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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL

UNIDADE UNIVERSITÁRIA EM TAPES


CURSO DE BACHARELADO EM GESTÃO AMBIENTAL

ANDRIELE PEREIRA OLMOS

CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO DA MADEIRA E DOS


RESÍDUOS GERADOS NA SERRARIA RODRIGUES NO MUNICÍPIO DE
SENTINELA DO SUL (RS)

TAPES-RS
2022
ANDRIELE PEREIRA OLMOS

CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO DA MADEIRA E DOS


RESÍDUOS GERADOS NA SERRARIA RODRIGUES NO MUNICÍPIO DE
SENTINELA DO SUL (RS)

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)


apresentado como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Gestão
Ambiental na Universidade Estadual do Rio
Grande do Sul.

Orientadora: Profa. Dra. Margarete


Sponchiado

TAPES-RS
2022
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
O51c Olmos, Andriele Pereira.

Caracterização do processo produtivo da madeira e dos resíduos gerados


na serraria Rodrigues no município de Sentinela do Sul (RS) / Andriele Pereira
Olmos. - Tapes, 2022.

49 p.; il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Universidade Estadual


do Rio Grande do Sul, Curso de Graduação em Bacharelado em Gestão
Ambiental, Unidade em Tapes, 2022.

Orientadora: Profa. Dra. Margarete Sponchiado.

1. Serrarias. 2. Resíduos de madeira. 3. Aproveitamento de resíduos. I.


Sponchiado, Margarete. II. Título.

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Lucy Anne Rodrigues de Oliveira – CRB10/1545
ANDRIELE PEREIRA OLMOS

CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO DA MADEIRA E DOS


RESÍDUOS GERADOS NA SERRARIA RODRIGUES NO MUNICÍPIO DE
SENTINELA DO SUL (RS)

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)


apresentado como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Gestão
Ambiental na Universidade Estadual do Rio
Grande do Sul.

Orientadora: Profa.: Dra. Margarete


Sponchiado

Aprovado em: 23/06/2022.

BANCA EXAMINADORA

Orientadora: Profa. Dra. Margarete Sponchiado


Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS

Profa. Dra. Gabriela Silva Dias


Profa. Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS

Bel. em Direito e Técnico Agrícola Alexandre Duarte


Licenciador Ambiental na Prefeitura Municipal de Sentinela do Sul-RS
AGRADECIMENTOS

Agradeço, inicialmente a Deus, por ao longo deste processo, me ter feito ver o caminho,
nos momentos em que pensei em desistir.
Agradeço à minha amada avó paterna Aracy Correa Rodrigues (in memoriam), pelo
carinho, apoio e por sempre acreditar em mim.
À minha mãe Nina Rosa Pereira Olmos, meu porto seguro pelo amor e incentivo que
me deu ao longo desta jornada.
Aos meus irmãos, Anderson e Andrine por toda a ajuda.
Às minhas filhas, Nicolle Olmos e Fabiana Olmos, que são a razão da minha vida, e pela
compreensão das horas tomadas de convívio.
Ao meu esposo Fernando Escalante Ollé pelo apoio, compreensão e paciência
demonstrada, sua presença significou segurança e certeza de que não estou sozinha nessa
caminhada.
Agradeço a toda minha família, amigos e a todas as pessoas que ajudaram na
realização deste trabalho, sou imensamente grata pela paciência e incentivo.
À minha orientadora e professora Dra. Margarete Sponchiado, não somente pela sua
orientação, mas também pela confiança, por seu auxílio e atenção dedicada não somente a este
trabalho, mas também durante meu percurso discente. A bibliotecária Lucy Anne Rodrigues de
Oliveira, por sua dedicação, e auxílio prestados para a formatação deste trabalho.
A todos os professores do curso de Bacharelado em Gestão Ambiental da Unidade de
Tapes, os quais me proporcionaram o conhecimento e experiência durante minha trajetória
discente.
Em geral à Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, especialmente a Unidade em
Tapes, a qual me proporcionou uma rica e promissora trajetória acadêmica.
Aos meus colegas de curso, os quais me proporcionaram grandes momentos de alegria,
debates, incentivos, ensinamentos, e em geral, seguiram ao meu lado nessa trajetória.
RESUMO
Esse trabalho teve como objetivo quantificar e caracterizar o processo de produção da madeira
serrada, identificar os tipos e a destinação final dos resíduos gerados e alternativas de
aproveitamento desses resíduos numa serraria no município de Sentinela do Sul-RS. Para isso,
foi aplicado um questionário através de uma entrevista in loco com os proprietários da serraria,
contendo três temas principais: origem da madeira; processo de produção; tipos de resíduos,
seu destino e aproveitamento. O resultado mostra que a serraria estudada é uma empresa
familiar de médio porte. A matéria-prima usada é principalmente de espécies de Eucalyptus ssp.
originada de áreas do município de Sentinela do Sul e região sul do estado do Rio Grande do
Sul. O principal mercado consumidor de madeira serrada são os comércios de materiais de
construção civil, sendo as regiões Sul do Brasil seus principais destinos. Aproximadamente
50% são resíduos gerados no processamento da madeira, destinados a uma empresa local de
fabricação de cavacos, de lenhas e produtores rurais. A serraria utiliza outras formas de
aproveitamento, com doação desses resíduos de serragem para adubo e cama de aviário para
pequenos produtores rurais.

Palavras Chave: serraria; resíduos de madeira; alterativas de aproveitamento de resíduos.


ABSTRACT
This work aimed to quantify and characterize the process of production of sawn wood, identify
the types and the final destination of the generated residues and alternatives of use of these
residues in a sawmill in the municipality of Sentinela do Sul-RS. For this, a questionnaire was
applied through an in loco interview with the sawmill owners, containing three main themes:
origin of the wood; production process; types of waste, their destination and use. The result
shows that the sawmill studied is a medium-sized family business. The raw material used is
mainly Eucalyptus ssp. originated from areas of the municipality of Sentinela do Sul and the
southern region of the state of Rio Grande do Sul. The main consumer market for sawn wood
is the trade of civil construction materials, with the southern regions of Brazil being its main
destinations. Approximately 50% is waste generated in the processing of wood, destined for a
local company that manufactures chips, firewood and rural producers. The sawmill uses other
forms of use, with the donation of these sawdust residues for fertilizer and poultry litter for
small rural producers.

