Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
_______________________________________
Profª. Beatriz Santos de Oliveira, D. Sc.
PROARQ/FAU/UFRJ
___________________________________________
Prof. Paulo Afonso Rheingantz, D. Sc.
PROARQ/FAU/UFRJ
___________________________________________
Prof. Roberto Segre, D. Sc.
PROURB/FAU/UFRJ
III
LIMA, Mirian Keiko Ito Rovo de Souza
iv
À memória dos meus avós,
Tokusho e Teruyo Ito.
v
A Ricardo, por tudo.
iv
À memória dos meus avós,
Tokusho e Teruyo Ito.
v
AGRADECIMENTOS
vi
documentação necessária à pesquisa e pelos agradáveis momentos
que compartilhamos durante a organização do arquivo do arquiteto.
vii
Sumário
introdução............................................................................................................................... 1
viii
3. Aldeia sos do Amazonas ............................................................................................. 119
ix
LISTA DE FIGURAS
10. Edifício Saint Malo (1957). Ipanema, RJ. Projeto de Severiano Porto e
Ennio Passafini. (Foto da autora, dezembro de 2003)
11. Planta de situação do Edifício Saint Malo (1957). Ipanema, RJ. Projeto de
Severiano Porto e Ennio Passafini. (Desenho da autora)
12. Planta tipo do Edifício Saint Malo com solução de três quartos e com área
da sala expandida. (Fonte: Revista Brasil-Arquitetura Contemporânea, n. 11,
1957)
13. Vista da fachada sul da Residência Heliandro Maia (1973). (Foto da autora,
abril de 2003)
14. Planta superior da Residência Heliandro Maia (1973). (Fonte: Revista Casa
e Jardim, n. 259, 1976, p. 109)
x
15. Fachada sul da Residência Heliandro Maia (1973). (Fonte: Revista Casa e
Jardim, n. 259, 1976, p. 109)
20. Vista da casa Tipo 1 do Condomínio Praia da Lua. (Foto da autora, abril
2003)
24. Detalhe do desenho das esquadrias do Edifício Saint Malo. (Foto da autora,
dezembro 2003)
25. Edifício Derby (1958) Projeto de Severiano Mário Porto. Lagoa, Rio de
Janeiro. (Foto da autora, dezembro 2003)
26. Planta de situação do Edifício Derby (1958). Rua Alexandre Ferreira, 291,
Lagoa. Projeto de Severiano Mário Porto. (Desenho da autora)
28. Planta de Situação, Edifício Saint Etienne (1958), Av. Delfim Moreira, 952,
Leblon-RJ. Projeto de Severiano Porto e Ennio Passafini. (Desenho da
autora)
29. Edifício Saint Etienne (1958) Projeto de Severiano Mário Porto e Ennio
Passafini. (Foto da autora, dezembro 2003)
30. Planta do pavimento tipo do Edifício Saint Etienne (1958). (Fonte: Arquivo
CEDAE, com alterações da autora)
31. Edifício Lagoa das Raízes (1962), Lagoa-RJ. Projeto de Severiano Porto.
(Foto da autora, janeiro 2003)
32. Planta de Situação, Edifício Lagoa das Raízes (1962), Lagoa. Projeto de
Severiano Porto. (Desenho da autora)
xi
33. Planta do pavimento tipo, Edifício Lagoa das Raízes (1962), Lagoa. Projeto
de Severiano Porto. (Fonte: Arquivo CEDAE com alterações da autora)
34. Edifício Jardim Leonor (1954), Ipanema-RJ. Projeto de Álvaro Vital Brazil.
(Fonte: Guia da Arquitetura Moderna no Rio de Janeiro, p. 88)
44. Planta baixa. Escolas Pré-Fabricadas – Escola Rural (1965). (Fonte: Revista
ABA, n. 1, 1967)
46. Estádio Vivaldo Lima (1965). Foto da maquete. (Fonte: Revista Arquitetura,
n. 42, p. 55)
47. Estádio Vivaldo Lima. Corte da marquise. (Fonte: Revista Arquitetura, n. 42,
dez., p.55, 1965)
48. Vista da entrada da Residência Alexandre Ale dos Santos (1982), Ponta
Negra. (Foto Beatriz Santos de Oliveira, abril de 2003)
49. Residência Alexandre Ale dos Santos (1982). Planta baixa, fachada anterior
e posterior. (Fonte: Revista Projeto, n. 83, p. 71, 1986)
51. Residência Alexandre Ale dos Santos (1982). Vista da varanda na fachada
posterior. (Foto: Beatriz Santos de Oliveira, abril de 2003)
xii
52. Residência Robert Schuster (1978) à partir do vazio interior. (Foto Beatriz
Santos de Oliveira, abril de 2003)
55. Residência Robert Schuster (1978). Corte 3.3. (Fonte: Arquivo pessoal
Severiano Porto)
67. Residência Felipe Abrahim (1969). Fachada parcial. Sem escala. (Fonte:
Coleção Severiano Porto, NPD/FAU/UFRJ)
68. Residência Eduar Mousse (1979). (Foto: Beatriz Santos de Oliveira, abril de
2003)
69. Residência Eduar Mousse (1979). Sala de estar. (Foto: Beatriz Santos de
Oliveira, abril de 2003)
70. Residência Eduar Mousse (1979). Corte parcial da sala de estar. Sem
escala. (Fonte: Coleção Severiano Porto, NPD/FAU/UFRJ)
xiii
74. Campus da Universidade do Amazonas (1973/1981-1990). Vista exterior
do bloco das salas de aula. (Foto da autora, abril de 2003)
83. Park Hotel São Clemente (1944). Lúcio Costa. (Fonte: WISNIK, 2001, p.81)
85. Casa de fim de semana Carlos Frederico Ferreira, planta baixa. (Fonte:
MINDLIN,1999, p.54-55)
xiv
93. Salão de dança da Casa do Baile (1942), projeto de Oscar Niemeyer. Um
dos exemplares de uma obra de arquitetura regional crítica, segundo
Tzonis e Lefaivre. (Fonte: TZONIS, 2001, p. 45).
98. Casa sobre palafitas no Rio Negro, Amazonas. (Foto: Beatriz Santos de
Oliveira, abril de 2003)
99. Fachada sul do Park Hotel São Clemente (1944), em Nova Friburgo. Projeto
de Lúcio Costa. (Fonte: Wisnik, 2001, p.81)
107. Detalhe da Planta Baixa da Casa–lar da Aldeia SOS de Brasília. Sem escala.
(Fonte: Departamento de Obras das Aldeias Infantis SOS Brasil, 2004)
xv
112. Casa das Tias. Vista oeste. (Foto da autora, março de 2004)
121. Trabalho com Terra. Vista oeste. (Foto da autora, março de 2004)
124. Planta Baixa do Auditório da Aldeia SOS do Amazonas. Sem escala. (Fonte:
Coleção Severiano Porto, NPD/FAU/UFRJ)
126. Corte Longitudinal da Casa de Criação e Arte. Projeto não construído. Sem
escala. (Fonte: Coleção Severiano Porto, NPD/FAU/UFRJ)
127. Planta Baixa da Casa de Criação e Arte. Projeto não construído. Sem
escala. (Fonte: Coleção Severiano Porto, NPD/FAU/UFRJ)
xvi
137. Desenho esquemático indicando a organização da Aldeia, segundo as zonas
privativa e semi-pública como definido pelos eixos longitudinal e
transversal. (Desenho da autora)
xvii
155. Casa-lar. Vista parcial da fachada norte, para onde se voltam os quartos.
(Foto da autora, março de 2004)
156. Jardim de Infância. Vista parcial da fachada oeste. (Foto da autora, março
de 2004)
xviii
178. Circulação de Palha. Detalhe do piso. (Foto da autora, março de 2004)
181. Trecho da Circulação de Palha que cruza o eixo viário. (Foto da autora,
março de 2004)
184. Casa indígena amazônica. (Fonte: Arquitetura Brasil 500 anos. Universidade
Federal de Pernambuco, 2002. Volume 1, p. 42)
190. Restaurante Chapéu de Palha, Manaus (1967). Planta baixa. (Fonte: Revista
ABA, n. 1, p.117-119)
191. Vista aérea de Oca indígena amazônica. (Fonte: Arquitetura Brasil 500 anos.
Universidade Federal de Pernambuco, 2002. Volume 1)
xix
198. Centro de Proteção Ambiental da Hidrelétrica de Balbina (1983-1988).
Planta de situação. (Fonte: Revista AU, n. 11, 1987,p. 53)
203. Maloka Makuna. (Fonte: Arquitetura Brasil 500 anos. Universidade Federal de
Pernambuco, 2002. Volume 1)
xx
221. Interior da Casa-lar, indicando o eixo de circulação no sentido leste. (Foto
da autora, março de 2004)
228. Detalhe da abertura para captação dos ventos na fachada leste da Casa-lar.
(Desenho da autora)
235. Vista dos elementos vazados que compõe a parede da circulação da Casa-
lar.(Foto da autora, março de 2004)
242. Fachada oeste da Casa-lar. Sem escala. (Fonte: Coleção Severiano Porto,
NPD/FAU/UFRJ)
243. Fachada leste da Casa-lar. Sem escala. (Fonte: Coleção Severiano Porto,
NPD/FAU/UFRJ)
xxi
244. Corte esquemático da Casa-lar. (Desenho da autora)
247. Vista da sala de estar e da área íntima da Casa-lar. (Foto da autora, março
de 2004)
248. Vista dos planos de fechamento dos forros dos quartos da Casa-lar. (Foto
da autora, março de 2004)
251. Vista do forro do teto do Quarto das Crianças da Casa-lar. (Foto da autora,
março de 2004)
255. Detalhe dos paus roliços rústicos, utilizados na estrutura da pérgula. (Foto
da autora, março de 2004)
260. Detalhe de janela do Quarto das Crianças da Casa-lar. (Foto da autora, abril
de 2003)
262. Vista do Quarto das Crianças da Casa-lar. Notar desenho da janela. (Foto
da autora, março de 2004)
xxii
266. Vista do Quarto das Crianças. Notar a variedade de desenho das janelas.
(Foto da autora, março de 2004
267. Vista das fachadas leste e norte da Casa-lar. (Foto da autora, abril de 2003)
270. Casa sobre palafitas no Rio Negro, Amazonas. (Foto da autora, março de
2004)
271. Casa flutuante no Rio Negro, Amazonas. (Foto: Beatriz Santos de Oliveira,
abril de 2003)
273. Interior de casa flutuante. (Foto: Beatriz Santos de Oliveira, abril de 2003)
274. Casa flutuante típica das várzeas dos igapós amazônicos. (Foto: Beatriz
Santos de Oliveira, abril de 2003)
275. Interior da casa flutuante, sentido oposto da figura 273. (Foto: Beatriz
Santos de Oliveira, abril de 2003)
xxiii
RESUMO
xxiv
ABSTRACT
xxv
INTRODUÇÃO
arquitetônicos.
1
destacasse e recebesse diversas premiações no Brasil durante as
Janeiro.
Porto até este momento são em sua maioria ensaios que inscrevem
1
COUSIN, Jean-Pierre. Severiano Mário Porto: L’Homme de L’Année. Revista
L’Architecture D’Aujourd’hui, n.º 251, France, jun. 1987, p. 10.
2
sua obra em um contexto mais amplo. Dentre os críticos de renome
cedidas pelo arquiteto) era até então, inédita. LEE tece considerações
2
LEE, KYUNG MI. Severiano Mário Porto: A Produção do Espaço na Amazônia. 1998
– Dissertação (Mestrado em Arquitetura) – Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo, USP.
