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CANCIONEIRO DE SERPA
de Maria Rita Ortigão Pinto Cortez,
Edição da Câmara Municipal de Serpa, 1994, com 410 páginas com
escrita, pautas e desenhos à mão!!!
http://www.joraga.net/gruposcorais/pags09_pautas_09_CSerpa_MRitaOPC/0433_CdeSerpa_MRitaCorte
z_000_000_p410_listade410pags.htm 

CANTE PAUTAS MUSICAIS 09  CdeSERPA- MRita Cortez


LISTA 09 - (de 432 a 577 - 600)


410 páginas de PAUTAS MUSICAIS
(145 pautas, mais 23 considerando cantigas, quadras,
provérbios, lengalengas...)
Recolha, digitalização e organização de José Rabaça Gaspar
Corroios 2010 – reorganização em 2012 01
 

 
432.  Nº no Nº Título Página na
índice na obra
obra

Capa - Autora - Título - Editora - Data


Prelúdio por João Rocha - Presidente da 3 
Câmara de Serpa - Setembro 1994  
Ficha Técnica 4 
Capa interior - Título - sub títulos - Autora  5 / 7 
Introdução - da Autora 9a
36 
Modas e Cantigas - As Canções - notas 37 a
da autora  43 
433.  1.  1 Lá vai Serpa, lá vai Moura 44 e
1b [inclui a versão em fado de Coimbra de Francisco 45
Menano]. 46
434.  2.  2 Serpa, pois tu não ouves? 46 e
47
435.  3.  3 Serpa do Alentejo. 48 e
49
436.  4.  4 Adeus, ó vila de Serpa / letra do Mestre José Gato. 50, 51
e 52
437  5.  5 s/ Serpa terra velhinha (cantiga) / letra de António 53
paut Santinhos.
a
438 - 6.  5b Serpa velhinha (moda) / letra de António Santinhos. 54 e
437  55
439 - 7. 6 Serpa que és minha terra. 56 e
438  57
440 - 8.  7 Viva o rei, viva a rainha. 58 e
439  59
441  9.  Cantigas:
442 - 10.  8 s/ Cantigas: 60 e
440  paut Cantiga 1 - Despedida e 61
a Cantiga 2 - Ó Serpa, tu não és vila. 
(Cantam-se frequentemente com a música de
“Ó Serpa do Alentejo” p. 48 - Nº 3
443 - 11.  9 De Aldeia Nova, São Bento. 62 e
441  63
444 - 12.  10 Mondadeira alentejana.  64 e
442  65
445 - 13.  11 As mondadeiras cantando / poema de José Elias Torrão; 66 e
443  música de Francisco António Elias Torrão. 67
446 - 14.  12 Não quero que vás à monda. 68 e
444  69
447 - 15.  13 Ceifeira, linda ceifeira. 70, 71
445  e 72
448.  16.  Cantigas ligadas à moda anterior...
449 - 17.  13b Aqui vou mais minha prima e Esta noite Choveu prata 73
445 
450 - 18.  14 Melancolia dos campos. 74 e
446  75
451 - 19.  15 Moreninha alentejana.  76 e
447  77
452 - 20.  16 Fui-te ver, 'stavas lavando. 78 e
448  79
 

453 - 21.  17 O pastor alentejano.  80 e


449  + Cantigas: 81
De noite, pelas campinas
Sendo eu Sol e tu Sombra
454 - 22.  18 Toda a vida fui pastor. 82 e
450  83
455 - 23.  19 O lírio roxo. 84 85
451  e 86
456 - 24.  19b Cantigas: (ligadas ao lírio roxo)  87
451  Badajoz tem lindas damas
O cantar é dos anjinhos
Ó amor, amor
Onte’à noite, à meia noite
457 - 25.  20 O lírio roxo do campo. 88 e
452  89
458 - 26.  21 Fui passear.  90 e
453  91
459 - 27.  22 Rosa branca desmaiada. 92 e
454  93
460 - 28.  23 Rosa amarela.  94 e
455  95
461 - 29.  24 Vamos apanhar a rosa. 96 e
456  97
462 - 30.  25 Que inveja tens tu da rosa. 98 e
457  99
463 - 31.  26 Uma flor que abriu em Maio. 100 e
458  Cantigas: 101
Ora viva
 Atrás do dia
464 - 32.  27 A erva cidreira 102 e
459  103
465 - 33.  28 A macela 104 e
460  105
466 - 34.  29 A medronheira no vale.  106 e
461  107
467 - 35.  30 O alecrim. 108 e
462  109
468 - 36.  31 Vai colher a silva. 110 e
463  111
469 - 37.  32 Silva que estás enleada. 112 e
464  113
470 - 38.  33 Ó rama da oliveira. 114 e
465  115
471 - 39.  34 Lindo ramo verde escuro.  116 e
466  117
472 - 40.  35 amendoeira.  118 e
467  119
473 - 41.  36 A flor da laranjeira.  120 e
468  121
474 - 42.  37 A laranjinha.  122 e
469  123
475 - 43.  38 Uma laranja, duas laranjas.  124 e
470  125
476 - 44.  39 Mangerico, folha verde.  126 e
471  127
477 - 45.  40 Mangerico da janela.  128 e
472  129
478 - 46.  41 Eu esta manhã achei (coreográfica). 130 e
473  131
 

479 - 47.  42 Menina (que) 'stás à janela. 132 e


474  133
480 - 48.  43 O extravagante. 134 e
475  135
481 - 49.  44 Olha a noiva, se vai linda. 136 e
476  137
482 - 50.  45 mei' tostão. 138 e
477  139
483 - 51.  46 Amanhã anda à roda. 140 e
478  141
484 - 52.  47 tim, ó tlim, tim, tim.  142 e
479  143
485 - 53.  48 Lá vai o balão ao ar 144 e
480  145
486 - 54.  49 Estou-me divertindo. 146 e
481  147
487 - 55.  50 Rouxinóis, caracóis, bichas móis. (PASSARADA)  148 e
482  149
488 - 56.  51 Olha o passarinho. 150 e
483  151
489 - 57.  52 O passarinho. 152 e
484  153
490 - 58.  53 Levantou-se o mundo inteiro. 154 e
485  155
491 - 59.  54 O cartaxinho. 156 e
486  157
492 - 60.  55 O papagaio.  158 e
487  159
493 - 61.  56 A pombinha branca. 160 e
488  161
494 - 62.  57 Atira, caçador, atira. 162 e
489  163
495 - 63.  58 O pavão (coreográfica). 164 e
490  165
496 - 64.  59 Os quatro patinhos. 166 e
491  167
497 - 65.  60 Lá nos campos cantavam os grilos. 168 e
492 169
498 - 66.  61 As cobrinhas de água. 170 e
493  171
499 - 67.  62 O milhano. 172 e
494  173
500 - 68.  63 Há lobos sem ser na serra.  174 e
495  175
501 - 69.  64 O comboio. 176 e
496  177
502 - 70.  65 Tinhas-me tanta amizade. (CARTA) 178 e
497  179
503 - 71.  66 Vou-me embora, vou partir. 180 e
498  181
504 - 72.  67 O emigrante. 182 e
499  183
505 - 73.  68 Eu hei-de ir para o Algarve.  184 e
500  185
506 - 74.  69 Estando eu à porta sentado. 186 e
501  187
507 - 75.  70 Ó morena. 188 e
502  189
508 - 76.  71 Tenho barcos, tenho remos. 190 e
 

503  191
509 - 77.  72 Ai que praias. 192 e
504  193
510 - 78.  73 A jovem linda. 194 e
505  195
511 - 79.  74 Eu ouvi, mil vezes ouvi. 196 e
506  197
512 - 80.  75 Meu amor me deu um lenço. 198 e
507  199
513 - 81.  76 O sol é que alegra o dia. 200 e
508  201
514 - 82.  77 As nuvens que andam no ar. 202 e
509  As NUVENS que andam no ar - outra imagem  203
515 - 83.  78 Estrelinha do Norte. 204 e
510  205
516 - 84.  79 Dá-me uma gotinha de água. 206 e
511  207
517 - 85.  80 Eu ia pela rua. (Não é tarde nem é cedo…)   208 e
512  209
518 - 86.  81 O que levas na garrafinha?. 210 e
513  211
519 - 87.  82 Foste tu, ó ladrão, ladrão. 212 e
514  213
520 - 88.  83 Era meia-noite. (O ladrão) 214 e
515  215
521 - 89.  84 Meus senhores, que rapariga esta. - O Bimbas. 216 e
516  217
521b - 90  84b (O Bimbas) 216
516b
522 - 91.  85 Acorda, Maria, acorda. 218 e
517  219
523 - 92.  86 Com que letra se escreve Maria?  220 e
518  221
524 - 93.  87 Maria Malveira. (Ribeira vai cheia…) 222 e
519  223
525 - 94.  88 Minha mãe chama por Ana. 224 e
520  225
526 - 95.  89 Donde vens, ó Ana?. 226 e
521  227
528 - 96.  90 Os olhos da Marianita. 228 e
522.  229
529 - 97.  91 Marianita, és baixinha. 230 e
523  231
530 - 98.  92 Matilde, levanta a saia. 232 e
524 233
531 - 99.  93 Menina Florentina. 234 e
525  235
532 - 100.  94 Aurora. 236 e
526  (Uma mãe que o filho embala…) 237
533 - 101.  95 Rosa (Rita), arredonda a saia. 238 e
527  239
534 - 102.  96 Esta é que era a moda que a Rita cantava 240 e
528 241
535 - 103.  97 Claudina (Cesaltina) 242 e
529 243
536 - 104.  98 Senta-te aqui, ó António. 244 e
530 245
537 - 105.  99 Ó António, já lanchaste? 246 e
531 247
 

538 - 106.  100 José Marques (coreográfica ). 248 e


532 249
539 - 107.  101 Linda Jóia. 250 e
533 251
540 - 108.  102 A tourada. (Foste, foste, eu em sei que foste…) 252 e
534  253
541 - 109.  103 Tira o capotinho.  254 e
535 255
542 - 110.  104 Ó Elvas, ó Elvas. 256 e
536 257
543 - 111.  105 Camponesa, camponesa. 258 e
537 259
544 - 112.  106 Coração, alma e vida. (Portel ó lindo Portel…) 260 e
538 261
545 - 113.  107 Ai, Baleizão, Baleizão 262 e
539 263
546 - 114.  108 Já lá vem rompendo a aurora / letra de António Santinhos. 264 e
540 Nestes campos solitários... 265
547 - 115.  109 Nasce o sol no Alentejo / letra de José Lopes Gato. 266 e
541 267
548 - 116.  110 Alentejo, que és nossa terra. 268 e
542 269
549 - 117.  111 Alentejo, Alentejo / letra e música de José Lopes Gato. 270 e
543  271
550 - 117b 111b Cantigas. – (16 páginas com 272 a 
543  16 imagens e 127 quadras … s/ pautas)  287
3 - Cantando na linda Rama (mais duas) – 272
6 - Passarinho que cantais (mais cinco) – 273
1 - Os olhos requerem olhos – 274
4 - Algum dia eu era (mais três) – 275
1 - Eu já estava de abalada – 276
1 - Mais tarde deu em chover – 277
12 - Eu tenho quarenta amores… (com 12 (doze) – 278
14 - Ó minha Mãe, minha Mãe… (com 14 (catorze) – 279
13 - Chorai olhos, chorai olhos… (com 13 (treze) – 280
12 - Com um “a” se escreve amor… (com 12 (doze) – 281
14 - Se eu soubesse quem tu eras (com 14 (catorze) – 282
12 - Da minha janela à tua (com 12 (doze) – 283
4 - Nestes campos solitários (Com 4 (quatro) – 284
5 - As estrelas do céu correm (com 5 ( cinco) – 285
12 - Se fores ao cemitério (com 12 (doze) – 286
13 - O cantar não é ciência (com 13 (treze) – 287
127 quadras - Total
551 - 118.  112 Vamos lá saindo. 288 e
544  289
551 - 120.  112 APÊNDICES: 291
544  Cancxioneiro Infantil
Contos e Lendas
Provérbios
Cancioneiro Religioso
551 - 121.  Cancioneiro infantil: - Título  293
544 
51 - 122.  Cancineiro Infantil - Notas da autora - ideias e indicações 295 a
544  coreográficas...  296
551 - 123.  s/ Lengalengas:  297
544  paut - Lagarto pintado
a - Bichina gata
552 - 124.  113 A Viscondessa (roda infantil). 298 a 
545  301
 

557- 125.  114 Floreira jardineira. (roda infantil). 302 e


546  303
558 - 126.  115 Na Botica Nova. 304 e
547  305
559 - 127.  116 Olha a borboleta. 306 e
548  307
560 - 128.  117 Rosa branca ao peito. 308 e
549  309
561 - 129.  118 Ó Senhora Dona Anica. 310 e
550  311
562 - 130.  1119 Diga lá, minha menina. 312 e
551  313
563 - 131.  120 As pombinhas da Catrina  314 e
552  315
564 - 132.  121 Venho da Ribeira Nova 316 e
553  317
565 - 133.  122 Que barca é aquela 318 e
554  319
566 - 134. 
554 
567 - 135.  Contos, lendas, provérbios: texto explicativo… 321 a 
554  324
568 - 136. 
554 
569 - 137.  sp O sapo e a zorra. 325
554 
570 - 138.  sp Periquito e Periquita. 326 e
554  327
571 - 139.  sp O Era-Não-Era. 328 e
554  329
572 - 140.  sp Romance de Dona Silvana. 330 a 
554  333
573 - 141.  sp A Cobra da Marreira - (A Fidalga Ana transformada em 334 e
554  Cobra) 335
574 - 142.  sp O medo da Bemposta, e outras histórias - como o medo 336 e
554  do Chêchôu... 337
575 - 143.  sp A lenda da Condessinha. (A janela entaipada… a filha do 338 e
554  Conde de Ficalho que caiu…) 339
576 - 144.  sp Histórias de dois cruzeiros. 340
554   A Cruz Nova
 A Cruz do Senhor dos Esquecidos
577 - 145.  sp Duas Histórias de Santos  341
554  São Próculo e Santo Hilarião.
578 - 146.  sp Um Milagre de São Francisco e de Santo António 341
554 
579 - 147.  sp Nossa Senhora de Guadalupe. 342 a 
554  345
580 - 148.  sp A Serpe do Rio Ana. 346
554 
581 - 149.  sp A lenda de Serpínia. 347 a 
554  349
582 - 150. 
554 
583 - 151.  Ditos e provérbios. (ilustrados e notas sobre alguns 350 a 
554  ditos e provérbios…) 356
584 - 152. 
554 
585 - 153.  Cancioneiro religioso: (notas explicativas…) 357 a 
554  361
 

586 - 154. 
554 
587 –  155.  123 Moda de Deus Menino. 362 a 
555  364
588 –  156.  124 Janeiras. 366 e
556  367
589 –  157.  125 Reis (Quem são os três cavalheiros)  368 e
557  369
590 –  158.  126 As Preces a São Francisco: 370
558  Bendita e louvada seja e nota explicativa.
591 - 159.  127 Cântico a S. Francisco - As Preces a São Francisco  370 e
559 371
592- 160.  128 Bendita sejais, Senhora das Dores (Pauta da versão de 372 e
560  Serpa) 373
593- 161.  129 Bendita sejais, Senhora das Dores (Pauta da versão de
561  Pias)
594 - 162.  130 Além vai Jesus. 374 a 
562  377
595 - 163.  131 Kyrie - Senhor, tende piedade de nós!  378 e
563  379
596 - 164.  132 Aleluia. 378 e
564  379
597 - 165.  133 O Bom Pastor. 380 e
565  381
598 - 166.  134 Senhor Jesus, Pão da Vida. 382
566  383
599 - 167.  135 Fonte de gua Viva. 384 e
567  385
600 - 168.  136 Nossa Senhora do Carmo - / música, J. Coelho (Moura) 386 e
568  Nossa Senhora do Carmo (versão 1ª)  387
601 –  169.  137 Virgem Maria. 388 e
569  389
602 –  170.  138 Senhora do Livramento. 390 e
570  391
603 –  171.  139 Senhora de Guadalupe. 392 e
571  393
604 –  172.  140 Hino a Nossa Senhora de Guadalupe. 394 e
572  395
605.  173.  sp Bênção da Tia Candelária. 396
606.  174.  sp Oração a São Jerónimo. 397
607.  175.  sp Oração (pela manhã). 398
608.  176.  sp Padre Nosso pequenino. 399
609.  177.  sp Ó meu Jesus do Horto. (Confissão) 400
610.  178.  sp A vinda do Senhor. 401
Bibliografia 403
Índice 405 a
410
 

* Para efeitos de contagem em relação às pautas anteriores e às seguintes do Padre Marvão,


consideramos até 600 pautas, embora não seja um número preciso, mas aproximado… pois
as pautas aqui são 140… e não 178… m as o ínidice do Cancioneiro também passa de 600!!!
*sem partitura
 

Ver In
http://www.cm-serpa.pt/PublicacaoDisplay.aspx?ID=6 
Nota: Contém as partituras (excepto das cantigas)
Há variantes dos títulos de algumas canções, a descrição adoptada é conforme
ao índice.
 As canções 'As pombinhas da Catrina', 'Venho da Ribeira Nova' e 'Que barca é
aquela' são referidas no índice mas não estão incluídas no livro, e não existe a
letra de 'Diga lá minha menina'. 

