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Targino Gondim, Nilton Freittas e Roberto Malvezzi (Gogó)

Meu Rio de São Francisco,


nesta grande turvação,
vim te dar um gole d’água
e pedir tua bênção!
(verso de Guimarães Rosa
adaptado por Frei Luiz)
1 - BELO CHICO
Autoria: Targino Gondim/Nilton Freittas e Roberto Malvezzi (Gogó)
Interpretação: Targino Gondim e Nilton Freittas

O Belo Chico Navegar no Velho Chico


Onde tu navegas não é apenas percorrer suas
Onde eu navego águas, mas também sua
Vamos navegar beleza, sua história, sua
cultura, seus amores e seus
O Belo Chico onde tu navegas
A gente navega problemas. É andar com
Até chegar no mar seu povo, contemplar suas
paisagens, beber de suas
Vou deslizar nestas tuas águas águas. É também a devota
Vou nadar sem mágoas preocupação com seu destino.
Deixo me levar Todos nós que dele bebemos,
E mergulhar no mistério profundo dele vivemos, carregamos
Pois é no teu mundo o São Francisco em nossas
Que eu quero ficar
veias. Esse é o propósito
Amanhecer, entardecer, anoitecer, dormir deste CD, navegar em todas
À luz do sol vou te beijar as almas e corpos do rio São
E te acordar feliz! Francisco.
2 - LÁGRIMAS DE IATI
Autoria: Targino Gondim/Nilton Freittas e Roberto Malvezzi- Gogó
Interpretação: Nilton Freittas

Ao longo da histórica ocupa- O Velho Chico nasce Opará, Rio-mar


ção do Vale do São Francisco, Das lágrimas de uma índia Velho Chico, Opará, Rio-mar
na miscigenação de índios, Descendo a Depressão Sertaneja Velho Chico, Opará, Rio-mar
negros e brancos, emergiu o Contornando as ilhas Águas da Casca D’Antas
E leva em suas águas Dos olhos da índia Iati
povo e a cultura que ocupa
Tanta tristeza, tanta beleza Partindo das serras de Minas
o inconsciente e a arte ribei- Lendas, poesias Fecundando os brasis
rinha de viver. Elementos As águas sabem E leva na correnteza
dessas diversas matrizes cul- Que vão viajar Rostos marcados
turais estão presentes na po- O rio não sabe Nego d’água, carrancas
pulação do Velho Chico, que Se vai ver o mar Vapor encantado
os autores dessa obra cha- E leva paixões
mam de Belo Chico, o único Da nascente à foz
rio que também é uma pes- O rio que corre
E chora por nós
soa. O velho rio definha, mas
Velho Chico, ora por nós
é na cultura e nas necessida- Velho Chico, chora por nós
des do povo são franciscano Velho Chico, ora pro nobis
que reside a esperança. Sem o
rio, não haverá mais povo.
3 - SOBRADINHO
Autoria: Sá e Guarabira
Interpretação: Targino Gondim/Nilton Freittas e Roberto Malvezzi (Gogó)

