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O FENÔMENO DO CUIDADO
CURITIBA
2017
CAROLINE DE FARIA PIZZETTI
FERNANDA LOUISE NEVES JAQUES PEREIRA
GABRIELLE MACHADO DA CUNHA SCIAMANA
MAITÊ APARECIDA RAMIRES
SARAH THOMACHESKI
O FENÔMENO DO CUIDADO
CURITIBA
2017
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3
2 OBSERVAÇÕES DA REALIDADE.........................................................................4
5 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 21
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 22
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1 INTRODUÇÃO
2 OBSERVAÇÕES DA REALIDADE
Dia 1 (16/09)
O Hospital não parecia muito grande visto de fora, é branco com detalhes
vermelhos. A entrada é de fácil acesso e a porta abre automaticamente. O jardim é
simples, porém muito bonito. O local estava calmo e com pouca circulação de
pessoas quando eu entrei. Não havia muito barulho, apenas pessoas conversando
na sala de espera. Um guarda na recepção controla quem entra e sai, quando
coloquei o jaleco e falei do que se tratava ele deixou passar. Os corredores eram
brancos com detalhes em azul e cinza e se eu estivesse sozinha iria me perder, pois
eram muito confusos. O ambiente cheirava a produtos de limpeza, mas logo me
acostumei. Os corredores não tinham janelas, e como o dia estava quente, tudo
parecia muito abafado. Nos corredores as enfermeiras falavam muito alto e era bem
barulhento e movimentado. Havia extintores e placas de conscientização como de
vacinas e preservativos. Também tinha bastante álcool em gel e bebedouros. Antes
de entrar no quarto era necessário bater na porta para saber se os pacientes
aceitavam nos receber.
Quando entramos, por ser um grupo cada um se apresentou. A atividade do
dia era cantar músicas utilizando apenas sílabas, e os outros deveriam adivinhar
qual música era aquela. No começo os pacientes estavam com muita vergonha e
não falavam muito, mas depois de um tempo eles iam se “soltando” e ficando a
vontade com a nossa presença e as brincadeiras. Os quartos tinham duas camas,
mas apenas 1 estava ocupada com paciente. A roupa da cama era branca e os
pacientes usavam a roupa do hospital. Havia uma folha com as informações
médicas de cada paciente. Havia também um sofá azul claro de couro e um armário.
Tinha uma janela por onde o ar circulava. Os pacientes estavam com seus
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Dia 2 (30/06)
Hoje eu notei árvores que não tinha percebido na primeira vez. Como estava
chovendo o chão da entrada estava um pouco molhado e uma moça estava
limpando. A recepção estava mais cheia de pessoas e o barulho era maior
comparado ao dia 16. Percebi mais detalhes nas paredes, como placas e algumas
pinturas. Nos quartos havia placas com números que da primeira vez eu não tinha
percebido. Fui a alguns corredores que não havia passado na última vez, pois os
quartos não eram os mesmos. Enquanto passava reparava em novos detalhes como
diferente textura nas paredes e pisos. Muitas enfermeiras estavam no corredor,
porém não vi nenhum médico. Todas elas usavam branco, exceto a enfermeira
chefe, que usa vermelho. Visitamos 3 quartos, e dessa vez haviam 2 pacientes em
cada quarto e não apenas 1.
Hoje fizemos mímica, imitando objetos, profissões, animais. Como no outro
dia, as pessoas começavam envergonhadas e falam pouco. Eles preferem adivinhar
do que fazer a mímica, tanto pela vergonha quanto pelo estado frágil em que se
encontravam. Depois de um tempo elas já estavam nos contando suas histórias de
vida, o motivo delas estarem ali. Os acompanhantes também falavam e alguns
pacientes pareciam aborrecidos com isso. Novamente as enfermeiras foram muito
carinhosas e gentis, e os pacientes demonstravam grande respeito e afeto por elas.
