-89, 2006.

ASSOLINI, E. A Universidade E Suas Funções. Revista Revine. Disponível Em :


<Https://Www.Revide.Com.Br/Blog/Elaine-Assolini/Universidade-E-
SuasFuncoes/#:~:Text=A%20atividade%20de%20ensino%2c%20respons%C3%A1vel,
Da%20sociedade%20contempor%C3%A2nea%20%C3%A9%20imprescind%C3%Adv
el>. Acesso Em: 17 De Jun, 2022.

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
25

BANCO DO BRASIL. Crédito rural. Disponível em:<


https://www.bb.com.br/pbb/pagina-inicial/agronegocios/agronegocio---produtos-e-
servicos/credito#/>. Acesso em: 24 de jul. 2022.

BANCO CENTRAL DO BRASIL - BACEN. Crédito rural: Matriz de dados do Crédito


Rural - vários anos. 2018.

BERNARTI, ACC, JM NAIME, AV RESENDE, LH BASSOI & RY INAMASU (Org.).


Introdução e agricultura de precisão. In: Agricultura de precisão: resultado de um novo
olhar. Brasília: Embrapa, 2014. P. 19-34.

BERNARTI, ACC, JM NAIME, AV RESENDE, LH BASSOI & RY INAMASU (Org.).


inovação em Agricultura de Precisão. In: Agricultura de precisão: resultado de um
novo olhar. Brasília: Embrapa, 2014. P. 540-585.

BERNARTI, ACC, JM NAIME, AV RESENDE, LH BASSOI & RY INAMASU (Org.).


Agricultura de Precisão para Culturas Anuais. In: Agricultura de precisão: resultado
de um novo olhar. Brasília: Embrapa, 2014. P. 192-338.

BERNARTI, ACC, JM NAIME, AV RESENDE, LH BASSOI & RY INAMASU (Org.).


Ferramentas para agricultura de precisão. In: Agricultura de precisão: resultado de um
novo olhar. Brasília: Embrapa, 2014. P. 34-180.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria nº 852 - Art. 1º


Criar a Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão – CBAP. Diário Oficial da
República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 21 set. 2012. Seção 1, n. 184. Disponível
em: <http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/ do/p_do42.htm>.

BASSOI, L. H.; INAMASU, R. Y.; BERNARDI, A. C. C.; VAZ, C. M. P.; SPERANZA,


E. A.; CRUVINEL, P. E. Agricultura de precisão e agricultura digital. In: TECCOGS
– Revista Digital de Tecnologias Cognitivas, n. 20, jul./dez. 2019, p. 17-36.

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
26

CIOTTA, M. N.; BAYER, C.; ERNANI, P. R.; FONTOURA, S. M.V.;


ALBUQUERQUE, J. A.; WOBETO, C. Acidificação de um Latossolo sob plantio
direto. Revista Brasileira de Ciência do Solo [online], v. 26, n. 4, pp. 1055-1064, 2002.

CYSY. Adubação de concha. 2021. Disponível em:


<https://www.cysy.com.br/noticia/o-que-causa-a-acidez-do-solo-80>. Acesso em: 05 de
ago.2022.

FELDENS, L. O homem, a agricultura e a história. Univates. 1ª Edição. Lajeado, 171


p. 2018.

GREMAUD, A. P.; VASCONCELLOS, M. A. S.; TONETO JÚNIOR, R. Economia


brasileira contemporânea. São Paulo: Atlas, 2009.

GORSKI, M. R.; SOARES, J. C. W.; KRUM, D. N.; BRUM, L. N.; LIMA, T. Z.;
FREITAS, H. M.; SANTOS, P. M. S.; COIMBRA, V. S. Variabilidade espacial da
saturação por bases e da saturação por alumínio do solo, numa catena da pampa,
cultivada com soja. Brazilian Journal of Development. Curitiba, v. 5, n. 4, p. 3660-3667,
apr. 2019.