Keywords: sawmill; wood waste; alternatives for the use of waste.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Plantação de Pinos no município de Tapes-RS........................................................ 21


Figura 2 - Plantação de Eucalipto no município de Sentinela do Sul/RS................................. 22
Figura 3 - Fluxograma da cadeia produtiva da madeira serrada............................................... 26
Figura 4 - Localização do município de Sentinela do Sul-RS .................................................. 30
Figura 5 – Localização da Serraria Rodrigues, no município de Sentinela do Sul-RS ............ 31
Figura 6 - Placa de Licença de Operação instalada na Serraria Rodrigues em 2021. .............. 32
Figura 7 - Fluxograma do processo industrial da Serraria Rodrigues no município de ........... 34
Figura 8 - Caixa coletora de madeira, na Serraria Rodrigues. .................................................. 34
Figura 9 - Utilização de serragem e maravalhas em cama de animais. .................................... 40
Figura 10 - Transporte dos resíduos da serraria Rodrigues para área de produtores rurais do
município de Sentinela do Sul-RS ............................................................................................ 40
Figura 11 – Cobertura do solo com serragem........................................................................... 41
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - As principais leis ambientais Brasileiras e do estado do Rio Grande do Sul. ........ 25
Quadro 2 - Classificação dos resíduos da madeira gerados por serrarias conforme a NBR
10.004/04 Resíduos Sólidos. .................................................................................................... 28
Quadro 3 – Resíduos da madeira gerados em serrarias e formas de aproveitamento.............. 29
Quadro 4 - Equipamentos utilizados na Serraria Rodrigues. .................................................... 33
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Área florestal mundial estimada em 2018 (em mil ha) ........................................... 18
Tabela 2 - Área estimada de florestas plantadas no Brasil de 2013 a 2020 (em mil ha) .......... 19
Tabela 3 - Área de florestas plantadas no estado do Rio Grande do Sul-RS, no período ....... 19
Tabela 4 - Área de silvicultura no município de Sentinela do Sul-RS, no período de 2014 a
2020 (em mil ha)....................................................................................................................... 20
Tabela 5 - Produção de madeira serrada, de resíduos e seu destinos, da Serraria Rodrigues no
município de Sentinela do Sul-RS em 2021. ............................................................................ 37
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Média mensal de resíduos gerados na serraria Rodrigues, no ano de 2021 do município de
Sentinela do Sul-RS.............................................................................................................................37
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABIMCI Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente


ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRAF Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas
ACR Associação Catarinense de Empresa de Florestais
AGEFLOR Associação Gaúcha de Empresas Florestais
BEL Bacharel
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONSEMA Conselho Estadual de Meio Ambiente
DBIO Departamento de Biodiversidade
DRA. Doutora
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
FAO Food and Agriculture Organization
FEPAM Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
MDF Medium Density Fiberboard
NBR Norma Brasileira
OBS Oriented Strand Board
PIB Produto Interno Bruto
PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos
PROFA Professora
RS Rio Grande do Sul
SINAFLOR Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais
SFB Sistema Florestal Brasileiro
SMAMA Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Sentinela do Sul-RS
TCC Trabalho de Conclusão de Curso
UERGS Universidade Estadual do Rio Grande do Sul
LISTA DE SÍMBOLOS

% por cento, porcentagem, percentual


ha hectare
km quilômetros
km² quilômetros quadrados
m metro
mm milímetro
m³ metros cúbicos
nº número
º grau
CO² dióxido de carbono
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15
1.1 OBJETIVOS ............................................................................................................ 16
1.1.1 Objetivos Gerais ............................................................................................. 16
1.1.2 Objetivos Específicos ...................................................................................... 16
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 17
2.1 FLORESTAL ........................................................................................................... 17
2.2 ESPÉCIES EXÓTICAS ........................................................................................... 20
2.2.1 Pinus ................................................................................................................ 20
2.2.2 Eucalipto.......................................................................................................... 21
2.3 LEGISLAÇÕES ....................................................................................................... 22
2.4 PROCESSAMENTO DA MADEIRA EM SERRARIAS ....................................... 26
2.5 RESÍDUOS DE MADEIRA .................................................................................... 27
2.5.1 Principais resíduos de madeira gerados em serrarias................................. 28
3 METODOLOGIA .................................................................................................. 30
3.1 CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DE ESTUDO .................................................... 30
3.2 LOCALIZAÇÃO ...................................................................................................... 30
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................... 32
4.1 PROCESSAMENTO DA MADEIRA NA SERRARIA RODRIGUES .................. 33
4.2 PRODUÇÃO E ARMAZENAMENRTO DOS RESÍDUOS NA SERRARIA
RODRIGUES............................................................................................................36
4.3 ALTERNATIVAS DE APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DE MADEIRA
GERADOS NA SERRARIA RODRIGUES ................................................................... 39
4.3.1 Cama de animais............................................................................................. 39
4.3.2 Adubo .............................................................................................................. 40
5. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 42
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 43
14

1 INTRODUÇÃO

O Brasil é reconhecido mundialmente como um dos maiores fornecedores de produtos


madeireiros, provenientes de florestas plantadas, o que diminui a pressão sobre as florestas
naturais, entretanto os resíduos na produção de madeira serrada ainda não são totalmente
aproveitados.
O volume de resíduos gerados por serrarias aumenta gradativamente conforme o
crescimento populacional e o poder de consumo, e seu gerenciamento inadequado, podem afetar
a água, o ar e o solo, causando diversos problemas ao meio ambiente, à saúde e às condições
sociais do homem, além de constituir crimes ambientais, passível de multa e sansões penais.
O destino adequado dos resíduos gerados nas indústrias é de responsabilidade do
gerador, conforme o Plano Nacional de Gerenciamento de Resíduos (PNGR). Uma das
alternativas para prevenir os danos ambientais é o aprimoramento da produção, através de
melhores técnicas de manejo e aproveitamentos dos resíduos gerados pelas indústrias
madeireiras. Onde os resíduos passam a ser considerados matéria-prima secundária, agregando
valor econômico. Para isso deve-se fazer a caracterização do rendimento produtivo, dos fatores
geradores de resíduos, do volume e do tipo de resíduos, além dos possíveis usos que podem ser
dados a esses materiais (BRAND et al., 2002).
Desse modo, o resultado obtido pelo presente estudo serve de apoio para identificar o
rendimento do processamento das toras em serrarias, os tipos de resíduos de madeira gerados e
seu aproveitamento após o desdobro e beneficiamento da madeira. Para que isso ocorra é
importante a compreensão da natureza e a busca por alternativas que possam preservá-la.
15

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivos Gerais

Este trabalho tem o objetivo quantificar e caracterizar o processo de produção da


madeira, identificar o destino final dos resíduos gerados e formas de aproveitamento desses
resíduos, numa serraria no município de Sentinela do Sul/RS.

