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CANCIONEIRO DE SERPA
de Maria Rita Ortigão Pinto Cortez,
Edição da Câmara Municipal de Serpa, 1994, com 410 páginas com
escrita, pautas e desenhos à mão!!!
http://www.joraga.net/gruposcorais/pags09_pautas_09_CSerpa_MRitaOPC/0433_CdeSerpa_MRitaCorte
z_000_000_p410_listade410pags.htm
432. Nº no Nº Título Página na
índice na obra
obra
503 191
509 - 77. 72 Ai que praias. 192 e
504 193
510 - 78. 73 A jovem linda. 194 e
505 195
511 - 79. 74 Eu ouvi, mil vezes ouvi. 196 e
506 197
512 - 80. 75 Meu amor me deu um lenço. 198 e
507 199
513 - 81. 76 O sol é que alegra o dia. 200 e
508 201
514 - 82. 77 As nuvens que andam no ar. 202 e
509 As NUVENS que andam no ar - outra imagem 203
515 - 83. 78 Estrelinha do Norte. 204 e
510 205
516 - 84. 79 Dá-me uma gotinha de água. 206 e
511 207
517 - 85. 80 Eu ia pela rua. (Não é tarde nem é cedo…) 208 e
512 209
518 - 86. 81 O que levas na garrafinha?. 210 e
513 211
519 - 87. 82 Foste tu, ó ladrão, ladrão. 212 e
514 213
520 - 88. 83 Era meia-noite. (O ladrão) 214 e
515 215
521 - 89. 84 Meus senhores, que rapariga esta. - O Bimbas. 216 e
516 217
521b - 90 84b (O Bimbas) 216
516b
522 - 91. 85 Acorda, Maria, acorda. 218 e
517 219
523 - 92. 86 Com que letra se escreve Maria? 220 e
518 221
524 - 93. 87 Maria Malveira. (Ribeira vai cheia…) 222 e
519 223
525 - 94. 88 Minha mãe chama por Ana. 224 e
520 225
526 - 95. 89 Donde vens, ó Ana?. 226 e
521 227
528 - 96. 90 Os olhos da Marianita. 228 e
522. 229
529 - 97. 91 Marianita, és baixinha. 230 e
523 231
530 - 98. 92 Matilde, levanta a saia. 232 e
524 233
531 - 99. 93 Menina Florentina. 234 e
525 235
532 - 100. 94 Aurora. 236 e
526 (Uma mãe que o filho embala…) 237
533 - 101. 95 Rosa (Rita), arredonda a saia. 238 e
527 239
534 - 102. 96 Esta é que era a moda que a Rita cantava 240 e
528 241
535 - 103. 97 Claudina (Cesaltina) 242 e
529 243
536 - 104. 98 Senta-te aqui, ó António. 244 e
530 245
537 - 105. 99 Ó António, já lanchaste? 246 e
531 247
586 - 154.
554
587 – 155. 123 Moda de Deus Menino. 362 a
555 364
588 – 156. 124 Janeiras. 366 e
556 367
589 – 157. 125 Reis (Quem são os três cavalheiros) 368 e
557 369
590 – 158. 126 As Preces a São Francisco: 370
558 Bendita e louvada seja e nota explicativa.
591 - 159. 127 Cântico a S. Francisco - As Preces a São Francisco 370 e
559 371
592- 160. 128 Bendita sejais, Senhora das Dores (Pauta da versão de 372 e
560 Serpa) 373
593- 161. 129 Bendita sejais, Senhora das Dores (Pauta da versão de
561 Pias)
594 - 162. 130 Além vai Jesus. 374 a
562 377
595 - 163. 131 Kyrie - Senhor, tende piedade de nós! 378 e
563 379
596 - 164. 132 Aleluia. 378 e
564 379
597 - 165. 133 O Bom Pastor. 380 e
565 381
598 - 166. 134 Senhor Jesus, Pão da Vida. 382
566 383
599 - 167. 135 Fonte de gua Viva. 384 e
567 385
600 - 168. 136 Nossa Senhora do Carmo - / música, J. Coelho (Moura) 386 e
568 Nossa Senhora do Carmo (versão 1ª) 387
601 – 169. 137 Virgem Maria. 388 e
569 389
602 – 170. 138 Senhora do Livramento. 390 e
570 391
603 – 171. 139 Senhora de Guadalupe. 392 e
571 393
604 – 172. 140 Hino a Nossa Senhora de Guadalupe. 394 e
572 395
605. 173. sp Bênção da Tia Candelária. 396
606. 174. sp Oração a São Jerónimo. 397
607. 175. sp Oração (pela manhã). 398
608. 176. sp Padre Nosso pequenino. 399
609. 177. sp Ó meu Jesus do Horto. (Confissão) 400
610. 178. sp A vinda do Senhor. 401
Bibliografia 403
Índice 405 a
410
Ver In
http://www.cm-serpa.pt/PublicacaoDisplay.aspx?ID=6
Nota: Contém as partituras (excepto das cantigas)
Há variantes dos títulos de algumas canções, a descrição adoptada é conforme
ao índice.
As canções 'As pombinhas da Catrina', 'Venho da Ribeira Nova' e 'Que barca é
aquela' são referidas no índice mas não estão incluídas no livro, e não existe a
letra de 'Diga lá minha menina'.
Nota 2
«Nesta obra, profusamente ilustrada com desenhos da autora,
registam-se modas e cantigas de Serpa bem como contos, lendas,
provérbios e canções religiosas. Maria Rita Cortez esclarece que este
cancioneiro não resulta de um trabalho de investigação nem mesmo
de uma recolha sistemática e exaustiva. Pretendeu a autora, tão
somente, passar para o papel recordações de infância recorrendo,
quando a memória falhava, a outras pessoas e à pesquisa
bibliográfica. A publicação, que a autora dedica às crianças de Serpa,
cumpre o objectivo de ajudar a preservar parte importante das
tradições orais do concelho.»
...
0433 - 001 - pag 044
LÁ VAI SERPA, LÁ VAI MOURA!
Cancioneiro de Serpa 001
CANCIONEIRO DE SERPA -De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
Para contextualizar esta obra monumental, talvez seja importante consultar o seguinte:
PRELÚDIO, por João Rocha, Presidemte da Câmara de Serpa, Setembro de 1994.
http://www.joraga.net/gruposcorais/pags09_pautas_09_CSerpa_MRitaOPC/0433_CdeSerpa_MRitaCorte
z_000_000_p410_listade410pags.htm
INTRODUÇÃO, pela Autora, Maria Rita Ortigão Pinto Cortez, natural e residente em Serpa, 8 de Janeiro
de 1987.
http://www.joraga.net/gruposcorais/pags09_pautas_09_CSerpa_MRitaOPC/0433_CdeSerpa_MRitaCorte
z_p009_000_intro.htm
001
LÁ VAI SERPA, LÁ VAI MOURA!
O homem nunca devia
A sua existência acabar,
O homem nunca devia
A sua existência acabar!
Nem nunca se fazer velho
Para sempre namorar,
Nem nunca se fazer velho
Para sempre namorar!
Lá vai Serpa, lá vai Moura
As Pias ficam no meio
Em chegando à minha terra
Não há que haver arreceio!
Não há que haver arreceio!
Lá vai Serpa, lá vai Moura
Lá vai Serpa, lá vai Moura
As Pias ficam no meio!
0433b - 001b - pag 046
LÁ VAI SERPA, LÁ VAI MOURA!
por Menano (Coimbra)
Cancioneiro de Serpa 001b
CANCIONEIRO DE SERPA -De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez -Edição do Município de Serpa, 1944
001b
Lá vai Serpa, lá vai Moura!
Fado de Coimbra da autoria de Francisco Menano
Lá vai Serpa, lá vai Moura, ai,
As Pias ficam no meio!
Em chegando à minha terra, ai,
(Quem vier à minha terra, ai),
Não há que haver arreceio!
(Tem que ter arreceio)!
http://fadocravo.blogspot.com/2010/11/antonio-menano-o-
beijo.html
ver biografia de Menano em:
http://vagamente.blogs.sapo.pt/2564.html
0434 - 002 - pag 046 –
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
002
Ó Serpa pois TU não ouves?
Ó Serpa, pois tu não ouves
Os teus filhos a cantar?
Ó Serpa, pois tu não ouves
Os teus filhos a cantar?
Enquanto os teus filhos cantam,
Tu, Serpa deves chorar!
Enquanto os teus filhos cantam,
Tu, Serpa (ó Serpa) deves chorar!
Pode VER e Ouvir este trabalho sobre Serpa por alunos do 12º Ano da Escola D.
Manuel I, Beja (em 2011?)
http://www.youtube.com/watch?v=wOqzGwy3sPs
0435 - p048 - 003
Ó Serpa do Alentejo
Cancioneiro de Serpa 003
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
003
Ó Serpa do Alentejo
Ó Serpa do Alentejo,
És minha terra natal!
És da vilas mais antigas
Que temos em Portugal!
Que temos em Portugal,
Das terras que mais invejo,
És minha terra natal(i)
Ó Serpa do Alentejo.
Pode ouvir no Youtube pelo Grupo Grupo Coral e Etnografico da Casa do Povo
de Serpa
http://www.youtube.com/watch?v=eZKZCnBMi9U
http://www.youtube.com/user/SerpaDigital
0436 - p050 004 –
CANCIONEIRO DE SERPA
De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez
Edição do Município de Serpa, 1944
004
Adeus, ó vila de Serpa
Música tradicional.
Letra do Mestre José Gato
0437 - p053 - 005
Ó Serpa velhinha (cantiga)
por António Santinhos
Cancioneiro de Serpa 005
Ó Serpa velhinha (cantiga)
(cantiga)
por António Santinhos
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
005
Cantiga
Ó Serpa, terra velhinha,
das muralhas enfeitada!
Guadalupe é padroeira
desta terra abençoada.