3
obra de Severiano Porto. Certa de que muito ainda há para ser
investigado numa obra que acreditarmos ser trabalho para uma vida
entrevistas com seus pares, assim como com seus clientes; através da
visão de mundo, seu meio social e sua formação. Para esta tarefa,
3
O acervo do escritório de Manaus havia recém-chegado ao Rio de Janeiro
quando do início desta pesquisa. De maneira que grande parte da docu-
mentação ainda não se encontrava disponível.
4
pude conhecer o seu jeito de ser e a maneira como se comporta no
ambiente de trabalho.
obra significativa de sua carreira. Escolher uma, dentre tantas, não foi
estudo de caso para esta dissertação, deveu-se ao fato dela ser uma
5
Além disso, com a Aldeia SOS do Amazonas4 percebemos que
Tarumã Açu, não nos permitiria. Além disso, todas estas obras
situação na paisagem.5
4
A Aldeia SOS do Amazonas consiste em uma edificação para fins
assistenciais e educativos que tem por principal finalidade abrigar crianças
carentes. Ela faz parte de uma entidade filantrópica de âmbito maior de origem
européia que é a SOS Kinderdorf-International. No nosso país, a entidade é
assistida pela Associação das Aldeias Infantis SOS Brasil.
5
MONTANER, Josep Maria. Arquitectura y crítica. Barcelona: Editorial Gustavo
Gili, 1999, p. 13.
6
Para isto, mesmo com todos os obstáculos colocados pela
materiais utilizados.
7
O procedimento adotado na realização deste trabalho, terminou
como ele foi escolhendo suas afinidades, como foi a sua formação.
Com isso queríamos estabelecer a relação entre sua vida e obra, uma
tectônicas e artísticas.
dar prioridade à estes dois últimos, uma vez que através da presente
8
arquitetura continua sendo rotulada dentro de tal tendência.6 Assim
metodológicas, já comentadas.
6
Prova do que acaba de ser dito é a inclusão da entrevista concedida por
Severiano Porto a Alberto Petrina para a revista SUMMA, n. 210, 1985, no mais
recente livro organizado pelos críticos Alexander TZONIS e Liane LEFAIVRE (um
dos principais propagadores do regionalismo crítico),“Tropical Architecture:
critical regionalism in the age of Globalization”, publicado pela Wiley Academy
da Grande Bretanha, em 2001.
9
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
Marguerite Youcenar7
7
YOUCENAR, Marguerite. A Volta da Prisão. Tradução Maria Luiza X. de A.
Borges. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1992, p. 117.
10
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1. a trajetória do arquiteto:
uma experiência rio-amazônica
Que visão de mundo poderia ter um jovem homem que aos trinta e
cinco anos deixa a urbe, no Sul do país, para uma duradoura viagem à
8
O contato de Severiano Porto com o então governador do Amazonas já era de
longa data. O historiador e pesquisador amazonense, Arthur C. F. Reis e sua
família, além de vizinhos de Severiano no bairro de Botafogo, no Rio de
11
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
princípio estava previsto para durar apenas algumas semanas, se
imperador Adriano.9
9
YOUCENAR, op. cit. p. 118-121.
12
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
Viajar é deixar o cotidiano para entrar no olhar do outro,
10
BELUZZO, Ana Maria de Moraes. O Brasil dos Viajantes. Catálogo da
Exposição. Museu de Arte de São Paulo, 1994, p.34.
13
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
cargo de promotor, atuou como figura notável no ramo da educação,
Dr. Mário era uma pessoa que contagiava os alunos pela sua
de vida e de profissão.
11
Para maiores detalhes, ver pesquisa realizada pelos historiadores da
educação Décio Gatti Júnior e Cristina do Vale Gatti da Universidade de
Uberlândia: GATTI, Décio e GATTI, Giseli Cristina do Vale. Representações sociais
sobre a importância da escola estadual de Uberlândia no processo de urbanização e
modernização da cidade de Uberlândia (1929-1950). Disponível em:
<www.cetadl.bham.ac.uk/hes/abstract/decio5sp.doc> Acesso em: 01 jan.
2004 e também a dissertação de mestrado: GATTI, Giseli Cristina do Vale.
História e Representações Sociais da Escola Estadual de Uberlândia (1929-
1950).Uberlândia, 2001.
14
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
Botafogo. Sua atuação na área da Educação fê-lo inclusive presidente
muito ardor.
12
Severiano Porto foi Delegado Regional do Amazonas do Instituto de
Arquitetos do Brasil – IAB, no período de 1972 a 1976 e seu presidente no
período de 1977 a 1980. Foi também conselheiro do CREA-AM-RR, entre 1976-
1979, tendo, em 1979, recebido o Certificado de Serviço Relevante à Nação
concedido pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia.
Entre 1980 a 1983 foi Conselheiro Federal do Conselho Federal de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia – CONFEA. (Fonte: Currículo do arquiteto, 2002)
13
Depoimento do arquiteto Severiano Porto em 30 de janeiro de 2003.
15
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
Deste aprendizado ficou o gosto pela gaita, a qual muito lhe apraz
presente em sua vida, seu maior interesse na infância foi pelo desenho
Fig. 1: Vila residencial na uma pródiga época para a Educação, marcada por grandes incentivos
Praia de Botafogo, 462. Local
onde residiu a família Porto culturais. Severiano tem a lembrança de ir cantar, com a turma da
por volta da década de 1930-
1940. (Foto da autora) escola, no campo do Vasco da Gama com o Maestro Heitor Villa-
16
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
Lobos, que ensaiava durante o ano todas as professoras das escolas
públicas.14
Rio de Janeiro.
Fig. 2: Severiano Porto em álbum de Severiano Porto se graduou no ano de 1954, funcionava no edifício da
formatura de 1954. (Fonte: Acervo
Fernando Abreu).
14
Nesta época, o educador Anísio Teixeira assumira a Diretoria da Instrução
Pública do Distrito Federal (1931-1935), e Heitor Villa-Lobos foi seu
colaborador na Superintendência de Educação Musical e Artística.
15
Foi nesta escola o primeiro contato de Severiano Porto com o amigo Roberto
Thompson Motta, também arquiteto, formado na mesma turma da Faculdade
Nacional de Arquitetura, em 1954. Thompson foi professor da Faculdade
Nacional de Arquitetura por quarenta anos. Em seu escritório, ainda em
funcionamento, dedicou-se aos projetos de luminotécnica e acústica. Seu
currículo inclui mais de 3000 projetos. O escritório de Severiano Porto e Mário
Emilio Ribeiro contou com a participação da especialidade do arquiteto e
amigo em diversos projetos, dentre os quais podemos citar o Campus da
Universidade do Amazonas (1973/1981-1990), o Hospital da Santa Casa de
Misericórdia (1978), o Ambulatório Médico do IPASEA (1979), a Escola de
Música e Clube do Trabalhador do SESI em Fortaleza (1978-1980).
17
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
antiga Escola Nacional de Belas-Artes,16 que nos anos trinta fora palco
Fig. 3: Mário Emílio Ribeiro em Distrito Federal. Em depoimento recente, Severiano Porto assim
álbum de formatura. (Fonte: Acervo
Fernando Abreu) recorda:
formando, a gente saía junto, fui com eles visitar Ademar de Barros,
junto, ficava vendo eles. Do primeiro ano você já tinha uma noção do
16
Com a reforma no ensino em 1945, a faculdade de arquitetura passa a ser
independente da Escola de Belas Artes, denominando-se a partir de então
Faculdade Nacional de Arquitetura.
18
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
curso inteiro, você via o mesmo tema sendo resolvido por cento e
A turma era muito unida como era praxe na época. Hoje se perdeu o
de créditos que joga os alunos de uma turma para outra, que passam
17
O arquiteto está aqui se referindo ao edifício onde funciona a atual
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, localizado no Campus da Ilha do Fundão.
18
Depoimento do arquiteto Severiano Porto em 30 de setembro de 2003.
19
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
praticamente a se desconhecer! Não é aquilo de iniciar no primeiro ano
19
Depoimento do arquiteto Fernando Abreu em 26 de setembro de 2003.
20
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
escritório de Jorge Machado Moreira — na época envolvido com o
estagiou durante todo o curso. Outros como Walmir Lima Amaral, que
sua carreira; Mário Emílio Ribeiro, que estagiou com Sergio Bernardes
Severiano Porto não foi diferente. Tendo iniciado sua carreira como
Faculdade, ali permaneceu por mais onze anos como arquiteto, até
Franz Weissmann.21
20
Fernando Abreu dos Santos consolidou sua carreira profissional como
arquiteto da construtora Servenco. Dentre as obras realizadas junto a esta
firma, destaca-se o projeto do Rio Design Center do Leblon, e mais
recentemente, o Rio Design Center, na Barra da Tijuca (RJ).
21
SEGRE, Roberto. Razão, natureza e intuição na arquitetura carioca. In: Índio
da Costa. Rio de Janeiro: Centro de Arquitetura e Urbanismo; Casa da Palavra,
2003, pp. 8-39.
21
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
da cultura Beat, no surgimento do rock-‘n-roll, no existencialismo, no
ressurgimento do surrealismo.
pé”. Certa vez foram flagrados (pelos vizinhos dos outros edifícios)
22
Foi lançada, nesta época, a candidatura do colega Ricardo Menescal, feito
seu presidente logo em seguida.
22
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
conquistou o paredão CEPI no Pão de Açúcar, subiu também o Pico
Eram as primeiras pessoas que eu ouvi falar que não se devia derrubar
uma árvore, não se devia jogar lixo no chão, isso não existia, essa
23
Depoimento do arquiteto Renato Menescal em 22 de setembro de 2003.
23
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
24
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
No primeiro ano da Faculdade eu já entrei como tesoureiro do diretório
serviços [...].25
24
Depoimento do arquiteto em 30 de janeiro de 2003. O arquiteto Ennio
Passafini (já falecido) foi um dos grandes companheiros de Severiano Porto.
Cursaram a mesma escola no primário e depois mais tarde a Faculdade
Nacional de Arquitetura. Juntos formaram a Construtora Contemporânea no
Rio de Janeiro, realizando alguns projetos em parceria, antes da mudança de
Severiano Porto para a Amazônia.
25
Idem.
25
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
lembra Ruth Verde ZEIN: “Esse caderno foi adotado em todo o
Por isso que eu senti desde jovem que arquitetura era fazer. Eu estava
elétrica e hidráulica.27
gente via como é que ele montava, como ele desenhava, como a pedra
26
PENTEADO, Sílvia; ZEIN, Ruth Verde e YAMASHIRO, Denise. A longa
trajetória da efervescência cultural do Rio a Manaus. In: Projeto. São Paulo, n.
83, jan. 1986, p. 47.
27
Depoimento do arquiteto Severiano Porto em 30 de setembro de 2003.
26
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
entrava na parede, o pé de galinha quando chegava, assim no patamar,
janelas.
Fig. 9: WEFS Arquitetos. Escritório duração, pois parte do grupo seguiu por caminhos distintos tão logo
sociedade de Waldir de Mello
Mattos, Ennio Passafini, Fernando os sócios se graduaram. O escritório continuou com a dupla Ennio
Abreu e Severiano Porto. (Fonte:
Acervo Fernando Abreu)
Passafini e Severiano Porto. Os dois rapazes, que se conheciam desde
28
Idem.
27
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
No subcapítulo Os Primeiros Experimentos, a seguir, teremos a
ir para a Amazônia.
28
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
(1963), a Residência Comandante Nélio de Lima (1963) e a
29
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
O Edifício Saint Malo
Fig. 10: Edifício Saint Malo mármore, fechamento frontal e lateral em estilo moderno, com vidros
(1957), Ipanema, RJ. Projeto de
Severiano Porto e Ennio amplos e lisos, rodapé de aço inoxidável...”, palavras que, de certa
Passafini. (Foto da autora)
forma, denunciam o desejo dos jovens projetistas de estarem filiados
30
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
apresentado na revista mencionada, em trecho que segue transcrito
abaixo:
apartamento.29
Fig. 12: À esquerda, planta tipo com solução de três quartos. À direita, planta
tipo, com área da sala expandida, ocupando um dos quartos de frente. (Fonte:
Revista Brasil-Arquitetura Contemporânea, n. 11, 1957)
29
Memorial do projeto apresentado na revista Brasil-Arquitetura Contemporânea,
n. 11, 1957.
