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UNIVERSIDADE DO PORTO

Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar

GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM


NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
Contributo para um discurso mais rigoroso

PAULO ALEXANDRE PUGA MACHADO


Assistente na ESEnfSJ

Dissertação de Mestrado
apresentada ao
Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.
Orientação de Abel Paiva e Silva,
Mestre em Ciências de Enfermagem

PORTO • J U N H O • 2001
UNIVERSIDADE DO PORTO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS DE ABEL SALAZAR

GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM


NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Paulo Alexandre Puga Machado


Assistente na ESEnfíJ

Dissertação de Mestrado apresentada ao


Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.
Orientação de Abel Paiva e Silva, Mestre em
Ciências de Enfermagem.

Porto, Junho de 2001


Aos meus Pais,

à Raquel,

ao João Miguel e ao Francisco...


Agradecimentos

À Sra Enf3 Laurentina, Directora da Sub-Região de Saúde de Vila Real, pela dis-
ponibilidade quanto à consulta dos processos.

Aos colegas dos Centros de Saúde de Ribeira de Pena, Santa Marta de Penagui-
ão e Vila Pouca de Aguiar, pela amabilidade e disponibilidade sempre presentes.

A Professora Doutora Amy Coenen, Professor Doutor William Goossen e Pro-


fessor Doutor Charles Tilquin pelo saber proporcionado e a disponibilidade de-
monstrada.

As S™8. Enfas. Gilda e Manuela Martins pelo saber proporcionado e a disponibi-


lidade demonstrada.

Aos colegas Antónia, Paulino, Ana Leonor, Paula Prata, Filipe Pereira pela
Amizade...

Aos colegas Paulo Parente, Filomena Pinto, e Natália Machado pelo apoio e dis-
ponibilidade sempre demonstrados.

À Fabíola e Enfermeira Pichei pela ajuda prestimosa.

Ao Sérgio, Sr. Alexandre, D. Orísia, D. Zulmira e Sr. Henrique pelas ajudas bem
necessárias que disponibilizaram.
Resumo
Nos dias de hoje o conhecimento das instituições relativamente às necessidades
de enfermagem é de extrema importância dado que para promover cuidados de enfer-
magem de qualidade é necessária uma dotação de pessoal ajustada. Neste contexto, de-
senhamos um estudo com o propósito de contribuir para uma avaliação mais rigorosa da
intensidade da carga do trabalho de enfermagem.

Em 1999, um grupo de enfermeiros da Escola Superior de Enfermagem de S.


João e de três Centros de Saúde, desenvolveu um projecto orientado para a reformula-
ção do sistema de informação em três Centros de Saúde incorporando a Classificação
Internacional para a Prática de Enfermagem enquanto sistema de vocabulário controla-
do na produção de documentação de enfermagem. Um ano após a implementação do
novo sistema, foi possível submeter uma amostra da documentação de enfermagem a
análise de conteúdo, no sentido de explorar as necessidades em cuidados de enferma-
gem e as intervenções documentadas.

Dado o caracter participativo que enformou o processo de mudança, nomeada-


mente no que concerne à apropriação dos conceitos classificados e utilizados na docu-
mentação de enfermagem, é de supor a exemplaridade do sistema de documentação dos
cuidados de enfermagem nestes três Centros de Saúde, relativamente à maior fiabilidade
da documentação. Assim, seleccionamos a documentação de Enfermagem processada
durante os meses de Maio e Junho de 1999, nos três Centros de Saúde (referente a 7804
contactos), submetendo estes dados a análise de conteúdo.

Relativamente às intervenções documentadas, seleccionamos as que foram im-


plementadas no domicílio dos utentes. Seguidamente, criamos um instrumento com o
qual se mediu o tempo despendido pelos enfermeiros na realização desses contactos no
domicílio, assim como se estudou a influência da distância do domicílio relativamente
ao Centro de Saúde, no que se refere ao tempo despendido na realização deste tipo de
contactos de enfermagem.
Abstract
Today the knowledge of the institutions relatively to the needs of the nursing en-
dowment it's important to promote quality of cares. In this context, we made a study to
contributing for more rigorous evaluation of the intensity nursing workload.

In 1999, a nurses group of S. João Nursing College with three Health Centers,
developed a project to reformulate the information system in three Health Centers that
incorporate the International Classification for Nursing Practice as long as controlled
system vocabulary in nursing documentation production. After one year, it was possible
to submit a sample of the new system nursing documentation to contents analysis, in the
sense of exploring the needs in nursing cares and the documented interventions.

Considering the participative character that formatted the change process,


namely in what concerns to the appropriation of the classified and used concepts in the
nursing documentation, it is to be supposed the system exemplariness of the nursing ca-
res documentation in these three Health Centers, relatively to the largest feasibility of
the documentation. Like this, we selected the processed Nursing documentation during
the months of May and June of 1999, in the three Health Centers (regarding to 7804
contacts), submitting these data to contents analysis.

Relatively to the documented interventions, we selected the ones that were im-
plemented in patient home. Continuously, we created an instrument which measured the
time spent by the nurses in the accomplishment of those contacts at home, and simulta-
neously was studied the influence of the distance of the home relatively to the Health
Center, considering the time spent in the accomplishment of this type of nursing con-
tacts.
CHAVE DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ANA - American Nurses Association

ARS - Administração Regional de Saúde

CIPE - Classificação I n t e r n a c i o n a l para a Prática de Enferma-


gem

dum - Data da última menstruação

ESEnfSJ - Escola Superior de Enfermagem de S. João

F(x) - Frequência absoluta

GRASP - Grace Reynolds Application and Study of PETO

IGIF - I n s t i t u t o de Gestão Informática e Financeira

ICN - I n t e r n a t i o n a l Council of Nurses

NEMS - Nine Equivalents of Nursing Manpower use Score

PRN - Project Research Nursing

SAP - Serviço de Atendimento Permanente

SAU - Serviço de Atendimento Urgente

TA - Tensão arterial

TISS - Therapeutic Intervention Scoring System

TOSS - Time Oriented Score System


índice de figuras

Figura 1 - Mapa de Vila Real 50

Figura 2 - Exemplificação da construção de um diagnóstico conforme a CEPE® 63

Figura 3 -Modelo de Análise 78


Indice de Quadros

Quadro 1 - Estilos Básicos de Sistemas de Classificação de Doentes 25

Quadro 2 - Exemplificação dos níveis de intensidade, relativamente ao indicador


higiene, segundo Whitney & Killien (1987) 34

Quadro 3 - Caracterização das metodologias de dotação de pessoal de enfermagem ...38

Quadro 4- Sistemas de Distribuição de Trabalho de Enfermagem 42

Quadro 5 - Recursos humanos do Centro de Saúde de Ribeira de Pena 53

Quadro 6 - Recursos Humanos do Centro de Saúde de Santa Marta de Penaguião 55

Quadro 7 - Recursos humanos do Centro de Saúde de Vila Pouca de Aguiar 58

Quadro 8 - Distribuição dos contactos por local onde ocorre o contacto e por Centro de
Saúde 81