Tu tens as lindas gargantas,
dos cantares tu és rainha.
Das muralhas enfeitadas,
Ó Serpa, terra velhinha!
Moda
Toma lá amor
que te manda a prima!
Toma lá amor,
Toma lá amor
que te manda a prima!
Um cesto de abraços,
Um cesto, os meus braços
com beijos em cima!
Ó Serpa velhinha,
sempre te hei-de amar!
Tu tens o castelo,
Ele é o mais belo
deste Portugal!
Tu tens as muralhas,
que são as rainhas.
Sempre te hei-de amar,
de noite ao luar,
ó Serpa velhinha!
0438 - p056 - 006
Serpa que és minha Terra
Cancioneiro de Serpa 006
006
Serpa, que és minha terra,
vou-te deixar, meu amor!
Vou deixar o Alentejo,
província que eu mais invejo
das papoilas em flor!
Das papoilas em flor,
lá no mei' desses trigais!
vou deixar os teus cantores,
as ceifeiras e os pastores,
não sei se voltarei mais!
0439 - p058 - 007
Viva o Rei! Viva a Rainha
Cancioneiro de Serpa 007
007
Viva o Rei! Viva a Rainha!
Vivam todos com prazer!
Uma festa igual a esta
já Serpa não torna a ver!
Já Serpa não torna a ver
uma festa igual a esta!
Viva o Rei! Viva a Rainha!
Vivam todos com prazer!
0440 - p060 - 008
Cantiga 1 Despedida –
Cantiga 1 Despedida –
0441 - p062 009 –
009
De Aldeia Nova, São Bento,
de Pias, Santa Luzia!
De Aldeia Nova, São Bento,
de Pias, Santa Luzia!
De Brinches, Cpnsolação,
de Serpa, santa Maria,
De Brinches, Cpnsolação,
de Serpa, santa Maria.
0442 - p064 - 010
Mondadeira Alentejana
Cancioneiro de Serpa 010
Mondadeira Alentejana
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
0443 - p066 011
–
As mondadeiras cantando
Cancioneiro de Serpa 011
As mondadeiras cantando
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
011
Quantas papoilas se avistam
além naqueles trigais!
Quantas papoilas se avistam
além naqueles trigais!
Tantas como beijos deram
mondadeiras e zagais!
Tantas como beijos deram
mondadeiras e zagais!
Refrão
As mondadeiras cantando
suas penas e amores,
não cantam, estão rezando,
num altar cheio de flores.
Num altar cheio de flores,
cada uma é um desejo.
Os anjinhos são pastores,
a capela, o Alentejo.
Seara, verde seara,
mondada com tanto gosto,
Seara, verde seara,
mondada com tanto gosto
és verde na Primavera,
e loira no mês de Agosto!
0444 - p068 - 012
Não quero que vás à monda
Cancioneiro de Serpa 012
012
Não quero que vás à monda,
nem à ribeira lavar.
Só quero que me acompanhes, ó meu lindo amor,
no dia em que me eu casar!
No dia em que me eu casar,
hás-de ser minha madrinha.
Vão quero que vás à monda, ó meu lindo amor,
nem à ribeira sozinha!
Para ouvir AQUI pelo http://www.youtube.com/user/ASOUSA59
http://www.youtube.com/watch?v=sLR497__3o4&feature=related
0445 - p070 013
–
Ceifeira, linda Ceifeira
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
013
Ceifeira,
Ceifeira, linda ceifeira!
Eu hei-de,
Eu hei-de casar contigo!
lá nos cam...
lá nos campos, secos campos,
lá nos campos, secos campos,
à calma a ceifar o trigo.
À calma,
à calma a ceifar o trigo,
pela fô...
Pela força do calor!
Ceifeira,
Ceifeira, linda ceifeira!
Ceifeira, linda ceifeira
hás-de ser o meu amor!
Não é,
Não é a ceifa que mata,
nem os ca...
nem os calores do verão!
É a é...
É a erva unha-gata,
É a erva unha-gata,
mais o cardo beija-mão!
CANTIGAS
Aqui vou mais a minha prima,
minha prima vai mais eu.
Por muito que ela me queira,
dobrado lhe quero eu!
0446 - p074 - 014
Melancolia dos campos
Cancioneiro de Serpa 014
0447 - p076 015 –
Moreninha Alentejana
Cancioneiro de Serpa 015
Moreninha Alentejana
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
015
MORENINHA ALENTEJANA
- Moreninha alentejana,
quem te fez moren'assim?
- Foi o Sol da Primavera
que caiu sobre mim!
Que caiu sobre mim,
andava a ceifar o trigo.
- Moreninha alentejana,
porque não casas comigo?
porque não casas comigo,
Porque não casas com ela?
- Quem te fez morena assim?
Foi o sol da Primavera!
0448 - p078 - 016
Fui-te ver, estavas lavando
Cancioneiro de Serpa 016
0449 - p080 - 017
O Pastor Alentejano
Cancioneiro de Serpa 017
O Pastor Alentejano
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
017
O Pastor Alentejano
O pastor alentejano Encostado ao seu cajado,
tem seu cão por companhia lá nos campos ao rigor,
nos campos do Alentejo anda a guardar o seu gado.
onde passa noite e dia. É a vida do pastor
0450 - p082 - 018
Toda a vida fui pastor
Cancioneiro de Serpa 018
0451 - p084 - 019
O Lírio Roxo
Cancioneiro de Serpa 019
O Lírio Roxo
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez -Edição do Município de Serpa, 1944
019
O LÍRIO ROXO
Ao romper da bel'aurora,
sai o pastor da (choupana) cabana.
Meu lírio roxo,
sai o pastor da (choupana) cabana.
Gritando em altas vozes:
«Muito padece quem ama!»
Meu lírio roxo,
«Muito padece quem ama!»
Chirlo birlo birlo
par'amar, meu bem!
O rio vai correndo,
ai, quem mo dera apanhar!
Meu lírio roxo,
ai, quem mo dera apanhar!
O amor é como o rio,
vai e não volta a voltar!
Meu lírio roxo,
vai e não volta a voltar!
Badajoz tem lindas damas
Portugal também as tem!
Meu lírio roxo,
Chirlo birlo birlo
par'amar, meu bem!
O cantar é dos anjinhos,
Não ofende a Deus, cantando.
É melhor do que andar
na vida de outros, falando!
Ó amor, amor,
ó amor, às vezes
os dias piqueninos
me parecem meses!
Ont'à noite, à meia-noite,
ouvi cantar e chorei,
era a minha mocidade
que tão nova desprezei.
0452 - p088 - 020
O Lírio Roxo do Campo
Cancioneiro de Serpa 020
0453 - p090 -021
Fui passear
Cancioneiro de Serpa 021
Fui passear
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
021
Fui passear
Fui passear
lá ao teu montinho.
Saiu-me uma rosa, olaré!
Dançando ao caminho.
Como é bonita,
como é formosa!
Dançando ao caminho, olaré!
Saiu-me uma rosa!
0454 - p092 - 022
Rosa branca desmaiada
Cancioneiro de Serpa 022
022
Rosa branca desmaiada
- Rosa branca desmaiada,
onde deixastes o cheiro?
- Deixei-o no meu jardim,
à sombra do limoeiro.
À sobra do limoeiro
onde não seja regada.
- Onde deixastes o cheiro,
rosa branca desmaiada?
0455 - p094 -023
Rosa Amarela
Cancioneiro de Serpa 023
Rosa Amarela
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
023
Rosa Amarela
Rosa Amarela queixou-se
dum cravo que a namorava,
que a deixou pr'amar a Branca,
porque dela não gostava.
Porque dela não gostava,
nem a queria p'ra casar.
Rosa Amarela queixou-se,
queixou-se, deix'à queixar!
A rosa depois de seca,
foi-se queixar ao jardim.
Respondeu-lhe o jardineiro:
- Tudo no mundo tem fim.
A rosa depois de seca,
perde o cheiro, perde a graça.
É como a moça solteira,
se um dia cai em desgraça.
0456 - p096 - 024
Vamos apanhar a rosa
Cancioneiro de Serpa 024
024
Vamos apanhar a rosa
Vamos apanhar a rosa,
com abraços e beijinhos!
Enquanto se apanha a rosa,
não se apanha o rosmaninho.
Não se apanha o rosmaninho,
não se apanha o alecrim.
Vamos apanhar a rosa,
meu amor, fica sem mim!
«Quem pelo rosmaninho passou e não cheirou,
das chagas de Jesus Cristo se não lembrou.»
ou «de seu amor não se lembrou.»
0457 - p098 - 025
Que inveja tens tu da rosa
Cancioneiro de Serpa 025
0458 - p100 - 026
Uma Flor que abriu em Maio
Cancioneiro de Serpa 026
0459 - p102 - 027
A erva cidreira
Cancioneiro de Serpa 027
A erva cidreira
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
027
A erva cidreira
Ó erva cidreira,
que 'stás no alpendre,
quasnto mais se rega,
mais a silva prende.
Mais a silva pende,
mais a rosa cheira,
que 'stás no alpendre,
ó erva cidreira!
---------
Ó erva cidreira,
que estás na varanda!
Quanto mais se rega,
mais a folha abranda!
0460 - p104 - 028
A Macela
Cancioneiro de Serpa 028
A Macela
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
028
A Macela
(*marcela - marcelinha)
0461 - p106 - 029
A medronheira no vale
Cancioneiro de Serpa 029
A medronheira no vale
CANCIONEIRO DE SERPA -De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
029
A medronheira no vale
A medronheira no vale
chora a sua solidão.
Quem não há-de, amor, chorar
a nossa separação?
A nossa separação,
quem não há-de amor, chorar?
Chora a sua solidão,
a medronheira no vale!
Já no céu não há estrelas,
Senão uma ao pé da lua.
Tenho corrido, não acho,
cara mais linda que a tua!
