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O Papel do Enfermeiro na Assistência de Saúde

ao paciente com diagnóstico de Psicose Puerperal.


Matias, Alcione Da Silva Leandro ¹; Torquato, Amanda de Sousa¹; Silveira, Carini¹; Dornelas, Giovanna Miguel¹; Ronqui, Isabella Christina¹; Bispo, Josué de
Menezes¹; Leal, Naomy de Cristo Leal¹; Lopes, Rebeca Valentim¹; Marreira, Marcelo².
1. Graduandos do curso de Enfermagem da Universidade Nove de Julho – UNINOVE
2. Docente do curso de Enfermagem da Universidade Nove de Julho - UNINOVE

INTRODUÇÃO Os sinais iniciais de PP são identificados pela euforia, irritabilidade,


compulsão para falar e emissão de frases sem sentido (logorréia), agitação e
A gestação e o puerpério são as fases de maior vulnerabilidade da mulher frente à dificuldades para dormir. Na sequência, aparecem sintomas como delírios,
ocorrência de transtornos mentais, principalmente depressão e psicose puerperal. mania de perseguição, alucinações, desorientação, confusão mental,
São ocorrências de exímia importância para a saúde feminina, mas nem sempre perplexidade e despersonalização.1
contam com estatísticas precisas, que resultem em políticas públicas de prevenção Delírio apresenta-se através de alguns aspectos como: alteração de atenção e
e promoção da estabilidade psicológica e emocional da gestante e da puérpera.1 concentração; distúrbios cognitivos (desorientação, memória e percepção).
Puerpério é a terminologia médica que se refere ao período, cronologicamente Já alucinação é definida como experiências sensoriais que não estão
variável, na vida da mulher após dar à luz, que pode, ou não, vir acompanhado de realmente presentes (vozes, imagens), em vista que, ilusão se trata de
alterações clínicas designadas pelos transtornos puerperais, sendo um deles a distorções de interpretações da realidade.3
Psicose Puerperal(PP).2 Frente a um diagnóstico de PP, a internação da mãe se faz necessária, a
A PP é a forma mais séria, felizmente rara (1 caso em 500 mil nascimentos), de conduta medicamentosa rotineiramente será realizada através de
enfermidade depressiva após o parto. Ocorre logo no início do primeiro mês, de antipsicóticos, estabilizantes de humor e, em pontuais casos,
forma abrupta, caracterizada por depressão profunda, mudanças extremas de eletroconvulsoterapia. Após ser iniciado o tratamento com os fármacos, a
humor, possivelmente decorrente de transtorno bipolar, e alterações do amamentação deve ser suspendida pelo fato dos mesmos serem excretados
pensamento e senso percepção levando a quadros de delírios e alucinação.1 no leite materno, diminuindo assim a eficácia do tratamento. Já quanto a
A conduta infanticida nesse caso é descrita como a morte do próprio filho eletroconvulsoterapia é utilizada quando os tratamentos rotineiros não
nascente ou recém-nascido pela mãe. No direito pátrio ele é tratado como surtem efeito, sendo bastante eficiente e de rápido resultado.1
homicídio privilegiado, em razão da circunstância psicológica, o que acaba por Através da Reforma Psiquiátrica e a proposta de intersetorialidade do Sistema
influenciar na imputabilidade da mulher.2 Único de Saúde (SUS), os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), vêm
Sabendo tratar-se de um evento raro e embora a literatura careça de trabalhos incorporando e acolhendo a grande demanda de mulheres vítimas de
sobre a PP, seu diagnóstico é de extrema importância, pois interfere na segurança transtornos psiquiátricos maternos. A Estratégia de Saúde da Família,
tanto da mãe quanto do bebê. Ela interfere em toda a estrutura familiar, pois os fundamentada no princípio da integralidade, a exemplo de outras iniciativas,
sentimentos ambivalentes em relação à maternidade, inerente a ela, estão fornece recursos para que já no pré-natal se faça presente à problemática da
expostos e exagerados. A mãe pode ver a criança como algo diabólico, ou ainda PP. Sendo assim, é da competência dos profissionais de saúde, em especial,
não a reconhecer como filho, sendo assim diante do exposto este trabalho visa do enfermeiro, não apenas uma atuação clínica na identificação e tratamento
apresentar uma definição de conceitos sobre psicose puerperal, além disso, o desses casos, mas também a humanização do cuidado e a disponibilização de
papel do enfermeiro na assistência de pacientes diagnosticados com PP. educação em saúde na vivência da PP.4
OBJETIVO Casos de Psicose Puerperal
Gráfico 2- Gráfico Casos Psicose Puerperal .
Realizar um Levantamento Bibliográfico de conceitos sobre Psicose Puerperal e o Fonte: Autores
5%
papel do Enfermeiro na Assistência ao paciente diagnosticado com psicose 15%
puerperal.

