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G abarito das

A utoatividades

FILOSOFIA DA LINGUAGEM
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040
Bairro Benedito - CEP 89130-000
Indaial - Santa Catarina - 47 3281-9000

2017

Elaboração:
Prof. Lucas Duarte Silva

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
UNIASSELVI GABARITO DAS AUTOATIVIDADES 3
NEAD
GABARITO DAS AUTOATIVIDADES DE
FILOSOFIA DA LINGUAGEM

UNIDADE 1

TÓPICO 1

1 O que é filosofia da linguagem?

R.: É uma reflexão filosófica acerca da natureza da linguagem. Dito de outro


modo, como o pensamento pode se conectar com o mundo através de termos
linguísticos.

2 Quais são as questões que são investigadas na filosofia da


linguagem?

R.: Estuda questões sobre semântica, referência e significado dos termos


que são utilizados na linguagem comum. Como nomes, referem-se a coisas
no mundo e são embutidos de significado.

3 Quais são os termos utilizados pela ciência da linguagem?

R.: Afasia, competência e performance, gramática, léxico.

4 Quais são os termos utilizados pela filosofia da linguagem?


F
R.: Sentido, referência, termos singulares, verdade, uso e menção. I
L
O
5 Leia o texto a seguir e reflita sobre as situações que são confusas S
O
no dia a dia por causa do uso ambíguo de certas palavras. F
I
A
R.: Não há uma resposta correta. Neste exercício a reflexão é pessoal.
D
Contudo, a resposta deve ser algo como segue: A
Alguém pede um auxílio a um amigo para realizar alguma coisa dizendo: L
“por favor, me dê uma mão aqui”; e o amigo simplesmente estende a mão. I
N
G
U
A
G
E
M
4 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI
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TÓPICO 2

1 Como surgiu a discussão sobre a linguagem na Grécia Antiga? E


quais são as posições de Platão e Aristóteles?

R.: A preocupação dos pré-socráticos girava em torno de como um discurso


pode significar algo. Em outras palavras, as condições para um discurso ser
verdadeiro. Este era objeto de investigação em Górgias e Parmênides. Platão
desenvolve uma teoria baseada no onoma e no rhema, estabelecendo as
condições metafísicas para um discurso verdadeiro. Já Aristóteles estabelece
uma semântica diferente para ligar o pensamento com mundo através da
linguagem; e do nome, cópula e verbo.

2 Caracterize o problema dos universais e exponha as principais


respostas dos filósofos medievais a respeito desta discussão.

R.: O problema que tem suas origens gregas é apresentado explicitamente


em Porfírio, na obra Isagoge, em que a pergunta central é saber se termos
universais subsistem na matéria ou fora dela. Dito de outro modo, quer-
se investigar se termos universais são res, in res ou voces (coisas, nas
coisas, ou vocábulos). Temos a posição de Boécio, Abelardo e Guilherme
de Ockham. O primeiro defende que os universais seriam entidades que
existiriam independente das coisas; e os outros dois são defensores de um
nominalismo. Abelardo, um nominalismo mais moderado que o de Ockham.

TÓPICO 3

1 Comente sobre algumas situações que hodiernamente são comuns,


F
I mas que causam estranheza, como os erros que uma criança comete
L
O
ao falar; a explicação de certos termos de uma determinada língua
S para um estrangeiro; a explicação de termos de uma linguagem
O
F formal para algum iniciante no tema (o significado de control + c no
I
A
documento Word®).
D
A R.: Geralmente não nos damos conta do uso que fazemos sobre a linguagem.
L
Utilizamos as palavras de forma inequívoca e muitas vezes entramos em
I situações embaraçosas quando tentamos explicar aquilo que queremos
N
G significar. Imagina a situação em que “X” pede a “Y” (ignorante em assuntos
U
A
de informática) que copie e cole um texto num documento Word. “Y” pode
G pensar que o texto está fora do computador (numa revista, por exemplo) e
E
M
UNIASSELVI GABARITO DAS AUTOATIVIDADES 5
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queira recortá-lo e colá-lo na tela do computador. Ou quando ensinamos as
crianças a pronunciar o nome dos objetos (colher, copo etc.) e queremos
ensinar a dizer “amizade” ou “saudade”; neste caso, não temos objetos que
facilitam a aprendizagem e temos que lançar mão de exemplos e situações
que significam isso. Teremos êxito? Talvez, o certo é que o uso e a repreensão
social servem como nosso termômetro para o correto uso da linguagem.

