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ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE COIMBRA

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D EMAs i e r
CIN
BERNARDO GONÇALVES
CARINA SILVA
3ºANO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
REPRESENTAÇÃO E CULTURA VISUAIS

DOCENTE: ISABEL MARIA CARRILHO


CALADO ANTUNES LOPES
2019/2020
Índice:

1. Introdução

2. Glossário de cinema

3. Profissões no cinema

4. Modelos de análise de um filme

4.1. A arte de ser espectador

5. Críticas Cinematográficas

6. Géneros no cinema

7. Como se faz um filme?

8. A utilização das imagens na sala de aula

9. Estudos de Literatura e Cinema

10. História do Cinema

10.1. Marcos cronológicos na história do cinema

10.2. Pôr as imagens em movimento

10.2.1. A imagem como realidade

10.3. Vamos ao sonoro?

10.4. Escolas de Montagem – EUA e URSS

10.5. Hollywood

10.6. Bombai é “Bollywood”

10.7. “Merchadising” cinematográfico

11. A influência de certos filmes na sociedade (décadas)

12. 100 anos de cinema – passado, presente e futuro

12.1. Cinema, televisão e vídeo

12.2. O futuro do cinema VS outros meios audiovisuais

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12.3. Novos desenvolvimentos do cinema

13. Bibliografia e Webgrafia

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1. Introdução

Se experimentarmos pesquisar a palavra “cinema” nas imagens do Google, o que


encontramos maioritariamente são imagens de salas de cinema. Mas o cinema está muito
para além disso. As pessoas associam-no vulgarmente com a sala, mas o cinema abrange
muitas outras coisas.

A palavra cinema provém do grego "movimento". O cinema é uma arte que tem como
técnica fixar imagens que parecem estar em movimento.

O cinema é o espelho da cultura em que é produzido e pode ter vários propósitos como
educar ou até entreter. É uma forma de expressão e de comunicação.

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2. Glossário de cinema

Ângulo – Posição a partir da qual se capta uma determinada imagem.

Animação – Criação da ilusão do movimento através da sequência de desenhos ou


fotografias.

Argumento – História ou assunto de que trata o filme.

Campo – Porção de espaço abrangido pela objetiva, limitado pelo enquadramento.

Cena – Evento num único lugar e num único lapso de tempo.

Cinerama – Processo que utiliza na projeção, 3 peliculas, 3 projetores e 3 ecrãs a fim de


se obter uma imagem ultrapanorâmica.

Contra campo – Plano tirado do ponto de vista oposto ao anterior, utlizado


nomeadamente num diálogo entre personagens.

Contrapicado – Plano filmado de baixo para cima

Picado – Plano filmado de cima para baixo (“plongé”)

Encadeado – Processo ótico ou eletrónico para fazer desaparecer gradualmente uma


imagem, ao mesmo tempo que outra vai aparecendo sobreposta.

Fundido - Processo ótico ou eletrónico para fazer escurecimento gradual de uma imagem,
até ficar totalmente negra (“fade out”) ou o aparecimento de uma imagem a partir do
negro (“fade in”).

Objetiva – Grande angular // Normal // Teleobjetiva.

Persistência da visão – Fenómeno da retina que conserva a impressão de uma imagem


durante 1/16 segundos.

Profundidade de Campo – É a distância que aparece focada num filme.

3. Profissões no cinema

http://visao.sapo.pt/visaojunior/2016-11-04-As-Profissoes-do-Cinema

Ponto extra: Produtor- É o captador de recursos para um projeto por ele elaborado.

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4. Modelos de análise de um filme

O cinema apoia-se numa linguagem específica, sendo o conhecimento essencial para


se conseguir compreender as obras de uma forma mais completa. É necessário uma
iniciação e um esforço para se compreender o cinema, que é uma arte autónoma e dotada
de uma linguagem própria.

Devemos estar atentos a todos os detalhes que compõem um plano desde:

• As personagens (como se movimentam e as expressões que assumem);


• A câmara (como se movimenta e o que nos mostra em cada momento);
• A música ou os ruídos (como intervêm);
• A montagem (como através dela se ligam as diversas, encadeando uma
linha narrativa contínua).
Segundo Angelo Moscariello (autor da obra “Como ver um filme”), é possível
identificar duas etapas que permitiram ao cinema apresentar-se como uma linguagem
artística e autónoma:

• A evolução registada a partir dos anos 20, (a montagem, filmes


sonoros…) fez com que o cinema fosse abandonando a sua finalidade
inicial (reproduzir realidades em movimento), afirmando-se como uma
linguagem artística baseada na reprodução da realidade;

• A ideia de que não basta ver um filme, sendo necessário saber lê-lo e
interpretá-lo.

Existem várias formas de se fazer uma leitura crítica de um filme, consoante a


cultura ou as características com quem se trabalha.

Segundo o historiador francês Alfred Rambaud, a análise de um filme pode


orientar-se por cinco perspetivas:

• Análise do enredo (analisar a história de um filme, com uma maior


atenção no argumento e no guião);

• Análise dramática (estudo do ambiente do filme, da construção e da


progressão dramática);

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• Análise cinematográfica (planificação, composição das imagens,
movimentos de câmara);

• Análise dos aspetos da montagem (duração dos planos, os ritmos e os


efeitos); os do som (diálogos, música e ruídos), e ainda as personagens e
a sua interpretação;

• Análise do género cinematográfico (interpretação dos temas e


significações do filme).