Os pacientes em nenhum momento reclamaram do atendimento do hospital, da
acomodação e das enfermeiras. Alguns reclamaram da comida e de dor, queriam ir
logo para casa para retornar as suas rotinas e trabalhos. Não vi nenhuma criança
nos quartos. Enquanto a atividade acontecia podíamos ouvir as enfermeiras
conversando do lado de fora.
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Dia 3 (07/10)
Novamente estava chovendo, o Hospital não estava tão cheio como da última
vez, mas estava bem barulhento (conversas). Como cheguei um pouco antes do
horário combinado fiquei conversando com uma das moças que cuida da limpeza.
Ela contou que as enfermeiras são muito simpáticas e cuidam muito bem de todos
os pacientes, com muita dedicação e carinho. Ela também contou que nunca havia
conversado com um médico ali do Hospital. Contei um pouco sobre o trabalho e ela
se interessou muito, e perguntou o que um Terapeuta Ocupacional faz.
Como atividade hoje contamos histórias. Em uma caixa colocamos palavras,
(objetos, animais...) e na hora de contar a história sorteávamos alguns papéis, e a
palavra deveria entrar na história. Hoje os pacientes participaram mais, pois essa
atividade não exigia esforço físico, então podia ser realizada sentada ou deitada.
Visitamos apenas 2 quartos. No primeiro estava apenas um senhor, que estava
sozinho. O cheiro no quarto era muito forte e eu não sei identificar com o que
parecia. Ele não falava muito, era mais quieto. Porém gostou de fazer a atividade,
pareceu ficar feliz com a nossa visita. No segundo quarto havia duas mulheres, que
estavam bem mais animadas e interagiam mais com a gente. Demos muitas risadas
e elas ficaram muito felizes com a nossa presença. As enfermeiras agiram do
mesmo modo que nas outras vezes, muito simpáticas e falavam muito alto.
O piso de todo local é branco, assim como suas paredes que não possuem
quadros ou algum tipo de enfeite apenas equipamentos com álcool em gel. Algumas
pias espalhadas com sabonete para a higienização das mãos.
O local possui aquele característico cheiro de hospital que é bem perceptível
a medida que adentra os corredores, mas com o tempo, vai se acostumando e ele
se torna quase imperceptível. Ele possui vários corredores (todos com paredes e
chão brancos), estes possuem portas que levam a leitos.
Durante a visita foram visitados 4 quartos que tinham algumas características
padrões como: 2 camas de ferro que tinham o lençol, fronha e cobertores brancos e
o colchão possuía aproximadamente 20 centímetros de espessura; havia um
pequeno sofá de couro branco para acomodar os visitantes. O leito possui
aproximadamente 18 m² mais um pequeno corredor que leva para um banheiro.
O cuidado se realizou através do projeto tempo de alegria, um grupo de 5
meninas (me incluindo). Todas utilizaram um jaleco nas cores verde claro, com uma
tira laranja atrás e o bordado com o nome do projeto.
No primeiro dia foram visitados 4 quartos, antes de entrar no quarto houve a
higienização das mãos, primeiramente lavando elas com água e sabão e logo em
seguida foi passado álcool em gel, cuidado repetido toda vez que um quarto novo foi
visitado.
A atividade escolhida para ser realizada envolvia a música. Havia uma
caixinha de papel com o nome de várias músicas populares e algumas sílabas como
lá, xô, cá, ri que foram diferenciadas das músicas através da cor dos papeis, a
pessoa deveria sortear uma música sem que ninguém visse qual foi e logo em
seguida retirar uma sílaba, tendo que cantar a música escolhida com aquela sílaba.
Assim as outras pessoas deviam adivinhar qual era a música.
Durante a atividade foi promovida a interação e conversas paralelas sobre
vários temas como a origem dessas pessoas, sua ocupação antes de entrar no
hospital, sua família entre outros assuntos.
No primeiro quarto haviam 4 mulheres, 3 acompanhantes e a que estava
internada, deveria ter aproximadamente uns 70 anos, possuía algumas faixas
amarradas em seu pé, e algumas feridas em seu corpo, seu cabelo estava quase
todo esbranquiçado e utilizava roupa de hospital que ficava caindo, ela falou pouco
durante a atividade, mas suas acompanhantes estavam bem animadas e aceitaram
com muita facilidade a atividade proposta.