Nota 2
«Nesta obra, profusamente ilustrada com desenhos da autora,
registam-se modas e cantigas de Serpa bem como contos, lendas,
provérbios e canções religiosas. Maria Rita Cortez esclarece que este
cancioneiro não resulta de um trabalho de investigação nem mesmo
de uma recolha sistemática e exaustiva. Pretendeu a autora, tão
somente, passar para o papel recordações de infância recorrendo,
quando a memória falhava, a outras pessoas e à pesquisa
bibliográfica. A publicação, que a autora dedica às crianças de Serpa,
cumpre o objectivo de ajudar a preservar parte importante das
tradições orais do concelho.»

... 
 

 
0433 - 001 - pag 044
LÁ VAI SERPA, LÁ VAI MOURA! 
Cancioneiro de Serpa 001 

CANCIONEIRO DE SERPA -De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
 

 
Para contextualizar esta obra monumental, talvez seja importante consultar o seguinte:
PRELÚDIO, por João Rocha, Presidemte da Câmara de Serpa, Setembro de 1994.
http://www.joraga.net/gruposcorais/pags09_pautas_09_CSerpa_MRitaOPC/0433_CdeSerpa_MRitaCorte
z_000_000_p410_listade410pags.htm 

INTRODUÇÃO, pela Autora, Maria Rita Ortigão Pinto Cortez, natural e residente em Serpa, 8 de Janeiro
de 1987.
http://www.joraga.net/gruposcorais/pags09_pautas_09_CSerpa_MRitaOPC/0433_CdeSerpa_MRitaCorte
z_p009_000_intro.htm 

NOTAS da AUTORA – Moas e Canções...


http://www.joraga.net/gruposcorais/pags09_pautas_09_CSerpa_MRitaOPC/0433_CdeSerpa_MRitaCorte
z_p037_000_modas&cant.htm 

001 
LÁ VAI SERPA, LÁ VAI MOURA!  
O homem nunca devia
A sua existência acabar,
O homem nunca devia
A sua existência acabar!
Nem nunca se fazer velho
Para sempre namorar,
Nem nunca se fazer velho
Para sempre namorar!
Lá vai Serpa, lá vai Moura
As Pias ficam no meio
Em chegando à minha terra
Não há que haver arreceio!
Não há que haver arreceio!
Lá vai Serpa, lá vai Moura
Lá vai Serpa, lá vai Moura
As Pias ficam no meio! 
 

 
0433b - 001b - pag 046
LÁ VAI SERPA, LÁ VAI MOURA! 
por Menano (Coimbra)
Cancioneiro de Serpa 001b 

CANCIONEIRO DE SERPA -De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez -Edição do Município de Serpa, 1944

001b
Lá vai Serpa, lá vai Moura!
Fado de Coimbra da autoria de Francisco Menano
Lá vai Serpa, lá vai Moura, ai,
As Pias ficam no meio!
Em chegando à minha terra, ai,
(Quem vier à minha terra, ai),
Não há que haver arreceio!
(Tem que ter arreceio)!
http://fadocravo.blogspot.com/2010/11/antonio-menano-o-
beijo.html 
ver biografia de Menano em:
http://vagamente.blogs.sapo.pt/2564.html
 

 
0434 - 002 - pag 046   –

Ó Serpa pois TU não ouves?


Cancioneiro de Serpa 002 

CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944

002 
Ó Serpa pois TU não ouves?
Ó Serpa, pois tu não ouves
Os teus filhos a cantar?
Ó Serpa, pois tu não ouves
Os teus filhos a cantar?
Enquanto os teus filhos cantam,
Tu, Serpa deves chorar!
Enquanto os teus filhos cantam,
Tu, Serpa (ó Serpa) deves chorar!
Pode VER e Ouvir este trabalho sobre Serpa por alunos do 12º Ano da Escola D.
Manuel I, Beja (em 2011?)
http://www.youtube.com/watch?v=wOqzGwy3sPs  
 

 
0435 - p048 - 003
Ó Serpa do Alentejo
Cancioneiro de Serpa 003 

CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944

003 
Ó Serpa do Alentejo
Ó Serpa do Alentejo,
És minha terra natal!
És da vilas mais antigas
Que temos em Portugal!
Que temos em Portugal,
Das terras que mais invejo,
És minha terra natal(i)
Ó Serpa do Alentejo.
Pode ouvir no Youtube pelo Grupo Grupo Coral e Etnografico da Casa do Povo
de Serpa
http://www.youtube.com/watch?v=eZKZCnBMi9U
http://www.youtube.com/user/SerpaDigital  
 

 
0436 - p050  004 –

Adeus, ó vila de Serpa


Cancioneiro de Serpa 004 
Aqui pode ouvir pelo «Trigo Roxo» de Serpa
http://www.luardameianoite.com/luar/03.mp3  

CANCIONEIRO DE SERPA
De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez
Edição do Município de Serpa, 1944  
004 
Adeus, ó vila de Serpa 
Música tradicional.
Letra do Mestre José Gato

Adeus, ó vila de Serpa,


Saudades quem as não tem? Cantigas de Serpa são
Dentro das tuas muralhas Bagos de trigo nascendo.
Há uma rosa a quem quero bem. São bocadinhos de pão
Que só nos sobra em morrendo!
Adeus, ó velhos castelos, Adeus, ó velhos castelos,
Companheiros do luar, Companheiros do luar,
Quem me dera já lá ir, Quem me dera já lá ir,
Quem me dera já lá ir, Quem me dera já lá ir,
Para me ouvires cantar! Para me ouvires cantar! 
Das ruas que Serpa tem
Há uma que tem mais graça.
É a das Portas de Beja,
Desde o Arco até à Praça!  
 

 
0437 - p053 - 005
Ó Serpa velhinha (cantiga)
por António Santinhos
Cancioneiro de Serpa 005 
 

 
Ó Serpa velhinha (cantiga)
(cantiga)
por António Santinhos 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944

005 
Cantiga 
Ó Serpa, terra velhinha,
das muralhas enfeitada!
Guadalupe é padroeira
desta terra abençoada.
Tu tens as lindas gargantas,
dos cantares tu és rainha.
Das muralhas enfeitadas,
Ó Serpa, terra velhinha!
Moda 
Toma lá amor
que te manda a prima!
Toma lá amor,
Toma lá amor
que te manda a prima!
Um cesto de abraços,
Um cesto, os meus braços
com beijos em cima!
Ó Serpa velhinha,
sempre te hei-de amar!
Tu tens o castelo,
Ele é o mais belo
deste Portugal!
Tu tens as muralhas,
que são as rainhas.
Sempre te hei-de amar,
de noite ao luar,
ó Serpa velhinha! 
 

 
0438 - p056 - 006
Serpa que és minha Terra
Cancioneiro de Serpa 006 

Serpa que és minha Terra 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944

006 
Serpa, que és minha terra,
vou-te deixar, meu amor!
Vou deixar o Alentejo,
província que eu mais invejo
das papoilas em flor!
Das papoilas em flor,
lá no mei' desses trigais!
vou deixar os teus cantores,
as ceifeiras e os pastores,
não sei se voltarei mais! 
 

 
0439 - p058 - 007
Viva o Rei! Viva a Rainha
Cancioneiro de Serpa 007 

Viva o Rei! Viva a Rainha  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944

007 
Viva o Rei! Viva a Rainha!
Vivam todos com prazer!
Uma festa igual a esta
 já Serpa não torna a ver!
Já Serpa não torna a ver
uma festa igual a esta!
Viva o Rei! Viva a Rainha!
Vivam todos com prazer!  
 

 
0440 - p060 - 008
Cantiga 1  Despedida –

Cantiga 2 - Ó Serpa, tu não és vila


Cancioneiro de Serpa 008 
* Cantam-se frequentemente com a música de "Ó Serpa do Alentejo" 

Cantiga 1  Despedida –

Cantiga 2 - Ó Serpa, tu não és vila  


CANCIONEIRO DE SERPA
De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez
Edição do Município de Serpa, 1944
008  008 
DESPEDIDA DESPEDIDA
(cantigas*) (cantigas*)
Despedida, despedida, Despedida, despedida,
como fez o passarinho: como fez o passarinho:
bateu as asas (asas e), voou, bateu as asas (asas e), voou,
deixou as penas no ninho. deixou as penas no ninho.
Despedida, despedida, Despedida, despedida,
sabe Deus quem se despede! sabe Deus quem se despede!
Quem se despede cantando Quem se despede cantando
tem 'ma despedida alegre. tem 'ma despedida alegre.
Amanhã me vou embora, Amanhã me vou embora,
e hoje faço a despedida. e hoje faço a despedida.
Adeus, pai, e adeus mãe, Adeus, pai, e adeus mãe,
adeus, minha rapariga! adeus, minha rapariga!
CANTIGA  CANTIGA 
Ó Serpa, tu não és vila, Ó Serpa, tu não és vila,
nem aldeia, nem cidade. nem aldeia, nem cidade.
És uma capela de oiro, És uma capela de oiro,
onde brilha a mocidade!   onde brilha a mocidade! 
 

 
0441 - p062  009 –

De Aldeia Nova, São Bento


Cancioneiro de Serpa 009 

De Aldeia Nova, São Bento  


CANCIONEIRO DE SERPA
De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez
Edição do Município de Serpa, 1944

009 
De Aldeia Nova, São Bento,
de Pias, Santa Luzia!
De Aldeia Nova, São Bento,
de Pias, Santa Luzia!
De Brinches, Cpnsolação,
de Serpa, santa Maria,
De Brinches, Cpnsolação,
de Serpa, santa Maria. 
 

 
0442 - p064 - 010
Mondadeira Alentejana
Cancioneiro de Serpa 010 

Mondadeira Alentejana 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944

010 Outros versos para a mesma moda, da


Mpndadeira alentejana, autoria de António Santinhos:
lenço de todas as cores,
vai mondando, vai cantando Camponesa alentejana,
cantigas aos seus amores. rainha de Portugal!
E um dia mais tarde, quando Trazes as 'spigas de trigo
chega a ceifa, que alegria! no laço do avental!
Vai ceifando, vai cantado,
passa mais depressa o dia! No laço do avental
ó minha linda morena!
Passa mais depressa o dia,
passa mais depressa a hora. rainha de Portugal
Já lá vem rompendo o dia, camponesa alentejana! 
Já lá vem rompendo a aurora!  
 

 
0443 - p066  011

As mondadeiras cantando
Cancioneiro de Serpa 011 
 

As mondadeiras cantando  
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944

011 
Quantas papoilas se avistam
além naqueles trigais!
Quantas papoilas se avistam
além naqueles trigais!
Tantas como beijos deram
mondadeiras e zagais!
Tantas como beijos deram
mondadeiras e zagais!
Refrão
As mondadeiras cantando
suas penas e amores,
não cantam, estão rezando,
num altar cheio de flores.
Num altar cheio de flores,
cada uma é um desejo.
Os anjinhos são pastores,
a capela, o Alentejo.
Seara, verde seara,
mondada com tanto gosto,
Seara, verde seara,
mondada com tanto gosto
és verde na Primavera,
e loira no mês de Agosto!  
 

 
0444 - p068 - 012
Não quero que vás à monda
Cancioneiro de Serpa 012 

Não quero que vás à monda  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944

012 
Não quero que vás à monda,
nem à ribeira lavar.
Só quero que me acompanhes, ó meu lindo amor,
no dia em que me eu casar!
No dia em que me eu casar,
hás-de ser minha madrinha.
Vão quero que vás à monda, ó meu lindo amor,
nem à ribeira sozinha! 
Para ouvir AQUI pelo http://www.youtube.com/user/ASOUSA59  
http://www.youtube.com/watch?v=sLR497__3o4&feature=related  
 

 
0445 - p070  013

Ceifeira, linda Ceifeira


Cancioneiro de Serpa 013 
 

 
Ceifeira, linda Ceifeira 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944

013
Ceifeira,
Ceifeira, linda ceifeira!
Eu hei-de,
Eu hei-de casar contigo!
lá nos cam...
lá nos campos, secos campos,
lá nos campos, secos campos,
à calma a ceifar o trigo.
À calma,
à calma a ceifar o trigo,
pela fô...
Pela força do calor!
Ceifeira,
Ceifeira, linda ceifeira!
Ceifeira, linda ceifeira
hás-de ser o meu amor!
Não é,
Não é a ceifa que mata,
nem os ca...
nem os calores do verão!
É a é...
É a erva unha-gata,
É a erva unha-gata,
mais o cardo beija-mão!
CANTIGAS 
Aqui vou mais a minha prima,
minha prima vai mais eu.
Por muito que ela me queira,
dobrado lhe quero eu!

Esta noite choveu prata


no bocalinhop do poço.
Todas as rosas abriram,
menos o meu cravo roxo!
Para ouvir AQUI pelo Tuna Feminina Universitária de Beja (http://www.youtube.com/user/Bakyra09) 
http://www.youtube.com/watch?v=d8K--3H7_-w
http://www.youtube.com/watch?v=d8K--3H7_-w&feature=related
 

 
0446 - p074 - 014
Melancolia dos campos
Cancioneiro de Serpa 014 

Melancolia dos campos  


CANCIONEIRO DE SERPA, de Maria Rita Ortigão Pinto Cortez, Edição do Município de Serpa, 1944
014 
MELANCOLIA DOS CAMPOS  
Melancolia dos campos,
ouço o meu amor cantar,
debaixo de um sol ardente,
sorrindo, ceifando,
até o dia findar!
Até o dia findar,
que alegria para a gente!
Ouço o meu amor cantar,
sorrindo, ceifando,
debaixo de um sol ardente!  
 

 
0447 - p076  015 –

Moreninha Alentejana
Cancioneiro de Serpa 015 

Moreninha Alentejana 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944

015 
MORENINHA ALENTEJANA
- Moreninha alentejana,
quem te fez moren'assim?
- Foi o Sol da Primavera
que caiu sobre mim!
Que caiu sobre mim,
andava a ceifar o trigo.
- Moreninha alentejana,
porque não casas comigo?
porque não casas comigo,
Porque não casas com ela?
- Quem te fez morena assim?
Foi o sol da Primavera! 
 

 
0448 - p078 - 016
Fui-te ver, estavas lavando
Cancioneiro de Serpa 016 

Fui-te ver, estavas lavando  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944 
016 
FUI-TE VER, ESTAVAS LAVANDO Adora-me o meu retrato,
estima-me o coração!
Fui-te ver, 'stavas lavando, Fui-te ver, 'stavas lavando,
no rio sem (ter sabão) assabão. no rio sem (ter sabão) assabão.
Lava-te em água de rosas,
fica-te o cheiro na mão! No rio sem (ter sabão) assabão.
no rio, sem nada, nada!
Fica-te o cheiro na mão, Fui-te ver, 'stavas lavando,
fica-te o cheiro no fato. Ó minha prenda adorada!
Se eu morrer, e tu ficares,
adora-me o meu retrato!  Ó minha prenda adorada,
prenda do meu coração!
Fui-te ver, 'stavas lavando,
no rio sem (ter sabão) assabão.
 

 
0449 - p080 - 017
O Pastor Alentejano
Cancioneiro de Serpa 017 

O Pastor Alentejano 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
017 
O Pastor Alentejano 
O pastor alentejano Encostado ao seu cajado,
tem seu cão por companhia lá nos campos ao rigor,
nos campos do Alentejo anda a guardar o seu gado.
onde passa noite e dia. É a vida do pastor

Onde passa noite e dia CANTIGAS 


todos os dias do ano, De noite, pelas campinas,
tem seu cão por companhia, anda o Sol atrás da Lua.
o pastor alentejano. Assim anda a minha sina,
meu amor atrás da tua.
À noite, ouvindo a raposa,
o rouxinol no silvado, Sendo eu Sol e tu sombra,
de samarra e ceifões, qual de nós pode existir?
encostado ao seu cajado. Eu, como Sol te procuro,
tu, como sombra, a fugir.
Para ouvir AQUI pelo http://www.youtube.com/user/paixaomusica 
http://www.youtube.com/watch?v=fAxqCOt9ITs&feature=related
 

 
0450 - p082 - 018
Toda a vida fui pastor
Cancioneiro de Serpa 018 

Toda a vida fui pastor  


CANCIONEIRO DE SERPA -De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
018 
Toda a vida fui pastor  

Toda a vida fui pastor,


toda a vida guardei gado.
Tenho uma nódoa (cova) no peito, ai, ai!
de me encostar ao cajado!
De me encostar ao cajado,
lá nos campos ao rigor.
Toda a vida guardei gado
Toda a vida fui pastor! 
 

 
0451 - p084 - 019
O Lírio Roxo
Cancioneiro de Serpa 019 

O Lírio Roxo 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez -Edição do Município de Serpa, 1944 

019
O LÍRIO ROXO
Ao romper da bel'aurora,
sai o pastor da (choupana) cabana.
Meu lírio roxo,
sai o pastor da (choupana) cabana.
Gritando em altas vozes:
«Muito padece quem ama!»
Meu lírio roxo,
«Muito padece quem ama!»  
Chirlo birlo birlo
par'amar, meu bem!
 

 
O rio vai correndo,
ai, quem mo dera apanhar!
Meu lírio roxo,
ai, quem mo dera apanhar!
O amor é como o rio,
vai e não volta a voltar!
Meu lírio roxo,
vai e não volta a voltar!
Badajoz tem lindas damas
Portugal também as tem!
Meu lírio roxo,
Chirlo birlo birlo
par'amar, meu bem!
O cantar é dos anjinhos,
Não ofende a Deus, cantando.
É melhor do que andar
na vida de outros, falando!
Ó amor, amor,
ó amor, às vezes
os dias piqueninos
me parecem meses!
Ont'à noite, à meia-noite,
ouvi cantar e chorei,
era a minha mocidade
que tão nova desprezei. 
 

