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Conformaao Plastica Sanguinettipdf PDF Free
Conformaao Plastica Sanguinettipdf PDF Free
Editora ~
Unlversitária
' WUFPE
2ª EDIÇÃO
Uoiversld~de Federal de 1'11mambuco
Reitor: Prof. Amaro Henrique Pessoa Uns
Vice-·Reitor: Prof. Gilson Edmar Gonçalves e Silva
Ol reLOr~ da Editora: Prof' Maria Jose de Matos luoa
Comissão Editorial
Presidente: Prof' Maria José de Matos Luna
Titulares: André Luiz de hllranda Martins, Artur Stamford, Christlne Paulette 'rlles IMino,
Elba Lúcia C. de Amorim, Emanuel Souto da Mota Silveira) José Dias dos Santos, José
Wellington Rocha Tabosa, .Maria do Carmo de Barros Pimentet, Lívia Sua.ssuna. Marcos
Gllson Gomes feftosa, Marlos de Barros 1'11ssoa, Sõnla Sooza Melo C~v~lcantl de
Albuquerque
Suplentes: Alexandre Simão de Freitas, Arnaldo Manoel 1'11rei r~ Carneiro, Augusto César
CONFORMAÇÃO PLÁSTICA Pessoa Santiago, Benkio de Barros Neto, Bruno César Machado GaUndo, Carlos Alberto
Cunha Miranda, Carlos 5androni, lvandro da Costa Sales, Josê GUdo de Lima, Lt.Jiz Cartos
Miranda, Vera Llicla Menezes Lima, Zanoní Carvalho da Silva
Fundamentos Metalúrgicos e Mecânicos
Editores Executivos: Chrlstlne Paulene Yves, Oênls Bemardes, André Lulz de Miranda
Martins
Créditos
Revisor: o autor
Ilustração: Raphai!l Sanguineni
Capa e Projeto Gráfico: EdUFPE
..... ·--·-....
Ricardo Artur Sanguinetti Ferreira ,..........._
Inclui bibliografia.
ISBN: 978·85·7315·793·2 (broch.)
Edi1ora ~ TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida_a reprodução total ou parc.at, por qualquer melo ou processo,
Universititri~UFPE
espeçit~lmen te por sistemA$ gráfic;Qs. mic;rofilmic;O$, fotogrâtkos. repcogrMkos, f(lfl()lt'áfkos e
v)deográficos. Vedada a mem01ttaçâo é/ou a récuperaç.ão total ou parcia1 e:m qualquer ~istema de
Recife - 201 O processamento de dados e a IOOusão de qua lqt~er pane da obra em qualquer programa jusdbemétko.
Essas proibições illplic;am·se tambem àsc;arac;teristic;asgráficas da obra eâ sua editoraçao.
Conformação Plástica
Fundamentos Metalúrgicos e
Mecânicos
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A Raphael Sanguinetti pelas horas que lhe tomei para que fizesse
alguns dos desenhos em autocad que tão bem ilustram as páginas
deste livro.
Capítulo 4: _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 123
Forjamento
Capítulo 1: 4.1 Introdução
A metalurgia da deformação _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 19 4.2 Modos de forjamento
4.2.1 Forjamento livre
1. 1 Introdução 4.2.2 Forjamento em matrizes
1. 2 Deformação plástica em manacristais 4.3 Equipamentos de forjamento
1.3 Sistema.s de deslizamento 4.4 Taxa de deformação
1.4 Tensão de cisalhamenta teórica 4.5 Cálculo estimativo dos esforços na forjamento
1. 5 Discordâncias numa rede cristalina 4.6 Tensões induzidas no forjamento
1.6 A mobilidade das discordâncias nas cristais 4.7 Tensões residuais
1.7 lnteração entre discordâncias 4.8 Defeitos de forjamento
1.8 O encruamento nas monacristais 4.9 Forjamento de pré-formas (metalurgia do pó)
1.9 ln te ração de discordâncias com partículas 4.5 Exercícios propostos
1. 1O Exercícios propostos
Capítulo 5:
Extrusão _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 147
Capitulo 2:
Aspectos metalúrgicos da mecânica do contínuo _ _ _ _ 53 5.1 Introdução
5.2 Tipos de extrusão
2.1 Introdução 5.3 Matrizes de extrusão
2.2 Influência dos contornos dos grãos 5.4 Outros tipos de extrusão
2.3 Influência do tamanho dos grãos 5.4.1 Extrusão par impacta
2.4 Trabalhabilidade dos metais e ligas 5.4.2 Extrusão de pré-forma ou pó metálico
2.5 Limites de temperatura nos processos de conformação 5.4.3 Extrusão de revestimento para fios e arames
2. 5 Tensão de escoamento nos processos de conformação 5.4.4 Extrusãa de tubos ou peças vazadas
2. 6 Condições de escoamento 5.4.5Extrusão hidrostática
2. 7 Critérios de Von Mises 5.4.6 Extrusão em canal angular
2.8 Escoamento anisotrópico 5.5 Lubrificação na extrusão
2. 9 Exercícios propostos 5.6 Estimativa de esforços na extrusão
5.7 Taxa de deformação na extrusão
Capítulo 3: 5.8 Defeitos de extrudados
Cálculo de esforços nos processos de conformação _ _ _ 81 5. 9 Exercícios propostos
Capítulo 7:
Laminação _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ 193
7. 1 Introdução
7.2 Tipos de laminadores
7. 3 Controle de laminadores
7.4 Aspectos geométrícos da laminação
7. 5 Considerações sobre o ponto neutro
7.6 Tração avante e tração a ré
7.7 Taxa de deformação na laminação
7.8 Defeitos de laminação
7.9 Lubrificação na laminação.
7.1 OApêndice
7.11 Exercícios propostos
Capítulo 8:
Conformação de chapas - - - - - - - - - - - - - 219
8. 1 Introdução
8.2 Operações unitárias para conformação de chapas
8.2.1 Corte
8.2.2 Dobramento
8.2.2.1 Efeito mola no dobramento
8.2.2.2 Esforços no dobramento
8.2.3 Estiramento
8. 3 Processos de conformação de chapas
8.3.1 Repuxamento
8.3.2 Processo Guerin
8.3.3 Conformação por explosão
8.3.4 Embutimento
8.4 Exercícios propostos
tecnologias têm surgido nos últimos anos como a extrusilo em cano I
CFC ccc
Figura 1.2 Plano atômico com maior fator de compactação. [111 1 11101 t1101 11111
l'-..
I)
' t---t--
--""'
Figura 1.6. Variante da rede CCC Figura 1.7. Variante da rede CCC ........
{112}/[111]. (123}/[111]. l( /
Plano Piramidal (I ~ csp.)
fiOÍij JlllOI
.
Pluno Parúmada1 (2 C'ip.)
{IIÍI) 1?1
O sistema hexagonal tem um plano compacto em sua bases cada
plano basal {0001 } tem três dircç.õcs compactas [ 1120]. Portanto. este
sistema ap!esenta apenas três sistemas de deslizamento do tipo Figura 1.10. Variante piramidal de Figura 1.11. Variante piramidal de
{000 I}/[ 1120], confom1e pode ser visto na figura 1.8. Outras variantes I' espêcie. 2' espécie.
também podem ser observadas na rede HC. onde os planos prismáticos
(fig.:.1.9) ou piramidais (fig. 1.10 e 1.11), contendo a direção compacta 1.4 Tensão de Cisalhamento Teórica
[ 1120], atuam como planos de deslizamento.
Considere um cristal hipotético de base b c altura a sendo
cisalhado por umà tensão t , confom1e mostrado na figura l.l2.
Admitindo-se como restrição ao movimento apenas as interações
eletrostáticas produzidas pelas ligações metálicas, pode-se diz,er que a figura I. I 4 mostra, esquematicamente, o sentido das reações ao
tensão de cisalhameoto necessária ao deslocamento de um plano sobre o cisa.lbamento.
outro tem um comportamento aparentemente scnoidal (tig. 1.13),
conforme será discutido. o 1 2
1•••• • • - •mm•••••••• I- · -•••••••••••••••••- !
t
Eq. 1.2
O
o
O
t
O O O OO O O ii>O
00
o
o
O vetor de Burgers mede a falha de
tedmnento de um circuito no
sentido horário: fim (/) -> inicio (i)
Se acompanharmos atentamente a linha que liga os diversos Se iniciarmos o circuito num pomo da re-de cristalina (i),
círculos que representam os átomos do modelo anterior (fig. 1.17), traçando-se num sentido horário uma tmjetória, percorrendo-se em cada
veremos que ela descreve uma trajetória em hélice em torno da linha de direçào urn mesmo número de átomos, veremos que, ao final do caminho
discordância. (f), o circuito não foi fechado. O vctor de Burgcrs mede, portanto, a falha
no fechamento do circuito, sendo orientado no sentido do fm1 (/) para o
início (i) do circuito traçado.
O vetor de Burgers é especificado através de suas componentes
nos eixos crista lográtlcos da célula unitária. Portanto, sua direçào é
expressa através dos índices de Miller da própria direção c seu módulo,
que também depende destes indice-s, é dado pela equação 1.8.
Eq. 1.8
Numa interação entre discordâncias, a soma dos vetores de Figura 1.20 Mecanismo de macJação numa rede cristalina.
Burgers é feita considerando-se algebricamente os componentes
correspondentes. Tomemos como exemplo duas discordâncias da rede As mudanças de orientação cristalina. resultantes da maclação.
cúbica de face centrada (CFC) contidas em planos I I I I } c que imteragem poderão reorientar o deslizamento para uma dircção mais próxima ao
entre si, segundo a reação: b 1 + b2 ; ao/2[1 10] + ad2[1LO] ; ao[I OO]. Esta carregamento externo. Os fatores que favorecem a maclação são as baixas
é uma discordância em cunha de módulo unitário, que pode está contida temperaturas e as altas taxas de deformação; pois ambos restringem o
no plano (O I0). Em qualquer que seja a reação entre discoTdâncias, deslizamento devido ao aumento da tensão de cisalhameoto crítica. lsto
associação ou dissociaç-ão, a soma dos componentes deve ser feita em explica o fato da maclação só ocorrer nos metais recozidos cm baixas
função dos vctores unitários comuns. Por exemplo; ao invés de escrever- temperaturas, bem abaixo de zero ("C). A tabela l.l mostro os planos e
se a rcação ao/3[1 12] + ao/6[1 li], ela deve ser escrita a0!6[224] + direções de maclaç:io para alguns metais de diferentes estruturas
~6[1l Í ], cuja resultante é ao/6[333] que equivale à ad2[l l l]. Estes cristalinas.
conceitos são impot1antes para eotendennos os próximos parágrafos.
Tabela 1.1 Planos e direções de maclação de metais
1. 6 Maclação EstrunJrd Elemento Plano Direção
ccc et-Fe, Ta (112) [l i I]
A maclação é um dos mecanismos de deformação plástica de HC Zn. Cd. Mg. «·Ti (JOÍ2) (JOI I]
grande importância para os metais, cmboro não seja tão comum como o CFC Ag, Au, Cu ( I I I) [ 112]
1. 7 A Mobilidade das Discordâncias nos Cristais acordo a figura 1.21 a reuçilo de dissociação b,- b.,+b! pode ser
justificada analiticamente pela equação I .li
As discordâncias de maior mobilidade nos cristais verdadeiros
são aquelas que demandam a menor energia para a sua translação num Eq. 1.11
plano de deslizamento. ::-!estas discordâncias. o vetor de Burgcrs aponta
para uma dircção compacta, nonnalmcnte, para aquela que tiver um
alinhamento mais próximo ao carregamento externo. Os três tipos de
estrutura cristalina mais comuns nos metais e ligas têm seus sistemas de 1 I 21
deslizamento fácil e direção do vetor de Burgers dados pela ta bel a 1.2.
~
corpo centrado (CCC), a discordância resultante não terá nenhuma
mobilidade (bloqueada).
/ /
(I l O (110)
/\ p \
v 1/
(010) I
•
o,[IOI]
Fig. 1.24 - Discordancias
ascendentes numa rede cúbic4 de
Fig. 1.25 - Representaçâo
esquemática da interaçâo enrre
CO<JlO centrado (CCC). di<~eordância.~ da rede CCC.
a,[IOO]
(010) 1
Fig. 1.26 - Di~cordnnciaq cm Fig. 1.27 Representação Figura 1.28 Barreira de Lomcr-Cottrcll
cunba numn rede cúbica de fnce esquemática dn intemção entre
ccntrodo (C'FC). discordâncias dn rede C' PC. A discordância rcsuluul[e é do tipo "cm cunha'', cstlt contida no
plano (001) e é dada pela rcação 1.15. A discordância ao'2[110] é
denominada de barreira Lomer-Cotirell, tem mobilidade limitada e só
Observe que, sob a ação deste mesmo esforço externo('{) paralelo poderá ser deslocada!> com nltas tensões. normalmente produzidas por
à direçào[IOO], outros sistemas de desli7.amento da red~ CFC poderiam deformações severas.
ser ativados. Por exemplo, as discordâncias ao'2 (I OI) e ao/2 (I OI]
contidas nos planos (II I) e ( lll ). respecth':lmente, demandariam o
mesmo e~ forço para o deslocamento.
