Você está na página 1de 13

Revista bimestral

Asjardineiraseossonhos

Peloscamposdasperdizes

As jard in eiras e o s so n h o s

Acontecia a 100 anos no Patrimônio União (Amambai)


EDITORIAL

Eis que surge “OPANDUHY” uminformativo bimestral, dirigido ao publico

estudantil deAmambai eregião.

Onome PANDUHY foi inspirandonocórregoquetemomesmonomeecruzaa

áreaurbanadeAmambai etemsidomotivodecriaçãodepoesias, causos e

publicaçõesdetrabalhosacadêmicos.

Oinformativoreuniráconteúdodirecionadocominformações,dicas,passatempos,

poesias e historia s relacionadas àregiãodo PlanaltodeAmambhay .

Esperemos queaoleremoconteúdodas páginas seguintes, os leitores sejam

instigadosaosconteúdosdaspróximasedições.

Obrigado.
Amambai játeveváriosnomesantesdesetornar MUNICIPIO ?

Ponte VELHA doPondhuy – Essaeraaexpressãoquefoi usadaem


váriosatosdenomeaçãodefuncionáriosda prefeitura de Ponta Porã.

PatrimôniodoPanduy .
POVOADO União
PATRIMÔNIO deAmambahy
PatrimônioUnião.

Onome VILA União TAMBÉM foi usado ematos oficiais, mas era
comumenteusadapelos MORADORES .
PANDUI - Machadinho

̃́Nao pergunte de onde vem essa expressao que nao sei definir. Deve se tratar de mais uma denominaçao indıgena. So
sei que um dia foi um rio e q́ue nesse Panduı ficou minha memoria dos tempos de guri.
́Eta rio formoso que me deu tanto alegria. Foram nas suas aguas que fiz tanta folia, nadando de braçada naquela
represa que parecia uma fortaleza.
́̃Ali...Um dia teve uma usina, mas no meu tempo ja nao s̃e via tal feito, pois, pra mim, isso era coisa de Prefeito e nao era
o melhor de tudo, porque o que importava eram minhas andanças do tempo de criança, quando caminhava horas a
fio, para chegar naquele rio.
Para mim era traquinagem na busca da minha libe ŕdade; saia de casa numa fuga de meio tarde, a pe ou de bicicleta, ia
́em linha reta, ate chegar no matadouro onde tinha o cheiro de couro; era, talvez, minha estreia como calouro, queria
́chegar o mais rapido que podia, para voltar ainda de dia.
Mas, o mel h́or mesmo; era a farra, com a turma que me acompanhava, pois o desvio era inevitavel, por aquela
̂estradinha de areia, que acabava levando ao encontro de sereias, que ali habitavam; naquela zona de alta frequencia,
̂levando a gurizada a demencia, quando apar ecia uma beldade quase sem roupa, conspirando contra minha vontade,
́̃num leve sorriso matreiro e perguntando se alguem tinha dinheiro. Aı vinha o desespero! Nao adiantava ficar muito
̃faceiro, porque “grana” nao era nosso terreiro.
A chegada no rio era triun f́̃al, para mim (naquela epoca), nao existia nada igual. Era como nadar num mar de aguas de
̃́sal. Ou melhor, nao eram aguas salgadas e sim aguas geladas, que se estendiam num vasto canal, que trazia suspiro
̂́ante aquele fenomeno colossal, porque tambem se ouvi á os ruıdos que pareciam estampidos, que vinham da
̃cachoeira exigente, que balançava o coraçao da gente. Olhava aquele espelho verde que sinalizava como convite, era a
parte mais profunda que me permitia um vasto mergulho, assim me despia das roupas poeire ntas e logo exibia o
̃́calçao de nailon - t̃ao frouxo - com alguns traços de roxo e, me atirava com tudo, chegava a ficar mudo, pelo pulo
́indomavel, que me arremessava nas aguas naquele mergulho profundo.
Nas braçadas ligeiras ouvia os alaridos e os gritos q ue vinham em coro. Era uma torcida demente que se
movia d̃esafiante, tripudiando meu gesto, pois todos se achavam acima da razao -era uma disputa sadia – mas cheia
́de valentia. As vezes alguem caia -machucando o corpo - m ́ as nada disso era obstaculo para int erromper o éspetaculo,
́porque era a alma que brincava naquelas aguas turvas mesmo com o perigo - d́e la emcasa - levar aquela surra!!!
Rio que banhou nossas vidas. Aguas que levavam nossos pais a se aproveitar de nossa ingenuidade, tirando -nos da
cidade, p ãra nos levar ao melhor rio do mundo, pois seus carros estavam imundos. Os jipoes desciam tracionados.
́̃Alguns ate ficavam atolados. Mas nao havia dificuldade, tudo era resolvido com simplicidade; aos empurroes e gritos
os carros barulhentos iam se livrando d́a lama e nos ficando com a fama. Eram os garotos que se afundavam nas aguas
́e que venciam suas correntezas, atraves de tantas proezas.
́Hoje tudo se apagou. So nossa memoria ficou de um passado distante. Nada e mais como antes. Tive grande desgosto
ao ver ńosso saudoso Panduı. Suas aguas sumiram. Evaporaram -se nos tempos. Tudo passou como o vento. Os
́̃̂homens destruıram seus encantos com sua sede de ganho. Tudo nao passou de um sonho de infancia. Talvez seja a
̂̃́ganancia. Nao sei bem! Talvez nao valha um vinte m!
̃́Nao e justo fazer isso com a natureza, destruindo nossa represa.
́Ja e hora de despertar e acordar desse pesadelo.
́Nossas aguas merecemnosso zelo.
PELOS CAMPOS DAS PERDIZES
(por Brasil Andrade Holsbach)