2 Existe pensamento sem linguagem? Será que deixar de poder falar


é o mesmo que deixar de poder pensar?

R.: Deixar de falar não significa necessariamente deixar de pensar. Pode-se,


por uma afasia, deixar de articular signos, contudo não significa que a pessoa
perdeu a sintaxe, os nomes etc. Em níveis de pensamento, raciocínios, a
linguagem humana possibilita inúmeras combinações de pensamentos e
níveis sofisticados, porém podemos ter certos raciocínios, semelhantes a
impulsos instintivos, que evidenciam já uma forma de pensar, mesmo que
sejam primários.

3 As diferenças entre as línguas naturais envolvem diferenças na forma


de pensar?

R.: Sim. Embora seja possível assinalar semelhanças entre as diversas


línguas naturais, não há garantia de que o falante de uma língua natural
entenda imediatamente o significado de uma expressão ou de uma palavra de
outra língua natural. Sempre há um processo de tradução e assimilação com a
nossa língua natural. Quando não há correspondência imediata, utilizamos de
analogias e imagens para traduzir da forma mais próxima possível do original.

4 O que é ciência da linguagem?


F
I
R.: É a ciência que busca explicar o que ocorre, em um sentido anatômico, L
e quais são as áreas do corpo e da mente que são envolvidas no processo O
S
da linguagem. O
F
I
5 Por meio da linguagem nos referimos a certas entidades. Sobre estas, A

elas têm que existir? D


A

L
I
N
G
U
A
G
E
M
6 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI
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R.: Materialmente falando, não. Utilizamos a todo o momento palavras em
que não há um objeto material correspondente. Pense, por exemplo, em
termos como: justiça, liberdade, paz, sentimentos em geral. No entanto, eles
descrevem um estado das coisas. Para algumas teorias, isso basta como
fonte de referência ou significado, em que as palavras sem correspondência
imediata a um objeto têm seu significado garantido pelo contexto (Frege,
por exemplo).

6 Qual foi o motor das investigações de Frege, Russell e Wittgenstein?

R.: A análise da linguagem natural, buscando depurar as vaguezas e


ambiguidades. Com a análise lógica, esses filósofos quiseram, através de
uma linguagem inequívoca e clara, como a linguagem formal, mostrar como
ocorria a relação entre pensamento e mundo, isto é, como pela linguagem
nos referimos às coisas no mundo.

UNIDADE 2

TÓPICO 1

1 Quais são as diferenças entre a linguagem humana e a linguagem


dos animais?

R.: Podemos dizer que os animais possuem: 1 - um repertório finito de


chamamentos/gritos (como ocorre com os macacos); 2 - um sinal analógico
F
I
contínuo que registra algum estado (como as danças das abelhas); 3 - uma
L série de variações aleatórias de um tema (o canto dos pássaros, por exemplo).
O
S Esse sistema de comunicação, seja dos macacos ou das abelhas, é diferente
O
F
da linguagem humana. A linguagem humana vai além de certos grunhidos
I e sons percebidos pelos ouvidos. Nós temos, com a gramática, um sistema
A
combinatório de signos que dá certas características peculiares à linguagem
D
A
humana (DENNETT, 2010), como: o fato de ela poder ser infinita, pois
podemos combinar infinitamente palavras para formar frases distintas; ela
L
I também pode ser digital, a infinitude de elementos, combinações e ordens;
N
G
e, por último, composicional, cada uma das combinações infinitas tem um
U significado diferente previsível a partir dos significados das partes.
A
G
E
M
UNIASSELVI GABARITO DAS AUTOATIVIDADES 7
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2 O que é filosofia da mente?