00
2
[1oi]+ 2 [011]= 2 [110]
00 00
Eq.l.l5
Que tipo de interação ocorreria com a!> duas discordâncias em
cunha <I()Í2 [lOi) e aot2(1JO), ambas contidas no plano (III}? l'ode-se
veri ficar faci lmente que a associa;ào não é possível, uma vez que a
discordância resultante (lbJI 1 > [b,J + [b 111) tem uma energia de superior 1.8.3 Rede Hexagonal Compacta
às energias das duas discordâncias que lhe deram origem.
Vamos considerar agom duas discordâncias contidas em planos Confonnc foi visto anteriormente na tabela 1.1. o plano basal de
{II I} que se interceptam durante um dcsli7.<unento duplex. As um cristal H_C é um plano compacto c o deslizamento fácil ocorr~ nas
discordâncias poderão intemgir através de alguma rcação. desde que dircç~es [1120). Considere as duas discordâncias cm cunha ao'3[1120) c
sejam paralelas à interseção entre os planos. A discordância resultante ao/3[2110) mostradas na figuf!!J.29 sendo deslocadas por açào de uma
terá mobilidade sua limitada c é denominada de barreira de Lomcr- tensão T paralela à dircçâo [ 121 0]. A rcaçào resultante da associação
Conttrcll (fig. 1.28). Sejam ao'2 [I OJ) e ao'2 [O li] as discordâncias b,- bz+b1 (fig. 1.30) é da pela equação 1.16.
contidas nos planos (III) e ( 11 i). respectivamente. De acordo_com a
figura 1.28. podemos verificar que (00 I) é o plano bissctor c [li 01_é a
dircção segundo a qual ocorre a intcrscção entre os planos (II I) c (li l ).
de discordâncias. Na figuro 1.32 observa-se um anel de discordância
expandindo-se num desli7.amento cru1.ado. Este mecanismo, de grande
I importância para rede cúbica de face centrada, será explicado mais
~(uiu] adiante.
"• i( mo) . -.
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Fig. 1.29 Discordâucias de uma Fig. 1.30 Representação
rede (H C) hcxagoruJI compacta. esquemática da intcração entre
discordâncias da rede HC. Figura I.31 Discordâncias num plano / IIII da liga A1·0,8Fe-ü,6Si.
Nos cris1ais verdadeiros, mui1o raramente as discordâncias são Figur• I .32 Anéi~ de di:.cordância cruando um contorno de subgrau
linhas retas ou estão num único plano. Em materiais severamente
defom1ados. a> di~cordãncias apresentam-se em forma de curvas, anéis Um anel de discordância pode ser entendido como uma curva
ou geometrias celulares complexas, normalmente denominadas de fechada sobre si mesma, sendo composta por uma associação de duas
emaranhado de discordâncias. Na ftgura 1.31 vemos a microestrutura de discordâncias em cunha (y e w) e duas em hélice (x e 2), tal como
uma liga de alumínio (ô~80%) parcialmente rccristalizada. No plano mostmdo na figum 1.33. Considenmdo-se a direção do vetor de Burgers
/ I I I } desllt figura, observa-se traços característicos de um emaranhado no anel, verifica-se facilmente que y é uma discordância em cunha
positiva c w é negativa. A discordância x é do tipo em hélice à esquerda c
a discordância z é do tipo hélice à direita, uma vez que neste tipo de 1. 9 Encruamento nos monocristals
discordância o vetor de Burgers aponta do fi m par o in icio da hélice.
Os mecanismos que produzem o encruamento em matenats
metálicos monocristalinos foram, pela primeim vez, evidenciados por
Seeger (1957). Um bloco de alumínio (99,9% puro) monocrista lino foi
deformado por tração uuiaxial com baixa taxa de deformação. A partir
y .,._ b_ w deste experimento, um diagrama rensão x dejormaçcio toi levantado,
gerando uma curva semelhante a que está mostrada na tigura I.35.
X
)
Figura 1.39 Relação de Orientação AIFe i AI.
50 nm
~ ( I II)
8- Descreva sumariamente o experimento de Seeger feito a partir da
deformação plástica em um monocristal de alumín io. Que considerações
adicionais (restrições) devem ser feitas para deformação de um
policristal?
4- Quais são os parâmetros cristalinos que melhor indicam a faci~ idade de
deformação de um mooocristal?
Referências Bibliográficas
HTTP://OCW.MIT.EDt;/OcwWeb/Materails-Scicncc·Enginccringl
indcx.htm - Physical Mctalluro,.y
2. 2 Influência dos Contornos de Grãos
...
i
-,
--.)
MI(%)
figurn 2.14 Tarugo dcfonnado por compressão com atrito.
De acordo com Von Miscs ( 19 13), um material isotrópico Figura 2.t6 CondiçM de escoamento de um bloco prismático.
começa a se deformar quando Un ;:: Un(uniax ial). Isto significa que a
energia de distorção necessária ao início do escoamento é, no mínimo, A condiçllo de escoamento segundo Von Mises também pode ser
igual à energia de deformação uniaxial. Assim podemos escrever a demonstrdda a partir du relação existente entre a tensão de cisalhamcnto
inequação octaêdrica (r.,) e o segundo invariante (jacobiano) do tensor desvio (J;J.
Em outras palavras,
Eq.2. l7
Eq. 2.22
Exemplo: Qual a condição de escoamento, segundo Vem Mises, para a
comprcssuo homogênea de um bloco prismático, confonne mostrado na
figura 2. 16.
Considerando-se o campo de tensão alinhado com os eixos plin cipais de escoamento nas direções 2 e 3, respectivamente, as relações abaixo
defom1açào, as tensões de cisalhamento ( ljJ serão todas nulas. Portanto, a devem ser satisfeitas.
equação 2.21 passa a ser reescrita como
Eq. 2.28
Eq. 2.29
De acordo com Von Mi ses o escoament<) será iniciado quando
3 z I .
- r > - ;2 Eq. 2.24 Eq. 2.30
4G "'.- 2G
A inequação 2.24 tem o mesmo signi ficado da inequação 2.15. Ou seja o
escoamento só é iniciado quando a energia de distorção for, no mínimo
igual à energia de deformação uniaxial. Portanto,
Eq. 2.25
Eq. 2.26
2. 9 Escoamento Anisotrópico
1· Os contornos de grãos podem ser entendidos como regiões de 7- Detennine as condições de escoamento segundo Von Mises para o
concentração de defeiros, com quebra significativa na periodic idade do caso abaixo e esboce o diagrama p(x) x b. considerando que o. > crh.
cristal e ocasionando uma descontinuidade. Assim sendo, qual a Esboce os dois diagramas considerando, primeiramente, o efeito do atrito
importância que estes contornos assumem quando se defom1a c, depois, desprezando o atrito.
plasticamente um material policristalino')
4- Um prensa dispõe de dois estágios de potência para contfonnar a 8· Um Material é deformado plasticamente em duas diferentes condições
quente certo material puro ct\io diagrama limite está dado na figura metalúrgicas. Os resultados obtidos foram os seguintes: aR, = 178 MPa;
abaixo. s , = 25%; CJRl = 173 MPa; t , = 38%. Quais condições metalúrgicas do
processo justificam esta dücrcnça.
P,
%ô 9- Como poderiamos justificar o aumento contmuo da tensão de
escoamento durante a defonnaçào plásticary
Linha
Solldus I O· Qual a importância de conhecem10s a condição de escoamento
segundo Von Mises, quando equacionamos um problema de conformação
plástica?
HTTP:!/OCW.MIT. EDU/OcwWeb;Matcrails-Scicncc-Enginccring/
index.htm - Physical Metallurgy
3 Eq. 3.1
Este méto<lo é baseado no cálculo da energia plástica (útil) por Eq. 3.4
unidade de volume. Isto é:
- (A,)
Up = <1~ lo A; Eq. 3.5
- (h')
Up=K<Toln -
h1
ou U1,= K<Toln - '
A1
(A) Eq. 3.6
volume c aplicam-se todas as tensões que nele atuam.
Como as tensões na direçào y se anulam mutuamente, vamos
aplicar as condições de equilíbrio ao elemento de volume selecionado,
A constante {K) deve ser detenninada empiricamente, uma vez; que seu
considerando apenas a direção x.
valor deve considerar as peculiaridades de cada produto fabricado. A
aplicação deste método continua limitadissima. sendo preciso. ponanto. Eq. 3.7
muito cuidado com a sclcção dos valores tabelados desta constante para
que a correlação entre o valor estimado de uma carga tenha uma boa dx
correlação com o valor experimental. (u, +du, Xh + dh)w + 2psena- - - u)nv = O Eq. 3.8
cosa
3.2 Método do Diagrama de Blocos
Na equação acima, u, é a tensão na direção x e. ponanto. variável em x ao
Diagrama de blocos é o método no qual siio aplicadas as longo da redução; pse11a é a componente horizontal da reação (PJ na
equações da estática (cquilibrio mecânico) a um bloco que se defonna rnatriL. O l~nno dxk rua é a área na qual reação (P) ama, (h+dh)w é a
plasticamente. As tensões que ntuam durante o escoamento devem ser âr~a lateral ~~qucrda do elemento de volume e hw é área direita. A ligura
aplicadas a um elemento inlinitcsimnl representativo da delonnação. de abaixo ilustra a decompo.'>ição de forças e da área de atuaçào.
modo a possibilitar a dctcm1inaçUo de uma equação diferencial, cuja
resolução tomem conhecidas as tensões que promovem o escoamento,
possibilitando a determinação dos estorços externos.
y
dx.w
Tomemos como exemplo o estiramento sem atrito de um bloco
de espessura {h,J, largura (w). que é puxado através de uma matriz %~a
~I ~1sma
P
prismática de semi-ângulo o. para redu7ir sua espessura de (h,J para
i
(h,JNestc exemplo ilustrado na ligum abaixo, deseja-se conhecer a tensão
necessária à renlizaçllo do puxnmcnto ( u., J.
Figunt 3.4 DcconJpo>i~lío da rca~ào c da área no elemento de volume.
cr,dh+ dcr,h + cr0dh -cr_,dh =O Eq. 3. 12 O atrito entre o metal e a matriz é bastante significativo nos
processos de con fonnação plástica, sendo responsável pela dissipação de
quase 30% da energia total necess{uia ao escoamento do material no
du,h +Uôdh = 0 Eq. 3. 13 interior da matriz.
Usando o método dos diagramas de blocos, vamos considerar,
d u_ dh
, = __ Eq. 3. 14 como exemplo, a compressão homogênea de um bloco de largura (b),
altura (ht} c profundidade mtitãria (w = 1), sendo realizada entre placas
u;, h planas e pardlelas, conforme mostrado na fígum abaixo.
Integrando-se indefinidamente a equação acima obteremos,
Eq. 3. 16 I· b/2
+ t
b/ 2
·I
Substiruindo a equação 3. 16 na equação 3. 15 teremos: Figura 3.5 Compressão homogênea de um bloco entre placas planas.
Eq. 3.19
Eq. 3.20 Substituindo-se o valor de c na equação 3.26 obteremos
Eq. 3.30
da_,h = 2ppdr :
-b/2 hj2
Eq. 3.25
"
2
c:= ln a· + J.I
h
('!2.) Eq. 3.27
problema anterior, tendo desta vez uma tensão lateral que auxi lia o
escoamemo do lado direito, conforme mostrado na figura 3.7. Par<~ este
tipo de problema, um aspecto importante a considerar é o desvio (õ) que a
cumeeira sofre devido a açào desta tensão lateral. Sendo a cumeeira o
divisor do escoamento, para o caso considerado acima o desvio :será para Aplicando-se a condição de escoamento segtmdo Von Mises, teremos
esquerda. a, + a" - p = a·o. onde podemos dizer que dax = -dp. Baseado nesta
condição de escoamento, podemos reescrever a equação 3.31 e integra-la
indefinidamente,
2p
lnp= - - x+ c Eq. 3.33
h
Figura 3.7. Escoamento auxiliado por tensão lateral.
Sabe-se que quando x = b/2 +O. ax = Oe de acordo com a condição de
O valor deste desvio pode ser detem1inado analisando-se, em Von Mises p=a'11 - a•. Aplicando-se estas condições de comorno à
separado, os escoamentos dos lados direi to e esquerdo da cumeeira. O equação acima, obteremos o valor da constante (c), conforme a equação
sistema de referência (.r- 0) deve ser escoUiido levando-se cm conta o abaixo:
desvio, tal como mostrado na figura 3.8
h/2-o 1112 +o
Eq. 3.31
Eq. 3.41
.L. j
1.2! ,.. cr, + d cr, 1_1 Substituindo-se o valor de c na equação 3.40 obteremos
,Jt!. i- ·· ~() 2p
ln p = --x+ 2p (bl )
ln cr~ +- 17 -o Eq. 3.42
I
1
b/2-o
1
b/2 +o h h 2 2
I· ·I· ·I
b/2 b/2
ln(.!!....)= 2P(bl- o- x)
cro h 12
Eq. 3.43
Figum 3.9. Escoamento do lado esquerdo da cumccim.
De modo análogo ao que foi feito para o lado direito, vamos Colocando-se a equação acima na sua forma exponencial obteremo~
considerar todas as tensões que atuam no elemento in linitesimal do lado
~-o- x)]
esquerdo (lig. 3.9). Aplicando-se as condições de equilíbrio c levando-se 2
em conta o novo sistema de referência, teremos como resultado a p(x) = u;, ex{ :,' Eq. 3.44
equação.
2p In
(
O'õ- O'") = -4p8
-- Eq. 3.45
lnp=--x+c Eq.3.40 O'n "
h
e, portanto, o valor de oserá
_ h 1n
o=-- 4p
(ao -a.)
a0
Eq. 3.46
Para e~te caso, deve-se selecionar um elemento de volume a
panir de uma fina fatia de ângulo dOe a ele aplicar todas as tensões que
atuam durante o escoamento, tal como mostrado na figur.1 3.12.