Através da análise da forma fílmica pretende-se chegar ao porquê da realização


do filme e, seguidamente, perceber através da análise dos vários elementos expressivos a
que o realizador recorreu, ou seja, se ele foi capaz de encontrar os meios mais adequados
para transmitir a sua ideia.

Existem ainda dois tipos de leitura:

• Leitura narrativa - Procura saber qual o argumento em que o filme se


apoia, quem é o protagonista e quais são os pontos chave do filme, como
pessoas, situações ou objetos.

• Leitura significativa- Procura descobrir o significado global e individual


de cada núcleo narrativo até chegar a ideia central do realizador.

4.1. A arte de ser espectador

Nós, enquanto indivíduos, não aprendemos todos as mesmas coisas apesar de


vermos possivelmente o mesmo. Para além disso, o cinema pressupõe que o espetador
tenha uma formação acerca dos seus códigos, das suas linguagens e dos seus contextos.
Desta maneira, podemos concluir que ser espectador não é tão natural quanto aquilo que
pensamos.

Stuart Hall (teórico cultural e sociólogo jamaicano) propôs que na receção dos
produtos mediáticos podem ocorrer três tipos de “leituras”:

• Dominante – Quando o espectador compreende o filme exatamente como


é suposto;

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• Negociada – Quando o expectador compreende o filme, mas utiliza os seus
valores e crenças para compreender o contexto;

• Oposicional – Quando o espectador não compreende o filme como é


suposto.

5. Críticas Cinematográficas

A riqueza de uma obra cinematográfica reside na multiplicidade de olhares e de


interpretações que sobre ela podem residir, desde a visão de um espetador comum até ao
crítico que desenvolve uma atividade consciente de leitura e interpretação.

No entanto, esse exercício de interpretação não deve significar a eliminação da


componente de lazer que o cinema proporciona.

Os críticos de cinema têm um importante contributo na nossa condição como


espetador. Este desempenha um papel de mediador entre a obra e a nossa visão. A crítica
vai influenciar a forma como interpretamos um filme.

Os métodos da crítica:

• Crítica Formalista – Dá prioridade aos valores exteriores do texto, como


o requinte cromático (cenário, estética, cores, encenação...).

• Crítica Conteudística – Privilegia o tema em lugar do discurso. Sendo


adepta da corrente realista, promove o cinema como o exercício de
“reprodução do mundo”.

• Crítica Psicologista – Interessa-se pela realidade psicológica das


personagens. O rigor e complexidade das personagens.

• Crítica Sociológica – O filme é visto como um meio de comunicação de


massas capaz de se debruçar sobre as realidades sociais.

• Crítica Estruturalista – Centra-se em compreender o segredo oculto no


filme, tentando revelar o funcionamento interno do texto fílmico.

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• Crítica textual – Análise da obra fílmica vista como “um universo
fechado e autossuficiente”. Compara vários filmes do mesmo autor ou da
mesma corrente.

6. Géneros no cinema

McQuail (considerado um dos estudiosos mais influentes no campo dos estudos


de comunicação de massa) considera que o género pode referir-se a qualquer categoria
de conteúdo que se reveja nas seguintes características:

• Uma identidade reconhecida pelos respetivos criadores.

• Se a identidade se relaciona com os fins dos produtos, com as suas formas e


com as suas significações;

• O género foi estabelecido ao longo do tempo e observa convenções


familiares;

• Um género específico seguirá uma estrutura da narrativa ou uma sequência


da ação esperadas.

Há géneros que o cinema herdou da tradição literária e teatral, como é o caso da


comédia, drama, aventura... Há circunstâncias sociais e históricas que tendem a valorizar
determinados géneros.

Géneros de cinema:

• Ação;

• Animação;

• Aventura;

• Blaxploitation (a década de 1970, vários filmes de baixo orçamento deram,


pela primeira vez, total protagonismo no grande ecrã à comunidade afro-
americana.);

• Cinema catástrofe;

• Comédia;

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• Documentário;

• Ficção científica;

• Musical;

• Romance;

• Suspense;

• Thriller;

• Terror;

7. Como se faz um filme?

Pré-Produção:

O produtor é quem vai tornar possível a criação de um filme e que junta as


componentes iniciais para que possa haver filme. Depois de arranjar um argumento
que pode ser original ou baseado num livro, procede-se à angariação de fundos. Com
o dinheiro contrata-se uma equipa que vai integrar o filme. Passa-se para a definição
dos orçamentos e dos meios financeiros que vão ser necessários para que se chegue
ao produto final. A coprodução, ou seja, a união de entidades ou de empresas de vários
países para ajudarem na produção de um filme é muito comum Portugal.

Depois, as filmagens:

Na produção ou realização do filme são efetuadas as filmagens onde sairá o


negativo do filme.

As equipas onde os orçamentos são maiores produzem filmes com facilidade,


contrariamente às equipas onde os meios financeiros disponíveis são menores, que se
esforçam mais para chegar a um melhor resultado final.

Isto leva a uma menor complexidade da história que está a ser desenvolvida e
muitas horas de gravações por dia. Contudo, os resultados costumam ser bastante
positivos.

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A importância da pós-produção:
Na pós-produção ou edição do filme, trata-se de incluir e combinar a banda sonora,
as falas e os ruídos através de uma fita magnética perfurada.

