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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

CAROLINE DE FARIA PIZZETTI


FERNANDA LOUISE NEVES JAQUES PEREIRA
GABRIELLE MACHADO DA CUNHA SCIAMANA
MAITÊ APARECIDA RAMIRES
SARAH THOMACHESKI

O FENÔMENO DO CUIDADO

CURITIBA
2017
CAROLINE DE FARIA PIZZETTI
FERNANDA LOUISE NEVES JAQUES PEREIRA
GABRIELLE MACHADO DA CUNHA SCIAMANA
MAITÊ APARECIDA RAMIRES
SARAH THOMACHESKI

O FENÔMENO DO CUIDADO

Trabalho apresentado para disciplina de


Sociologia da Medicina e da Saúde, Setor de
Ciências da Saúde da Universidade Federal do
Paraná.

Prof.: Danilo Arnaut

CURITIBA
2017
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3

2 OBSERVAÇÕES DA REALIDADE.........................................................................4

3 COMPARATIVIDADE E A ANÁLISE DOS FATOS OBSERVADOS ................... 17

3.1 SEMELHANÇA E A RELAÇÃO DO CUIDADO .................................................. 17

3.2 DIFERENÇA E A RELAÇÃO DO CUIDADO ...................................................... 18

4 ASPECTOS SOCIOLÓGICOS DA OBSERVAÇÃO .................................................... 20

5 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 21

REFERÊNCIAS .................................................................................................. 22
3

1 INTRODUÇÃO

Esse trabalho tem por objetivo analisar a temática do cuidado, o ambiente e a


interação entre as pessoas no local escolhido, no hospital Cruz Vermelha de Curitiba
- PR, através das observações realizadas pelas acadêmicas Caroline de Faria
Pizzetti, Gabrielle Machado da Cunha Sciamana e Sarah Thomacheski. As
acadêmicas participaram do projeto voluntário denominado Tempo da Alegria no
hospital referido para a realização desse trabalho. A análise dessas observações
será relacionada e contextualizada a ideias de importantes sociólogos (como a de
Emile Durkheim e Max Weber) pelas acadêmicas Fernanda Louise Pereira e Maitê
Ramires, visto que o cuidado entre as pessoas no ambiente observado pode ser
exemplo de conceituações como solidariedade mecânica, fato social, dominação
legal e entre outros termos da sociologia. Esse trabalho é importante por ressaltar o
quanto o fenômeno do cuidado é relevante para a vida do paciente como um ser
social, e toda sua relação com o meio.
A metodologia desse trabalho faz parte de uma análise da observação feita
pelas acadêmicas citadas acima, e de uma relação com o conteúdo da sociologia.
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2 OBSERVAÇÕES DA REALIDADE

Observadora: Sarah Thomacheski

Esse trabalho tem como tema O Fenômeno do Cuidado, e em três dias


diferentes fui ao Hospital Cruz Vermelha para observar situações em que o cuidado
estava presente. Foi uma experiência diferente e peculiar, mas não tive nenhum
problema, tanto com realizar as observações quanto com os pacientes.

Dia 1 (16/09)

O Hospital não parecia muito grande visto de fora, é branco com detalhes
vermelhos. A entrada é de fácil acesso e a porta abre automaticamente. O jardim é
simples, porém muito bonito. O local estava calmo e com pouca circulação de
pessoas quando eu entrei. Não havia muito barulho, apenas pessoas conversando
na sala de espera. Um guarda na recepção controla quem entra e sai, quando
coloquei o jaleco e falei do que se tratava ele deixou passar. Os corredores eram
brancos com detalhes em azul e cinza e se eu estivesse sozinha iria me perder, pois
eram muito confusos. O ambiente cheirava a produtos de limpeza, mas logo me
acostumei. Os corredores não tinham janelas, e como o dia estava quente, tudo
parecia muito abafado. Nos corredores as enfermeiras falavam muito alto e era bem
barulhento e movimentado. Havia extintores e placas de conscientização como de
vacinas e preservativos. Também tinha bastante álcool em gel e bebedouros. Antes
de entrar no quarto era necessário bater na porta para saber se os pacientes
aceitavam nos receber.
Quando entramos, por ser um grupo cada um se apresentou. A atividade do
dia era cantar músicas utilizando apenas sílabas, e os outros deveriam adivinhar
qual música era aquela. No começo os pacientes estavam com muita vergonha e
não falavam muito, mas depois de um tempo eles iam se “soltando” e ficando a
vontade com a nossa presença e as brincadeiras. Os quartos tinham duas camas,
mas apenas 1 estava ocupada com paciente. A roupa da cama era branca e os
pacientes usavam a roupa do hospital. Havia uma folha com as informações
médicas de cada paciente. Havia também um sofá azul claro de couro e um armário.
Tinha uma janela por onde o ar circulava. Os pacientes estavam com seus
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acompanhantes e muitos deles contaram a sua história de vida. Eu fiquei mais ou


menos 2 horas e visitei quatro quartos. Quando estava indo embora de um quarto
uma senhora pediu que ficássemos mais, para fazer companhia. Ela parecia ser
muito solitária e carente de atenção. Os quartos eram limpos e organizados, a TV
estava ligada em todos os quartos, o que deixava o ambiente mais barulhento.
Todas as pessoas pareciam cansadas, porém falavam que não sentiam muita dor.
As enfermeiras eram muito gentis e cuidavam deles com cuidado e atenção.