31
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
O conceito de flexibilidade se apresenta de modo incipiente no
Edifício Saint Malo, mas será uma idéia recorrente nos projetos
necessidades de uso.
Fig. 13: Vista da fachada sul da Fig. 14: Planta superior da Residência Heliandro Maia (1973). (Fonte: Casa e Jardim,
Residência Heliandro Maia (1973). n.259, 1976, p. 109)
(Foto da autora)
Fig. 15: Fachada sul da Residência Heliandro Maia (1973). (Fonte: Casa e Jardim, n.259,
1976, p. 109)
32
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
especificações de dois tipos diferentes de casa (2 ou 3 quartos),
Fig. 21: Corte da residência Tipo 2 do Condomínio Praia da Lua (1979). (Fonte:
Coleção Severiano Porto, NPD/FAU/UFRJ)
33
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
É interessante observar que o conceito de flexibilidade da
das esquadrias e dos seus tipos, ora com folhas de correr, ora de
34
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
desenho da bandeira em veneziana fixa, evidenciam o cuidado com
relação à ventilação.
O Edifício Derby
Fig.25: Edifício Derby (1958) Projeto de Severiano Mário Porto. Lagoa, Rio de
Janeiro. (Foto da autora)
Lagoa, foi para Severiano Porto uma experiência inédita, uma vez que
35
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
todos os passos da construção do edifício, da locação dos pilares à
N
0 10 m
36
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
Cozinhas, banheiros e áreas de serviço concentram-se na parte
0 10 m
Fig. 29: Edifício Saint Etienne (1958). Projeto de Severiano Mário Porto e Ennio
Passafini. (Foto da autora)
37
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
O Edifício Saint Etienne (1958),30 localizado no bairro do
imóvel.
espaço público.
Av. Delfim Moreira
0 10 m
30
As datas dos edifícios de apartamentos analisados neste subcapítulo, são
referentes ao Projeto de Aprovação.
38
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
tipo, com vista para o mar, e dois de três quartos — de configuração
áreas de serviço.
esquina.
frente.
39
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
— falam em linguagem similar àquela então adotada por arquitetos
que possível estes arquitetos, ainda que limitados pelas condições dos
anônima.
40
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
Edifício Lagoa das Raízes
na
iha
Ba
s tão
. Ga
rof
N
aP
Ru
0 15 m
Fig. 32: Planta de Situação, Edi- Fig. 33: Planta baixa do pavimento tipo. Edifício Lagoa das Raízes (1962),
fício Lagoa das Raízes (1962), Lagoa. Sem escala. Projeto de Severiano Porto. (Fonte: Arquivo CEDAE com alterações
Lagoa. Projeto de Severiano da autora)
Porto. (Desenho da autora)
41
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
É possível notar no Edifício Lagoa das Raízes uma hierarquia no
42
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
construído, sua importância pode ser avaliada, na fase inicial de
31
Depoimento de Severiano Porto em 30 de janeiro de 2003.
43
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
podemos notar, aparece novamente a idéia de flexibilidade para um
44
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
inegavelmente alimentados pelas observações de erros ou acertos
A outra coisa que eu digo é que tem que acabar com a idéia de que
arquiteto faz projeto. Arquiteto não faz projeto! O arquiteto faz obra!
Obra! Quando você vai falar com o cliente, ou que ele te chama, que
que vão alterar o seu projeto em função do que vem deles, e ao mesmo
tempo depois você vai ter que fazer desenhos com eles, para que eles
depois possam dar retorno e fazer as coisas deles certas. Hoje, com o
32
Projeto não construído.
45
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
não tem que ir para modismo, porque nenhum material novo invalida
episódio em sua vida é bem provável que Severiano Porto não tivesse
melhor... eu acho que o destino caiu bem para ele, ele foi morar no
33
Em entrevista concedida à autora em 14 de janeiro de 2003.
46
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
De fato, o que nos demonstra a trajetória de Severiano Porto na
para a arquitetura brasileira. Sua produção, que teve seu início no Rio
projetos.34
34
Severiano Porto doou o seu acervo ao Núcleo de Pesquisa e Documentação
da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 2003. Lá ele deixou catalogados
duzentos e oitenta projetos. Há ainda outros não catalogados, como edifícios
de apartamentos no Rio de Janeiro, alguns apresentados nesta pesquisa, e
estudos, que o arquiteto optou por não doar ao acervo. O número de projetos
realizados pelo arquiteto, portanto, torna-se impreciso. São estimados cerca de
trezentos projetos.
47
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
desenvolver, nas próximas décadas, vários projetos arquitetônicos de
35
Ver Apêndice, para a lista das obras do arquiteto.
48
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
premiado em diversas categorias, em sua maioria pelo Instituto dos
Arquitetos do Brasil – IAB/RJ,36 o que fez com que suas obras logo
desenhos de publicação.37
36
Pelo Instituto de Arquitetos do Brasil Severiano recebeu as seguintes
premiações: em 1965, Estádio Vivaldo Lima, Manaus, AM - Menção Honrosa
Edifício para fins esportivos e recreativos; em 1967, Restaurante Chapéu de
Palha, Manaus, AM - Edificações para fins comerciais e de abastecimento; em
1971, Residência do Arquiteto, Manaus, AM - Edificações para Habitações -
Prêmio Marcelo Roberto; em 1971, Superintendência da Zona Franca de
Manaus – SUFRAMA, Manaus, AM - Edificações para fins institucionais e
administrativos - 1º Prêmio na Categoria “Edifício Públicos”; em 1972,
Reservatórios Elevados da COSAMA, Manaus, AM - Edifício para fins de
abastecimento; em 1978, Residência Robert Schuster, Tarumã-Açu, Manaus,
AM e Residência do Dr. João Luiz Osório, Cabo Frio, Rio de Janeiro - Habitação
Unifamiliar; em 1982, Pousada de Caça e Pesca na Ilha de Silves, AM; em
1986, Personalidade do Ano - IAB/RJ-86 Severiano Mário Porto e Mário Emílio
Ribeiro; em 1987, Campus da Universidade do Amazonas, Manaus, AM e
Centro de Proteção Ambiental de Balbina, Presidente Figueiredo, AM. No
exterior o arquiteto recebe o seguinte prêmio: em 1985, Premio Universidad de
Buenos Aires, Buenos Aires, Argentina.
37
Severiano Porto pediu que a indenização pelos direitos autorais fosse doado
a uma instituição educacional do município de Boa Vista, Roraima, local onde
se deu a cópia do projeto.
49
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
adotou para a edificação um sistema construtivo semelhante a uma
tijolo.
Fig. 41: Restaurante Chapéu de Pa- Fig. 42: Fachada posterior do Restaurante Chapéu de Palha (1967). (Fonte: Revista
lha, Manaus (1967). (Fonte: Catálogo ABA, n. 1, p. 119)
da Associação Brasileira dos Escritórios de
Arquitetura)
50
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
Para uma melhor compreensão da trajetória profissional de
XX.
38
RIBEIRO, Vitor Filho. Manaus: Crescimento Demográfico e Espacial. In:
Amazônia em Cadernos. Manaus: EDUA 1998, v. 4, pp.313-314.
39
SOUZA, Márcio. A Expressão Amazonense: do colonialismo ao neocolonialismo.
(1a ed.) São Paulo: Editora Alfa-Omega, 1978, p. 90.
51
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
público sonha com uma Manaus imensa, urbanizada e próspera, como
40
A pequena cidadela com características de aldeia, se transforma. Nesta
época era diretamente da Europa que partiam os padrões de conforto e de
cultura. A cidade foi suprida de serviços de luz, esgotos, água, transporte
urbano e fluvial; ruas alargadas foram traçadas, igarapés soterrados. A aldeia
ganhava outro ar e a sociedade uma outra maneira de viver. Palácios,
palacetes, teatro, cervejaria, fábricas, jardins e monumentos foram erguidos,
tudo importado da Europa, incluindo os construtores, engenheiros, mestres de
obras e operários.
41
Vale ressaltar que o Governador Arthur Cezar Ferreira Reis foi um profundo
conhecedor da Amazônia. Sua produção intelectual se concentra na
especialidade de história e economia desta região. Um dos seus primeiros
cargos públicos, logo depois de bacharelar-se em Ciências Jurídicas e Sociais
no Rio de Janeiro, foi a direção do Departamento de Educação e Cultura do
Amazonas. Em Manaus, sua terra natal, também exerceu o magistério em
vários educandários, além de ter colaborado com o Jornal do Comércio do seu
pai, o jornalista e teatrólogo carioca Vicente Reis. Deu continuidade à vida
pública ao assumir outros cargos, entre os quais, a chefia da Divisão de
Expansão Econômica do Ministério do Trabalho e Diretor do Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia, no Rio de Janeiro.
52
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
coordenação da Companhia de Habitação do Amazonas, todos eles
maturidade projetual
Fig. 44: Planta baixa. Escolas Pré- Fig. 45: Perspectiva. Escolas Pré-Fabricadas – Escola Rural (1965). (Fonte:
Fabricadas – Escola Rural (1965). Revista ABA, n. 1)
(Fonte: Revista ABA, n. 1)
53
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
Vivaldo Lima42 por exemplo, além de autor do projeto, também foi
Fig. 46: Estádio Vivaldo Lima cálculo de uma laje subterrânea que estava sendo feita sob uma rua
(1965). Foto da maquete. (Fonte:
Revista Arquitetura, n. 42)
onde passariam caminhões pesados; o engenheiro responsável já
Fig. 47: Estádio Vivaldo Lima. Corte neste caso, era melhor errar por excesso. Certamente, foi a
marquise. (Fonte: Revista Arquitetura, n.
42)
experiência prévia adquirida no canteiro de obras no Rio de Janeiro
de qualidade.
42
Além do arquiteto Mário Emilio Ribeiro esta obra também teve como colabo-
rador o arquiteto Murillo Lagares Silva.
54
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
competência e o profissionalismo do colega foi de inestimável valor
Amazônia.
Arquitetura:
43
Em 1970 Severiano Porto ganha as páginas da Revista Veja, na seção
Ambiente, com o artigo O arquiteto das madeiras (Revista Veja. Editora Abril, n.
112 – 28 de outubro de 1970, pp-58-59). Em 1973 o arquiteto é homenageado
com o título de cidadão do Estado do Amazonas, com evento divulgado nos
jornais locais, pelo reconhecimento de suas obras e conseqüente contribuição
para o desenvolvimento do Estado.
44
Lembramos que os estudos sociológicos realizados por Gilberto Freyre
sobre a casa brasileira e a sua defesa por uma arquitetura adequada aos
trópicos, já está presente no seu Manifesto Regionalista, lançado em 1926, no
Recife. Sobre este assunto, ver página 81 do Capítulo 2.
55
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
usando matéria prima local. Região com tradição histórica, com traços
autóctone da região:
45
CORRÊA, Luiz de Miranda. A Arquitetura na Amazônia. Revista Arquitetura, n.
17, p.3-6, nov. 1963.
46
TOCANTINS, Leandro. Arquitetura e Paisagismo na Amazônia. Revista
Arquitetura, n. 41, p. 31-38, nov. de 1965.
56
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
regionais, abrindo-se às possibilidades de seus ensinamentos, como
eles a casa não tem a importância que nós damos a ela. Para nós
enquanto que para eles, pelo que se podia ver, significa apenas um
outras áreas, atrás do peixe. Isto nos chamou muito a atenção, como
firme, notamos que o homem que depende da mata, da caça, esse tem
rede em cima de uma árvore e passar horas, a noite toda, botando isca
Às vezes, uma água só: alguns paus encostados num outro pau, uma
habitação temporária.
