O poema descreve a criação de um elefante de papelão pelo poeta para trazer alegria a um mundo cético. Apesar de ser frágil, o elefante sai para procurar amigos, mas as pessoas o ignoram. À noite, cansado por não ter encontrado o que procurava, o elefante desmonta.
O poema descreve a criação de um elefante de papelão pelo poeta para trazer alegria a um mundo cético. Apesar de ser frágil, o elefante sai para procurar amigos, mas as pessoas o ignoram. À noite, cansado por não ter encontrado o que procurava, o elefante desmonta.
O poema descreve a criação de um elefante de papelão pelo poeta para trazer alegria a um mundo cético. Apesar de ser frágil, o elefante sai para procurar amigos, mas as pessoas o ignoram. À noite, cansado por não ter encontrado o que procurava, o elefante desmonta.
de meus poucos recursos. que já não crê em bichos Um tanto de madeira e duvida das coisas. tirado a velhos móveis Ei-lo, massa imponente talvez lhe dê apoio. e frágil, que se abana E o encho de algodão, e move lentamente de paina, de doçura. a pele costurada A cola vai fixar onde há flores de pano suas orelhas pensas. e nuvens, alusões A tromba se enovela, a um mundo mais poético é a parte mais feliz onde o amor reagrupa de sua arquitetura. as formas naturais.
Mas há também as presas, Vai o meu elefante
dessa matéria pura pela rua povoada, que não sei figurar. mas não o querem ver Tão alva essa riqueza nem mesmo para rir a espojar-se nos circos da cauda que ameaça sem perda ou corrupção. deixá-lo ir sozinho. E há por fim os olhos, onde se deposita É todo graça, embora a parte do elefante as pernas não ajudem mais fluida e permanente, e seu ventre balofo alheia a toda fraude. se arrisque a desabar ao mais leve empurrão. Eis o meu pobre elefante Mostra com elegância pronto para sair sua mínima vida, à procura de amigos e não há cidade alma que se disponha ignoram, a recolher em si pois só ousam mostrar-se desse corpo sensível sob a paz das cortinas a fugitiva imagem, à pálpebra cerrada. o passo desastrado mas faminto e tocante. E já tarde da noite volta meu elefante, Mas faminto de seres mas volta fatigado, e situações patéticas, as patas vacilantes de encontros ao luar se desmancham no pó. no mais profundo oceano, Ele não encontrou sob a raiz das árvores o de que carecia, ou no seio das conchas, o de que carecemos, de luzes que não cegam eu e meu elefante, e brilham através em que amo disfarçar-me. dos troncos mais espessos. Exausto de pesquisa, Esse passo que vai caiu-lhe o vasto engenho sem esmagar as plantas como simples papel. no campo de batalha, A cola se dissolve à procura de sítios, e todo o seu conteúdo segredos, episódios de perdão, de carícia, não contados em livro, de pluma, de algodão, de que apenas o vento, jorra sobre o tapete, as folhas, a formiga qual mito desmontado. reconhecem o talhe, Amanhã recomeço. mas que os homens
https://www.youtube.com/watch?v=TkXECx0ZwMU (vídeo com Adriana Calcanhoto)