R.: Ela busca determinar a natureza última dos fenômenos mentais. É uma
tentativa de associar grandes teorias metafísicas com os resultados das
pesquisas sobre o cérebro humano.

3 Por que as relações entre mente e cérebro são, para Ryle, um


problema inautêntico?

R.: A confusão seria aceitar a existência de dois vocabulários, um físico e


um mental, como separados e incompatíveis. Quando alguém diz “estes
pensamentos me causam dor de cabeça”, estaríamos no fundo aceitando a
divisão mente-cérebro (pensamento de um lado, corpo de outro). E nossa
linguagem estaria povoada por centenas de expressões desse tipo. Assim,
teria surgido o "problema mente-corpo" que, na verdade, nunca teria sido
mais do que um grande equívoco.

4 Caracterize em linhas gerais o funcionalismo.

R.: O funcionalismo busca estudar a mente, compreendendo-a como o


resultado da capacidade de um organismo ou sistema realizar certas funções.
Esta teoria está intimamente ligada à Inteligência Artificial e busca provar que
as máquinas podem, através de uma atitude emulativa (em que os processos
computacionais que são trabalhados em um computador são um modo
totalmente autônomo de emular a inteligência humana e obter resultados) ou
simulativa (quando os processos computacionais são totalmente análogos
aos processos mentais, simulando-os), pensar ou ter atividades semelhantes
às atividades mentais.

5 Por que Searle não aceita a posição de que as máquinas podem F


I
pensar? L
O
S
R.: Porque o computador é capaz de manipular os símbolos, mas não O
F
compreende o significado deles, ou seja, ele efetua manipulações sintáticas, I
mas não tem acesso à semântica. As “máquinas pensantes” não conseguem A

ligar símbolos a objetos do mundo, não conseguem dar significado a eles. D


A
Esta parece ser uma característica do uso humano da linguagem humana.
L
I
6 Qual é a concepção de Dennett sobre a consciência? E a qual teoria N
G
Dennett está se contrapondo? U
A
G
E
M
8 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI
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R.: Dennett entende que a mente é o resultado de um processo cerebral. A
nossa consciência das coisas que nos cercam ocorre porque cada circuito
neural faz o seu trabalho, em diferentes partes e ao mesmo tempo; cada
um cria seu próprio esboço da realidade que, na maioria das vezes, não
será determinante. Entretanto, “alguns esboços desse pandemônio paralelo
conseguem ter um papel funcional que vai comandar o comportamento de
tal ser humano” (LEAL-TOLEDO, 2006, p. 126) (O exemplo do sino). Esta
posição vai contra os que entendem que exista no cérebro um lugar específico
onde a consciência se apresenta.

7 Qual é a relação da concepção de mente (e da consciência) com a


linguagem?

R.: Sem a linguagem não teríamos uma autorrepresentação, não haveria


consciência propriamente dita. Isso não significa que a posse de consciência
depende da linguagem, mas a linguagem natural é uma condição necessária
para um agente ser consciente em sentido próprio. A linguagem tem um papel
de coordenar internamente os diversos qualia que vão surgindo, além do
próprio comportamento humano; uma vez que, à medida que vamos fixando
certos esboços mentais, também julgamos e, quando externamos nosso
juízo, sofremos a censura ou não dos outros falantes. Por isso, além de ser
importante para o comportamento humano, também é para as palavras.

As palavras não foram projetadas por ninguém, elas


evoluíram por seleção cultural natural. Elas são softwares
que instalamos nos nossos cérebros por repetição.
Depois de repetir muitas vezes, a criança aprende a
palavra, ela se instala no cérebro, replica-se, e faz cópia
de si mesma como um vírus (MONTAÑO, s.d., p. 3).

F
I
L
O TÓPICO 2
S
O
F
I
1 Quais gestos que utilizamos no nosso dia a dia servem para nos
A comunicar com alguém?
D
A R.: O ato de levantar a mão para saudar um amigo que está distante. Apontar
L o dedo indicador para uma direção, mostrando o local de um objeto. Balançar
I
N a cabeça para negar. Mostrar o indicador para demonstrar aprovação.
G
U
A
G
E
M
UNIASSELVI GABARITO DAS AUTOATIVIDADES 9
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2 Quais são as três ações que envolvem o pensamento e a comunicação?