Dia 2 (30/06)

Hoje eu notei árvores que não tinha percebido na primeira vez. Como estava
chovendo o chão da entrada estava um pouco molhado e uma moça estava
limpando. A recepção estava mais cheia de pessoas e o barulho era maior
comparado ao dia 16. Percebi mais detalhes nas paredes, como placas e algumas
pinturas. Nos quartos havia placas com números que da primeira vez eu não tinha
percebido. Fui a alguns corredores que não havia passado na última vez, pois os
quartos não eram os mesmos. Enquanto passava reparava em novos detalhes como
diferente textura nas paredes e pisos. Muitas enfermeiras estavam no corredor,
porém não vi nenhum médico. Todas elas usavam branco, exceto a enfermeira
chefe, que usa vermelho. Visitamos 3 quartos, e dessa vez haviam 2 pacientes em
cada quarto e não apenas 1.
Hoje fizemos mímica, imitando objetos, profissões, animais. Como no outro
dia, as pessoas começavam envergonhadas e falam pouco. Eles preferem adivinhar
do que fazer a mímica, tanto pela vergonha quanto pelo estado frágil em que se
encontravam. Depois de um tempo elas já estavam nos contando suas histórias de
vida, o motivo delas estarem ali. Os acompanhantes também falavam e alguns
pacientes pareciam aborrecidos com isso. Novamente as enfermeiras foram muito
carinhosas e gentis, e os pacientes demonstravam grande respeito e afeto por elas.
Os pacientes em nenhum momento reclamaram do atendimento do hospital, da
acomodação e das enfermeiras. Alguns reclamaram da comida e de dor, queriam ir
logo para casa para retornar as suas rotinas e trabalhos. Não vi nenhuma criança
nos quartos. Enquanto a atividade acontecia podíamos ouvir as enfermeiras
conversando do lado de fora.
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Dia 3 (07/10)
Novamente estava chovendo, o Hospital não estava tão cheio como da última
vez, mas estava bem barulhento (conversas). Como cheguei um pouco antes do
horário combinado fiquei conversando com uma das moças que cuida da limpeza.
Ela contou que as enfermeiras são muito simpáticas e cuidam muito bem de todos
os pacientes, com muita dedicação e carinho. Ela também contou que nunca havia
conversado com um médico ali do Hospital. Contei um pouco sobre o trabalho e ela
se interessou muito, e perguntou o que um Terapeuta Ocupacional faz.
Como atividade hoje contamos histórias. Em uma caixa colocamos palavras,
(objetos, animais...) e na hora de contar a história sorteávamos alguns papéis, e a
palavra deveria entrar na história. Hoje os pacientes participaram mais, pois essa
atividade não exigia esforço físico, então podia ser realizada sentada ou deitada.
Visitamos apenas 2 quartos. No primeiro estava apenas um senhor, que estava
sozinho. O cheiro no quarto era muito forte e eu não sei identificar com o que
parecia. Ele não falava muito, era mais quieto. Porém gostou de fazer a atividade,
pareceu ficar feliz com a nossa visita. No segundo quarto havia duas mulheres, que
estavam bem mais animadas e interagiam mais com a gente. Demos muitas risadas
e elas ficaram muito felizes com a nossa presença. As enfermeiras agiram do
mesmo modo que nas outras vezes, muito simpáticas e falavam muito alto.

Observadora: Caroline de Faria Pizzetti


Observação da realidade, hospital cruz vermelha Curitiba – PR

1º dia de observação, 16 de setembro de 2017:

O hospital possui uma entrada em branco (paredes pintadas), uma marquise


cinza de metal que cobre a frente, uma coluna em vermelha (pequenos azulejos).
Possui bastante vidro na fachada.
Após entrar há uma sala de espera com um balcão de atendimento. Essa sala
possui várias poltronas em couro de tamanho médio comportando ali uma média de
10 pessoas, e um balcão de tamanho médio, com uma atendente ao lado de trás,
com um computador.
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O piso de todo local é branco, assim como suas paredes que não possuem
quadros ou algum tipo de enfeite apenas equipamentos com álcool em gel. Algumas
pias espalhadas com sabonete para a higienização das mãos.
O local possui aquele característico cheiro de hospital que é bem perceptível
a medida que adentra os corredores, mas com o tempo, vai se acostumando e ele
se torna quase imperceptível. Ele possui vários corredores (todos com paredes e
chão brancos), estes possuem portas que levam a leitos.
Durante a visita foram visitados 4 quartos que tinham algumas características
padrões como: 2 camas de ferro que tinham o lençol, fronha e cobertores brancos e
o colchão possuía aproximadamente 20 centímetros de espessura; havia um
pequeno sofá de couro branco para acomodar os visitantes. O leito possui
aproximadamente 18 m² mais um pequeno corredor que leva para um banheiro.
O cuidado se realizou através do projeto tempo de alegria, um grupo de 5
meninas (me incluindo). Todas utilizaram um jaleco nas cores verde claro, com uma
tira laranja atrás e o bordado com o nome do projeto.
No primeiro dia foram visitados 4 quartos, antes de entrar no quarto houve a
higienização das mãos, primeiramente lavando elas com água e sabão e logo em
seguida foi passado álcool em gel, cuidado repetido toda vez que um quarto novo foi
visitado.
A atividade escolhida para ser realizada envolvia a música. Havia uma
caixinha de papel com o nome de várias músicas populares e algumas sílabas como
lá, xô, cá, ri que foram diferenciadas das músicas através da cor dos papeis, a
pessoa deveria sortear uma música sem que ninguém visse qual foi e logo em
seguida retirar uma sílaba, tendo que cantar a música escolhida com aquela sílaba.
Assim as outras pessoas deviam adivinhar qual era a música.
Durante a atividade foi promovida a interação e conversas paralelas sobre
vários temas como a origem dessas pessoas, sua ocupação antes de entrar no
hospital, sua família entre outros assuntos.
No primeiro quarto haviam 4 mulheres, 3 acompanhantes e a que estava
internada, deveria ter aproximadamente uns 70 anos, possuía algumas faixas
amarradas em seu pé, e algumas feridas em seu corpo, seu cabelo estava quase
todo esbranquiçado e utilizava roupa de hospital que ficava caindo, ela falou pouco
durante a atividade, mas suas acompanhantes estavam bem animadas e aceitaram
com muita facilidade a atividade proposta.
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No segundo quarto havia uma mulher de aproximadamente 45 anos que


estava sentada no sofá com seu filho, ela estava bem presa no começo, não
querendo falar muito, mas aos poucos foi se soltando e dando algumas risadas
entrando dentro da brincadeira junto com seu filho. Ela tinha aparelhos em seu
braço.
No terceiro quarto havia uma mulher de aproximadamente 55 anos que
estava deitada em sua cama e não possuía acompanhantes, ao chegarmos ela
estava vendo televisão e falou que podíamos ficar com ela, ao longo da atividade
tentou participar algumas vezes se distraindo, mas o que mais gostou foi de
conversar sobre seu trabalho e se mostrou ansiosa para voltar a ele, onde cuidava
de crianças em uma escola.
No quarto e último quarto visitado tinha uma mulher com sua filha, a mulher
que estava deitada em seu leito possuía aproximadamente uns 70 anos, e sua filha
uns 50. Elas se animaram com a atividade, gostaram quando ouviram Roberto
Carlos querendo ouvir mais algumas músicas dele, cantando junto enquanto ouviam.
O lugar aparenta ser bem limpo e bem cuidado, durante a visita apareceram
alguns médicos e enfermeiros querendo cuidar do paciente, realizando a troca dos
curativos e das sondas.
As cores utilizadas no local são cores frias. Os móveis e objetos estão
dispostos de forma ordenada no local, como os quartos não são tão grandes tudo
teve que ser bem planejado para caber tudo.
Cada quarto foi projetado para receber dois pacientes e dois acompanhantes
como haviam horas que tinham mais pessoas a movimentação ficou comprometida.
Em cada quarto existia uma janela para a ventilação e para a entrada da luz. É um
local bem iluminado. É um local silencioso, cada quarto possui uma televisão, que
estava ligada em praticamente todos os cômodos, e há o barulho das pessoas
falando, que costumam falar baixo, não tendo nenhum externo como carros ou
máquinas. Os profissionais possuem roupas bem limpas todas brancas.
Em um dos quartos havia um pote de bole (o primeiro) mas as pessoas não
costumam levar muitos itens pessoas consigo, pois ficam com a roupa do hospital. A
maioria das pessoas no começo da atividade estavam calmas, sem ter muito o que
fazer, entediadas. O dia da visita estava calor. O local é adaptado para todos os
públicos.
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Entendemos como parte do cuidado, a preparação dessas atividades para


poderem ser aplicadas. Uma semana antes há uma reunião no centro cultural
Igaraçu, lá tem a discussão de vários temas prováveis a serem trabalhos. É sempre
levado em consideração o público que vai receber esse cuidado sendo em sua
maioria idosos ou na fase adulta intermediária. É levado em consideração seus
gostos e como irão se sentir em relação a essa atividade, como será sua interação
perante a isso e se realmente irá provocar um “tempo de alegria” para aquelas
pessoas. Lá também há a produção e a seleção dos materiais que serão utilizados
durante a atividade para que na hora possa tudo ocorrer como o planejado.