Quadro 9 - Tipo de contactos que ocorrem no Centro de Saúde 83

Quadro 10 - Distribuição dos fenómenos de enfermagem por Centro de Saúde e Local


de contacto 86

Quadro 11 - Distribuição dos fenómenos de enfermagem por local de contacto em


Ribeira de Pena 88

Quadro 12 - Distribuição dos fenómenos de enfermagem por local de contacto em


Santa Marta de Penaguião 91

Quadro 13 - Distribuição dos fenómenos de enfermagem por local de contacto em Vila


Pouca de Aguiar 93

Quadro 14 - Distribuição por local de contacto, do total de fenómenos de enfermagem


documentados 94

Quadro 15 - Distribuição das intervenções de enfermagem por local de contacto em


Ribeira de Pena 97
Quadro 16 - Distribuição das intervenções de enfermagem por local de contacto em
Santa Marta de Penaguião 99

Quadro 17 - Distribuição das intervenções de enfermagem por local de contacto em


Vila Pouca de Aguiar 100

Quadro 18 - Distribuição do total de intervenções de enfermagem por local de contacto


101

Quadro 19 - Intervenções de enfermagem mais frequentes associadas aos fenómenos de


enfermagem do domínio do Tegumento 102

Quadro 20 - Intervenções de enfermagem mais frequentes associadas ao fenómeno de


enfermagem Planeamento familiar 104

Quadro 21 - Intervenções de enfermagem mais frequentes associadas ao fenómeno de


enfermagem Hipertensão arterial 105

Quadro 22 - Intervenções de enfermagem mais frequentes associadas ao fenómeno de


enfermagem Infância 106

Quadro 23 - Intervenções de enfermagem mais frequentes associadas ao fenómeno de


enfermagem Precauções de segurança 107

Quadro 24 - Intervenções de enfermagem mais frequentes associadas ao fenómeno de


enfermagem Desempenho de papéis 108

Quadro 25 - Intervenções de enfermagem mais frequentes associadas aos fenómenos de


enfermagem do domínio do Autocuidado 109

Quadro 26 - Tempo despendido por contacto ocorrido no domicílio, nos três Centros de
Saúde Hl
GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIM.ÍRJOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

índice Geral

1. INTRODUÇÃO 12

2. ESTRATÉGIAS DE PREVISÃO DOS RECURSOS DE


ENFERMAGEM 17

2.1. PREVISÃO E/OU CÁLCULO DAS CARGAS DE TRABALHO DE


ENFERMAGEM 19

2.1.1. Censo de Doentes 20


2.1.2. Necessidades de Assistência dos Doentes 21
2.1.3. Sistemas de Classificação de Doentes 24
2.2. SÍNTESE DE CONVERGÊNCIA DAS VÁRIAS METODOLOGIAS DE
DOTAÇÃO DE PESSOAL 38

3. ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO 48

3.1. O CONTEXTO 50

3.1.1. Projecto de Restruturação dos Sistemas de Documentação de Enfermagem 59

3.2. FINALIDADE DO ESTUDO 67

3.3. PERGUNTAS DE PARTIDA 69

3.4. VARIÁVEIS 69

3.5. TIPO DE ESTUDO 72

3.6. AMOSTRA 72

3.7. DESENHO DO ESTUDO 73

3.8. TÉCNICAS DE RECOLHA DE DADOS 74

3.8.1. Análise de Conteúdo 76


10

— Paulo Alexandre Puga Machado —-


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIM.ÍRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS 80


4.1. Os CONTACTOS 80

4.2. Os FENÓMENOS DE ENFERMAGEM 85

4.3. As INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM 95

4.4. FENÓMENOS VERSUS INTERVENÇÕES 101

4.5. TEMPO DESPENDIDO NOS CONTACTOS NO DOMICÍLIO 110

5. CONCLUSÕES 113

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 117

11

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CVIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

1. INTRODUÇÃO

Vivemos num tempo em que os constrangimentosfinanceiros,logo a prevenção


do "despesismo", constituem tónicas do discurso de grande parte dos gestores e claro de
muitos políticos. Indubitavelmente, uma forma imediata de reduzir gastos será a redu-
ção de pessoal. Não obstante, acreditamos mais numa política de planeamento efectivo,
a qual preconiza o ajuste dos recursos humanos em função do trabalho a que nos pro-
pomos concretizar.

Com efeito, no domínio da saúde constatamos que existem vários métodos de


cálculo de pessoal. Todos comportam vantagens e limitações efectivas. Na verdade, não
existe nenhuma metodologia cujo cálculo seja exacto, já que há vertentes do trabalho de
enfermagem que não só não são mensuráveis, como dificilmente serão quantificados
com total rigor. Sobressai no entanto destas metodologias, que há um conjunto de facto-
res que são determinantes para um cálculo mais ajustado. Assim, é indispensável co-
nhecer a população alvo e suas necessidades relativamente a cuidados de enfermagem.
Ao mesmo nível sugerimos o tipo e a quantidade de cuidados de enfermagem que pre-
tendemos prestar. Podemos então afirmar que a previsão não visa o arrojo, mas antes se
funda num conjunto de indicadoresfidedignosde modo a ser exercida com grande exac-
tidão.

Dado o actual enquadramento político-económico internacional, é notória uma


fase de restrição de custos. Também Portugal se confronta perante as mesmas condicio-
nantes, sendo poucos os trabalhos conhecidos no âmbito da saúde, que visam aclarar a
dotação de pessoal, nomeadamente de enfermagem. Tal facto leva-nos a crer que a do-
tação de pessoal deixa por vezes de ser exercida com base em indicadores objectivos,
passando a fundar-se mais em razões de natureza política. Como já proferimos, encon-
tramos várias metodologias de cálculo, contudo parece que relativamente à saúde e dado
o contexto social e económico que vivemos, os sistemas de classificação de doentes
constituem a metodologia mais abrangente para o cálculo de recursos humanos. Salien-
tamos ainda que estes métodos visam uma análise às necessidades de cuidados de en-
fermagem da população.

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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PAIU UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

A inexistência de uma linguagem comum, traduz-se na impossibilidade de de-


monstrar de forma clara e transparente o constante do nosso desempenho, logo do nosso
contributo social enquanto profissão. A Classificação Internacional para a Prática de En-
fermagem, constitui uma resposta efectiva quanto ao alicerçar de uma linguagem co-
mum. E um excelente instrumento de trabalho, que veio contribuir para a qualidade dos
registos de enfermagem, dos quais se releva o que é específico da nossa profissão. So-
bressai da sua utilização, a possibilidade de construir sistemas de documentação de en-
fermagem baseados em linguagem comum.

Salientamos ainda que os Cuidados de Saúde Primários são determinantes no


grau de saúde da população. Cabe aos profissionais efectuar a vigilância de saúde de
toda a população. Para além disso, apostar nos Cuidados de Saúde Primários é uma
forma muito efectiva de reduzir gastos. Sabemos que o "tratar" não só é mais dispendio-
so como pode não devolver a qualidade de vida da pessoa acometida de doença ou
trauma. Realçamos também, que neste campo não há muitos trabalhos que visem o es-
tudo da intensidade da carga de trabalho de enfermagem.