57
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
fazer, de como viver e morar na Amazônia. Nós devemos é realmente
sua cultura.
como referência. Ele vai muito mais longe, se alarga e vai além
47
Depoimento do arquiteto em: CZAJKOWSKI, Jorge. Uma arquitetura para a
Amazônia. In: GAM/ Galeria de Arte Moderna/ Jornal Mensal de Artes Visuais. Rio
de Janeiro, 1976, no 27, p. 14.
58
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
de forma rústica na Igrejinha de Nossa Senhora do Cavaco, da Colônia
delicado.
Fig. 48: Vista da entrada da Residência Alexandre Fig. 49: Planta baixa, fachada anterior e posterior da
Ale dos Santos (1982), Ponta Negra. (Foto: Beatriz Residência Alexandre Ale dos Santos.
Oliveira)
59
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
Fig. 50: Detalhe das esquadrias em Fig. 51: Vista da varanda na fachada posterior da Residência Alexandre Ale dos
madeira que fazem o fechamento Santos (1982). (Foto: Beatriz Oliveira)
das paredes da sala de estar da
Residência Alexandre Ale. (Foto:
Beatriz Oliveira)
Nas esquadrias que fazem o fechamento das áreas de estar e
60
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
residência de fim de semana, situada em zona rural, em meio à densa
Fig. 52: Residência Robert Schuster (1978) à partir do vazio interior. Na parte
central da foto, o fechamento da área da cozinha. (Foto: Beatriz Oliveira)
61
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
Na Residência Schuster, a madeira aparece na estrutura, nas
62
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
audiovisual sobre arquitetura japonesa que lhe eram cedidos ou
universidade.
concreto armado.
Fig. 59: SUFRAMA (1971). Planta de situação. (Fonte: CJ Arquitetura, n. 20, 1978)
48
A SUFRAMA consiste na sede do órgão responsável pelo planejamento e im-
plantação da Zona Franca de Manaus, Distrito Industrial e Distrito Agropecuá-
rio. O projeto, que inclui no seu conjunto, o Bloco de Administração, Museu e
Auditório, assim como Área de Estacionamento e Castelo D’água, recebeu o 1o
Prêmio na categoria Edifícios Públicos, na XII Premiação Anual do IAB-RJ, em
1974. Um projeto de restauração (1995) foi feito pelo escritório de Severiano
Porto, após um incêndio que destruiu todas as instalações do complexo.
63
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
O sistema construtivo adotado, além de permitir o crescimento
Fig. 60: SUFRAMA (1971). (Foto da estruturais da cobertura superior. A cúpula dos módulos, em forma de
autora)
pirâmide oca, se justifica por motivos funcionais: ela facilita a retirada
Fig. 61: SUFRAMA (1971). Corte. é de surpreendente leveza com a permeabilidade proporcionada pelo
Notar detalhe da cobertura com de-
senho para saída de ar quente.
(Fonte: CJ Arquitetura, n. 20, 1978)
espaço contínuo e pela visibilidade da concavidade das cúpulas-coifas,
enfatizada pela luz indireta que entra pela abertura na parte superior.
edifício.
Fig. 63: SUFRAMA (1971). Detalhe Servidores do Estado do Amazonas — IPASEA — (1979) e na Central
da cobertura com módulos estrutu-
rais em concreto armado. (Foto da Telefônica de Manaus (1979), onde predomina o concreto aparente na
autora)
64
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
estrutura e o vidro fumê nos fechamentos (ver figura 65). A fachada
voltada para o sol da tarde foi protegida com elementos tipo brise.
Abrahim (1969)49 (ver figuras 66-67) e na Eduar Mousse (1979) (ver figuras
uma marca registrada das casas projetadas por Severiano: ele está
49
Atualmente a residência, localizada em uma das ruas movimentadas do
centro de Manaus, a Avenida Getúlio Vargas, está sendo utilizada como sede de
uma clínica médica.
65
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
presente no desenho das treliças e nas esquadrias das portas e das
iluminação.
contínua.
Fig. 70: Residência Eduar Mousse (1979). Corte parcial da sala de estar. Notar
Fig. 69: Residência Eduar Mousse o pé-direito alto e os detalhes construtivos que favorecem a ventilação cruzada.
(1979). Sala de estar. (Foto: Beatriz Sem escala. (Fonte: Coleção Severiano Porto, NPD/FAU/UFRJ)
Oliveira)
66
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
No repertório de técnicas construtivas utilizadas por Severiano,
Fig. 71: Campus da Universidade independente dos ambientes fechados. Estes, por sua vez, são
do Amazonas (1973/1981-1990).
Planta de situação. (Fonte: Revista
Projeto, n. 83,1986) definidos por estrutura e forro de concreto, paredes de alvenaria e
67
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
Entre a cobertura que recebe telhas de cimento amianto e os
jardins.
68
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
autorizando espaços livres, perfeitos para as atividades destinadas,
Fig. 80: Escola de Música e Clube tratado, levando em conta o cliente, as condições econômicas, os
do Trabalhador do SESI (1978-
1980). Planta do subsolo. (Fonte: aspectos físicos e culturais de cada contexto.
Revista Projeto, n. 83)
69
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
Arquitetura pós-60, pluralidade projetual
70
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
Em 1964, por exemplo, Bernard Rudofsky, arquiteto austríaco
51
FERRO, Sérgio. O canteiro e o desenho. São Paulo, Projeto/IAB, [197-] .
71
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
país, Severiano percebeu que seria muito mais racional, se pudesse
Fig. 85: Casa de fim de semana no Pavilhão Lowndes, onde os irmãos Roberto empregam a pedra
Carlos Frederico Ferreira, planta
baixa. (Fonte: MINDLIN,1999)
52
Sobre este assunto, ver páginas 103-104 do Capítulo 2.
72
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
bruta — mimetizando as características do entorno—, nas paredes
loteamento.
53
Encontramos os seguintes artigos tratando do tema: “Amazonas: o povo
arquiteto” (Habitat, n. 1, de 1950), “Porque o povo é arquiteto?” (Habitat, n. 3,
de 1951), “O povo é arquiteto” (Habitat, n. 10, de 1953), “Construir é Viver”
(Habitat, n. 7, de 1952), “Arquitetura Popular no Brasil” (Módulo, n. 1(5), de
1956), “As Casas sobre Palafitas do Amazonas” (Módulo, n. 1(1), de 1955), “A
Arquitetura na Amazônia” (Arquitetura, n. 17, 1963), “Arquitetura e Paisagismo
na Amazônia” (Arquitetura, n. 41, 1965).
73
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
internacionais, que tomaram força no cenário na década de 70, como
Fig. 86: Luis Barragán. Los Clu- Uma gradativa adequação dos postulados do Movimento
bes (1964), Cidade do México.
Moderno à realidade econômica, física e cultural local também é
Fig. 87: Ricardo Legorreta. Hotel de suas construções, com soluções contemporâneas. Ricardo
Camino Real, Cidade do México
(1968). Legorreta (1931), também mexicano e contemporâneo de Severiano
54
Sobre este assunto, ver páginas 79-84 no Capítulo 2.
74
A trajetória do arquiteto: uma experiência rio-amazônica
1
colombiano Rogelio Salmona (1929), que substituiu a técnica do
nitidamente contemporânea.
com a madeira por José Zanine Caldas. A partir da década de 60, ele
pesquisa, contudo, foi possível perceber que para ele, a idéia de uma
75
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
2. o regionalismo e o racionalismo
em Severiano Porto
76
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
55
Enciclopédia Mirador Internacional. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do
Brasil, vol.17, 1977.
56
TZONIS, Alexander e LEFAIVRE, Liane. Tropical Critical Regionalism:
Introductory Comments. In: Tropical Architecture:Critical Regionalism in the age of
Globalization. London: John Wiley & Sons, 2001. p.3. “The Roman
architect/engineer and author, Vitruvius, who extensively discussed the Doric or
Ionic temples without referring to the term Classical, does refer by name of
regional architecture, pointing to the differences in buildings around the world
which he explains through climatic conditions and draws a parallel to the
variations in the physique of people and concludes that “the arrangement of
buildings should be guided by locality and climate”.
57
TZONIS, Alexander e LEFAIVRE, Liane. El regionalismo crítico y la
arquitectura española actual. In: A & V, Monografias de Arquitectura y Vivienda,
Regionalismo. Madrid, n.3, 1985, p.4.
77
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
58
TZONIS, Alexander e LEFAIVRE, Liane, op. cit., 2001, p. 5.
59
COLQUHOUN, Alan. O conceito de regionalismo. In: Projeto, n.159,
dez.1992, p.75.
60
Idem.
78
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
Fig. 90: Maison Jaoul (1937), projeto de Le Corbusier. Casa de fim de semana
em troncos de madeira rústica, com planta independente da estrutura. (Fonte:
LE CORBUSIER, 1946)
61
Idem, ibidem.
62
SEGAWA, Hugo. Dilemas da modernidade e da tradição na arquitetura
brasileira. In: Projeto. São Paulo, n.131, abril-maio, 1990, pp. 49-50.
79
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
colombianas.63
63
SEGRE, Roberto. América Latina Fim de Milênio. São Paulo: Nobel, 1991, p.
124.
64
MORAES, Eduardo J. de. A Brasilidade Modernista: Sua dimensão filosófica.
Rio de Janeiro: Graal, 1978, p.83.
80
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
É este instinto antropofágico que deve ser agora valorizado pelo projeto
65
Idem, p.144.
66
OLIVEN, Ruben George. Cultura e Modernidade no Brasil. São Paulo. Perspec.
[online]. Apr./June 2001, vol.15.
81
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
madeira, pela palha, pelo cipó, pelo capim fácil e ao alcance dos
pobres".67
67
FREYRE, apud OLIVEN, op. cit.
68
SEGAWA, Hugo. Arquitetura no Brasil 1900-1990. São Paulo: EDUSP, 2002, p.
35.
69
Este foi um movimento que, na realidade, coincidiu com um estilo ufanista
que se deu em outros países do continente americano quando buscavam uma
identidade cultural própria a partir do resgate da arquitetura colonial. Entre os
anos de 1900-1930 uma série de estudos será feita em torno do colonial na
arte e na arquitetura. Há também neste período uma abertura para o tema em
torno do “nacional” em publicações e eventos culturais. A adoção do repertório
formal da colônia alcançará o seu apogeu na Exposição Ibero-americana de
Sevilha, em 1929. Os pavilhões da Colômbia e México, por exemplo, levaram o
repertório pré-colombiano e a Argentina o barroco-andaluz. É interessante
82
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
70
“A década de 1910 conheceu a institucionalização de movimentos
nacionalistas – como a Liga da Defesa Nacional, criada em 1916 pelo poeta
Olavo Bilac (1865-1918), ou o recrudescimento de movimentos capitaneados
por instituições como a Sociedade Eugênica de S. Paulo ou a Liga Pró-
Saneamento do Brasil – críticos do falso ufanismo e da situação médico-
sanitária no Brasil”. (SEGAWA, 2002, op. cit., p. 36).
71
Este assunto será tratado com maior propriedade no subcapítulo 2.2.
83
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
72
BUCHANAN, Peter. With due respect: Regionalism. In: The Architecture
Review, 173, n. 1035, p.16. Tradução da autora. “Unlike Post-Modernism,
Regionalism can be no mere syncretism or slick collage of elements from
Modernism, history and region. Instead it must be a genuine hybrid, a totally
new configuration which may include a remembrance of the past, but
transformed or framed in terms of its significance for today”.
84
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
Kenneth FRAMPTON.