2º dia de observação, 30 de setembro de 2017:

Na segunda visita ao hospital Cruz Vermelha junto com o projeto tempo de


alegria prestei mais atenção e percebi algumas mudanças em relação ao ambiente.
A entrada do hospital possui algumas folhagens como palmeiras na frente, a
entrada da rua Vicente de Machado possui uma rampa e a maioria dos carros entra
lá para pegar os pacientes. O vidro da entrada é fumê. Entrando no recinto o balcão
na verdade são vários guichês e cada um possui um computador. Dessa vez a
parede da entrada possuía um grande quadro em preto e branco e haviam mais
pessoas na sala de visita. Indo para os corredores percebi que o chão não é todo
branco, possui algumas pintinhas coloridas. As paredes possuem várias placas
coladas dando avisos como extintor, área restrita, atendimento, UTI, placa de
números dos quartos.
Visitamos alguns corredores novos, estes possuíam metade em outra cor,
que era azul claro. O lugar dessa vez estava bem barulhento e movimentado, muitas
pessoas conversando, coisas caindo no chão, movimentação de cadeira de rodas. O
dia estava mais frio que o primeiro.
Todos os leitos visitados possuíam pacientes nas duas camas, os quartos
estavam mais cheios em relação a primeira visita. O grupo estava em mais pessoas
e assim conseguiu dividi-lo indo três pessoas para cada quarto.
Antes de entrar no quarto foi realizado a higiene das mãos e punhos e
passado álcool em gel toda vez que entrava em um novo quarto, para entrar no
quarto era batido na porta, pedido licença e perguntado se poderia entrar por um
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momento, a maioria das pessoas aceitaram prontamente (dois pacientes estavam na


hora do banho aí seria melhor voltar outra hora).
A atividade realizada dessa vez foi mímica, pois queríamos algo mais
interativo onde o paciente pudesse participar e se inserir na atividade. Foram
montados vários papéis e cada um deles continha uma palavra, podendo ser um
objeto, um animal ou uma profissão. Cada um tirava um papel e colocava em sua
testa sem poder ver o que era e todos a sua volta tentavam adivinhar o que era. Foi
uma atividade muito divertida e interativa, os pacientes que estavam deitados faziam
gestos para representar o que havia sido sorteado, e também foi conversado com
cada um contando um pouco de sua vida.
Foram visitados dois quartos, no primeiro haviam duas pessoas dentro e mais
uma acompanhante. A mulher tinha aproximadamente 45 anos e possuía um
acesso, não conseguia levantar seu braço nem se mexer muito, mas participou
ativamente da atividade, fez a mímica de Salvador Dali para adivinharmos. Sua
acompanhante aparentava estar muito cansada possuía aproximadamente 25 anos.
A outra paciente possuía uns 50 anos e também não se mexia muito devido ao
acesso, mas interagiu na brincadeira tentando adivinhar o que estava sendo imitado.
No segundo quarto havia uma mulher de aproximadamente 50 anos que
permaneceu sentada o tempo todo e gostou muito de ficar conversando,
participando da atividade e contando sua história de vida. A outra paciente estava
quase saindo do quarto e participou ativamente da atividade.
Durante as conversas com o paciente deixamos eles orientarem o assunto
nunca perguntando sobre a doença ou algo assim, apenas se ele quiser comentar e
é passada uma palavra de esperança e incentivo.

3º dia de observação, 07 de outubro de 2017:

Último dia de observação, o local possui 3 andares, a entrada principal da rua


Vicente de Machado estava pouco movimentada, ao lado da entrada tem o
ambulatório de serviço social, espaço amplo cheio de cadeiras brancas de plástico e
guichês de atendimento.
A entrada do hospital possui barulho por ter grande movimento do tráfego e
constante cheiro de cigarro. A temperatura está por volta de 18 graus, sensação
agradável. Na frente possui um lugar para estacionar bicicletas e o chão é de pedras
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brancas e vermelhas. Na frente da porta tem uma placa em vermelho e branco


escrita ‘internamento eletivo visitas’.
Alguns corredores desta vez não estavam tão bem iluminados e o ambiente
estava barulhento e movimentado. Não tinha ninguém limpando, mas tudo estava
organizado.
O procedimento de higienização foi repetido lavando as mãos com água e
sabão e passando álcool em gel após cada visita realizada, antes de entrar no
quarto pedia licença. Quartos com alguma placa de infecção ou doença
desconhecida eram evitados.
A atividade escolhida dessa vez era contação de histórias e foi escolhida para
o paciente ter maior interatividade. Ela funciona da seguinte maneira, tinha uma
caixa com vários objetos, profissões e animais. Uma pessoa começava a história e
as outras deviam dar continuidade a ela colocando os elementos que retiravam da
folha de papel.
Foram visitados dois quartos. No primeiro havia um homem sozinho que
quando entramos estava se alimentando, ele aceitou a atividade, no começo estava
meio retraído mais depois foi se soltando. Ele possuía aproximadamente 60 anos. O
quarto possuía um forte odor de fralda e as janelas estavam fechadas.
No segundo quarto haviam duas mulheres, uma estava de saída, mas se
animou muito com a atividade, a outra ficou mais retraída por dizer que não tinha
criatividade para aquilo. Elas tinham aproximadamente 40 anos.
Durante toda a visita usamos o jaleco do projeto, os quartos estavam
organizados, o máximo era uma cama bagunçada por um paciente que recém tinha
saído. A roupa de cama aparentava ser bem limpa. Todos os quartos estavam com
a televisão ligada.

