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Deus nos prepara

(Baú de Memórias)

Já contei em meu artigo intitulado “Chapeuzinho Vermelho e o Dentista


Alemão” como Deus me tem preparado para as tribulações que estão para surgir
em minha vida. Ele sempre me concede um dia de glória e felicidade, antes que
uma tormenta caia sobre mim. É como se estivesse dizendo : “filha, agüenta firme,
que eu te amo, apesar da tua maldade”.
No Domingo, 08/08/1982, entrei, como convidada especial, na Igreja
Presbiteriana do Calvário, em São Paulo, para assistir à posse, em segundo
mandato, do Dr. Paulo Breda, como Presidente do Supremo Concílio da Igreja
Presbiteriana do Brasil. Cheguei atrasada, sentei numa das últimas filas de bancos
e assisti àquele culto monumental, que me deixou jubilosa e edificada. O hino que
me marcou naquele culto solene foi “Louvando a Deus” e nunca mais o esqueci,
tanto que ele se tornou o meu favorito dos favoritos. No final do culto, quando o
Dr. Paulo Breda vinha em procissão, com todos os altos dignitários da Igreja,
parou em frente ao lugar onde eu estava sentada e me cumprimentou
cordialmente, como se eu fosse a pessoa mais importante entre os convidados.
Fiquei embaraçada, mas verifiquei que aquele era um momento de glória em
minha vida.
No Domingo seguinte, exatamente na hora em que eu havia recebido
aquele maravilhoso cumprimento, encontrei meu marido morto em nosso
laboratório (enfarte fulminante). Sofri muito, mas entendi que Deus me havia
preparado para aquele acontecimento funesto e orei, cheia de força espiritual:
“Senhor, sei que todas as coisas contribuem juntamente para o bem dos que te
amam, portanto aceito a tua vontade soberana” (Romanos 8:28). Até hoje não
me arrependo de ter aceitado com resignação a vontade de Deus, naquele dia
trágico de minha vida.
O segundo exemplo foi o de minha chegada em Berlim, no dia 12/02/01,
quando fui recebida com flores, por uma recepcionista linda, e com muita alegria,
pela família e amigos.
Dois dias depois, tive uma dor de dente insuportável, precisei pagar ao
dentista alemão, que me atendeu, mais do triplo do que pagaria ao meu dentista
no Brasil, visto como a Seguradora Suíça, da qual eu tinha um seguro de saúde,
não foi aceita como fiadora, e nem me devolveria o valor aqui no Brasil. Contudo,
Deus me havia preparado para essa tribulação.
Hoje de manhã não pude ir à Igreja. Havia mandado costurar um vestido
cor de rosa, muito lindo, com ramalhetes em cores discretas. Pretendia estrear
uma sandália nova trazida da Alemanha, pois estava tão feliz que desejava
agradecer a Deus por todas as bênçãos que Ele tem-me concedido na vida. Mas
não pude. À noite, quando comia um sanduíche de atum com fatias de laranja,
meu dente canino superior quebrou, fiquei banguela e feia. A princípio eu quis
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chorar, me descabelar, mas logo pensei: “o que é um dentinho quebrado, quando


já se passou dos 70 aos de idade? Ainda nem precisei colocar uma prótese, como
muita gente faz aos 40 anos!
Sentei no computador e escrevi uma história ( Abraão, o Inconformado),
que já enviei como mensagem de Páscoa aos amigos e irmãos na fé. Respondi 14
mensagens na Internet e fui dormir cedo, coisa que raramente tenho podido fazer,
ultimamente. Uma coisa é certa. Não posso sair de casa hoje, feia como estou,
mas me sinto feliz. Sei que o meu Redentor vive. Sei que serei julgada no Tribunal
de Cristo (2 Coríntios 5:10), quando minhas obras de palha vão queimar todas,
mas sairei ilesa (1 Coríntios 3:13-15), lavada como sou pelo sangue precioso do
Cordeiro. Então, viverei na eternidade, junto com Ele e os santos. Jesus
ressuscitou! Aleluia! Ele vive! Portanto, bendito, louvado, exaltado e adorado seja
o Nome do Senhor Jesus Cristo, nosso grande Deus e Salvador eterno!

Mary Schultze
Domingo de Páscoa, 2001.

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