Aplicando-se as condiçõe~ de ~-quilíbrio pard todas as tensões com
componentes na direção r do elemento de volume selecionado, leremos
dp = _ f 2/1(/r
Jp • h
Eq. 3.53
2w
lnp = - - +c On
Eq. 3.54
h p-+C:
Para dctcnninação do valor de c, deve-se aplicar as seguintes condições
de contorno. Para r = a: tem-se a, = Oe de acordo com Von Mises p =
a·,.; portanto,
2pa
ln o-0 =-- - +c Eq. 3.55 Figura 3.1 3 Diagrama esquemático de um pre<:esso de extrusão.
h
Para resolvermos este problema, vamos considerar que a tensão
2)10
c=lna·o +--
h Eq. 3.56 radial (aR) é diretamente proporcional a (a,J. Podemos escrever que a
tensão que atua nas paredes do container pode ser escrita como aR=kax.
Esta tensão rndial é a componete nonnal da tensão de atrito (j~) cujo
substituindo-se o valor de c na equação 3.54, obteremos módulo igual (I! aR). No elemento de volume, as condições de equilíbrio
para a direçào (x) é:
2pr 2pa
ln p =---+ lno-0+-- Eq. 3.57 Eq. 3.60
h h
Eq. 3.61 Eq. 3.68
Dividindo-se a equação 3.61 por r.D1 teremos O atrito desenvolvido numa matriz de face plana é desprezíveL se
comparado ao atrito desenvolvido no container. Assim, podemos
considerar que a energia dissipada por esta matriz resume-se ao trabalho
O"
f .Y D -~ = 0
+do- -()" -4/.T
Eq. 3.62 plástico útil, cuja determinação pode ser feita de acordo com o parágrafo
§3.1
Se considerarmos agora unm face cônica ao invés de face plana.
De acordo com a condição proposta inicialmente, a tensão de atrito é
qual seria a tens.~o ( a,11) na matriz?
igual à}; = pN = -pKan e a equação 3.62 passa a ser rescrita como
Eq. 3.64
cr,,, = p
_ A,- - A,(
· f.ICOS a+ sena
) E.q ...
3 72
sena
Eq. 3.74
z
Se p = Oteremos B = O, portanto
Para este caso, é preciso considerar-se que a tensão (ffR) é função dez e Dividindo-se toda a expressão por 1tR, após simplificações a equação
p(r) é função de x devido ao atrito nas paredes do container e do punção, 3.79 pode ser reescrita como
conforme represcotaç.ão na figura 3.15. Para solucionarmos este caso,
vamos considerar o valor médio de p(l) (dajR + 2.,uka,dz =O Eq. 3.80
Eq. 3.82
Eq. 3.83
Figura 3. 16 f'sforços no processo de laminação.
Para determinação de C. vamos usar as seguintes condições de contorno:
Na superfície. quando z = O. <J, = Pô- considerando-se o valor médio da Considerando-se que todos os pontos dos rolos lamü1adores, em
pressão que o punção exerce sobre o material no contaioer. Po1taoto, contato com o material, têm uma velocidade superior ao material, o atrito
produzido na interface entre ambos produzirá o arrasto do material.
~
Eq. 3.84
\.
Substituindo-se o valor de C na equação 3.83, o valor de <J,. na fonna
exponencial será dado J)Or
h o h+ dh
Eq. 3.85
Eq. 3.89
Considerando-se a profundidade da chapa unitália, teremos um furo na matriz com seção (2Jt) x (w), tal como sugerido abaixo. (w) é
a profundidade do bloco.
(a, +daJh + dh )- a)1 + 2flp, cosORd()- 2p,.sen()RdB = O
v,
ktstrin(;i<to
2h
I ,'
>·:..., ,'.',r:o', ,';·<K
:.: v
',
c
ou ainda Eq. 3..97 _) K•!'
CoiJsiderando-se o fluxo nos dois triângulos AOB e A'0'13 a potência
illlcma total será
Figuro 3. 19 Campo de velocidade numa compressão homogênca.
Eq.3..98
Do campo de escoamento desta figura podemos estabelecer a
Admitindo-se que a pressão cxtcma é p c que a área do pistão c 2ABw. a seguinte relação entre os segmentos de reta da malha selecionada
força ex tema será
-- - HC Eq.3.103
CD=CB=BA = -
FExJ = 2p.AB.w Eq. 3.. 99 eosO
z
v v. .
1 I)V'{t
C A
v,
p = 3t7Q D B
Vamos considerar um processo de escoamento de um domínio Para um escoamento bi-dimensional podemos pensar _num
geométrico (!1) a ser equacionado. A idéia básica do método de domínio sendo aproximado por um polígono de muitos lados n,
elementos finitos é discretizar o domínio. subdividindo-o num número conforme mostrado na figura 3.25. Os elementos (triângulos) do domínio
finito de subdomínios denominados simplesmente de "elementos". Se o discretizado também são definidos a partir de um número de identificação
escoamento c unidimcnsional, o donútúo n poderá ser rcprcsemado por e dos números que dão ordem dos nós, semelhantemente ao que foi feito
um segmento de reta [a,b ], onde os extremos de coordenadas x=a e x=b para o caso unidimensional. Matematicamente, pode-se dizer que lg é um
serão considerados. Para se defmir os elementos. deve-se introduzir no vetor de coordenadas, cujas componentes são as coordenadas do nó no
segmento (11} pontos geométricos ou nós, cujas coordenadas são elemento. Baseado na figura 3.25 pode-se então dizer que a ordem dos
respectivamente nós é dada por
x,={a). xz, x3, ... x•., x,=(b) lg (1.1)=/, lg (1,2j=2, lg (1,3)=3. ........ lg (1.14)=8
Uma representação esquemática de uma discretizaçào lg (2.1) =2. lg(2.2)=3, /g (2.3) =12. ......... lg (2, 14)=9
unidirecional está mostrada na llgura 3.24. A partir de um segmento lg (3,1)=4, lg (3,3)=4. lg (3,3)=4, ......... /g (3,14)=10
geométrico representativo de um domínio tisico é lei ta a discretização e a
definição de cada elememo. Observe que para se fazer identificação da ordem ou fila dos nós de cada
elemento finito na malha da figura 3.25 toi respeitado o sentido anti-
Dom!nio fisico Q horário.
Segmento
Geométrico
(/ b
n
Geração
X; do~ nó~
n
I 2 1 ° Defmição dos
X2 XJ x,,., Xn Elementos
Figura 3.25 Discretização de um domínio bi-dimensional.
Figura 3.24 Discretização de um domínio unjdimcnsiona!
Neste processo de geração de malha, a discretização
Para se reconhecer um elementos e os nós nos quais nele está (triangulação) será considerada consistente quando não houver
contido, toi introduzido o conceito de ordem ou de fila do nós (lg). Por superposição de elementos (triângulos) nem buracos (poligno com mais
deliniç.~o. lg(m,e)=n, onde (m) é o número do nó local do elemento (e) de 3 lados) na malha. O procedimento de geração de malhas pode ser
manua1mas torna-se muito tedioso em casos de um número muito grande A equação 3.112 pode ser reescrita como
de elementos de um sistema bi-dimensionaL Nos casos de análises em
tres dimensões. a geração de malha feita manualmemc toma-se x-x<> + l x - x<>
impossíveL Para se contornar este problema foi desenvolvido \UD método o-(x) = CT , + CT , , J - - - - Eq. 3.113
de discretizaçilo, onde a geração de malhas é feita auromaticamente por x~+ 1 -x,.
As funções de modelagem podem ser entendidas c-omo funções a equação 3.1 13 pode ser reescrita como
básicas, ou combinação linear destas. que são usadas para construir a
solução de um problema. Em muitos casos, estas funções são escolhidas
teoricamente ou a partir dos dados experimentais (empírico) de um
escoamento. Nestes casos, escolhe-se sempre a função que melhor se
ajuste aos resultados experimentais mas. em muitos casos, esta não é uma Os tennos N,M e N,,J(x) da equação 3. 115 são as funções de modelagem
tarefa fácil c requer muita habilidade do calculista. ou funções de interpolação.
A função de modelagem pode ser aplicada local ou globalmente Para aplicação do método de elementos finito, ainda que de modo
em todo domínio discretizado. A aplicação local é normalmente uti lizada analítico, tomemos como exemplo o caso da deformação do corpo de
no início do processo e a global é introduzida numa etapa posterior. A prova da figura 3.26 por !ração uniax iaL
função de modelagem local aplicada a um elemento da malha sumariza o
método dos elementos finitos. Sua principal caractcristiea é de descrever
..~ t j ~r
o evento em todo o espaço fisico (malha) no qual foi aplicada. sendo (a)
capaz de aproximar a solução teórica do problema ao resultado esperado
ou obtido experimentalmente.
Para tornar claro o conceito de função de modelagem tomemos d,
como exemplo o seguinte exemplo.
os valores extremos do domínio o;. e q,.1 (segmento). Figura 3.26. a-) Corpo de prova (domfnio tisico) e b-) malha (elemento
Soluçcio: Como o domínio é unidimensioual (Q_,), o valor intennediário discretizado) com os nós e segmentos delinidos.
cr,,(x) pode ser obtido por uma interpolação linear, tomando-se como
referência os valores extremos. Assim, Ignorando-se os detalhes de forma, vamos considerar uma malha
constituída de três elementos ftnitos tal como mostrado na ftgura 3.26 (b).
Vamos então determinar os deslocamentos dos nós durante uma
Eq.3.112 deformação elástica produzida por uma força (/J Nesta condição, os
deslocamentos de cada elemento podem ser descritos por uma função A,E, z 2
linear do tipo U, = 2La (d, +dz - 2d,d2) Eq.3.121
Portanto,
Eq. 3.124
na equação 3.118. (s 1) representa a deformação do elemento I rroduzida
pelo deslocamento dos nós e ( V1} é o seu volume.
Escrevendo-se a matriz de rigidez [Kij para o elemento (i) como sendo
du, d, - d
&, =- - =-'--...2
· dx ~
Eq. 3.119
K. = - ' -'
'
AE [I
L, -1 l
·I] Eq. 3.125
Eq. 3.120
!Oq. 3.126
Após integração, o valor da energia de deformação será dado por
O primeiro 1enno da equação 3.I25 é chamado de coeficieme de rigidez do
clcmcolo (i) c dcnolado como (gJ. o o o o d, o
o g2 - gz o d2 fu
Eq. 3.127 = Eq. 3.131
o - g2 gz o d3 !23
O trabalho devido as torças externas (WJ que agem no elemento (i) é escrito
o o o o d, o
como
Eq. 3 128
onde (/i) é a torça que atua sobre o elemento (i) no nó (j). Considerando-se a
o o o o d, o
energia potencial como sendo mínima, podemos escrever para o elementO (i) o o o o dl
=
o
Eq. 3.132
o o d3 fn
ôl, = ~(ú'
í)d ôd. I - "'")=o Eq. 3.129
g) ·&J
I j = 1,2,J,4
o o d. .t;4
) J - gl gl
Aplicando-se o valor de {K} na equação 3.134, os deslocamentos dos nós d) -d, 1,25xl0""
c, = = 2,5xl0-o
podem ser detenninados facilmente em função dos esforços L, 50
4 -4 o o d, ,[, Cz =
dl -d2 5xl0_.
5xl0->
Lz 100
-4 4+1 -I o d) fz
2 X lO' ;
Eq. 3.137
o -I 1+ 4 -4 dJ /J 4
1,25xl O = . x _6
2 5 10
o o -4 4 d. .r. 50
Eq. 3.140
E as tensões nos elementos finitos são dadas por Exercícios Propostos
6- Cbapas fi 11as de aço são reduzidas de 4,06 para 3.56 mm. Com rolos de J. M. MEYERS, K. K. CHA WLA - Princípios da metalurgia mecânica
508 mm de diâmetro, possuindo um coeficiente de au·ito de 0,04. A Ed. Edgard Bluchcr, 1982.
tensão de escoamento média em tração ml.iaxial é de 2109 Kg/cm1.
Desprezando o encruamento do processo, calcule: R. E. REED-HILL - Princípios de metalurgia física- Ed. Guanabara dois,
a-) A pressão de laminação na entrada dos rolos, no ponto neutro e na 1986
saída.
b-) Se uma tração avante de 352 Kg/cm2 é aplicada, qual a pressão de ROBERT H. WAGONER ANO JEAN-LOUP CHENOT - Fundamental
laminação no ponto neutro'! of Metal Fonning - Jonh Wiley and Sons Ltda- New York 1996.