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DIA 1 – 12/09/2017
médica, nós, do projeto voluntário, não podemos entrar. Cada quarto possui
também, um farol em cima da porta: quando o paciente precisa chamar uma
enfermeira, ele aperta um botão e o farol fica aceso.
Antes de entrar no quarto, cada voluntário higieniza as mãos e os punhos. A
voluntária bate na porta e, se o paciente se sentir confortável com a nossa presença,
o grupo entra. No interior do quarto, há duas camas e um sofá de couro; um armário
e um banheiro. Nas paredes, não há quadros ou placas – exceto o prontuário do
paciente, o qual fica pendurado na parede em cima de sua cama. Há uma janela
grande, embora não seja recomendado que fique aberta por inteiro, única
responsável pela ventilação do ambiente. Neste dia (12/09/2017) estava quente,
então, percebemos que o local não está preparado para este tipo de clima.
Depois de entrar no quarto, cada voluntária se apresenta aos pacientes e
acompanhantes, apresentamos o projeto e iniciamos uma conversa. Fomos
orientadas a nunca questionar sobre o motivo de cada um estar ali, e manter os
pacientes sempre o mais confortáveis possível com a situação.
No primeiro dia de observação, a atividade proposta envolvia músicas: cada
pessoa pegava um papelzinho de uma caixinha, onde estava escrito o nome de uma
música conhecida culturalmente; a pessoa deveria pegar, em outra caixa, uma
sílaba, e cantar a música sorteada apenas com esta sílaba. As outras pessoas
deveriam adivinhar a música para que todos cantássemos juntos.
Entramos em três quartos. No primeiro, havia uma senhora internada, uma
acompanhante e duas visitas; o quarto ficou cheio, todas cantaram e se divertiram. A
senhora que estava internada ficou sentada em uma poltrona, devagar, interagia
com as voluntárias. As voluntárias buscavam sempre manter o ambiente o mais
confortável possível, conversando com a senhora e com as acompanhantes, sobre
assuntos da vida, família, tempo, comidas, músicas e filmes.
No segundo quarto, havia apenas uma senhora internada, sem
acompanhantes ou visitas. Ela nos recebeu com um sorriso, nos contou sobre sua
vida profissional, e seu afeto com crianças. Com ela, conversamos mais do que
brincamos, as voluntárias responsáveis percebiam que algumas pessoas sentem
mais necessidade de conversar sobre seus conflitos, e ouvir que tudo ficará bem.
No terceiro e último quarto, havia uma senhora internada, com um
acompanhante, seu filho. A senhora estava sentada no sofá, com o acompanhante,
sem tomar medicação intravenosa, apenas de repouso. Não gostou muito da ideia
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de brincar, então, ficamos ali por apenas alguns minutos, conversando sobre
assuntos leves e divertidos, ela gostou.
Quando saíamos de cada quarto, éramos parabenizados pela nossa iniciativa
e incentivados a continuar.
DIA 2 – 16/09/2017
DIA 3 – 07/10/2017
Neste dia, apenas duas voluntárias foram para o hospital, entramos em dois
quartos, onde ficamos por mais tempo do que nos dias anteriores.
No primeiro quarto, havia um senhor sem acompanhantes ou visitas. Quando
batemos na porta, o senhor estava de pé, tomando café. Perguntamos se não
estaríamos atrapalhando, e o senhor pediu que ficássemos.
A atividade deste dia envolvia histórias. Cada pessoa tirava de uma caixinha,
uma frase para iniciar uma história, e ia passando aleatoriamente para as outras,
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5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
RODRIGUES, José Albertino. Durkheim: Sociologia. São Paulo: Ática, 2003, p. 47-
51.
WEBER, Max. “Os três tipos puros de dominação legítima”, COHN, G. (org.)
Max Weber: Sociologia. São Paulo: Ática, 2003, p. 129.