0462 - p108 - 030
O Alecrim
Cancioneiro de Serpa 030
O Alecrim
Alecrim,
alecrim aos molhos
por causa de ti
choram os meus olhos!
Refrão:
Ai lindo'amor, (ou Ai, meu'amor,)
quem te disse a ti
que a flor do campo
era o alecrim?
Alecrim,
alecrim doirado,
que nasce no campo
sem ser semeado!
0463 - p110 - 031
Vai colher a silva
Cancioneiro de Serpa 031
0464 - p112 - 032
Silva que estás enleada
Cancioneiro de Serpa 032
032
0465 - p114 - 033
Ó rama, que linda rama!
Cancioneiro de Serpa 033
0466 - p116 - 034
Lindo Ramo Verde Escuro
Cancioneiro de Serpa 034
0467 - p118 - 035 –
Ó Amendoeira!
Cancioneiro de Serpa 035
Ó Amendoeira!
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
035
Ó Amendoeira
Ó Amendoeira,
qu'é dela a tua rama?
Ó Amendoeira,
qu'é dela a tua rama?
Por causa de ti
ando eu em má fama!
Ando eu em má fama,
deixá-lo andar!
Ando eu em má fama,
deixá-lo andar!
Em água de rosas
me hei-de lavar!
0468 - p120 - 036
A Flor da Laranjeira
Cancioneiro de Serpa 036
A Flor da Laranjeira
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
036
A Flor da laranjeira
A flor da laranjeira
dá-lhe o vento e vai-se embora. Ela a mão lhe apertou,
A flor da laranjeira ai, a mão lhe apertaria!
dá-lhe o vento e vai-se embora. Ela a mão lhe apertou,
Eu sei , mas não digo, ai, a mão lhe apertaria!
ai, quem ela namora! Adeus, meu amor!
Eu sei , mas não digo, Saudinha! Até um dia!
ai, quem ela namora!
Quem ela namora,
ai, quem ela namorou!
Quem ela namora,
ai, quem ela namorou!
Ao sair da escola
ela a mão lhe apertou!
Ao sair da escola
ela a mão lhe apertou!
0469 - p122 - 037
A Laranjinha
Cancioneiro de Serpa 037
A Laranjinha
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
037
A laranjinha
Sob'acima, ó laranjinha,
dá a meia e volta o par!
'inda tu hás-de ser minha,
'inda te hei-de deixar!
'inda te hei-de deixar,
'inda tu hás-de ser minha!
dá a meia e volta o par,
Sob'acima, ólaranjinha!
0470 - p124 - 038
Uma laranja, duas laranjas
Cancioneiro de Serpa 038
038
0471 - p126 - 039
Manjerico Folha Verde
Cancioneiro de Serpa 039
039
Manjerico Folha Verde
Manjerico Folha Verde
dá-lhe o vento, abana, abana.
Quem me dera já chamar
à tua irmã, minha mana!
À tua irmã, minha mana
à tua mana, cunhada!
Dá-lhe o vento, abana, abana,
manjerico folha recortada.
0472 - p128 - 040
Manjerico da janela
Cancioneiro de Serpa 040
Manjerico da janela
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
040
Manjerico da janela
Manjerico da janela,
dá-me a mão, quero subir!
Eu queria falar com ela,
mas à porta não posso ir!
Mas à porta não posso ir,
e eu queria falar com ela!
Dá-me a mão, quero subir,
Manjerico da janela!
0473 - p130 041
Eu esta manhã achei
(coreográfica)
Cancioneiro de Serpa 041
041
Eu esta manhã achei
(coreográfica)
Eu esta manhã achei,
debaixo da minha janela,
uma cartinha de amor.
Li ó lé, quem ficou sem ela?!
Li ó lé, quem ficou sem ela,
toda cheia de flores?!
Eu esta manhã achei
uma cartinha de amores!
0474 - p132 - 042
Menina que estás à janela
Cancioneiro de Serpa 042
0475 - p134 - 043
O extravagante
Cancioneiro de Serpa 043
O extravagante
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
043
O extravagante
Ó luar da meia noite,
não digas à minha amada
que eu passei à rua dela
às quatro da madrugada!
Chamaste-me extravagante
por eu ter uma noitada.
Eu sou um rapaz brilhante,
recolho de madrugada.
Recolho de madrugada,
mesmo agora neste instante,
por eu ter uma noitada
chamaste-me extravagante!
0476 - p136 044 –
0477 - p138 - 045
O meio tostão
Cancioneiro de Serpa 045
O meio tostão
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
045
O meio tostão
Ó mei'tostão,
deixa lá passar a gente!
cada vez tenho mais notas,
cada vez 'stou mais contente!
Ó mei'tostão,
deixa lá passar quem passa!
cada vez tenho mais notas,
cada vez 'stou mais massa!
0478 - p140 - 046
Amanhã anda à roda
Cancioneiro de Serpa 046
046
Amanhã anda à roda
Amanhã 'nda à roda,
já devia andar!
São duzentos contos!
Quem se quer habilitar?!
Amanhã 'nda à roda,
na praia do norte!
São duzentos contos!
Quem se quer habilit'à sorte?!
0479 - p142 - 047
Ó tim, ó tlim, tim, tim!
Cancioneiro de Serpa 047
0480 - p144 - 048
Lá vai o balão ao ar
Cancioneiro de Serpa 048
Lá vai o balão ao ar
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
048
Lá vai o balão ao ar
Lá vai o balão ao ar!
Se ele vai, deixá-lo ir!
Ajuntaram-se as moças todas
para verem o balão subir.
Para verem o balão subir,
para verem o balão baixar.
Ausentou-se o meu amor,
já não há quem saiba amar!
(Pode ver a música de acordo com a versão recolhida por D. Elvira Monteiro
"A Tradição" - Junho de 1902)
0481 - p146 - 049
Estou-me divertindo
Cancioneiro de Serpa 049
Estou-me divertindo
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
049
Estou-me divertindo
'Stou-me divertindo,
já me diverti!
Não digo mais nada,
fico por aqui!
0482 - p148 - 050
Rouxinóis, caracóis e bichos móis
(Passarada)
Cancioneiro de Serpa 050
0483 - p150 - 051
Olha o Passarinho
Cancioneiro de Serpa 051
Olha o Passarinho
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
051
Olha o Passarinho
Olha o Passarinho,
que bem que ele canta!
Quando está cantando,
tem uma guitarra
dentro da garganta!
Olha o rouxinol,
foi fazer o ninho
dentro do balsedo,
p'ra cantar sem medo,
olha o passarinho!
0484 - p152 - 052
O Passarinho
Cancioneiro de Serpa 052
O Passarinho
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
052
O Passarinho
Algum di' em tendo sede,
ia beber ao teu monte,
Algum di' em tendo sede,
ia beber ao teu mont',
agora passo de roda,
vou beber a outra fonte,
e agora passo de roda,
vou beber a outra fonte.
e agora passo de roda,
vou beber a outra font'
Ao romper da bel'aurora
eu ouvi o passarinho
lamentar sua desgraça,
poisado nesse raminho.
0485 - p154 - 053
Levantou-se o mundo inteiro
Cancioneiro de Serpa 053
053
Levantou-se o mundo inteiro
Levantou-se o mundo inteiro
para ver a passarada,
que vieram do estrangeiro,
esses pássaros negros da pena riscada.
Eram da pena riscada,
imitavam nos zagais;
'té faziam nuvem escura,
quando levantavam lá dos olivais!
0486 - p156 054 –
O cartaxinho
Cancioneiro de Serpa 054
O cartaxinho
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
054
O cartaxinho
Levantei-me um dia cedo
para ver o cartaxinho,
levava palhas no bico,
ó meu lindo amor,
andava a fazer o ninho.
Andava a fazer o ninho
debaixo do arvoredo.
Para ver o cartaxinho,
ó meu lindo amor,
levantei-me um dia cedo.
0487 - p158 - 055
O Papagaio
Cancioneiro de Serpa 055
O Papagaio
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
055
O Papagaio
Maria, já não vais ao monte,
nem beber à fonte,
sem ires à beringela.
0488 - p160 - 056
A Pombinha Branca
Cancioneiro de Serpa 056
A Pombinha Branca
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
056
A Pombinha Branca
- Ó minha Pombinha Branca!
- Onde queres, Amor, que eu vá?
É de noite, faz escuro,
e eu sozinha não vou lá!
Eu sozinha não vou lá,
e eu sozinha lá não vou!
- Ó minha Pombinha Branca,
p'ra te amar ainda aqui estou!
0489 - p162 - 057
Atira, Caçador, atira
Cancioneiro de Serpa 057
057
Atira, caçador, atira
Atira, caçador, atira
à pomba que vai no ar!
Ai, ladrão, que me roubaste,
'stando eu para casar!
'stando eu para casar,
na igreja a dar a mão!
Ai, ladrão, que me roubaste,
do meu peito o coração!
0490 - p164 - 058
Ó Pavão (coreográfica)
Cancioneiro de Serpa 058
Ó Pavão (coreográfica)
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
058
Ó Pavão (coreográfica)
Solo:
0491 - p166 - 059
Os quatro patinhos
Cancioneiro de Serpa 059
Os quatro patinhos
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
059
Os quatro patinhos
Eu tinha quatro patinhos,
ai, eu tinha quatro patinhos,
que vieram de Loulé,
que vieram de Loulé.
Vieram de lá p'ra cá,
ai, vieram de lá p'ra cá,
dançando o saricoté.
Ó saricoté, ó saricolá!
Ai, vieram de lá p'ra cá!
Ai, vieram de lá p'ra cá!
0492 - p168 - 060
Lá nos campos cantavam os grilos
Cancioneiro de Serpa 060
060
Lá nos campos cantavam os grilos
Lá nos campos cantavam os grilos,
e os galos no seu galinheiro.
Lá nos campos cantavam os grilos,
gri - gri, gri - gri,
seu amor primeiro!