Assim, dado termos integrado um grupo de trabalho que desenvolveu um projec-


to, visando a utilização da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem,
nos registos de enfermagem, no âmbito dos Cuidados de Saúde Primários. E com base
no conhecimento, face à pesquisa efectuada, da necessidade da implementação de uma
metodologia que com rigor e à luz do mais actual, visasse o cálculo dos recursos de en-
fermagem, tomamos a decisão de realizar um estudo que contribuísse para um discurso
mais rigoroso sobre gestão de recursos de enfermagem nos Cuidados de Saúde Primári-
os.

Falar de Cuidados de Saúde Primários implica ter em conta que o seu espectro
de actuação se dispersa pela comunidade. Assim, uma parte da população alvo destes
cuidados encontra-se no seu domicílio. Constituem um grupo de pessoas para as quais o
número e especificidade das respostas é limitado. Com efeito, esta população congrega
sobretudo idosos, muitos dos quais são portadores de patologias ou sequelas destas, tí-
picas desta faixa etária. Consequentemente alguns destes utentes encontram-se acama-
dos, logo impossibilitados de se deslocarem ao Centro de Saúde. Deste modo, os cuida-
dos de enfermagem de que necessitam têm de ser prestados no domicílio. Sobressai
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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARÍ UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

também, que prestar cuidados de enfermagem no domicílio impõe deslocações e expõe


necessidades destes utentes para as quais urge encontrar respostas... É sem dúvida um
desafio, já que neste universo solicitador de cuidados reside uma nítida provocação ao
actual contexto do sistema de saúde.

Pretendemos contribuir para o desenvolvimento de um discurso mais rigoroso


que exponha pistas conducentes à avaliação da intensidade da carga do trabalho de en-
fermagem com bases fundamentadas, de modo a que deste relatório sobressaia o início
de um caminho e não o objectivo final deste. É nosso intento que das conclusões do
nosso estudo se sobreleve uma visão estratégica relativa às metodologias de cálculo da
intensidade da carga de trabalho de enfermagem no âmbito dos Cuidados de Saúde Pri-
mários.

Salientamos que o levantamento das necessidades da população alvo em cuida-


dos de enfermagem, bem como as intervenções de enfermagem face às necessidades de-
tectadas, foram sustentadas na análise da documentação de enfermagem produzida nos
três Centros de Saúde. Deste modo delineamos comofinalidadedeste estudo:

> Contribuir para o aprofundamento das metodologias e dos factores envolvidos


na dotação dos recursos humanos de enfermagem nos Cuidados de Saúde Primá-
rios enquanto visão estratégica para a melhoria da qualidade dos Cuidados de
Enfermagem.

Com o intuito de dar cumprimento àfinalidadea que nos propusemos levanta-


mos as seguintes Perguntas de Partida:

S Quais as necessidades da população alvo dos três Centros de Saúde, em cuida-


dos de enfermagem, tendo por base a documentação de enfermagem?

S Quais as intervenções de enfermagem implementadas, face às necessidades da


população, em cuidados de enfermagem, tendo por base a documentação de en-
fermagem?

S Qual o tempo médio despendido pelos enfermeiros nas deslocações aos domicí-
lios?

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— Paulo Alexandre Puga Machado —
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S Qual o tempo médio por contacto de enfermagem no domicílio?

Esta dissertação reporta um estudo exploratório, concretizado em duas fases


temporais distintas. Uma primeira que visou a análise da documentação de enfermagem
e uma segunda em que utilizando um instrumento de colheita de dados, se mediu o tem-
po despendido pelos enfermeiros na prestação de cuidados de enfermagem, no domicí-
lio.

A dissertação está estruturada, para além desta introdução, em mais quatro capí-
tulos, os quais passamos a descrever. O segundo capítulo, sob o título "Estratégias de
Previsão dos Recursos de Enfermagem" contempla uma abordagem relativa à previsão
e/ou cálculo das cargas de trabalho de enfermagem, tendo em conta os pontos de vista
de vários autores. Salientamos também algumas fontes de consulta e/ou métodos de
previsão dos recursos de enfermagem, dentre estes citamos: o censo de doentes, as ne-
cessidades de assistência dos doentes, os sistemas de classificação de doentes e ainda
outras metodologias. Integramos ainda, uma síntese de convergência das várias metodo-
logias de dotação de pessoal, na qual aludimos aos factores comuns às diversos métodos
que condicionam o cálculo da dotação de pessoal nos Cuidados Diferenciados e nos
Cuidados de Saúde Primários.

Relativamente ao terceiro capítulo, "Enquadramento Metodológico", foi nosso


intento proceder à caracterização da população abrangida pelos três Centros de Saúde e
das respectivas Instituições de Saúde. Dentro deste sub-capítulo, integramos também
uma alusão ao projecto concretizado nos três Centros de Saúde que levou à restrutura-
ção do sistema de documentação de enfermagem e ainda, dentro deste, uma sucinta
abordagem à Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem, de modo a que
seja possível perceber os suportes de registos alvo da nossa análise no estudo. Continu-
amos este capítulo com uma abordagem relativa à finalidade do estudo, às variáveis e
sua operacionalização, às perguntas de partida, amostra, desenho do estudo e às técnicas
de recolha de dados.

Num quarto capítulo apresenta-se a análise e discussão dos resultados por com-
paração sistemática com os achados. Este capítulo encontra-se dividido em duas partes.
A primeira parte é iniciada pela análise e discussão dos contactos, ao que se segue uma
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— Paulo Alexandre Puga Machado —


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CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

alusão às necessidades em cuidados de enfermagem documentadas, as quais geraram in-


tervenções de enfermagem. Na segunda parte deste capítulo analisamos a medição de
tempo relativa à prestação de cuidados no domicílio.

Daqui emerge o sexto capítulo onde são delineadas algumas conclusões e apre-
sentadas propostas relativas ao desenvolvimento futuro do tema de estudo.

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— Paulo Alexandre Puga Machado —


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2. ESTRATÉGIAS DE PREVISÃO DOS


RECURSOS DE ENFERMAGEM

A vida de qualquer instituição é condicionada por múltiplos factores, destes, os


Recursos Humanos constituem um dos mais importantes e cuja gestão é de extrema sen-
sibilidade. Frederico & Leitão (1999, p.105) definem Recursos Humanos como "as pes-
soas que integram, permanecem e participam na vida da empresa, qualquer que seja o
seu nível hierárquico ou tarefa". As mesmas autoras numa linha de síntese histórica re-
ferem que foi Taylor quem pela primeira vez integrou na administração princípios rela-
tivos à gestão dos Recursos Humanos. Assim preocupou-se com "questões como a se-
lecção, a formação profissional e a compensação dos trabalhadores" (Frederico & Lei-
tão, 1999, p. 105). Afirmam ainda que não menos importantes foram os trabalhos de El-
ton Mayo que constituíram base para a fundação da Escola das Relações Humanas, so-
brelevando-se a motivação, a liderança e a participação (Frederico & Leitão, 1999,
p.106).