O trabalho de montagem e o ritmo do filme são definidos através da junção de


diversos planos de acordo com o objetivo pretendido pelo realizador.

Também é importante proceder ao encerramento dos contratos e pagamento aos


trabalhadores, à devolução das peças que foram emprestadas e à remoção dos cenários.

Da distribuição à exibição:

Na fase de distribuição vão ser definidas diversas parcerias entre produtores e


empresas de distribuição para que sejam permitidos os direitos de exibição de um
determinado filme, geralmente válidos por um certo número de anos e para determinadas
áreas geográficas.

Concluída esta fase pode-se passar à exibição do filme com as devidas


autorizações e com o recurso a campanhas publicitárias.

8. A utilização das imagens na sala de aula


No começo dos anos 80, os docentes do ensino secundário depararam-se com a
necessidade de utilizar recursos que facilitassem aos alunos a sua aprendizagem.
Contudo, encontrar os recursos corretos não era uma tarefa fácil. O suporte mais
comum era o filme 16mm e Super 8, mas o seu custo era demasiado elevado, pois
havia uma enorme dificuldade na mobilização, na análise e na memorização de
imagens.

Assim surgiram, anos mais tarde, os videogravadores, que tinham um baixo custo
e permitiam a criação de arquivos com dimensão suficiente. A criação de videotecas
iriam dar apoio ao tratamento destes materiais em vídeo para utilização na sala de
aula.

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A partir daí organizaram-se alguns cursos e ações de formação de professores, de
forma a que os vídeos fossem corretamente utilizados nas salas de aula, marcando
então uma reforma no sistema educativo.

A utilização mais comum do gravador de vídeo na sala de aula era a de visionar


episódios de séries televisivas cujos conteúdos correspondessem ao que ao que os
alunos estariam a estudar. No entanto, este método foi criticado, uma vez que um
filme tem uma grande densidade de informação, sob várias formas (texto, som e
imagem), o que torna difícil a captação e compreensão dos conteúdos por parte dos
alunos.

Desta maneira, chegou-se à conclusão de que um filme possui alguns aspetos que
são incompatíveis com a utilização adequada na sala de aula: informação rápida e em
demasia; um filme não permite a interação das ideias nele contida, permitindo apenas
a sua visualização.

Para tentar resolver estes problemas, utilizaram-se técnicas e ritmos utlizados em


livros. Foi desta maneira, que decorre a ideia de que a imagem na sala de aula deve
de estar ligada, controlada e subordinada ao discurso verbal do professor. O problema
desta nova ideia é que as imagens necessárias não se encontram disponíveis no
mercado ou em instituições, sendo o acesso muito limitado.

Algo semelhante ao depósito legal dos livros teria de ser criado para a produção
audiovisual, de modo a haver instituições em que houvesse memória coletiva passível
de consulta.

Nos dias de hoje, este volume de conhecimentos é muito vasto e de mais fácil
acesso. Logo, cabe aos professores escolherem o material que pretendem mostrar nas
suas aulas para a aprendizagem dos alunos.

9. Estudos de Literatura e Cinema


As primeiras investigações sobre a teoria do cinema deram-se a partir da década
de 60. Desta forma percebeu-se que o cinema e a literatura são dois sistemas
semióticos que estão interligados. São considerados sistemas semióticos, já que
representam um certo significado e sentido ao ser humano, fazendo com que este
procure interpretar e compreender o mundo que o rodeia.

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Tanto o cinema como a literatura desenvolvem histórias onde existem
personagens que realizam uma série de ações e encontram-se inseridos num
determinado espaço e num tempo específico.

A teoria do cinema defende que nos textos literários narrativos existe uma essência
do cinema, antes de ser inventado. Os escritores organizavam as ideias em função do
ponto de vista do narrador cinematográfico. Na década de 90 do século XIX, foi
possível unir estas duas vertentes com o desenvolvimento da tecnologia, tornando
possível a visualização através de imagens e de diferentes histórias literárias.

Contudo, também técnicas narrativas do cinema influenciaram em grande medida


o texto literário. Isto pode-se explicar através da facilidade que a arte cinematográfica
tem de comunicar com os espectadores e do poder das imagens nas pessoas. No caso
europeu, como aconteceu em Portugal com Manoel de Oliveira e Agustina Bessa-
Luís pode existir uma cooperação entre o escritor e o realizador do filme, acabando
por existir uma junção de dois polos que apesar de diferentes, se podem interligar.
(Filme “Francisca” – primeira colaboração entre o cineasta e o escritor).

Os filmes podem ser baseados em ideias originais ou num texto literário já


existente. Se este for o caso, o realizador vai juntar o seu próprio “toque” à obra que
se vai basear, através da montagem, do elenco e da equipa técnica.

10. História do Cinema

10.1. Marcos cronológicos na história do cinema

Não é fácil elaborar uma cronologia com todos os marcos importantes na História
do Cinema. Nesta cronologia tentamos dividir o cinema em 4 momentos: os
antecedentes, os primeiros passos, a maturidade e os últimos anos. Aqui ficam alguns
que consideramos ser dos mais importantes:

• Antecedentes:
Séc. XV – Leonardo Da Vinci propõe o uso de uma lente para concentrar a luz de
uma lanterna vulgar.