Era meia-noite cantava o cuquinho,
era meia-noite o cuquinho cantava.
Era meia-noite cantava o cuquinho,
Cú-cú, cú-cú,
no seu buraquinho!
0493 - p170 - 061
As cobrinhas de água
Cancioneiro de Serpa 061
As cobrinhas de água
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
061
As cobrinhas de água
- As cobrinhas de água
são minhas comadres.
Quando lá passares,
dá-lhe saudades!
Dá-lhe saudades,
Saudades minhas,
quando lá passares,
ao pé das cobrinhas!
Ao pé das cobrinhas,
lá ao pé dos peixes.
Só te peço, amor,
que nunca me deixes!
- Que nunca me deixes?
Não te deixo, não!
Amor da minh'alma,
do meu coração!
0494 - p172 - 062
O Milhano
Cancioneiro de Serpa 062
O Milhano
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
062
O Milhano
Na margem da ribeirinha,
foi o milhano beber.
levava um homem no bico,
eu bem no ouvi gemer.
Eu bem no ouvi gemer,
eu bem no ouvi chirar;
na margem da ribeirinha,
foi o milhano pousar.
0495 - p174 - 063
Há Lobos sem ser na Serra
Cancioneiro de Serpa 063
063
Há Lobos sem ser na Serra
Há Lobos sem ser na Serra
e eu ainda não sabia!
Debaixo do arvoredo
trabalho com valentia!
Trabalho com valentia,
cada qual na sua terra.
Eu ainda não sabia,
há Lobos sem ser na Serra!
0496 - p176 - 064
O comboio
Cancioneiro de Serpa 064
O comboio
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
064
O comboio
Lá vai o comboio, lá vai,
lá vai ele a assobiar,
lá vai o meu lindo amor,
para a vida militar!
Para a vida militar,
para aquela triste vida,
lá vai o comboio à ponte,
leva força na subida!
Leva força na subida,
leva pressa no andar!
L á vai o comboio à ponte,
lá vai ele a assobiar!
0497 - p178 - 065
Tinhas-me tanta amizade
Cancioneiro de Serpa 065
065
Tinhas-me tanta amizade
Carta
Tinhas-me tanta amizade,
que me não querias deixar!
Abalaste p'ra Lisboa,
e eu cá fiquei a chorar.
E eu cá fiquei a chorar,
chorava de uma paixão.
Abalaste p'ra Lisboa,
Amor do meu coração!
0498 - p180 - 066
Vou-me embora, vou partir
Cancioneiro de Serpa 066
066
Vou-me embora, vou partir
Vou-me embora, vou partir e tenho esperança,
vou correr o mundo inteiro, quero ir!
Para ver e conhecer, rosa branca,
a vida do marinheiro sem dormir!
A vida do marinheiro, linda flor
que anda lutando no mar(i) com talento!
Adeus, minha mãe, adeus, meu amor!
Tenho esperança de voltar(i) com o tempo!
0499 - p182 067
Moda do emigrante
Cancioneiro de Serpa 067
Moda do emigrante
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
067
Moda do emigrante
Eu sou um pobre emigrante,
chora, linda, linda, chora!
Vou de abalada prà França,
chora, linda, que eu vou-me embora!
Deixei pai e deixei mãe,
deixei filhos a chorar.
Vou de abalada prà França,
tenho esperanças de voltar!
0500 - p184 - 068
Eu hei-de ir para o Algarve
Cancioneiro de Serpa 068
068
Eu hei-de ir para o Algarve
Eu hei-de ir para o Algarve
Sim, Sim!
Hei-de lá estar oito dias,
Não, não!
Hei-de cantar e bailar,
Sim, Sim!
Com as moças algarvias,
Não, não!
0501 - p186 - 069
Estando eu à porta sentado
Cancioneiro de Serpa 069
0502 - p188 - 070
Ó morena!
Cancioneiro de Serpa 070
Ó morena!
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
070
Ó morena!
- Ó morena,
pois tu não danças?
É porque cansas,
ou não tens par?
- Meu senhores,
venho de França,
na minha terra
não se usa tal!
0503 - p190 - 071
Tenho barcos, tenho remos
Cancioneiro de Serpa 071
0504 - p192 - 072
Ai que Praias
Cancioneiro de Serpa 072
Ai que Praias
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
072
Ai que praias
Nas ondas do mar, lá fora, Ó luar bisbilhoteiro,
tenh'eu quem me queira bem. não me venhas espreitar,
Nas ondas do mar, lá fora, Ó luar bisbilhoteiro,
tenh'eu quem me queira bem. não me venhas espreitar,
Não é na primeira onda, quando estou com o meu amor
é na segunda qui vem! num barquinho a namorar!
quando estou com o meu amor
Ai que praias tão lindas, tão belas! num barquinho a namorar!
Era meia noite, eu estava a sonhar,
assentado no barco mais ela, Ai que praias tão lindas, tão belas!
namorando à beira do mar! Era mei noite, eu estava a sonhar,
assentado no barco mais ela, assentado no barco mais ela,
namorando à beira do mar! namorando à beira do mar!
assentado no barco mais ela,
namorando à beira do mar!
0505 - p194 - 073
A jovem linda
Cancioneiro de Serpa 073
A jovem linda
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez -Edição do Município de Serpa, 1944
073
A Jovem Linda
Onte'à noite à meia noite Só a pena que me existe,
ouvi cantar e chorei. minha jovem, jovem linda.
Onte'à noite à meia noite É ólhar par'ó teu rosto
ouvi cantar e chorei. e ver-te tão crianç'ainda!
Er'à minha mocidade,
que tão nova desprezei. Ver-te tão crianç'ainda,
Er'à minha mocidade, tão jovem sem teres idade,
que tão nova desprezei. só a pena que m'existe,
minha doce saudade!
0506 - p196 - 074
Eu ouvi, mil vezes ouvi
Cancioneiro de Serpa 074
074
Eu ouvi, mil vezes ouvi
Eu ouvi, mil vezes ouvi.
lá nos campos rufar os tambores.
Das janelas me bradam as damas,
já lá vou, já lá vou, meus amores!
0507 - p198 - 075
Meu amor me deu um Lenço
Cancioneiro de Serpa 075
0508 - p200 - 076
O Sol é que alegra o dia
Cancioneiro de Serpa 076
0509 - p202 - 077
As nuvens que andam no ar
Cancioneiro de Serpa 077
0510 - p204 - 078
Estrelinha do Norte
Cancioneiro de Serpa 078
Estrelinha do Norte
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
078
Estrelinha do Norte
Anda cá se queres água,
que os meus olhos te a darão.
É pouca, mas é clara,
Estrelinha do Norte!
Nascida do coração!
0511 - p206 - 079
Dá-me uma gotinha de água
Cancioneiro de Serpa 079
0512 - p208 - 080
Não é tarde nem é cedo
(Eu ia pela rua)
Cancioneiro de Serpa 080
080
Não é tarde nem é cedo
Eu ia pela rua
Quem quer bem dorme na rua
à porta do seu amor,
Quem quer bem dorme na rua
à porta do seu amor,
faz das pedras cabeceira,
das estrelas cobertor!
Faz das pedras cabeceira,
das estrelas cobertor!
Não é tarde nem é cedo,
viestes mesmo a boa hora!
Não é tarde nem é cedo,
viestes mesmo a boa hora!
O meu pai já 'stá deitado,
minha mãe deitou-se agora!
O meu pai já 'stá deitado,
minha mãe deitou-se agora!
Não é tarde nem é cedo,
viestes mesmo a boa hora!
Não é tarde nem é cedo,
viestes (chegastes) mesmo a boa hora!
Minha mãe já 'stá deitada,
O meu pai deitou-se agora!
Minha mãe já 'stá deitada,
O meu pai deitou-se agora!
Eu ia pela rua,
quando ouvi: Pst! Pst!
Eu ia pela rua,
quando ouvi: Pst! Pst!
E eu logo respondi: (assobio)
E eu logo respondi: (assobio)
Eu ia pela rua,
quando ouvi: Psiu! Psiu!
Eu ia pela rua,
quando ouvi: Psiu! Psiu!
E eu logo respondi: (assobiando)
"Fiu, fiu, fiu, fiu, fiu, fiu, fiu!"
E eu logo respondi: (assobio)
"Fiu, fiu, fiu, fiu, fiu, fiu, fiu!"
0513 - p210 - 081
O que levas na garrafinha
Cancioneiro de Serpa 081
0514 - p212 - 082
Foste tu, ó ladrão, ladrão
Cancioneiro de Serpa 082
0515 - p214 - 083
Era Meia Noite (O Ladrão)
Cancioneiro de Serpa 083
0516 - p216 - 084
Meus Senhores, que rapariga esta!
Cancioneiro de Serpa 084
0517 - p218 - 085
Acorda, Maria, acorda!
Cancioneiro de Serpa 085
0518 - p220 - 086
Com que letra se escreve Maria?
Cancioneiro de Serpa 086
0519 - p222 - 087
Maria Malveira (Ribeira vai cheia)
Cancioneiro de Serpa 087
0520 - p224 - 088
Minha mãe chama por Ana
Cancioneiro de Serpa 088
088
Minha mãe chama por Ana
Minha mãe chama por Ana,
mas a Ana não 'stá lá.
- Ó Ana! Ó Ana!
- Sinhora minha Mãe, vou já!
- Ó Ana! Ó Ana!
- Sinhora minha Mãe, vou já!
0521 - p226 - 089
Donde vens, ó Ana?
Cancioneiro de Serpa 089
089
Donde vens, ó Ana?
- Donde vens, ó Ana?
- Venho da Junqueira!
- Cheira-me o teu fato, ó ai!
À flor da laranjeira!
À flor da laranjeira!
à flor do alecrim!
Donde vens, ó Ana? ó ai!
- Venho do jardim!