O forjamento é o mais ant igo dos processos de conformação A confonnação plásticu de metais e ligas produzida 110r
plástica de metais c ligas. Adornos c diferentes objctos metálicos foram forjamento pode ser executada de dois modos tradicionais. Dependendo
encontrado> cm sítios arqueológicos nas terras bíblicas, evidenciando-se da forma (geometria) ~ do nlvel de precisão requerida pela pcç;1
que povos pré-históricos (8.000 anos AC) já produziam ar1cfatos em ouro (dimensões finais), o forjamento poderá ser realizado em matriz aberta ou
e cobre por martelarnento. Naquela época, a trabalhabilidade destes em matri:>: fechada. Em algum tipo de forjado, as duas fonnas são
materiais não-refinados era limitada apenas por suas impurezas. A arte do necessárias. onde o forjamento em matriz aberta sel'\•e como etapa
refino de minérios de ouro c cobre por fusão era completamente preliminar para o forjamento cm matriz fechada. Em ambos os modos de
desconhecida c. até mesmo, o conhecimento de que estel> metais forjamento. o material deve ser conformado em temperaturas superiores ã
endureciam por manelamento, só surgiu muitos séculos depois. temperatura de recristaliznção pa.ra manutenção da tensão de escoamento
Nessa fase da nossa pré-história, o homem, movido pela abaixo dos valores críticos. Após cada etapa de defonnação, o material
necessidade de aumentar a resistência dos materiais sem comprometer a deve ser reaquecido para recristalização c. em seguida, ser novamente
trnbalhabilidadc, passou a produzir ligas de cobre com estanho , dando dcfonnado. numa scqll~ncia tcrmomccãnica intermitente até que a forma
início a famosa idade do bronze ( 1.300 anos AC). Um século depois, final seja obtida. A figura 4. 1 mostra de fonna esquemática o ciclo
experimentos com ferro e carbono, fez surgir a idade do ferro ( 1200 anos termomecânico de um forjamento.
AC). A razGo para esta distância cronológica entre o cobre e o ferro,
deveu-se ao fato de que o homem ainda não conhecia a arte da fusão e
refino do minério de ferro, por ocorrer em temperat uras muito mais T
elevadas que as temperaturas do cobre. Os grandes mu>cus de um modo
geral, purticulannente os museus do ferro na Europa. exibem em seus
acel'\•os curioS8!. peças e artefatos em liga~ metálicas que os nossos
antepassados de diferentes épocas ja produ7iram, em sua grande maioria,
por mane lamento.
Com o passar dos séculos. a moldagem de mctai; c ligas com
martelo e bigorna foi gradativamente evoluindo e, já a partir do século
XIII, surgiram os primeiros martelos mecânicos movidos à traçào animal
ou por rodas d'água. Na idade média. inc luindo-se o período
renascentista, pouca contribuição foi dada ao forjamento. Mas por outro
lado. baseadas nas concepções de Leonardo da Vinci, surgiram outras Figura 4.1· Ciclo tcn11omcc6nico aplicado a um fo~jan1cn1o.
máquinas ferramentas para conformação de metais c ligas por
A defonnação em temperaturas abaixo da temperatura de quando se tocam, atuam como batentes ou falsas matrizes, elevando
recristalização deve ser evitada para não causar danos a matriz, nem assintoticaruente o valor da carga, sem que oenhuma defonnação
fissuras no material. Independentemente do modo de forjamento, a adicional seja produzida (fig. 4.3).
aplicação de um lubriticante ! desmoldante se faz necessária em cada
passo do processo. Tradicionalmente, uma solução aquosa com grafite em p
suspensão pode ser utilizada para este tim. A pulverização desta mistura
grafite/solução sobre a matriz e o punção, além de refrigerar, impede o Após o encontro dos batentes
caldeamento do material com as superficies internas das ferramentas. o valor d3 carg<' de foljamento
cresce assintoticamente.
4.2.1 Forjamento Livre
1> +1·r
Figura 4.2 Representação esquemática do forjamento livre. Estruturas solidificadas rapidamente, como as liga de alumínio
produzidas por "twín roll-ca~ting", podem ter toda estrutura dendrítica
No forjamento livre, a redução máxima de altura por passe fica transformada numa estrutura de grãos equiaxiais por tratamento
portanto limitada ao encontro destas duas áreas de fluxo restringido que, termomec~nico (fig. 4.5}, semelhante ao forjamento.
li+ TT
>
amai de Excesso
de
Prensa de forjar - É uma prensa hidráulica (fig. 4. 10) que aplica esforços
Figw·a 4.8- Fotjamento cm matriz fechada com canal de rebarba. compressivos gradualmente sobre a superfície do metal, promovendo seu
escoamento. Ao conrrãrio do caso anterior, na prensa bidráulica a
Peças onde são requeridos acabamentos superficiais finos, como variação da taxa de deformação pode ser feira de forma continua.
retífica, polimento etc, um sobre-metal (di mensões acrescidas ao forjado)
deve ser considerado no projeto. As dimensões tinais da pcç.a com o 4.4 Taxa de Deformação
acabamento requerido serão obtidas com a remoção do sobre-metal. feita
após a última etapa do fo~jamemo. A taxa de detorroação é um dos parâmetros mais importantes dos
processos de conforroação plástica. A velocidade com a qual os matetiais
4.3 Equipamentos de Forjamento se deformam implica diretamente sobre no estado metalúrgico do
material, ou seja quanto mais r.ipido deformamos mais restringimos o
Os equipamentos utilizados para fo~jamento podem ser escoamento devido ao maior encruamento produzido. No fotjamento, a
subdivididos em dois grupos principais, embora muitos modelos sejam taxa de deformação ou velocidade de deformação é dada em função da
produzidos atualmente. velocidade vertical com a qual o bloco se defonna.
origem. A partir de uma das pré-formas da referida figura pode-se
produzir diferentes peças, com diferentes graus de dificuldade. Um novo
forjado pode ser obtido por operações secundárias como a derivação
--r - (lateral ou rotacional), a tilração c o estiramento (simétrico ou
assimétrico). Conhecendo-se o esforço necessário para forjar uma destas
bo h pré-fmmas, o valor da carga de forjamento para uma das outras peças
,..__~.; __ L__ _jlllll_...._ -- L _ derivadas pode ser estimado empiricamente, considerando-se o grau de
dificuldade para produzi-la, em relação à pré-tbnna que lhe deu origem.
Semelhantementc ao que foi feito no capitulo 3, § 3. 1, a carga de
r ·r forjamento de uma t>eça pode ser estimada a partir de uma equação
simples do tipo
Baseado na base na figura 4.11, pode-se definir a deformação Na equação 4.3. K é um fator de restrição que depende da
num forjamento livre como sendo dada por complexidade rcológica do fotjamcuto, podendo assumir os valores
apresentados da tabela 4.1. Estão portanto embutidos nos valores de (K)
os efeitos do atrito e do trabalbo redundante, por isso crescem
d&= dh Eq. 4.1 significativamente com a complexidade do escoamento. ( <7) é a ten~ào de
J~o
e~coamento média do material na temperatura de forjamento e (A 1) é a
área transversal na linha divisória da peça, considerando-se a direção do
Portanto, a taxa de deformação, segundo a figura 4.11 , será dada por escoamento. O produto (áAr} representa o tmbalho plástico útil. A partir
da tabela 4.1 , os valores de (K) podem ser inicialmente estimados para
db· l dh I solução de um problema. Para isto. comparam-se as condições do
8=-=--=-v Eq. 4.2 processo com a condição que mais se aproxime dos valores tabelados.
dt h0 dt h0 r Durante o forjamento, a carga deve ser medida para corrcção do valor do
coeficiente(!() que passa a ser, desde então, mais um dado a ser acrescido
Na equaçà<J 4.2 (v, ~dh!dt) é a velocidade vertical do t,istào, na tabela.
dada em (m/s). Assim, a taxa de fonnação deve ser expressa em (f ) .
Tabela 4.1 Valores dcK para diferentes condicões de forjamento.
4.5 Estimativa dos Esforços de Forjamento K Condicão de foriamento
1,2 - 2,5 Recalque de cilindros entre placas planas (matrizes),
O calculo de esforços de forjamento é muito complexo para ser não necessariamente paralelas;
feito analiticamente, principalmente quando executado en1 matriz 3 - 8 Forjamento cm matrizes fechadas de formas simples
fechada. Diante da impossibi lidade da detenniuaçào analítica dos e com rebarba;
esforços, a indústria de forja costuma estimar a carga de forjamento de 8- 12 Forjamento cm matrizes fechadas de formas
uma nova peça a partir de informações relativas às outras peças já comolexas e grandes dificuldades de escoamento.
forjadas com o mesmo material, numa fonna (geometria) semelhante. A
figura 4.12 apresenta um quadro onde se vêem forjados que evoluem a
partir de fonnas básicas (primitivas ou pré-formas) que lhes deram 1
George 6. Dictcr - Metalurgia Mecânico - Ed. Guanabarn Dois. I 982.
Form.1s Msic'.,'IS Del'ivaçlo Oerivaçi'lo D~rh•açâo 4. 6 Tensões Induzidas no f orjamento
JaterJI rotacional rota.c. e l.:ucral
Form:.ts da
101 102 103 104
Classe I Confonne vimos nos parágrafos §2.6 e §4.2.1, as rensôes de
oWw O•.~> o o cisalhamento nas interfaces metal I matriz dificultam o espalhamento ou
esriramento do material entre as superfícies da ferramenta de fmja.
21+
Formas bãsica:s: Com cubo Coru cubo e Com cavidade
furo
211 212 114
4- ~
.- ..J·-- ,
··X-X-X-
--, . As lensões verticais
decres<:em do ceutrO pMn as
boJ'das. moto na direção b
Fumms Elcmcmos Ele-mentos l!lcmt.'lliCtS El.:rn.:n to.~ qunnlo na dircçào I
bá!licas parnMos nbcrtOSQIJ :tS$im-..4tfiC(!:i u...:;,simÇtrii.'QS
fechados (-de uml
312
m~
311 314 315
-::::-...... ~ Figura 4.13 Formação de balentes durante forjamento livre.
~· ......-_, -~
Formas
da
Clussc 3
.......,
~ ~
7
- . ,_ ~,.
-.J'C'
.."<< ~
~
• le
As regiões de fluxo restringido (batentes ou baiTeiras) têm um
papel importantissimo no forjamento livre. De acordo com a sugestão da
figura 4.13, estas barreiras criadas pelo atrito confinam o fluxo de metal à
região central.
321
331
.......,
~
322
..
>23
1.
323
333
t ..
324
334
~
m
..,
325
~
Diante do exposto, fica fácil admitir que as condições de
forjamento de um bloco cilíndrico dependem de sua geometria,
particulam1ente da relação (D/h). Para ilustrannos estes argumentos,
vamos considerar dois casos. No primeiro caso, o cilindro tem um
diâmetro maior que sua altura. No segundo caso, a altura do cilindro é
maior que o diâmetro. Neste tipo de foJjamento, deve-se evitar as
condições extremas. Se D>>h, as regiões de fluxo restringido (fig. 4.14)
Figura 4.1 2 Fonnas geomérricas de forjados ll podem se tocar com pequenas variações de h, elevando a carga
assintoticamente. Se D< <h, o ci lindro corre o risco de tlambar, sem que
a região central do mesmo soti-a os efeitos da delormação (fig.4.15). Uma
condição recomendável é usar-se uma relação (D!h) próxima de Y, e
reduzir-se ao máximo os efeitos do atrito na interface metal I matriz.
c D E
grande influência na
delbnnação. O escoamento
é intenso na região central
da peça.
Figura 4. 14 Forjamento livre com relação D/11 muito grande. DI/tA> Dlh 8 > Dlhç > Dllt0 > Dlltt;
f igura 4.1 5 Forjamento livre com relação Dlh muito pequena. D/ h fixo
--•
das grandes peças com geometria complexas. Tensões de origem térmicas
podem produzir cmpcnos ou até tri11cas devidos a assimetria do
resfriamento .
Qttando (Dih) é grande (fig. 4. L8) há predominância das tensões Figura 4.20 Gradiente de tensões num forjado em resfriamento.
de compressão hidrostática que se propagam até o centro d!o bloco,
promovendo o escoamento. Cessados os esforços de forjamento, A contração de uma zona que se resfria rapidamente pode ser
aparecem as tensões horizontais induzidas como uma resposta do material freada por outra zona adjacente que ainda permanece quente por um
à não· homogeneidade da defonnação. As regiões próximas das i:ntertàces tempo maior. Confomte a ilustração da figura 4.20, um alto gradiente de
(ex-regiões de fluxo restringido), como não se estenderam, tendem a se retração pode induzir fortes tensões tmtivas nesta região que se resfria
estender por ação de tbrças trativas. A região central que muito se mais rapidamente, gerando grandes contraçõcs. Em casos mais críticos de
estendeu tende a se contrair, tendendo a diminuir o abarrilamento. peças com saliências delgadas, este resfriamento descompeosado, indutor
Quando (Dih) é pequeno (fig. 4.19) as tensões verticais de de fortes tensões trativas, também pode causar trincas nestas
compressão não atingem o centro do cilindro. Do ponto de vista extremidades mais finas.
dinâmico, as regiões adjacentes à região central, comportam-se como dois
blocos ci líndricos sobrepostos, semelhantes ao da figura 4.18. Entretanto, 4.8 Defeitos de Forjamento
devido à não-homogeneidade da delormaçào na região centml, a
componente hidrostática do estado de tensões induz apenas tensões Os principais defeitos observados em forjados são ocasionados
tmtivas que, quando intensas, podem nuclear trincas internas que, tão por parâmetros de processo mal ajustados. No forjamento em matri7.es, o
logo seja aliviado o esforço externo, tendem a ser caldeadas pouco conhecimento dos parâmetros reológicos no interior da rnatriz
pode gemr graves defeitos. Além da má formação do fotjado, é comum a em c.ontato com a matriz e o mmtelo tenlo uma tensão de escoamento
produção da gota fria. Ajustando-se os parâmetros reológicos, a com valores superiores ao valor da região central da peça e, devido a isto,
temperatura e a taxa de dcfonnação praticada são os outros parâmetros estirarão muito menos . Após o forjamento, os efeitos nestas supcrficies
que devem ser controlados durante o fotjamento. Conforme foi visto no de contato do tarugo serão os mesmos sugeridos na figura 4.22.
parágrafo § 2.5, para uma dada potência requerida, os limites de
conformação devem estar confinados entre as curvas de fragilização e 4. 9 Forjamento de Pré-formas (Metalurgia do Pó)
isoténnica. N (lS casos de metais puros e ligas não terrosas, a curva de
fragilização deve ser substitltida pela curva solidus. Trabalhando-se muito A produção de peças forjadas em matrizes fechadas, a partir de
próximo da curva isotérmica corre-se o risco do material esfriar, pelo pré-formas elaboradas por metalurgia do pó, vem ganhando importância
menos superfícialmente, atingindo valores de temperatura abaixo da nos últimos anos. A substituição do tarugo pela pré-fonna sinteTizada tem
recristalização. como principal vantagem a reduç.ão ou a eliminação completa da
usinagem, além da baixa anisotropia nas propriedades mecânicas finais.