1.1.2 Objetivos Específicos

 Mapear o processo produtivo da madeira em uma serraria no município de Sentinela do


Sul;
 Identificar os tipos e a quantidade de resíduos gerados da serraria;
 Descrever o fluxo do processamento, acondicionamento e destinos dos resíduos
produzidos pela serraria.
16

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O Rio Grande do Sul possui uma extensão territorial de 281.707,151 km², é composto
por 497 municípios, sendo o nono maior estado brasileiro em território, sua população estimada
é de 11,4 milhões de habitantes no ano de 2021 (IBGE, 2021).
O setor florestal do estado do Rio Grande do Sul (RS) tem um papel importante na
economia gaúcha, possuindo atualmente a terceira maior área de cultivo de pinus, no Brasil,
além do pinus, o estado se destaca no plantio de eucalipto e acácia-negra (AGEFLOR, 2020).
A madeira serrada é produto base para o beneficiamento em diversos produtos
madeireiros, incluindo o próprio serrado bruto (ACR, 2016). A serraria é um estabelecimento
ou imóvel onde são recebidas e armazenadas as toras, após são processadas, estocada, seca e
destinada para o mercado (ROCHA, 2002).
Os processos de produção de madeira serrada envolvem diversas etapas, desde o plantio
florestal, à colheita, o processamento mecânico (desdobro e beneficiamento), tratamento prévio,
secagem, e destinação final do produto e seus resíduos.
Para uma serraria moderna atingir um bom nível de competição no mercado, é preciso
diminuir os custos de produção e, para isso, é necessário o melhor aproveitamento possível da
matéria-prima (ROCHA, 2002).
As florestas plantadas também sustentam os pilares econômico, social e ambiental e são
responsáveis pela geração de empregos diretos e indiretos (AGEFLOR, 2020). São as
árvores das florestas plantadas as responsáveis por cerca de 91% da madeira total produzida
para uso na indústria no Brasil (IBÁ, 2019).

2.1 FLORESTAL

Estima-se que no mundo existem cerca de 73 mil espécies de árvores, entre as quais
cerca de 9 mil espécies ainda não foram descobertas, e aproximadamente 40% das espécies de
árvores não descobertas estão na América do Sul (GATTI et al., 2022). Sendo a região da
Amazônia, onde se concentra a grande maioria das espécies conhecidas, cerca de 27 mil, estima-
se a existência de outras 4 mil espécies ainda por identificar (GATTI et al., 2022).
O Governo Federal adotou diversas medidas para conter o avanço do desmatamento
ilegal na Amazônia, essas medidas colocaram em destaque o setor de florestas plantadas, pois
esse setor faz com que diminua a pressão sobre as florestas nativas (ABRAF, 2008). Em 2010,
17

ocorre a consolidação dos grupos de produtores florestais quanto ao porte e ao tipo de atividade
desenvolvida, ideia construída a partir do ano de 2005 (ABRAF, 2011).
O Brasil possui uma área total de 851.034.555ha (IBGE, 2021), estando em segundo
lugar no ranking mundial, possuindo uma cobertura florestal de 496.620 milhões de hectares,
totalizando 13% de área florestal mundial (tabela 1).

Tabela 1 - Área florestal mundial estimada em 2018 (em mil ha)


País Área Total em (ha) Porcentagem
Estados Unidos 309.795 8%
Canadá 346.928 9%
Brasil 496.620 13%
Rússia 815.312 21%
Restante do Mundo 1.870.298 49%
Fonte: Adaptada de SFB (2019) pela Autora (2022)

As plantações comerciais só floresceram como negócio a partir de 1966, quando o


governo federal instituiu incentivos fiscais para reflorestamento com bons descontos no
imposto de renda (OLIVEIRA, 2005). Nessa época, além do pinus, também começou no Brasil
a plantação massiva de eucalipto (Eucalyptus ssp.), sendo duas espécies de rápido crescimento
para fornecimento de madeira e celulose (OLIVEIRA, 2005).
As florestas plantadas são compostas por árvores (nativas ou exóticas) estabelecidas por
plantio ou semeadura, cultivadas com enfoque econômico para fins comerciais (FAO, 2015).
Essas florestas são importantes fontes de produtos florestais madeireiros e não madeireiros
(SFB, 2018).
A área total de árvores plantadas no Brasil no ano de 2020 totalizou 9.616.157 milhões
de hectares, com 70,9 mil hectares de redução de cobertura florestal se comparado ao ano de
2019, tendo no ano de 2013 a menor proporção de área de florestas plantadas no Brasil (tabela
2).
18

Tabela 2 - Área estimada de florestas plantadas no Brasil de 2013 a 2020 (em mil ha)
Espécie 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Eucalipto 6..315.444 6.952.509 7.444.625 7.457.676 7.432.753 7.536.728 7.452.050 7.431.761

Pinus 1.611.338 2.049.234 2.065.560 2.003.855 1.951.059 1.958.771 1.848.670 1.830.372

Outras espécies 370.753 364.998 427.762 407.059 379.971 369.451 386.349 354.024

Total 8.297.535 9.366.741 9.937.947 9.868.590 9.763.783 9.864.950 9.687.069 9.616.157

Fonte: Adaptada de SFB (2021) pela Autora (2022)

O Estado do Rio Grande do Sul é 4º lugar no ranking nacional em termos do Produto


Interno Bruto (PIB), em 2019, atingiu R$ 480,5 bilhões, sendo que o PIB do setor de florestas
plantadas é estimado em R$ 1,89 bilhão, representando 3,9% do PIB gaúcho (AGEFLOR,
2020).
No Rio Grande do Sul, os três principais gêneros florestais cultivados para abastecer
diferentes segmentos da cadeia produtiva são Acácia-Negra, Eucalyptus e Pinus, representando
11% do total nacional, com 1,03 milhões de florestas plantadas (AGEFLOR, 2020).
O Rio Grande do Sul tem o eucalipto como a principal espécie plantada em 2006, a área
era de 184 mil hectares, e em 2019 aproxima-se de 668,3 mil hectares, o pinus também
apresentou aumento de 60% em 2019 se comparado ao ano de 2012 (tabela 3).

Tabela 3 - Área de florestas plantadas no estado do Rio Grande do Sul-RS, no período


de 2012 a 2019 (em mil há)
Espécie 2012 2013 2014 2015 2016 2019
Eucalipto 284,7 316,4 309,1 308,5 426,7 668,3

Pinus 164,8 164,2 184,6 184,6 264,6 289,7

Total 449,5 480,6 493,7 493,1 691,3 958


Fonte: Adaptada de AGEFLOR (2020) pela Autora (2022)

O município de Sentinela do Sul-RS possui uma área total de 28.283,49ha sendo


2.313,80ha de área de florestas naturais e 2.748,00 ha de florestas plantadas (IBGE, 2021).
Em 2020, a espécie de árvores predominante no município de Sentinela do Sul é da
espécie de eucalipto, com 2.122 ha e 626 ha de outras espécies não especificada de acordo com
19

dados obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2021), como pode ser
observado abaixo (tabela 4) o município obteve sua menor proporção de área florestal plantada
nos anos de 2020 se comparado aos últimos 6 anos.