0522 - p228 - 090
Os olhos da Marianita
Cancioneiro de Serpa 090
Os olhos da Marianita
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
090
Os olhos da Marianita
Os olhos da Marianita
são verdes, côr do limão.
Os olhos da Marianita
são verdes, côr do limão.
Ai sim, Marianita, ai sim!
Ai sim, Marianita, ai não!
Ai sim, Marianita, ai sim!
Ai sim, Marianita, ai não!
Deitei o limão correndo,
à tua porta parou.
Quando o limão te quer bem,
que fará quem no jogou!
0523 - p230 - 091
Marianita és baixinha
Cancioneiro de Serpa 091
Marianita és baixinha
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
091
Marianita és baixinha
Marianita és baixinha,
usas a saia p'la lama.
Tenho-te dito mil vezes:
levanta a saia, Mariana!
Levanta a saia, Mariana!
Debaixo dessa sombrinha,
tenho-te dito mil vezes:
Marianita, já és minha!
0524 - p232 - 092
Ó Matilde, levanta a saia
Cancioneiro de Serpa 092
092
Ó Matilde, levanta a saia
Ó Matilde, levanta a saia,
não a deixes arrojar!
Que a saia custou dinheiro,
e o dinheiro custa a ganhar!
E o dinheiro custa a ganhar,
quem ganha dinheiro sou eu!
Ó Matilde, levanta a saia,
levanta a saia, mando eu!
Música de acordo com a versão recolhida por Rodney Gallop em «Cantares do Povo Português»
0525 - p234 - 093
Menina Florentina
Cancioneiro de Serpa 093
Menina Florentina
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
093
Menina Florentina
Suspirava por te ver, Já cá 'stá, tiroliroli, tirolirolé
já matei a saudade. Já cá 'stá, tiroliroli, tiroliroló!
Uma ausência custa muito Já cá 'stá, tiroliroli, meu amor,
a quem ama na verdade! tiroliroliro , abre a porta,
Ó Menina ó branca flor!
Florentina,
és a flor que em meu peito Graças a Deus que chegou
domina quem eu desejava ver!
Seu amante Deu palavra, não faltou,
delirante assim é que deve ser!
de viagem chegou neste 'stante!
0526 - p236 - 094
Aurora (Uma mãe que o filho embala)
Cancioneiro de Serpa 094
Aurora
(Uma mãe que o filho embala)
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
094
Aurora
(Uma mãe que o filho embala)
Uma mãe que o filho embala,
ó meu lindo amor!
às vezes põe-se a chorar,
ó meu lindo amor, ó meu lindo bem!
Só por não saber(e) a sorte,
ó meu lindo amor!
que Deus tem para lhe dar,
ó meu lindo amor, ó meu lindo bem!
0527 - p238 - 095
Ó Rosa, (Rita) arredonda a saia
Cancioneiro de Serpa 095
0528 - p240 - 096 –
0529 - p242 - 097
Claudina (Cesaltina)
Cancioneiro de Serpa 097
Claudina (Cesaltina)
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
097
Claudina (Cesaltina)
- Claudina! Claudina!
(cantar: Quelaudina)
Tua mãe está-te a bradar (chamar)!
- Eu bem sei o que ela quer,
não me deixa namorar!
Não me deixa namorar,
ela também namorou!
- Claudina! Claudina!
- Minha Mãe, lá vou, lá vou!
0530 - p244 - 098
Senta-te aqui, ó António
Cancioneiro de Serpa 098
098
Senta-te aqui, ó António!
Senta-te aqui, ó António!
Senta-te aqui, ao meu lado,
nesta cadeirinha nova,
feita da raiz do cravo!
Feita da raiz do cravo,
feita da folha da rosa.
Senta-te aqui, ó António,
nesta cadeirinha nova!
0531 - p246 - 099
Ó Antonio, já lanchaste?
Cancioneiro de Serpa 099
Ó Antonio, já lanchaste?
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
099
Ó António, já lanchaste?
- Ó António, já lanchaste?
- Ó minha Mãe, 'inda não!
- Ó António, vai lanchar,
que eu fico aqui ao balcão!
Que eu fico aqui ao balcão!
atendo a freguesia.
- Ó minha Mãe, não se engane
ao voltar a demasia!
Ao voltar a demasia,
ao correr do dinheiro falso.
Tenho-te dito mil vezes:
Ó Maria, pica o passo!
Ó Maria, pica o passo,
pica o passo miudinho!
Se eu por isso te ofendi,
perdoa, meu amorzinho!
0532 - p248 - 100
José Marques
(coreográfica)
Cancioneiro de Serpa 100
0533 - p250 - 101
Linda Jóia
Cancioneiro de Serpa 101
Linda Jóia
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
101
Linda Jóia
Linda Jói'era pastora,
andava a guardar o gado.
E em vindo à tarde, à tardinha,
cantava alegre e sozinha,
pensando em seu namorado.
Pensando em seu namorado,
não pensava em mais ninguém!
Em vindo à tarde, à tardinha,
andava alegre e sozinha
no Vale de Santarém!
0534 - p252 - 102
A Tourada
Cancioneiro de Serpa 102
A Tourada
CANCIONEIRO DE SERPA - de Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
102
A Tourada
Foste, foste, eu bem sei que foste
no domingo à tourada.
Ao subir do camarote
viram-te a saia bordada.
Viram-te a saia bordada,
mas que bordado tão lindo!
Foste, foste, eu bem sei que foste
à tourada no domingo!
0535 - p254 - 103
Tira o capotinho
Cancioneiro de Serpa 103
Tira o capotinho
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
103
Tira o capotinho
Esta noite nem me deito, Saia el toiro!
só ao fim de ouvir cantar! Saia el toiro
Esta noite nem me deito, da praça de Monsaraz!
só ao fim de ouvir cantar! Não o piquem!
Gosto de ouvir o bem feito Não o matem!
em certo particular! Deixem-no viver em paz!
Gosto de ouvir o bem feito
em certo particular! Tira o capotinho, sim, sim,
esta noite havemos ver
Tira o capotinho, sim, sim,
esta noite ao amanhecer!
0536 - p256 - 104
Ó Elvas, Ó Elvas!
Cancioneiro de Serpa 104
Ó Elvas, Ó Elvas!
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
104
Ó Elvas, ó Elvas!
Ó Elvas, ó Elvas!
Badajoz à vista!
Já não faz milagres
São João Baptista!
0537 - p258 - 105
Camponesa, camponesa!
Cancioneiro de Serpa 105
Camponesa, camponesa!
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
105
Camponesa, camponesa!
Camponesa, camponesa!
Eu sou de Campo Maior.
Tenho a minha fala presa,
não posso, não posso cantar milhor.
E ai, não posso cantar milhor!
Não posso cantar milhor,
são erros da natureza.
Eu sou de Campo Maior,
Camponesa, camponesa, camponesa!
E ai, camponesa, camponesa!
0538 - p260 - 106
Alma, coração e vida
(Portel ó lindo Portel)
Cancioneiro de Serpa 106
0539 - p262 - 107
Ai, Baleizão, Baleizão
Cancioneiro de Serpa 107
0540 - p264 - 108
Já lá vem rompendo a aurora
(letra de António Santinhos)
Cancioneiro de Serpa 108
0541 - p266 - 109
Nasce o Sol no Alentejo - (letra de José Lopes Gato)
Cancioneiro de Serpa 109
0542 - p268 - 110
Alentejo, que és nossa terra
Cancioneiro de Serpa 110
0543 - p270 - 111
Alentejo, Alentejo
Cancioneiro de Serpa 111
Alentejo, Alentejo
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
111
Alentejo, Alentejo
Eu sou devedor à terra,
a terra me está devendo!
Eu sou devedor à terra,
a terra me está devendo!
A terra paga-me em vida,
eu pago à terr'(em) morrendo!
A terra paga-me em vida,
eu pago à terr'(em) morrendo!
Alentejo, Alentejo!
terra sagrada do pãão!
Eu hei-de ir ao Alentejo,
mesmo que seja no Verão.
Ver o doirado do trigo
na imensa solidão.
Alentejo, Alentejo!
terra sagrada do pãão!
Pode ounir AQUI - pelos "Ceifeiros da Cuba" (memoriamedia)
http://www.youtube.com/watch?v=sGDnyq-UR-w&playnext=1&list=PL0837D397C09BCD2C
0543 - p272 111 - cantigas01_03Q - 3 quadras
Cancioneiro de Serpa 111
Cantigas - 01 - 03 quadras
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
111
p. 272 - Cantigas 01 + 3 quadras = 003
Cantando na linda rama,
estão dizendo os passarinhos:
- Lindo prazer vai provar
quem gozar dos teus carinhos!
Os alegres passarinhos
já têm outro cantar.
Aprenderam só de ouvir,
sem ninguém os ensinar.
Não pensem por eu cantar,
que a vida alegre me corre.
Eu sou como o passarinho,
tanto canta até que morre.
0543 - p273 - 111 cantigas 02 - 06 quadras
111
p. 273 - Cantigas 02 + 6 quadras = 009
Passarinho, que cantais
nessa espiga de pão!
Cantas tu, chorarei eu,
que assim faz quem tem paixão!
Passarinho da ribeira,
não sejais meu inimigo!
Empresta-me as tuas asas,
que eu quero voar contigo!
Os alegres passarinhos
já têm outro cantar.
Aprenderam só de ouvir,
dois amantes conversar.
Vai-te embora, passarinho,
de cima desse telhado!
Deixa dormir o menino
um soninho descansado!
Ó águia (lua) que vais tão alta,
diz-me lá, que vês daí?
Tenho os olhos rasos de água
de tanto olhar para ti!
Eu queria ser borboleta
pra voar como ela voa,
voar pelo teu sentido,
que o voar dela não soa!
0543 - p274 - 111 cantigas 03 - 01 quadras
0543 - p275 - 111 cantigas 04 - 04 quadras
Eu estava de abalada
Eu estava de abalada,
lindo amor, para te ir ver.