O homem chega e já desfaz a natureza Adeus Remanso, Casa - Nova, Sento-Sé


Tira a gente põe represa, Adeus Pilão Arcado, vem o rio te engolir
diz que tudo vai mudar Debaixo d’água lá se vai a vida inteira
O São Francisco lá prá cima da Bahia Por cima da cachoeira o Gaiola vai subir
Diz que dia menos dia, Vai ter barragem no salto do Sobradinho
vai subir bem devagar E o povo vai se embora
E passo a passo vai cumprindo a profecia com medo de se afogar
Do beato que dizia que o sertão ia alagar
O sertão vai virar mar...
O sertão vai virar mar... Dá no coração
A ocupação do São Francisco pela Casa da Torre e pela Casa da Ponte foi o primeiro impacto de-
Dá no coração O medo que algum dia
vastador para suas populações originárias. Os vapores intensificaram a devastação das matas O medo que algum dia O mar também vire sertão
ciliares. A utilização da madeira para fabricação do ferro gusa inicia o desmatamento do Cer- o mar também vire sertão Vai virar mar,
rado mineiro para abastecer a indústria minerária. Em 1945 começa a exploração econômica Vai virar mar, Dá no coração
pela geração de energia. Nos últimos 50 anos, com a entrada do agronegócio no território da Dá no coração O medo que algum dia
bacia, a situação só piorou. O medo que algum dia O mar também vire sertão
Um rio que sempre foi o símbolo da vida, que nasce no Sul e corre para o Norte, repentinamen- O mar também vire sertão
te tornou-se um rio problemático. O olhar economicista reduziu o São Francisco a um canal Remanso, Casa-Nova, Santo-sé,
de água a ser explorado. O povo que vivia de suas ilhas, de suas enchentes e vazantes, de seus Pilão Arcado
Sobradinho
peixes, da “economia do catado”, que navegava do Norte para o Sul, do Sul para o Norte, já não
Adeus, adeus!
reconhecia seu rio. Vieram as barragens, a irrigação, a mineração, o desmatamento, o agrone-
gócio, a superexploração de sua generosidade, porém, sem o cuidado devido, sem a retribuição
por sua generosidade. Então, “o homem chega e já desfaz a natureza”. Agora a natureza pode
“desfazer o homem”.
4 - BOATO RIBEIRINHO
Autoria: Nilton Freittas/Wilson Freittas e Wilson Duarte
Interpretação: Nilton Freittas
Depois que Frei Luiz pas-
Corre um boato na beira do rio sou um ano peregrinando
Que o Velho Chico pode morrer
na beira do rio – outubro
Virar riacho e correr pro nada
Viajando por temporada
de 1992 a outubro de 1993,
Quando a chuva do meu Deus juntamente com mais três
Dará chegar. peregrinos, ficou um “boato
Já dizia Frei Luís de Xique-Xique na beira do rio”. E ele diz que
Quão chique é ter o rio pra nadar “o Velho Chico pode morrer”.
A correr Essa música, como nenhuma
Quão chique é ter o rio pra pescar outra, exprime a dramatici-
Pra beber. dade da situação. O detalhe é
Não deixe morrer
que essa música vê o rio pelos
Não deixe o rio morrer
Senão, o que será de mim
olhos da população tradicio-
Que só tenho esse rio pra viver! nal, que dele necessita para
Que será, que será de mim? viver. “Que será, que será de
Que será de José, Serafin, mim que só tenho esse rio prá
Qual será o destino do menino viver?”.
Que nasceu e cresceu aprendendo
A pescar o surubim
Não deixe morrer,
Não deixe o rio morrer.
Senão morre o ribeirinho
De fome e de sede
De sei lá o quê
5 - MATANÇA
Autoria: Jatobá
Interpretação: Targino Gondim e Nilton Freittas
Não há água sem matas,
sem as florestas. Hoje, os Rios Cipó Caboclo tá subindo na virola Quem hoje é vivo corre perigo
Chegou a hora do Pinheiro balançar E os inimigos do verde dá sombra ao ar
Voadores da Amazônia, que
Sentir o cheiro do mato, da Imburana Que se respira e a clorofila
abastecem grande parte do Descansar, morrer de sono Das matas virgens destruídas
território brasileiro, também na sombra da Barriguda vão lembrar
abastecem os aquíferos Uru-
cuia e Bambuí que abastecem De nada vale tanto esforço do meu canto Que quando chegar a hora
o São Francisco. Tudo está in- Pra nosso espanto tanta É certo que não demora
terligado. Também é preciso mata haja vão matar Não chame Nossa Senhora
preservar toda a vegetação Tal Mata Atlântica e Só quem pode nos salvar é
do território da bacia São a próxima Amazônica Caviúna, Cerejeira, Baraúna
Arvoredos seculares Imbuia, Pau-d’arco, Solva
Franciscana, não só as matas
impossível replantar Juazeiro e Jatobá
ciliares. Por isso, revitalizar o Gonçalo-Alves, Paraíba, Itaúba
Velho Chico é cuidar do Cer- Que triste sina teve o Cedro, nosso primo Louro, Ipê, Paracaúba
rado, da Caatinga, da Mata Desde menino que eu Peroba, Massaranduba
Atlântica, inclusive da Ama- nem gosto de falar Carvalho, Mogno, Canela,
zônia, enfim, de todos os bio- Depois de tanto sofrimento seu destino Imbuzeiro, Catuaba, Janaúba,
mas. Que cesse toda matança Virou tamborete, mesa, Aroeira, Araribá
e que a vida tenha seu lugar. cadeira, balcão de bar Pau-Ferro, Angico,
Amargoso, Gameleira
Quem por acaso ouviu falar da Sucupira Andiroba, Copaíba,
Parece até mentira que o Jacarandá Pau-Brasil, Jequitibá
Antes de virar poltrona, porta, armário
Mora no dicionário, vida eterna, milenar
6 - AMOR É RIO
Autoria: Roberto Malvezzi (Gogó)
Interpretação: Gogó