Observadora: Gabrielle Machado da Cunha Sciamana

Como tivemos contato com o contexto observado:


Faço parte de um projeto voluntário chamado Tempo de Alegria. O projeto
atua no Hospital Cruz Vermelha de Curitiba (PR) e tem como propósito levar um
pouco de alegria aos pacientes que estão internados, por meio de atividades
criativas como música, dança, teatro, artesanato e brincadeiras.
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Buscamos proporcionar um momento em que pacientes hospitalizados e seus


acompanhantes possam ser ouvidos, envolvendo-se em atividades diferentes e
prazerosas, além de significar também um tempo de alegria para os voluntários.

DIA 1 – 12/09/2017

O Hospital Cruz Vermelha é um prédio grande e branco, que possui algumas


colunas organizadas, escadarias, estacionamento aberto para as ambulâncias e
fechado para os pacientes e visitantes. Uma cruz grande e vermelha no alto, junto
ao nome da entidade identifica o local. Ainda na parte de fora, há um jardim com
algumas palmeiras, rampa de acesso para cadeirantes, portas de vidro fumê e uma
marquise.
A ala de internamento começa na sala de espera. Uma sala pequena, com
paredes e piso em tons claros, algumas poltronas de couro, guichês de atendimento
com computadores, uma mesa de centro e um tapete antiderrapante. Em uma das
paredes, há uma pintura, algumas placas de avisos, certificados pendurados,
hidrante e extintor de incêndio. Mais à frente, fica em pé um segurança, dando
acesso à passagem para dentro da ala.
Os corredores entre os leitos são espaçosos, com paredes e piso em tons
claros – cada ala tem uma tonalidade diferente -, nas paredes, existem placas de
campanhas de prevenção e vacinação, bem como placas de avisos e de indicação
da localização. Há, em cada corredor, vários frascos de álcool em gel nas paredes, e
um local de lavatório e higienização, instruída para cada funcionário, quando e entra
e sai dos quartos.
O lugar é barulhento. Cada ala tem um posto de atendimento com várias
enfermeiras, e os corredores estão sempre cheios de macas, produtos de higiene e
pessoas responsáveis pela limpeza do local.
No fundo da ala de internamento há uma pequena sala de espera e lazer para
funcionários e acompanhantes.
Os quartos estão dispostos numericamente dos dois lados de cada corredor;
cada quarto tem uma placa com seu respectivo número de identificação. Em alguns
quartos, há pacientes em situações de risco de contaminação e infecção, nestes
quartos, há uma placa específica na porta, que permite que os funcionários fiquem
atentos e tomem o devido cuidado antes de entrar – só entra com autorização
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médica, nós, do projeto voluntário, não podemos entrar. Cada quarto possui
também, um farol em cima da porta: quando o paciente precisa chamar uma
enfermeira, ele aperta um botão e o farol fica aceso.
Antes de entrar no quarto, cada voluntário higieniza as mãos e os punhos. A
voluntária bate na porta e, se o paciente se sentir confortável com a nossa presença,
o grupo entra. No interior do quarto, há duas camas e um sofá de couro; um armário
e um banheiro. Nas paredes, não há quadros ou placas – exceto o prontuário do
paciente, o qual fica pendurado na parede em cima de sua cama. Há uma janela
grande, embora não seja recomendado que fique aberta por inteiro, única
responsável pela ventilação do ambiente. Neste dia (12/09/2017) estava quente,
então, percebemos que o local não está preparado para este tipo de clima.
Depois de entrar no quarto, cada voluntária se apresenta aos pacientes e
acompanhantes, apresentamos o projeto e iniciamos uma conversa. Fomos
orientadas a nunca questionar sobre o motivo de cada um estar ali, e manter os
pacientes sempre o mais confortáveis possível com a situação.
No primeiro dia de observação, a atividade proposta envolvia músicas: cada
pessoa pegava um papelzinho de uma caixinha, onde estava escrito o nome de uma
música conhecida culturalmente; a pessoa deveria pegar, em outra caixa, uma
sílaba, e cantar a música sorteada apenas com esta sílaba. As outras pessoas
deveriam adivinhar a música para que todos cantássemos juntos.
Entramos em três quartos. No primeiro, havia uma senhora internada, uma
acompanhante e duas visitas; o quarto ficou cheio, todas cantaram e se divertiram. A
senhora que estava internada ficou sentada em uma poltrona, devagar, interagia
com as voluntárias. As voluntárias buscavam sempre manter o ambiente o mais
confortável possível, conversando com a senhora e com as acompanhantes, sobre
assuntos da vida, família, tempo, comidas, músicas e filmes.
No segundo quarto, havia apenas uma senhora internada, sem
acompanhantes ou visitas. Ela nos recebeu com um sorriso, nos contou sobre sua
vida profissional, e seu afeto com crianças. Com ela, conversamos mais do que
brincamos, as voluntárias responsáveis percebiam que algumas pessoas sentem
mais necessidade de conversar sobre seus conflitos, e ouvir que tudo ficará bem.
No terceiro e último quarto, havia uma senhora internada, com um
acompanhante, seu filho. A senhora estava sentada no sofá, com o acompanhante,
sem tomar medicação intravenosa, apenas de repouso. Não gostou muito da ideia
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de brincar, então, ficamos ali por apenas alguns minutos, conversando sobre
assuntos leves e divertidos, ela gostou.
Quando saíamos de cada quarto, éramos parabenizados pela nossa iniciativa
e incentivados a continuar.