1765 – Chevalier d’Arcy descreve experiências acerca do fenómeno da persistência


da visão.
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1784 – François – Dominique Séraphin apresenta um espetáculo de sombras chinesas
no Palais Royal, em paris. Sombras Chinesas → Forma tradicional de teatro de
bonecos praticado no oriente. Consiste na manipulação de um boneco de varas, entre
uma luz e uma tela, o que faz com que o espetador, sentado diante da tela, veja apenas
a sombra do boneco.

1822 – Nicéphore–Niepce consegue fixar a imagem formada no fundo de uma câmara


escura, abrindo, assim, o caminho para a fotografia.

1826 – Comercializa-se o thaumatropo, um brinquedo que aplica e demonstra a


persistência da visão.

1833 – Joseph Plateau descreve o fenaquistoscópio, um disco giratório que origina a


ilusão do movimento de desenhos colocados em sequência.

1834 – Invenção do zootropo.

1839 – Descoberta do “daguerreotipo”. Uma fotografia numa placa de metal prateado.


A palavra fotografia é utilizada pela primeira vez.

1874 – Registo da passagem de Vénus em frente ao Sol numa série rápida de


fotografias – “revolver fotográfico”.

1877 – Thomas Edison regista o fonógrafo e invenção do praxinoscopio, por Émile


Reynaud.

1878 - Primeira série de fotografias de cavalos em movimento.

1880 – Primeiras fábricas de fotografia.

1885 – Comercialização dos papéis de filme.

1888 – Primeira câmara Kodak.

1894 – Abertura em Nova York, do primeiro espaço para o visionamento dos filmes
em movimento dos irmãos Edison, com base do cinetoscópio.

1894 – A 13 de fevereiro, os irmãos Lumière registam a patente do seu cinematógrafo,


combinando uma câmara e um projetor. A 19 de março realizam o filme “La sortie
des Usines Lumière”

1895 - Os lisboetas veem as imagens em movimento na Tabacaria Neves, no Rossio.

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• Os primeiros passos:

1895 – Primeira sessão pública de projeção de cinema, pelos irmãos Lumière.

1896 – Primeiros filmes Portugueses: “Manobras de Bombeiros” e “A saída do


pessoal operário da Camisaria Confiança”, de Aurélio da Paz dos Reis.

1897 – Georges Méliès constrói o primeiro estúdio de cinema.

1900 – O cinema ocupa um lugar de destaque na Exposição Universal de Paris: foram


apresentadas inovações técnicas como a sonorização, processos de projeção,
dimensão do ecrã.

1903 – “The Great Train Robbery”, de Edwin Porter, foi o primeiro filme narrativo,
com um trabalho de montagem.

1904 – Primeiro cinema Português, Salão Ideal, na rua do Loreto.

1913 – Cinema Italiano – “Quo Vadis”, de Enrico Guazzoni, “Os últimos dias de
Pompeia”, de Eleuterio Rodolofi e “cabiria”, de Giovanni Pastrone.

1914 – “The Squaw”, um filme “western”, um dos primitivos de Hollywood.

1915 – “The Birth of a Nation” de D.W.Griffith, considerado o criador do cinema


moderno Americano.

1917 – Fundada a empresa Castello Lopes. Instituída a censura prévia a filmes que
tratem assuntos militares.

1919- Escola Russa do Cinema – Lenine considera o cinema “o meio mais acessível
e mais seguro de agitação e de educação comunistas”.

1927 – Publicação nos EUA de um código de conduta para a indústria cinematográfica


que estipulava uma autocensura quanto a matérias potencialmente ofensivas para as
religiões o Estado e a família.

Primeiro filme sonoro – “The Jazz Singer”.

• A Maturidade:
1928 – Nascimento do rato Mickey.

1933 – Primeira “comédia à portuguesa”, “A Canção de Lisboa”.

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1937 – Início do technicolor, com “Wings of the Morning”. 1º filme de animação –
Branca de Neve

1953 – Introdução do “cinemascope” (ecrã gigante), pela Fox.

1954 – “Nouvelle Vague” - nova estética de cinema criada na França, como reação
contrária às superproduções hollywoodianas da época. Eram filmes mais pessoais e
baratos.

1967 – A Fundação Gulbenkian decide alargar ao cinema o seu apoio ao fomento das
artes, educação e da ciência.

1968 – “2001 – Odisseia no Espaço”.

1970 – “O Soldado Azul”, representa pela primeira vez num filme de “cowboys” os
índios não como ferozes e selvagens, mas como um povo e uma cultura inteligente e
simpática, esmagada pelos militares norte-americanos.

• Os últimos anos:
1977 – “A Guerra das Estrelas” – poder dos efeitos especiais, tecnologia e ficção
científica.

1982 – E.T.

1986 – “Um Adeus Português”, de João Botelho, aborda pela 1º vez o problema da
guerra colonial.

1988 – Inaugurado o MOMI – Museum of the Moving Image.

1993 – “Jurassic Park”

Criado o IPACA – Instituto Português da Arte Cinematográfica e do Audiovisual.

1995 – 100 anos do cinema.

Século XXI – 3D, cinema IMAX, Ascensão da Televisão, NETFLIX, HBO, Pirataria
do cinema na internet.