 
0452 - p088 - 020
O Lírio Roxo do Campo
Cancioneiro de Serpa 020 

O Lírio Roxo do Campo 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
020 
O LÍRIO ROXO DO CAMPO  
Meu lírio roxo de o campo,
criado na Primavera!
Desejava, amor, saber, ai, ai!
A tua intenção qual era!
A tua intenção qual era,
desejav'amor saber
Meu lírio roxo de o campo, ai, ai!
Quem te pudesse colher!
A tua intenção qual era,
qual era o teu pretender.
Meu lírio roxo de o campo, ai, ai!
Quem te pudesse ir colher! ...  
 

 
0453 - p090 -021
Fui passear
Cancioneiro de Serpa 021 

Fui passear 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944 

021 
Fui passear
Fui passear
lá ao teu montinho.
Saiu-me uma rosa, olaré!
Dançando ao caminho.
Como é bonita,
como é formosa!
Dançando ao caminho, olaré!
Saiu-me uma rosa! 
 

 
0454 - p092 - 022
Rosa branca desmaiada
Cancioneiro de Serpa 022 

Rosa branca desmaiada  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

022 
Rosa branca desmaiada
- Rosa branca desmaiada,
onde deixastes o cheiro?
- Deixei-o no meu jardim,
à sombra do limoeiro.
À sobra do limoeiro
onde não seja regada.
- Onde deixastes o cheiro,
rosa branca desmaiada? 
 

 
0455 - p094 -023
Rosa Amarela
Cancioneiro de Serpa 023 

Rosa Amarela 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
023 
Rosa Amarela 
Rosa Amarela queixou-se
dum cravo que a namorava,
que a deixou pr'amar a Branca,
porque dela não gostava.
Porque dela não gostava,
nem a queria p'ra casar.
Rosa Amarela queixou-se,
queixou-se, deix'à queixar!
A rosa depois de seca,
foi-se queixar ao jardim.
Respondeu-lhe o jardineiro:
- Tudo no mundo tem fim.
A rosa depois de seca,
perde o cheiro, perde a graça.
É como a moça solteira,
se um dia cai em desgraça.
 

 
0456 - p096 - 024
Vamos apanhar a rosa
Cancioneiro de Serpa 024 

Vamos apanhar a rosa  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

024 
Vamos apanhar a rosa  
Vamos apanhar a rosa,
com abraços e beijinhos!
Enquanto se apanha a rosa,
não se apanha o rosmaninho.
Não se apanha o rosmaninho,
não se apanha o alecrim.
Vamos apanhar a rosa,
meu amor, fica sem mim!
«Quem pelo rosmaninho passou e não cheirou,
das chagas de Jesus Cristo se não lembrou.»
ou «de seu amor não se lembrou.»  
 

 
0457 - p098 - 025
Que inveja tens tu da rosa
Cancioneiro de Serpa 025 

Que inveja tens tu da rosa  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944 
025 
Que inveja tens tu da rosa 
Trabalhei enquanto pude,
levantei a minha enxada.
perdi no campo a saúde,
não posso perder mais nada.
Que inveja tens tu da rosa,
se és linda como elas são?
A rainha das «felores»
tratadas por tuas mãos.
Tratadas por tuas mãos,
pelas tuas mãos mimosas.
Se és linda como elas são,
que inveja tens tu da rosa? 
 

 
0458 - p100 - 026
Uma Flor que abriu em Maio
Cancioneiro de Serpa 026 

Uma Flor que abriu em Maio  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
026 
Uma Flor que abriu em Maio  
Uma flor que abriu em Maio,
bem abriu, bem se fechou.
Um amor que tanto amava
gabou-se que me deixou!
Gabou-se que me deixou,
abram-me as portas, que eu saio!
Bem abriu, bem se fechou
uma flor que abriu em Maio!
CANTIGAS 
Ora viva, ora viva,
ora viv'à quem chegou!
'Stava para me ir embora,
agora já me não vou!
Atrás do dia, vem a noite,
atrás do Inverno, o Verão.
Tudo no mundo renova,
só a mocidade não! 
 

 
0459 - p102 - 027
A erva cidreira
Cancioneiro de Serpa 027 

A erva cidreira 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
027 
A erva cidreira 
Ó erva cidreira,
que 'stás no alpendre,
quasnto mais se rega,
mais a silva prende.
Mais a silva pende,
mais a rosa cheira,
que 'stás no alpendre,
ó erva cidreira! 
---------
Ó erva cidreira,
que estás na varanda!
Quanto mais se rega,
mais a folha abranda! 
 

 
0460 - p104 - 028
A Macela
Cancioneiro de Serpa 028 

A Macela 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944 
028 
A Macela 

Lá nos campos, verdes campos,


eu hei-de ir colher macela*!
Daquela mais miudinha,
daquela mais amarela!
Daquela mais amarela,
daquela mais miudinha!
Lá nos campos, verdes campos,
da macela*, a mecelinha*.!  

(*marcela - marcelinha) 
 

 
0461 - p106 - 029
A medronheira no vale
Cancioneiro de Serpa 029 

A medronheira no vale 
CANCIONEIRO DE SERPA -De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
029 

A medronheira no vale 

A medronheira no vale
chora a sua solidão.
Quem não há-de, amor, chorar
a nossa separação?
A nossa separação,
quem não há-de amor, chorar?
Chora a sua solidão,
a medronheira no vale!
Já no céu não há estrelas,
Senão uma ao pé da lua.
Tenho corrido, não acho,
cara mais linda que a tua!  
 

 
0462 - p108 - 030
O Alecrim
Cancioneiro de Serpa 030 

NOTA: Atenção - no refrão falta uma nota DÓ - Ai lind'amor ou Ai meu'amor  


O Alecrim 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
030 

O Alecrim 
Alecrim,
alecrim aos molhos
por causa de ti
choram os meus olhos!
Refrão: 
Ai lindo'amor, (ou Ai, meu'amor,)
quem te disse a ti
que a flor do campo
era o alecrim?
Alecrim,
alecrim doirado,
que nasce no campo
sem ser semeado! 
 

 
0463 - p110 - 031
Vai colher a silva
Cancioneiro de Serpa 031 

Vai colher a silva 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
031 
Vai colher a silva 

Vai colher a silva,


vai, lindo amor, vai!
Se ela te picar, 
Não digas ai, ai!
Não digas ai, ai!
Não digas ai, ui!
Vai colher a silva,
vai, que eu também fui!
Anda cá pr'àqui,
não chores já, mais,
que eu 'inda aqui estou
para ouvir teus ais! 
 

 
0464 - p112 - 032
Silva que estás enleada
Cancioneiro de Serpa 032 

Silva que estás enleada 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

032 

Silva que estás enleada


Silva que estás enleada
Silva que estás enleada
desenleia o meu amor!
desenleia o meu amor!
Foste nascida e criada
Foste nascida e criada
nesses campos ao rigor
nesses campos ao rigor. 
 

 
0465 - p114 - 033
Ó rama, que linda rama!
Cancioneiro de Serpa 033 

Ó rama, que linda rama!  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
033 
Ó rama, ó que linda rama  
Refrão:
Ó rama, ó que linda rama,
Ó rama da oliveira,
O meu par é o mais lindo,
que anda aqui na roda inteira!
Que anda aqui na roda inteira,
aqui, e em qualquer lugar!
Ó rama, ó que linda rama,
Ó rama do olival!
Eu gosto muito de ouvir
cantar a quem aprendeu.
Se houvera quem ensinara,
quem aprendia era eu!
Não me invejo de quem tem
carros, parelhas e montes,
só me invejo de quem bebe
a água em todas as fontes! 
 

 
0466 - p116 - 034
Lindo Ramo Verde Escuro
Cancioneiro de Serpa 034 

Lindo Ramo Verde Escuro  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
034 
Lindo Ramo Verde Escuro
Lindo ramo verd'escuro
ó casa dos passarinhos
onde cantam docemente
poisados nesse raminho!
Poisadas nesse raminho,
cantam sempre ao ar puro
ó casa dos passarinhos,
lindo ramo verd'escuro!
Lindo ramo verd'escuro
pousada dos passarinhos
onde canta alegremente
lá no mais alto raminho.
Lá no mais alto raminho
repirando ao ar puro
pousada dos passarinhos
lindo ramo verde escuro! 
 

 
0467 - p118 - 035   –

Ó Amendoeira!
Cancioneiro de Serpa 035 

Ó Amendoeira! 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
035 
Ó Amendoeira 

Ó Amendoeira,
qu'é dela a tua rama?
Ó Amendoeira,
qu'é dela a tua rama?
Por causa de ti
ando eu em má fama!
Ando eu em má fama,
deixá-lo andar!
Ando eu em má fama,
deixá-lo andar!
Em água de rosas
me hei-de lavar! 
 

 
0468 - p120 - 036
A Flor da Laranjeira
Cancioneiro de Serpa 036 

A Flor da Laranjeira 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
036 
A Flor da laranjeira  
A flor da laranjeira
dá-lhe o vento e vai-se embora. Ela a mão lhe apertou,
A flor da laranjeira ai, a mão lhe apertaria!
dá-lhe o vento e vai-se embora. Ela a mão lhe apertou,
Eu sei , mas não digo, ai, a mão lhe apertaria!
ai, quem ela namora! Adeus, meu amor!
Eu sei , mas não digo, Saudinha! Até um dia!  
ai, quem ela namora!
Quem ela namora,
ai, quem ela namorou!
Quem ela namora,
ai, quem ela namorou!
Ao sair da escola
ela a mão lhe apertou!
Ao sair da escola
ela a mão lhe apertou!
 

 
0469 - p122 - 037
A Laranjinha
Cancioneiro de Serpa 037 

A Laranjinha 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
037 
A laranjinha 

Sob'acima, ó laranjinha,
dá a meia e volta o par!
'inda tu hás-de ser minha,
'inda te hei-de deixar!
'inda te hei-de deixar,
'inda tu hás-de ser minha!
dá a meia e volta o par,
Sob'acima, ólaranjinha! 
 

 
0470 - p124 - 038
Uma laranja, duas laranjas
Cancioneiro de Serpa 038 

Uma laranja, duas laranjas  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

038 

Uma laranja, duas laranjas


Uma laranja, duas laranjas,
três laranjas num raminho.
Toma lá esta laranja,
que te manda o teu benzinho!
Que te manda o teu benzinho,
que te manda a tua avó.
Uma laranja, duas laranjas,
três laranjas num pé só!  
 

 
0471 - p126 - 039
Manjerico Folha Verde
Cancioneiro de Serpa 039 

Manjerico Folha Verde 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

039 
Manjerico Folha Verde
Manjerico Folha Verde
dá-lhe o vento, abana, abana.
Quem me dera já chamar
à tua irmã, minha mana!
À tua irmã, minha mana
à tua mana, cunhada!
Dá-lhe o vento, abana, abana,
manjerico folha recortada.  
 

 
0472 - p128 - 040
Manjerico da janela
Cancioneiro de Serpa 040 

Manjerico da janela  
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

040 
Manjerico da janela
Manjerico da janela,
dá-me a mão, quero subir!
Eu queria falar com ela,
mas à porta não posso ir!
Mas à porta não posso ir,
e eu queria falar com ela!
Dá-me a mão, quero subir,
Manjerico da janela! 
 

 
0473 - p130 041
Eu esta manhã achei
(coreográfica)
Cancioneiro de Serpa 041 

Eu esta manhã achei - (coreográfica) 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

041 
Eu esta manhã achei
(coreográfica)
Eu esta manhã achei,
debaixo da minha janela,
uma cartinha de amor.
Li ó lé, quem ficou sem ela?!
Li ó lé, quem ficou sem ela,
toda cheia de flores?!
Eu esta manhã achei
uma cartinha de amores!  
 

 
0474 - p132 - 042
Menina que estás à janela
Cancioneiro de Serpa 042 

Menina que estás à janela  


CANCIONEIRO DE SERPA -De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
042 
Menina que estás à janela  
Menina (que) 'stás à janela
com o teu cabelo à lua,
não me vou daqui embora
sem levar 'ma prenda tua!
Sem l'var 'ma prenda tua,
sem l'var 'ma prenda dela,
com o teu cabelo à lua,
menina (que) 'stás à janela!
Amanhã me vou embora,
e hoje faço a despedida.
Amanhã me vou embora,
e hoje faço a despedida.
Adeus pai e adeus mãe,
e adeus minha rapariga!
Adeus pai e adeus mãe,
e adeus minha rapariga!
 

 
0475 - p134 - 043
O extravagante
Cancioneiro de Serpa 043 

O extravagante 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
043 
O extravagante
Ó luar da meia noite,
não digas à minha amada
que eu passei à rua dela
às quatro da madrugada!
Chamaste-me extravagante
por eu ter uma noitada.
Eu sou um rapaz brilhante,
recolho de madrugada.
Recolho de madrugada,
mesmo agora neste instante,
por eu ter uma noitada
chamaste-me extravagante!
 

 
0476 - p136  044 –

Olha a noiva, se vai linda!


Cancioneiro de Serpa 044 

Olha a noiva, se vai linda!  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
044 
Olha a noiva, se vai linda
Compadre, já te casaste, Ser casado e ter juízo
 já o laço te apanhou! acho que é um bonito estado!
Compadre, já te casaste, Também eu queria ser,
 já o laço te apanhou! Também eu queria ser,
Deus queira que sempre digas: Também eu queria
se bem 'stava, melhor 'stou! Também eu queria ser casado!
Deus queira que sempre digas:
se bem 'stava, se bem 'stava, melhor 'stou! Olha a noiva, se vai linda,
olhando p'ró seu vestido!
Olha a noiva, se vai linda, Deixa pai e deixa mãe,
no dia do seu noivado! vai viver com o seu marido!  
Também eu queria ser,
Também eu queria ser,
Também eu queria
Também eu queria ser casado! 
 

 
0477 - p138 - 045
O meio tostão
Cancioneiro de Serpa 045 

O meio tostão 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

045 
O meio tostão
Ó mei'tostão,
deixa lá passar a gente!
cada vez tenho mais notas,
cada vez 'stou mais contente!
Ó mei'tostão,
deixa lá passar quem passa!
cada vez tenho mais notas,
cada vez 'stou mais massa! 
 

 
0478 - p140 - 046
Amanhã anda à roda
Cancioneiro de Serpa 046 

Amanhã anda à roda  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

046 
Amanhã anda à roda
Amanhã 'nda à roda,
 já devia andar!
São duzentos contos!
Quem se quer habilitar?!
Amanhã 'nda à roda,
na praia do norte!
São duzentos contos!
Quem se quer habilit'à sorte?!  
 

 
0479 - p142 - 047
Ó tim, ó tlim, tim, tim!
Cancioneiro de Serpa 047 

Ó tim, ó tlim, tim, tim! 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
047 
Ó tim, ó tlim, tim, tim! 

Ó tim, ó tlim, tim, tim!


você não vai lá
por causa de mim!
Ao romper da bel'aurora,
ao piscar do olho
é que se namora!
Ao romper da bel'aurora,
ao piscar do olho
é que se namora! 
 

 
0480 - p144 - 048
Lá vai o balão ao ar
Cancioneiro de Serpa 048 

Lá vai o balão ao ar  
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
048 
Lá vai o balão ao ar  
Lá vai o balão ao ar!
Se ele vai, deixá-lo ir!
Ajuntaram-se as moças todas
para verem o balão subir.
Para verem o balão subir,
para verem o balão baixar.
Ausentou-se o meu amor,
 já não há quem saiba amar!
 

 
(Pode ver a música de acordo com a versão recolhida por D. Elvira Monteiro
"A Tradição" - Junho de 1902) 
 

 
0481 - p146 - 049
Estou-me divertindo
Cancioneiro de Serpa 049 

Estou-me divertindo 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

049 
Estou-me divertindo
'Stou-me divertindo,
 já me diverti!
Não digo mais nada,
fico por aqui! 
 

 
0482 - p148 - 050
Rouxinóis, caracóis e bichos móis
(Passarada)
Cancioneiro de Serpa 050 

Rouxinóis, caracóis e bichos móis - (Passarada) 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
050 
Rouxinóis, caracóis e bichos móis - (Passarada)
Os alegres passarinhos aprenderam só de ouvir
 já têm outro cantar, dois amantes conversar.
quais, quais quais, quais
oliveiras, olivais, oliveiras, olivais,
pintassilgos, rouxinóis, pintassilgos, rouxinóis,
caracóis, bichosmóis, caracóis, bichosmóis,
morcegos, pássaros negros morcegos, pássaros negros
trombolas, galinholas, trombolas, galinholas,
perdizes, codornizes, perdizes, codornizes,
cartaxos e pardais, cartaxos e pardais,
e cucos milharucos, e cucos milharucos,
cada vez há mais!  cada vez há mais! 
 

 
0483 - p150 - 051
Olha o Passarinho
Cancioneiro de Serpa 051 

Olha o Passarinho 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

051 
Olha o Passarinho
Olha o Passarinho,
que bem que ele canta!
Quando está cantando,
tem uma guitarra
dentro da garganta!
Olha o rouxinol,
foi fazer o ninho
dentro do balsedo,
p'ra cantar sem medo,
olha o passarinho! 
 