Armou-se uma trovoada,
mais tarde deu em chover!
0543 - p277 - 111 cantigas 06 - 01 quadras
0543 - p278 - 111 cantigas 07 - 12 quadras
Os olhos da minha cara,
já os tenho repreendido.
Onde não forem chamados,
não sejam intrometidos!
Se eu, chorando, restaurasse
um amor que já perdi,
chorariam os meus olhos
lágrimas sem terem fim!
Se as lágrimas fossem libras,
que por ti tenho chorado,
livrava-te, amor, das sortes,
não ias a ser soldado!
Ó Serpa, pois tu não ouves
os teus filhos a chorar?
Enquanto teus filhos choram,
tu, Serpa, deves cantar!
Os olhos do meu amor
são duas peras num ramo.
São cortados à tesoura,
rasgados ao desengano.
Quando os meus olhos levantam,
para que abaixar os teus?
Eu para ti sou um anjo,
tu para mim és um deus!
Se vires, não te admires,
o meu olhar continuado.
Não crimines os meus olhos,
culpa o teu rosto engraçado!
Se o chorar aliviasse,
sempre eu estava chorando.
Mas o chorar não alivia,
p'ra que me hei-de estar matando?
Os meus olhos te prenderam,
um dia, ao sair da missa.
Que prisão tão rigorosa,
sem cadeia, nem justiça!
0543 - p279 - 111 cantigas 08 - 14 quadras
Não há luz como a do dia,
nem estrela como a do Norte.
Nem amor como o de mãe,
nem paixão como a da morte!
Esta rua está caiada,
quem seria a caiadeira?
Foi a mãe do meu amor,
com raminhos de oliveira.
A rama da oliveira,
quando cai no lume, estala.
Assim é meu coração,
quando, com o teu, não fala.
Azeitona miudinha
também vai para o lagar.
Também eu sou pequenina,
mas sou firme no amar!
O rouxinol é vadio,
faz a cama aonde quer.
É como o rapaz solteiro
enquanto não tem mulher.
À noite, quando me deito,
na cama pra descansar,
o sono de mim se ausenta,
em ti me ponho a pensar.
Minha linda mocidade,
que eu nela estou enlevada.
Duzentos anos que eu viva,
minguém me há-de ver casada!
A paixão não mata logo,
vai moendo a criatura.
A paixão que nasce na alma
só tem fim na sepultura.
Muito custa o não ouvir,
muito mais o não falar.
Muito mais custa o não ver
a terra que há-de pisar.
Quem me dera amar um dia,
ter amor, ter afeição,
ser escrava dar a vida
por um terno coração!
Quando julgas que vais só
pelo alto da montanha,
na maior aflição
meu coração te acompanha!
0543 - p280 - 111 cantigas 09 - 13 quadras
Dei um ai entre dois montes,
reponderam-me as montanhas.
Ai de mim, que já não posso
sofrer ausências tamanhas!
Quando entrares na igreja
repara bem pra Jesus.
Quem está mais alto que Deus
é o letreiro da Cruz.
Com pena, peguei na pena,
com pena pus-me a escrever.
Caiu-me a pena da mão,
com pena de te não ver.
Ó António, cravo roxo,
não vaias ao meu quintal!
que te querem dar um tiro,
não te posso ver matar!
Pelo cantar da sereia,
se perdem os navegantes.
Também m'eu perco no mundo
pelos teus olhos brilhantes!
Adeus Quinta de São Brás,
adeus tanque do leão!
Onde as moças vão balhar
Quinta-feira de Ascensão!
Teus olhos, contas escuras,
são duas Avé-Marias
do rosário de amarguras,
que rezo todos os dias.
Teus olhos dizem que te ame,
meu coração diz que não.
Não sei a quem faça a vontade,
se aos olhos, se ao coração.
Coração que adora dois,
que firmeza pode ter?
Só se for coração de homem,
de mulher, não pode ser!
Quando o sobreiro der baga
e a cortiça for ao fundo,
é então quando se acabam
línguas malvadas no mundo!
(Quando o sobreiro der baga
e a cortiça for ao fundo,
só então se acabarão
as más línguas neste mundo!)
Ó mar alto, ó mar alto,
ó mar alto sem ter fundo!
Mais vale andar no mar alto
do que nas bocas do mundo!
Se eu tivesse amores
que me têm dado,
tinha a casa cheia,
até ao telhado!
0543 - p281 - 111 cantigas 10 - 12 quadras
p. 281 Cantigas 10 + 12 quadras = 067
Com um A, se escreve Amor,
com um R, recordação.
Com um L, se escreve o nome,
que trago no coração.
Sem saber, escrevi teu nome,
na fina areia do mar.
Vieram as tristes ondas,
em teu nome navegar.
Do tempo em que andei à escola,
mesmo agora me lembrou.
Das letras do alfabeto,
só o J me cativou.
Quem seria que inventou
a palavra saudade?
om certeza algum velhinho,
recordando a mocidade.
Mocidade, mocidade!
Mocidade tudo tem.
Em chegando a certa idade,
até perde o cantar bem!
O amor, enquanto é novo,
ama com todo o cuidado.
Depois da prenda na mão,
mostra papel de enfado (d'enfadado)!
Ó coração de três penas,
dá-me uma, quero voar!
Quero ir ao céu e vir,
à volta, tornar-te a amar!
Este meu doário alegre,
que eu tenho pra toda a gente
já me tem feito pagar
muita culpa injustamente!
Saudades não é (um) peso,
dá lá muitas a meu bem!
Faz-me lá esse favor,
que eu já hoje o não verei.
Ó meu amor, quem te disse,
que eu por ti suspirava?
Quem te disse não mentiu,
que eu alguns suspiros dava.
Suspiros, ais e tormentos
(i)maginaçóes e cuidados,
é o manjar dos amantes,
quando vivem separados.
Suspirando, dando ais,
anda meu amor pela rua.
Suspira, meu bem, suspira,
que a rua também é tua!
Não quero que me dês nada,
que também nada te dou.
Quero que vivas lembrada
do tempo que já passou.
Eu hei-de matar quem mente,
satisfazer (um)a paixão.
Os homens são os que mentem,
as mulheres não mentem, não!
Quando eu contigo ria,
o meu tempo bom passava.
Alegre sempre eu vivia,
nunca a paixão me estorvava!
Eu cuidava, tu cuidavas,
éramos dois a cuidar.
Eu cuidava do almoço,
tu cuidavas do jantar!
Desejava ter um dia
uma hora virtuosa,
pra saber o teu sentido.
Ai de mim! Era ditosa!
Minha fala, minha fala,
minha fala não é esta.
A minha fala era boa,
esta agora já não presta.
Desejava, desejava,
ninguém sabe o meu desejo.
Desejava ver agora
quem há dias eu não vejo!
Amei-te, ninguém te amava,
não te achavam simpatia.
Agora, por minha desgraça,
tens uma todos os dias!
Eu quero-te tanto, tanto,
eu quero-te tanto bem,
uma amizade tamanha
'inda não teve ninguém!
Há muito que eu desejava
ter amores numa horta.
Agora que já os tenho,
nada no mundo me importa!
0543 - p283 - 111 cantigas 12 - 12 quadras
Se tu visses o que eu vi,
havias de te admirar:
uma cadela com pintos,
e uma galinha a ladrar!
Tu dizes que me não queres,
eu também não quero já.
Mudaram os dois sentidos;
são voltas que o mundo dá!
Trazes tanta vaidade,
queira Deus não enlouqueças!
Olha que bem que te está
malmequeres na cabeça!
0543 - p284 - 111 cantigas 13 - 4 quadras
p. 284 - Cantigas 13 + 04 quadras = 097
Nestes campos solitários,
onde a desgraça me tem,
brado ninguém me responde,
olho não vejo ninguém!
(Ver DÉCIMA de Inocêncio de Brito:
Neste lugar solitário,
onde o acaso me tem,
brado ninguém me responde,
olho não vejo ninguém!)
Já não tenho pai nem mãe,
nem nesta terra (neste mundo) parentes.
Sou filho das verdes ervas,
neto das águas correntes.
Já no céu não há estrelas,
senão uma ao pé da Lua.
Tenho corrido não acho,
cara mais linda que a tua!
Ó lampião da esquina,
que dá luz à rua abaixo!
Eu perdi o meu amor,
e às escuras não o acho!
(ver outra das Beiras:
Candeeiro da esquina,
alumia cá pra baixo,
que eu perdi o meu amor
e às escuras não o acho!)
0543 - p285 - 111 cantigas 14 - 5 quadras
0543 - p286 - 111 cantigas 15 - 12 quadras
Se ouvires dizer que eu morro,
não tenhas pena, meu bem.
Que a morte, duma infeliz,
não causa pena a ninguém!
Não quero nada do mundo,
senão uma sepultura.
Para sepultar meus olhos
que nasceram sem ventura.
Tanto que me divertia,
sem me lembrar de morrer!
A morte a tudo dá fim.
Quem me havia a mim dizer!
O cantar é para os tristes,
ninguém deve censurar.
Hoje é um dia que eu canto
com vontade de chorar.
Tenho dentro do meu peito,
ao lado do coração
duas letrinhas que dizem:
morrer sim. Deixar-te, não!
Ó minha mãe dos trabalhos,
para quem trabalho eu?
Trabalho pra Mãe do Céu,
que a da Terra, já morreu.
Pra toda a parte se escreve,
só para o Céu é que não.
Queria escrever uma carta
à minha mãe do coração.
Ó vida da minha vida,
ó vida do meu viver!
Para que quero eu a vida,
se eu nasci para morrer?!
Antes que eu casado seja,
não me percas a afeição.
Posso eu enviuvar
e vires parar à minha mão!
0543 - p287 - 111 cantigas 16 - 13 quadras
Vou-me embora, tu cá ficas.