HETTWER, HENRIQUE RUDOLFO. A controversa evolução da indústria brasileira


de máquinas agrícolas de 1920 a 2020: the controversial evolution of the brazilian
agricultural machinery industry from 1920 to 2020. Caminhos da história, v. 27, n. 1, p.
145-167, 2022.

MARTINS, G. Tabela de extração e exportação dos nutrientes na cultura da soja.


Nutrição de Safras, 2019. Disponível em: <
https://www.nutricaodesafras.com.br/tabela-de-extracao-e-exportacao-dos-nutrientes-
na-cultura-do-soja/ >, acesso em: 08/08/2022.

MOLIN, J. P.; AMARAL, L. R.; CALAÇO, A. F. AGRICULTURA DE PRECISÃO.


1. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2015.

MOZAMBANI, C. I.; FILHO, H. M. S.; VINHOLIS, M. M. B. Determinantes Da


Adoção De Tecnologias De Agricultura De Precisão: Uma Revisão De Estudos

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
27

Empíricos. Sober - Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia


Rural, 56º CONGRESO. Campinas SP, 29 de julho a 01 de agosto de 2018.

NOGUEIRA, A. C. M.; AMARAL, A. M. S.; ANDRADE, J. M. S.; AVELAR, J. S.;


GÓES, B. C. Crédito Rural E O Desempenho Da Agricultura No Brasil. Biogen v.
15, n. 1, p. 168-189, 2021.

OCTAVIANO, C. Muito além da tecnologia: os impactos da revolução verde. Com


Ciência, Campinas, n. 20, 2010.

PINTOR, E.; SILVA, G.M.; PIACENTI, C.A. Crédito rural e crescimento econômico
no Brasil. Revista de Política Agrícola. Ano XXIV, n. 1, 2015.

RIBEIRO, A. C.; GUIMARÃES, P. T. G.; ALVAREZ, V. V. H. Recomendações para


o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais - 5ª aproximação. Viçosa, MG,
1999. 359 p.

RIBEIRO, M. B.; CONCEIÇÃO, J. C. P. R. O papel do crédito rural e da


infraestrutura de transportes para o desenvolvimento da agricultura brasileira.
Textos para discussão nº 2521. Brasília: IPEA, 2019.

ROMAN, T. H. Relatório De Estágio Curricular Do Curso Superior De Bacharelado


Em Agronomia. Instituto Federal De Santa Catarina Câmpus São Miguel Do Oeste São
Miguel do Oeste – SC. 2021.

SILVA, B. A.; WINCK, C. A. Evolução da quantidade de máquinas e implementos


agrícolas nas propriedades rurais brasileiras (1960-2017). Revista Visão: Gestão
Organizacional, Caçador, SC, Brasil, p. 174- 188, 2019.

SOUSA, D.M.G. & LOBATO, E. Cerrado: Correção do solo e adubação. 2.ed.


Planaltina, Embrapa Cerrados, 2004. 416p.

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556
28

SUTIL, C. PROJETISTA Rural: Quem é? Em que ele te ajuda?. CANAL CULTE.


Disponível em: <https://blog.culte.com.br/projetista-rural/>. Acesso em: 18 de jul, 2022.

TSCHIEDEL, M.; FERREIRA, F. Introdução à agricultura de precisão: conceitos e


vantagens. Ciência Rural, Santa Maria, v.32, n.1, p.159-163, 2002.

WERNER, Valmir. Análise econômica e experiência comparativa entre agricultura


de precisão e tradicional. (Tese de Doutorado). Universidade Federal de Santa Maria-
RS. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola, Área de Concentração em
Mecanização Agrícola. Santa Maria-RS: UFSM, 2007.

Campus Sul – Unidade Universitária de Ipameri


unu.ipameri@ueg.br
Rodovia GO 330, km 241, Anel Viário S/N
www.ipameri.ueg.br
Ipameri/ GO – 75.780-000
(64) 3491-1556

Você também pode gostar