 
0484 - p152 - 052
O Passarinho
Cancioneiro de Serpa 052 

O Passarinho 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

052 
O Passarinho
Algum di' em tendo sede,
ia beber ao teu monte,
Algum di' em tendo sede,
ia beber ao teu mont',
agora passo de roda,
vou beber a outra fonte,
e agora passo de roda,
vou beber a outra fonte.
e agora passo de roda,
vou beber a outra font'
 

 
Ao romper da bel'aurora
eu ouvi o passarinho
lamentar sua desgraça,
poisado nesse raminho.

Poisado nesse raminho,


olhando para quem passa,
eu ouvi o passarinho
lamentar sua desgraça!
Quando o rouxinol padece
uma ave tão pequena,
Quando o rouxinol padece
uma ave tão pequena,
que fará meu coração,
coberto de tanta pena!
que fará meu coração,
coberto de tanta pena!
Ao romper da bel'aurora
eu ouvi o passarinho
lamentar sua desgraça,
poisado nesse raminho.

Poisado nesse raminho,


olhando para quem passa,
eu ouvi o passarinho
lamentar sua desgraça!
Quando eu de Serpa abalei,
olhei para trás chorando.
Quando eu de Serpa abalei,
olhei para trás chorando.
Adeus Serpa da minh'alma,
tão longe me vais ficando!
Adeus Serpa da minh'alma,
tão longe me vais ficando!
 

 
0485 - p154 - 053
Levantou-se o mundo inteiro
Cancioneiro de Serpa 053 

Levantou-se o mundo inteiro 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

053 
Levantou-se o mundo inteiro
Levantou-se o mundo inteiro
para ver a passarada,
que vieram do estrangeiro,
esses pássaros negros da pena riscada.
Eram da pena riscada,
imitavam nos zagais;
'té faziam nuvem escura,
quando levantavam lá dos olivais!  
 

 
0486 - p156  054 –

O cartaxinho
Cancioneiro de Serpa 054 

O cartaxinho 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

054 
O cartaxinho
Levantei-me um dia cedo
para ver o cartaxinho,
levava palhas no bico,
ó meu lindo amor,
andava a fazer o ninho.
Andava a fazer o ninho
debaixo do arvoredo.
Para ver o cartaxinho,
ó meu lindo amor,
levantei-me um dia cedo. 
 

 
0487 - p158 - 055
O Papagaio
Cancioneiro de Serpa 055 

O Papagaio 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

055 
O Papagaio 
Maria, já não vais ao monte,
nem beber à fonte,
sem ires à beringela.

Sem ires à beringela


sem ires à Orada.
Maria, eu sou teu amor,
eu sou teu amor
e tu minha amada!
Tu minha amada,
és amada minha!
Maria, olha o papagaio,
dessa é que não caio,
pena riscadinha! 
 

 
0488 - p160 - 056
A Pombinha Branca
Cancioneiro de Serpa 056 

A Pombinha Branca 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

056
A Pombinha Branca
- Ó minha Pombinha Branca!
- Onde queres, Amor, que eu vá?
É de noite, faz escuro,
e eu sozinha não vou lá!
Eu sozinha não vou lá,
e eu sozinha lá não vou!
- Ó minha Pombinha Branca,
p'ra te amar ainda aqui estou!  
 

 
0489 - p162 - 057
Atira, Caçador, atira
Cancioneiro de Serpa 057 

Atira, Caçador, atira 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

057
Atira, caçador, atira
Atira, caçador, atira
à pomba que vai no ar!
Ai, ladrão, que me roubaste,
'stando eu para casar!
'stando eu para casar,
na igreja a dar a mão!
Ai, ladrão, que me roubaste,
do meu peito o coração!  
 

 
0490 - p164 - 058
Ó Pavão (coreográfica)
Cancioneiro de Serpa 058 

Ó Pavão (coreográfica) 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
058 
Ó Pavão (coreográfica) 
Solo:

Ó pavão, lindo pavão,


lindas penas o pavão tem!
Não há olhos para amar
como são os do meu bem!
Coro:
Como são os do meu bem,
como são os da minha amada!
Ó pavão, lindo pavão,
ó pavão, pena riscada!
Para ouvir AQUI - pelos Adiafa (jfbl98)
http://www.youtube.com/watch?v=iNj9E3oGnu4&feature=related
 

 
0491 - p166 - 059
Os quatro patinhos
Cancioneiro de Serpa 059 

Os quatro patinhos  
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

059 
Os quatro patinhos
Eu tinha quatro patinhos,
ai, eu tinha quatro patinhos,
que vieram de Loulé,
que vieram de Loulé.
Vieram de lá p'ra cá,
ai, vieram de lá p'ra cá,
dançando o saricoté.
Ó saricoté, ó saricolá!
Ai, vieram de lá p'ra cá!
Ai, vieram de lá p'ra cá!  
 

 
0492 - p168 - 060
Lá nos campos cantavam os grilos
Cancioneiro de Serpa 060 

Lá nos campos cantavam os grilos 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

060
Lá nos campos cantavam os grilos
Lá nos campos cantavam os grilos,
e os galos no seu galinheiro.
Lá nos campos cantavam os grilos,
gri - gri, gri - gri,
seu amor primeiro!
Era meia-noite cantava o cuquinho,
era meia-noite o cuquinho cantava.
Era meia-noite cantava o cuquinho,
Cú-cú, cú-cú,
no seu buraquinho! 
 

 
0493 - p170 - 061
As cobrinhas de água
Cancioneiro de Serpa 061 

As cobrinhas de água 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
061 
As cobrinhas de água
- As cobrinhas de água
são minhas comadres.
Quando lá passares,
dá-lhe saudades!
Dá-lhe saudades,
Saudades minhas,
quando lá passares,
ao pé das cobrinhas!
Ao pé das cobrinhas,
lá ao pé dos peixes.
Só te peço, amor,
que nunca me deixes!
- Que nunca me deixes?
Não te deixo, não!
Amor da minh'alma,
do meu coração! 
 

 
0494 - p172 - 062
O Milhano
Cancioneiro de Serpa 062 

O Milhano 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

062 
O Milhano
Na margem da ribeirinha,
foi o milhano beber.
levava um homem no bico,
eu bem no ouvi gemer.
Eu bem no ouvi gemer,
eu bem no ouvi chirar;
na margem da ribeirinha,
foi o milhano pousar.  
 

 
0495 - p174 - 063
Há Lobos sem ser na Serra
Cancioneiro de Serpa 063  

Há Lobos sem ser na Serra 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

063
Há Lobos sem ser na Serra
Há Lobos sem ser na Serra
e eu ainda não sabia!
Debaixo do arvoredo
trabalho com valentia!
Trabalho com valentia,
cada qual na sua terra.
Eu ainda não sabia,
há Lobos sem ser na Serra! 
 

 
0496 - p176 - 064
O comboio
Cancioneiro de Serpa 064 

O comboio 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

064
O comboio
Lá vai o comboio, lá vai,
lá vai ele a assobiar,
lá vai o meu lindo amor,
para a vida militar!
Para a vida militar,
para aquela triste vida,
lá vai o comboio à ponte,
leva força na subida!
Leva força na subida,
leva pressa no andar!
L á vai o comboio à ponte,
lá vai ele a assobiar!  
 

 
0497 - p178 - 065
Tinhas-me tanta amizade
Cancioneiro de Serpa 065 

Tinhas-me tanta amizade 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

065
Tinhas-me tanta amizade 
Carta
Tinhas-me tanta amizade,
que me não querias deixar!
Abalaste p'ra Lisboa,
e eu cá fiquei a chorar.
E eu cá fiquei a chorar,
chorava de uma paixão.
Abalaste p'ra Lisboa,
Amor do meu coração!  
 

 
0498 - p180 - 066
Vou-me embora, vou partir
Cancioneiro de Serpa 066  

Vou-me embora, vou partir 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

066
Vou-me embora, vou partir
Vou-me embora, vou partir e tenho esperança,
vou correr o mundo inteiro, quero ir!
Para ver e conhecer, rosa branca,
a vida do marinheiro sem dormir!
A vida do marinheiro, linda flor
que anda lutando no mar(i) com talento!
Adeus, minha mãe, adeus, meu amor!
Tenho esperança de voltar(i) com o tempo!  
 

 
0499 - p182 067
Moda do emigrante
Cancioneiro de Serpa 067 

Moda do emigrante 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

067
Moda do emigrante
Eu sou um pobre emigrante,
chora, linda, linda, chora!
Vou de abalada prà França,
chora, linda, que eu vou-me embora!
Deixei pai e deixei mãe,
deixei filhos a chorar.
Vou de abalada prà França,
tenho esperanças de voltar! 
 

 
0500 - p184 - 068
Eu hei-de ir para o Algarve
Cancioneiro de Serpa 068 

Eu hei-de ir para o Algarve  


CANCIONEIRO DE SERPA -De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

068
Eu hei-de ir para o Algarve
Eu hei-de ir para o Algarve
Sim, Sim!
Hei-de lá estar oito dias,
Não, não!
Hei-de cantar e bailar,
Sim, Sim!
Com as moças algarvias,
Não, não! 
 

 
0501 - p186 - 069
Estando eu à porta sentado
Cancioneiro de Serpa 069 

Estando eu à porta sentado  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
069 
Estando eu à porta sentado
'stando eu à porta assentado,
gozando do fresco, sem ser namorado,
passam duas mulatinhas,
cabelo à janota, todas catitinhas,
- Senhor, que me diz? Senhor, que me quer?
Serei seu benzinho, se você quiser!
- Ora venha cá, que eu não vou lá!
Já fui à Baía, meu bem, ao Pará!
Peguei no capote, e fui atrás delas,
fazendo meiguices, chamando por elas.
- Ora venha cá, que eu não vou lá!
Já fui à Baía, meu bem, ao Pará!  
 

 
0502 - p188 - 070
Ó morena!
Cancioneiro de Serpa 070 

Ó morena! 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

070 
Ó morena!
- Ó morena,
pois tu não danças?
É porque cansas,
ou não tens par?
- Meu senhores,
venho de França,
na minha terra
não se usa tal! 
 

 
0503 - p190 - 071
Tenho barcos, tenho remos
Cancioneiro de Serpa 071 

Tenho barcos, tenho remos 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
071 
Tenho barcos, tenho remos
Quem embarca, quem embarca? Tenho barcos, tenho remos,
Quem vem p'ró mar, quem vem? tenho navios no mar!
Quem embarca, quem embarc'olé, Tenh'um amor tão catit'ólé,
minin'ólé? menin'ólé,
Quem vem p'ró mar, quem vem? não mo dexõ namorar.

Quem embarca nos teus olhos, Não mo dexõ namorar,


que linda maré que tem. Não mo dexõ compar'cer!
Quem embarca nos teus ólé, Se eu com ele não casar, olé,
menin'ólé, menin'ólé
que linda maré que tem!   com outro não há-de ser! 
 

 
0504 - p192 - 072
Ai que Praias
Cancioneiro de Serpa 072 

Ai que Praias 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
072 
Ai que praias
Nas ondas do mar, lá fora, Ó luar bisbilhoteiro,
tenh'eu quem me queira bem. não me venhas espreitar,
Nas ondas do mar, lá fora, Ó luar bisbilhoteiro,
tenh'eu quem me queira bem. não me venhas espreitar,
Não é na primeira onda, quando estou com o meu amor
é na segunda qui vem! num barquinho a namorar!
quando estou com o meu amor
Ai que praias tão lindas, tão belas! num barquinho a namorar!
Era meia noite, eu estava a sonhar,
assentado no barco mais ela, Ai que praias tão lindas, tão belas!
namorando à beira do mar! Era mei noite, eu estava a sonhar,
assentado no barco mais ela, assentado no barco mais ela,
namorando à beira do mar!   namorando à beira do mar!
assentado no barco mais ela,
namorando à beira do mar!  
 

 
0505 - p194 - 073
A jovem linda
Cancioneiro de Serpa 073 

A jovem linda 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez -Edição do Município de Serpa, 1944  

073 
A Jovem Linda
Onte'à noite à meia noite Só a pena que me existe,
ouvi cantar e chorei. minha jovem, jovem linda.
Onte'à noite à meia noite É ólhar par'ó teu rosto
ouvi cantar e chorei. e ver-te tão crianç'ainda!
Er'à minha mocidade,
que tão nova desprezei. Ver-te tão crianç'ainda,
Er'à minha mocidade, tão jovem sem teres idade,
que tão nova desprezei. só a pena que m'existe,
minha doce saudade! 
 

 
0506 - p196 - 074
Eu ouvi, mil vezes ouvi
Cancioneiro de Serpa 074 

Eu ouvi, mil vezes ouvi 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

074
Eu ouvi, mil vezes ouvi
Eu ouvi, mil vezes ouvi.
lá nos campos rufar os tambores.
Das janelas me bradam as damas,
 já lá vou, já lá vou, meus amores! 
 

 
0507 - p198 - 075
Meu amor me deu um Lenço
Cancioneiro de Serpa 075 

Meu amor me deu um Lenço  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
075 

Meu amor me deu um lenço


Meu amor me deu um lenço,
pelas suas mãos,
pelas suas mãos,
pelas suas mãos bordado.
Numa ponta tem a Lua,
noutra tem o Sol,
noutra tem o Sol,
noutra tem o Sol pintado!
Nota: Música de acordo com a versão recolhida por Rodney Gallop em "Cantares do Povo
Português". 
 

 
0508 - p200 - 076
O Sol é que alegra o dia
Cancioneiro de Serpa 076 

O Sol é que alegra o dia 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
076 
O Sol é que alegra o dia
Eu sou devedor à terra,
e a terra me está devendo,
e a terra me está devendo.
A terra paga-me em vida,
e eu pago à terra (em) morrendo,
e eu pago à terra (em) morrendo!
O Sol é que alegra o dia
pela manhã, quando nasce!
pela manhã, quando nasce!
Tristes de nós, que seria,
se o sol um dia faltasse!
se o sol um dia faltasse!  
 

 
0509 - p202 - 077
As nuvens que andam no ar
Cancioneiro de Serpa 077 

As nuvens que andam no ar  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
077 
As nuvens que andam no ar
As nuvens que andam no ar
arrastadas pelo vento
foram buscar água ao mar
pra regar em todo o tempo.
Pra regar em todo o tempo,
em todo o tempo regar,
arrastadas pelo vento,
as nuvens que andam no ar.  
 

 
0510 - p204 - 078
Estrelinha do Norte
Cancioneiro de Serpa 078 

Estrelinha do Norte 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

078
Estrelinha do Norte
Anda cá se queres água,
que os meus olhos te a darão.
É pouca, mas é clara,
Estrelinha do Norte!
Nascida do coração! 
 

 
0511 - p206 - 079
Dá-me uma gotinha de água
Cancioneiro de Serpa 079 

Dá-me uma gotinha de água  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
079 
Dá-me uma gotinha de água
Fui à fonte beber água,
achei um raminho verde.
Quem no perdeu tinha amores,
Quem no perdeu tinha amores,
quem no achou tinha sede!
Dá-me uma gotinha de água,
dessa que ouço correr!
Entre pedras e pedrinhas,
Entre pedras e pedrinhas,
alguma gota há-de haver!
Alguma gota há-de haver,
para molhar a garganta.
Quero cantar com'à rola,
quero cantar com'à rola,
como a rola ninguém canta! 
Pode ver outras (muitas) QUADRAS relacionadas, em http://www.joraga.net/pags/61fontes1.htm 
 

 
0512 - p208 - 080
Não é tarde nem é cedo
(Eu ia pela rua)
Cancioneiro de Serpa 080 

Não é tarde nem é cedo - (Eu ia pela rua) 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

080
Não é tarde nem é cedo 
Eu ia pela rua
Quem quer bem dorme na rua
à porta do seu amor,
Quem quer bem dorme na rua
à porta do seu amor,
faz das pedras cabeceira,
das estrelas cobertor!
Faz das pedras cabeceira,
das estrelas cobertor!
 

 
Não é tarde nem é cedo,
viestes mesmo a boa hora!
Não é tarde nem é cedo,
viestes mesmo a boa hora!
O meu pai já 'stá deitado,
minha mãe deitou-se agora!
O meu pai já 'stá deitado,
minha mãe deitou-se agora!
Não é tarde nem é cedo,
viestes mesmo a boa hora!
Não é tarde nem é cedo,
viestes (chegastes) mesmo a boa hora!
Minha mãe já 'stá deitada,
O meu pai deitou-se agora!
Minha mãe já 'stá deitada,
O meu pai deitou-se agora!
Eu ia pela rua,
quando ouvi: Pst! Pst!
Eu ia pela rua,
quando ouvi: Pst! Pst!
E eu logo respondi: (assobio)
E eu logo respondi: (assobio)
Eu ia pela rua,
quando ouvi: Psiu! Psiu!
Eu ia pela rua,
quando ouvi: Psiu! Psiu!
E eu logo respondi: (assobiando)
"Fiu, fiu, fiu, fiu, fiu, fiu, fiu!"
E eu logo respondi: (assobio)
"Fiu, fiu, fiu, fiu, fiu, fiu, fiu!"  
 

 
0513 - p210 - 081
O que levas na garrafinha
Cancioneiro de Serpa 081 

O que levas na garrafinha 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
081 
O que levas na garrafinha
- O que levas na garrafinha?
O que levas, que tão bem cheira?
- Lembranças do meu amor
que abala segunda-feira!
Que abala segunda-feira,
segunda-feira à tardinha!
- O que levas, que tão bem cheira?
O que levas na garrafinha?
Tenho pena, lindo amor, tenho pena!
Tenho pena, lindo amor, tenho dó!
Tenho pena de não ir à fonte
num carro duma roda só!
Num carro duma roda só.
num carro duma roda "pequenina"!
Tenho pena, lindo amor, tenho pena!
Tenho pena de não ir sozinha!  
 