73
Assim irão denominar de Regionalismo Pitoresco os ideais estéticos surgidos
na arquitetura da paisagem na Inglaterra nos finais dos século XVII e início do
XVIII; de Regionalismo Romântico as manifestações vinculadas ao Romantismo
e aos movimentos nacionalistas no século XIX, ligando-se às tendências
etnográficas; de Regionalismo Super-familiarizado ou Regionalismo Historicista
Regressivo às manifestações regionalistas destituídas de seu conteúdo
emancipatório, mas usado como instrumento totalitário e chauvinista durante
os regimes ditatoriais do final do século XIX e início do século XX. O
Regionalismo Super-familiarizado também será cunhado para denominar a
versão da arquitetura regionalista ligada à atividade comercial turística que irá
aparecer no início do século XX.
74
TZONIS, Alexander e LEFAIVRE, Liane. Tropical Critical Regionalism:
Introductory Comments, op. cit. p. 6. Tradução da autora. “...Lewis Mumford
reinvented regionalism by reframing it. It was a critical act which removed
regionalism from its nationalist bias and reintroduced it to the new conditions
of an unavoidably global world”.
85
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
lugar para com isso resistir aos efeitos negativos da anomia e atopia
75
TZONIS, Alexander e LEFAIVRE, Liane. El regionalismo crítico y la
arquitectura española actual. Op. cit. p. 4.
76
Idem, ibidem.
77
Idem, p. 13.
86
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
de Rafael Moneo.
78
FRAMPTON, Kenneth. El regionalismo crítico: arquitectura moderna e iden-
tidad cultural. In: A & V, Monografias de Arquitectura y Vivienda. Madrid, n. 3,
1985, p.20.
87
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
79
Idem, ibidem.
80
Além dos arquitetos mencionados, FRAMPTON também aponta como sendo
regionalistas críticos os arquitetos Oscar Niemeyer e Affonso Reidy no Brasil,
Clorindo Testa na Argentina, Richard Neutra e Rudolph Schindler na Costa
Oeste dos Estados Unidos, Tadao Ando no Japão, dentre outros.
88
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
buscando sua autenticidade parece algo não realizável, nem hoje, nem
81
PORTO FILHO, Gentil Alfredo Magalhães Duque. Arquitetura, lugar e
contextualismo : considerações teóricas e um projeto. 1998. Dissertação
(Mestrado em Arquitetura). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, USP, p.73.
82
COLQUHOUN (1992), op. cit., p. 75-78.
89
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
prêmio máximo.
83
MONTANER, Josep Maria. Depois do Movimento Moderno: arquitetura da
segunda metade do século XX. Barcelona: Gustavo Gili, 2001, p. 178.
84
Os Seminários de Arquitetura Latino-Americana com encontros realizados na
Argentina (Buenos Aires, 1985, 1986), Colômbia (Manizales, 1987), México
(Tlaxcala, 1989), Chile (Santiago, 1991), Venezuela (Caracas, 1993), Brasil
(São Carlos e São Paulo, 1995), Porto Rico, 2001 e Montevidéu, 2003, contam
com a participação de arquitetos e críticos ibero-americanos.
90
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
Fig. 95, 96 e 97: Pousada de Caça Ramón Gutiérrez, Alberto Petrina e Roberto Fernández acharam que era
e Pesca (1979-1983), Ilha de
Silves, Amazonas. Projeto de uma nova manobra dos teóricos do 1o Mundo para classificar as obras
Severiano Mário Porto e colabo-
ração de Mario Emilio Ribeiro e do Terceiro Mundo de forma tão universalista quanto as estabelecidas
Luis Cesar Monken. De cima para
baixo: Corte, Planta do Pavimento por Jencks. Outros como Marina Waisman e Antonio Toca, tentaram
Térreo e Planta do Pavimento
Superior. (Fonte: Revista Módulo, n. 75, adaptar as categorias iniciais à situação específica da América Latina. A
1983)
professora Waisman, em vez da resistência de Frampton, elaborou a
85
O júri internacional foi constituído por, entre outros, Kisho Kurokawa
(Japão), Oriol Bohigas (Espanha), Vicente Wissenbach (Brasil), Kiyonori
Kikutake (Japão), Jorge Glusberg (Argentina) e Jean Nouvel (França).
86
ACAYABA, Marlene Milan. A premiação brasileira na Bienal de Buenos Aires.
In: Projeto, n. 77, Jul-1985, pp. 51-52.
91
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
ambiente construído:
87
SEGRE, Roberto. O regionalismo radical do século 21. Debate. São Paulo.
Disponível em:< www.revprojeto.com.br> Acesso em: 21 de setembro de 2003.
92
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
desumanizada, descaracterizada.88
88
TOCA, Antonio. Do desconcerto à certeza: teses para uma arquitetura
regional. In: AU. São Paulo, n. 17, abril-maio, 1988, p.92.
89
Idem, p.93.
90
WAISMAN, apud SPERLING, David. Arquitetura como discurso. O Pavilhão
Brasileiro em Osaka de Paulo Mendes da Rocha. Arquitextos. São Paulo.
Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br>Acesso em: 09 de março de
2004.
93
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
Toda modernidade deve ser sui generis (apropriada) não apenas para
autêntica.91
ponto tal termo poderá ser empregado para caracterizar a sua obra.
91
COX, Fernández Cristián. Modernidade apropriada, revisada e reencantada.
In: Projeto, n. 146, out-1991, pp. 123-127.
94
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
alguns outros projetos. Mas a pergunta que nos colocamos é: até que
95
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
sua obra que é aquele que se refere a atenção para o rigor do clima,
Severiano Porto poderia ser considerada regionalista uma vez que ela
comentadas.
96
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
92
As obras consultadas para a definição da palavra razão e seus derivados
foram os seguintes: ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo:
Martins Fontes, 1998; LALANDE, André. Vocabulário técnico e crítico da filosofia.
São Paulo: Martins Fontes, 1999; CHAUÍ, Marlene. Convite à filosofia. São
Paulo: Editora Ática, 1997; BUARQUE DE HOLANDA, Aurélio. Novo Dicionário
Aurélio. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986; Enciclopédia Mirador Internacional.
São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil, vol. 17, 1977.
97
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
ordenada e compreensível.
de mediocritas.
cada uma delas o seu justo lugar para alcançar um todo harmônico é
98
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
declarar-se arquiteto.93
93
ALBERTI apud OLIVEIRA, Beatriz Santos. A Construção de um Método para a
Arquitetura: Procedimentos e Princípios em Vitrúvio, Alberti e Durand. E-book,
1997: www.midiadesign.com.br/metodo/metodo.pdf, p. 24. Tradução da
autora. “Doubtless architecture is a very noble science, not fit for every head.
He ought to be a man of a fine genius, of a great application, of the best
education, of thorough experience, and especially of strong sense and found
judgement, that presumes to declare himself an architect.”
99
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
congruência:
94
Idem, p. 52.
95
Idem, p. 24. Tradução da autora. “The business and office of congruity is to
put together members differing from each other in their natures, in such a
manner that they may conspire to form a beautiful whole (...) we may conclude
beauty to be such a consent and agreement of the parts of a whole in which it
is found, as to number, finishing and collocation, as congruity, that is to say,
the principal law of nature requires. This is what architecture chiefly aims at,
and by this she obtains her beauty, dignity and value.”
100
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
realidade da região.
101
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
edifícios têm uma estrutura central flexível que no terremoto não cai.
Noruega. Você faz aquele balanço imenso depois tem outro aqui,
depois tem outro aqui, aquilo lindo! Faz os desenhos com curva e etc.
Aquilo dali não é só beleza, aquilo é porque quando treme, não é rígido,
96
Entrevista concedida pelo arquiteto Severiano Porto em 30 de Setembro de
2003.
102
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
pela sua validade no presente é uma atitude projetual que fez tradição
européias.
internacional.98
97
Como já mencionado, em 1934, para o projeto da Vila Operária Monlevade,
MG, Lúcio Costa propõe tipologias habitacionais com soluções que uniam o
moderno e o tradicional. Em Os Materiais da Natureza e a Natureza dos Materiais,
Hugo SEGAWA faz a seguinte observação: “Decerto encontramos a primeira
manifestação da arquitetura moderna de vertente carioca associável ao
emprego de técnicas construtivas tradicionais na proposta de Lúcio Costa para
a vila operária de Monlevade: casas em estrutura de concreto armado em
pilotis, com paredes de pau-a-pique”. (SEGAWA, Hugo. Os Materiais da
Natureza e a Natureza dos Materiais. In: Arquiteturas no Brasil: Anos 80, São
Paulo: Pro-Editores: 1988, p.36).
98
BRUAND, Yves. Arquitetura Contemporânea no Brasil. São Paulo: Perspectiva,
2002, p. 73.
103
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
99
Para BRUAND (2001), op. cit., p. 134: “Nessa obra, tudo é equilíbrio, obtido
quer por uma simetria impecável e um senso de proporções muito seguro, (...)
cuja simplicidade aparente é, na realidade, a expressão de um soberbo
refinamento”. SEGAWA (1998), op. cit., p. 36, também compartilha da visão de
Bruand, quando observa que o Park Hotel é a “(...) obra-síntese a demonstrar
as possibilidades contemporâneas de materiais tradicionais, permeada por um
discurso moderno”.
100
Sobre o racionalismo em arquitetura, cf. COLQUHOUN, Alan. Racionalismo:
um conceito filosófico em arquitetura. In: Gávea. Rio de Janeiro, n.9, dez. 1991
104
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
O Racionalismo na filosofia
XVII até meados do século XVIII, tendo como seus principais expoentes
101
COLQUHOUN (1991), op. cit., p.91.
102
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes,
1998.
103
Idem, p. 825.
105
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
104
MERLEAU-PONTY, Maurice. Signos. São Paulo: Martins Fontes, 1991, p.
161.
106
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
O Racionalismo na arquitetura
e como a crença no uso da razão (bom senso, justa medida, tal como
equilíbrio, devemos observar, que neste sentido ele aparece nos mais
105
MONTANER ( 2001), op. cit.,p.36.
106
ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992,
p. 264.
107
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
um processo civilizatório.
e eficiente.
108
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
inovação tecnológica.
européias.107
107
ALFONSIN, Anthony. Frank Lloyd Wright and Modernism. The Museum of
Modern Art, New York. Publication of the exhibition Frank Lloyd Wright Architect,
1994, p. 33.
109
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
nome da razão.
110
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
regionalismo:
É uma coisa lógica, um racional lógico. Porque você tem que atender à
regionalidade mesmo que você esteja fazendo aqui no Rio, quer dizer o
[...] é uma fase assim de degradação profissional. Por isso é uma fase
triste, as pessoas só fazendo o que seria modismo, aí faz Casa Cor, faz
isso tudo. “Um canto lindo foi feito pelo fulano, outro canto lindo”, quer
dizer esse canto seria lindo se ele soubesse para onde, porquê. Por
108
Entrevista concedida pelo arquiteto Severiano Porto em 30 de Setembro de
2003.
111
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
sua biblioteca, outro já não gosta, outro está mais acostumado com a
sala, outro gosta de uma sala maior para computação. Então, são os
aspas, do trabalho que eles fazem, com o material que eles têm. 109
sua arquitetura.
109
Idem, ibidem.
112
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
retomar para ela uma racionalidade, “por que, tem os porquês”, nos
Como tudo que foi dito, podemos inferir que o que aparece no
século XX.
como vimos, para Alberti o valor de uma obra e de sua beleza seria o
110
OLIVEIRA (1997), op. cit. p. 36.
113
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
conveniência ou decoro.
é o discurso ecológico.
traz embutido no termo uma idéia de equilíbrio que, mais uma vez,
114
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
o seguinte exemplo:
111
VITRUVIO Marco Lucio. Los Diez Libros de Arquitectura. Traducción Agustín
Blánquez.Barcelona: Editorial Iberia, 1997, P. 14.