Amor é rio que brota dos olhos d’água Na mesma direção


Das águas dos olhos teus Todo amor tem que ser bem cultivado
E faz um rio nos meus Senão fica assoreado
Ô, Água Viva! Perde o gosto da paixão
Não ria do meu amor
Eu não sorrio só O nosso amor sempre foi um rio corrente
Só sou rio no rio teu Semelhante a uma enchente
Inundando os sertões
O nosso amor é um rio devastado
De tanto ser maltratado O nosso amor sempre foi um rio corrente
Corre o risco de extinção Semelhante a uma torrente
Que inundou dois corações
Rios que se encontram
Se unem e se renovam
Depois mudam sua rota

Amor é rio e corre pelas veias da terra e das gentes. Há pessoas que amam os rios e amam as
pessoas. Há pessoas que maltratam os rios e maltratam as pessoas. Os que matam pessoas
são os mesmos que matam os rios. Amor é rio e amamos o São Francisco.
7- RIO FELIZ
Autoria: Nilton Freittas e Roberto Malvezi (Gogó)
Interpretação: Nilton Freitt as e Roberto Malvezi (Gogó)

Ei, São Francisco, Um futuro incerto


Que contam as notícias das águas que Quem sabe um deserto
trazes aí? Um rio por um fio
Ei, Belo Chico, Ei, São Francisco...
Dos meninos que brincam às margens
morrendo de rir Pelas águas desse rio
Pelo povo desse rio
Pelas mágoas desse rio Peregrinos desse rio
Seu futuro por um triz Vemos longe, o futuro dos rios do Brasil
Pela voz de Frei Luís Um futuro cuidado
Vemos longe o futuro Quem o povo assim quis
Dos rios do país Rio revitalizado
Um futuro insano É rio mais feliz

O São Francisco não está só. Há quem o ame e o queira vivo, revitalizado. Porém, para o
povo, revitalizar o rio não é apenas ter volume de água para abastecer os usos das popula-
ções e também do capital, mas devolver-lhe as vidas que lhes pertence, isto é, seus peixes,
suas aves, seus animais, sua vegetação, sua água pura, suas comunidades ribeirinhas, seu
povo, enfim, sua biodiversidade e sua sociodiversidade. É um sonho, uma utopia, da qual
jamais nos separaremos.
8- CARRANCAS
Autoria: Roberto Malvezzi (Gogó)
Interpretação: Roberto Malvezzi (Gogó)
Portanto, revitalizar um rio
é muito mais que refazer um Prá defender o rio eu viro Carranca
Prá defender o rio eu viro a Mãe D’água
canal de água. É lhe devolver
Prá defender o rio eu viro o Nego D’água
sua alma, todas as suas for-
mas de vida, o seu modo de Eu viro uma serpente
ser. É respeitar sua história, Eu viro assombração
presente e futuro. É permitir Eu faço o meu ninho
que ele esteja na vida das fu- Em cada coração
turas gerações. Mas, seu fu- Fecundando as matas
turo depende do aqui e agora. Polinizando a flor
Suas águas generosas, ins- Ciliando os rios
Feito um beija-flor
piradas na generosidade de
Beija-flor! Beija-flor! Beija-flor!
Francisco, agora nos pedem
cuidado e empenho por sua Eu vi Nossa Senhora
verdadeira revitalização. São Francisco e São João
Nadando nesse rio
Nos dando a benção
Purificando as águas
Colhendo uma flor
Voando pelos ares
Feitos beija-flor
Beija-flor
9- PRECE AO VELHO CHICO
Autoria: Targino Gondim e Wilton Soares
Interpretação: Targino Gondim e Nilton Freittas
Participação Especial: Xangai
A poesia, a música, a arte, sem-
Olha, pre nadaram nas águas do São
O Velho Chico é uma beleza Francisco. A oração também.
Ver tamanha riqueza em pleno sertão São Francisco é uma referência
Vamos unir força com a natureza mundial na questão ecológica,
Contra as queimadas e a devastação para além das fronteiras cató-
Soltando nosso grito de vitória licas, inclusive para além das
Deixando limpa nossa história, fronteiras das pessoas de fé. As
sem poluição religiões de matriz africana e
indígena sempre tiveram e têm
Ainda quero ouvir o canto das lavadeiras
E ver o pescador na embarcação um profundo respeito por cada
Isso ainda tudo é o berço da poesia elemento da natureza. Porém,
É verso, cantoria, é inspiração, é vida com São Francisco era a mesma
É progresso, é alegria atitude. Um olhar de reverência
Pernambuco-Bahia sobre o rio e seu povo faz parte
Linda união, então da inteligência poética e oracio-
Comigo amigo vem nal, faz parte da história e da
Nadar na água doce desse rio cultura São Franciscana. Esse
Te desafio
espírito permite um outro olhar
Venha aproveitar, eu te convido
Amigo vem prá cá que eu te mostro o que é sobre o ambiente que muitas ve-
bonito zes o olhar técnico e econômico
O Velho Chico, não consegue ter.
Salvador desse lugar
10 - JUAMOÇA
Autoria: Nilton Freittas
Interpretação: Nilton Freittas