 
0514 - p212 - 082
Foste tu, ó ladrão, ladrão
Cancioneiro de Serpa 082 

Foste tu, ó ladrão, ladrão 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
082 
Foste tu, ó ladrão, ladrão
Fostes tu, ó ladrão, ladrão
fostes tu, ó ladrão, ladrão
roubador das chaves
do meu coração!
roubador das chaves
do meu coração!
(Todo) aquele que não rouba a moça,
(todo) aquele que não rouba a moça,
fica sendo o paspalhão,
fica sendo o paspalhão! 
Nota: Música segundo a versão recolhida por Rodney Gallop em "Cantares do Povo Português" 
 

 
0515 - p214 - 083
Era Meia Noite (O Ladrão)
Cancioneiro de Serpa 083 

Era Meia Noite (O Ladrão) 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
083 
Era meia-noite (O Ladrão)
Era meia-noite
quando o ladrão veio,
dando (deu três) pancadinhas
à porta do meio, à porta do meio.
À porta do meio,
à porta da rua,
quando o ladrão veio,
 já fazia lua, já fazia lua!
 já fazia lua,
fazia luar.
quando o ladrão veio,
vinha pra roubar, vinha pra roubar!
Vinha pra roubar,
mas nunca roubou.
Quando o ladrão veio,
a mãe deu notícia e o pai acordou! 
 

 
0516 - p216 - 084
Meus Senhores, que rapariga esta!
Cancioneiro de Serpa 084 

Meus Senhores, que rapariga esta!  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
084 
Meus Senhores, que rapariga esta
Meus Senhores, que rapariga esta
toda a noite namorou!
Eu queria falar com ela
o pai quis e a mãe não deixou!
O Bimbas 
Era o Bimbas, era o pai do Bimbas!
Era o Botas, que enganava o Bimbas!
Trai, larai, larai, larai,larai!
Trai, larai, larai, larai,larai!
O pai quis e a mãe não deixou,
O pai quis e a mãe não deixava!
Meus Senhores, que rapariga esta
toda a noite namorava!  
 

 
0517 - p218 - 085
Acorda, Maria, acorda!
Cancioneiro de Serpa 085 

Acorda, Maria, acorda! 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
085 
Acorda, Maria, acorda!
No quarto onde me deito
tudo são penas voando,
No quarto onde me deito
tudo são penas voando!
Penas trago eu comigo,
só as desfaço, cantando,
Penas trago eu comigo,
só as desfaço, cantando.
Acorda, Maria, acorda!
Acorda, Mariazinha!
Quem tem amores não dorme,
Senão de madrugadinha!
Ai, senão de madrugadinha!
esta paixão me consome.
Acorda, Mariazinha!
Quem tem amores não dorme! 
 

 
0518 - p220 - 086
Com que letra se escreve Maria?
Cancioneiro de Serpa 086 

Com que letra se escreve Maria? 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
086 
Com que letra se escreve Maria?
- Com que letra se escreve Maria?
- Com que letra se escreve coração?
- Com que letra se escreve lealdade?
- Com que letra se escreve gratidão?
Maria se escreve com um éme.
Coração, coração com um cê.
Lealdade, lealdade com um éle.
Gratidão, gratidãocom um guê.  
 

 
0519 - p222 - 087
Maria Malveira (Ribeira vai cheia)
Cancioneiro de Serpa 087 

Maria Malveira (Ribeira vai cheia) 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
087 
Maria Malveira (Ribeira vai cheia)
Maria Malveira,
você diz que canta bem.
Ele é mais a fama,
que à fala que tem !
Que à fala que tem,
você diz que não me engana!
Maria Malveira,
ele é mais a fama!
Ribeira vai cheia,
e o barco parado!
Tenho o meu amori,
lá daquele lado.
lá daquele lado,
e eu cá desta banda!
Ribeira vai cheia,
e o barco não anda!  
 

 
0520 - p224 - 088
Minha mãe chama por Ana
Cancioneiro de Serpa 088 

Minha mãe chama por Ana  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

088 
Minha mãe chama por Ana
Minha mãe chama por Ana,
mas a Ana não 'stá lá.
- Ó Ana! Ó Ana!
- Sinhora minha Mãe, vou já!
- Ó Ana! Ó Ana!
- Sinhora minha Mãe, vou já!  
 

 
0521 - p226 - 089
Donde vens, ó Ana?
Cancioneiro de Serpa 089 

Donde vens, ó Ana? 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

089 
Donde vens, ó Ana?
- Donde vens, ó Ana?
- Venho da Junqueira!
- Cheira-me o teu fato, ó ai!
À flor da laranjeira!
À flor da laranjeira!
à flor do alecrim!
Donde vens, ó Ana? ó ai!
- Venho do jardim! 
 

 
0522 - p228 - 090
Os olhos da Marianita
Cancioneiro de Serpa 090 

Os olhos da Marianita 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
090 
Os olhos da Marianita
Os olhos da Marianita
são verdes, côr do limão.
Os olhos da Marianita
são verdes, côr do limão.
Ai sim, Marianita, ai sim!
Ai sim, Marianita, ai não!
Ai sim, Marianita, ai sim!
Ai sim, Marianita, ai não!
Deitei o limão correndo,
à tua porta parou.
Quando o limão te quer bem,
que fará quem no jogou! 
 

 
0523 - p230 - 091
Marianita és baixinha
Cancioneiro de Serpa 091 

Marianita és baixinha 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

091
Marianita és baixinha
Marianita és baixinha,
usas a saia p'la lama.
Tenho-te dito mil vezes:
levanta a saia, Mariana!
Levanta a saia, Mariana!
Debaixo dessa sombrinha,
tenho-te dito mil vezes:
Marianita, já és minha!  
 

 
0524 - p232 - 092
Ó Matilde, levanta a saia
Cancioneiro de Serpa 092 

Ó Matilde, levanta a saia  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

092 
Ó Matilde, levanta a saia
Ó Matilde, levanta a saia,
não a deixes arrojar!
Que a saia custou dinheiro,
e o dinheiro custa a ganhar!
E o dinheiro custa a ganhar,
quem ganha dinheiro sou eu!
Ó Matilde, levanta a saia,
levanta a saia, mando eu!  
Música de acordo com a versão recolhida por Rodney Gallop em «Cantares do Povo Português»
 

 
0525 - p234 - 093
Menina Florentina
Cancioneiro de Serpa 093 

Menina Florentina 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
093 
Menina Florentina
Suspirava por te ver, Já cá 'stá, tiroliroli, tirolirolé
 já matei a saudade. Já cá 'stá, tiroliroli, tiroliroló!
Uma ausência custa muito Já cá 'stá, tiroliroli, meu amor,
a quem ama na verdade!   tiroliroliro , abre a porta,
Ó Menina ó branca flor!
Florentina,
és a flor que em meu peito Graças a Deus que chegou
domina quem eu desejava ver!
Seu amante Deu palavra, não faltou,
delirante assim é que deve ser! 
de viagem chegou neste 'stante! 
 

 
0526 - p236 - 094
Aurora (Uma mãe que o filho embala)
Cancioneiro de Serpa 094 

Aurora
(Uma mãe que o filho embala)  
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

094 
Aurora
(Uma mãe que o filho embala)
Uma mãe que o filho embala,
ó meu lindo amor!
às vezes põe-se a chorar,
ó meu lindo amor, ó meu lindo bem!
Só por não saber(e) a sorte,
ó meu lindo amor!
que Deus tem para lhe dar,
ó meu lindo amor, ó meu lindo bem!
 

- Aurora tem um menino,


mas tão pequenino,
o pai quem será?
É o Zé da Aroeira,
que foi pr'á Figueira,
mais tarde virá!
No adro de S. Vicente,
onde há tanta gente,
Aurora não 'stá.
- Cala-te, Aurora, não chores,
que o pai da criança
mais tarde virá! 
 

 
0527 - p238 - 095
Ó Rosa, (Rita) arredonda a saia
Cancioneiro de Serpa 095 

Ó Rosa, (Rita) arredonda a saia 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
095 
Ó Rosa (Rita), arredonda a saia
Ó Rosa, arredonda a saia!
Ó Rosa, arredonda-a bem!
Ó Rosa, arredonda a saia!
Olha a roda a que ela tem!
Olha a roda a que ela tem!
Olha a roda a que ela tinha!
Ó Rosa, arredonda a saia!
redondinha, redondinha!
Redondinha, redondinha,
redondinha aos caracóis!
Esta é que é a moda nova
que cantaram os espanhóis!
Que cantaram os espanhóis,
Que cantaram os franceses!
Esta é que é a moda nova
dos galuchos portugueses! 
 

 
0528 - p240 - 096   –

Esta é que era a moda (Rita)


Cancioneiro de Serpa 096 

Esta é que era a moda (Rita) 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
096 
Esta é que era a moda que a Rita cantava
Esta é que era a moda
que a Rita cantava,
Esta é que era a moda
que a Rita cantava,
lá na Praia Nova, olaré,
ninguém lhe ganhava!
lá na Praia Nova, olaré,
ninguém lhe ganhava!

Ninguém lhe ganhava,


 

ninguém lhe ganhou!


Ninguém lhe ganhava,
ninguém lhe ganhou!
Esta foi a moda, olaré,
que a Rita cantou.
Esta foi a moda, olaré,
que a Rita cantou.
Lá no Alveiral
 já eu fui juiz.
Lá no Alveiral
 já eu fui juiz.
Não casei com Rita, olaré,
porque ela não quis!
Não casei com Rita, olaré,
porque ela não quis! 
 

 
0529 - p242 - 097
Claudina (Cesaltina)
Cancioneiro de Serpa 097 

Claudina (Cesaltina)  
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

097 

Claudina (Cesaltina)
- Claudina! Claudina!
(cantar: Quelaudina)
Tua mãe está-te a bradar (chamar)!
- Eu bem sei o que ela quer,
não me deixa namorar!
Não me deixa namorar,
ela também namorou!
- Claudina! Claudina!
- Minha Mãe, lá vou, lá vou!  
 

 
0530 - p244 - 098
Senta-te aqui, ó António
Cancioneiro de Serpa 098 

Senta-te aqui, ó António 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

098 
Senta-te aqui, ó António!
Senta-te aqui, ó António!
Senta-te aqui, ao meu lado,
nesta cadeirinha nova,
feita da raiz do cravo!
Feita da raiz do cravo,
feita da folha da rosa.
Senta-te aqui, ó António,
nesta cadeirinha nova! 
 

 
0531 - p246 - 099
Ó Antonio, já lanchaste?
Cancioneiro de Serpa 099 

Ó Antonio, já lanchaste? 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
099 
Ó António, já lanchaste?
- Ó António, já lanchaste?
- Ó minha Mãe, 'inda não!
- Ó António, vai lanchar,
que eu fico aqui ao balcão!
Que eu fico aqui ao balcão!
atendo a freguesia.
- Ó minha Mãe, não se engane
ao voltar a demasia!
Ao voltar a demasia,
ao correr do dinheiro falso.
Tenho-te dito mil vezes:
Ó Maria, pica o passo!
Ó Maria, pica o passo,
pica o passo miudinho!
Se eu por isso te ofendi,
perdoa, meu amorzinho!  
 

 
0532 - p248 - 100
José Marques
(coreográfica)
Cancioneiro de Serpa 100 

José Marques - (coreográfica) 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
100 
José Marques - (Coreográfica)
José Marques, levanta a cinta,
assentou (assenta) praça em caçador,
 já te eu disse, ó José Marques,
que não eras meu amor!
Que não eras meu amor,
sendo tu meu bem primeiro,
José Marques, levanta a cinta,
assentou (assenta) praça em "alanceiro"!
Lá vem a preta ao seu patrão,
quem há-de ficar no meio
é o paspalhão, é o paspalhão! 
 

 
0533 - p250 - 101
Linda Jóia
Cancioneiro de Serpa 101 

Linda Jóia 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

101 
Linda Jóia
Linda Jói'era pastora,
andava a guardar o gado.
E em vindo à tarde, à tardinha,
cantava alegre e sozinha,
pensando em seu namorado.
Pensando em seu namorado,
não pensava em mais ninguém!
Em vindo à tarde, à tardinha,
andava alegre e sozinha
no Vale de Santarém! 
 

 
0534 - p252 - 102
A Tourada
Cancioneiro de Serpa 102 

A Tourada 
CANCIONEIRO DE SERPA - de Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

102
A Tourada
Foste, foste, eu bem sei que foste
no domingo à tourada.
Ao subir do camarote
viram-te a saia bordada.
Viram-te a saia bordada,
mas que bordado tão lindo!
Foste, foste, eu bem sei que foste
à tourada no domingo!  
 

 
0535 - p254 - 103
Tira o capotinho
Cancioneiro de Serpa 103 

Tira o capotinho 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

103 
Tira o capotinho
Esta noite nem me deito, Saia el toiro!
só ao fim de ouvir cantar! Saia el toiro
Esta noite nem me deito, da praça de Monsaraz!
só ao fim de ouvir cantar! Não o piquem!
Gosto de ouvir o bem feito Não o matem!
em certo particular! Deixem-no viver em paz!
Gosto de ouvir o bem feito
em certo particular! Tira o capotinho, sim, sim,
esta noite havemos ver
Tira o capotinho, sim, sim,
esta noite ao amanhecer! 
 

 
0536 - p256 - 104
Ó Elvas, Ó Elvas!
Cancioneiro de Serpa 104 

Ó Elvas, Ó Elvas! 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

104
Ó Elvas, ó Elvas!
Ó Elvas, ó Elvas!
Badajoz à vista!
Já não faz milagres
São João Baptista! 
 

 
0537 - p258 - 105
Camponesa, camponesa!
Cancioneiro de Serpa 105 

Camponesa, camponesa!  
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

105 
Camponesa, camponesa!
Camponesa, camponesa! 
Eu sou de Campo Maior.
Tenho a minha fala presa,
não posso, não posso cantar milhor.
E ai, não posso cantar milhor!
Não posso cantar milhor,
são erros da natureza.
Eu sou de Campo Maior,
Camponesa, camponesa, camponesa! 
E ai, camponesa, camponesa! 
 

 
0538 - p260 - 106
Alma, coração e vida
(Portel ó lindo Portel)
Cancioneiro de Serpa 106 

Alma, coração e vida - (Portel ó lindo Portel) 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
106 
Coração, Alma e vida - (Portel, ó lindo Portel)
Portel, ó lindo Portel,
terra da minha afeição (paixão)!
Quem me dera poder dar-te,
quem me dera poder dar-te,
alma, vida e coração!
Coração, alma e vida,
tudo está na tua mão.
Nunca vi alma sem vida,
nunca vi alma sem vida,
nem vida sem coração!
Dizem que a folha do trigo
é maior que a da cevada.
Assim a minha amizade,
assim a minha amizade
ao pé da tua é dobrada! 
 

 
0539 - p262 - 107
Ai, Baleizão, Baleizão
Cancioneiro de Serpa 107 

Ai, Baleizão, Baleizão 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
107 
Ai, Baleizão, Baleizão!
Ai, Baleizão, Baleizão! 
Ó terra baleizoeira!
Eu hei-de ir morar contigo,
queira o teu pai ou não queira!
Queira o teu pai ou não queira!
Queira a tua mãe ou não!
Ó terra baleizoeira!
Ai, Baleizão, Baleizão!
Para ouvir AQUI 
pelo GRUPO ALENTEJANO:RASTOLHICE "Ó BALEIZÃO BALEIZÃO" (vaquerinho)
http://www.youtube.com/watch?v=1H03T_FtyCo  
 

 
0540 - p264 - 108
Já lá vem rompendo a aurora
(letra de António Santinhos)
Cancioneiro de Serpa 108 

Já lá vem rompendo a aurora (letra de António Santinhos) 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
108 
Já lá vem rompendo a aurora - (Letra de António Santinhos)
Nestes campos solitários... 
Nestes campos solitários Já lá vem rompendo a aurora,
onde a desgraça me tem.  já são horas d acordar!
Nestes campos solitários Meu amor vem à janela,
onde a desgraça me tem. que o teu rosto quero beijar!
Brado ninguém me responde,
Olho não vejo ninguém. Que o teu rosto quero beijar,
Brado ninguém me responde, assim faz quem adora.
Olho não vejo ninguém. Já são horas d acordar!
Já lá vem rompendo a aurora!
 