Efectuando uma apreciação histórica, constatamos que na década de 60 a termi-


nologia "administração de pessoaV cai em prol da "gestão de recursos humanos", o
que significa que os "Recursos Humanos devem ser geridos em conjunto com os outros
recursos da organização". As décadas de 70 e 80 abrem novas perspectivas face à "fu-
são de conceitos da ciência organização com a prática da gestão de Recursos Huma-
nos. Ocorrendo assim uma reorganização do planeamento tradicional dos Recursos
Humanos para o planeamento estratégico; da motivação e satisfação individual para o
conceito de clima organizacional; das actividades de função pessoal analisadas de
forma desagregada para os resultados organizacionais; e da formação profissional
para a formação em sentido mais amplo e para o desenvolvimento organizacional. As
organizações são formadas por pessoas que através das suas capacidades, aptidões e
motivações, orientam a sua actividade, de modo a alcançar determinados objectivos
pessoais e institucionais" (Frederico & Leitão, 1999, p. 106-107). Frederico & Leitão
(1999, p.l12) referem que a gestão de Recursos Humanos comporta os seguintes consti-
tuintes: "Dotação e cálculo de pessoal, recrutamento e selecção, integração, formação,
avaliação de desempenho e carreira". Resta-nos pois definir Dotação de Pessoal de En-

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— Paulo A lexandre Puga Machado —


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fermagem, sendo: "uma actividade que se realiza com o objectivo de estabelecer de


forma quantitativa e qualitativa, as necessidades em pessoal de enfermagem para pres-
tar cuidados a um determinado grupo de doentes, com a finalidade não só de concreti-
zar aspectos do plano de acção de uma instituição de saúde, no que se refere a pessoal
(número, tipo e custos), mas também contribuir para avaliar o nível de cuidados de en-
fermagem" (Frederico & Leitão, 1999, p. 113). Deste modo, Kurcgant et ai. (1989, p.91)
afirmam que "dimensionar o pessoal de enfermagem constitui a etapa inicial do pro-
cesso de provimento de pessoal e tem por finalidade a previsão da quantidade de funci-
onários por categoria, requerida para atender, directa ou indirectamente, às necessi-
dades de assistência de enfermagem da clientela". As mesmas autoras referem que para
além do termo "dimensionamento" do pessoal de enfermagem encontramos outros sinó-
nimos na literatura, tais como: "estimativa do pessoal de enfermagem, cálculo do pes-
soal de enfermagem, dimensionamento de recursos humanos de enfermagem".

Cerro (1995, p.238-239), faz-nos uma alusão à evolução histórica da dotação de


pessoal de enfermagem. Assim numa primeira fase, a dotação baseava-se no conheci-
mento que as Direcções das Instituições de Saúde detinham da prática de enfermagem,
tais como: experiências anteriores, próprias ou de outros, logo plena de subjectividade.
A dotação era condicionada pelas pressões exercidas pelos mais variados poderes factu-
ais presentes na instituição. Posteriormente, começou-se a ter em conta os rácios estru-
turais como: Enfermeiros / n.° de camas... Estes rácios ao serem estáticos (não utilizan-
do qualquer parâmetro de actividade), impediam o alcance de níveis adequados de pro-
dutividade. Alguns anos mais tarde, começaram a usar-se rácios de assistência paramé-
dicos, logo, estes integravam critérios de actividade médica para tentar medir as neces-
sidades de cobertura de cuidados de enfermagem. O mesmo autor refere que o passo se-
guinte foram as classificações de doentes que forneciam um valor aproximado já que no
seu início não mediam o trabalho realizado. Por fim, surgiram os métodos que utilizam
instrumentos que medem os níveis de cuidados de enfermagem. Estes baseiam-se em
observar as actividades de enfermagem, previamente classificadas das mais variadas
formas e valoradas em termos de tempo, de forma a posteriormente calcular o tempo
necessário em cuidados para um determinado doente e transformar este tempo em nú-
mero de enfermeiros. E ainda este autor que afirma que apesar de aparecerem novas me-
todologias de dotação de pessoal de enfermagem estas não marcam o desaparecimento

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— Paulo Alexandre Puga Machado —


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das anteriores já que por vezes umas complementam as restantes (Cerro, 1995, p.242).

Verificamos pois que o cálculo dos recursos humanos constitui uma matéria
complexa. E de difícil precisão um cálculo, cuja atribuição varia face ao dinamismo
quanto ao número e ao tipo de funções a desempenhar. A complexidade intensifíca-se,
se as referidas funções encerram atitudes não só do domínio do "executar", mas também
do "observar", do "gerir", do "atender" e do "informar" (ICN, 2000, p.147), contem-
plando cada uma a seu tempo ou situando-as de forma conjugada no mesmo instante
temporal. Camano-Puig & Rincón (2000, p.761) afirmam que são múltiplas as metodo-
logias para calcular as cargas de trabalho de enfermagem.

2.1. Previsão e/ou Cálculo das Cargas de Trabalho de


Enfermagem

A metodologia mais ancestral aponta para que sejam as enfermeiras mais experi-
entes que estabeleçam para cada Doente-tipo os Standards de Assistência. Outro proces-
so válido é o método "Amostragem de Trabalho", o qual Gillies define por: "um método
de Engenharia Industrial que mede o tempo utilizado nos três tipos de actividades de
enfermagem (assistência directa, assistência indirecta e educação para a saúde), numa
dada Unidade" (Gillies, 1994, p.246). O mesmo permite medir o tempo gasto pelas ta-
refas de enfermagem, osfluxosde trabalho e a reorganização das tarefas de modo a ob-
ter a máxima eficácia. Baseia-se na suposição de que uma amostra ao acaso das activi-
dades de um trabalhador terá uma configuração geral, semelhante à das actividades la-
borais totais. Para isso, Gillies (1994, p.246) afirma-nos que é necessário que um dado
trabalhador siga um conjunto de etapas: todas as actividades realizadas por estes traba-
lhadores serão agrupadas segundo uma classificação lógica, preparam-se as folhas de
colheitas de dados e tomam-se as decisões relativas ao número de trabalhadores a ob-
servar, determina-se ainda o período no qual decorrem as observações e a frequência
com que serão exercidas. Posteriormente os observadores serão preparados quanto à
forma de identificar as condutas e de efectuar os registos. O pessoal deve ser informado
do objectivo, desenho, metodologia e duração do estudo. Seguidamente procede-se à
análise e extracção das conclusões passando-se a informação aos gestores de enferma-
gem. Os dados obtidos devem ser partilhados com o pessoal de enfermagem no sentido

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— Paulo Alexandre Puga Machado —


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de lhes dar a conhecer os resultados e de virem a pôr em prática os ajustes necessários à


melhoria da prestação de cuidados (Gillies, 1994, p.246).