DIA 2 – 16/09/2017

No segundo dia, o número de voluntárias presentes era maior, então, nos


dividimos em grupos de 3, e cada grupo foi para uma ala diferente. A atividade
proposta dessa vez era de mímica.
Estava chovendo, então, na entrada havia uma placa grande e amarela,
alertando as pessoas com a possibilidade de o piso estar escorregadio.
Os pacientes que visitamos desta vez estavam em situações mais graves,
porém, aparentemente melhores. Nos três quartos em que entramos haviam duas
pessoas internadas, todas chegaram da UTI há pouco tempo, mas estavam com
suas próprias roupas, sem tomar medicação intravenosa, de pé ou sentadas.
No primeiro quarto, havia um senhor com sua neta de acompanhante e um
rapaz acompanhado de sua mãe. Mais uma vez, o quarto ficou cheio, todos
participaram da brincadeira, rimos e nos divertimos bastante. O senhor tinha
deficiência auditiva, por isso, as voluntárias falavam olhando diretamente para ele,
pausadamente e em tom mais alto. Ele conseguiu entender o que dizíamos, e nós
conversamos por algum tempo.
As acompanhantes dividiram com o grupo algumas histórias de família, e o
rapaz internado debateu conosco a respeito de cultura e assuntos considerados um
“tabu” pela sociedade. Aprendemos muito com aquelas pessoas, e vamos levar
vários ensinamentos para a vida.
O senhor precisava de auxílio de um andador. Houve um momento em que
ele se sentou na cama para conversar conosco, estava empolgado com a
brincadeira. Sua acompanhante e as voluntárias pegaram o andador para ele, e o
posicionaram na posição correta, para que se sentisse mais confortável. O senhor
agradeceu por estarmos ali. O rapaz elogiou nossa atitude, disse que precisavam de
pessoas como nós na UTI e nos incentivou a continuar.
No segundo quarto, haviam duas mulheres de meia-idade que estavam
esperando por um transplante. Apesar da situação de saúde em que se
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encontravam, as duas aparentavam estar firmes e confiantes. Elas estavam ali há


alguns dias, e acabaram criando um vínculo de convivência. As duas nos acolheram
com alegria; nos divertimos muito brincando com elas, e elas gostaram da nossa
visita, pois estavam sozinhas, e precisavam de atenção. Ficamos felizes em poder
ajudar.
No terceiro quarto, haviam dois senhores, apenas um deles com um
acompanhante. Depois de algum tempo brincando, o acompanhante disse que
aproveitaria a nossa presença para sair e resolver alguns assuntos importantes que
estavam pendentes, então, ficamos no quarto até que ele voltasse. O senhor
internado pediu que ficássemos mais, quando fomos nos despedir, e nós ficamos.
Uma enfermeira trouxe café para o outro senhor, ela foi atenciosa com ele, deu
atenção e carinho; ficamos comovidas com a atitude dela, pois percebemos que
alguns funcionários do hospital são rudes com os pacientes e principalmente com os
acompanhantes e as visitas.
Quando estávamos nos preparando para encerrar as atividades deste dia,
encontramos no corredor, o senhor do primeiro quarto. Ele estava passeando pelo
hospital, com seu andador e sua neta, que pediu para que nós tirássemos uma foto
com ele. Ficamos felizes, nos ajeitamos ao lado dele, e tiramos a foto. Os dois
pareciam muito animados e gratos pela nossa presença.
Desta vez, percebi que haviam câmeras de segurança pelos corredores do
hospital, e um elevador apenas em uma das alas do internamento.
Quando fomos embora, o segurança e as enfermeiras da ala em que
estávamos nos cumprimentaram.

DIA 3 – 07/10/2017

Neste dia, apenas duas voluntárias foram para o hospital, entramos em dois
quartos, onde ficamos por mais tempo do que nos dias anteriores.
No primeiro quarto, havia um senhor sem acompanhantes ou visitas. Quando
batemos na porta, o senhor estava de pé, tomando café. Perguntamos se não
estaríamos atrapalhando, e o senhor pediu que ficássemos.
A atividade deste dia envolvia histórias. Cada pessoa tirava de uma caixinha,
uma frase para iniciar uma história, e ia passando aleatoriamente para as outras,
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que continuavam a mesma história, incluindo elementos de palavras sorteadas