Tabela 4 - Área de silvicultura no município de Sentinela do Sul-RS, no período de 2014 a


2020 (em mil ha).
Espécie 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Eucalipto 2.200 2.300 2.380 2.345 2.260 2.195 2.122

Outras 900 950 902 858 708 705 626


espécies
Total 3.100 3.250 3.282 3.203 2.968 2.900 2.748
Fonte: Adaptada de IBGE (2021) pela Autora (2022)

2.2 ESPÉCIES EXÓTICAS

2.2.1 Pinus
No Brasil, diversas espécies foram introduzidas há mais de cem anos, trazidas pelos
imigrantes europeus, atualmente as espécies mais plantadas para fins produtivos são oriundas
do leste e sudeste dos Estados Unidos (EMBRAPA, 2020).
O pinus foi introduzido na região sul do Brasil entre as décadas de 60 e 70, surgindo
como alternativa ao uso da madeira de Araucaria angustifolia, espécie nativa em esgotamento
na região (LAMBERT, 2018). Suas características físicas e mecânicas permitirem aplicações
similares e contribuição para a redução do corte de florestas naturais, segundo informações de
(AGUIAR et al., 2014).
A maior demanda é da indústria de madeira serrada, seguida pela produção de celulose
de fibra longa, imprescindíveis na fabricação de papéis, que exigem maior resistência e melhor
absorção de tinta, e compensados (EMBRAPA, 2020).
A floresta de pinus é diferenciada pelo seu “multiuso”, sua madeira pode ser utilizada
para fabricação de compensados, para a indústria de serrados, para a indústria de papel e
celulose; para a indústria de Medium Density Fiberboard (MDF) e Oriented Strand Board
(OSB), (CARGNIN, 2005), são árvores altas podendo variar de tamanho, ficando em média de
15 a 25 metros de altura (figura 1).
20

Figura 1 - Plantação de Pinos no município de Tapes-RS.

Fonte: Autora (2022)

2.2.2 Eucalipto
Não há uma data exata da introdução do eucalipto no Brasil, existem relatos de que os
primeiros exemplares foram plantados nas áreas pertencentes ao Jardim Botânico e Museu
Nacional do Rio de Janeiro, nos anos de 1825 e 1868 e no Rio Grande do Sul, em 1868
(SANTAROSA, 2014).
Eucalipto é a designação dada a várias espécies vegetais do gênero Eucalyptus, são
árvores naturais da Austrália (EUCALIPTO, 2001). O gênero inclui mais de 600 espécies, a
maioria destas fazem parte da flora característica do continente australiano, existindo apenas
um pequeno número de espécies próprias dos territórios vizinhos da Nova Guiné e Indonésia
(EUCALIPTO, 2001).
Os eucaliptos têm uma importância econômica relevante e seu uso é bem amplo, devido
ao fato de serem muito utilizadas para produzir pasta de celulose, postes, tábuas, produtos de
serraria entre outras finalidades (SOARES et al., 2003; SANTAROSA, 2014).
As principais vantagens econômicas das florestas de eucalipto também são produtos
rentáveis ao produtor, principalmente por causa do rápido crescimento, capacidade de
adaptação a diferentes regiões e pelo uso diversificado da madeira (POTENCIAL
21

FLORESTAL, 2019), é uma árvore de grande porte, o eucalipto atinge uma altura de cerca de
30 metros e leva aproximadamente sete anos para chegar ao ponto de corte (figura 2).

Figura 2 - Plantação de Eucalipto no município de Sentinela do Sul/RS.

Fonte: Autora (2022)

2.3 LEGISLAÇÕES

A produção da madeira, o beneficiamento, a venda e seus resíduos estão previstos na


legislação brasileira.
Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), os resíduos sólidos são
definidos como sendo todo material, substância, objeto ou bem descartado resultante de
atividades humanas em sociedade (BRASIL, LEI Nº 12.305, 2010a). A norma que informa os
tipos de resíduos sólidos é a NBR 10.004/2004, (ABNT, 2004a). Os resíduos sólidos resultam
de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de
varrição.
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), legislação brasileira,
o descarte de resíduos sólidos é uma responsabilidade dos geradores. (BRASIL, 2010a).
Com a sanção da PNRS todos que trabalham no setor das indústrias de madeiras
precisam dar uma destinação final ambientalmente adequada para seus resíduos (MACHADO
et al., 2011). Seja qual for a solução técnica adotada por essas empresas, ela deve obedecer à
ordem de prioridade no gerenciamento de resíduos estabelecida pela Lei 12.305/2010 Art. 9°,
que dispõe em seu:
22

Art.9º Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a


seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem,
tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada
dos rejeitos.
§ 1º Poderão ser utilizadas tecnologias visando à recuperação energética dos
resíduos sólidos urbanos, desde que tenha sido comprovada sua viabilidade
técnica e ambiental e com a implantação de programa de monitoramento de
emissão de gases tóxicos aprovado pelo órgão ambiental.
§ 2º A Política Nacional de Resíduos Sólidos e as Políticas de Resíduos
Sólidos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios serão compatíveis
com o disposto no caput e no § 1o deste artigo e com as demais diretrizes
estabelecidas nesta Lei (BRASIL, 2010a).

A madeira serrada é a que resulta diretamente do desdobro de toras ou toretes,


constituída de peças cortadas longitudinalmente por meio de serra, independentemente de suas
dimensões, de seção retangular ou quadrada (BRASIL, 2016a).
Segundo a Resolução CONSEMA nº 227, somente poderá ser beneficiada madeira de
espécies exóticas oriunda de atividade de silvicultura licenciada pela FEPAM (RIO GRANDE
DO SUL, 2009a). A empresa somente poderá beneficiar-se da madeira de espécie nativa com a
respectiva autorização do Departamento de Biodiversidade (DBIO) da Secretaria Estadual de
Meio Ambiente e com o documento de Origem Florestal (BRASIL, 2014a).
A instrução normativa de n° 21 de 24 de dezembro de 2014, institui o Sistema Nacional
de Controle da Origem dos Produtos Florestais (SINAFLOR), em observância ao disposto no
art. 35 da Lei nº 12.651, de 2012, dispõe:

Finalidade de controlar a origem da madeira, do carvão e de


outros produtos e subprodutos florestais e integrar os respectivos
dados dos diferentes entes federativos.
Art. 6° As atividades florestais a serem exercidas por pessoa
física ou jurídica que, por norma específica, necessitem de
licença ou autorização do órgão ambiental competente deverão
ser cadastradas e homologadas no Sinaflor.
§ 4o O usuário deverá cadastrar seu empreendimento, conforme
o ramo de atividade dentro do segmento produtivo, obedecendo
aos critérios estabelecidos nesta Instrução Normativa.
III - produção: atividade destinada ao florestamento e/ou
reflorestamento com espécies nativas ou exóticas, com fins de
obtenção de produtos e subprodutos florestais madeireiros e não
madeireiros;
IV - desdobro: atividade de desdobro de toras, de qualquer
natureza;
VIII - comércio: atividade de compra e venda, atacadista e
varejista, de produtos e subprodutos florestais oriundos da
exploração, coleta, produção, desdobro e laminação; IX -
23

armazenamento: atividade que se destina à estocagem de


produtos e subprodutos florestais. (BRASIL, 2014a).

As legislações ambientais são um instrumento de extrema importância dentro de


qualquer empreendimento e na sociedade em geral, sendo possível combinar o desenvolvimento
econômico de uma empresa com as questões relacionadas ao meio ambiente. Sem
regulamentações e leis adequadas, a preservação do meio ambiente seria inviável, no quadro a
seguir citaremos as principais leis ambientais brasileiras (quadro 1).
24

Quadro 1 - As principais leis ambientais Brasileiras e do estado do Rio Grande do Sul.

BRASIL Constituição Federal de 1988.