Quando necessário, a ausência do efeito dirccional pode ser suprida pela
introdução de reforços contínuos à pré-fonna (materiais compüsitos), a
exemplo daquilo que é feito pela indústria aeronáutica, em compósitos
Ti/SiC/C'. Consideremos a pré-forma elaborada pelo método da colagem
da barbotina, conforme ilustrado na figura 4.23. Neste método, o pó
metálico é misturado a um ligante, fonnando uma mistura viscosa (a
barbotina) que, em seguida, é vazada numa fonna ou molde para
secagem.
Fig. 4.21 Trincas laterais Fig. 4.22 Trincas c.ircunferenciais
produzidas durante o forjamento produzidas após o forjamento
D>>b
6- Quais as conseqüências de defom1armos excessivamente o cilindro Referências Bibliográficas
acima?
7- Dois blocos cilíndricos idênticos toram fabricados com um mesmo GEORGE E. DIETER - Metalurgia mecânica - Ed. Guanabara dois,
material porém, com acabamento superficial diferente: um foi apenas 1982.
usinado e o outro foi usinado e depois retificado.
a-) Considerando o atrito coulombiano, trace as curvas para compressão H. HELMAN, P. R. CETLlN - Fundamentos da contonnaçâo mecânica
bomogênea entre plac~s planas e paralelas para estes dois bloco, dos metais - Guanabara dois, 1986.
justiticando a direrença entre elas.
b-) Qual o comportamento das curvas se a compressão ocorresse sem J. M. MEY ERS, K. K. CHA WLA - l>rincípios da metalurgia mecânica
atrito? Ed. Edgard Hlucher, 1982.
8- Uma chapa circular é comprimida por matrizes inclinadas, como METALS HANDBOOK - Fomling and Forging, Vol. 14; ASM 9'h
mostrado abaixo. O ângulo (a) das matrizes é pequeno e o coefi-ciente de edition, 1996.
atrito é (p). Oetem1ine uma equação diferencial para pressão nonnal.
Qual é o significado do caso quando (a) é igual a (p) . METALS HA NOBOOK - Mechanical Testing, Vol. 8; ASM 9"' edition,
1996.
HTTP/!WWW.CfMNI.COM.BRJmaterialdidatico -. conformação +
forjamento
HTTP://OCW.MIT.EDU/OcwWeb/Mechanica l-Engineering/
index.htm - Plastic Deformation, Metais Forming
HTTP://OCW.M.IT.EDU/OcwWeb/1\·tecb.anicai-Engineering/ indcx.htm
- Plastic Dcformatioo. Metais Forming
5
EXTRUSÃO
-
l'igura 5.1 l'roccsso de cxtrusào
Os processos de cxtmsl!o podem ser classificados cm e.xtrusfio
direta e e.tlrusào indirela. dependendo do modo de ação do cilindro c da
forma segundo a qual o material escoa no interior do container,
(P)
• r
Pmm ~·r-~-------------·-
•
Dcsloc:u:nento do embolo
OC"Siotamento do êmbolo
Figura 5.6 Carga versus de.~locamcnto na cxtrusão indircta
Figura 5.4 Carga versus deslocamento no processo de extrusi!o di1·eta
Na extrusão indireta, o atrito é localizado apenas na matriz, de
modo que o esfoço J>ermanece constante após o rompimento (fig. 5.6).
Um mesmo valor da carga é observado do ponto (i) ao ponto (t).
Entretanto, ao fiual do processo quando as areas de fluxo restri11gido 45 . 60°
(coladas ao êmbolo) atingem o final do cootainer, o escoamento é
dificultado, pois se toma aproximadameme transversal ao deslocamento
do êmbolo. Assim sendo, a carga de extrusão cresce rapidamente com
pequenos deslocamentos do êmbolo (trabalho redundante). De modo
análogo ao processo de extrusào di reta, a partir do ponto ( t) o processo de
exrrusão iJtdireta (fig.5.6) também deve ser interrompido.
As matrizes de face plana geralmente são usadas para exlrusào de Figura 5.8 Matriz de face cõnic.a
materiais dllcteis. làcilmente trabalhâveis. Estas matrizes têm corno
grande vantagem o baixo atrito, quando compamdo ao atrito no container. 5.4 Outros Tipos de E.xtrusão
De acordo com a figura 5.7, fica fácil admitir-se que o atrito do maletial
com a matriz fica local izado apenas no paralelo. Depois de ultrapassada 6Xtrusão por impaclo
esta zona. o material perde o contato com a matriz c passa livremente
pelo ângulo de alívio. As matrizes de face plana têm como desvantagens A extrusão por impacto é um processo usado para produção de
as grandes áreas de fluxo restringido que se fonnam nos cantos das faces pregos rebites, pinos e hastes para parafusos. Em outras palavras, é o
com o container, conforme já mostrado na figura 5.3. Some-se a isto, o processo usado para fabricação de peças de pequenos comprimentos. Na
grande volume de material gerado co.m descarte ao final do processo figura 5.9 estão mostr<~das. como exemplo, as ferramentas para produção
(ponto t). de hastes para parafusos em dois estágios: uma matriz e dois punções. O
processo é intermitente c se repete até que a última peça do lote seja
produzida. A baste é cortada no tamanho necessário, em seguida é
introduzida pelo primeiro punção na matriz e a cabeça da haste é
c<>ncluída pelo segundo punção. Na pmte superior da figura 5.9, vê-se o
primeiro punção que introduz a baste oo furo e, ao impactar com a matriz,
forma parcialmente a cabeça do parafuso (primeiro estágio). Na parte
inferior da figura vê-se o segundo punção que, ao impactar a matriz,
finaliza a cabeça do parafuso (segtmdo estágio). Finalmente, a haste
cQnfomlada é extraída da matriz e o processo se repete. A figura 5.1 O
mostra a seqüência de formas assumidas pelo produto ao longo do
Figura 5.7 Matriz de tàcc plana processo de extmsão: haste, primeira pancada (pré-tonna) c segunda
p<mcada (produto final).
Para materiais de mais <ti ta resistênci:t, são usadas as matrizes de
face cõnica (fig. 5.R). Com estas matrizes as áreas de fluxo resttingido
diminuem mu ito embora o atrito e o desgaste no processo aumentem.
Neste caso, o atrito no paralelo não é tão elevado, mas é e Ievadi ssimo na
c<>nccidade da face, devido ao fato da reação (tensão nonnal) gerar
componente de atrito com direçào contrária à direçào de fluxo.
Figura 5.9 Processo de extTusâo por impacto em dois estágios.
Figura 5.1 1 Processo de extrusã.o de pré-forma ou de pó metálico.
haste Além de produtos de ligas de alta resistência este processo
Primeira segundo
pancada pancada também é utilizado pam produção de outros produtos como gmfites,
escovas (contatos) para motores de corrente contínua e eletrodos
T
c.onsumíveis para processos de fusão a arco elétrico.
~1assa
Cortador pas10sa
Estrangulador-...........
20
AI 99.~~
15
~
~"
:.: lO
~
~
...""'
5
Figura 5.14 Extrusão por ação de um fluido pre.surizado.
Lubrificantes
Baixas temperaturas
ru.nbientc<T<l 000°C
Graxas; grafite; l\1oS1 ; mica; Vidros (micro-esferas) e pós de rochas a Figum 5.1 9 Linhas de fluxo num processo com lubrificação eficaz.
bctonita; asfalto; etc. base de feldspato.
Quando a lubritlcaçào é inadequada, tanto as linhas de lluxos
quanto os perfis de ''elocidade sofrem modificações que se intensificam
na medida em que se aproximam da matriz (fig. 5.20). A velocidade de
' S, L. Semiatin, O. P. DcLo - Matcriats c Dcsign 21, pp 3tl·322. 2000.
escoamento é ligeiramente maior na região central do tamgo. O airito faz
' Ugine Séjoumct. tubrilicantcs de auto dcscmpçoho para cxtruSôo.
crescer as áreas de tluxo restringido e, estas por sua vez, impoem 5.6 Estimativa de Esforços de Extrusão
curvaturas ainda maiores aos perfis de velocidade no momento em que
tocam as áreas de restrição ao th1xo. Os esforços de extrusão devem ser detemlinados analítica ou
numericamente, de modo predizer ou a reproduzir os resultados obtidos
experimentalmente. Entretanto, em algumas vezes na indústria é
nec.essário que se tàça uma estimativa da carga de extrusão para uma
simples seleçào de equipamentos. Nestes casos, o cálculo emuito simples
I I I \ \ '\, '\
.
1 I 1 ' '.
Eq. 5.2
Figura 5.20 Processo de extrusào com lubrificação inadeqt1ada.
Quando a lubrificação é inefic.az, as linhas de fluxo c os perfis de Na equação acima, (Ao) é a área do tarugo (in icial) e (A 1o) é a área
velocidade são completamente perturbados. Nesta condição, o material do perfil extrudado. A constante de extmsão (K) rem um valor tabelado
praticamente cola ao container e o escoamento é restrito à região à região para cada material cm função da temperatura (lig.5.22). O valor desta
central do tarugo (fig. 5.2 1). constante também deve incorporar ao trabalho plástic.o útil. o trabalho
devido ao atrito e o trabalho redundante. A relação AtiA" é denominada
razão de e.xtrusào (R). Em aços deformados a quente. a razão de extrusào
pode ser de 40: I, enquanto que nas ligas de alumínio a razão de extrusão
pode chegar a 400: I .
~ 40
-"
::
"c' v"
8 20
Figura 5. 25 Proporcionalidade entre segmentos na zona c-onsiderada
~I
Diante desta di ficuldade, vamos considerar a linha de nuxo mais
1000 1500 2000 2500 externa, por ter esta uma condição de velocidade mais crítica; ou seja a
Temperatura ("F) que maior ''ariação apresenta na região de nuxo restringido (L,1).
De acordo com o princípio da continuidade de fluxo, podemos escrever:
r ----+--
• Vu Substituindo-se o valor de (D) na equação 5.3 podemos explicitar o valor
v,~ ~ da velocidade horizontal ( Vti)-
- Vo
Vo
''
'
Eq. 5.5
A equação 5.5 nos mostra que à medida que nos aprox imamos da
Figura 5.23 Linhas de !luxo no Figura 5.24 Componentes radial e matriz, maior é a velocidade h.orizontal (velocidade de fluxo). A
interior de um container. horizontal da velovidade. velocidade horizomal varia com inverso do quadrado da distância (L). A
proporcionalidade do triângulo da figura 5.25 também vale para as
Sendo a taxa de defonnação determinada pela velocidade radial, velocidades: assim podemos escrever a velocidade radial em função da
fica evidente (fig.5.24) que sua determinação é extremamente complexa. velocidade horizontal (eq. 5.6).
V."
v { Z.. tga
= _L_
•
Na prática, os parâmetros geométricos do escoamento, com comprimento
L2 Eq. 5.6 {Lrj e o ângulo {a), podem ser detenninados a partir do descarte (refugo)
do tarugo, ao fmal do processo de extnasão. Para cada condição reológica
praticada, a altum do d~scarte (ponto f da (ig. 5.4) deve coincidir com o
Por definição, a taxa de defonnação é dada pela equação 5.7
comprimento (L.~ das zonas de fluxo restringido.
I
/;' =Dy.i \IR Eq. 5.7 5.8 Defeitos de Extrudados
K. Li\ UE, II. STENGER - Extrusion - Ed. ASM i\mcrican Society For
Metal, 1981.
HTIP://OCW.MIT.EDU/OcwWeb/Mechanicai-Engincering/ indcx.htm
-> Plastic Dcformation. Metais Forming.
A ferramenta utilizada no processo é denominada de fieira e seu
Reaçio
Eslrieção
n - ângulo de redução
~- ângulo de entrada Carcaça da Fieira
Guia do Fio Fi eira O fio máquina é a matéria prima para indústria de lrclilação.
