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O QUE FOI A MINERAÇÃO NO BRASIL COLONIAL 2º Ano
O QUE FOI A MINERAÇÃO NO BRASIL COLONIAL 2º Ano
Em 1654, a economia açucareira no brasil passou por uma grave crise que afetou toda a
colônia. Isso aconteceu devido ao domínio da Holanda no nordeste do Brasil, que afetou
diretamente na produção de açúcar. Frente a isso, houve a necessidade da intensificação de
expedições para o interior do país, com o objetivo de explorar a terra. Em cerca de trinta anos
descobriram reservas imensas de ouro em Minas Gerais e, posteriormente, em Goiás e Mato
Grosso, dando início ao período chamado Mineração Colonial no Brasil.
Esse período abrangeu todo o século XVIII, tendo ápice entre 1750 e 1770. Durante esse
período, a vida econômica do Brasil Colônia se concentrou praticamente no extrativismo
mineral somente.
As duas formas de exploração durante o período de mineração foram:
Lavras: representava uma empresa onde a mão-de-obra utilizada era a escrava e as
técnicas de extração eram mais apuradas;
Faiscação: representava a extração individual, realizada principalmente por homens livres.
O que foi o Ciclo do Ouro?
O ciclo do ouro é o período em que a extração e a exportação do ouro protagonizaram a economia
durante a fase colonial do país. Os portugueses enfrentavam diversas dificuldades econômicas
devido à má administração e desastres naturais.
Junto a isso, os portugueses sofriam a pressão da Inglaterra, que buscava consolidar o mercado
consumidor e sua hegemonia mundial. O descobrimento de grandes reservas de ouro no
Brasil virou motivo de esperança, de enriquecimento e estabilidade econômica para Portugal.
Aprenda mais sobre como foi a Expansão Territorial do Brasil.
Ciclo do Ouro em Minas Gerais
As jazidas de ouro descobertas em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso foram divididas em
forma de lavras. No auge do ciclo, uma alta movimentação de pessoas e mercadorias nessa região
gerou um grande desenvolvimento intelectual (por conta das ideias iluministas que foram trazidas
pela elite) e econômico (produção alimentar para subsistência e pequenas manufaturas).
A população da colônia cresceu em cerca de 1000%, passando de 300 mil para
aproximadamente 3 milhões de habitantes. O advento da exploração do ouro fez com que essa
atividade fosse a mais lucrativa da colônia, transferindo a capital de Salvador para o Rio de
Janeiro, visando garantir a fiscalização das regiões de mineração em volta.
O ciclo do ouro teve sua duração até o final do século XVIII, que foi quando as minas
se esgotaram, aproximadamente em 1785.
Exploração e Administração do Ouro
Durante o ciclo do ouro ocorreu o período de maior dominação e abuso por parte dos países
europeus para com o Brasil. A Coroa portuguesa cobrava impostos altíssimos sobre todo o ouro
extraído, que era taxado nas chamadas casas de fundição.
Nessas casas de fundição o ouro era derretido, transformado em barras e estas recebiam
um selo que as legitimava para serem negociadas. Isso foi necessário pois estavam acontecendo
diversos desvios e sonegações que, quando descobertos, eram duramente punidos.
Os principais mecanismos de controle foram:
Quinto – 20% de toda a produção do ouro pertencia ao rei de Portugal;
Derrama – Uma meta de aproximadamente 1.500 kg de ouro por ano deveria ser atingida
pela colônia. Se isso não acontecesse, penhoravam-se os bens dos senhores de lavras;
Capitação – Imposto pago pelo senhor de lavras por cada escravo que trabalhava em seus
lotes.
Os altos impostos, taxas, penalizações e abusos de poder político por parte dos portugueses
geraram inúmeros conflitos que resultaram em diversas revoltas.
A economia extrativista trouxe um crescimento demográfico ao país, mas também gerou
alguns focos de pobreza e desigualdade, visto que a população ficou à margem da sociedade,
sendo obrigada a se sujeitar a agricultura de subsistência para sobreviver.
O que foi a Inconfidência Mineira?
Todas estas ações provocaram alta insatisfação na população e, principalmente,
nos fazendeiros rurais e donos de minas que queriam pagar menos impostos e participar mais
ativamente na política do país.
Alguns intelectuais, fazendeiros, militares e donos de minas, considerados a elite brasileira, sob
influência das ideias de liberdade que vinham do iluminismo europeu, se juntaram para procurar
uma resolução definitiva para a situação: conquistar a independência do Brasil.
Aprenda mais sobre a Inconfidência Mineira.
O que foi a Guerra dos Emboabas?
Ocorrida de 1707 a 1709, a Guerra dos Emboabas foi um dos episódios mais relevantes que
ocorreram no período do ciclo do ouro em Minas Gerais. Eram chamados de emboabas o grupo
de forasteiros que foram para Minas Gerais buscando ouro.
A guerra aconteceu buscando o direito de exploração das recém descobertas reservas de
ouro na região das Minas Gerais. O conflito contou com os paulistas desbravadores liderados
por Manuel de Borba Gato. Os paulistas foram os responsáveis pela descoberta da região das
minas e, por esse motivo, reivindicaram a exclusividade nas atividades extrativistas.