BRASIL LEI 6.938/81 Política Nacional do Meio Ambiente - Dispõe sobre a Política
Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá
outras providências.
BRASIL LEI COMPLEMENTAR Nº 140/11 - Fixa normas, nos termos dos incisos
III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a
cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações
administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção
das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição
em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a
Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981.
BRASIL LEI 7.347/85 - Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos
causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico e dá outras providências.
BRASIL LEI 9.433/97 - Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos
BRASIL LEI 9.605/98 Lei de Crimes Ambientais - Dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras
providências.
BRASIL LEI 12.651/12 Novo Código Florestal Brasileiro - Dispõe sobre a preservação
da vegetação nativa e revoga o Código Florestal Brasileiro.
BRASIL LEI 12.305/10 - Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus
princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão
integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às
responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos
aplicáveis.
BRASIL LEI 12.651/12 - Novo Código Florestal Brasileiro - Dispõe sobre a
preservação da vegetação nativa e revoga o Código Florestal Brasileiro.
RIO GRANDE DO SUL LEI 15.434/2009 - Institui o Código Estadual do Meio
Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul.

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 237/97 - Dispõe sobre a revisão e complementação dos


procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental.

RESOLUÇÃO CONAMA Nº 411/ 09 - Dispõe sobre procedimentos para inspeção de


indústrias consumidoras ou transformadoras de produtos e subprodutos florestais
madeireiros de origem nativa, bem como os respectivos padrões de nomenclatura e
coeficientes de rendimento volumétricos, inclusive carvão vegetal e resíduos de serraria.
MUNICÍPIO DE SENTINELA DO SUL LEI Nº 1.013/09 - Dispõe sobre a Política
do Meio Ambiente do Município de Sentinela do Sul, sua elaboração, implementação e
acompanhamento, instituindo princípios, fixando objetivos e normas básicas para a
proteção do Meio Ambiente e melhoria de qualidade de vida da população.
Fonte: Autora (2022)
25

2.4 PROCESSAMENTO DA MADEIRA EM SERRARIAS

O sistema de desdobro e de corte pode variar de acordo com o propósito da serraria e


características do produto a ser produzido. As serrarias podem ser definidas como indústrias de
transformação que recebem e armazenam toras, sendo estas processadas em madeira serrada
para posterior armazenamento e comercialização (ROCHA, 2002; ADEODATO et al., 2011).
Após a extração junto a natureza as toras de madeira são transportadas até as madeireiras,
quando chegam ao destino, estas toras costumam ficar armazenadas em grandes pátios
aguardando o início do processamento e beneficiamento (MIL INDUSTRIAS, 2020).
A primeira etapa do processo de beneficiamento consiste no recebimento das toras nas
indústrias e o desdobro em equipamentos de corte de madeira, projetados para receber as toras
e realizar os primeiros cortes (figura 3).

Figura 3 - Fluxograma da cadeia produtiva da madeira serrada.

Fonte: Adaptada de ABIMCI (2009) pela Autora (2022)


26

2.5 RESÍDUOS DE MADEIRA

A madeira é um material orgânico, sólido, poroso, heterogêneo e anisotrópico,


constituído de celulose, hemiceluloses, lignina, extrativos e constituintes inorgânicos, tornando-
a desejável, ou não, para diversos tipos de usos (VANGELISTA, 2021).
A madeira na forma de serrados, já era utilizada desde 6.000 anos antes de Cristo, onde
os antigos egípcios utilizavam tábuas e pranchões na confecção dos sarcófagos, utilizada até a
atualidade como fonte de energia e para a fabricação de armas de caça, na construção de abrigos,
móveis (ROCHA, 2002).
A Indústria madeireira é um dos setores mais fortes e importantes da economia mundial
(RAMOS, 2016). As indústrias de processamento primário, representadas principalmente pelas
serrarias, processam a madeira bruta, cujos produtos beneficiados são usados para a fabricação
de móveis e, principalmente, na construção civil (RAMOS, 2016; NOGUEIRA;
VANGELISTA, 2020).
As serrarias são grandes geradoras de resíduos que quando acumulados e expostos ao ar
livre, umedecem e liberam substâncias com alto teor de fenóis e taninos causando contaminação
do solo, corpos hídricos e lençol freático (CARDOSO, 2006). Faz-se necessário então buscar
formas de manejo e alternativas de melhor aproveitamento dos resíduos gerados.
Algumas serrarias aumentaram suas rendas quando passaram a vender além de tábuas,
as lâminas e o pó para a produção de compensados e MDF (WIECHETECK, 2009). Assim o
que é resíduo para um setor ou processo produtivo pode ser matéria prima em outro (NEGALLI,
2014).
De acordo com (SOUZA; FONCECA 2009), a melhor solução para destinação dos
resíduos, é aquela em que, o meio ambiente e lucro, estejam combinados de tal forma que, tanto
as diretrizes do meio-ambiente quanto o resultado financeiro sejam satisfatórios. No entanto,
não se pode encarar os resíduos como algo sem utilidade e valor, pois, quando tratados e
administrados adequadamente, podem ajudar a gerar melhores resultados econômicos, e ao
mesmo tempo, reduzir impactos ambientais, tornando a empresa cada vez mais sustentável.
É importante classificar os resíduos a serem trabalhado para melhor manejo e tomadas
de decisões que serão desenvolvidas e executadas. Os resíduos sólidos podem ser classificados
de diversas formas.
A primeira é a adotada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, segundo a NBR
10.004/04 que trata sobre resíduos sólidos, (quadro 2). Perante a legislação, resíduos derivados
da madeira que não foram submetidos previamente a soluções preservantes, vernizes, tintas e
27

outros componentes prejudiciais à saúde humana e ambiental, são classificados como não
inertes Classe II-A, (SOUZA, 2008).

Quadro 2 - Classificação dos resíduos da madeira gerados por serrarias conforme a NBR
10.004/04– Resíduos Sólidos.
NÃO PERIGOSOS
Resíduos classe II A – Não inertes: Resíduos classe II B – Inertes:
São resíduos que não se apresentam Os resíduos dessa classificação não têm
como inflamáveis, corrosivos, tóxicos, nenhuma das características dos resíduos
patogênicos, e nem possuem tendência a de classe I. Porém, se mostram
sofrer uma reação química. Contudo, os indiferentes ao contato com a água
resíduos dessas podem trazer perigos aos destilada ou deionizada, quando expostos
seres humanos e ao meio ambiente. Os à temperatura média dos espaços
materiais desta classe podem oferecer exteriores dos locais onde foram
outras propriedades, sendo produzidos.
biodegradáveis, comburentes ou
solúveis em água.
Fonte: Adaptada de ABNT, (2004a) pela Autora (2022)

A segunda maneira é a adotada pela maioria dos autores da área, por ser, provavelmente,
mais específica e detalhada. Os resíduos sólidos podem ser classificados, segundo a natureza
física ou pelo grau de biodegradabilidade, que transita entre alta, média e baixa degradação
(BIDONE; POVINELLI, 1999).
Pode-se classificá-los também em função da sua origem, embora a classificação em
função do seu grau de periculosidade também seja bastante utilizada (SAKAI et al., 1996;
HARTLÉN, 1996; HOORNWEG, 2000; KGATHI; BOLAANE, 2001; BAI; SUTANTO,
2002; OJEDA-BENITEZ et al., 2003). Podendo ser também classificada segundo a fonte
geradora, em três categorias: resíduos urbanos, resíduos sólidos industriais e resíduos especiais.
(BIDONE; POVINELLI, 1999; MARTINS, 2004; SANTOS; MARTINS 1995).