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10.2. Pôr as imagens em movimento

O movimento é uma ilusão, uma vez que o que acontece é a projeção de


fotogramas a um certo ritmo (normalmente 24 fps), o que faz com que o nosso cérebro
pense que as imagens de cada fotograma estão a movimentar-se. Este fenómeno,
denominado de persistência da visão, foi o fundamento de muitos brinquedos óticos.

Pode ser comparado com o cinema, uma vez que os elementos individuais são os
fotogramas da película, que produzem a impressão de movimento quando estes são
projetados.

10.2.1. A imagem como realidade

A imagem na verdade não coincide com a realidade que ela representa. Apesar da
sua transparência, esta não passa de uma opacidade camuflada, pois as imagens não
são uma restituição da realidade, mas sim uma reconstrução da realidade, constituindo
assim um segundo mundo. A imagem altera, voluntariamente ou involuntariamente a
realidade.

Cada vez mais vivemos da imagem, sendo que o nosso contacto com a realidade
dá-se pela mesma. Vemos imagens na televisão, no jornal, na internet, na rua. Imagens
essas que nos trazem informações sobre o que ocorre no mundo. Elas não só mediam
a relação entre nós e o real como o distorcem. É uma interpretação da realidade que
nós, por nossa vez, interpretamos como bem entendemos.

10.3. Vamos ao sonoro?

O desejo de inventar o cinema sonoro esteve presente na mente de muitos


criadores, que utilizaram várias técnicas: recorriam a músicos que tocavam enquanto
os filmes eram exibidos, criavam diversas situações sonoras, contratavam atores para
dizerem textos e faziam ainda experiências de “playback”.

A 6 de outubro de 1927 houve, pela primeira vez, diálogo num filme com a obra
“The Jazz Singer”. Desde então, o cinema tem-se tornado “100 por cento sonoro”, tal
como dizia o slogan da época. Esta novidade despertou, também, algumas críticas,

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uma vez que não havia o recurso à legendagem e grande parte da audiência europeia
não compreendia o que era dito. Na França, por exemplo, exigiam filmes em francês.
Já a audiência inglesa fazia chacota da pronúncia americana.

Perante esta novidade, estabeleceram-se duas posições: os cineastas americanos


que ansiavam por realizar o seu filme musical, e os cineastas mundialmente
importantes como Chaplin, Eisenstein, Clair ou Murnau, que defendiam que o uso da
palavra viria matar a essência do cinema. Houve de resistência a esta novidade, foi
Chaplin, que atrasava a introdução do cinema sonoro até ao início dos anos 40.

A invenção do sonoro levou a grandes alterações nas produções dos filmes,


obrigando a haver uma melhor e maior organização. As equipas tornaram-se maiores,
os estúdios passam a ser insonorizados e começou a haver um maior desenvolvimento
da iluminação artificial. Houve uma enorme mudança nos atores e muitos atores do
cinema mudo caem em esquecimento.

O ambiente sonoro de um filme não pode depender apenas dos diálogos, tendo de
recorrer a um fundo sonoro. Este fundo sonoro permite eliminar certos ruídos e realçar
outros, procedendo à mistura dos mesmos e situando tudo em relação à imagem.

Assim como o ambiente sonoro, a música tem um fundamental. Há certos filmes


em que a imagem mais forte que prevalece é a música neles incluída, que muitas vezes
assume um papel dramático. Deste modo, música cumpre várias funções na
construção da obra fílmica.

Nos filmes de suspense e terror, o som é fundamental. Por exemplo no filme


Tubarão (1975), de Steven Spielberg, o som contribui para o clima de tensão. A trilha
sonora da cena é composta por vários tipos de som: diálogos, a música do filme,
efeitos sonoros (barulho de água, gritos, risadas, ruídos de fundo etc.) e silêncio.

10.4. Escolas de Montagem – EUA e URSS

• Montagem como narrativa – EUA, Edwin Porter; David Griffith.

• Montagem como produção de sentido – URSS, Lev Kulechov, Pudovkin, Sergei


M. Eisenstein, DzigaVertov.

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EUA

Edwin Porter começou a dar sentido à montagem, com a realização de Life of na


American Fireman, em 1902, e sobretudo com The Great Train Robbery, em 1903. Porter
cria o primeiro filme com uma narrativa, com fluidez e coerência narrativa. Cria o
chamado poder da justaposição (imagens de documentários com imagens encenadas).
Conclui-se que o plano isolado não tem significado próprio, depende da relação com os
outros.

Apesar de Porter ser o pioneiro, David Griffith foi quem criou a base da montagem.
Este criou novos planos de filmagem e intercalou-os de modo a criar um maior impacto
(Grande Plano Geral, Close-up, Insert, variações de ritmo, Travelling, Flashback, câmara
subjetiva, ou seja, do ponto de vista do ator).

1915 - “Birth of a Nation” foi 1º filme a passar na casa branca, tendo por base a
critica ao racismo. Este filme marcou uma geração devido às evoluções de edição, joga
com as emoções, com os planos.

URSS

A escola soviética teve grande liberdade durante 10 anos, mas após a revolução
Russa de 1917, Estaline apoderou-se do cinema vendo-o como a melhor forma de
transmitir a mensagem da revolução e de fazer propaganda.