Juachico bela moça Tem a beleza que transcende


Do vapor, do céu azul Tudo que um dia vi
Que abriga gente bela Sempre linda e natural
Do Norte, Leste, Oeste ou Sul Se instalou dentro de mim

Cidade moça, bela menina Juachico bela moça


O Velho que te une, Do vapor e do dragão
ó Juazeiro, à Petrolina De costumes peregrinos
Tem a riqueza natural Penitentes, tradição
Do Cari ao Surubim
Que impressionou orientais De Juazeiro vi Petrolina
Ao poeta e a mim Não sei quem é o menino
Cidade moça bela menina Nem tão pouco a menina
Aqui o Velho Chico tem
as águas cristalinas

Muitas cidades são irmanadas pelo rio São Francisco ao longo de seu percurso. As mais fa-
mosas continuam sendo Juazeiro e Petrolina. Mas, elas apenas simbolizam um rio que é
ainda da “unidade nacional”. Todos amam o Velho Chico, como se fosse do quintal de sua
casa. O “Velho” que une tantas pessoas, regiões e culturas continua pedindo paz e sossego,
ao menos para poder respirar.
11 - PETROLINA/ JUAZEIRO
Autoria: Jorge de Altinho
Interpretação: Targino Gondim/Nilton Freittas e Roberto Malvezzi (Gogó)

Nas margens do São Francisco Ainda me lembro dos meus


nasceu a beleza tempos de criança
E a natureza ela conservou Esquisita era a carranca e o apito do trem
Jesus abençoou com sua mão divina Mas achava lindo quando
Pra não morrer de saudade a ponte levantava
vou voltar pra Petrolina E o vapor passava num gostoso vai-e-vem

Do outro lado do rio tem uma cidade Petrolina, Juazeiro


Que na minha mocidade Juazeiro, Petrolina
eu visitava todo dia Todas as duas eu acho uma coisa linda
Atravessava a ponte, mas que alegria Eu gosto de Juazeiro
Chegava em Juazeiro, Juazeiro da Bahia Mas adoro Petrolina

Todos os grandes e importantes rios do mundo também tem uma civilização corresponden-
te. Os bíblicos Tigre e Eufrates, o Ganges na Índia, o Amarelo na China, assim por diante. O
São Francisco não foge à regra. Com uma população estimada em 18 milhões de habitantes,
507 municípios, o vale do São Francisco está povoado de pessoas e cidades. Algumas tão ínti-
mas, como Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), Propriá (SE) e Porto Real do Colégio (AL), Penedo
(AL) e Neópolis (SE), que inspiraram canções incorporadas na cultura do Vale. O que o rio
uniu, que os predadores não separem.
12 - MEU RIO DE SÃO FRANCISCO
Autoria: Frei Luiz Cappio
Interpretação: Targino Gondim/Nilton Freittas e Roberto Malvezzi (Gogó)