R.: Afirmar, julgar e compreender.

3 Reflita sobre a utilização dos gestos para a comunicação. Quais são


os gestos mais comuns no nosso dia a dia?

R.: Os gestos fazem parte da nossa rotina. Fazemos o recurso em todo


momento para expressar ou enfatizar nossos pensamentos. Dentro dos
gestos mais comuns está o de abanar, com a palma da mão, para se despedir
de uma pessoa. Fazer movimentos verticais com a cabeça expressando a
concordância com alguma coisa ou algum fato.

4 Exponha a diferença entre sentido e tom, de acordo com Frege. Quais


são os desdobramentos que isso acarreta?

R.: A distinção entre tom e sentido pode ser assim resumida: o primeiro diz
respeito às intenções dos falantes e àquilo que se sugere com o enunciado,
porém de forma implícita; o segundo trata do conteúdo cognitivo expresso
pelo enunciado e a sua verdade. Como implicações: alguns teóricos situarão
o pensamento no mundo das representações subjetivas, das intenções dos
falantes (no âmbito dos tons); outros, como o próprio filósofo alemão, colocam
os pensamentos não no reino dos entes físicos (as coisas do mundo externo),
nem no reino dos entes psíquicos (das representações mentais), mas, sim,
em um “terceiro reino”.

5 Como Wittgenstein define o ato de compreender nas Investigações


Filosóficas?

R.: O ato de compreender refere-se ao ato de usar de maneira apropriada F


I
as palavras no contexto adequado, num contexto público. L
O
S
6 O que é um jogo de linguagem? O
F
I
R.: É o conjunto da linguagem e das atividades com as quais está interligada. A

O jogo de linguagem desempenha dois papéis: 1 - é um instrumento para D


A
o estudo da linguagem: estudando as situações idealizadas muito restritas
é possível esclarecer alguns aspectos da linguagem; 2 - é um dado de L
I
onde se pode partir: pode-se falar da linguagem descrevendo diferenças e N
G
semelhanças dos jogos de linguagem. U
A
G
7 Por que não há linguagem privada em Wittgenstein? E
M
10 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI
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R.: A linguagem se exprime em um espaço público, em um jogo de linguagem.
Necessitamos do contexto e de interlocutores para que nossos enunciados
tenham significado; aliás, necessitamos do espaço público para a aquisição
e desenvolvimento do nosso vocabulário, à medida que apreendemos,
publicamente, as regras do jogo de linguagem.

TÓPICO 3

Questão filosófica para pensar e discutir:

a) De acordo com o texto, o que significa linguagem?

R.: A linguagem seria o que Wittgenstein expõe nas Investigações, isto é,


jogos de linguagem, cujo significado linguístico de símbolos se dá no contexto
de uma frase ou dentro de um jogo que possui as suas regras.

TÓPICO 3

1 Em linhas gerais, descreva a linguagem como pragmática.

R.: Por pragmática se compreende o uso, em diferentes contextos, tal como é


utilizada por seus usuários para a comunicação. Isto é, “a pragmática consiste
na nossa experiência concreta da linguagem, nos fenômenos linguísticos com
que efetivamente lidamos” (MARCONDES, 2006, p. 219).