 
0541 - p266 - 109
Nasce o Sol no Alentejo - (letra de José Lopes Gato)
Cancioneiro de Serpa 109 

Nasce o Sol no Alentejo (letra de José Lopes Gato) 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
109 
Nasce o Sol no Alentejo - (Letra de José Lopes Gato)
Nasce o Sol no Alentejo,
nasce água clara na fonte.
Nasce em mim a saudade
na ladeira do teu monte!
Na ladeira do teu monte,
meu amor, quando te vejo,
nasce água clara na fonte,
nasce o sol no Alentejo!
Pode ouvir AQUI
pelo grupo coral feminino de alfundao -nasce o sol no alentejo (scorpiongirl7)
http://www.youtube.com/watch?v=VXFzYqjfrJE  
 

 
0542 - p268 - 110
Alentejo, que és nossa terra
Cancioneiro de Serpa 110 

Alentejo, que és nossa terra 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
110 
Alentejo, que és nossa terra
Alentejo, que és nossa terra,
ai quem me dera lá estarmos agora!
mocidade,
com saudade,
de ouvir cantar, como ouvia outrora!
Terra bela, tão desejada,
casas singelas de branco caiadas.
Eu nunca esqueço,
que fostes meu berço,
lindo cantinho desta pátria amada!  
Pode ouvir AQUI 
Alentejo é Nossa Terra! Vitorino e o Grupo de Cantadores do Redondo (banheirense)
http://www.youtube.com/watch?v=VXFzYqjfrJE  
 

 
0543 - p270 - 111
Alentejo, Alentejo
Cancioneiro de Serpa 111 

Alentejo, Alentejo 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
111 
Alentejo, Alentejo
Eu sou devedor à terra,
a terra me está devendo!
Eu sou devedor à terra,
a terra me está devendo!
A terra paga-me em vida,
eu pago à terr'(em) morrendo!
A terra paga-me em vida,
eu pago à terr'(em) morrendo!
Alentejo, Alentejo!
terra sagrada do pãão!
Eu hei-de ir ao Alentejo,
mesmo que seja no Verão.
Ver o doirado do trigo
na imensa solidão.
Alentejo, Alentejo!
terra sagrada do pãão!  
Pode ounir AQUI - pelos "Ceifeiros da Cuba" (memoriamedia)
http://www.youtube.com/watch?v=sGDnyq-UR-w&playnext=1&list=PL0837D397C09BCD2C
 

 
0543 - p272 111 - cantigas01_03Q - 3 quadras
Cancioneiro de Serpa 111 

Cantigas - 01 - 03 quadras  
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
111 
p. 272 - Cantigas 01 + 3 quadras = 003
Cantando na linda rama,
estão dizendo os passarinhos:
- Lindo prazer vai provar
quem gozar dos teus carinhos!
Os alegres passarinhos
 já têm outro cantar.
Aprenderam só de ouvir,
sem ninguém os ensinar.
Não pensem por eu cantar,
que a vida alegre me corre.
Eu sou como o passarinho,
tanto canta até que morre.
 

 
0543 - p273 - 111 cantigas 02 - 06 quadras  

111 
p. 273 - Cantigas 02 + 6 quadras = 009  
Passarinho, que cantais
nessa espiga de pão!
Cantas tu, chorarei eu,
que assim faz quem tem paixão!
Passarinho da ribeira,
não sejais meu inimigo!
Empresta-me as tuas asas,
que eu quero voar contigo!
Os alegres passarinhos
 já têm outro cantar.
Aprenderam só de ouvir,
dois amantes conversar.
 

 
Vai-te embora, passarinho,
de cima desse telhado!
Deixa dormir o menino
um soninho descansado!
Ó águia (lua) que vais tão alta,
diz-me lá, que vês daí?
Tenho os olhos rasos de água
de tanto olhar para ti!
Eu queria ser borboleta
pra voar como ela voa,
voar pelo teu sentido,
que o voar dela não soa!
0543 - p274 - 111 cantigas 03 - 01 quadras  

p. 274 - Cantigas 03 + 1 quadras = 010


Os olhos requerem olhos
Os olhos requerem olhos,
e os corações, corações.
Os meus requerem os teus,
em certas ocasiões.
 

 
0543 - p275 - 111 cantigas 04 - 04 quadras  

p. 275 - Cantigas 04 + 4 quadras = 014


Algum dia eu era,
e agora já não,
da tua roseira
o melhor botão!
Algum dia em tendo sede,
ia beber ao teu monte.
agora, passo de roda,
vou beber a outra fonte!
Algum dia, eu pra te ver
pulava sete quintais.
Agora, pra te não ver,
pulo sete e pulo mais!
Pus-me a chorar saudades,
ao pé de uma fonte, um dia.
Mais choravam os meus olhos,
que água da fonte corria! 
 

0543 - p276 - 111 cantigas 05 - 01 quadras  

p. 276 - Cantigas 05 + 1 quadras = 015  

Eu estava de abalada
Eu estava de abalada,
lindo amor, para te ir ver.
Armou-se uma trovoada,
mais tarde deu em chover!
 

 
0543 - p277 - 111 cantigas 06 - 01 quadras  

p. 277 - Cantigas 06 + 1 quadras = 016  


Mais tarde deu em chover,
sem fazer frio nem nada.
Lindo amor, para te ir ver
eu já 'stava de abalada!
 

 
0543 - p278 - 111 cantigas 07 - 12 quadras  

p. 278 - Cantigas 07 + 12 quadras = 028


Eu tenho quarenta amores,
nestas quatro freguesias:
dez em Moura, dez em Serpa,
dez em Brinches, dez em Pias.
Os olhos pretos são falsos,
os azuis, enganadores.
estes meus, acastanhados,
são leais aos meus amores.
Ó olhos da minha cara,
não olheis para ninguém!
Já que perderam a graça,
percam o olhar também!
 

 
Os olhos da minha cara,
 já os tenho repreendido.
Onde não forem chamados,
não sejam intrometidos!
Se eu, chorando, restaurasse
um amor que já perdi,
chorariam os meus olhos
lágrimas sem terem fim!
Se as lágrimas fossem libras,
que por ti tenho chorado,
livrava-te, amor, das sortes,
não ias a ser soldado!
Ó Serpa, pois tu não ouves
os teus filhos a chorar?
Enquanto teus filhos choram,
tu, Serpa, deves cantar!
Os olhos do meu amor
são duas peras num ramo.
São cortados à tesoura,
rasgados ao desengano.
Quando os meus olhos levantam,
para que abaixar os teus?
Eu para ti sou um anjo,
tu para mim és um deus!
Se vires, não te admires,
o meu olhar continuado.
Não crimines os meus olhos,
culpa o teu rosto engraçado!
Se o chorar aliviasse,
sempre eu estava chorando.
Mas o chorar não alivia,
p'ra que me hei-de estar matando?
Os meus olhos te prenderam,
um dia, ao sair da missa.
Que prisão tão rigorosa,
sem cadeia, nem justiça!
 

 
0543 - p279 - 111 cantigas 08 - 14 quadras  

p. 279 - Cantigas 08 + 14 quadras = 042


Ó minha Mãe, minha Mãe,
ó minha Mãe, minh'amada!
Quem tem uma mãe tem tudo,
quem não tem mãe, não tem nada!
Minha Mãe, velhinha santa,
 já de cabelos branquinhos!
Faz-me tanta falta, tanta,
pra lograr os t(s)eus carinhos!
Ó minha Mãe, da minh'alma,
Ó meu Pai do coração!
Por muitos anos que viva,
não lhes pago a criação!
 

 
Não há luz como a do dia,
nem estrela como a do Norte.
Nem amor como o de mãe,
nem paixão como a da morte!
Esta rua está caiada,
quem seria a caiadeira?
Foi a mãe do meu amor,
com raminhos de oliveira.
A rama da oliveira,
quando cai no lume, estala.
Assim é meu coração,
quando, com o teu, não fala.
Azeitona miudinha
também vai para o lagar.
Também eu sou pequenina,
mas sou firme no amar!
O rouxinol é vadio,
faz a cama aonde quer.
É como o rapaz solteiro
enquanto não tem mulher.
À noite, quando me deito,
na cama pra descansar,
o sono de mim se ausenta,
em ti me ponho a pensar.
Minha linda mocidade,
que eu nela estou enlevada.
Duzentos anos que eu viva,
minguém me há-de ver casada!
A paixão não mata logo,
vai moendo a criatura.
A paixão que nasce na alma
só tem fim na sepultura.
Muito custa o não ouvir,
muito mais o não falar.
Muito mais custa o não ver
a terra que há-de pisar.
 

 
Quem me dera amar um dia,
ter amor, ter afeição,
ser escrava dar a vida
por um terno coração!
Quando julgas que vais só
pelo alto da montanha,
na maior aflição
meu coração te acompanha!
0543 - p280 - 111 cantigas 09 - 13 quadras  

p. 280 - Cantigas 09 + 13 quadras = 055


Chorai olhos, chorai olhos,
que chorar não é desprezo!
Também a Virgem chorou,
quando viu seu Filho preso!
 

 
Dei um ai entre dois montes,
reponderam-me as montanhas.
Ai de mim, que já não posso
sofrer ausências tamanhas!
Quando entrares na igreja
repara bem pra Jesus.
Quem está mais alto que Deus
é o letreiro da Cruz.
Com pena, peguei na pena,
com pena pus-me a escrever.
Caiu-me a pena da mão,
com pena de te não ver.
Ó António, cravo roxo,
não vaias ao meu quintal!
que te querem dar um tiro,
não te posso ver matar!
Pelo cantar da sereia,
se perdem os navegantes.
Também m'eu perco no mundo
pelos teus olhos brilhantes!
Adeus Quinta de São Brás,
adeus tanque do leão!
Onde as moças vão balhar
Quinta-feira de Ascensão!
Teus olhos, contas escuras,
são duas Avé-Marias
do rosário de amarguras,
que rezo todos os dias.
Teus olhos dizem que te ame,
meu coração diz que não.
Não sei a quem faça a vontade,
se aos olhos, se ao coração.
Coração que adora dois,
que firmeza pode ter?
Só se for coração de homem,
de mulher, não pode ser!
 

 
Quando o sobreiro der baga
e a cortiça for ao fundo,
é então quando se acabam
línguas malvadas no mundo!
(Quando o sobreiro der baga
e a cortiça for ao fundo,
só então se acabarão
as más línguas neste mundo!)
Ó mar alto, ó mar alto,
ó mar alto sem ter fundo!
Mais vale andar no mar alto
do que nas bocas do mundo!
Se eu tivesse amores
que me têm dado,
tinha a casa cheia,
até ao telhado!
0543 - p281 - 111 cantigas 10 - 12 quadras  
 

 
p. 281 Cantigas 10 + 12 quadras = 067
Com um A, se escreve Amor,
com um R, recordação.
Com um L, se escreve o nome,
que trago no coração.
Sem saber, escrevi teu nome,
na fina areia do mar.
Vieram as tristes ondas,
em teu nome navegar.
Do tempo em que andei à escola,
mesmo agora me lembrou.
Das letras do alfabeto,
só o J me cativou.
Quem seria que inventou
a palavra saudade?
om certeza algum velhinho,
recordando a mocidade.
Mocidade, mocidade!
Mocidade tudo tem.
Em chegando a certa idade,
até perde o cantar bem!
O amor, enquanto é novo,
ama com todo o cuidado.
Depois da prenda na mão,
mostra papel de enfado (d'enfadado)!
Ó coração de três penas,
dá-me uma, quero voar!
Quero ir ao céu e vir,
à volta, tornar-te a amar!
Este meu doário alegre,
que eu tenho pra toda a gente
 já me tem feito pagar
muita culpa injustamente!
Saudades não é (um) peso,
dá lá muitas a meu bem!
Faz-me lá esse favor,
que eu já hoje o não verei.
 

Eu gosto de ouvir cantar


aqueles que cantam bem.
A(À)queles que cantam mal,
gosto de os ouvir também!
Ó leal, ó lealdade!
Bem leal que eu tenho sido!
Eu para ti, tão leal,
tu para mim tão fingido!
Eu julgava que já tinha
meu bem fechado na mão.
No melhor do meu andar,
pus o pé, faltou o chão!
0543 - p282 - 111 cantigas 11 - 14 quadras  

p. 282 Cantigas 11 + 14 quadras = 081


Se eu soubesse quem tu eras,
ou quem havias de ser,
nunca te eu teria dado
meus segredos a saber.
 

 
Ó meu amor, quem te disse,
que eu por ti suspirava?
Quem te disse não mentiu,
que eu alguns suspiros dava.
Suspiros, ais e tormentos
(i)maginaçóes e cuidados,
é o manjar dos amantes,
quando vivem separados.
Suspirando, dando ais,
anda meu amor pela rua.
Suspira, meu bem, suspira,
que a rua também é tua!
Não quero que me dês nada,
que também nada te dou.
Quero que vivas lembrada
do tempo que já passou.
Eu hei-de matar quem mente,
satisfazer (um)a paixão.
Os homens são os que mentem,
as mulheres não mentem, não!
Quando eu contigo ria,
o meu tempo bom passava.
Alegre sempre eu vivia,
nunca a paixão me estorvava!
Eu cuidava, tu cuidavas,
éramos dois a cuidar.
Eu cuidava do almoço,
tu cuidavas do jantar!
Desejava ter um dia
uma hora virtuosa,
pra saber o teu sentido.
Ai de mim! Era ditosa!
Minha fala, minha fala,
minha fala não é esta.
A minha fala era boa,
esta agora já não presta.
 

 
Desejava, desejava,
ninguém sabe o meu desejo.
Desejava ver agora
quem há dias eu não vejo!
Amei-te, ninguém te amava,
não te achavam simpatia.
Agora, por minha desgraça,
tens uma todos os dias!
Eu quero-te tanto, tanto,
eu quero-te tanto bem,
uma amizade tamanha
'inda não teve ninguém!
Há muito que eu desejava
ter amores numa horta.
Agora que já os tenho,
nada no mundo me importa!
0543 - p283 - 111 cantigas 12 - 12 quadras  
 

p. 283- Cantigas 12 + 12 quadras = 093


Da minha janela à tua
é o salto duma cobra.
Tomara eu já chamar
à tua mãe, minha sogra!
Quem me dera ser a hera,
pela parede subir,
para chegar à janela
do teu quarto d dormir!
A laranja caiu na água,
de madura, apodreceu.
Das moças da minha idade,
quem não tem amor, sou eu!
O anel que tu me deste,
não o dei, nem o vendi;
deitei-o à água abaixo,
o mesmo te faço a ti!
Eu não sei que mal eu fiz
ao ladrão do meu amor:
passa por mim, não me fala.
É de má raça, o estupor!
Tenho vinte e três amores,
contigo são vinte e quatro.
Em chegando ao quarteirão,
vendo-os todos a pataco!
A ladeira do teu monte
é alta, má de subir.
Se não fossem os teus olhos,
quem me faria aqui vir!
Se eu tivesse a liberdade
que o Sol e a Lua têm (tem),
entrava na tua casa
sem licença de ninguém!
A minha vida contada
faz, amor, chorar as pedras.
O que eu faço a teu respeito,
ainda em cima me arrenegas!
 

 
Se tu visses o que eu vi,
havias de te admirar:
uma cadela com pintos,
e uma galinha a ladrar!
Tu dizes que me não queres,
eu também não quero já.
Mudaram os dois sentidos;
são voltas que o mundo dá!
Trazes tanta vaidade,
queira Deus não enlouqueças!
Olha que bem que te está
malmequeres na cabeça!
0543 - p284 - 111 cantigas 13 - 4 quadras  
 

 
p. 284 - Cantigas 13 + 04 quadras = 097
Nestes campos solitários,
onde a desgraça me tem,
brado ninguém me responde,
olho não vejo ninguém!
(Ver  DÉCIMA de Inocêncio de Brito:
Neste lugar solitário,
onde o acaso me tem,
brado ninguém me responde,
olho não vejo ninguém!)
Já não tenho pai nem mãe,
nem nesta terra (neste mundo) parentes.
Sou filho das verdes ervas,
neto das águas correntes.
Já no céu não há estrelas,
senão uma ao pé da Lua.
Tenho corrido não acho,
cara mais linda que a tua!
Ó lampião da esquina,
que dá luz à rua abaixo!
Eu perdi o meu amor,
e às escuras não o acho!
(ver outra das Beiras:
Candeeiro da esquina,
alumia cá pra baixo,
que eu perdi o meu amor
e às escuras não o acho!)
 

 
0543 - p285 - 111 cantigas 14 - 5 quadras  

p. 285 - Cantigas 14 + 05 quadras = 102


As estrelas do céu correm
todas numa carreirinha.
Também os amores correm
das tuas mãos para as minhas.
As estrelas do céu dizem
que eu mesmo é que tenho culpa
de amar a quem me não ama,
buscar a quem não me busca.
O Sol julga que me engana,
ele é que é o enganado:
quando nasce estou na cama,
quando se põe, estou deitado.
O limão é fruta azeda
que nasce pelos quintais.
Toda a mulher que é bonita
não é mulher como as mais.
Rua abaixo, rua acima,
sempre de chapéu na mão.
Namorando as casadas,
que as solteiras certas são!
 

 
0543 - p286 - 111 cantigas 15 - 12 quadras  

p. 286 - Cantigas 15 + 12 quadras = 114


Se fores ao cemitério,
entra não peças licença.
Verás o rico, do pobre,
mesmo lá (ali) fazer diferença.
Se fores ao cemitério,
tira o chapéu, é devido.
Verás o pobre na terra
e o rico no seu jazigo.
Se ouvires tocar sinais
nas altas torres da Lua,
não perguntes quem morreu,
que fui eu, por causa tua.
 

 
Se ouvires dizer que eu morro,
não tenhas pena, meu bem.
Que a morte, duma infeliz,
não causa pena a ninguém!
Não quero nada do mundo,
senão uma sepultura.
Para sepultar meus olhos
que nasceram sem ventura.
Tanto que me divertia,
sem me lembrar de morrer!
A morte a tudo dá fim.
Quem me havia a mim dizer!
O cantar é para os tristes,
ninguém deve censurar.
Hoje é um dia que eu canto
com vontade de chorar.
Tenho dentro do meu peito,
ao lado do coração
duas letrinhas que dizem:
morrer sim. Deixar-te, não!
Ó minha mãe dos trabalhos,
para quem trabalho eu?
Trabalho pra Mãe do Céu,
que a da Terra, já morreu.
Pra toda a parte se escreve,
só para o Céu é que não.
Queria escrever uma carta
à minha mãe do coração.
Ó vida da minha vida,
ó vida do meu viver!
Para que quero eu a vida,
se eu nasci para morrer?!
Antes que eu casado seja,
não me percas a afeição.
Posso eu enviuvar
e vires parar à minha mão!
 