A p e r s e g u ir u m i d e a l
n u m r io la r gcoo, r a n i l,
d e z m i l a lm a s d o B r a s i l
v ã o p r o e s p a ç o s id e r a l!

T a n to b u c h o f o i f u r a d o
n o m e u R io G r a n d e d o S u l
q u e a té a c o r d o r io a z u l Cessa a briga em Amambai
s e t o r n o u d e s f i g u.r a d a um amor de coração
que gerou filhos felizes.

Sob o cetro de Deus -Pai


vira Patrimônio União
campos que eram das perdizes!

Brasil Andrade Holsbach

“Entre 1893 e 1895, o Sul do Brasil foi palco de uma sangrenta guerra civil, que resultou em mais
de 10 mil mortos. ‘Pica -Paus’ e ‘Maragatos’ lutaram pelo poder, arrastando para o conflito
multidões de soldados do Exército, milícias privadas, peões de estâncias, alguns idealistas e
uma grande massa de oportunistas”.

(Contracapa de PICA -PAUS E MARAGATOS – A MAIS SANGRENTA GUERRA CIVIL


BRASILEIRA, Renato Mocellin – Conceito, Curitiba, 2014)
Complete com as palavras:

Município
Velha
Povoado
Patrimônio
Moradores
Também A

Vila
M

I
Acontecia a 100 anos no Patrimônio União (Amambai)
Observador.

Fiscal do porvir da noite.