2 Qual era o principal objetivo de Austin com a linguagem?


F
I R.: O seu objetivo primordial não consistia em descrever a natureza da
L
O linguagem, mas, ao contrário, propor um método de análise de problemas
S
O
filosóficos através do exame do uso da linguagem entendido como forma
F de ação, isto é, como modo de se realizar atos por meio de palavras
I
A (MARCONDES, 2005, p. 21-22).
D
A 3 Apresente a divisão (e sua evolução) dos atos de fala em Austin.
L
I
N
R.: Austin propõe inicialmente a seguinte divisão dos enunciados em:
G constatativos, isto é, aqueles enunciados que declaram coisas no mundo, os
U
A quais podem ser verdadeiros ou falsos; e performativos, aqueles enunciados
G
E
que são atos e que não podem ser verdadeiros ou falsos, mas, sim, felizes
M
UNIASSELVI GABARITO DAS AUTOATIVIDADES 11
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ou infelizes. Ele viu que o contraste não era adequado, “uma vez que o
constatativo tem também uma dimensão performativa (descrever é também
um ato que realizamos e pode ser bem ou malsucedido), assim como os
performativos têm uma dimensão constatativa (já que mantêm uma relação
com um fato)” (MARCONDES, 2005, p. 18). Buscando dar conta da linguagem
como um todo, ele dirá que os atos de fala abrangem três dimensões (que
estão ligadas), a saber: os atos locucionários (dizem respeito à dimensão
linguística de uma linguagem, ou seja, nas palavras e sentenças empregadas
de acordo com as regras gramaticais aplicáveis, bem como dotadas de sentido
e referência); os ilocucionários (tratam da força de um ato, no tipo de ato
realizado); e os perlocucionários (referem-se às consequências do ato com
relação aos sentimentos, pensamentos e ações dos ouvintes).

4 Quais são as situações em que os atos de fala podem ser enunciados,


segundo Searle?

R.: Temos em Searle cinco tipos de atos: 1- Os assertivos: são ações


expressas por verbos como “afirmar”, “concluir”, “deduzir” e outros. Eles têm
a direção palavra-mundo, à medida que a palavra corresponde à realidade, e
não o contrário. 2- Os compromissivos: são as nossas promessas, enunciados
com o qual prometemos ou assumimos um compromisso, bem como quando
queremos transferir o compromisso a alguém. 3 - Os diretivos: por sua vez,
são aqueles proferimentos nos quais queremos indicar uma ação para outra
pessoa (ex.: “feche a porta”). Eles podem ser mais intensos, no caso de
uma ordem, ou menos, no caso de um conselho ou uma sugestão. 4- Os
declarativos: têm por “característica fundamental o fato de que sua realização
bem-sucedida produz a correspondência exata entre o conteúdo proposicional
e a realidade, o mundo” (PEREIRA, M. C. C, 2009, p. 17). Eles “dependem da
existência, no mundo extralinguístico, de determinadas instituições nas quais
tanto o falante quanto o ouvinte devem ocupar lugares especiais para que o F
I
primeiro possa proferir, com sucesso, o ato de fala em questão” (PEREIRA, L
M. C. C, 2009, p. 17). 5- Os expressivos: são aqueles atos que expressam O
S
“um estado psicológico, especificado na condição de sinceridade, a respeito O
F
de um estado de coisas, especificado no conteúdo proposicional” (IBAÑOS; I
SILVEIRA, 2002, p. 183). Fazem parte desta categoria os verbos como A

“desculpar-se” e “agradecer”. D
A

5 O que é o ato de fala indireto? L


I
N
G
U
A
G
E
M
12 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI
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R.: Searle desenvolveu o conceito de ato de fala indireto, para mostrar que
os atos de fala são, em sua maioria, indiretos ou implícitos e não precisam
ser explícitos para que haja a comunicação entre os falantes. O sucesso
da comunicação está nos “elementos contextuais e de pressupostos
compartilhados por falante e ouvinte enquanto participantes do mesmo jogo de
linguagem e, desse modo, familiarizados com as crenças, hábitos e práticas
um do outro” (DOWELL; YAMAMOTO, 2005, p. 124).

UNIDADE 3

TÓPICO 1

1 Caracterize, em linhas gerais, a filosofia continental e o tratamento


da linguagem.

R.: É a filosofia produzida na Europa continental. Esta vertente afirma a


historicidade do homem e do seu conhecimento; ela não está preocupada
com a formalização da linguagem natural, mas busca compreender como
as linguagens naturais (ordinárias) funcionam, bem como a linguagem
ser associada a outras áreas do conhecimento humano, como: a arte e a
economia.