Também os Métodos Operativos de Gestão podem constituir a solução para a


determinação do número de enfermeiros necessários. Este método consta de um modelo
de sistemas para relacionar a função de recursos humanos com outras funções directi-
vas, as quais devem estar coordenadas com: planificação, organização, direcção, comu-
nicação, motivação e controle. Formulam-se Standards de Assistência de Enfermagem
para cada Doente-tipo, calculam-se as proporções Doente-Enfermeiro tendo em conta as
frequências e as dificuldades das tarefas. Posteriormente contrata-se, selecciona-se, ori-
enta-se e organiza-se o pessoal necessário de acordo com um sistema que proporciona
uma evolução continuada e o controle de qualidade (Gillies, 1994, p.236).

De modo a melhorar a eficácia da gestão importa melhorar o equilíbrio entre o


pessoal e a carga de trabalho. Gillies (1994, P.238-243) aponta-nos alguns factores pre-
ponderantes para a previsão aferida da carga de trabalho de enfermagem...

2.1.1. Censo de Doentes

Diariamente em todas as Instituições de Saúde são registados os dados dos doen-


tes. A sua análise, pode ajudar de forma efectiva à previsão da carga de trabalho. Smith
(1985) & Bracken et al. (1985) [cit. por Gillies, 1994, p.239-240] afirmam que o pro-
gresso científico ou mesmo as variações demográficas podem ser determinantes para
variações verificadas entre a dotação estimada no ano anterior e o censo actual. O' Con-
nor & Efurd (1978) [cit. por Gillies, 1994, p. 240] estabeleceram um mecanismo de
previsão de admissões programando o número de reservas de admissões em relação ao
índice destas reservas. Assim passaram a poder prever todas as admissões, à excepção
das concretizadas nos dias feriados ou de férias.

Deste modo, para obterem a previsão de admissões, dividem o número de reser-


vas por o valor do rácio. Este rácio foi determinado pela divisão das reservas pelas ad-
missões numa amostra temporal de 1973 a 1975 no Donald N. Sharp Memorial Comu-
nity Hospital, em S. Diego (O'Connor & Efurd, 1978, p.95). No fundo melhoraram o
que era feito anteriormente que consistia na multiplicação da taxa de admissões pela du-
ração da ocupação/internamento médio. Já nas unidades de internamento programado
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— Paulo Alexandre Puga Machado —
GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

esta previsão é feita em função das altas ou dos cancelamentos. Wolfe & Young (1965)
[cit. por Gillies, 1994, p.241] afirmam que a ocupação de camas num hospital raramen-
te excede o censo diário médio mais quatro vezes a raiz quadrada dessa média. Gillies
(1994, p.241) afirma que uma gestora, afim de obter uma rentabilidade económica acei-
tável, deve evitar a dotação do pessoal baseada no censo máximo, porque ao proceder
deste modo estará a gastar dinheiro em excesso no pessoal. Frederico & Leitão(1999,
p.l 15), afirmam que "em Portugal o critério que com mais frequência tem sido utiliza-
do para o cálculo de necessidades em pessoal de Enfermagem é o rácio por cama dis-
ponh>er. Contudo como vários autores expressam, a referência deverá ser o alvo dos
cuidados de enfermagem, logo o doente internado/utente, e não a cama disponível.

Hagerty et ai. (1985) [cit. por Gillies, 1994, p.289], afirmam que a revisão dos
censos de doentes, dos índices de ocupação média, das estatísticas do tempo médio de
internamento, os diagnósticos de admissão e os diagnósticos no momento da alta clíni-
ca, nos três últimos anos, constituem fontes de informação importantíssima. Também a
revisão de histórias clínicas, permitem detectar possíveis necessidades de assistência.
As técnicas de avaliação de tarefas são úteis para determinar os standards de tempo que
se aplicam nos cuidados dos doentes com diferentes níveis de dependência.

2.1.2. Necessidades de Assistência dos Doentes

Wolfe & Young (1965, p.237), argumentam que: "a carga de trabalho da equi-
pa de enfermagem pode ser mensurada estatisticamente a partir da soma dos Cuidados
Directos com os Cuidados Indirectos". Gillies (1994, p.241) afirma que para além do
número de doentes, é importante para a previsão das cargas de trabalho de enfermagem,
conhecer o tipo de doentes internados, o diagnóstico e o tipo de cuidados de enferma-
gem que necessitam , pelo que a autora (Gillies, 1994, p.241) considera as necessidades
de assistência em:

S Necessidades de assistência directa

S Necessidades de assistência indirecta ou administrativa

S Necessidades de educação para a saúde

A Assistência Directa consiste na prestação de cuidados ao próprio doente, mais


21

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

especificamente quando o desempenho é dirigido às necessidadesfisiológicase psico-


lógicas do doente. A Assistência Administrativa ou de Suporte consiste nas actividades
desenvolvidas para o doente, mas que não requerem a sua presença, a exemplo: o bem-
estar ambiental, social e económico. E a Educação para a Saúde engloba todas as activi-
dades que os enfermeiros realizam afim de informarem, ensinarem e motivarem o doen-
te e a família (Gillies, 1994, p.241). Assim para efectuar o cálculo do número de enfer-
meiros para um dado serviço, seria necessário:

S Elaborar uma relação dos diferentes tipos de doentes... Num Serviço já


em funcionamento pode consultar-se o censo de modo a prever o número
de internamentos. Se é uma situação inaugural calcula-se a partir das es-
tatísticas de saúde e/ou do censo das consultas externas. A consulta des-
tes censos permite agrupar ou caracterizar os doentes segundo o diagnós-
tico, grupos etários, ou outra variável. Face às diferentes categorias uma
Enfermeira Especialista deve proceder à prescrição de intervenções de
enfermagem. Logo, a mesma enfermeira deve ainda mensurar quantas
vezes ao dia cada intervenção de enfermagem deve ser desenvolvida.

S Posteriormente um observador experiente procede à observação directa


de uma amostra do pessoal para determinar o tempo médio que requer a
realização de cada actividade, quer nos cuidados directos quer nos de
apoio. Por fim, uma Enfermeira Especialista ou Gestora quantificará a
média do tempo por dia, que um doente de cada categoria necessita. Mul-
tiplica-se o número obtido (média de tempo, por doente, por dia) pelo
número previsto de doentes e somam-se todos os produtos face às dife-
rentes categorias estabelecidas para um dado Serviço (Gillies, 1994,
p. 241-242).

Desta metodologia conclui-se que cada Instituição apresentará doentes com ca-
racterísticas diferentes e predominância de categorias também diferentes, pelo que este
tipo de cálculo terá que ser efectuado por cada Instituição.