2.5.1 Principais resíduos de madeira gerados em serrarias

A quantidade de resíduos gerados no desdobro das toras, é de cerca de 50% do volume


total processado (JARA, 1987). Os processos de industrialização da madeira geram resíduos
em diferentes formas, como pode ser observado na (quadro 3).
28

Quadro 3 – Resíduos da madeira gerados em serrarias e formas de aproveitamento.


Classificação Definição Aproveitamento

Partículas com dimensões


CAVACO
máximas de 50x20 mm, em geral
provenientes de picadores. Biomassa; Matéria orgânica
utilizada para gerar energia.

SERRAGEM Partículas de madeiras com


dimensões entre 0,5 e 2,5 mm, Adubo; Pode ser utilizada na
originado do uso de serras, produção de biogás ou para
encontrado em todos os tipos de queima; Jardinagem; Cama de
indústria, à exceção das aviário.
laminadoras.

São resíduos menores de 2,5 mm,


MARAVALHA gerado pelas plainas nas
instalações de Avicultura; Suinocultura;
serraria/beneficiamento e Cobertura de solos;
beneficiadora (indústrias que Acondicionamento de
adquirem a madeira já hortigranjeiros; Isolamentos;
transformada e a processam em Entre outros.
componentes para móveis,
esquadrias, pisos, forros, etc.).

CASCAS É a cobertura exterior de toda


madeira, que correspondente ao
súber, responsável pela proteção Queima em caldeiras;
do tronco. Possuem diferentes Paisagismo.
modelos de texturas e cores.

COSTANEIRA São as partes da madeira retiradas


no processo primário de
industrialização (desdobramento) Construção civil; Lenha;
da madeira, possuem uma face Decoração e outros.
plana e outra curvada,
apresentando uma forma de meia
lua.

Fonte: Autora (2022)


29

3 METODOLOGIA

3.1 CARACTERÍSTICAS DA ÁREA DE ESTUDO

O presente trabalho foi realizado em uma serraria e desdobramento de madeira no


município de Sentinela do Sul-RS (figura 4).
A Serraria Rodrigues está localizada no município de Sentinela do Sul, no estado do Rio
Grande do Sul, coordenadas geográficas da área (-30.664605°S; - 51.569265°W Longitude), na
Estrada de Passo Grande, no Distrito Industrial, às margens da BR-116, em seu entorno, em um
raio de 1000 metros há existência de: indústrias, propriedades rurais, lavouras de arroz, recurso
hídrico e áreas de reflorestamento (figura 5).
Para o mapeamento do processo produtivo da madeira foi realizada visita in loco, com
registros fotográficos e entrevista realizada com o proprietário. Para levantamento, foram
coletados dados dos tipos e destinos dos resíduos com a aplicação de um questionário (apêndice
A).
Na Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Sentinela do Sul
(SMAMA) foram levantados dados sobre as licenças ambientais da serraria, plano de resíduos
e legislações municipais.

3.2 LOCALIZAÇÃO

Figura 4 - Localização do município de Sentinela do Sul-RS.

Brasil Rio Grande do Sul


Fonte: Autora (2022)
30

Figura 5 – Localização da Serraria Rodrigues, no município de Sentinela do Sul-RS.

Fonte: Adaptada de Google Earth pela Autora (2022)


31

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A Serraria Rodrigues é uma empresa familiar de médio porte, com atividade registrada
de Serraria e desdobramento sem tratamento da madeira, estando em funcionamento na Estrada
Passo Grande, nº 10429, no Distrito Industrial na zona rural no município de Sentinela do Sul.
Conforme estudos do empreendimento a serraria possui uma área útil total de 6.000 m², sendo
1.198 m² de área construída, restando 4.002 m² de área útil para as atividades ao ar livre (Anexo
1).
A Serraria desdobra aproximadamente 250 m³ mensais de toras, somente de espécie
exóticas com procedência, de pinus mas principalmente às especies de Eucalyptus ssp.. Todas
as madeiras serradas são empilhadas dentro e fora dos galpões.
A serraria está em atividade desde 2019 neste endereço, onde obteve sua licença de
operação no ano de 2021, com validade até 2025 (figura 6).

Figura 6 - Placa de Licença de Operação instalada na Serraria Rodrigues em 2021.

Fonte: Autora (2022)

Os principais equipamentos utilizados no processamento de desdobro da madeira serrada


na serraria (quadro 4) passam por manutenção preventiva periodicamente, conforme instruções
do fabricante, que consistem em revisões afim de previnir avarias e/ou desgastes, evitando
acidentes e emissão de ruídos fora dos parametros permitidos por lei.
32

Quadro 4 - Equipamentos utilizados na Serraria Rodrigues.


DESCRIÇÃO QUANTIDADE
Serra fita horizontal 01
Serra Circular 01
Exaustor 01
Carrinho de Tora 01
Picador 01
Afiador de lâmina serra fita 01
Plaina 01
Fonte: Autora (2022)

4.1 PROCESSAMENTO DA MADEIRA NA SERRARIA RODRIGUES

Para a caracterização do processo de desdobro da madeira da Serraria Rodrigues foi


realizado algumas visitas in loco, com registros fotográfico e entrevista com o proprietário da
serraria. As peças serradas de madeira são produzidas conforme a demanda de venda da
empresa.
A serraria utiliza como matéria-prima para produção de tábuas, toras de eucalipto, ficam
armazenadas em área externa ao ar livre, ou descarregada diretamente do caminhão, sendo
acondicionada na mesa de entrada onde são presas por ganchos de ferro, local onde é realizada
o processo de limpeza e descascamento de forma manual. Após, as toras são serradas em seu
eixo longitudinal na serra fita. Deste processo inicial do corte na serra fita é retirada as
costaneiras, tendo como resíduos gerados nesse processo, a serragem e a costaneira.
A próxima etapa é o desdobro das toras, ainda na serra fita, onde se origina as pranchas,
os resíduos gerados neste processo é a serragem. Na etapa seguinte as pranchas passam pela
serra circular, para a retirada dos “defeitos” nas laterais, originando o resíduo de serragem e
refilos. Os resíduos gerados nessas etapas de processamento exceto a costaneira e a serragem,
são processadas no picador e assim são transformados em cavacos, como pode ser visto no
fluxograma (figura 7).
33

Figura 7 - Fluxograma do processo industrial da Serraria Rodrigues no município de


Sentinela do Sul-RS.