112
Os exemplos dados por Vitruvio para ilustrar as suas recomendações,
dizem respeito aos templos, um programa recorrente em sua época. Assim ele
nos diz sobre o decoro: “el decoro natural requiere para emplazamiento de
cualquier templo la elección de los parajes más saludables y donde haya
fuentes de aguas abundantes...Está también de acuerdo com el decoro natural
el dar luz de Oriente a los dormitorios y bibliotecas, orientando en cambio las
salas de banõ y las estancias de invierno al Poniente invernal; así como los
demás lugares que requierem una luz siempre igual, el que reciban ésta del
Septentrión, porque esta parte del cielo ni se obscurece ni se esclarece con el
curso del Sol, sino que permanece todo el día constante e inmutable”.
(VITRUVIO, op. cit., p. 15).
113
Idem, ibidem.
115
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
faltar areia fóssil, haverá que se utilizar a do rio ou a do mar; mas esta
doméstica uma vez que Oikos significa casa e nomos, lei ou regra, e de
114
Idem, Ibidem.
115
Idem, p. 16.
116
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
acontece na natureza. Foi com este sentido que a palavra economia deu
116
ITO ROVO, Mirian Keiko; OLIVEIRA, Beatriz Santos. Por um regionalismo
eco-eficiente: a obra de Severiano Mário Porto no Amazonas. Arquitextos. São
Paulo, abril de 2004. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br>Acesso em:
abril de 2004.
117
ACOT, Pascal. História da ecologia. Rio de Janeiro: Campus, 1990, p. 27.
117
O Regionalismo e o Racionalismo em Severiano Porto
da realidade social.
ao Rio de Janeiro.
118
Aldeia SOS do amazonas
Aldeia SOS do Amazonas foi feita pela excelência de suas obras, cujos
119
Aldeia SOS do amazonas
118
A Aldeia SOS ou SOS Kinderdorf se deu por iniciativa do educador
Mundial.
118
Kinderdorf em português significa aldeia para crianças.
120
Aldeia SOS do amazonas
contando para isso com mulheres que haviam perdido seus familiares
cada localidade.
121
Aldeia SOS do amazonas
A fundação do lugar
119
É importante ressaltar que a Associação das Aldeias Infantis SOS Brasil é
uma entidade plástica que permite mudanças em sua estrutura. Neste
momento, por exemplo, está havendo modificações em relação à figura e
atuação do pai simbólico, e o grau de interferência deste na coordenação das
mães-sociais.
122
Aldeia SOS do amazonas
terreno.
Fig. 101: Vista aérea da Aldeia SOS
do Amazonas (Fonte: Severiano Porto)
Pelas precárias condições da população amazonense e dos
encontrar o terreno adequado para o novo núcleo não foi uma tarefa
120
As demais se encontram em Porto Alegre e Santa Maria – RS, João Pessoa -
PB, Caicó e Natal- RN, Itanhangá e Jacarepaguá- RJ, Juiz de Fora - MG, Brasília
-DF, Rio Bonito, Poá e São Bernardo do Campo - SP, Goioerê -PR, e Lauro de
Freitas -BA.
121
Depoimento concedido à autora em 12 de Dezembro de 2003.
123
Aldeia SOS do amazonas
quase plana.
histórico.
124
Aldeia SOS do amazonas
3
Av. da Penetração Norte-Sul
Fig.103: Desenho esquemático do Fig. 104: Aldeia SOS do Amazonas, em fase de conclusão das obras. A avenida
terreno da Aldeia SOS do Amazo- que aparece ao lado esquerdo da foto é a Penetração Norte-Sul, e na parte
nas. (Desenho da autora) inferior é a Senador Raimundo Parente. (Fonte: Severiano Porto).
125
Aldeia SOS do amazonas
riscos iniciais
Georg Rodenbach que indicasse uma Aldeia SOS para que ele pudesse
Manaus (ver figura 106). Além disso, segundo Sr. Georg, seu intuito era
122
Informações obtidas no relatório “História Cronológica da Aldeia SOS do
Amazonas”, da autoria do ex-dirigente da Aldeia SOS do Amazonas, o Sr.
Nelson José de Castro Peixoto, atual dirigente da Aldeia SOS de Brasília.
126
Aldeia SOS do amazonas
“dentro de pouco tempo elas teriam que enfrentar suas vidas com
autonomia”.
CORTE ESQUEMÁTICO
PLANTA DE SITUAÇÃO
exemplo do que acaba de ser dito, foi que o arquiteto observou que as
127
Aldeia SOS do amazonas
que o fez concluir que uma das causas de tal problema, poderia ser a
Fig. 107: Detalhe da Planta baixa carência de um espaço apropriado para se estudar em casa, para que
da Casa–lar da Aldeia SOS de Bra-
sília. Sem escala. (Fonte: Departamento
de Obras das Aldeias Infantis SOS Brasil, elas cultivassem suas individualidades.
2004)
Assim, Severiano dotou os quartos das crianças da Casa-lar da
Aldeia SOS do Amazonas (ver figura 108) com cerca de três metros
Quarto Banho Banho pedindo que a diretoria refletisse sobre o que aqueles três metros
da Tia
11.22 m2
18.34 m2
Quarto quadrados significariam para a vida das crianças no futuro.
das Crianças
Fig. 108: Detalhe da Planta baixa qualquer outra motivação por parte da administração da Aldeia que
da Casa-lar da Aldeia SOS do
Amazonas. Sem escala. (Desenho da
autora) viesse refutar suas idéias.
128
Aldeia SOS do amazonas
olhar sensível para o humano. Serve, portanto, para nos fazer ver suas
o mundo.
O programa desenvolvido
123
residencial composta por dez Casas-lar (a Casa-lar é o núcleo da
123
As duas casas localizadas na extremidade norte foram adicionadas
posteriormente e não faziam parte do projeto original. Uma decisão entre o
cliente e a construtora contratada, a ESTACON, acabou por permutar o Centro
de Criação e Artes por tais casas, que, cabe ainda dizer, foram construídas com
configuração diferente das Casas-lar. Foram uma adaptação da Casa do
Dirigente, que não oferece o mesmo conforto daquelas projetadas para atender
uma família composta de nove crianças.
124
Estes três últimos, apresentam disposição espacial semelhante à Casa-lar.
129
Aldeia SOS do amazonas
Além disso, foi previsto uma Escola de Mães (local onde a mãe-social
edificações.
130
Aldeia SOS do amazonas
Fig. 110: Foto aérea da Aldeia SOS do Amazonas. (Fonte: Severiano Porto)
131
Aldeia SOS do amazonas
Fig. 112: Casa das Tias. Vista oeste. Fig. 113: Alojamento. Vista sul.
Fig. 111: Casa-lar. Vista sul.
Fig. 114: Jardim de Infância. Vista Fig. 115: Biblioteca Infantil. Vista oeste. Fig. 116: Casa Comunitária. Vista sul.
norte.
Fig. 117: Garagem. Vista leste. Fig. 118: Lavanderia. Vista norte. Fig. 119: Refeitório. Vista norte.
Fig. 120: Guarita. Vista sul. Fig. 121: Trabalho Terra. Vista oeste. Fig. 122: Escola de Mães. Vista sul.
132
Aldeia SOS do amazonas
133
Aldeia SOS do amazonas
134
Aldeia SOS do amazonas
vias da arte. Vemos que no projeto da Aldeia a arte tem um papel tão
Fig. 128: Auditório. Vista sul.
importante quanto as outras atividades propostas no programa, ou
Fig. 129: Auditório. Vista oeste. também pensa em oferecer às crianças um ensino profissionalizante.
Repare que ele tanto pensa em atividades lúdicas, com o espaço para
Fig. 130: Interior Auditório. Vista do como o Centro de Criação e Artes e o Auditório, não deve ser visto
Palco. (Foto da autora)
como um cuidado desnecessário, que poderia indicar a idéia de luxo.
Pois, o que Severiano tinha em mente era criar espaços dignos para
135
Aldeia SOS do amazonas
maneira que a ordem assim possa ser preservada, dando a cada coisa
De acordo com o Sr. João, tal disposição do quarto, voltada tanto para
125
Em depoimento concedido a autora em abril de 2004.
126
As tias, vale lembrar, são assistentes das mães-sociais, que, ao contrário
destas, podem manter sua vida conjugal.
127
A idéia era que fosse estabelecido um convênio com a secretaria cultural da
cidade para o desenvolvimento das programações e o apoio necessário para a
sua realização.
136
Aldeia SOS do amazonas
ocioso mesmo com a falta que faz o edifício Centro de Criação e Artes.
a ser preservada.
137
Aldeia SOS do amazonas
terreno.128
128
Maiores informações sobre esses espaços serão fornecidas mais adiante.
138
Aldeia SOS do amazonas
139
Aldeia SOS do amazonas
nte
Av.Senador Raimundo Pare
76.40
78.50
140
Aldeia SOS do amazonas
Via secundária
Via principal
Eixo transversal
Via secundária
141
Aldeia SOS do amazonas
Centro de
Criação e Artes
Chapéu de Palha
comunidade interna e externa, as quais poderíamos considerar como
Quadras
esportivas
sendo semi-públicas, foram situadas na parte mais plana do terreno
Alojamento Biblioteca
de
Visitantes
Infantil
(ver figura 142), próximo aos eixos viários circundantes e, portanto, com
Jardim
Infância maior comunicação com o meio urbano.
Casa
Comunitária
Fig. 142: Planta de Situação parcial 142). A área de esquina, vale acrescentar, consta no projeto como
mostrando o eixo de entrada, o
transversal, onde estão localizados sendo uma área reservada para uma futura construção que poderá,
as edificações semi-públicas. (De-
senho da autora)
segundo o arquiteto, trazer benefícios econômicos e educacionais à
idiomas.129
um arquiteto que está pensando, mais uma vez, nas coisas práticas da
personalidade que já podia ser notada desde a fase inicial de sua vida
129
Na Aldeia de Brasília havia sido feita uma tentativa semelhante, mas como o
edifício aproveitado para este fim (escola de informática) ficava localizado
distante da via pública, ele não trouxe o resultado esperado,acabando por ser
um espaço aproveitado exclusivamente pela comunidade aldeana. Assim,
Severiano conclui que se a Aldeia de Manaus desejasse realizar
empreendimento semelhante no futuro, a área de esquina do terreno seria um
ponto comercial valorizado e atrativo e consequentemente com resultados mais
eficazes. Sua previsão está mais do que acertada: no lado oposto da esquina
acaba de ser construído o edifício do Conselho Regional de Medicina.
142
Aldeia SOS do amazonas
seja, a de serviço.
Brasília.
143
Aldeia SOS do amazonas
volume nas fachadas leste-oeste, como requer o clima (ver figura 144).
Mar-Set
Equinócio meio-dia
VENTO Junho
DOMINANTE Dezembro
Solsticio meio-dia Solstício meio-dia
6:00 E
6:00
N
N 18:00
18:00
S
Fig. 144: Esquema da trajetória aparente do sol para Manaus. (Desenho da autora)
144
Aldeia SOS do amazonas
Fig. 148: Planta de Situação da de ambos os projetos assemelham-se a configuração das Casas-lar da
Secretaria de Produção do Estado
do Amazonas (1968). (Fonte: Revista Aldeia.