2.1.2.1. Assistência Directa

Existem duas possibilidades de quantificar a Assistência Directa, a informação


22

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIM.ÍRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

dispensada pela enfermeira que presta os cuidados, e/ou o estudo feito por um observa-
dor experiente. A primeira forma pode trazer alguns inconvenientes já que há enfermei-
ros que não são precisos quer quanto à informação quer quanto à quantificação de tem-
pos. Gillies (1994, p.241) afirma que tal facto deve-se a que a prestação cria um envol-
vimento tal, que a noção de tempo deixa de estar presente. Já a observação é um método
eficaz, contudo implica não só um observador treinado mas também conhecedor do
exercício de enfermagem. Há no entanto, aspectos interessantes a extrapolar das duas
metodologias: se é a enfermeira a informar, vamos poder quantificar as actividades pu-
ramente intelectuais, bem como a planificação dos cuidados a implementar; se seguimos
a observação só se quantifica o visível ou observável. Com efeito não é fácil determinar
os tempos da prestação de cuidados de enfermagem (Gillies, 1994, p. 242-243).

2.1.2.2. Assistência Indirecta

Gillies (1994, p.245) e Wolfe & Young (1965, p.237), afirmam que após o cál-
culo das horas de Cuidados Directos que cada doente necessita diariamente, deve de-
terminar-se qual o tempo necessário para o desempenho das Actividades de Assistência
Indirectas. Estas contemplam: a planificação dos cuidados, requisições de materiais e
equipamento, consulta de outros membros da Equipa de Assistência, registo de Notas de
Enfermagem e leitura da História Clínica, informar sobre o estado do doente a outros
colaboradores e elaborar um Plano de Assistência para a Alta. Verifica-se que há varia-
bilidade de tempos face às diferentes patologias que os doentes apresentam. Assim,
Meyer (1978)[cit. por Gillies, 1994, p.245] refere que o Grace Hospital de Detroit esti-
mou um tempo médio de 38 minutos por doente, por dia para a concretização de Assis-
tência Indirecta. Também Wolfe & Young (1965) )[cit. por Gillies, 1994, p.245], no
John Hopkins Hospital concluíram que o tempo dedicado à Assistência Indirecta é
constante ao longo de todos os turnos e estimaram-no em 1 hora por doente.

Gillies (1994, p.246) afirma que a estrutura da Instituição pode interferir com o
tempo médio utilizado na Assistência Indirecta, já que as características da organização
(piramidal, linear, linear pura, linear por funções e equipas ou organização matricial) in-
fluirá na quantidade de tempo que as enfermeiras gastam para comunicarem entre si ou
com outros técnicos.

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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SA ÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

2.1.2.3. Educação para a Saúde

Esta é outra vertente em que se torna necessário o cálculo do tempo para obter a
carga de trabalho de enfermagem. Quase todos os doentes necessitam de Educação para
a Saúde e embora de forma individualizada face ao diagnóstico de cada um há itens cuja
pertinência é indiscutível: grau de actividade, medicação, tratamentos, seguimento mé-
dico e de enfermagem e serviços de suporte ou Segurança Social. Meyer (1978) [cit. por
Gillies, 1994, p.246], refere que uma Instituição atribuiu à Educação para a Saúde e
apoio psicológico 14,5 minutos por doente por dia.

2.1.3. Sistemas de Classificação de Doentes

Rodrigues Filho, citado por Frederico & Leitão (1999, p.114), define Sistema de
Classificação como: "um sistema que determina as exigências do doente em termos de
cuidados de enfermagem, com base nas suas necessidades, nas intervenções de enfer-
magem e nas prioridades do cuidado". Desta forma os Sistemas de Classificação vão
substanciar o processo de tomada de decisão quanto à qualidade dos cuidados, ao me-
lhoramento da produtividade, aos custos e ainda à gestão dos Recursos Humanos. Fre-
derico & Leitão (1999, p.l 14) referem ainda que o cálculo de horas tendo por base um
Sistema de Classificação implica a definição dos cuidados directos e dos cuidados indi-
rectos, constituindo esta metodologia "uma base sólida para o cálculo do pessoal de
Enfermagem necessário".

Gillies (1994, p.243) afirma que os Sistemas de Classificação de Doentes foram


introduzidos de forma a basearem a planificação de pessoal quando se admitiu que a di-
versidade de necessidades de assistência dos doentes advém mais dos diferentes níveis
de dependência que dos diferentes diagnósticos. Com efeito as intervenções de enfer-
magem visam contemplar o restabelecimento da autonomia ou minorar o agravamento
da sua perda. Assim define Sistema de Classificação de Doentes como: "um método de
agrupamento de doentes de acordo com a quantidade e complexidade de cuidados de
enfermagem que estes doentes necessitam" (Gillies 1994, p.289). Salienta ainda que o
objectivo destes sistemas é atribuir um valor numérico aos doentes de modo a que se
possa, por meio de um registo numérico, quantificar o volume de actividades de enfer-
magem necessário a esses doentes.

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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIM.ÍRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Edwardson (1985) [cit. por Gillies, 1994, p.243] afirma que um sistema de classi-
ficação de doentes é um instrumento que serve para distribuir em categorias os doentes
de acordo com certas necessidades de assistência que podem ser observadas clinicamen-
te pela enfermeira. Os sistemas de classificação reflectem os diferentes níveis de depen-
dência ou os diferentes diagnósticos. Estes vão possibilitar extrapolar os diferentes tipos
de cuidados a implementar face a cada categoria de doentes, logo estimar o tempo mé-
dio no desempenho.

Marriner (1998, p.258-259) diferencia três estilos básicos de sistemas de classifi-


cação de doentes. Para facilitar a leitura procedemos à realização de um quadro integra-

Quadro 1 - Estilos Básicos de Sistemas de Classificação de Doentes


Estilo Características Vantagens Desvantagens
Descritivo Cada categoria encerra Guia de comprovação Nem todos os membros
cuidados com exactidão. rápida dos cuidados a da equipa possuem a ca-
Usa uma tábua de graus. instituir. pacidade de avaliar com
Não é necessário prestar rigor a categoria em que
todos os cuidados citados um dado doente se en-
na categoria contra; logo, pouca fiabi-
lidade.
Lista de comprovação Divide as descrições das
rotinas dos cuidados em
categorias de actividade
como: alimentação, ba-
nho... A cada actividade
é atribuída pontuação
(ex: 1 cuidados de rotina.
4 cuidados face a maior
dependência). Somam-se
os pontos e determina-se
o nível de cuidados re-
querido.
Modelo de tempo ou sis- Divide as descrições das
temas de unidade de va- rotinas dos cuidados em
lor relativo categorias de actividade.
A cada actividade é atri-
buída pontuação em uni-
dades de tempo.
Adapatado de: Marriner, (1998, p.258-259).

Gillies (1994, p.292) destaca que "quanto mais detalhado e mais complexo é o
Sistema de Classificação de Doentes, mais tempo deverão investir as profissionais de
enfermagem para classificar os doentes". O Sistema de Classificação de Doentes é

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— Paulo Alexandre Puga Machado —
GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM \OS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

mais eficaz se desenhado especificamente para o ambiente clínico em que vai ser utili-
zado. Ehrman, (1987), [cit. por Gillies, 1994, p.292], explica que quando se utilizou o
Sistema de Classificação de Doentes GRASP (Grace Reynolds Application and Study
of Peto), num hospital público nos Estados Unidos, as enfermeiras do Serviço de Psi-
quiatria concluíram ser necessário modificar este sistema de modo a permitir um cálculo
mais preciso das necessidades dos doentes de foro psiquiátrico.