 
0543 - p287 - 111 cantigas 16 - 13 quadras  

p. 287 - Cantigas 16 + 13 quadras = 127


O cantar não é ciência
pra quem tem bonita fala.
Não é pra mim que não tenho,
custa-me os olhos da cara!
Gosto de te ouvir cantar,
que tens uma fala boa.
Se eu tivesse a tua fala,
ia cantar a Lisboa!
A minha fala não é
a mesma que era algum dia.
Quem se casa muda a fala.
A minha, do que seria?
 

 
Vou-me embora, tu cá ficas.
Quem te pudesse levar!
Se pudesses ir cómigo,
não havias (de) cá ficar!
Tudo o que é verde se seca,
até o lodo do rio.
Até a própria amizade
em tempos tem um desvio.
Tudo o que é verde se seca,
em vindo os calores do V'rão
Só as penas reverdecem,
amor, no meu coração!
A cantiga dos alarves
não tem princípio nem fim:
começa em lará, lará,
acaba em lari, lari!
O meu amor ficou de vir
antes d lua nascer.
Já o luar vem nascendo
e o meu sem aparecer!
Amor, se tens pena, chora!
Se não tens lenço, eu to dou.
Tua mãe de mim não gosta,
nosso namoro, acabou...
O tempo em que t'eu amei,
mais valia pôs na água.
Que a água lava, não suja
e o amor suja, não lava.
'Inda hão-de nascer os sábios,
que digam por que razão,
um beijo dado nos lábios (na boca),
se sente no coração!
Querida, quando eu morrer,
vai-me à campa visitar.
O mesmo farei por ti,
se tu morreres e eu ficar.
 

 
Perguntei a paz no mundo,
fui ao cemitério e vi
por cima da porta escrito:
Não há paz, senão aqui!
(Ver décima de Inocêncio de Brito): 

«Fui à procura da paz,


só no cemitério a vi.
Vi um letreiro dizendo:
À (Há) PAZ, mas somente AQUI.»
 

 
0544 - p288 - 112
Vamos lá saindo
Cancioneiro de Serpa 112 

Vamos lá saindo  
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

112 
Vamos lá saindo
Vamos lá saindo
p'r'esses campos fora,
que a manhã vem vindo
dos lados de aurora!
Dos lados de'aurora,
a manhã vem vindo.
p'r'esses campos fora
vamos lá saindo! 
 

 
0544 - p291 - 112

Apendices:

- Cancioneiro Infantil
- Contos e Lendas
- Provérbios
- Cancioneiro Religioso
Cancioneiro de Serpa 112  

CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
 

 
0544 - p293_112
Apêndice 1
- Cancioneiro Infantil
Cancioneiro de Serpa 112 

Apendice 1
- Cancioneiro Infantil 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944
Pode ler as notas da autora:
http://www.joraga.net/gruposcorais/pags09_pautas_09_CSerpa_MRitaOPC/0544_CdeSerpa
 _MRitaCortez_p295_112_1infantil_nota.htm 
e ler lengalengas
http://www.joraga.net/gruposcorais/pags09_pautas_09_CSerpa_MRitaOPC/0544_CdeSerpa
 _MRitaCortez_p297_112_1lengas.htm 
 

 
0545 - p298 - 113
A Viscondessa
Cancioneiro de Serpa 113 

A Viscondessa 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944 

113 
A Viscondessa
- Vim aqui à Viscondessa (Viscondensa)
ensinar língua francesa,
que a Senhora Viscondesa
dá-me uma das suas filhas!
- Eu não dou as minhas filhas,
nem por ouro, nem por prata,
nem por fios de algodão!
Ai, tão lindas que elas são!
 

- Tão alegre como eu vinha,


tão triste que agora vou!
A Senhora Viscondessa
prometeu-me e faltou!
- Volta atrás, ó cavaleiro,
Se queres ser homem de bem!
Vai àquele conventinho,
e escolhe uma para teu bem!
- Não quero esta por ser rosa,
nem esta por ser um cravo,
nem esta por ser jasmim,
Só quero esta cá pra mim!

Pode ver outras versões em diversos trabalhos e uma obra de joraga em:
http://www.joraga.net/gilvicente/pags/condessa.htm  

e uma recolha em 42 páginas – 


../obras_condessaAragao_42p_2010.pdf
 

 
0546 - p302 - 114
Floreira, Jardineira
Roda infantil
Cancioneiro de Serpa 114 

Floreira, Jardineira - Roda infantil 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
114 
Floreira, Jardineira - (Roda infantil)
- "Feloreira", jardineira, Sentei-me debaixo dela
- "Feloreira", jardineira, para o Sol não me crestar.
o que andas a vender? Era meio-dia em ponto,
o que andas a vender? Rouxinol 'stava a cantar.
- Vendo cravos, vendo rosas,
Vendo cravos, vendo rosas, - Rouxinol, que tão bem cantas,
raminhos de mal-me-quer! quem te ensinou a cantar?
raminhos de mal-me-quer! - No palácio da Rainha,
onde o Rei vai passar!  
Indo eu p'r aqui abaixo, A Rainha foi à fonte,
à procura dos amores, eo Rei vai para o lagar,
encontrei uma laranjeira apanhar conchinhas de oiro
carregadinha de "felores".  para o Infante brincar! 
 

 
0547 - p304 - 115
Na Botica Nova
Cancioneiro de Serpa 115 

Na Botica Nova 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
115 
Na Botica Nova
Na botica nova De fato amarelo,
lá no boticário, de fato alvadio.
canta o pintassilgo, Além vem meu bem,
responde o canário. descendo o navio!
Responde o canário, Descendo o navio,
do alto castelo: vai para a estação.
- Além vem meu bem, Além vem meu bem,
de fato amarelo! apertar-me a mão! 
 

 
0548 - p306 - 116
Olha a borboleta
Cancioneiro de Serpa 116 

Olha a borboleta 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  

116 
Olha a borboleta
Olh'à borboleta
que se atira ao ar!
Olh'à borboleta
que se atira ao ar!
A menina Bia (ou outra)
(A m'nina Guadalupe)
não se quer casar!
Não se quer casar,
quer morrer donzela.
Não se quer casar,
quer morrer donzela.
Quer levar à cova
palmitos e capela! 
 

 
0549 - p308 - 117
Rosa branca ao peito
Cancioneiro de Serpa 117 

Rosa branca ao peito 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
117 
Rosa branca ao peito
Rosa branca ao peito quem ela namorou.
a todos 'stá bem! Ao sair da escola, olaré,
Rosa branca ao peito a mão lhe apertou.
a todos 'stá bem!
À menina Anazinha A mão lhe apertou,
(Nita ou outra), olaré a mão lhe apertaria.
Melhor que ninguém! A mão lhe apertou,
a mão lhe apertaria.
Melhor que ninguém, Ao sair da escola, olaré,
por dentro ou por fora o que mais seria!
Melhor que ninguém,
por dentro ou por fora Cinco senhoras
O menino Domingos (ou outro), olaré! é um altar cheio,
Quem ela namora! duas de cada lado

Quem ela namora, e uma no meio! 


quem ela namorou.
Quem ela namora,
Para ver e ouvir AQUI - Músicas da Carochinha 3 [18] Rosa branca ao peito
http://www.youtube.com/user/childrenvideos - http://www.youtube.com/watch?v=S_RQQc5tW38
 

 
0550 - p310 - 118
Ó Senhora Dona Anica
Cancioneiro de Serpa 118 

Ó Senhora Dona Anica 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
118 
Ó Senhora Dona Anica
Ó Senhora Dona Anica, A criada lá de cima
venha abaixo ao seu jardim! é feita de papelão!
Ó Senhora Dona Anica, A criada lá de cima
venha abaixo ao seu jardim! é feita de papelão!
Para ver as costureiras* Quando vai fazer a cama
a fazer assim, assim! (mímica) diz assim para o patrão:
- Sete e sete são catorze,
Ó Senhora Dona Anica, com mais sete são vinte e um.
venha abaixo ao seu jardim! - Sete e sete são catorze,
Ó Senhora Dona Anica, com mais sete são vinte e um.
venha abaixo ao seu jardim! Tenho sete namorados
Para ver os passarinhos e não gosto de nenhum!
a fazer rechi(u), chi(u), chi(u)! 
*lavadeiras / sapateiras / cozinheiras /
alfaiatas / ... 
Ver e ouvir AQUI - Músicas da Carochinha 3 [11] Senhora Dona Anica
http://www.youtube.com/user/childrenvideos
http://www.youtube.com/watch?v=gMJNdxRaNWQ 
 

 
0551 - p312 - 119
Diga lá, minha menina!
Cancioneiro de Serpa 119 

Diga lá, minha menina!  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
119 
Diga lá, minha menina!
- Menina, que sabe ler,
vamos lá a passear!
(ou)
também sabe soletrar!
- Menina, que sabe ler,
vamos lá a passear!
(ou)
também sabe soletrar!
Diga lá, minha menina:
quantos peixes há no mar?
 

 
- Quantos peixes há no mar?
'inda lá não fui ao fundo!
- Quantos peixes há ni mar?
'inda lá não fui ao fundo!
- Diga lá, minha menina:
quantos homens há no mundo?
- Quantos homens há no mundo?
todos tiram o chapéu!
ou
quantos tiram o chapéu!
- Quantos homens há no mundo?
todos tiram o chapéu!
ou
quantos tiram o chapéu!
- Diga lá, minha menina:
quantos anjos há no céu?
- Quantos anjos há no céu?
'inda lá não fui acima!
- Quantos anjos há no céu?
'inda lá não fui acima!
- Diga lá, minha menina:
quantos gomos tem a lima?
- Quantos gomos tem a lima?
Tem tantos com'ó limão!
- Quantos gomos tem a lima?
Tem tantos com'ó limão!
- Diga lá, minha menina,
da raiz do coração!  
 

 
0552 - p314 - 120
As pombinhas da Catrina
Cancioneiro de Serpa 120 

As pombinhas da Catrina 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
120 
As pombinhas da Catrina
As pombinhas da Catrina Ao passar da ribeirinha,
andaram de mão em mão. pus o pé, molhei a meia.
As pombinhas da Catrina Não casei na minha terra,
andaram de mão em mão. fui casar em terra alheia.
Foram ter à Quinta Nova,
ao pombal de São João. Fui casar em terra alheia,
Foram ter à Quinta Nova, podendo casar na minha.
ao pombal de São João. Pus o pé, molhei a meia,
ao passar da ribeirinha.
Ao pombal de São João,
à quinta da Roseirinha. Ao passar da ribeirinha,
Ao pombal de São João, água sobe e água desce.
à quinta da Roseirinha. Dei a mão ao meu amor,
Minha mãe mandou-me à fonte, antes que ninguém soubesse.
e eu parti a cantarinha!
Minha mãe mandou-me à fonte, Se tu és o meu amor,
e eu parti a cantarinha!   dá-me cá os braços teus!
Se não és o meu amor,
vai-te embora, adeus, adeus! 
Para ver e ouvir AQUI - Músicas da Carochinha - 14 - As Pombinhas da Catrina
http://www.youtube.com/user/childrenvideos - http://www.youtube.com/watch?v=AgSTBwEwjt8 
 

 
0554 - p357 - 122
Cancioneiro Religioso
Cancioneiro de Serpa 122 

Ver nptas da Autora


http://www.joraga.net/gruposcorais/pags09_pautas_09_CSerpa_MRitaOPC/0554_CdeSerpa_MRitaCorte
z_p357_122_cReligioso.htm 
 

 
0555 - p362 - 123
Moda do Deus Menino
Cancioneiro de Serpa 123 

Moda do Deus Menino 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
123 
Moda do Deus Menino
Entre as portas da igreja,
'stá uma mulher cosendo,
Entre as portas da igreja,
'stá uma mulher cosendo,
'stá fazendo a camisinha
p'ró Deus Menino, em nascendo.
'stá fazendo a camisinha
p'ró Deus Menino, em nascendo.
Ai li, ai li, ai li, ai li, ai lé!
Menino nascido é! 
Caminhando vai José,
caminhando vai Maria,
 

tanto caminham de noite,


como caminham de dia.
Ai li, ai li, ai li, ai li, ai lé!
Menino nascido é!
São chegados a Belém,
 já toda a gente dormia.
Só um portal 'stava aberto,
onde o gado recolhia.
Ai li, ai li, ai li, ai li, ai lé!
Menino nascido é!
Entrai, pastorinhos, entrai,
por este portal sagrado,
vinde vê-lo, Deus Menino,
entre palhinhas deitado!
Ai li, ai li, ai li, ai li, ai lé!
Menino nascido é!
Que havemos de dar ao Menino,
nesta noite de Natal?
Camisinhas de Bretanha
com paninhos de vestal.
Ai li, ai li, ai li, ai li, ai lé!
Menino nascido é!
O Menino está na neva,
e a neve o faz tremer.
Menino Deus da mih'alma,
quem te pudesse valer!
Ai li, ai li, ai li, ai li, ai lé!
Menino nascido é!
Lá no palácio real,
e uma estrela baixou.
Visitá-lo, Deus Menino
Que Deus ao mundo mandou.
Ai li, ai li, ai li, ai li, ai lé!
Menino nascido é!
José embala o Menino,
que a Senhora logo vem,
Foi lavá-los cueirinhos
à fontinha de Belém.
Ai li, ai li, ai li, ai li, ai lé!
Menino nascido é! 
 

 
0556 - p366 - 124
As Janeiras
Cancioneiro de Serpa 124 

As Janeiras 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
124 
Janeiras
Esta noite é de Janeiras,
é de grande mer'cimento.
Por ser a noite primeira
em que Deus passou tormento!
Os tormentos que passou
de Sua livre vontade,
o Seu Sangue derramou
pra salvar a Cristandade!
O Seu Sangue derramou,
Seu sangue derramaria
pra salvar a Cristandade,
São Pedro, Santa Maria!
 

 
Ao fim de séc'luos passados
foram ver à sepultura.
Acharam ossos mirrados,
o sinal da criatura!
Esta casa está juncada
com ramos de erva cidreira.
Deus lhe dê muita saúde,
e à sua família inteira!
Esta noite de Ano Novo
é de tão alto valor.
Deus lhe dê muita saúde
e o pão ao Sr. Doutor!
Viva o Sr. Dr. Carlos
que vela pelos pobrezinhos
Deus lhe dê muita saúde
pra criar os seus filhinhos!
Esta casa está juncada
com junquilhos da ribeira.
Viva o dono desta casa,
mais a sua companheira!
Pode ouvir AQUI pelos "4 ao Sul"
http://www.youtube.com/watch?v=Ljc1vzWSF0s
 

 
0557 - p368 - 125
Os Reis
Cancioneiro de Serpa 125 

Os Reis 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
125 
Aos Reis
- Quem são os três cavalheiros
que fazem, que fazem sombra no mar?
- Sã'nos três do Oriente
que a Jesus vêm buscar!
Não perguntam por pousada,
nem onde, nem onde ir pernoitar.
Só precuram'no Deus Menino,
aonde, aonde O irão achar?
Foram-no achar em Roma,
revesti- revestido no altar,
com seis mil almas de roda,
todas pa-, todas para comungar!
Missa nova quer dizer,
Missa no- Missa Nova quer cantar.
São João ajuda à Missa,
São Pedro, São Pedro muda o missal!
Pode ouvir AQUI 
«pelas ceifeiras da semblana - cante ao menino em almodôvar-jan2010»
http://www.youtube.com/watch?v=8InVtZVPtk4
 

 
0558 - p370  126 –

Bendita e Louvada seja


Cancioneiro de Serpa 126 

Bendita e Louvada seja  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
126 
Bendita e Louvada seja*
Bendita e Louvada seja
a Sagrada Paixão do amado Jesus
para não se perderem as almas
deu-se por todos e a Virgem.
Deus nos braços da Cruz.
Senhor Deus, misericórdia!
Santa Mãe de Deus, rogai por nós!
* De acordo com os «Cânticos Religiosos Alentejanos» - 2º volume - Comissão
Diocesana de Liturgia e Música Sacra de Beja - Novembro de 1980.  
 

 
0559 - p370 - 127
Cântico a S. Francisco
Cancioneiro de Serpa 127 

Cântico a S. Francisco 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
127 
Cântico a S. Francisco
Ó São Francisco, rogai por nós,
e protegei os nossos campos!
O mundo inetiro espera por vós!
Ó São Francisco, rogai por nós!
Ó São Francisco, rogai por nós,
e protegei a nossa terra!
O mundo inteiro espera por vós!
Ó São Francisco, rogai por nós!
Ó São Francisco, rogai por nós,
e protegei as nossas famílias!
O mundo inteiro espera por vós!
Ó São Francisco, rogai por nós!
Ó São Francisco, rogai por nós,
e protegei a nossa freguesia!
O mundo inteiro espera por vós!
Ó São Francisco, rogai por nós!  
 