ARQUITETURA, n. 42)
145
Aldeia SOS do amazonas
76.40
78.50
Observamos na configuração espacial da Aldeia SOS do Amazonas que
76.80 76.80 77.50
Fig. 151: Esquema mostrando a or- longo do eixo transversal, correspondendo à circulação viária,
ganização espacial das zonas privati-
va (assinalada em vermelho) e semi- percebemos que as edificações não se apresentam organizadas de
pública (assinalada em verde). Aque-
las organizadas compassadamente e maneira tão coesa como aquelas outras. Há um distanciamento tal
essas sem uma força de coesão tão
intensa. (Desenho da autora)
entre as edificações aí colocadas (ver figura 152) que não é possível
146
Aldeia SOS do amazonas
Fig. 153: Eixo de entrada da Aldeia SOS do Amazonas, ao longo do qual foram
situadas as edificações semi-públicas. Ao lado esquerdo temos a Casa
Comunitária, à direita o Jardim de Infância e logo depois a Biblioteca
Infantil/Atividades de Ensino. Ao fundo podemos avistar a Circulação/Chapéu
de Palha, o corredor coberto da Aldeia. (Foto da autora)
147
Aldeia SOS do amazonas
vergas das janelas, nos peitoris e também nos elementos vazados que
148
Aldeia SOS do amazonas
Fig.159:Alojamento de Visitantes.
Interior. Notar materiais de acaba-
mento. (Foto da autora)
149
Aldeia SOS do amazonas
volumes.
as edificações da Aldeia.
130
Para áreas como o Auditório e o Centro de Criação e Artes foram
especificados, entretanto, materiais adequados para o bom desempenho
acústico, tanto no piso e nas paredes, como no teto.
150
Aldeia SOS do amazonas
Fig. 164: Vista aérea da Aldeia SOS Sua forma sinuosa, com já vimos, acompanha as curvas de nível
do Amazonas, em fase de conclu-
são das obras. Notar, a forma sinu- do terreno. Essa configuração tem suas razões de ser: ao acomodar-se
osa da circulação coberta.
(Fonte: Severiano Porto)
às características do terreno possibilitou a redução da velocidade do
terreno.
térmica.
Fig. 166: Detalhe da estrutura de
madeira que sustenta a cobertura. Severiano Porto tirou partido das possibilidades construtivas da
Notar que a inclinação da cober-
tura se adequa aos requerimentos técnica empregada e fez da grande circulação coberta um local de
do clima (escoamento das águas)
assim como o material utilizado, a funções múltiplas. Há momentos em que as curvas da cobertura se
palha, garante o isolamento tér-
mico necessário. (Foto da autora)
alargam e o pé-direito cresce, formando grandes abrigos alternativos.
151
Aldeia SOS do amazonas
76.40
78.50
Chapéu de Palha
Fig. 167: Chapéu de Palha, um dos
abrigos alternativos conformado
pela circulação. (Foto da autora)
aparente.
Fig. 171: Detalhe da sapata de Fig. 172: À esquerda, vista da sapata do Chapéu de Palha e `a direita, planta
concreto aparente do Chapéu de baixa. Sem escala. (Fonte: Coleção Severiano Porto, NPD/FAU/UFRJ)
Palha. (Foto da autora)
152
Aldeia SOS do amazonas
Fig. 173:Notar sapatas centrais Fig. 174: Circulação de Palha. Notar as sapatas junto às canaletas.
Fig. 175: Detalhe da sapata Fig. 176: Detalhe da sapata junto à canaleta. Vista e planta baixa.
central em concreto aparente.
(Fonte: Coleção Severiano Porto,
NPD/FAU/UFRJ) 131
Severiano adotou este mesmo tipo de fundação para o Restaurante Chapéu
de Palha (1967) e para os Quiosques do Parque Dez de Novembro (1967).
153
Aldeia SOS do amazonas
terracota (ver figura 177 e 179). Atentamos para o fato de que não há
Fig. 177: Caminho sob a circulação uma parte sequer do desenho que seja igual a outra, pois o projeto foi
coberta. (Fonte: Severiano Porto)
pensado para ser percebido na altura do observador, para ser vivido
usuário.
Fig. 179: Planta parcial do piso da Circulação de Palha. (Fonte: Coleção Severiano
Porto, NPD/FAU/UFRJ)
154
Aldeia SOS do amazonas
155
Aldeia SOS do amazonas
envolver por esse grande espaço, que parece não ter fim, cada virada
132
CASA DAS TIAS
ARQUIBANCADA
ARQUIBANCADA
princípios da ordenação da arquitetura se desdobrarem.
BIBLIOTECA
ALOJAMENTO DE
VISITANTE
79.00 79.15
INFANTIL
CASA COMUNITÁRIA
/DEPARTAMENTO
MÉDICO/BIBLIOTECA
156
Aldeia SOS do amazonas
figura 185). Severiano nos conta que tal detalhe foi feito para dar
Fig. 188: Casa indígena amazônica, abertos e cobertos feitos de materiais vegetais como na circulação da
utilizada para encontros da aldeia,
construída em madeira e coberta Aldeia (ver figura 188). Demonstrando, assim, a capacidade do
por folhas de palmeira. (Fonte:
Arquitetura Brasil 500 anos)
arquiteto, em absorver culturas diversas e interpretá-las dando um
157
Aldeia SOS do amazonas
Fig. 189: Restaurante Chapéu de sempre foi a de nunca se prender a dogmatismos, ele aposta na
Palha, Manaus (1967). Fachada Pos-
terior. (Fonte: Revista ABA, n. 1) experimentação. Sua primeira experimentação neste sentido foi o já
Fig. 191: Oca indígena amazônica. Fig. 192 e 193: À esquerda: Planta de cobertura; do lado direito: Planta do
(Fonte: Arquitetura Brasil 500 anos. pavimento superior da Pousada de Caça e Pesca da Ilha de Silves. (Fonte:
Universidade Federal de Pernambuco, Revista Módulo, n. 75, 1983, p. 61)
2002. Volume 1)
133
Prêmio IAB-RJ/1967 na categoria edifício para fins recreativos.
158
Aldeia SOS do amazonas
Fig. 196: Planta alojamentos.(Fonte: de um espaço aberto de uso múltiplo e um espelho d’água (ver figura
Revista AU, n. 11, 1987)
cobertura de cavaco.
159
Aldeia SOS do amazonas
Fig. 199: Circulação. (Foto: Beatriz Fig. 200: Vista geral do Centro de Proteção Ambiental de Balbina. Notar a si-
Oliveira) nuosidade da forma tal como Severiano adotou na cobertura da Aldeia SOS do
Amazonas. (Foto da autora)
uma vez que, uma grande quantidade do material seria inundada com
160
Aldeia SOS do amazonas
PALHA
161
Aldeia SOS do amazonas
imaginário.
circulação coberta.
162
Aldeia SOS do amazonas
o núcleo da Aldeia.
3.4 A casa-lar
breves considerações
compras, lava e passa roupa, leva os filhos adotivos para a escola, tem
criança qualquer.
163
Aldeia SOS do amazonas
Circulação coberta
Caminho/entrada
p/ a casa-lar
164
Aldeia SOS do amazonas
Fig.213: À esquerda: vista da face sul das Casas-lar. (Fonte: Severiano Porto)
Fig.214: À direita: vista da face norte das Casas-lar, para onde se volta a
entrada secundária. Notar os caminhos de chegada, partindo da circulação
coberta no lado esquerdo da foto. (Fonte: Severiano Porto)
165
Aldeia SOS do amazonas
Circulação coberta
Caminho/entrada
p/ a casa-lar
N
Prisma genérico
Junho
Solsticio meio-dia
Dezembro
Solstício meio-dia
Fig. 216: Desenho esquemático mostrando a disposição das Casas-lar. Assi-
nalado em verde, os caminhos de chegada. (Desenho da autora)
6:00 E
6:00
N
18:00
Como já tivemos a oportunidade de mencionar, a configuração
18:00
S
134
Basta para isso lembrar da repercussão da publicação A Morte e Vida nas
Grandes Cidades Americanas (1961) um clássico de Jane Jacobs, crítica voraz do
planejamento modernista, e defensora dos aspectos da vida comunitária, da
idéia de segurança, nos moldes da cidade tradicional.
166
Aldeia SOS do amazonas
Eixo longitudinal dominante da articulação dos ambientes, unindo a área social à íntima (ver figuras
Fig. 218: A Configuração linear 220 e 222). Será também, como veremos mais adiante, o principal
gera uma força direcional e do-
minante: o eixo longitudinal. (Dese-
nho da autora) trajeto dos ventos no interior da casa.
Zona convívio/serviço
Zona íntima
N
Deslocamento da
massa volumétrica
Eixo longitudinal dominante
Fig.219: Deslocamento da massa Fig. 220: O eixo longitudinal dominante é o gerador da área de circulação.
volumétrica. (Desenho da autora) (Desenho da autora)
167
Aldeia SOS do amazonas
a lavanderia e a despensa.
B
Varanda Quarto Quarto
Cozinha Quarto
das Crianças das Crianças
da Mãe
Serviço
Pergula Jantar
Banho Banho
A Circulação A
Estar Quarto Banho
Banho
da Tia
N Varanda
Quarto
das Crianças
Jardim
0 5m
B
Fig. 222: Planta Baixa da Casa-lar. (Desenho da autora)
volumetria.
168
Aldeia SOS do amazonas
2.5 2.5
painel
COZINHA BANHEIRO
2.5
painel painel
QUARTO
CIRCULAÇÃO
2.5
alvenaria painel
projeção de tijolo
lanternim SALA
SALA VARANDA
169
Aldeia SOS do amazonas
Detalhe de
deslocamento da massa
p/ captação das brisas
Quarto
vento
corredor
Elemento vazado
bloco de concreto
Quarto
N
Jardim interno
área de transição
Fig. 226: Desenho esquemático mostrando os detalhes das transformações no
volume, criando áreas de captação de brisas e o jardim interno. (Desenho da
autora)
170
Aldeia SOS do amazonas
subtração
Quarto
vento
corredor
captação
dos ventos
Elemento vazado
bloco de concreto
Quarto
171
Aldeia SOS do amazonas
clima.
Fig. 233 e 234: À esquerda, vista do jardim interno da Casa-lar, a partir da sala
de estar. À direita, vista do jardim, a partir da circulação, no nível inferior. (Fotos
da autora)
172
Aldeia SOS do amazonas
Quarto
Cozinha Quarto
das Crianças
da Mãe
Serviço
Banho Banho
Circulação
Varanda
Elementos vazados
Elementos de insetos e pequenos animais, foi colocada uma tela plástica entre os
vazados de
concreto
blocos de concreto que formam o muro. A presença da tela, no
Fig.238: Axonométrica da Casa-lar,
mostrando a passagem das brisas entanto, é quase imperceptível, e não interfere na permeabilidade
pelos elementos vazados que
compõe diversas paredes da casa. visual proporcionada pelo bloco de concreto vazado.
(Desenho da autora)
173
Aldeia SOS do amazonas
en
tra
da
d es
erv
iço
en
tra
da
p rin
cip
al
174
Aldeia SOS do amazonas
Elementos Vazados
Telha
Forro do Quarto Cerâmica Elemento Vazado
de Madeira
Pergula
Vento
Circulação
Estar
Jardim Bloco de Concreto
Elemento Vazado
Interno
0 2
1 5
Fig. 241: Vista oeste da Casa-lar. Fig.242: À esquerda, Fachada oeste da Casa-lar, sem escala. Notar a abertura
Notar na parte superior, junto à cu- na parte superior no encontro do plano dos telhados. (Fonte: Coleção Severiano
meeira, a abertura para ventilação. Porto.NPD/FAU/UFRJ)
(Foto da autora)
Fig.243: À direita, fachada leste da Casa-lar. Sem escala. Notar os elementos
vazados que fecham a abertura que dá para a área de circulação da casa.
(Fonte: Coleção Severiano Porto.NPD/FAU/UFRJ)
175
Aldeia SOS do amazonas
Estar Jardim interesse visual com a variação de linhas e planos e de sombra e luz
Interno
na volumetria resultante (ver figura 245).