A título de exemplo, Marriner (1998, p.258) cita-nos o trabalho de Warstler


(1972), que identificou cinco categorias, categoria I - autocuidado - 1 a 2 horas por dia;
categoria II - cuidados mínimos - 3 a 4 horas; categoria III - cuidado intermédio - 5 a 6
horas; categoria IV - cuidado intensivo modificado - 7 a 8 horas; categoria V - cuidado
intensivo - 10 a 14 horas. A mesma autora refere os trabalhos desenvolvidos por Reg-
nery (1977) no domínio da enfermagem de Saúde Pública, os quais descrevem as carac-
terísticas do ambiente familiar, o componente psicológico, a competência terapêutica, o
conhecimento das condições sanitárias, as atitudes sanitárias, os princípios gerais de hi-
giene, o meio ambiente e os recursos comunitários para cada um dos quatro níveis. As-
sim o nível I é para utentes que requerem um elevado grau de especialização de enfer-
magem, o nível II inclui as famílias que necessitam de um serviço regular de enferma-
gem de Saúde Pública, o nível III é para as pessoas que requerem serviços ocasionais e
o nível IV é para utentes e famílias que requerem um serviço de enfermagem de Saúde
Pública limitado. A mesma autora salienta ainda, que os Modelos de Tempo devem con-
templar o tempo destinado aos cuidados directos e indirectos. Assim face às categorias
estabelecidas, logo aos cuidados prestados, resta apenas somar os tempos gastos, dividi-
los pelas horas de trabalho em cada turno e obtém-se a quantificação do pessoal neces-
sário (Marriner 1998, p.259).

Segundo Gillies (1994, p.292-293) para que um sistema de classificação de do-


entes seja fidedigno é necessário muito rigor na classificação desses doentes. Assim a
validade (o grau com que um dispositivo mede o que tem que medir) e & fiabilidade (o
grau de coerência com que um dado instrumento mede o que deve medir) constituem as
características essenciais de um dado sistema de classificação. A mesma autora refere
ainda, que o objectivo de um sistema de classificação é avaliar a quantidade de tempo e
as atitudes que caracterizam os cuidados a um dado grupo de doentes.

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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIM.ÍRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Destaca também que um profissional que pretenda construir um sistema de clas-


sificação deverá ter em conta três tipos de validade: validade aparente (é a mais incom-
pleta, referenciando o grau com que um dispositivo parece medir o que se propõe medir
- Ex.: após a elaboração de uma classificação, esta é mostrada às enfermeiras da equipa
afim de avaliarem se os elementos de assistência e os níveis de intensidade descritos re-
presentam os factores que determinam o tempo necessário para assistir aos doentes); va-
lidade de conteúdo (refere o grau em que o instrumento de medida expõe os factores ou
elementos que representam a escala completa de factos reais que se pretendem avaliar -
os estudos de tempos e tarefas podem divulgar que é necessário mais do dobro do tempo
para dar a um doente uma bacia com água e ajudá-lo no asseio pessoal, que acompanhar
ao WC um doente autónomo que tome banho sem ajuda e/ou que é necessário o dobro
do tempo para dar um banho completo a um doente face a ter que o ajudar no banho. Se
os níveis de intensidade "banho" mostram uma pontuação equivalente à da escala da
classificação verifica-se que há validade de conteúdo); validade com base nos critérios
(faz referência ao grau com que os valores obtidos mediante o uso de um instrumento se
correspondem com outras medições que tenham sido estabelecidas como valorações fi-
áveis do facto em questão - Ex.: se já existe uma classificação fiável e pretendemos
operacionalizar uma nova, nos itens em que há correspondência devemos justapô-los
afim de consolidar ou dar validade à nova classificação).

Gillies (1994, p.293-294) com base em estudos realizados, afirma ainda que não
é possível prever as necessidades de pessoal de enfermagem com completa fiabilidade,
mesmo quando recorremos ao uso de uma classificação. Ainda para a mesma autora,
quanto aos sistemas de classificação as críticas relativas ao grau defiabilidade,levan-
tam-se sobretudo quanto às pessoas que valoram o instrumento de classificação. Esse
instrumento éfidedignoquando um dado doente é integrado numa mesma categoria pe-
las diferentes enfermeiras. Para maiorfiabilidadeé importante que quem vai classificar
saiba utilizar o instrumento correctamente (Gillies 1994, p.293-294) . Após concluir a
classificação procede-se à criação de standards que permitam obter o tempo médio dos
cuidados prestados aos doentes de determinada categoria. Esta informação pode obter-
se mediante a observação directa das enfermeiras nos seus postos de trabalho ou sob in-
formação das mesmas. Para além dos tempos necessários, por doente e por dia, importa
registar que tarefas são realizadas pelas enfermeiras.
27

— Paulo Alexandre Fuga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIM.ÍRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Gillies(1994, p. 244-245) apresenta o exemplo de um sistema de classificação


com quatro categorias (cuidados mínimos, cuidados parciais, cuidados totais e cuidados
intensivos) ou com três categorias (cuidados mínimos, cuidados parciais e cuidados to-
tais estes integram os cuidados intensivos). Para melhor entendimento deste tipo de
classificação vejamos a abrangência de cada categoria:

• Categoria I - O doente requer tratamento médico mínimo. Necessita de


poucas intervenções de enfermagem, mas requer observação atenta.
Quer as constantes vitais quer o estado psicológico são estáveis. Está
puncionado numa veia periférica e tem oxigénio por máscara. Apresen-
ta funções hepática e renal normalizadas.

• Categoria II - O doente requer observação e intervenção de enferma-


gem moderada. Requer tratamento médico mínimo. Tem intubação que
exige aspiração, cateterização de uma veia periférica e uma linha arteri-
al. Quer as constantes vitais quer o estado psicológico são estáveis.
Pensos uma vez por turno.

• Categoria III - O doente necessita de observação frequente e inter-


venção atenta de enfermagem. Requer intervenção médica moderada.
Ventilação mecânica sem PEEP elevada ou em desmame. Apresenta ca-
teterização de uma veia periférica e uma linha arterial. As constantes vi-
tais estão estáveis. Medicação por via intravenosa contínua, administra-
ção de fluidos. Requer pensos frequentemente. Inquieto, desorientado
ou sonolento.

• Categoria IV - O doente necessita de observação e intervenção de en-


fermagem contínua. Precisa de observação e tratamento médico fre-
quente e intensivo. Doente em pós-operatório imediato ou em fase de
recuperação de paragem cárdio-respiratória. Ventilação artificial com
PEEP elevada. Músculos respiratórios paralisados ou reflexos atenua-
dos por acção de narcóticos. Portador de cateterização de uma veia peri-
férica e uma linha arterial. Sujeito a transfusões e fluidos múltiplos.
Comatoso, obeso, confuso ou não colaborante. Constantes vitais insta-
is
— Paulo Alexandre Puga Machado —
GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO P.AR.Í UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

veis, alterações da coagulação ou função renal e hepática deterioradas.