MÉTODO
O desenvolvimento deste trabalho deu-se através da busca de artigos científicos
sobre o papel do enfermeiro na assistência ao paciente com diagnóstico de psicose
puerperal, através da base de dados Scielo e Google Acadêmico e Cofen (Conselho 80%
Federal de Enfermagem). Os descritores utilizados foram “Enfermeiro”,
“Assistência” e “Psicose Puerperal”. Foram incluídos artigos de Língua Portuguesa e
Espanhola, que compreenderam os anos de 2010 a 2018. CURA FREQUENTE ESQUIZOFRÊNIA OUTROS

CONSIDERAÇÕES FINAIS
DESENVOLVIMENTO
De acordo com os estudos levantados entende-se que o puerpério é uma fase
A PP comumente se apresenta através da fragilidade da mulher, diante de onde a mulher encontra-se vulnerável a desenvolver transtornos mentais, por
circunstâncias afetivas, sendo o parto o fator estimulador, principalmente se o tratar-se de um período de maior fragilidade devido as grandes alterações
mesmo obtiver intercorrências que possam causar traumas e sofrimento a hormonais sofridas pela mesma. O principal intuito deste trabalho foi trazer
mesma.1 conhecimento e informações acerca do tema proposto, e ainda frisar a
Dentre todos os transtornos puerperais o mais citado é a depressão pós-parto importância da consulta de enfermagem mediante um diagnóstico de psicose
tendo em vista o maior número de mulheres acometidas deste evento logo após o puerperal.
nascimento de seus filhos.2 A consulta de enfermagem é assegurada pela Lei do COFEN (Conselho
Incidência de Transtornos na Federal de Enfermagem) 7.498/86, Artigo 11 e dispõem que o enfermeiro
Gravidez esta habilitado à realizar a consulta bem como o acompanhamento de pré
Gráfico 1- Gráfico Incidência de Transtornos na Gravidez . natal de baixo risco, e ainda solicitar os exames necessários para o mesmo.
Fonte: Autores
398.700 Sendo assim, diante do exposto fica evidente que o enfermeiro é
400.000
350.000 indispensável, pois, através do trabalho humanístico e escuta qualificada, é
300.000 possível desenvolver o vínculo entre o enfermeiro e a puérpera, facilitando a
250.000 detecção de sinais e sintomas relacionados a psicose puerperal, auxiliando
200.000 então para um diagnóstico precoce da mesma; e intervenções necessárias;
150.000 100.000 minimizando assim os riscos ao binômio.
100.000
50.000 REFERÊNCIAS
0 1.300 1.Aguiar CS. A Atuação do Enfermeiro nas Situações de Psicose Puerperal. In: Anais do 2. Simpósio de Trabalhos de
Conclusão de Curso. Seminário de Iniciação Científica ; 2016; São Paulo, Brasil. São Paulo: Instituto do Câncer de Estado
Depressão de São Paulo - ICESP. 2016. p.1685-1694.

Pós Parto Gestação


Normativa Psicose 2.Lopes LA. Infanticídio: uma análise acerca da punibilidade da mãe no puerpério. Brasília – DF. Monografia [Graduação em
Direito] – Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Centro Universitário de Brasília – UniCEUB; 2017.
Puerperal
3.Fonseca VC. Psicosis Postparto (Postpartum psycohosis). Rev. Médica Sinergia. [Internet] 2018;8(3): 7-12.

Depressão Pós Parto Gestação Normativa 4. Silva FCS, Araújo TM, Araújo MFM, Carvalho CML, Caetano JA. Depressão pós-parto em puérperas: conhecendo
interações entre mãe, filho e família. Acta Paul. Enferm. [Internet]. 2010; 23( 3 ): 411-416.
Psicose Puerperal

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