Fig.244: Corte esquemático indi-
cando a permeabilidade visual per-
mitida pela diferenciação de níveis
e pela altura da cumeeira. (Desenho
da autora)
Fig. 245: Vista da fachada sul da Casa-lar. Notar o deslocamento dos planos do
telhado. (Foto da autora)
Fig. 246: Vista da sala de es- Mas o pé-direito alto (a cumeeira está a 5 m) também atende a
tar/jantar sentido oeste. (Foto da au-
tora)
outras funções além das utilitárias. Na sala, por exemplo, área de
Fig. 247: Vista da sala de estar dos planos de fechamento que compõe os forros dos quartos (ver figura
sentido leste, em direção à área
íntima. (Foto da autora) 248).
176
Aldeia SOS do amazonas
zona de convívio
ar quente
forro do banheiro
quarto ar frio
Telha Cerâmica
Forro em Madeira
Saída de ar quente
2,7
Circ
177
Aldeia SOS do amazonas
espacial que sugere a forma de uma casa, como aquela que vem
pérgula tradicional.
Fig. 254 e 255: Detalhe da pérgula em paus roliços rústicos, localizada na fa-
chada oeste da Casa-lar. (Fotos da autora)
que dá para oeste (ver figura 254). Da abertura, a qual se fez necessária
178
Aldeia SOS do amazonas
colocadas nas fachadas sul e norte (ver figuras 257-259). Estes espaços
Fig.256: Detalhe da janela da sala arquitetura brasileira, fazem o elo de ligação do mundo externo com o
de estar, localizada na fachada
oeste. Notar a pérgola na parte interno, além de funcionarem como uma extensão da área de convívio
exterior. (Foto da autora)
e proteger os acessos dos efeitos climáticos. Severiano se utiliza deste
Varanda Quarto
Cozinha da Mãe
A Jardim
Interno Quarto
Estar da Tia
N
Varanda
0 5
Fig. 258: Varanda da fachada Fig.259: Planta esquemática mostrando a área de convívio da Casa-lar. A seta
norte da Casa-lar. (Foto da autora) assinalada em azul corresponde à principal direção dos ventos no interior da
casa. Notar a presença das varandas nas fachadas norte e sul. (Desenho da autora)
179
Aldeia SOS do amazonas
facilidade e segurança.
Fig. 262, 263 e 264: Detalhe do desenho de janela tipo basculante do Quarto
das Crianças. (Foto da autora)
180
Aldeia SOS do amazonas
265-266).
Quarto Quarto
das Crianças das Crianças
Banho
Circulação
181
Aldeia SOS do amazonas
Fig. 268: Fachada sul da Casa-lar. (Fonte: Coleção Severiano Porto, NPD/FAU/UFRJ)
Fig. 269: Fachada Norte da Casa-lar. (Fonte: Coleção Severiano Porto, NPD/FAU/UFRJ)
182
Aldeia SOS do amazonas
Fig. 270: Casa sobre palafitas no caracteriza a paisagem do habitat ribeirinho, presente tanto nas casas
Rio Negro, Amazonas. (Foto da
autora) sobre palafitas como nas casas flutuantes. As mesmas características
Fig. 271: Casa flutuante no Rio arquiteto desde que chegou à Amazônia.
Negro, Amazonas. (Foto: Beatriz
Oliveira)
A forma do telhado, com boa inclinação para o escoamento das
Fig. 272: Detalhe do interior da repouso — a área das redes —, está disposta em torno de uma
casa ribeirinha. Notar a abertura
para ventilação na parte superior, circulação com abertura em suas extremidades para a entrada do
junto ao telhado. (Foto da autora)
vento.
183
Aldeia SOS do amazonas
Fig. 273: Interior da casa flu- Fig. 274: Casa flutuante típica das várzeas dos igapós amazônicos. O exemplar
tuante. Notar a disposição das foi adaptado para acomodações turísticas. Notar a diferença de altura das
redes em torno da circulação cumeeiras. Os vãos entre elas proporcionam aeração adequada ao ambiente
que dá passagem aos ventos. interno. (Foto: Beatriz Oliveira)
(Foto: Beatriz Oliveira)
Casa-lar da Aldeia.
Fig. 275: Vista da circulação Devemos ressaltar, entretanto, que o sentido de coletividade
da casa flutuante, mostrando
o sentido oposto da fig. 273. que encontramos na casa flutuante é certamente distinta da que
(Foto: Beatriz Oliveira)
184
Aldeia SOS do amazonas
pertences.
aquilo que não faz sentido na nova forma. Outras referências, vindas
entidade.
185
Aldeia SOS do amazonas
186
CONSIDERAÇÕES FINAIS
achava ser o mais correto para si próprio. Desde cedo, mostrou ter
formação. Ele acreditava que arquitetura era fazer. Não por outro
187
Dorotéia (1962) em Pouso Alegre, mesmo ele não tendo sido
construído.
profissional.
diálogo com o mundo concreto. Tudo parece nos indicar que ele crê
é obra no sentido mais vasto de um fazer para que algo viva, que
por sua vivência e experiência próprias, por aquilo que ele considerava
188
ainda não estava presente nos seus primeiros projetos no Rio de
especulação imobiliária.
que elas representam para o lugar, o fez sentir como que tendo uma
pesquisas e experimentações.
189
Amazônia”.135 Com essa atitude, Severiano também estava mostrando
construído.
135
Ver Capítulo 1, página 58.
190
As experiências de Severiano ao longo de sua trajetória nos
de obra local.
clima.
191
fato bem confirmado em nosso estudo de caso. Neste sentido, como
Lima Neto, Milton Monte e Paulo Sergio Nascimento, com suas formas
tropical.
136
SEGAWA, Hugo. Radicalismo Tropical: La Amazonia Contextualizada. In:
Arquitectura Viva, n. 25, julio-agosto 1992, p. 29.
192
A Aldeia SOS do Amazonas é ao nosso ver uma obra síntese,
naturais.137
137
ROSSET, Clement. A Antinatureza: elementos para uma filosofia trágica. Rio de
Janeiro: Espaço e Tempo, 1989, p. 24.
193
Na Circulação de Palha está depositado o princípio estrutural e
com o Restaurante Chapéu de Palha, mas que lhe que deu o prestígio
seu caráter de “casa com telhado de duas águas”, aos poucos ela vai
194
cômodos, concebidas para cultuar a individualidade; na flexibilidade
195
1971) com o ideário da Escola Nova da linha progressivista do filósofo
educação integral.
138
TEIXEIRA, apud DÓREA, Célia. Anísio Teixeira e a Arquitetura Escolar:
planejando escolas, construindo sonhos. 2003 - Tese (Doutorado em Educação) –
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, p. 27.
139
Idem, Ibidem.
140
Idem, p. 94.
196
Na sua reforma educacional, Anísio Teixeira também se
individualidade da criança.
197
elas uma educação que as ofereça uma formação prática, como
socialmente vivo.
Grau (1974), o Colégio Oswaldo Cruz (1974). Neste processo, teve que
198
Arquitetura, que como já comentamos, funcionava na antiga Escola
Nacional de Belas Artes. Ali, ele recorda com prazer, como todos
convívio da Aldeia.
199
É difícil imaginar como um homem com uma vasta produção,
200
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BUCHANAN, Peter. With due respect: Regionalism. In: The Architecture Review,
173, n. 1035, may 1983.
201
ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL. São Paulo: Encyclopaedia
Britannica do Brasil, vol. 17, 1977.
LEITE, Mirian Lifchitz Moreira. Livros de viagem (1803-1900). (1a ed.) Rio de
Janeiro: Editora UFRJ, 1997.
202
OLIVEN, Ruben George. Cultura e Modernidade no Brasil. São Paulo. Perspec.
Apr./June 2001, vol.15, no.2 [cited 10 March 2004], p.3-12. Disponível
em:<http://www.scielo.br>. Acesso em: 13 Abril 2003.
SEGRE, Roberto. América Latina Fim de Milênio. São Paulo: Nobel, 1991.
203
SOUZA, Márcio. A Expressão Amazonense: do colonialismo ao neocolonialismo.
(1a ed.) São Paulo: Editora Alfa-Omega, 1978.
WRIGHT, F. L. apud ALFOSIN, Anthony. Frank Lloyd Wright and Modernism. The
Museum of Modern Art, New York. Publication of the exhibition Frank Lloyd
Wright Architect, 1994, pp. 32-57.)
204
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
BARTHES, Roland. A Câmara Clara. Rio de Janeiro : Ed. Nova Fronteira, 1984.
BENEDICT, William. Seeing, Thinking & Talking Design. San Luis Obispo: El
Corral Publication, 1999.
BENJAMIN, Walter. Rua de Mão Única. Obras Escolhidas Volume II. (5a. Ed)
São Paulo: Editora Brasiliense, 1995.
205
CASCUDO, Luis da Câmara. Tradição, ciência do povo. São Paulo : Perspectiva,
1971.
CHING, Francis D.K. Architecture: form, space and order. (2ndEd.) New York: Van
Nostrand Reinhold, 1996.
CONDE, Luis Paulo et alli. Arquitetura Brasileira após Brasília / Depoimentos. Rio
de Janeiro: IAB, 1978.
COSTA, Lúcio. Lúcio Costa: registro de uma vivencia. São Paulo: Empresa das
Artes, 1995.
GOODWIN, Philip L. Brazil Builds: Architecture New and Old, 1652-1942. New
York: The Museum of Modern Art, 1943.
206
HARAGUCHI, Hideaki. A Comparative Analysis of 20th-Century Houses. (1st ed)
New York: Rizzoli, 1989.
HOFFMAN, Donald. Frank Lloyd Wright: Architecture and Nature. New York:
Dover Publications Inc, 1986.
LEE, Kyung Mi. Severiano Mário Porto: A Produção do Espaço na Amazônia. 1998
– Dissertação (Mestrado em Arquitetura) – Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo, USP.
LENGEN, van Johan. Manual do Arquiteto Descalço. (1a ed. em português) Rio
de Janeiro: Tibá e Papéis e Cópias, 1996.
MACHADO, Isis Faria, et al. Cartilha: procedimentos básicos para uma arquitetura
no trópico úmido. São Paulo : Editora Pini, 1986.
207
______. Signos. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
PAZ, Octavio. Convergências: ensaios sobre arte e literatura. Rio de Janeiro: Ed.
Rocco,1991.
PESCI, Rubén. El Processo Proyectual: Frank Lloyd Wright. CEPA. Buenos Aires:
Espacio Editora, 1977.
208
_________________________________. Curriculum vitae. Rio de Janeiro, 1999.
RAPAPORT, Amos. House, Form and Culture. N.J.: Prentica All Inc., Englewoods
Cliffs, 1969.
REIS FILHO, Nestor Goulart. Quadro da Arquitetura no Brasil. São Paulo: Ed.
Perspectiva, 1973.
RILEY, Terence, REED Peter (edit.).Frank Lloyd Wright Architect. New York: The
Museum of Modern Art, 1994.
SABBAG, Hayfa. A Casa Aberta à Natureza. In: AU. São Paulo, n. 3, Nov,
1985.
209
_______________. Oswaldo Arthur Bratke. São Paulo: ProEditores, 1997.
ZEIN, Ruth Verde. Um arquiteto brasileiro: Severiano Mário Porto. In: Projeto.
São Paulo, n. 83, p. 44-5, jan/1986.
210
RELAÇÃO DAS OBRAS
CODEAMA Amazonas
Logel Amazonas
DRM Amazonas
211
Estádio Municipal de Itacoatiara Amazonas
Indamar Amazonas
SUFRAMA
Mercado Terminal de Manaus – Mercado Produtor Amazonas
212
Colégio de Segundo Grau Roraima
Residências]
Residência do Sr. Luigy Tiellet da Silva Amazonas
213
1978 Residência do Dr. Heitor Vieira Dourado Amazonas
214
Estacionamento Amazonas
215
TELAMAZON - Reforma e acréscimo do Posto de Atendimento Amazonas
Ensino
1995 Estádio Vivaldo Lima - Reestudo do projeto de arquitetura- Amazonas
reforma
Residência do Sr. Fernando Matos de Souza Amazonas
216