Fonte: Autora (2022)

Os resíduos de serragem gerados no processo de desdobro e corte da madeira na serra


fita, são sugados, num sistema de ventilação por exaustão, até a caixa coletora (figura 8).

Figura 8- Caixa coletora de madeira, na Serraria Rodrigues.

Fonte: Autora (2022)

O Processamento da madeira na Serraria Rodrigues estão ilustrados (quadro 5).


34

Quadro 5- Processamendo da madeira na Serraria Rodrigues.


ENTRADA DE TORAS ARMAZENAGEM MESA DE ENTRADA

Transporte e entrada de Armazenamento em pilha Limpeza e retiradas das


toras. de estoque de toras. cascas de madeira
manualmente.

CORTE I CORTE II SECAGEM

Corte com serra fita. Corte com serra circular de Secagem da madeira
dois discos. serrada em área externa.

PRODUTO GERADO

O produto principal gerado é a tábua serrada de


eucalipto. As tábuas são amarradas e armazenadas
em pilhas na área externa da serraria, pronta para
serem comercializadas.

Fonte: Autora (2022)


35

4.2 PRODUÇÃO E ARMAZENAMENRTO DOS RESÍDUOS NA SERRARIA


RODRIGUES

Os resíduos gerados na serraria são separados na própria empresa, em local seguro até a
sua destinação final de conformidade com o Plano de Gerenciamento de resíduos da serraria, a
quantidade de resíduos gerados e o tempo de estocagem não tem data definida, depende muito
da produção da empresa, dessa maneira ao alcançar uma quantidade suficiente de para a
destinação final adequada, esses são encaminhados ao seu destino.
Os resíduos do processamento da madeira são classificados conforme a NBR 10.004
como classe II, e possuem as seguintes formas de armazenamento e produção.

a) Costaneira: são originados dos primeiros cortes dados nas toras para a formação do
bloco de madeira. Estas são acondicionadas no pátio da empresa até serem
comercializadas ou processadas no picador.
b) Refilo: também conhecidos como aparas de madeira, são originados das extremidades
das tábuas após serem processadas na serra circular (refiladora). O acondicionamento,
o armazenamento e o processamento são os mesmos das costaneiras.
c) Casca: é um “tecido” de proteção da madeira, as cascas geralmente são originadas no
descarregamento da matéria-prima, onde a garra mecânica do caminhão quebra esse
tecido, normalmente acumula-se no estrado de estocagem da matéria prima.
d) Serragem em pó: gerado no desdobro da madeira e no beneficiamento. Esta é
armazenada em uma caixa coletora fechada e coberta.
e) Tocos e pontas de toras: gerado no desdobro da madeira, e armazenadas num container
de ferro e em caixas de madeira abertas.

A média mensal de resíduos gerados na Serraria Rodrigues no ano de 2021 é de 137,5


m³ de resíduos, sendo 12,5m³ de tocos, 25m³ de serragem, 45m³ de refilo, e 55m³ de costaneira.
A costaneira possui a maior proporção de resíduos gerados no processo de desdobro da madeira,
seguidos por refilo, serragem e tocos (gráfico 1).
36

Gráfico 1 - Média mensal de resíduos gerados na serraria Rodrigues, no ano de 2021 do


município de Sentinela do Sul-RS

Produção mensal (m³)


60
50
40

30
20
10
0
Costaneira Refilo Serragem Tocos
Resíduos
Fonte: Autora (2022)

No ano de 2021 a Serraria Rodrigues produziu 1650 m³ de madeira serrada, que teve
como principal destino a venda em lojas de construção civil. Esta atividade gerou 1640 m³ de
resíduos (serragem, tocos, costaneira, refilos), ou seja, da matéria-prima (toras), 50,16% é
madeira serrada e 49,84 % são resíduos (tabela 5). Os resíduos gerados foram vendidos e/ou
doados para a Indústria e Comércios de Cavacos, e produtores rurais.

Tabela 5 - Produção de madeira serrada, de resíduos e seus destinos, da Serraria Rodrigues


no município de Sentinela do Sul-RS em 2021.

Produção Quantidade Unidade Finalidade Destino


Anual Venda/Doação
Madeira 1650 m³ Construção Civil Lojas de materiais de
Serrada construção
Costaneiras 650 m³ Produção de Ind. e Com. de cavacos
Cavacos

Refilo 540 m³ Produção de Ind. e Com. de cavacos


Cavacos

Serragem 300 m³ Produção de Fogosul Lenhas


Cavacos; adubo Ecológicas e
produtores rurais.
Tocos 150 m³ Produção de Ind. e Com. de cavacos
Cavacos
Total 3.290 m³
Fonte: Autora (2022)
37

Em visita a Serraria Rodrigues foram identificados seis tipos de resíduos gerados após
a etapa de desdobro da madeira, a casca, a serragem refilada, os refilos, os cavacos, os tocos e
as pontas de toras, todos os resíduos identificados possuem local específico para armazenagem
e destino (Figura 6).

Quadro 6 - Armazenamento e destinos dos resíduos gerados de madeira na Serraria Rodrigues


no municipio de Sentinela do Sul-RS, no ano de 2022.

COSTANEIRA refilada SERRAGEM REFILOS

Armazenamento: em Armazenamento: em
pilhas na área externa da pilhas na área externa da
serraria. serraria.
Destino: venda Destino: venda para
consumidores pessoa física empresa de cavacos.
Armazenamento: Em caixas
e jurídica.
fechadas de madeira aérea.

Destino: Doação para


produtores rurais locais e
empresas.
CAVACOS CASCAS TOCOS E PONTAS DE
TORAS

Armazenamento: em Armazenamento: depositado Armazenamento: em


container instalado na área diretamente ao solo na área caixas aberta de madeira na
externa da serraria. externa da serraria. área externa da serraria.

Destino: venda a empresa Destino: Doação para Destino: venda a empresa


de cavacos e consumidores produtores rurais. de cavacos e consumidores
pessoa física e jurídica. pessoa física.

Fonte: Autora (2022)


38

4.3 ALTERNATIVAS DE APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DE MADEIRA


GERADOS NA SERRARIA RODRIGUES

O resíduo de toras descascadas ao ser considerado como matéria-prima para fabricação


de produtos agrega valor (ROCHA, 2002). Além de diminui a produção de rejeitos (SILVA et
al., 2014).
Existem diversas opções e proveitos possíveis para redirecionar os resíduos de madeira
em serrarias, como por exemplo, artesanato e lenha, adubo originário da serragem, biomassa
dentre outros.
De acordo com (SOUZA; FONCECA 2009), a melhor solução para destinação dos
resíduos, é aquela em que, o meio ambiente e lucro, estejam combinados de tal forma que, tanto
as diretrizes do meio-ambiente quanto o resultado financeiro sejam satisfatórios. No entanto,
não se pode encarar os resíduos como algo sem utilidade e valor, pois, quando tratados e
administrados adequadamente, podem ajudar a gerar melhores resultados econômicos, e ao
mesmo tempo, reduzir impactos ambientais, tornando a empresa cada vez mais sustentável.
Em algumas madeireiras, utiliza-se os resíduos da serragem gerados pelas serrarias para
preenchimento de portas, porém, pode-se agregar valor à madeira descartada e gerar renda e
emprego em comunidades carentes (FOELKEL, 2007).
Quando reaproveitado os resíduos da madeira gerados pelas serrarias,
consequentemente diminui a necessidade de extração de mais árvores, como por exemplo, a
lenha para matéria prima para geração de energia, é proveniente de extração ilegal. Mesmo
quando há reflorestamento, as mudas não costumam ser nativas da região, logo, altera-se o
ecossistema local e ocorre o uso demasiado de agrotóxicos (NAHUZ et al., 2013)
A seguir as alternativas de aproveitamento de resíduos de madeira na serraria Rodrigues.