• Kulechov - Efeito de Kuleshov: Intercalou plano de homem inexpressivo com


outros três: prato de sopa na mesa, caixão com mulher morta e uma criança a
brincar com um boneco. Interpertação: Homem com fome, marido triste e adulto
feliz. Conclusão: A imagem não tem sentido por si, só em contexto. O resultado
semântico da montagem de planos é um produto e não uma soma. O Significado
de uma sequência depende da interpretação subjetiva que é feita pelo espetador

• Vsevolod Pudovkin - Tal como a literatura, também a montagem tem a palavra (a


imagem) e a frase (a combinação das imagens).

• Eisenstein - Apresentou e defendeu algumas teorias de montagem, a saber:


montagem métrica; montagem rítmica; montagem tonal; montagem harmónica e
montagem intelectual.

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• Vertov- Cine-Olho, ideia de a câmara registar a “verdade”, mostrar a dualidade
entre a vida, tal como ela é, na realidade do olho humano. A camara é mais perfeita
que o olho humano.

10.5. Hollywood

O século XX foi o século do cinema Americano. Apesar de ter sido a Europa que
“descobriu” o cinematógrafo, quem o “inventou” foi a América. Graças ao satélite e às
novas tecnologias de difusão, Hollywood, impôs-se definitivamente sobre a cultura
europeia. A grande razão desta imposição é histórica pois o desmembramento do império
austro-húngaro, a primeira guerra mundial e a crise que antecede a segunda grande guerra
provocou o êxodo da Europa. Os pioneiros de Hollywood são homens, artistas e
intelectuais que atravessaram os dois continentes à procura do poder e da fortuna que a
Europa lhes recusava e que levam para Hollywood a sofisticação e a cultura que o cinema
precisava para se tornar uma indústria respeitável.

Os cineastas que ficaram na europa entregaram-se geralmente a um exercício


maneirista que explica a progressiva decadência do cinema europeu. Aparte disso, o
cinema europeu teve alguns períodos efémeros de sucesso, nomeadamente nos anos 20
sob o impulso de Lenine, o período da Frente Popular em França, o neorrealismo e nos
60 o Nouvelle Vague, que pôs a juventude na ordem do dia e a imaginação no poder.

“Com o cinema americano a invadir todos os ecrãs, estamos em vias de comer


todos o mesmo alimento espiritual em todo o mundo, e isso vai fazer-nos esquecer os
nossos meios de expressão, a nossa poesia, a nossa música. Isso vai destruir a capacidade
cultural do ser humano” (Helma Sanders-Brahms – diretora e escritora alemã).

Hollywood nasceu em 1907 com um filme baseado no romance de Dumas, “O Conde


de Monte Cristo”. Contudo, só em 1913 se tornou na capital do cinema com um filme
western produzido por Cecil B DeMille.

Os inúmeros filmes, as condições climáticas favoráveis e as paisagens permitiram que


Hollywood se transformasse num marco da história do cinema mundial. Aí fixaram-se
diferentes estúdios, como os da Fox, da Paramount e da Universal.

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10.6. Bombai é “Bollywood”

Muitos dos filmes produzidos anualmente, são de origem indiana, produzidos na


cidade de Bombaim, crismada de “Bollywood”. Nesta cidade existe o maior estúdio do
mundo ao ar livre, com colinas, vales e lagos.

Os filmes têm uma duração comum de 2 a 3 horas. São abordados diversos temas,
como o romance, a ficção científica, a comédia e o suspense. Também as marcas culturais
do povo indiano encontram-se bastante patentes nos filmes, com a introdução de danças
e canções típicas do país. Normalmente, temas que são consideradas bastante pesados e
chocantes são muitas vezes tratados de uma forma ligeira e muito natural.

10.7. “Merchadising” cinematográfico


As empresas cinematográficas não vivem só de direitos de exibição. Hoje, mais
que nunca, é verdadeira a referência ao cinema como uma mega-indústria de grande
importância.

As técnicas de promoção de um filme podem passar pelo lançamento de um disco


com a banda sonora, pela extensão do filme, pela criação de uma série de televisão ou
pela venda de produtos inspirados no filme, pela colocação de cartazes nos espaços
públicos, pela apresentação de trailers e pela publicidade colocada nos diferentes órgãos
de comunicação social. Estes “truques” permitem aumentar o número de receitas.

Também a permissão de exibição de um filme na televisão gera inúmeras receitas.


Se este tiver sido transmitido primeiro em televisão e depois no cinema as receitas ainda
maiores são. Contudo isto depende de um pagamento prévio.

11. A influência de certos filmes na sociedade (décadas)

1903 – “The Great Train Robbery”

1915 – “The Birth of a Nation”

1922 - “The Power of Love” (1º filme em 3D)

1928 - Um Cão Andaluz (Vindo de um contexto de pós-guerra e pós crise, este


filme foi uma nova maneira de encarar a realidade de seu tempo, adotando o movimento

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surrealista. Propunha um mundo do sonho, em oposição ao nosso mundo do real, do
simples, do prático e do útil. Vindo da mente de Salvador Dalí, o cão andaluz aparece
como um farol para nos ajudar a pensar em novas perspetivas de abordagem de nosso
contexto também crítico e problemático).

1931 – City Lights (Charlie Chaplin)

1937 – Branca de Neve e os sete anões (1º filme de animação)

1939 – Feiticeiro de OZ (O filme foi considerado como um dos cinco melhores da


história americana pelo American Film Institute, e Over the Rainbow como melhor
canção de filme da história na “Lista das melhores canções de filmes estadunidenses”).

