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3. Papel da autoridade tributaria

AT:

A Autoridade Tributária de Moçambique (AT) é um órgão do Estado criado pela Lei n.º
1/06, de 22 de Março e tem como tarefas fundamentais, nos termos do n.º 3 do artigo 4
do diploma legal :

(i) Executar a política tributária e aduaneira, dirigindo e controlando o


funcionamento dos seus serviços;

(ii) Planificar e controlar as suas actividades e os sistemas de informação;

(iii) Formar e qualificar os recursos humanos e

(iv) Elaborar estudos e apoiar na concepção de políticas tributária e aduaneira.

Nossa Missão

 Arrecadar receitas, de forma justa e transparente, para o financiamento da


despesa pública e proteger a economia e a sociedade.

Nossa Visão

 Ser referência internacional na arrecadação de receitas e prestação de serviços


tributários

Valores

 Legalidade, Eficiência e Integridade(LEI)

Órgãos da AT

 Conselho Superior Tributário;


 Presidente da Autoridade Tributária;
 Conselho Directivo; e
 Conselho de Fiscalidade

Tributo:
Nem tudo que o cidadão é obrigado a pagar ao Governo pode tecnicamente ser chamado
de tributo. Uma multa de trânsito, por exemplo, não tem natureza tributária. Se um
motorista é flagrado conduzindo um veículo em via pública acima do limite de
velocidade permitido, deverá pagar uma multa pela infracção (ilícito) cometida. O
pagamento da multa é obrigatório, poderá sujeitar o devedor (infractor) à cobrança
judicial, mas não pode ser chamada de tributo. Pelo menos três características que são
essenciais para que se possa enquadrar certa obrigação na noção de tributo:

 (1) A compulsoriedade,
 (2) A natureza pecuniária e
 (3) Não constituir uma punição pela prática de um ato proibido.

Em outras palavras, tributo é sempre obrigatório, é dinheiro (a ser pago ao Governo) e


não é uma punição por nada indevido que o contribuinte tenha feito. São tributos, para
efeitos da Lei tributária, os impostos, as taxas e as contribuições especiais, assim
definidos:

 Os impostos são as prestações obrigatórias, avaliáveis em dinheiro, exigidas por


uma entidade pública para a prossecução de fins públicos, sem contraprestação
individualizada, e cujo facto tributário assenta em manifestações de capacidade
contributiva;1
 As taxas designam prestações avaliáveis em dinheiro, exigidas por uma entidade
pública como contrapartida individualizada pela utilização de um bem do
domínio público, ou de um serviço público, ou pela remoção de um limite
jurídico à actividade dos particulares;

Autoridade Tributária e Aduaneira (AT): possui competências próprias para


administrar impostos e outros tributos de acordo com as políticas fiscais definidas pelo
governo e com os princípios fundamentais previstos por lei. Destaque-se, desde logo, os
princípios da:

1
ARAUJO, José E. C. Sistema Tributário como entrave para o desenvolvimento nacional. Cadernos
ASLEGIS, Brasília, nº 52 (Mai/Ago 2014), p. 19 – 37. 2017.
 Princípio da legalidade,
 Princípio da igualdade,
 Principio do contraditório e
 Principio da imparcialidade.

Ademais, impende sobre a AT o poder-dever de realizar todas as diligências que


entenda úteis para a descoberta da verdade material, o que se manifesta no princípio do
inquisitório. Já o dever de cooperação (ou de colaboração) aplica-se de uma forma
recíproca entre a AT e o contribuinte.

Princípio do Estado de Direito democrático

constitui um dos princípios estruturantes do sistema fiscal, obrigando à boa fé na


atuação dos contribuintes e da AT. Por sua vez, o princípio da proteção da confiança
visa transmitir aos sujeitos passivos um sentimento de estabilidade e de previsibilidade
na atuação da AT. Além disso, e perante as pretensões formuladas pelos contribuintes
sobre os assuntos da sua competência, via de regra, a AT é obrigada a pronunciar-se
num prazo razoável. O procedimento tributário rege-se igualmente pelo princípio da
celeridade e da economia procedimental. Este princípio pressupõe a abstenção de atos
inúteis e dilatórios e a simplificação dos procedimentos. O procedimento tributário
assenta ainda no princípio da participação dos destinatários dos atos procedimentais que
lhes dizem respeito, designadamente através do direito de audição prévia.

Princípio da proporcionalidade

O princípio da proporcionalidade pressupõe que as medidas adotadas sejam as mais


apropriadas para a prossecução do interesse público, no sentido de resolver e/ou
prevenir eventuais conflitos, e que as medidas não sejam desproporcionadas
relativamente ao fim a atingir. Acresce que a AT deve tratar de forma justa todos os
contribuintes e rejeitar soluções manifestamente incompatíveis com o Direito —
princípio da justiça e da razoabilidade. Além disso, a AT encontra-se obrigada a manter
sigilo sobre a situação tributária dos contribuintes. Por sua vez, o princípio da
fundamentação da decisão prevê que todas as decisões, favoráveis ou desfavoráveis,
devem ser fundamentadas. Acresce que todos atos tributários devem ser publicitados,
quer através de um ato geral (publicação), quer através de um ato individual
(notificação), de forma a dar conhecimento ao interessado do conteúdo do ato.
Finalmente, a tutela dos direitos subjetivos emergentes da relação jurídico-tributária é
assegurada através da sindicância das decisões administrativas.

A nível administrativo, esta sindicância pode ser efetuada através da reclamação e do


recurso, com a limitação de que uma mesma pretensão do contribuinte não pode ser
apreciada sucessivamente por mais do que dois órgãos integrados numa mesma cadeia
hierárquica — princípio do duplo grau de decisão.

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