Normalmente, o fio máquina é comercializado para as indústrias de fios,
cabos, parafusos, pregos e ammes farrados nas bitolas de 5,50 e 6.34 mm
e, muito raramente, em bitolas superiores. Sendo um produto siderúrgico
produzido 1>or laminação a quente, o fio maquina apresenta uma fina
carcpa c.onstituida de diversos óxidos. Esta carepa muito dura, quando
Figura 6.3 Caixa porta-ferramenta da Lrefila. não removida. atua como abrasivo, reduzindo dmsticamente a vida útil da
fieira. Tradicionalmente, a eliminação desta caret>a de óxidos é realizada
Todo o processo de deformação é feito a frio. muito embora seja por um processo de decapagem química ou mecânica.
produzida uma boa quantidade de calor devido à própria deformação Na decapagem química, o material é imerso numa solução aquosa
(atrito interno) e. principalmente. devido ao atrito externo (metal I fieira). a 20% de ácido sulfúrico (H 2SO.) ou de ácido clorídrico (HCI). O tempo
Para refrigerar a fieira, a caixa porra-ferramentas é dotada de canais para de dccapagem depende da espessura da carepa. Para maior eficácia do
circulação d'água. A velocidade empregada na trefilaçào depende das processo, a solução deve ser mantida a 40°C. Depois de removida a
propriedades mecâtúcas do material !refilado, do material da iieira, da carepa, o fio máquina deve ser imediatamente retirado do tanque de
lubrit'icação c da refrigeração empregadas. A velocidade deve ser decapagem para neutralização. Para isto, deve ser imerso num tanque
selecionada objetivando-se a maximização da vida útil da ferramenta. com óxido de cálcio (CaO) ou, opcionalmente, numa solução aquosa a
Dependendo destes parâmetros. pode-se trefilar fios e ammes com 10% de cianeto de sódio. Depois da neutralização, o fio máquina pode ser
velocidades compreendidas entre I Oe I 00 rnls. Grandes reduções podem seco numa estufa e encaminhado para a !refilaria. Opcionalmente, pode
ser feitas em sucessivos passes com detormações compreendidas entre ser feita uma deposição eletrolítica de um tilme de cobre ou estanho para
17 e 22%, em média. O percentual ideal de redução por passe é definido possibilitar o aumento da velocidade de trefilação de tios e arames de
em flinção da homogeneidade da deformação. Dependendo das condições aço. A decapagem química é muito dispendiosa pois gera resíduos que
iniciais da matéria prima é possível produzir-se reduções totais de até 85 devem ser neutralizados para não degradar o meio ambiente. O
a 90%, sem tratamentos lénnicos intem1ediários. Se a matéria prima (fio lmlamento destes resíduos normalmente é mais dispendioso do que os
máquina) apresentar ovalizações ou defeitos superficiais. um passe com insumos uti lizados pela decapagem; por isso este processo vem sendo
uma pequena redução de 2 a 5% deve ser realizado para as devidas gradativamente eliminado na indústria.
correçõcs. Entretanto, passes sucessivos com dcfomtaçõcs inferiores a A dccapagcm mecânica vem ganhando, cada vez mais, espaço na
5% devem ser evitados para não causar problemas microestruturais indústria de trefilaçào à medida que as leis de proteção ambiental passam
produzidos pela não homogeneidade da defom1açào. Passes com a ser exigidas com mais rigor. A decapagem mecânica não gera resíduos
que não sejam reaproveitados: os óxidos eliminados retomam à própria por esmerilhamento para não danificar a fieira durante a sua passagem
siderurgia. Neste processo. os óx idos da carepa do fio máquina são pela redução.
removidos por quebra e escovamento. O fio máquina ao passar
ziguezagueado entre os roletes dispostos horizontal e verticalmente (Fig. 6.3 Equipamentos para Trefilação.
6.4) tem toda a carepa quebrada devido à flexão alternada em duas
direções. Depois passar pelos roletes, o tio máquina é finalmente O equipamento utilizado na indústria de trefi laçào é a tretila ou
escovado e encaminhado para a etapa seguinte do processo de trefilação. trefiladora. Este equipamento, em S\Ja torma mais simples, é constituído
de um desbobinador e de um cabeçote motorizado com porta ferramentas,
sarrilho e rebobinador (lig. 6.6).
e(%)
Figum6.7 Trefilador;l de cabeçotes mliltiplos e'
6.4 Definição de Trabalho Redundante Figura 6.8 Esforços em !ração uniaxial (<>11) c em tretilação {o1 ).
Para entendermos e quantificarmos o trabalho redundante, vamos Tomando-se ainda como referência a hipotética curva de
considerar um estiramento realizado numa fieira de baixo atrito e trefilaçào, (tracejada) podemos dizer que a energia dissipada para
compara-lo a um outro cstiramcoto produzido por tração uniaxial (fig. produzir-se um alongamento e, por trelilação, é equivalente àquela que
6.8). Com este método, o trabalho redundante do processo de trcfilação seria necessária à realização de uma deformação virtual e* por !ração
pode ser determinado facilmente por comparação entre os valores da uniaxial. A diferença entre as áreas sob a curva de traçào, relativas às
defom1ação verdadeira s com o da deformação vimtal s•. No diagrama deformações c c a• é o gasto suplementar de energia que cotTesponde ao
da figura 6.8, a linha tracejada é relativa aos esforços desenvolvidos por tmbalho redundante U,q na lieira. Portanto, para os processos de
trefi laçilo, enquanto que a linha cheia é relativa aos esforços trefi lação, o tntbal11o redundante pode ser obtido a pattir da relação <1> =
desenvolvidos por tmção uniaxial. Ambas apresentam valores du tensào t •lc, conforme será discutido no parágrafo § 6.6.
de escoamento em função da deformação aplicada. Para se alongar um fio
com valor de defonnação s, por tração uniaxial, é necessário aplicar-se 6.5 Influência do Ângulo de Redução
uma tens;1o de valor a u. Este mesmo alongamento &só seria possível por
trefilaçào, se fosse aplicada ao tio uma tensão no valor de aT. Entretanto, O tmbalho plástico ou útil na fieira depende unicamente da
com este nível de tensão ar scria possível alongar-se o fio de um valor t:*, redução que é dada pela dilerença entre os diâmetros de entrada e saída
muito maior que &, se o mesmo fosse defommdo por tração uniax ial. de matetial. Seu valor é invmiável e, portanto, não depende do ângulo da
Como a área sob a curva tensão .r deformação eproporcional à energia da tieira. Numa fieira, existe ainda a considerar, as energias dissipativas que
deformação, a energia dissipada por traçào uniaxial para realização do i?crementam o valor da energia total necessária ao processo de redução.
alongamento c é simplesmente Up (tmbalho plástico útil). A medida que o ângulo da fieira aumenta a dissipação devida ao atrito UA
dimimLi. Este lillo se justifica porque quando o ângulo aumenta, a
deformação passa a ser feita praticamente pela redução, reduzindo-se
assim a componente horizontal da força de atrito. Some-se a isto o fato de
que quando a estricção é incrementada, o contato do material com a tieira
diminui, reduzindo os efeitos do atrito e, por conseqUência, a energia do
processo. Por outro lado, o trabalho redundante cresce com o aumento do
ângulo. Quando o ângulo cresce as áreas de fluxo restringido (zona mona
ou zona de cswgnação) também crescem, aumentando a energia III~
necessári:1 à deformação. Considerando-se que o trabalho total é dado
pela soma das contribuições individuais do trabalho plá:.tico (Up).
trabalho redundante (U,J e trabalho devido ao atrito (Uo), vemos no
diagrama da figura 6.8 que quando o ângulo da ficira assume o valor a• o
trabalho total (Ur) é mínimo .
..,....
.,.:a
Q.
u•
a• aoc ,\ngulo da Ficirn
o
..
·~
Figura 6.9 1nfluência do üngulo da fieira na tensão de trefilação .
c
w
"
6,6 Estimativa de esforços na tretilação
~ (a)
TRe< -- - - , - - - - - - - - , Isto pode ser justificado pela diferença entre os tamanhos dos
grãos recristalizados das partes inferior e superior da figura. Observa-se
na parte inferior do material recozido que os grãos são bem menores que
os grãos da parte superior. Estes grãos menores, correspondentes â parte
externa do arame, constituem-se numa estrutura de subgrãos, oriundos da
recristaJização numa região excessivamente defonnada. Quando a
defonnação é mais homogénea esta diferença entre o tamanho dos griios
recristalizados não ex iste.
Figur• 6. 14 Tmtamentos para recristalização (recozimento). Uma das propriedades mecânicas que melhor caracteriza a
trefilabilidade de um aço de alto carbono é a cstricção. Quando esta
O tratamento térmic-o consiste do aquecimento do material propriedade assume valores em tomo de 70% JXlde-se reduzir o diâmetro
deformado cm um fomo com ou sem atmosfera protctora (depende do de um arame em até 55-60%. sem a necessidade de tratamentos térmicos
intemtediários. Se aplicássemos o ciclo térmico mostrado na figura 6. I4 a a produtividade do processo, vem sendo desenvolvida uma nova
um aço de alto carbono defonnado, a recristalização seri.a acompanhada tecnologia, na qual o porta ferramentas da tretiladora é substituído por
de modificações microcstruturais produzidas pela difusão de carbono. A um cassete. Este cassete é na realidade um conjunto de rolos
estrutura perlitica, anteriormente tina, passaria por um processo de conformadores de altíssima precis.1o (fig. 6. I 7), possibilitando que a
transfonnaçilo. Com a difitsão ativada, as lamelas seriam engrossadas, redução de diâmetro seja feita como no processo de laminação, mas sem
reduzindo si!,'llificativamente a estricçào do material. Isto se justifica pelo a geração dos frisos laterais, característicos dos laminados não planos de
fato da recristali7.aç1ío ocorrer numa tàixa de temperatura que diâmetros inferiores a 5,5 mm.
corresponde ao domínio da perlita grossa no diagrama TIT. Para evita-se
este problema, o ciclo ténnico recomendado para aços de a Ito carbono
esià mostrado na figura 6. I 6.
TAusL ·--- - , - - - - ,
TPatcn -- ----------..L-------,
Figura 6.17 Conjunto de rolos conformadores de altíssima precisão.
5· Um determinado material foi estirado 30% por trefilação. Para que esta
defonnação fosse atingida foi necessária uma tensão de 2500 Jv!Pa. Com
este mesmo níwl de tensão, seria possível estirar o referido material em
45 % por tração uniax ial. Considerdndo-se em ambos os casos que a
deformação é homogêne.a. despreze o atrito na fieira e estime o trabalho
Jcdundantc na trcfilação.
R- Um detenninado material foi estirado 25% por trefilação. Para que esta
deformação fosse atingida foi necessária wna tensão de 1250 MPa. Com
este mesmo nivel de tensão, seria possível estirar o referido material cm
50 % por tração uniaxial. Considerando-se que curva tensão deformação,
em traçào uniaxiaJ, tem um comportamento linear dado por <r = 1000 +
Se, despreze o atrito na fieira e calcule o trabalho redundante na trefilação
HITP:I/OCW.MJT.EOU/OcwWeb/Mechanicai-Enginccring/ indcx.h101
..... Plastic Dcformatiou. ~letais Formiug
Neste processo, um lingote com estrutura bruta de solidificação é
\ ro I
classificados em: laminação a quente e laminação a JNo. A laminação a
L__·~-~_:s_pa-es_:_~:_::_s_·
quente é constintida de diferentes etapas, c.ontbnne mostrado Chapas
esquematicamente na figura 7.2. finas _J
DJooos
ou \1
I
Ch~tpa...,
B~rras,
Vcrgnlhôe•.
L___l 'o:
i
j
:
!
1
!
Tat~gb·l t Tni~B! rJ
L,,...,.,,MM_]
Figura 7.3 Seqiiência no proc~sso de laminação a frio.
ungol:o : lU! A laminação a frio é nonnahnente uti lizada como etapa final ou
,.: i.. t' ;,~
de acabamento de produtos laminados. Nesta etapa linal do processo, as
L .- .....; .................l
L-amio.t~dor laminadorc~ lumiudort5 chapas finas, laminadas previamente a quente, sofrem alguns passos a
de Dcsbüic lnt<·rotedJáriot dt Ati.bamenro frio pam melhorar o acabamento e <tiustar suas dimensões.
Figura 7.2 Seqüência no processo de laminação a quente.
Como produto final, poderão ser obtidas chapas finas, fitas ou direçào do cisalhamento, justificando o alongamento do grão nesta
folhas com excelente acabamento superficial e muito bom controle direção.
dimensional (fig. 7.3). Ressaltamos que na indústria de metais nào·
ferrosos, como a de cobre c a de alumínio principalmente, numa boa parte 7.2 Tipos de Laminadores
das etapas do processo, a laminação é feita a liio. Se, ao invés de lingote,
o produto a ser laminado for solidificado na fonna de chapas (''roll O laminador é um equipamento constituído por ci li ndros ou rolos
casting", apêndice deste capítulo) o processo de laminação do alumínio de laminação, uma estrutura de sustentação denominada de gaiola, na
pode ser todo feito a frio, desde que o produto solidificado tenha uma qual são fiXados os mancais dos cilindros e um motor com velocidade
estrutura gmnulométrica adequada e, quando necessário, a deformação controlada para fornecimento da potência necessária ao processo
seja intermediada com alguns tratamentos térmicos intermediários (fig.7.6). Pelos altos esforços desenvolvidos dumnte a laminação, com
(reciÍstalização e ou recuperação). valores que podem chegar a milhares de toneladas, a estrutura do
laminador deve ser suficientemente robusta para suportar os esforços do
processo sem sofrer defo1maçõcs plásticas consideráveis que venham a
comprometer a qualidade o produto. As pequenas deformações d<ísticas
sofridas pelo conjunto compõem o chamado molejo do laminador e serão
consideradas mais adiante.