 
0560 - p372 - 128
Bendita Sejais - Serpa
Cancioneiro de Serpa 128 

Bendita Sejais - Serpa  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
128 
Bendita Sejais
(Cantada na Igreja de S. Paulo, em Serpa, durante o Setenário e
festa de Nossa Senhora das Dores e também nas procissões da
Semana Santa.)
Refrão
Lá vai para o Calvário
Bendita Sejais, o Filho que amais,
Senhora das Dores! com a Cruz pesada.
Ouvi nossos rogos, Bendita sejais!
Mãe dos pecadores!
Já vedes cravado
No templo sagrado, o Filho que amais,
Vós mesma escutais entre dois ladrões.
dura profecia, Bendita sejais!
Já vos depositam
Vem a voz do Céu, nos braços virginais
manda que fujais Vosso Filho morto.
da fúria de Herodes, Bendita sejais!
Bendita sejais!
Lá vai para o Sepulcro,
Que dores, que penas sem Ele ficais,
quando O encontrais Virgem solitária,
com a Cruz às costas. Bendita sejais! 
Bendita sejais!
 

 
0561 - p372 - 129
Bendita Sejais - Pias
Cancioneiro de Serpa 129 

Bendita Sejais - Pias 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
129 
Bendita Sejais - Pias 
(Versão recolhida em Pias, incluída nos «Cânticos Religiosos Alentejanos», colectânea organizada pela
Comissão de Liturgia e Música Sacra - Beja. Actualmente (1994 data da ed.) também cantada em
Serpa.)
Refrão  Lá vai para o Calvário
Bendita Sejais, o Filho que amais,
Senhora das Dores! com a Cruz pesada.
Ouvi nossos rogos, Bendita sejais!
Mãe dos pecadores!
Já vedes cravado
No templo sagrado, o Filho que amais,
Vós mesma escutais entre dois ladrões.
dura profecia,
Bendita sejais! Já vos depositam
nos braços virginais
Vem a voz do Céu, Vosso Filho morto.
manda que fujais Bendita sejais!
da fúria de Herodes,
Bendita sejais! Lá vai para o Sepulcro,
sem Ele ficais,
Que dores, que penas Virgem solitária,
quando O encontrais Bendita sejais! 
com a Cruz às costas.
Bendita sejais! 
 

 
0562 - p374 - 130
Além vai Jesus
Cancioneiro de Serpa 130 

Além vai Jesus 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
130 
Além vai Jesus *
- Além vai Jesus, *
- Que lhe queres tu? *
Quero ir com Ele,
que Ele leva a Cruz!
Seus braços abertos,
Seus pés encravados,
derramando o seu sangue
pelos vossos pecados.
 

 
A terra tremia
co'o peso da Cruz;
dizendo nós três vezes:
- Salvai-nos, Jesus!
Salvador do mundo,
que a todos salvais,
Salvai nossas almas!
Bendito sejais!
Olhai para o Céu,
verás uma cruz.
Capela de rosas,
Menino Jesus.
Olhai para o Céu,
verás um craveiro.
Capela de rosas,
Menino Cordeiro.
Olhai para o Céu,
verás 'ma Maria.
Capela de rosas,
Cheia de alegria.
Perguntai aos anjos
que vem de Belém;
os anjos que dizem,
para sempre, amen.
Virgem - Mãe do Carmo
mandou-me um recado,
que cantasse e rezasse
o Bendito - Louvado.
O Bendito - Louvado
não me há-de esquecer,
que a Virgem Mãe, do Carmo
me há-de valer!
Além vai Jesus (continuação)
Nos há-de valer!
com todo o seu valor.
Rainha - Mãe dos Anjos,
do Céu resplendor.
 

do Céu resplendor,
dos anjos maravilha.
Oh! como é divina
a Virgem Maria!
Pois dela nasceu,
nasceu o bom Jesus,
que morreu para nos salvar
nos braços da Cruz.
Nos braços da Cruz
morreu para nos salvar
e nós pecadores
sempre a pecar.
Sempre a pecar,
sem emenda ter.
devemos considerar
que havemos de morrer.
Havemos de morrer,
e que contas havemos dar
àquele Senhor
que nos há-de salvar?
Virgem Mãe Santíssima,
Estrela do Norte!
Pedi ao Senhor
nos dê boa sorte.
Que eu sou pecador,
não lhe sei pedir;
não sou merecedor
do Senhor me ouvir.
Do Senhor me ouvir,
não sou merecedor
Virgem Mãe Santíssima,
Mãe do Redentor!
Mãe do Redentor,
Mãe nossa, também,
levai-nos `glória,
para sempre,. Amen.
* Música, refrão e 1ª estrofe: recolhidas em Aldeia Nova de São Bento pelo Pe. António Aparício.
Restantes quadras: da sua autoria.
Extraído dos «Cânticos Religiosos Alentejanos», cassetes e textos preparados pela Comissão de Liturgia
e Música Sacra - Beja. Dezembro de 1978. 
* 1ª e 2ª estrofes, segundo recolhado Pe. António Aparício. As restantes, recolha de M. Dias Nunes, em
Tradição, ano I e nº 3.  
* Em versão mais antiga: "Que lhe queres vós?"
 

 
0563 - p378 - 131
Kyrie
Cancioneiro de Serpa 131 
Kyrie 

CANCIONEIRO DE SERPA -De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
131 

Kyrie *
Senhor, tende piedade de nós!
Senhor, tende piedade de nós!
Cristo, tende piedade de nós!
Cristo, tende piedade de nós!
Senhor, tende piedade de nós!
Senhor, tende piedade de nós!
* dos «Cânticos Religiosos Alentejanos» - Comissão de Liturgia e Música Sacra -
Beja. Dezembro de 1978.
 

 
0564 - p378 - 132
Alleluia
Cancioneiro de Serpa 132 
Alleluia 

CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
132 

Aleluia * 
1. 'Scutai Jesus vai falar!  
Aleluia, aleluia,
aleluia, aleluia!
2. Feliz quem guarda a Palavra! 
Aleluia, aleluia,
aleluia, aleluia! 
3. Ressuscitou o nosso Deus! 
Aleluia, aleluia,
aleluia, aleluia!
*dos «Cânticos Religiosos Alentejanos» - Comissão de Liturgia e Música Sacra -
Beja. Dezembro de 1978. 
 

 
0565 - p380 - 133
O Bom Pastor
Cancioneiro de Serpa 133 
O Bom Pastor  

CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
133 
O Bom Pastor *
Quando Te encontro, descanso,
Tu reconfortas minh'alma!   Tua bondade me ajuda
Cristo Senhor, és o guia, no viver de cada dia.
O Bom Pastor
que me conduz, Minha morada pra sempre
minha Vida e minha Luz, seja Tua casa, Senhor!
minha Vida e minha Luz!
Não temerei os perigos,
pois sei que Tu 'stás comigo.
O Teu festim me conforta,
faz-me cantar de alegria! 
*dos «Cânticos Religiosos Alentejanos» - Comissão de Liturgia e Música Sacra -
Beja. Dezembro de 1978. 
 

 
0566 - p382 - 134
Senhor Jesus, Pão da Vida
Cancioneiro de Serpa 134 

Senhor Jesus, Pão da Vida  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
134 

Senhor Jesus, Pão da Vida *


Senhor Jesus, Pão da Vida, Pão do Céu, Novo Maná,
Penhor de Ressurreição, deste deserto, alimento:
Sois alimento e bebida, eis o Pão que o Pai nos dá,
Banquete de comunhão! de cada dia o sustento!
Nós vos louvamos, Senhor, Sois o alimento do povo,
nosso Cordeiro Pascoal, a força no caminhar,
por esta Ceia de Amor, Sois a coluna de fogo,
da Páscoa memorial.  o Sol divino a brilhar!  
*dos «Cânticos Religiosos Alentejanos» - 2º volume - Comissão de Liturgia e
Música Sacra - Beja. Novembro de 1980.  
 

 
0567 - p384 - 135
Fonte de Água Viva
Cancioneiro de Serpa 135 

Fonte de Água Viva 


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
135 
Fonte de Água Viva *
Cântico de Comunhão
1
Bendito, bendito sejas,
Cristo meu Senhor
pela Eucaristia!
És força no caminhar,
Luz no entardecer,
Estrela que nos guia!
2
A Ti vão matar a sede,
Fonte de Água Viva,
para a Vida Eterna!
 

 
Os pobres e oprimidos
encontram em Cristo
a sua cisterna!
3
Quem bebe de qualquer fonte
sempre terá sede
no seu caminhar.

Quem bebe de Jesus Cristo


torna-se nascente
pra sempre a jorrar!
4
Bendito, bendito sejas,
Pastor que nos levas
às Águas da Vida!
Abristes o coração,
dele'saiu a Igreja,
nossa Nãe querida!
5
Vós todos que tendes sede
vinde às Águas Puras
mesmo sem pagar!
Jesus quis morrer na Cruz
para todo o homem
de graça salvar!
6
Bendita, bendita sejas,
Rocha do deserto,
salvação do povo!

Que a nossa Eucaristia


dê frutos de Vida,
frutos de Amor novo.
*dos «Cânticos Religiosos Alentejanos» - Comissão de Liturgia e Música Sacra -
Beja. Dezembro de 1978. 
 

 
0568 - p386 - 136
Nossa Senhora do Carmo
Cancioneiro de Serpa 136 

Nossa Senhora do Carmo  


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
136 
Nossa Senhora do Carmo *- Música: J. Coelho (Moura)
Nossa Senhora do Carmo *
Que está no seu altar,
Todos lá vamos ajoelhar
e a cantar, a cantar vamos rezar.
Pedimos a uma voz:
Nossa Senhora, rogai por nós!
Senhora, do vosso altar
lançai benigno, o vosso olhar!
Senhora, que és Mãe de Deus,
olha por nós, os filhos teus!
*Dos «Cânticos Religiosos Alentejanos» - Recolha e adaptação do Pe. António Aparício e Pe. António
Cartageno. 
* De Fátima, das Pazes, Senhora de Guadalupe, etc. conforme as circunstâncias.  

Pode ouvir AQUI - uma versão pelo Trio Odmira e Quim Barreiros:


http://www.youtube.com/watch?v=A7-K2pAMmN0 
 

 
0570 - p390 - 138
Senhora do Livramento
Cancioneiro de Serpa 138 

Senhora do Livramento 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
138 
Senhora do Livramento
Senhora do Livramento,
livrai o meu namorado,
que me vai deixar sozinha,
ai meu Jesus!
Ai meu Jesus!
Pela vida de soldado!
Pela vida de soldado!
Senhora, vosso vestido
é tão branco como o lírio.
Senhora do Livramento,
ai meu Jesus!
Ai meu Jesus!
Livrai-me deste martírio!
Livrai-me deste martírio!
(quando os fios de linha ou de lã se empeçam)
Senhora Sant'Ana
(que) por aqui passou,
tido o que viu empeçado,
desempeçou.
 

 
0571 - p392 - 139
Senhora de Guadalupe
Cancioneiro de Serpa 139 

Senhora de Guadalupe 
CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
139 
Senhora de Guadalupe
Senhora de Guadalupe,
Entre os olivais metida,
És de Serpa a Padroeira
E dos Serpenses, Mãe querida!
Vamos todos ao Altinho
à boa Mãe visitar
ajoelhemos e rezemos
diante do seu altar.
Pode ouvir AQUI 
a "Serpa de Guadalupe" pelo Grupo Coral Amigos do Alentejo do Feijó - in
 josejulio8055 - http://www.youtube.com/watch?v=fbcsGTDCII8&feature=related  
 

 
0572 - p394 - 140   –

Hino de Nossa Senhora de Guadalupe


Cancioneiro de Serpa 140 

Hino de Nossa Senhora de Guadalupe


CANCIONEIRO DE SERPA - De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez - Edição do Município de Serpa, 1944  
140 
Hino de Nossa Senhora de Guadalupe
Da colina sagrada onde estais,
oh volvei até nós branco olhar
que nos prenda a Jesus sempre mais,
só com Ele nos podemos salvar.
Da colina sagrada onde estais,
oh volvei até nós branco olhar
que nos prenda a Jesus sempre mais,
só com Ele nos podemos salvar.
Por milagre e por graça de Deus,
doce Mãe, linda Virgem Maria,
toda Serpa Vos canta, neste dia,
e vos pede mil bênçãos do Céu. 
 

 
* Para efeitos de contagem em relação às pautas anteriores e às seguintes do Padre Marvão,
consideramos até 600 pautas, embora não seja um número preciso, mas aproximado… pois
as pautas aqui são 140… e não 178… ms o ínidice do Cancioneiro também passa de 600!!!  
CANCIONEIRO DE SERPA
De Maria Rita Ortigão Pinto Cortez
Edição do Município de Serpa, 1944

Bibliografia e material consultado 


Nº Titilo Autor(es) Notas
Colecção de revistas “ A Volumes I II – de Janeiro de 1899 a Junho de
TRADIÇÃO” 1904 – Edição em “fac-simile” da Câmara
Municipal de Serpa – 1982
 “Cantares do Povo Estudo Crítico, recolha e comentário de Rodney
Português” Gallop – Edição do instituto para a Alta Cultura
– Lisboa – 1937
 “Serpa do Passado” Escorço mono-biográfico – João Cabral – 1968
 “Arquivos de Serpa” (Câmara Municipal) - João Cabral – 1971
 “Serpínea e a Fundação De C. Gonçalves Serpa - 1962
de Serpa”
Cassete Canções pelo Grupo Coral e Etnográfico da Casa
 “Lá vai Serpa, lá vai do Povo de Serpa – ed. Sopnosom – 1985
Moura”
Cassete Recolha de Michel Giacometti – Ed. Câmara
 “Modas Populares do Municipal de Serpa e Comissão Municipal de
Concelho de Serpa” Turismo – Maio de 1982
Cassete (1º e 2º vols.)
 “Cânticos Religiosos Músicas. da Tradição religiosa popular do Baixo
Alentejanos” Alentejo.
Textos: adaptados pela Comissão Diocesana de
Liturgia.
Grupo coral da Paróquia do Carmo – Beja
Cadernos com músicas e textos anexos às duas cassetes
mencionadas na alínea anterior. Beja – 1978.
 

 
LISTA 09
(de 432 a 577 - 600)
410 páginas de PAUTAS MUSICAIS
(145 pautas, mais 23 considerando cantigas, quadras,
provérbios, lengalengas...)

in
CANCIONEIRO DE SERPA
de Maria Rita Ortigão Pinto Cortez,
Edição da Câmara Municipal de Serpa, 1994, com 410 páginas
com escrita, pautas e desenhos à mão!!!
continuação de Lista 01 (ver antes)
63 PAUTAS MUSICAIS 
in TRADIÇÃO de SERPA, publicada entre Janeiro de 1899 e Junho de 1904
e LISTA 02 (ver antes)
(64 a 152) 89 PAUTAS de MODAS E DANÇAS recolhidas no ALENTEJO  
CANCIONEIRO DE MUSICAS POPULARES
Cancioneiro de musicas populares: collecção recolhida e escrupulosamente trasladada para canto e piano
por Cesar A. das Neves / coord. a parte poetica por Gualdino de Campos; pref. pelo Exmo Sr. Dr.
Teophilo Braga. - V. 1, fasc. 1 (1893)-V. 3, fasc. n. 75 (1899).
LISTA 03
(153 a 203) 51 (em 25) PAUTAS MUSICAIS 
in subsídio para o
CANCIONEIRO POPULAR do BAIXO ALENTEJO
Volume II, Comentário, recolha e notas de Manuel Joaquim Delgado, 2ª ed. INIC, Lisboa,
1980 (1ª 1955).
LISTA 04
(204 a213) 10 PAUTAS MUSICAIS
in
CANÇÃO POPULAR PORTUGUESA
de Fernando Lopes Graça, 2ª ed. remodelada e ampliada, Publicações Europa-América, Mem
Martins, 1974 (1ª 1954).
LISTA 05
(214 a 244) 31 PAUTAS MUSICAIS 
in
CANTARES DO POVO PORTUGUÊS
Estudo crítico, recolha e comentário de RODNEY GALLOP, 2ª ed. Instituto de Alta Cultura,
Lisboa, MCLX (1ª 1934? - trabalho de campo desde 1932... dois anos e meio...).
LISTA 06
(245 a 282) 38 PAUTAS MUSICAIS
in
CANCIONEIRO POPULAR PORTUGUÊS
Michel Giacometti, com a colaboração de Fernando Lopes Graça, Círculo de Leitores, Lisboa,
1981. 
LISTA 07
(283 a 307) 25 PAUTAS MUSICAIS
in
MÚSICA TRADICIONAL PORTUGUESA
(Pode ver a OBRA in) Cantares do Baixo Alentejo 
por J. Ranita da Nazaré, Biblioteca Breve, Instituto de cultura Portuguesa, Venda Nova,
Amadora, 1979.
LISTA 09
(de 308 a 432) PAUTAS MUSICAIS  
MOMENTOS VOCAIS DO BAIXO ALENTEJO  Cantares do CANCIONEIRO DA TRADIÇÃO ORAL,

de João Ranita da Nazaré, Imprensa Nacional  Casa da Moeda, 1986



 

 
CANCIONEIRO DE SERPA
de Maria Rita Ortigão Pinto Cortez,
Edição da Câmara Municipal de Serpa, 1994, com 410 páginas com
escrita, pautas e desenhos à mão!!!
http://www.joraga.net/gruposcorais/pags09_pautas_09_CSerpa_MRitaOPC/0433_CdeSerpa_MRitaCorte
z_000_000_p410_listade410pags.htm 

CANTE PAUTAS MUSICAIS 09  CdeSERPA- MRita Cortez


LISTA 09 - (de 432 a 577 - 600)


410 páginas de PAUTAS MUSICAIS
(145 pautas, mais 23 considerando cantigas, quadras,
provérbios, lengalengas...)
Recolha, digitalização e organização de José Rabaça Gaspar
Corroios 2010 – reorganização em 2012 01

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