aleatoriamente.
Contamos três histórias, o senhor participou da brincadeira e pareceu gostar.
Depois, ficamos um tempo a mais conversando com ele, que nos contou sobre sua
família, viagens e algumas histórias de vivencias.
No segundo quarto, haviam duas mulheres internadas, uma delas estava
esperando que seu acompanhante viesse a buscar, pois acabara de receber alta. As
duas passaram pela mesma cirurgia, então, criaram um laço de convivência. Elas
conversavam bastante entre si, e, aos poucos, nos incluíram na conversa.
A mulher que estava de saída é pedagoga, portanto, teve muita facilidade em
continuar nossas histórias; a outra, disse que não se dá bem com criatividade e não
participou, porém, se divertiu conosco brincando, ela riu bastante e alto.
Conversamos com elas sobre o tempo, sobre situações cotidianas e sobre
assuntos amorosos. Mais uma vez, fomos embora com uma bagagem de bons
pensamentos para levarmos para nossas vidas.
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3 COMPARATIVIDADE E A ANÁLISE DOS FATOS OBSERVADOS

Uma sucinta comparação entre as observações com a abordagem entre


semelhanças e as diferenças permite a melhor visualização do trabalho como um
todo e facilita a análise sociológica dos eventos observados.

3.1 SEMELHANÇA E A RELAÇÃO DO CUIDADO

O propósito das observações é comum para ambas as observadoras, pois


além da observação no fenômeno do cuidado, existe o intuito de ajudar a melhorar o
ambiente hospitalar através da humanização dos pacientes internados, que se
encontram fragilizados e necessitam de interação social e de ocupação visando o
bem-estar. Quando o paciente não se sentia à vontade de participar das atividades
lúdicas e de ser observado, as três observadoras não realizavam a observação.
É comum nas observações notar-se que o cuidado se inicia logo na entrada
do hospital, onde existem rampas que garantem a acessibilidade ao possível
paciente ou acompanhante, já dentro do hospital por existir equipamentos como
álcool em gel para a higienização das mãos, outros produtos, e pessoas
responsáveis pela limpeza do local, caracterizando o ambiente como limpo e
organizado. É muito citado nas observações, principalmente o cheiro característico
do hospital, isso representa que este lugar possui características notáveis já que
tende a estar adaptado ao público-alvo, refletindo novamente sobre o cuidado na
relação paciente e profissional de saúde. Esse meio social com os profissionais
dentro do ambiente hospitalar e com todos os utensílios e suporte visa suprir e
atender a necessidade dos pacientes que estão nele, promovendo a humanização.
As acadêmicas durante os três dias visitaram uma quantidade variada de
quartos (mais de 4 quartos observados por todas), com diferentes pacientes,
entretanto as atividades que foram aplicadas aos enfermos foram as mesmas e com
objetivos parecidos. Aplicaram atividades interativas aos pacientes, como mímicas,
brincadeiras envolvendo músicas ou simplesmente a contagem de histórias.
Apesar dessas atividades serem realizadas, conforme as observações, a
grande maioria dos pacientes visitados sentiam-se inicialmente tímidos, e
precisavam de uma motivação inicial para as brincadeiras. Isso representa a
necessidade do cuidado diferenciado e da atenção que eles precisam naquele meio
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social e expõe o estado de vulnerabilidade. Entretanto, os pacientes, no geral


aceitavam com facilidade a ideia de interagir com os voluntários e profissionais. Um
exemplo disso, foi a atividade, na qual, os enfermos contavam suas histórias de
vida, mas isso ocorreu somente após sentirem-se confiantes e confortáveis em
resposta a cordialidade e simpatia dos voluntários e dos profissionais que buscaram
promover atenção integral para eles no momento da visita.
O indivíduo no leito, além de paciente, continua tendo suas ideias e opiniões,
que foram expressas na observação, como em situações cotidianas, assuntos
amorosos, culturas e até assuntos considerados “tabus”. Nota-se que parte do
cuidado e da abertura dos pacientes com os profissionais e voluntários é
consequência do reconhecimento desses fatores por essas últimas pessoas, ou seja,
de que o paciente não é só paciente, ele é um cidadão, inserido no meio social,
ainda que no ambiente hospitalar e também que ele está numa situação pontual de
enfermidade ou de limitação. Para a eficiência do cuidado e tratamento foi preciso
reconhecer que ainda existe a independência do paciente em suas próprias
concepções e ações.
Outra atividade aplicada aos pacientes e observada por ambas as
observadoras foi a proposta que envolvia músicas, que consistia em pegar um papel
com um nome de uma canção em uma caixa e cantar a música com apenas uma
sílaba para os outros adivinharem. O objetivo dessa atividade faz parte do cuidado,
pois além da interação social proposta pelos voluntários e profissionais, auxilia no
esquecimento temporário da condição do paciente, já que faz parte do processo de
recuperação de habilidades o desvirtuamento do porquê o enfermo está ali, isso
quer dizer que, distancia o pensamento do paciente que está quase unicamente
voltado para o problema que ele possui, e acentua a mais rápida inserção social
dele para voltar pra casa, pro trabalho e para suas ocupações diárias.