Quem te pudesse levar!
Se pudesses ir cómigo,
não havias (de) cá ficar!
Tudo o que é verde se seca,
até o lodo do rio.
Até a própria amizade
em tempos tem um desvio.
Tudo o que é verde se seca,
em vindo os calores do V'rão
Só as penas reverdecem,
amor, no meu coração!
A cantiga dos alarves
não tem princípio nem fim:
começa em lará, lará,
acaba em lari, lari!
O meu amor ficou de vir
antes d lua nascer.
Já o luar vem nascendo
e o meu sem aparecer!
Amor, se tens pena, chora!
Se não tens lenço, eu to dou.
Tua mãe de mim não gosta,
nosso namoro, acabou...
O tempo em que t'eu amei,
mais valia pôs na água.
Que a água lava, não suja
e o amor suja, não lava.
'Inda hão-de nascer os sábios,
que digam por que razão,
um beijo dado nos lábios (na boca),
se sente no coração!
Querida, quando eu morrer,
vai-me à campa visitar.
O mesmo farei por ti,
se tu morreres e eu ficar.
Perguntei a paz no mundo,
fui ao cemitério e vi
por cima da porta escrito:
Não há paz, senão aqui!
(Ver décima de Inocêncio de Brito):
0544 - p288 - 112
Vamos lá saindo
Cancioneiro de Serpa 112
Vamos lá saindo
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
112
Vamos lá saindo
Vamos lá saindo
p'r'esses campos fora,
que a manhã vem vindo
dos lados de aurora!
Dos lados de'aurora,
a manhã vem vindo.
p'r'esses campos fora
vamos lá saindo!
0544 - p291 - 112
Apendices:
- Cancioneiro Infantil
- Contos e Lendas
- Provérbios
- Cancioneiro Religioso
Cancioneiro de Serpa 112
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
0544 - p293_112
Apêndice 1
- Cancioneiro Infantil
Cancioneiro de Serpa 112
Apendice 1
- Cancioneiro Infantil
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
Pode ler as notas da autora:
http://www.joraga.net/gruposcorais/pags09_pautas_09_CSerpa_MRitaOPC/0544_CdeSerpa
_MRitaCortez_p295_112_1infantil_nota.htm
e ler lengalengas
http://www.joraga.net/gruposcorais/pags09_pautas_09_CSerpa_MRitaOPC/0544_CdeSerpa
_MRitaCortez_p297_112_1lengas.htm
0545 - p298 - 113
A Viscondessa
Cancioneiro de Serpa 113
A Viscondessa
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
113
A Viscondessa
- Vim aqui à Viscondessa (Viscondensa)
ensinar língua francesa,
que a Senhora Viscondesa
dá-me uma das suas filhas!
- Eu não dou as minhas filhas,
nem por ouro, nem por prata,
nem por fios de algodão!
Ai, tão lindas que elas são!
Pode ver outras versões em diversos trabalhos e uma obra de joraga em:
http://www.joraga.net/gilvicente/pags/condessa.htm
0546 - p302 - 114
Floreira, Jardineira
Roda infantil
Cancioneiro de Serpa 114
0547 - p304 - 115
Na Botica Nova
Cancioneiro de Serpa 115
Na Botica Nova
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
115
Na Botica Nova
Na botica nova De fato amarelo,
lá no boticário, de fato alvadio.
canta o pintassilgo, Além vem meu bem,
responde o canário. descendo o navio!
Responde o canário, Descendo o navio,
do alto castelo: vai para a estação.
- Além vem meu bem, Além vem meu bem,
de fato amarelo! apertar-me a mão!
0548 - p306 - 116
Olha a borboleta
Cancioneiro de Serpa 116
Olha a borboleta
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
116
Olha a borboleta
Olh'à borboleta
que se atira ao ar!
Olh'à borboleta
que se atira ao ar!
A menina Bia (ou outra)
(A m'nina Guadalupe)
não se quer casar!
Não se quer casar,
quer morrer donzela.
Não se quer casar,
quer morrer donzela.
Quer levar à cova
palmitos e capela!
0549 - p308 - 117
Rosa branca ao peito
Cancioneiro de Serpa 117
0550 - p310 - 118
Ó Senhora Dona Anica
Cancioneiro de Serpa 118
0551 - p312 - 119
Diga lá, minha menina!
Cancioneiro de Serpa 119
- Quantos peixes há no mar?
'inda lá não fui ao fundo!
- Quantos peixes há ni mar?
'inda lá não fui ao fundo!
- Diga lá, minha menina:
quantos homens há no mundo?
- Quantos homens há no mundo?
todos tiram o chapéu!
ou
quantos tiram o chapéu!
- Quantos homens há no mundo?
todos tiram o chapéu!
ou
quantos tiram o chapéu!
- Diga lá, minha menina:
quantos anjos há no céu?
- Quantos anjos há no céu?
'inda lá não fui acima!
- Quantos anjos há no céu?
'inda lá não fui acima!
- Diga lá, minha menina:
quantos gomos tem a lima?
- Quantos gomos tem a lima?
Tem tantos com'ó limão!
- Quantos gomos tem a lima?
Tem tantos com'ó limão!
- Diga lá, minha menina,
da raiz do coração!
0552 - p314 - 120
As pombinhas da Catrina
Cancioneiro de Serpa 120
As pombinhas da Catrina
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
120
As pombinhas da Catrina
As pombinhas da Catrina Ao passar da ribeirinha,
andaram de mão em mão. pus o pé, molhei a meia.
As pombinhas da Catrina Não casei na minha terra,
andaram de mão em mão. fui casar em terra alheia.
Foram ter à Quinta Nova,
ao pombal de São João. Fui casar em terra alheia,
Foram ter à Quinta Nova, podendo casar na minha.
ao pombal de São João. Pus o pé, molhei a meia,
ao passar da ribeirinha.
Ao pombal de São João,
à quinta da Roseirinha. Ao passar da ribeirinha,
Ao pombal de São João, água sobe e água desce.
à quinta da Roseirinha. Dei a mão ao meu amor,
Minha mãe mandou-me à fonte, antes que ninguém soubesse.
e eu parti a cantarinha!
Minha mãe mandou-me à fonte, Se tu és o meu amor,
e eu parti a cantarinha! dá-me cá os braços teus!
Se não és o meu amor,
vai-te embora, adeus, adeus!
Para ver e ouvir AQUI - Músicas da Carochinha - 14 - As Pombinhas da Catrina
http://www.youtube.com/user/childrenvideos - http://www.youtube.com/watch?v=AgSTBwEwjt8
0554 - p357 - 122
Cancioneiro Religioso
Cancioneiro de Serpa 122
0555 - p362 - 123
Moda do Deus Menino
Cancioneiro de Serpa 123
0556 - p366 - 124
As Janeiras
Cancioneiro de Serpa 124
As Janeiras
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
124
Janeiras
Esta noite é de Janeiras,
é de grande mer'cimento.
Por ser a noite primeira
em que Deus passou tormento!
Os tormentos que passou
de Sua livre vontade,
o Seu Sangue derramou
pra salvar a Cristandade!
O Seu Sangue derramou,
Seu sangue derramaria
pra salvar a Cristandade,
São Pedro, Santa Maria!
Ao fim de séc'luos passados
foram ver à sepultura.
Acharam ossos mirrados,
o sinal da criatura!
Esta casa está juncada
com ramos de erva cidreira.
Deus lhe dê muita saúde,
e à sua família inteira!
Esta noite de Ano Novo
é de tão alto valor.
Deus lhe dê muita saúde
e o pão ao Sr. Doutor!
Viva o Sr. Dr. Carlos
que vela pelos pobrezinhos
Deus lhe dê muita saúde
pra criar os seus filhinhos!
Esta casa está juncada
com junquilhos da ribeira.
Viva o dono desta casa,
mais a sua companheira!
Pode ouvir AQUI pelos "4 ao Sul"
http://www.youtube.com/watch?v=Ljc1vzWSF0s
0557 - p368 - 125
Os Reis
Cancioneiro de Serpa 125
Os Reis
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
125
Aos Reis
- Quem são os três cavalheiros
que fazem, que fazem sombra no mar?
- Sã'nos três do Oriente
que a Jesus vêm buscar!
Não perguntam por pousada,
nem onde, nem onde ir pernoitar.
Só precuram'no Deus Menino,
aonde, aonde O irão achar?
Foram-no achar em Roma,
revesti- revestido no altar,
com seis mil almas de roda,
todas pa-, todas para comungar!
Missa nova quer dizer,
Missa no- Missa Nova quer cantar.
São João ajuda à Missa,
São Pedro, São Pedro muda o missal!
Pode ouvir AQUI
«pelas ceifeiras da semblana - cante ao menino em almodôvar-jan2010»
http://www.youtube.com/watch?v=8InVtZVPtk4
0558 - p370 126 –
0559 - p370 - 127
Cântico a S. Francisco
Cancioneiro de Serpa 127
Cântico a S. Francisco
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
127
Cântico a S. Francisco
Ó São Francisco, rogai por nós,
e protegei os nossos campos!
O mundo inetiro espera por vós!
Ó São Francisco, rogai por nós!
Ó São Francisco, rogai por nós,
e protegei a nossa terra!
O mundo inteiro espera por vós!
Ó São Francisco, rogai por nós!
Ó São Francisco, rogai por nós,
e protegei as nossas famílias!
O mundo inteiro espera por vós!
Ó São Francisco, rogai por nós!
Ó São Francisco, rogai por nós,
e protegei a nossa freguesia!
O mundo inteiro espera por vós!
Ó São Francisco, rogai por nós!
0560 - p372 - 128
Bendita Sejais - Serpa
Cancioneiro de Serpa 128
0561 - p372 - 129
Bendita Sejais - Pias
Cancioneiro de Serpa 129
0562 - p374 - 130
Além vai Jesus
Cancioneiro de Serpa 130
A terra tremia
co'o peso da Cruz;
dizendo nós três vezes:
- Salvai-nos, Jesus!