1941 – Cidadão Kane (Citizen Kane é, oficialmente, o melhor filme de sempre. É


elogiado por sua inovação na música, fotografia e estrutura narrativa focada mais nas
personagens e menos na ação)

1942 – Casablanca

1957 – O sétimo selo (O filme sueco ambienta-se em um dos mais obscuros e


apocalípticos períodos da Idade Média europeia. Coincidência, pois, o filme é lançado
após o trauma da 2º guerra, do holocausto).

1958 – Vertigo (Alfred Hitchock considerado o mestre do Suspense. Este foi o


primeiro filme a utilizar o zoom Dolly, um efeito de câmara que distorce a perspetiva para
criar desorientação, para mostrar a acrofobia)

1960 – Psyco

1966 – Blow-Up (1º filme com nudez, “cena mais sexy de sempre”)

1966 - The Good, the Bad and the Ugly (Western conhecido pelo uso de long shots
e close-ups na cinematografia, bem como sua utilização característica da violência, tensão
e tiroteio.).

1968 – 2001: Odisseia no espaço (O filme é memorável pelos efeitos especiais e


pela sua trilha sonora, resultado da associação feita por Kubrick entre o movimento de
satélites e os dançarinos de valsas)

1972 – The Godfather

1976 – Taxi Driver

21
1977– Star Wars – Inicio da era Blockbusters, maior ícone da Cultura Pop.
Anos 80 – “Blockbusters”:

➔ Back to the future // Blade Runner // Exterminator Implacável // RoboCop

1980 – The Shining

1982 – E.T.

1990 – Goodfellas

1991 - O Silêncio dos Inocentes

1993 – A lista de Schlinder

1994 – Pulp fiction (O filme, cujo título é uma referência às revistas Pulp,
populares durante a metade do século XX e caracterizadas pela sua violência gráfica, é
conhecido pelos seus diálogos ricos e ecléticos, mistura irônica de humor e
violência, narrativa não-linear, uma série de alusões a outras produções cinematográficas
e referências à cultura pop)

1996 – Scream (Foi creditado com a revitalização do gênero de terror nos anos
1990, que estava sendo considerado como "quase morto”)

1997 – Titanic

1998 - The Truman Show

2000´s – Era digital, efeitos especiais, novo cinema:

2005 - O Segredo de Brokeback Mountain (retrata a homossexualidade)

2008 - Universo Cinematográfico Marvel

2009 - Avatar

12. 100 anos de cinema – passado, presente e futuro


Em 1995 o cinema completou 100 anos de existência. A partir do cinema, as
nossas vidas impregnaram-se de recursos visuais desde a televisão, do vídeo ao
multimédia.

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Hoje, vivemos uma nova fase não só do cinema, mas também de todos os meios
de comunicação. A propagação dos novos media e das novas tecnologias obrigam que os
meios mais clássicos tenham de se adaptar e inovar. O cinema, como meio de
comunicação, não é exceção.

Em consequência disto surgem várias questões:

• A crise que o cinema hoje atravessa é irreversível ou apenas passageira?

• Com as contribuições das novas tecnologias, poderemos continuar a falar


de cinema ou estaremos na presença de algo “diferente”?

• O cinema sucumbirá ao império da televisão?

Muitas são as respostas a estas questões, mas a verdade é que a questão de uma
crise no cinema é muito dúbia. As novas tecnologias não trouxeram uma crise no cinema,
mas trouxeram sim um desafio, desafio este que “estará em incorporar novas tecnologias
e criar novas estéticas” (Edgar Pêra - cineasta português).

Estes novos suportes correspondem a novas formas de olhar, a uma multiplicidade


de olhares que traz novas formas de pensamento, novas culturas e novas mensagens. O
cinema move massas, muda olhares e pensamentos através da criação de imagens, uma
vez que cria revoluções e movimentos. A forma mais eficaz de comunicar pela imagem
continua a ser o cinema.

“Haverá sempre cinema e outras coisas. O que a televisão veio proporcionar à


indústria foi a possibilidade desta continuar a trabalhar ainda com mais rentabilidade,
dado que, para além da venda de direitos para cinema, pode somar-lhes os do vídeo e os
da tv. O que apareceu nos anos recentes foi um outro tipo de cinema que entrou em conta
com o fenómeno do pequeno ecrã e trabalhou melhor o chamado “grande plano”. Mas
também aí o cinema ficou a ganhar, dado que as renovadas vertentes técnicas descobertas
através do vídeo lhe permitiram criar imagens novas para uma arte/indústria com quase
100 anos”. (Mário Dorminsky - fundador da revista Cinema Novo, da Cinema Novo
C.R.L. e do Fantasporto, que é considerado o maior festival de cinema português).

“O cinema mudo atingiu a sua época de ouro nos anos 20. Depois, com o advento
do sonoro e a possibilidade de gravar a palavra e a cor, o cinema tornou-se a síntese por

23
excelência de todas as artes e a sua evolução é apenas imprevisível.” (Manoel de Oliveira
- cineasta português.).

O cinema está em constante mudança, passou do mudo para o sonoro, do preto e


branco para a cor e está-se a tornar num media “diferente”. Hoje há meios e truques,
formas de fazer diferentes do início. Amanhã será a vez dos grandes ecrãs em casa de
cada um, será a vez do digital, a própria mentalidade vai ser digital. “O cinema será
sempre um acontecimento de massas e, ao mesmo tempo, um acontecimento íntimo.”
(Jean Rouch - realizador e etnólogo francês, é um dos representantes e teóricos do
cinema direto).