Do outro lado da guerra estavam os emboabas, liderados por Manuel Nunes Viana e composto
principalmente por portugueses e imigrantes de outros territórios da colônia, desafiaram a
autoridade dos bandeirantes paulistas.
Em 1707, os emboabas realizaram diversas expedições militares contra os desbravadores
paulistas, buscando o enfraquecimento de seu domínio sobre as regiões extrativistas. Em
consequência, a população paulista foi dominada pelos emboabas que assumiram o controle do
comércio que sustentava as minas. Em 1708, os emboabas fizeram um grande ataque contra os
paulistas presentes em Cachoeira do Campo, um distrito de Ouro Preto. Eles expulsaram os
bandeirantes paulistas e assumiram o controle de duas das três principais áreas de mineração da
colônia. Em seguida, aclamaram seu líder Nunes Viana como governador da região de mineração,
levando a retaliação por parte de Portugal.
Em 1709, houve a intervenção dos portugueses e do governador do Rio de Janeiro que levou à
destituição de Nunes Viana e sua expulsão da região das minas, encerrando a Guerra dos
Emboabas de vez.
Aprenda mais sobre a Guerra dos Emboabas.
Quais foram as consequências e impactos da Mineração no Brasil Colonial?
Grande migração portuguesa para a região das Minas Gerais (estima-se que cerca de 800
mil portugueses migraram para a região de exploração mineral);
Deslocamento do eixo econômico e demográfico do litoral para a região Centro-Leste;
Intensificação do tráfico negreiro e da modificação do grupo interno de escravos;
Transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro;
Maior desenvolvimento do comércio, em especial do mercado interno, possibilitando a
dinamização de todos os quadrantes da colônia, que se organizaram para abastecer a região do
ouro;
Geração de uma sociedade mais aberta e heterogênea;
Interiorização e povoamento do interior do Brasil, anulando de vez o Tratado de Tordesilhas.
CENTRO EDUCACIONAL MANOEL TEIXEIRA LEIXE Anexo (Zabelê)
Aluno(a)______________________________________________ 2º:___________
Profº: Simone Teixeira
LEMINSKI, Cristina. Tiradentes e a Conspiração de Mina Gerais. São Paulo: Scipione, 1994. p. 59-
64.
O movimento do século XVIII abordado nesse fragmento textual relaciona-se com a:
a) pretensão das lideranças de Vila Rica, principais beneficiadas com a arrecadação tributária
portuguesa.
b) repercussão da Revolução Francesa no seio da elite intelectual colonial da região aurífera nas
Minas Gerais.
c) exploração tributária feita pela metrópole sobre os colonos portugueses, no contexto da crise do
antigo sistema colonial.
d) revolta desencadeada pela decisão da Coroa de instalar Casas de Fundição, com o propósito de
cobrar o quinto.
Questão 4 – (FUVEST – SP) – A exploração dos metais preciosos encontrados na América
Portuguesa, no final do século XVII, trouxe importantes consequências tanto para a colônia
quanto para a metrópole. Entre elas,
a) o intervencionismo regulador metropolitano na região das Minas, o desaparecimento da
produção açucareira do Nordeste e a instalação do Tribunal da Inquisição na capitania.
b) a solução temporária de problemas financeiros em Portugal, alguma articulação entre áreas
distantes da colônia e o deslocamento de seu eixo administrativo para o centro-sul.
c) a separação e autonomia da capitania das Minas Gerais, a concessão do monopólio da extração
dos metais aos paulistas e a proliferação da profissão de ourives.
d) a proibição do ingresso de ordens religiosas em Minas Gerais, o enriquecimento generalizado da
população e o êxito no controle do contrabando.
e) o incentivo da Coroa à produção das artes, o afrouxamento do sistema de arrecadação de
impostos e a importação dos produtos para a subsistência diretamente da metrópole.
Questão 5 – (UFCE) – Leia o trecho abaixo.
“Na mineração, como de resto em qualquer atividade primordial da colônia, a força de
trabalho era basicamente escrava, havendo entretanto os interstícios ocupados pelo
trabalho livre ou semi-livre.”
(Souza, Laura de M. Desclassificados do Ouro: pobreza mineira no século XVIII. 3 ed. Rio de
Janeiro: Graal, 1990, p.68)
Com base neste trecho sobre o trabalho livre praticado nas áreas mineradoras do Brasil Colônia, é
correto afirmar que:
a) devido à abundância de escravos no período do apogeu da mineração, os homens livres
conseguiam viver exclusivamente do comércio de ouro.
b) em função da riqueza geral proporcionada pelo ouro, os homens livres dedicavam-se à
agricultura comercial, vivendo com relativo conforto nas fazendas.
c) perseguidos pela Igreja e pela Coroa, os homens livres procuravam sobreviver às custas da
mendicância e da caridade pública.
d) sem condições de competir com as grandes empresas mineradoras, os homens livres
dedicavam-se à “faiscagem” e à agricultura de subsistência.
e) em função de sua educação, os homens livres conseguiam trabalho especializado nas grandes
empresas mineradoras, obtendo confortáveis condições de vida.
6º) Comente o processo do ciclo do ouro.
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7º) Escreva sobre a economia extrativista.
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