Meu rio de São Francisco, nesta grande Como disse o padre santo: “o sertão vai
turvação, vim te dar um gole d’água e virar mar, o mar vai virar sertão!” tão ma-
pedir tua benção! tando o Velho Chico, o rio que gera vida
nunca pode morrer não!
Lá na serra da Canastra, lá em Minas dos
Gerais, o Senhor olhou seu povo, e uma A barragem cerca a água, o veneno mata
lágrima derramou; esse choro virou rio: o chão: morre planta no cerrado, morre
São Francisco se chamou! a ave, morre o bicho e o meu povo vai-se
embora com saudade do sertão!
Choro santo do bom Deus, gerou vida,
planta, flor, peixes, bichos, passarinhos. E, Ó você, que é beradeiro, não deixe o rio
na sua ribanceira, à sombra do juazeiro, morrer, pois vai junto seu caixão
muita gente se arranchou! Aqueles que matam o rio do povo são
inimigos, não tem Deus no coração!
Pai da gente, mãe do povo, dando água,
dando peixe, fome e sede ele matou. E
as terras da caatinga: brejos, sertões e
veredas, sertão seco ele molhou!

Um gole d’água, quem sabe a própria lágrima, talvez seja tudo que o Velho Chico precisa.
Uma gota de compaixão, de descanso. Um pingo de misericórdia. Quem sabe só um fiozinho
de água seja suficiente para que ele volte à vida plena.
13 - ARRASTA-PÉ DO BELO CHICO
Autoria: Targino Gondim/Nilton Freittas e Roberto Malvezzi (Gogó)
Interpretação: Targino Gondim/Nilton Freittas e Roberto Malvezzi (Gogó)

Por onde o Belo Chico Nesse Rio Francisco mergulhou e deu um


Passou, passou, passou... sentido à sua vida!
Ele trouxe alegria em nossas vidas
Aonde o povo chegou e ali ficou Ainda tem o amor que ele encontrou
O Belo Chico acolheu, lhes deu guarida! Fincou sua história em suas margens
Os índios, quilombos e comunidades
O ribeirinho ficou, gostou, gostou Plantaram esperança em suas águas!
Das bençãos, das águas, desse chão
De descanso, passagem e dormida Vem pro Belo Chico! Ver o Belo Chico
Virou nossa morada no grande sertão! Conhecer a nossa história!
Vem pro Belo Chico! Vem pro Belo Chico!
O Ribeirinho chegou, plantou, pescou Quem beber não vai embora!
Viu o rio minguar, faltar comida

O São Francisco é um rio celebrado por seu povo de origem. Sempre houve essa reverência à sua
generosidade e gratidão para com suas dádivas. Por isso, o povo fez do rio também seu banco
de alimentos, de abastecimento de água, sua fonte de cultura, suas lendas, poesias e mistérios.
Entre suas expressões, estão sua musicalidade e suas festas. Dizem na beira do rio que “quem
bebe da água do São Francisco jamais vai embora”. Nós também não.
FICHA TÉCNICA FOTÓGRAFO DO INFINITO Em 2010, João Zinclar (1956 – 2013), o " fotógrafo operário e um operário da fotografia",
como gostava de se apresentar, lançou o livro fotográfico “O Rio São Francisco e as Águas
Concepção da obra:
João das lentes inteligentes no Sertão”, um registro do rio, da cultura do povo ribeirinho e sua luta em defesa do Velho
Roberto Malvezzi (Gogó) / Targino Gondim / Nilton Freittas.
Que dos olhos fez os próprios instrumentos Chico. Alguns das fotografias eternizadas na obra ilustra o CD Belo Chico.
Coordenação Geral do projeto:
Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada E cultivou o belo esculturado
(IRPAA) e Roberto Malvezzi (Gogó). Escondido dos olhares comuns. “ O que me motiva a fotografar é a luta de classes. Antes de ser fotógrafo, sou um
Apoio: Extrativista na coleta de fatos militante. A máquina nada mais é que um instrumento a serviço das mudanças sociais”
Cáritas Internacional da Alemanha/ BMZ.
Escultor das tábuas da memória (João Zinclar).
Articulação Popular São Francisco Vivo.
Redação e pesquisa: Intruso entre os limites do esquecimento
Roberto Malvezzi (Gogó) E o momento em que a ação se faz história.
DIREÇÃO MUSICAL E ARRANJOS: Paciente como o dorso das montanhas
Targino Gondim e Nilton Freittas. Consciente como a gema da semente
Vozes: Idêntico aos relâmpagos reluzentes
Targino Gondim / Nilton Freittas / Roberto Malvezzi (Gogó).
Que disparam os trovões tornando-os fatos;
Participação especial:
Xangai em Preces ao Velho Chico. Simples, cordial e sensato...
Fotografias do encarte: Que em matéria humana era despercebido.
João Zinclar. Astuto, rebelde e atrevido
Fotografias da capa, contracapa e final do encarte: Lançando imagens nas faces das consciências;
Kaio Cads. Se aos olhos não deu trégua nem clemência
Projeto gráfico e ilustrações: Deu aos dedos toda a delicadeza,
William França (Imburanatec Design). E rimou com as imagens: rudeza com beleza
Músicos: Fazendo-as passear de mãos em mãos;
Violões (Nilton Freittas), Sanfonas (Targino Gondim), Bateria
Abriu e cerziu o coração de cada ser sensível.