“Não é porque se lê um poema de Fernando Pessoa no jornal que ele fica menos
metafisico do que lendo num livro” (Carlos Diegues – foi um cineasta brasileiro e um
dos fundadores do Cinema Novo).

12.1. Cinema, televisão e vídeo


De todos os meios audiovisuais, o cinema é o mais antigo dos três. Apesar de
terem óbvias semelhanças e ligações, as diferenças também são bastante visíveis.

A evolução registada nestes últimos anos, principalmente na televisão e o vídeo


tem vindo a contribuir para os aproximar cada vez mais. O cinema alimenta a televisão,
mas é esta que o faz viver.

O filme é capaz de produzir mensagens artísticas, já a televisão não o poderá


igualar nesse aspeto. A televisão limita-se a reproduzir a realidade. Ao mesmo tempo que
aproxima o espectador da realidade do mundo, afasta-o psicologicamente do restante.

Produzir cinema é muito diferente de produzir televisão. Na televisão o plano que


predominantemente se usa é o grande plano, já no cinema o plano mais frequente é o
plano geral.

O que tem vindo a acontecer, é que um filme é produzido desde o início a pensar
na sua exploração através dos diferentes meios - cinema, TV e vídeo -, mas tratando-se
de uma única e a mesma versão. Isto acaba por ter como consequência a degradação da
qualidade geral das obras cinematográficas, uma vez que se sabe desde o princípio que
será exibido em canais que pouco se preocuparão com o nível artístico.

24
Desta maneira, surgem produtos híbridos, que procuram conciliar os diversos
interesses, mas que acabam por afetar o cinema como linguagem estética com
características próprias. Estes produtos híbridos consistem em obras criadas a pensar
diretamente no pequeno ecrã e nas suas características especiais.

O aumento de espetadores na televisão e nas plataformas de vídeo não se reflete


numa constante diminuição das idas ao cinema, muito pelo contrário, encoraja as pessoas
a regressarem às salas de cinema.

Caraterísticas técnicas entre Cinema, Televisão e Vídeo


Cinema Televisão Vídeo
Processo de Meio Meio Meio
registo audiovisual assente eletrónico assente eletrónico assente
em processos de na combinação na combinação
tratamento entre magnetismo e entre magnetismo
químico eletrónica e eletrónica
Instantaneidade Não Instantânea Instantâneo
Instantâneo
Facilidade de Não pode ser Pode ser Pode ser
consumo transmitido a transmitida à transmitida à
distância, só pode distância, pode ser distância, pode ser
ser consumido em consumido em consumo em
lugar próprio qualquer lugar qualquer lugar
Número de 24 Imagens 25 Imagens 25 Imagens
imagens transmitidas emitidas por emitidas por emitidas por
por segundo segundo segundo segundo
Tipo de Possibilidade Projeção em Projeção em
projeção de projeção em pequeno/médio pequeno/médio
grande ecrã ecrã ecrã
Grau de Grau de Grau de Grau de
qualidade das qualidade das qualidade das qualidade das
imagens imagens superior imagens inferior imagens inferior

25
12.2. O futuro do cinema VS outros meios audiovisuais
Pela morte do cinema ter vindo a ser enunciada ao longos dos anos, esta tem-se
vindo a adaptar às novas condições de mercado, substituindo grandes espaços unitários
pelas mutissalas com diferentes opções, com o objetivo de aumentar o número de
espectadores.

Certamente, a televisão é o principal rival do cinema, uma vez tem uma grande
proximidade de acontecimentos e está sempre atualizada em relação às notícias.

Apesar disso, o cinema continua a ser uma componente extremamente importante


que abrange as áreas da cultura, da informação e do divertimento. Já a televisão, vídeo,
redes informáticas (…), continuam a ser bases de suporte das obras cinematográficas.

12.3. Novos desenvolvimentos do cinema


A sociedade da informação e a afirmação crescente dos meios audiovisuais abrem
novas oportunidades para o cinema. Tal como é conhecido por todos, a informação,
atualmente, chega a muita mais gente, de uma forma muito mais rápida e a um custo cada
vez menor.

O cinema é considerado o suporte mais tradicional de distribuição de informação


na sua versão de entretenimento. A expansão e diversificação dos meios de distribuição
da informação alargam os mercados e criam novos conceitos, serviços e produtos
baseados na produção cinematográfica.

26
13. Bibliografia e Webgrafia
CANELAS, Carlos. Os Fundamentos Históricos e Teóricos da Montagem
Cinematográfica: os contributos da escola norte-americana e da escola soviética
Instituto Politécnico da Guarda. Acedido a 29 de outubro de 2019.

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conheca-os-principais

Dossier Cinema. Textos vários de “O CINEMA E A ESCOLA.” – Cadernos Públicos na


Escola, nº6

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Guia da Semana. (2013). Melhores filmes por década. Acedido a 17 de outubro de 2019,
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Ideologia Obsoleta. (2010). A imagem como realidade. Acedido a 17 de outubro de 2019,


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Medium. (2016). Conheça o Blaxploitation: movimento negro cinematográfico norte


americano. Acedido a 29 de outubro de 2019, em
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