Caixa de
lransmissâo
Figura 7.4 Alongamento dos grãos no processo de laminação a frio.
o
o
Figuro 7.8· Representação esquemática de um laminador trio fi~'Ura 7.10· RcprctiCHta~ilo CS<JUcmática de um la.ro.i.o.ador quâdruo.
p P Cun·u
Curu \
Figura 7. 11 · Representação esquemática de um laminador ngntpndo Elistlc~ JlJAstil~
Existem outros tipos de laminadores a considerar como aqueles P, ----- ------·· ............ .
que são empregados na produção de barras. perfis, tantgos e vergalhões:
os chamados laminados não-planos (fig. 7.12).
Figura 7.12- Laminadores para perlis especiais Para o monitoramcmo, o sistema de conb·ole do laminador utiliza
calibradores eletrônicos de espessura como sensores de proximidade
Os rolos laminadores são desenhados de modo a reproduzir (indutivos ou capacitivos). sensores a infravennclbo, de raios-x etc. Estes
seções de gcomeu·ias complexas no laminado, semelh!miOmcme ao que sensores são capazes de dctccrar, cm tempo real, variações de espessuras
ocorreria num processo de confonnaçào em matriz fechada. O na escala nanométrica.
escoamenlo do metal se dá tanto no sentido longintdinal (da laminação) Vamos considerar uma chapa de espessura h11 sendo defo1111Dda
quanto no sentido transversal, preenchendo as cavidades do rolo. Na por laminação. A curva plás1ica relativa à deformação do mate ria I tem
liguro 7.12 vê-se 1rês rolos para produção de perfis crn ..,.., perfis de um formato cm "s'', scmelhamcmemc à curva de um ensaio de
seçào quadrada e para perfis ou ,·ergalbões de seçilo circular. compressão. À medida que a carga P aumenta a espessura linal h,
Evidentemente, para se produzir um perfil de seçào complexa as diminui. A curva elá;.tica. na realidade uma reta. representa a deformação
condições reológicas devem ser analisadas pre,•iamenle para se elástica sofrida pelo laminador devido à reação do material (empuxo)
estabelecer um sequenciamento adequado de passes. Nonnahnen1e. sobre os rolos. Este empuxo produz uma deformação li que. 1>0mada à
vários passes são necessários para que a scçào do laminado vá se abertura inicial dos rolos A, modifica a redução na espessura para ,,,. Pela
fonnando gmdalivamente, evilando-se os defeitos de má formação figura 7.13 observa-se que a espessura final do laminado é dada por: hr•
(preenchimento) do perfi l devido à rapidez do proces~o. Qualllo mais A;+ b:
complexa for a scção do perfil maior deve ser o número de passes. Suponhamos agora que, por um problema qualquer, a lcnsllo de
escoamento do matel'ial tenha aumentado repentinamente. A curva
plástica deve então se modificar (fig. 7.14), considerando-se o aumento como a reduç.ão por passe (L!h) e o diâmetro (2 R) do ci Iindro de
de esforços. laminação (rolo). Estes dois parâmetros combinados detenninarn um arco
de contato que gera uma reação PR "' a0 'Rsen8.w, onde B é o ângulo
p lX I formado pelo arco e w é a largura do rolo (profundidade no desenho).
lX I PI ----------
<To •
p• ------------
' ''
''
tga =
Lp .JR!lh
= --'---..,- Eq. 7.5
R-817 R-M
2 2
Substituindo-se o valor da equação 7.6 na equação 7.4 teremos Figura 7.17 • CondiçAo para continuidade durante a laminação: ó V=().
Eq. 7.8
O ponto neutro, onde a
A equação 7.8 nos dá a máxima redução, por passe, po.ssí vel num velocidade relativa e nula.
tem a máxima pressão.
processo de laminação qualquer. Os valores do coeficiente -de atriio
normalmente encontrados na laminação são: 0,05 :õ ).l ::; O, 1 para
laminação a lho com lubrificação; 0,2 ::; ~ até o grimpamento para a
laminação a quente.
ComTm~'ão Sem tr.t~iiQ Figum 7.21 ApUcaçno da tmçno avante e da t111çilo a ré.
:\'<aillcea Rê Avanh:: ou a Ré
Na equação 7.9, 0" 1 =O"R (!ração a ré) ou 0"1 =O", (tração Avante) e
O"3 = - p; teremos, de acordo com Von Mises
Tração
a Ré
Eq. 7.10
Tração
Awnt~
Extensio do arco Contato Pela equação 7. 10 percebe-se que quanto maior for a tensão aplicada ao
plano de laminação (O"!), seja ela avante ou a ré, menor será a pressão
Figura 7.20 - Efeito da tenção avante e tração a ré. sobre os rolos (p) e portanto menor será a carga (P).De acordo com Voo
Mises, o menor valor da carga (p) é obtido quando se aplica Substituindo-se a equação 7.11 na equação 7.12 teremos
simultaneamente tração avante e tração a ré (a1 = a.~+ a:,J.
Do ponto de vista dinâmico pode-se dizer que a condição de Von • I a"2v
Mises está para o escoamento em processos de conformação mecânica, s.•t = -
e.a •.
J-rh cosada Eq. 7.13
assim como a condição de Bemoulli está para o escoamento de nuidos
newtonianos. A pressão serà máxima onde a velocidade de escoamento
for mínima e vic.e-versa. Considerando-se que a" é igual a 90", após a integração da equação 7.13
o valor médio da taxa de dcfonnação será igual a
7.7 Taxa de Deformação na Laminação
•
&M = -I -2vr
-[l - sena •] Eq. 7.14
A taxa de deformação nos processos de laminação é variável,
l:!.a h
uma vez que a velocidade vertical (v1) depende do ângulo sobre o arco de
comato do rolo com o material. Por uma questão de simpli!icaçà(),
7.8 Estimativa de Esforços no Processo de Lamlnaçao
tomaremos o ângulo complementar a ao invés de (J (fig. 7.22).
A derenninação de esforços nos processos de laminação é
............
·--·~ ............ extremamente complexa, confonne foi visto no capítulo III § 3.4.
a' Resultados precisos para a equação 3.92 só podem ser obtidos por
vv= vrcosa processos numéricos (?.11EVF). Entreta!llo, para mna tomada de decisão,
como a seleção de um equipamento para realizar um determinado passe,
com vr contínua no um cálculo estimado pode ser feito rapidamente no próprio chão de
intervalo uo < u<90° fábrica. Para isto, é suficiente considemr-se o fato de que o diâmetro dos
cilindros é muito maior que a redução de espessura (D » Llh) e,
portanto, a laminação entre rolos pode ser considerada como uma
Figura i .22 - A taxa de defonnação na laminação é uma variáveL compressão homogênea entre placas planas. Assim, a carga de laminação
pode ser expressa pelo valor médio da função p(Y), dado pela equação
Sendo a taxa de deformação dada pela razão entre a velocidade 7.15.
vertical (v 1J e a a1tum (h), podemos escrever:
I L,. ! 2
produzidos por flexão dos rolos. Se a flecha for produzida pela reação do
material sobre o rolo (positiva), a região central será menos deformada, ! t !
de modo que o cstiramcnto nesta região da chapa será menor que o
estiramento lateral, conforme está ilustrado esquematicamente na figura
7.25. Adotando-se como princípio o fato de que as regiões que estiram
mais tendem a se contrai r após a deformação, podemos justificar o
enrugamento lateral sofrido pela chapa laminada nestas condições pelas
tensões eomprcssivas nas bordas c trativas na região central. Para o caso
de passos sucessivos de laminação a ti'io com uma flecha positiva,
poderão ocorrer pequenas trincas na região centml do laminado, sempre
que a tensão de mptura for ultmpassada nestas regiões. ainda dunmte a Figura 7.26 - Defeitos produzidos por 11exâo negativa dos rolos.
laminação. Após o processo, as tensões compressivas das bordas da
chapa contribuirão para tcchar as trincas da região central. 7_10 Lubrificação na Laminação_
Q ~
destes com o metal e o desgaste prematuro. Nom1almente, a soluç;io
refrigerante antes de ser recirculada deve ser filtrada para retirada dos
y;ff' v óxidos ou micro-fragmentos do metal laminado.
7.11 Apêndice
'
h.
~ -a
Os sistemas ternários de ligas eutética~ de alumínio obtidas por Nos cristais CFC. a interface sólido-líquido tende a ser paralela a
este processo podem evoluir para uma microcsrrutura de grãos uma das faces do cubo devido ao fator de acomodação. Neste tipo de
extremamente finos c com propriedades mecânicas bastante interessantes. esrnnura cristalina o crescimento dcndrítico ocorre normalmente segundo
As condições para o refino da microcsirutura são aumentadas pela ação a direçào [I 00]. Assim, os primeiros cristais nucleados têm uma de suas
de elevados gradientes térmicos que. associado> ao uso de nucleantes. faces tangenciando o rolo, tal como sugerido na figura 7.29. Es1as
aumentam a velocidade de nucleaçào na fase liquida. dircçõcs [I 00] dos primeiros cristais fonnados condicionam todo o
Os parâmetros geométricos importantes para a solidificação no crescimento dcodrítico. Assim, o dirccionamen1o colunar tende a fonnar
processo •·Roll Casting•· estão dcf111Ídos na figura 7.28, onde L. é o um ângulo ~ com o eixo da placa e, confom1e está sugerido na ligura
comprimenlo aproximado do arco de contalo; 4 e o comprimento do 7.30, quanto maior for a espessura da chapa. menor serâ o angulo ~· Por
arco onde exis1e uma deformação efetiva; h, e a espessura da lâmina de outro lado, o puxamcnto produzido pelos rolos na parte sólida da placa
líquido na entrada dos rolos; h~ é a espessura da lâmina no final da frente repercute na frente de solidiíicaç~o. principalmente nas regiões medianas.
de solidilicaç~o. onde é iniciada a dcfonnação cfctiva da chapa; d é o As tensões devido ao puxumcnto tendem a acomodar, nesta região, os
recuo da frente de solidificão e é dado por d ; 112 h, tga c Lw= L, - d. planos compactos {I I I} dos cristais sólidos da frente de solidi íicaçào,
Os mecanismos de fragmentação dos cris1ais dcndrfticos podem ser paralelamente à placa cm formação, segundo a direçâo (J 10]. Como esta
melhor explicados. qualitalivamentc. a partir da sequencia de tcnômcnos não é uma diroção fàvorávcl ao crescimento, devido tanto aos gradientes
que intervêm durante a solidificação: A nucleaçilo é seguida de um ténnieos quanto ao fator de acomodação, a frente de solidificação tem seu
crescimento colunar orientado confonne está ilustrndo na figura 7 .29. crescimento retardado nesta região mediana. provocando o recuo (d) cm
Este crescimento colunar tende a ser orientado, a panir da relação as partes da entrada dos rolos.
superficie dos rolos, pelas correntes de convecção e pelo fator de Admitindo-se que a frente de solidificação ê estacionária.
acomodação, característico do crescimento dcndritico. Durante o relalivamcotc aos eixos dos cilindros, pode se dizer que os cristais
puxamenlo da pane solidificada da chapa. a frente de solidificação sofre deodriticos formados na posição I, ao núgrarem para posi~o 2
uma distorção. Os brdços dendriticos em formação tendem a •e acomodar fragmentam-se para acomodar a nova condição de crescimento na frente
numa nova orientação, além de absorver as tensões, majoritariamente de solidificação e absorver os esforços compressivos.
compressivas, produzidas pelo esmagamento, enlre os rolos, no material
em solidilicução.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS Referências Bibliográficas
1· Quais parâmetros de laminação condicionam a redução de espessura, GEORGE E. DlETER · Metalurgia mecânica - Ed. Guanabara dois,
por passe, do laminado? 1982.
2- Qual a importância do diâmetro dos ci lindros para a carga de H. H.ELMAN, P. R. CETLlN - Fundamentos da coníonnação mecânica
laminação? dos metais - Ed. Guanabara dois, 1986.
3- Descreva o molejo de um laminador cujas condições de atrito são J. M. MEYERS, K. K. CHA WLA - l>rincípios da metalurgia mecânica
reduzidas durante um prOC<!sSO. Ed. Edgard Hlucher, 1982.
4- Em uma cadeira de laminação, um determinado material é redu7.ido de METALS HANDBOOK - Fomling and Forging, Vol. 14; ASM 9'h
uma espessura h. para h. Se, de repente, houvesse um problema elétrico edition, 1996.
de modo que a rotação dos ci lindros fosse aumentada, que providências o
sistema de monitoramento deveria tomar para que a espessura final do METALS HANDBOOK- Mechanical Testing, Vol. 8; ASM 9'h edi tion,
produto laminado não fosse modificada? 1996.
5· Justifique a redução de carga de laminação por aplicação das traçõcs HTTP/!WWW.CIMI'vi.COM.BR!materialdidatico -> Conformação +
avante c a ré num laminador. Laminação.
Região 1
Radial - Trativa;
Circunferencial - Compressiva;
Nonnal- Compressiva.
Regiào2
(b) Radial (longitudinal) - Trativa;
Circunferencial - Compressiva;
Normal- Compressiva.
Região 3
Radial - Trativa;
Circunferencial - Trativa;
Normal - Compressiva.