4.3.1 Cama de animais


A utilização da cama de aviário visa evitar o contato direto da ave com o piso, absorver
água, incorporar fezes, urina e restos de alimento, e reduzir as oscilações de temperatura no
aviário (ÁVILLA et al., 2008). É possível utilizar, além de resíduos agrícolas, a maravalha e a
serragem como cama de aviário. A opção por qualquer desses materiais depende da
disponibilidade, da qualidade, do custo ou da finalidade de sua utilização após o descarte. A
prática de reutilização dessas camas é possível e viável podendo ser utilizada na adubação de
culturas (ÁVILLA et al., 2008).
39

Para selecionar uma boa cama é necessário observar algumas características do material,
como o tamanho das partículas, a maciez, o potencial de absorção de umidade, sua ação como
isolante térmico, e principalmente o baixo custo e fácil obtenção (SANTOS et al., 2000).
Desde 2021 a Serraria Rodrigues também destina resíduos de serragem para produtores
rurais através de doação, para serem utilizados em cama de animais.
Uma cama de qualidade deve apresentar propriedades desejáveis como:
 Ser de tamanho médio (material picado ou triturado);
 Ter capacidade de absorver a umidade sem empastar;
 Ter baixa condutividade térmica;
 Ter capacidade de amortecimento, mesmo sob alta densidade; e,
 Ter baixo custo e disponibilidade.

Figura 9 - Utilização de serragem e maravalhas em cama de animais.

Fonte: Adaptada de MF Rural (2022)

4.3.2 Adubo

Os resíduos do processamento de madeira na serraria Rodrigues que foram acumulados


por aproximadamente por cinco anos de forma inadequada, foram doados e distribuídos para
produtores rurais do município de Sentinela do Sul como adubo (figura 10).

Figura 10 - Transporte dos resíduos da serraria Rodrigues para área de produtores rurais do
município de Sentinela do Sul-RS.

Fonte: Autora (2022)


40

4.3.3 Hortas e Jardinagem

A Serraria Rodrigues também realiza doações de serragem para pequenos produtores da


agricultura familiar que utilizam a serragem na jardinagem, como cobertura morta para diminuir
a evaporação da água, manter a temperatura do solo e com o tempo gerar adubo, após sua
decomposição (figura 11).

Figura 11 – Cobertura do solo com serragem

Fonte: Autora (2022)


41

5. CONCLUSÃO

A serraria Rodrigues tem como sua principal matéria-prima toras de eucalipto para a
fabricação de tábuas, sendo que nesse processo o volume de 49,84 % são resíduos da madeira
serrada após o desdobro e beneficiamento.
Estes resíduos deveriam ser administrados como produtos/matéria-prima da madeira, ou
seja, destinados a venda. Mas atualmente ainda são considerados resíduos, e descartados
inadequadamente, gerando impactos ambientais.
Os resíduos gerados que não forem comercializados, precisam ter destino adequado
conforme legislação vigente, para que não provoquem impactos ambientais, oriundos da
serragem em pó de serra, que afeta os trabalhadores, a população do entorno além de provocar
acidentes como a queima devido ao calor e emissão de CO².
O proprietário da serraria objeto desse estudo começou a visualizar valor econômico em
seus resíduos de serragem, tocos, costaneira e refilo, principalmente após a elaboração de seu
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), documento obrigatório para deliberação
da (LO). Mas para isso necessita de melhorias em seu planejamento, como redução dos resíduos
no processo de desdobro da madeira, e programas de secagem, armazenamento e buscas de
cliente para aquisição desses resíduos.
A Serraria Rodrigues tem como seu principal comprador de resíduos, uma indústria local
de produção de cavacos, que utiliza esse resíduo gerado pela serraria como matéria-prima para
soluções em Biomassa para a produção de energia com a queima de cavacos.

O destino de resíduos, precisam ser encarados e administrados como aumento de renda


nas serrarias, cumprindo com as legislações ambientais, evitando os impactos e efeitos adversos
que os resíduos armazenados de forma inadequada podem ocasionar.
A Serraria Rodrigues, encontrou formas alternativas de destino, beneficiando o solo,
animais e produtores rurais.
Recomenda-se que as serrarias possuam plano para o gerenciamento dos resíduos gerados
que contemplem ações de armazenamento adequado, busca de parceiros para comercializar,
transportar, desenvolver alternativas para aproveitamento e parcerias com o poder público e
com empreendedores do setor privado, para tratar ou dispor adequadamente os resíduos
produzidos.
42

REFERÊNCIAS

ABIMCI. Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente. Esudo


setorial 2009, ano base 2008. Curitiba, 2009. Disponível em: https://abimci.com.br/wp-
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47

APÊNDICES A: Questionário utilizado durante as entrevistas nas empresas visitadas.

Aproveitamento de Resíduos gerados pela empresa de Serraria no município de Sentinela do


Sul-RS .

1. Nome da Empresa:
2. Endereço:
FRENTE
3. Responsável pelas informações (opcional):
4. Cargo:
5. Linha de Produção

Produto/mês/ano Porcentagem Produção Mensal Origem da


(%) (m³) madeira

Madeira Serrada

Madeira Laminada

Madeira
Compensada

Outros*
(*) - Especificar produto.
6. Matéria-prima utilizada
Produto Porcentagem (%) Quantidade Anual (m³) Obs.

Toras de Eucalipto

Toras de Pinus

Toras de Acácia

Toras de Cedro

Outros*
(*) - Especificar.
7. Tipos de resíduos gerados
8. Produto Porcentagem (%) Produção Mensal Obs.
(m³)

Casca

Costaneira

Cavaco

Serragem

Pontas de Toras

Outros*

(*) – Especificar
48

9. Destino dos resíduos de Madeira


VERSO
( ) Venda Finalidade:
( ) Doação Finalidade:
( ) Reaproveitamento Finalidade:
Outras

10. Origem da madeira:


Mercado Porcentagem (%) Localidade

Interno Local

Interno Nacional

Interno Internacional

11. A empresa encontra algum tipo de dificuldade com a destinação dos resíduos? Se sim,
qual?

12. Quais os meios de transportes utilizados para a destinação dos resíduos?

Data: / / .
49

ANEXO 1 - Planta de levantamento planimétrico da áera da Serraria Rodrigues, no município


de Sentinela do Sul.

Fonte: RODRIGUES, (2022)

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