Salvador do mundo,
que a todos salvais,
Salvai nossas almas!
Bendito sejais!
Olhai para o Céu,
verás uma cruz.
Capela de rosas,
Menino Jesus.
Olhai para o Céu,
verás um craveiro.
Capela de rosas,
Menino Cordeiro.
Olhai para o Céu,
verás 'ma Maria.
Capela de rosas,
Cheia de alegria.
Perguntai aos anjos
que vem de Belém;
os anjos que dizem,
para sempre, amen.
Virgem - Mãe do Carmo
mandou-me um recado,
que cantasse e rezasse
o Bendito - Louvado.
O Bendito - Louvado
não me há-de esquecer,
que a Virgem Mãe, do Carmo
me há-de valer!
Além vai Jesus (continuação)
Nos há-de valer!
com todo o seu valor.
Rainha - Mãe dos Anjos,
do Céu resplendor.
do Céu resplendor,
dos anjos maravilha.
Oh! como é divina
a Virgem Maria!
Pois dela nasceu,
nasceu o bom Jesus,
que morreu para nos salvar
nos braços da Cruz.
Nos braços da Cruz
morreu para nos salvar
e nós pecadores
sempre a pecar.
Sempre a pecar,
sem emenda ter.
devemos considerar
que havemos de morrer.
Havemos de morrer,
e que contas havemos dar
àquele Senhor
que nos há-de salvar?
Virgem Mãe Santíssima,
Estrela do Norte!
Pedi ao Senhor
nos dê boa sorte.
Que eu sou pecador,
não lhe sei pedir;
não sou merecedor
do Senhor me ouvir.
Do Senhor me ouvir,
não sou merecedor
Virgem Mãe Santíssima,
Mãe do Redentor!
Mãe do Redentor,
Mãe nossa, também,
levai-nos `glória,
para sempre,. Amen.
* Música, refrão e 1ª estrofe: recolhidas em Aldeia Nova de São Bento pelo Pe. António Aparício.
Restantes quadras: da sua autoria.
Extraído dos «Cânticos Religiosos Alentejanos», cassetes e textos preparados pela Comissão de Liturgia
e Música Sacra - Beja. Dezembro de 1978.
* 1ª e 2ª estrofes, segundo recolhado Pe. António Aparício. As restantes, recolha de M. Dias Nunes, em
Tradição, ano I e nº 3.
* Em versão mais antiga: "Que lhe queres vós?"
0563 - p378 - 131
Kyrie
Cancioneiro de Serpa 131
Kyrie
CANCIONEIRO DE SERPA -De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
131
Kyrie *
Senhor, tende piedade de nós!
Senhor, tende piedade de nós!
Cristo, tende piedade de nós!
Cristo, tende piedade de nós!
Senhor, tende piedade de nós!
Senhor, tende piedade de nós!
* dos «Cânticos Religiosos Alentejanos» - Comissão de Liturgia e Música Sacra -
Beja. Dezembro de 1978.
0564 - p378 - 132
Alleluia
Cancioneiro de Serpa 132
Alleluia
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
132
Aleluia *
1. 'Scutai Jesus vai falar!
Aleluia, aleluia,
aleluia, aleluia!
2. Feliz quem guarda a Palavra!
Aleluia, aleluia,
aleluia, aleluia!
3. Ressuscitou o nosso Deus!
Aleluia, aleluia,
aleluia, aleluia!
*dos «Cânticos Religiosos Alentejanos» - Comissão de Liturgia e Música Sacra -
Beja. Dezembro de 1978.
0565 - p380 - 133
O Bom Pastor
Cancioneiro de Serpa 133
O Bom Pastor
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
133
O Bom Pastor *
Quando Te encontro, descanso,
Tu reconfortas minh'alma! Tua bondade me ajuda
Cristo Senhor, és o guia, no viver de cada dia.
O Bom Pastor
que me conduz, Minha morada pra sempre
minha Vida e minha Luz, seja Tua casa, Senhor!
minha Vida e minha Luz!
Não temerei os perigos,
pois sei que Tu 'stás comigo.
O Teu festim me conforta,
faz-me cantar de alegria!
*dos «Cânticos Religiosos Alentejanos» - Comissão de Liturgia e Música Sacra -
Beja. Dezembro de 1978.
0566 - p382 - 134
Senhor Jesus, Pão da Vida
Cancioneiro de Serpa 134
0567 - p384 - 135
Fonte de Água Viva
Cancioneiro de Serpa 135
Os pobres e oprimidos
encontram em Cristo
a sua cisterna!
3
Quem bebe de qualquer fonte
sempre terá sede
no seu caminhar.
0568 - p386 - 136
Nossa Senhora do Carmo
Cancioneiro de Serpa 136
0570 - p390 - 138
Senhora do Livramento
Cancioneiro de Serpa 138
Senhora do Livramento
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
138
Senhora do Livramento
Senhora do Livramento,
livrai o meu namorado,
que me vai deixar sozinha,
ai meu Jesus!
Ai meu Jesus!
Pela vida de soldado!
Pela vida de soldado!
Senhora, vosso vestido
é tão branco como o lírio.
Senhora do Livramento,
ai meu Jesus!
Ai meu Jesus!
Livrai-me deste martírio!
Livrai-me deste martírio!
(quando os fios de linha ou de lã se empeçam)
Senhora Sant'Ana
(que) por aqui passou,
tido o que viu empeçado,
desempeçou.
0571 - p392 - 139
Senhora de Guadalupe
Cancioneiro de Serpa 139
Senhora de Guadalupe
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
139
Senhora de Guadalupe
Senhora de Guadalupe,
Entre os olivais metida,
És de Serpa a Padroeira
E dos Serpenses, Mãe querida!
Vamos todos ao Altinho
à boa Mãe visitar
ajoelhemos e rezemos
diante do seu altar.
Pode ouvir AQUI
a "Serpa de Guadalupe" pelo Grupo Coral Amigos do Alentejo do Feijó - in
josejulio8055 - http://www.youtube.com/watch?v=fbcsGTDCII8&feature=related
0572 - p394 - 140 –
* Para efeitos de contagem em relação às pautas anteriores e às seguintes do Padre Marvão,
consideramos até 600 pautas, embora não seja um número preciso, mas aproximado… pois
as pautas aqui são 140… e não 178… ms o ínidice do Cancioneiro também passa de 600!!!
CANCIONEIRO DE SERPA
De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez
Edição do Município de Serpa, 1944
LISTA 09
(de 432 a 577 - 600)
410 páginas de PAUTAS MUSICAIS
(145 pautas, mais 23 considerando cantigas, quadras,
provérbios, lengalengas...)
in
CANCIONEIRO DE SERPA
de Maria Rita Ortigão Pinto Cortez,
Edição da Câmara Municipal de Serpa, 1994, com 410 páginas
com escrita, pautas e desenhos à mão!!!
continuação de Lista 01 (ver antes)
63 PAUTAS MUSICAIS
in TRADIÇÃO de SERPA, publicada entre Janeiro de 1899 e Junho de 1904
e LISTA 02 (ver antes)
(64 a 152) 89 PAUTAS de MODAS E DANÇAS recolhidas no ALENTEJO
CANCIONEIRO DE MUSICAS POPULARES
Cancioneiro de musicas populares: collecção recolhida e escrupulosamente trasladada para canto e piano
por Cesar A. das Neves / coord. a parte poetica por Gualdino de Campos; pref. pelo Exmo Sr. Dr.
Teophilo Braga. - V. 1, fasc. 1 (1893)-V. 3, fasc. n. 75 (1899).
LISTA 03
(153 a 203) 51 (em 25) PAUTAS MUSICAIS
in subsídio para o
CANCIONEIRO POPULAR do BAIXO ALENTEJO
Volume II, Comentário, recolha e notas de Manuel Joaquim Delgado, 2ª ed. INIC, Lisboa,
1980 (1ª 1955).
LISTA 04
(204 a213) 10 PAUTAS MUSICAIS
in
CANÇÃO POPULAR PORTUGUESA
de Fernando Lopes Graça, 2ª ed. remodelada e ampliada, Publicações Europa-América, Mem
Martins, 1974 (1ª 1954).
LISTA 05
(214 a 244) 31 PAUTAS MUSICAIS
in
CANTARES DO POVO PORTUGUÊS
Estudo crítico, recolha e comentário de RODNEY GALLOP, 2ª ed. Instituto de Alta Cultura,
Lisboa, MCLX (1ª 1934? - trabalho de campo desde 1932... dois anos e meio...).
LISTA 06
(245 a 282) 38 PAUTAS MUSICAIS
in
CANCIONEIRO POPULAR PORTUGUÊS
Michel Giacometti, com a colaboração de Fernando Lopes Graça, Círculo de Leitores, Lisboa,
1981.
LISTA 07
(283 a 307) 25 PAUTAS MUSICAIS
in
MÚSICA TRADICIONAL PORTUGUESA
(Pode ver a OBRA in) Cantares do Baixo Alentejo
por J. Ranita da Nazaré, Biblioteca Breve, Instituto de cultura Portuguesa, Venda Nova,
Amadora, 1979.
LISTA 09
(de 308 a 432) PAUTAS MUSICAIS
MOMENTOS VOCAIS DO BAIXO ALENTEJO Cantares do CANCIONEIRO DA TRADIÇÃO ORAL,
–
CANCIONEIRO DE SERPA
de Maria Rita Ortigão Pinto Cortez,
Edição da Câmara Municipal de Serpa, 1994, com 410 páginas com
escrita, pautas e desenhos à mão!!!
http://www.joraga.net/gruposcorais/pags09_pautas_09_CSerpa_MRitaOPC/0433_CdeSerpa_MRitaCorte
z_000_000_p410_listade410pags.htm