8.2 Operações unitárias para conformação de chapas A operação de corte pode produzir blanks va7.ados e não-vazados,
confom1e ilustrado nas figuras 8.5 e 8.6. Na produção de blank não-
8.2.1 Corte vazado, o co11e do desenho da chapa é feito numa única etapa. A chapa
depois de fixada é cisalhada pelo punção ao longo do perímetro
O co1ie é uma operdçào normalmente usada para preparação de desenhado c o blank é recuperado pelo fundo da matriz. A cavidade da
blanks. Nesta operação unitária, a chapa é fixada na entrada da matriz matriz e a fomm do punção, num acoplamento do tipo macho-lemea,
pelo fixador e cm seguida sofre a açào do punção para realizar o corte por devem reproduzir exatamente o desenho projetado para pré-forma
cisalhamento. A matriz deve ter o furo com o desenho do blank c suas (blank).
arestas ter canto vivo para facilitar o cisalhamento. A folga entre matriz c
punção depende da espessura da chapa, embora a tensão de c.isalhameoto
também tenha influência. Quando a folga é muito grande, a chapa tende a
dobrar-se sobre a borda da matriz c estirar até romper. Neste caso o
c.sforço de C·Orte eleva-se signilícalimante considerando-se que a ruptura
se darà por esforços trativos com o"= 2T. Por outro lado, a folga entre a
matriz e o punção também não pode ser muito peqttena pois corre-se o
DTI
o
Blauks
risco de quebrar a matiz. Consideremos, como exemplo, que o Não-vazados
rompimento por cisalhamento de uma se dê numa direçào a, em Telação à
direção normal; onde este ângulo a depende sobretudo das condições de
anisotroria da chapa. Se a chapa fosse monocristalina a seria próximo a Figura 8.5 Corte pam produção de blanks não· vazados.
45°. A folga sendo pequena, a direçiio da fratura poderá não incidir sobre
a aresta cortante e sim sobre a parte maciça do bloco da matriz. Deste modo, várias geometrias podem ser reproduzidas conforme
Dependendo de quanto a direção da fratura foi desviada em relação à ilustrado na figura 8.6. Entretanto, o projeto (desenho) da pré· forma deve
borda da matriz e do valor da componente compressiva do punção, as ser mui lo bem realizado pois, confonne já foi dilo na seção 8.1, um blank
ferramentas matriz e punção poderão ser danificados durante o corte. Para ideal é aquele que não gera refugos. A produção de blanks vazados é feita
evitar problemas desta natureza, recomenda·se que a folga seja ajustada em duas eta1)as. O furo central é feito na primeira etapa e após o
entre O, I e 0,2e; sendo (e) a espessura da chapa. deslocamento da chapa para esquerda é feito o corte no perlmetro exterior
do blank.
Blanks
Vuados
U
~
p
8.2.3 Estiramento
Eq. 8.2
\ J +-+-Almofada
de
Bloco - - - • Borracha
Bloco de de
modelar Modelar
Figura 8.14 Repuxamemo para produção de peças simétrica.
Figura 8.15 Confonnação com compressão unifonne ..
Neste processo, o blank é fixo a um bloco de modelar giratório, confonne Dependendo da geometria da peça, um gradieme local de pre.ssào
ilustrado na figura 8.14. Depois de fixo, uma ferramenta é pressionada pode ser necessário. Quando forem necessárias pressões locais mais
contra a chapa que, ao girar, vai se moldando gradualmente à geometria elevadas, ferramentas especiais devem ser usadas para comprimir
do bloco. Embora o repuxamento possa ser desenvolvido num locahneme a almofada, gerando um gradiente de tensão. O processo
equipamento específico, em pequenas ofici nas costumam-se usar tornos guerin é bastante difundido na indústria aeronáutica, onde é empregado
mecãn icos como equipamentos para produção de peças repuxadas. O para a produção de peças rasas que compõem a fuselagem das aeronaves.
bloco de modelar é fixo à placa do torno, a contra-ponta serve como Algumas peças de flange estirado também podem ser produzidas por este
elemento de íixaçílo e o porta-timamentas serve para fixar a Jerramema processo. Como a almofada oferece pouca resistência à torrnação de
de modelar. Independentemente do equipamento empregado, tomo mgas, as peças de tlange contraída devem ser evitadas.
mecânico ou repuxador, o processo de repuxamento caracteriza-se pela
baixa produtividade. As grandes indústrias tradiciooalmente produzem 8.3.3 Conformação por explosão
embutidos cm prensas mecânicas ou hidráulicas que possibilitam a
automação do processo. Ainda assim, o repuxamcnto é útil e pode ser A confonnação de chapas rarnbém pode ser produzida por ondas
utilizado para produç<iO de protótipos. de choque transmitidas através de um fluido (fig. 8. 16). A grnnde
vantagem deste método é a unifonnidade das tensões de confommçào,
agindo como um punção sem atrito.
Punção
AJJel de Fixação
""-..
sitie~~
Model~ii6i' > Matriz
Neste processo, o bloco de modelar, a chapa e um explosivo são Figura 8.17 flmbutimento de chapas.
submersos no fluido (nonnalmente água) de um tanque ou piscina.
cor1forme a ilustração da figura 8.16. O explosivo, localizado a uma certa Vários são os parâmetros que influem nos esforços necessários ao
distância do bloco, é detonado, gerando ondas de choque que se embutimcnto de uma chapa. Assim sendo, uma solução analítica para
propagam pelo fluido. Se uma chapa for colocada sobre o molde, ela será determinação de esforços, nos casos de peças com geometrias diferentes
conformada pelas ondas de choque produzidas pela explosão, assumindo de um copo cilíndrico de fundo plano, é impossível. Métodos numéricos à
a configuração do molde. Durante o pwcesso de conformação, todos os base de elementos de volume finitos são oecessários para o
pontos da superfície da chapa estarão sujeitos a uma mesma pressão equacionamento de probl.emas de embutimento.
produzida pelas ondas de cboquc. As variações da pressão hidrostática
(P) com a altura são negligenciáveis, considerando-se o alto valor da 8.4 Estampabilidade e limites de conformação
distorção (D) produzida pela explosão.
As chapas empregadas nos diferentes processos de conformação
são caracterizadas pela capacidade de dobrar-se c estirar-se
8.3.4 Embutimento ou Estampagem sucessivamente em diferentes direções. A anisorropia é, portanto, uma
condição desejável embora, os laminados planos de ligas ferrosas,
O embutimento ou estampagem é o processo empregado para se principalmente, sejam produzidos a quente e, em geral. não são
tra.nsfonnar chapas planas em peças tridimensionai.s e profu.udas, de fornecidos oo estado recozido ou nonualizado. Pelo menos um último
variadas fonnas como copos, cápsulas, componentes de tancagem, passe, com detormação a frio de 1 a 2%, é feito para ajuste dimensional
componentes de carrocerias de automóveis e embalagens metálicas (latas) do laminado, gerando um pequeno nlvel de anisotropia.
em geraL Neste processo (fig. 8.17), o blank é fixado por um anel, que A anisotropia de uma chapa pode ser medida através de um làtor
exerce uma certa pressão sobre a chapa pam evitar a formação de rugas. (R), dado pela razão entre sua espessura e sua largura. Na realidade, o
Durdnte a conformação, o metal é submetido a três cond ições de fator (RJ mede a anisotropia normal (eq. 8.6). Um alto valor de (R)
estorços, confonne já foi descrito na seçào 8. J e detalhado nas tlguras 8.2 sign ifica que a chapa oferece uma grande resistência para se deformar na
e 8.3. direção da espessura que é a direção normal ao plano da chapa.
Bq. 8.6
k = Ru + 2R,s + R9o Eq. 8.7 O aumento de resistência produzido pelo cocruamcnto faz a curva
4 do material anisotrópico (experimental) tomar-se assimétrica em relação
à curva de um material isotrópico (ideal). Esta curva do material
A orientação crista lográfica tem grande importâoci!! para os isotrópico ou clllva ideal pode ser entendida como uma condição limite a
valores da anisotropia plana (R). Para maximizar o valor de (R) num pat1ir da qual o material passa a escoar. A assimetria da elipse maior
metal CCC, a chapa te1ia que ter os planos {111 } paralelos e orientados (anisotrópica) torna evidente q11e a condição de escoamento segundo Voo
aleatoriamente no plano da chapa e a direção LI II J perpendicular ao Mises não pode ser aplicada a materiais aoisotrópicos.
plano da chapa. Um outro tipo de teste bastante utilizado pela indúsllia de
alumínio é o ensaio de Erichsen. Neste ensaio, um disco (blank),
produzido a partir de uma chapa laminada a frio é embutido. A
anisotropia é avaliada cm função da diferença de altura entre as regiões
de vales e picos (fig. 8.18). As regiões de vales, as menos estiradas,
correspondem às direções (O e 90°) que foram as mais afetadas pela
laminação (encruamento). As regiões de picos correspondem às direções
(45%) que foram as menos afetadas pelo encruamento produzido pela
laminação.
Uma chapa de alumínio deformada (80% a frio) foi tratada
Figura 8. 16 Dircções usadas no ensaio de anisotropia plana. termicamente em diferentes tempemturas e sua anisotropia, em cada
condição, foi avaliada através dos ensaios de Erichsen. A figura 8. 18
O efeito da anisotropia pode ser visualizado através de um mapa mostra os embutidos de chapas com 2,0 mm, tratadas durante 3 horas nas
de escoamento (fig. 8.17). No estado plano de tensões, o escoamento temperaturas de 220, 260, 320 e 340"C, no sentido da esquerda para
anisotrópico acarreta distorções na elipse de escoamento de um material direila, respectivamente.
ideal, considerado isotrópico.
evitando-se as marcações por ranhuras (riscos) para não gerar
coocentntdores de tensão. Em seguida. deforma-se a chapa nas duas
direções (s., e c,.) até o ponto de ruptura (rasgamento). Os valores das
deformações são medidos em função do aumento relativo das dimensões
do circulo (linha cheia) que passa a ter uma fom1a elíptica (linha
pontilhada). Considerando-se que as defonnações nas duas direções (x,y)
foram produzidas por esforços trativos, a combinação de todos os pontos
(ex.~y) gera a curva de Keeler que separa a região de falha da região
segum. Esta curva (fig. 8.19) mostra que se uma defonnaçào biaxial for
produzida, gerando uma combinação de valores (e," &y1) a chapa poderá
ser embutida nestas mesmas condições (ponto B), sem nenhuma làlha
mecânica.
Figura 8. 18 P.nsaios de Fricbsen em chapas de alumínio com 2.0 mm.
tratadas termicamente em diferentes temperaturas. e.(%)
2,0 mm. Uma diferença entre as alturas de vales c picos superior a 7% Figura 8.19 Diagrama limite de conformação de Keller·Goodwin
indica que a anisotropia é deslàvorável à utilização da chapa nestas
condições para o embutimento profundo. Entretanto, se a deformação biaxial produzir a combinação
Os ensaios para caracterização da anisotropia, em gerdl, não dão de valores com deformação (t,1, Cy1), a chapa não poderá ser embutida,
nenhuma indicação sobre a ocorrência de eventuais !àlhas mecânicas que nestas mesmas condições (ponto A), pois haverá falha mecânica
uma chapa possa sofrer durante a estampagem. Para suprir esta limitação, (ruptura). É preciso considerar-se ainda que se as defonnações nas duas
foi desen,•olvido um método que estabelece os limites de conformação de direções (x,y) forem produzidas por esforços trativos e compressivos, a
uma chapa, considerando-se a biaxialidade do estado de tensões. A falha c.ombinação de todos os pontos (r.,.-ty) gera a curva de Goodwin que
mecânica deve então ser detem1inada em função da combinação de separa a região de falha da região segura, confonne está mostrado no lado
valores da defonnaçào nas duas direções principais (fig.8.1 8). Para isto, esquerdo do diagrama da figura 8. 19. O conjunto formado pelas duas
marcam-se círculos sobre a chapa com um marcador eletrolitico,
curvas (lado direito e esquerdo) gera o diagrama limite de confonnação EXERCICIOS PROPOSTOS
que também é conhecido como diagrama de Keeler-Goodwin.
Baseado no diagrama de Kceler-Ooodwin. pode-se afirmar que a
biaxialidade aumenta a resistência à ruptura do material. Conforme pode 1- Como podemos justificar o efeito mola, sempre prc.scnte, nos
ser observado neste diagmma, o esforço trativo puro (deformação processos de confonnação de chapas'/
unidirecional na direçào x) gera o menor valor de resistência a ruptura. À
medida em que a biaxialidade (e., ey) é instaurada. os valores de 2- Deseja-se fi1bricar por confonnaçào plástica capacetes industriais de
resistência à fratura a\1mentam e vão crescendo com o incremento de &y. alumínio. Você terá que escolher um (ou mais) processo(s) que
Evidentemente, quando a defonnação secundária (ey) for produzida por viabilize(m) a tàbricação desta peça, a partir da matéria prima disponível,
estorços compressivos, o crescimento da curva será mais rápido. Para levando em conta seus aspectos técnicos e económicos. Você terá, ainda,
uma mesma deformação principal (•:x), o material suportar.\, na direçào que descrever toda a fundamentação mecânica e metalúrgica inerente
secundária, uma defom1açào compressiva muito maior (em módulo} que ao(s) processo(s).
se-fosse trativa.
Matéria prima: Liga de Alumínio AA 8023 fomecida em chapa com
espessura de 5,15 mm c largura de 1500 mm ..
Estado de fomecimento da matéria prima : Bruto de solidi fícaçào em
"Caster".
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Cl•que para aumentar
Numa ação conjunta Pró-reitoria Acadêmica e Editora Universitária
da Universidade Federal de Pernambuco sai, em consonância ao
previsto no edital 2005, a reedição do título Conformação Plástica,
do Programa Livro Texto, fruto de uma nova política editorial.