2 Disserte sobre a crítica de Nietzsche à linguagem e o papel que a


metáfora desempenha no conhecimento genuíno.

F
I
R.: Nietzsche nega que a linguagem escrita, através de seus conceitos fixos,
L pode acessar o ser das coisas. Aliás, ele nega veementemente que exista
O
S a “coisa em si”. A linguagem é uma invenção do homem para suprir as suas
O
F
necessidades e carências. Por conta disso, os homens estipulam a verdade
I como aquilo que é socialmente aceito. No entanto, ao tentar dominar e rotular
A
a realidade, o homem esquece o intuito genuíno que está no fundo do seu
D
A
ser. Essa intuição, que é a mais rara e genuína do ser, só pode ser expressa
pela metáfora.
L
I
N
G
3 Por que a linguagem está associada à investigação do sujeito, na
U concepção de Foucault?
A
G
E
M
UNIASSELVI GABARITO DAS AUTOATIVIDADES 13
NEAD
R.: Porque Foucault propõe pensar de forma estruturalista o sujeito. Esses
códigos estruturantes são discursos e são as regularidades que definem
formações discursivas. Através da linguagem podemos ter representações
acerca do próprio homem; é deste modo que surgem as ciências humanas
(economia, biologia, psicologia). Elas são representações da condição finita
do homem.

TÓPICO 2

1 O que é hermenêutica e onde pode ser aplicada?

R.: Originalmente é a teoria da interpretação. Ela pode ser aplicada no Direito,


na Teologia e na Filosofia.

2 A hermenêutica associada à Filosofia significa o quê?

R.: Uma vertente da filosofia contemporânea surgida na metade do século


XX, com a forte preocupação acerca do ser e do tipo de compreensão que
dele possamos ter; em que a verdade pode ser atingida pela interpretação.

3 Por que a linguagem não é uma questão puramente metodológica


em Heidegger?

R.: Porque Heidegger compreende a interpretação no plano ontológico, isto é,


ela diz respeito ao modo como compreendemos o próprio homem no mundo
(o ser aí), o seu próprio ser.

4 O que é o círculo hermenêutico?


F
I
R.: Heidegger entende que a interpretação é o desenvolvimento da L
O
compreensão. Quando queremos compreender uma coisa, interpretá-la, já S
O
orientamos nossas expectativas, pretensões e esperanças sobre a coisa. F
Disso resulta que a interpretação é circular, pois “trata-se sempre de retornar I
A
ao pré-compreendido para articulá-lo com o compreendido”.
D
A
5 Por que em Heidegger o que importa é o ser e não o homem? L
I
N
G
U
A
G
E
M
14 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI
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R.: Essa relação de pertença do homem ao ser é o núcleo central da
compreensão interpretativa. Isso ocorre porque o homem habita no ser, não
o ‘cria’, nem o ‘constitui’, nem (tampouco) pode simplesmente olhá-lo ou
descrevê-lo: o ser é o lugar no qual o homem é colocado. E o ser se faz ouvir
pela linguagem, por isso Heidegger diz: “a linguagem é a morada do ser. Na
moradia dada pela linguagem habita o homem”. A linguagem é o modo como
o ser se manifesta, é por isso que, para Heidegger, a filosofia é um desvelar
do ser, mas que não consegue desvelá-lo completamente.

6 O que Gadamer entende por saber científico?

R.: Aquele saber que pode ser reconstruído, montado e desmontado pelo
cientista que, através do método, é capaz de explicar todos os passos (do
início ao fim). Um saber que pode ser ensinado.

7 O que Gadamer compreende por saber hermenêutico?

R.: É baseado nas faculdades e sensibilidades da pessoa; não pode ser de


todo reconstruído; é um saber “extrametódico”.

8 Por que Gadamer aborda a experiência estética?

R.: Porque a experiência da verdade é como a experiência do belo, na arte.


É uma percepção que não pode ser descrita por argumentos e preso em um
raciocínio lógico.

9 Qual é a relação da consciência histórica com a hermenêutica,


segundo Gadamer?