Foto: Flademir Sant’Anna


(Josivam Xavier), Contra Baixo (Luiz Maya), Percussão
(Juninho), Zabumba (PH Lucas). Terá agora a tarefa mais incrível
Vocais: De fazer algo grandioso e mais bonito:
Ângela Lôpo e Carlinhos Marques. Com os olhos da sensibilidade
Gravação, mixagem e masterização: Viverá por toda a eternidade
Maximize Nature Studio.
Nas fotos que fará pelo infinito.
Técico de gravação, mixagem e masterização:
Gargamel.
Período de gravação: Ademar Bogo – MST
Janeiro a Abril de 2021.
Roberto Malvezzi, compositor, Targino Gondim, sanfoneiro, Nilton Freittas, músico nordestino
escritor, nasceu em Potirendaba, cantor, compositor, nascido em de corpo e alma, nascido em
interior de São Paulo e trabalha Salgueiro, PE, e criado em Juazeiro, Uauá, lá pras bandas de Canudos,
com comunidades do Semiárido BA. O toque suave de sua sanfona sertão baiano, enquanto “o sertão
desde 1980. Está envolvido e a sutileza da sua voz resgatou não virar mar e o mar não virar
pessoalmente com o trabalho o autêntico forró. É um dos sertão”. Compositor, arranjador,
de Convivência com o Semiárido maiores representantes da música instrumentista, admirador
através da ASA. Movimentos Sociais nordestina conteporânea e foi apaixonado de tudo que sua terra
e Pastorais Sociais. Viu na riqueza vencedor do Grammy Latino 2002 tem. Procura imortalizar na sua voz
musical do sertão a possibilidade com sua composição “Esperando e na sua obra o sertão nordestino
de resgatar a convivência com o na Janela”. que carrega na alma.
Semiárido através da música.
MÚSICAS
01. Belo Chico
02. Lágrimas de Iati
03. Sobradinho
04. Boato Ribeirinho
O “Belo Chico” é um projeto musical de autoria conjunta de Targino
05. Matança Gondim, Nilton Freitas e Roberto Malvezzi (Gogó), contextualizado
06. Amor é Rio com o paradigma da Convivência com o Semiárido e enfoque
07. Rio Feliz especial na defesa do Rio São Francisco. Pela sua essência e
finalidade foi incorporado a um projeto executado pelo Instituto
08. Carrancas
Regional da Pequena Agropecuária Apropriada – IRPAA, com viés
09. Prece ao Velho Chico na promoção da segurança hídrica e alimentar, gestão de bens
10. Juamoça naturais, e combate às causas das mudanças climáticas, bem como
11. Juazeiro/Petrolina mitigação e adaptação aos seus efeitos.
12. Meu Rio de São Francisco
13. Arrasta-pé do Belo Chico www.irpaa.org

Participação Especial:
XANGAI

PRODUÇÃO: REALIZAÇÃO: APOIO:

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