3.2 DIFERENÇA E A RELAÇÃO DO CUIDADO

Há diferentes formas do paciente lidar com o propósito dos profissionais e dos


voluntários. Nas observações, com mais mulheres do que homens, várias delas
costumavam-se interagir mais facilmente com os voluntários do que os homens.
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Comparando os observados, geralmente os enfermos que estavam sozinhos


e sem acompanhantes atenderam e participaram mais ativamente das atividades,
isso pode ser resultado da sensação de exclusão social, ou de solidão que eles
sentem naquele meio. Com o propósito de diversão, algumas atividades promovidas
pelos voluntários provocaram reações diferentes de afeto, em relação ao cuidado e a
atenção que essas pessoas receberam.

Alguns exemplos citados nas observações, é de um indivíduo que pediu para


tirar fotos, com uma das voluntárias. Também existiu outra senhora que não tirou
foto e nem se sentiu à vontade a realizar as brincadeiras, mas conversou sobre seus
próprios conflitos. Traduz-se que parte do cuidado com enfermo é de permitir
orientar-se por eles nas propostas de atividades, visto que, existem pacientes que
não gostam de brincadeiras lúdicas, outros preferem conversas, já alguns preferem
evitar qualquer tipo de interação além da necessária, por possível receio de
demonstrar o seu verdadeiro estado de saúde.
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4 ASPECTOS SOCIOLÓGICOS DA OBSERVAÇÃO

Um fenômeno que se verifica nos pacientes do ambiente hospitalar é o fato


social. Ele está relacionado a imposição que atinge o indivíduo, sobre o dever de
ele ser funcional e estar saudável e apto para trabalhar e poder conviver
harmonicamente com seus papéis ocupacionais na sociedade, e isso participa na
totalidade da vida de todas as pessoas, o que caracteriza a generalidade. Se o
indivíduo estiver limitado, e não apto a realizar funções, ele tende a sofrer sanções
repreensivas, ou seja, estará excluso socialmente. Esses imperativos morais são
exteriores ao indivíduo, coercitivos e generalistas mesmo que não deixe de
constituir caráter intrínseco ao paciente, nesse contexto.

Se não me submeto as convenções mundanas; se, ao me vestir não levo


em consideração os usos seguidos em meu país e na minha classe, o riso
que provoco, o afastamento em que os outros me conservam, produzem,
embora de maneira mais atenuada, os mesmos efeitos que uma pena
propriamente dita. (RODRIGUES, 2003, p. 47).

Há a presença da solidariedade descrita como mecânica nas relações


sociais entre os profissionais de saúde, no contexto hospitalar como na formação
da classes e conselhos. Neste caso, pode citar-se o CREFITO - Conselho Regional
de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO, 2009). Os profissionais de saúde
que se aliam a esse Conselho, exigem ideias semelhantes para que o exercício do
seu próprio trabalho e do cuidado seja digno. Essa solidariedade se define pela
“consciência coletiva” exercida sobre seus membros, caracterizada pelo apelo
consensual e difuso. (VARES, 2013)

É presente também na relação paciente e profissional de saúde, o exercício


da dominação legal no meio hospitalar, com o profissional detendo a autoridade. O
profissional (seja terapeuta ocupacional ou médico) tem a autoridade não em
virtude de seu direito próprio, mas a dominação é legitimada através da regra
convencionada, que é o seu cargo dentro da empresa na prestação dos seus
serviços. (COHN, 2003)
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5 CONCLUSÃO

O desenvolvimento desse trabalho possibilitou uma análise de que o cuidado


faz parte da humanidade desde a sua origem. Sendo assim é um sentimento natural
do ser humano, percorrido por todos os tempos. O ato de cuidar é doar-se para
outro, propondo assim bem-estar e maior qualidade de vida
. No presente trabalho foi observado que indivíduos que não se sentem aptos
para realizar determinadas funções ou tarefas, sentem se excluídos socialmente,
vale ressaltar que cada pessoa necessita de um tipo de cuidado especifico, umas
necessitam de mais outras nem tanto. Por isso é importante que o profissional
busque o conhecimento de como agir, envolvendo-se no processo de cuidar, de
forma que seu envolvimento seja digno e promova bem-estar para todos os
envolvidos.
De modo geral, os pacientes observados, em sua grande maioria,
participaram e colaboraram com as atividades propostas o que foi muito importante
para a realização das observações e por consequência para a análise.
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REFERÊNCIAS

CONSELHO FEDERAL DE FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL -


RESOLUÇÃO COFFITO, 2009. Disponível em:
<http://www.crefito10.org.br/conteudo.jsp?ids=64>. Acesso em: 08 de novembro
2017

RODRIGUES, José Albertino. Durkheim: Sociologia. São Paulo: Ática, 2003, p. 47-
51.

VARES, Sidnei Ferreira. SOLIDARIEDADE MECÂNICA E SOLIDARIEDADE


ORGÂNICA EM ÉMILE DURKHEIM: DOIS CONCEITOS E UM DILEMA. São
Paulo, 2013, p. 152. Disponível em:
<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/viewFile/17317/13807>.
Acesso em: 08 de novembro 2017

WEBER, Max. “Os três tipos puros de dominação legítima”, COHN, G. (org.)
Max Weber: Sociologia. São Paulo: Ática, 2003, p. 129.

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