F R.: Nós somos sujeitos que possuímos preconceitos e estão num mundo; o
I
L fato de atentar para a nossa própria história é importante na hora de dialogar
O
S
com a tradição e buscar não apenas compreender os fatos, mas interpretá-los
O de tal modo que possibilite criar novos valores.
F
I
A
10 Quais são as quatro características básicas da linguagem, para
D Gadamer?
A

L
I
R.: Podemos elencar aqui quatro características básicas:
N a) ela é intranscendível: qualquer crítica da linguagem, enquanto proferida e
G
U formulada em palavras, permanece no interior da linguagem;
A
G
E
M
UNIASSELVI GABARITO DAS AUTOATIVIDADES 15
NEAD
b) existe uma natural indissolubilidade de palavra e coisa; aprender a falar
significa aprender a ter experiência do mundo e não há como separar;
c) podemos conceber o mundo (a realidade) essencialmente porque
possuímos uma linguagem;
d) não governamos a língua da qual nos servimos, mas é ela própria que
dispõe de nós.

TÓPICO 3

1 O que é uma metáfora?

R.: É o recurso a outras palavras ou imagens para transmitir uma mensagem.

2 Quais são as características de uma metáfora?

R.: Uma metáfora apresenta três características fundamentais, a saber: (i) a


diferença entre significado literal e significado figurativo; (ii) há uma espécie
de comparação ou similaridade entre dois objetos conhecidos; (iii) uma
necessária distinção entre o que as palavras e as sentenças significam e o
que o falante pretende dizer com o uso que ela faz.

3 Escreva algumas metáforas que utilizamos no dia a dia.

R.: “O amor é fogo que arde”; “vai desabar o mundo”; “aquela mulher é um
filé”; “aquele rapaz é um gato”; “tempo é dinheiro”; “a casa caiu”; “seu marido
é um cachorro”; e assim por diante.

4 Quais são os níveis em que Ricouer analisa a metáfora?


F
I
R.: São os níveis da palavra, da frase e do discurso. L
O
S
O
5 Em que consiste a verdade metafórica de Ricouer? F
I
A
R.: A verdade metafórica é a própria realidade apontada pela significação
D
que provém do enunciado. A

L
6 Segundo a teoria de Ricoeur, a referência e a significação estão no I
N
próprio discurso metafórico. Qual é a implicação para o texto? G
U
A
G
E
M
16 GABARITO DAS AUTOATIVIDADES UNIASSELVI
NEAD
R.: A posição de Ricoeur redimensiona o objeto de estudo, ou seja, partiu-se
da palavra, passou-se pelos enunciados e, agora, a dimensão é do todo da
obra, que passa a ter a significação principal e a firmar-se como uma nova
realidade.

7 Como Derrida vê o signo linguístico?

R.: O signo não se remete a um ponto fixo (um sistema estável ou as intenções
daqueles que o utilizam), mas ele se refere, invariavelmente, a contextos
anteriores (passados) e posteriores (futuros), operando uma desintegração
de sua própria unidade, permanência ou estabilidade. (RABENHORST, 2002).

8 Como Derrida compreende o processo interpretativo?

R.: A interpretação é um processo inesgotável, em que nunca conseguiremos


esgotar o significado de um texto, nem definiremos um único significado
verdadeiro.

9 Como Umberto Eco compreende o signo linguístico?

R.: O signo é tudo quanto possa ser assumido com um substituto significante
de outra coisa qualquer. Essa coisa qualquer não precisa necessariamente
existir, nem subsistir no momento em que o signo ocupa seu lugar (ECO,
2003 apud LOPES, 2010).

10 Como Umberto Eco compreende o processo interpretativo?

R.: Trata-se de um processo em que o leitor formula conjecturas e hipóteses


para preencher os “espaços” do texto original, porém com coerência com o
F todo da obra. Neste sentido, a posição de Eco difere da posição defendida
I
L por Derrida; um processo interpretativo não pode ser um processo que tende
O
S
ao infinito, mas, sim, um processo que busca criar e preencher de acordo
O com os limites da obra.
F
I
A

D
A

L
I
N
G
U
A
G
E
M

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