Atento ás sombras do breu.
Lá ficava ele na espreita dos mistérios da noite.
Em busca de visões sombrias dos becos noturnos.
Embalado nas visões grotescas do lusco-fusco.
Permanecia sonâmbulo pelo apetite voraz de conhecer os
vultos de movimentos escuros.
Era repórter da visão periférica exercitada pela imaginação
do anseio popular.
Era coletor de dados assimétricos que os mitos do escuro
produziam na mente humana.
Esse foi GENÉSIO.
Aquele que desvendou as metamorfoses de medo do
escuro.
Que na ficção popular transformou-se em lenda noturna.
Até lobisomem ele foi!
Transformou-se no mais afamado dos homens- bichos da
cidade.
Foi imaginação linda de um povo!
Porque foi presente no dia a dia de seu ponto de encontros
matinais.
Dava o seu bom dia informando episódios noturnos.
Por isso ganhou fama esotérica.
Foi símbolo do folclore de uma cidade.
GENÉSIO vive em nossa memória!
Ass Hélio Machado
A curiosidade é um atributo que, quando bem trabalhada, traz grandes benefícios,
como:
DIMINUI ERROS:
Diminuição de erros é um grande atributo que a curiosidade proporciona. Porque através dela,
buscamos informações e fatos para diversos tipos de situações, casos, problemas, entre tantas
outras coisas.
FORTALECER A INTELIGÊNCIA:
Estudos apontam que a curiosidade é um importante atributo para contribuir na inteligência das
pessoas. Que começa na infância, mas que continua se desenvolvendo até a vida adulta.
AUMENTA A ENERGIA:
Ainda, pessoas curiosas apresentam uma energia mais elevada. Dessa maneira, são mais
motivadas e engajadas no dia a dia.
INCENTIVA A CRIATIVIDADE
Ao mesmo tempo, a curiosidade faz com que a criatividade das pessoas seja trabalh ada e
explorada. Assim, mais ideias e soluções aparecem e são trabalhadas.
COMPREENSÃO
Da mesma maneira, a curiosidade faz com que as pessoas se coloquem no lugar dos outros e
entender seus respectivos pontos de vista.
Assim, acabam se interessando pelas i deias dos demais. Ao mesmo tempo, trabalham de uma
maneira mais eficaz e harmônica, reduzindo possíveis conflitos. Já que acabam se concentrando
não só na sua perspectiva, mas nas dos outros também.
MELHORA O DESEMPENHO
Dessa maneira, o desempenho e produtividade dessas pessoas acabam sendo bem maiores. Como
resultado, a performance dessas pessoas pode até influenciar e motivar os outros ao seu redor.
PORTANTO SEJA CURIOSO, PERGUNTE, PESQUISE!
AS JARDINEIRAS E OS SONHOS
Para as nossas crianças de hoje é difícil para elas imaginarem que
havia um ônibus com um bagageiro em cima e as malas vinham
amarradas e às vezes traziam até animais, mais esse antigo meio
de transporte além de transportar as pessoas, transportavam
tambémsonhos emuma região que começava a se desenvolver.
Cada viagemera umato inesquecível, poeira entrava porta adentro,
pois eramsem janelas, outras vezes a lama que, desafiando os que
teimavam passar pelas estreitas estradas que rumavam para Ponta
Porã ou para Sacaron (Iguatemi ).
As jardineiras eram o único meio de contato com o resto do Brasil, traziam cartas de
parentes assim como encomendas.
Jardineiras de Silo Vargas, os ônibus do Darci Salgueiro, homens que desafiavam todos
os tipos de obstáculos para transportarem, sonhos .
A cada pedaço de estrada um verdadeiro desafio, que ao final era até festejado depois
de sair de um atoleiro por exemplo .
A dificuldade no trajeto era tanta que a pequena viagem de 90 quilômetros para Ponta
Porã, hoje dura -se 1 hora, anos atrás em dia d e sol, demorava -se no mínimo 6 horas,
com a velocidade máxima de 40 km por hora e aos dias chuvosos sem previsão de
chegada.
Depoisdeanosemestradasempoeiradas,pedras,pontesdemadeira,eisquesurgea
rodoviaGuaíraPorã,cortandooConeSul,easimtambémveioamodernidadesdos
ônibusquenosdiasdehojesãoconfortáveiseaquelajardineiracombagageiroem
cimaé coisadecausos,históriaselembranças,porsinalbelaslembrançasdostempos
dourados,ondeasparadasparaocafezinhosejanoPontoAlto,noTagíoumesmono
BulichoSecosetornavampontosdeencontros.

Você também pode gostar