Isolado, necessitando de pensos extensos e frequentes ou diálise.

Gillies (1994, p.245) diz-nos que: "Minetti & Hutchinson (1975) determinaram
um tempo de quatro horas diárias, baseando-se na necessidade de cuidados de enfer-
magem que um doente de «tipo médio» requer; que um doente independente no auto-
cuidado ou que deambula necessita aproximadamente de metade desse tempo de assis-
tência de enfermagem; um doente com cuidados parciais, requer três a quatro partes
do referido tempo; um doente com cuidados totais necessita uma vez e meia o referido
tempo e um doente de cuidados intensivos necessita do dobro do tempo que necessitaria
um doente de «tipo médio»".

Ardnt & Huckabay (1983, p.202) referem que "o grupo de pesquisa do Johns
Hopkins apresentou a principal liderança nos estudos de classificação. Foi em Maio de
1961 que este grupo desenvolveu o índice de assistência directa baseado no tempo ne-
cessário à prestação de assistência aos pacientes". Conner et al. (1961) [cit. por Ardnt
& Huckabay, 1983, p.202] propuseram regras de fixação dos doentes em três categorias:
Auto-suficiente, Assistência Parcial e Assistência Intensiva. Os mesmos autores conclu-
íram também que as "técnicas para a classificação de pacientes proporcionam um efec-
tivo mecanismo administrativo para estimativas diárias de necessidades dos pacientes
em relação à assistência de enfermagem e materiais". Segundo Ardnt & Huckabay
(1983, p.202-203), nos últimos anos verifíca-se uma intensificação dos estudos de en-
fermagem nesta área, pelo que destacam os trabalhos de Ramey em 1973. A metodolo-
gia de Ramey (1973) [cit. por Arndt & Huckabay, 1983, p.203-208], denomina-se por
"Onze etapas para a Adequada Previsão de PessoaF, O teste dos seus trabalhos foi fei-
to pela aplicação das regras de Ramey em todas as unidades de um hospital universitá-
rio. Ramey (1973), [cit. por Arndt & Huckabay, 1983, p.208], afirma que: "No sentido
de proporcionar uma alta qualidade de assistência, é necessário que as enfermeiras
desenvolvam padrões de assistência ao doente e adequados instrumentos de avaliação
de modo a garantir que os aspectos profissionais de enfermagem envolvendo activida-
des intelectuais e interpessoais, serão garantidas".

Reynert & Grant (1981, p.21) afirmam "desconhecer-se o número total e varie-
dade de sistemas de classificação". Contudo as mesmas autoras e Gillies (1994, p.289),
29

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIM.ÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

referem que habitualmente se utilizam dois tipos de sistemas de classificação: o Sistema


de Avaliação por Grupos Homogéneos de Doentes e o Sistema de Avaliação por Facto-
res. Para melhor compreendermos cada um destes tipos de Sistemas de Classificação de
Doentes, vamos explorar sucintamente o que cada um tem de mais peculiar.

2.1.3.1. Sistema de Avaliação por Grupos Homogéneos de Doentes

Segundo Cerro (1995, p.247) e Reinert & Grant (1981, p.21), este sistema tam-
bém é apelidado de "método de avaliação do protótipo" e consiste na construção de
descrições gerais das características de um doente. Cada grupo descritivo denomina-se
por categoria; estas são ordenadas e tendem a conter progressivamente descrições de
dependência sucessivamente maior.

Gillies (1994, p.289) refere-nos que "w/n Sistema de Avaliação por Grupos Ho-
mogéneos de Doentes é constituído por três ou quatro categorias, as quais reflectem os
níveis progressivos de dependência dos doentes relativamente ao prestador de cuida-
dos". Para cada categoria descreve-se um doente representativo de modo a enfatizar as
características/necessidades deste doente, permitindo percepcionar qual o tipo e quanti-
dade de cuidados que necessitam. Assim, passa-se a classificar os doentes de acordo
com as semelhanças entre eles criando o Doente tipo. Para calcular a carga de trabalho
de enfermagem, basta determinar o tempo médio necessário para prestar cuidados a um
doente de cada categoria. Para tal, é necessário medir o tempo gasto na prestação de
cuidados pelas diferentes enfermeiras nos diferentes doentes e achar o tempo médio em
cada categoria.

Daubert (1979) [cit. por Gillies, 1994, p.291-292], apresenta-nos o Sistema de


Classificação de Doentes utilizado pela Visiting Nurse Association de New Heaven,
Connecticut. Este sistema baseia-se no potencial de reabilitação do doente, contemplan-
do 5 categorias de cuidados:

• Categoria I - Doentes com doenças ou incapacidades agudas, não crónicas ou


episódicas, que recuperam um nível de actividade similar ao anterior à manifes-
tação da doença e para os quais o objectivo da assistência é a total resolução dos
seus problemas de saúde.

30

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

• Categoria II - Doentes com doenças crónicas que sofrem um episódio agudo


desta doença, tendo um potencial de recuperação do nível de actividade anterior
à manifestação da doença e para o qual o objectivo da assistência é a gestão do
problema de saúde crónico por parte do doente e família sem a assistência conti-
nuada do Centro de Saúde.

• Categoria III - Doentes com incapacidades ou doenças crónicas, que não recupe-
ram o nível de actividade anterior à manifestação da doença, mas com um po-
tencial de aumento de nível de actividade e para o qual o objectivo da assistência
é a reabilitação até um nível de actividade máximo mediante o apoio continuado
do Centro de Saúde.

• Categoria IV - Doentes com incapacidades ou doenças crónicas, que não podem


permanecer no seu domicílio sem o apoio contínuo do Centro de Saúde e para os
quais o objectivo da assistência é o tratamento em ambulatório mediante a assis-
tência continuada do Centro de saúde.

• Categoria V - Doentes com patologias em estádios terminais para os quais o ob-


jectivo da assistência é assegurar-lhes o bem-estar e a dignidade durante a fase
terminal da doença.

Johnson (1984) [cit. por Gillies, 1994, p.292], apresenta-nos o exemplo de um


outro hospital dos Estados Unidos, em que as enfermeiras optaram por um sistema de
grupos homogéneos, dado requerer menos tempo a utilizar que um sistema por factores
e também porque o departamento não dispunha de meios informáticos para efectuar os
cálculos. Este sistema compreende cinco categorias, das quais em cada uma delas se uti-
lizaram quatro indicadores de assistência: actividades de vida diária, estado geral de sa-
úde, suporte educativo e emocional, medicação e tratamentos. Por exemplo no indicador
actividades de vida diária incluíram-se quatro sub-elementos: alimentação, asseio pes-
soal, eliminação e bem-estar.

2.1.3.2. Sistema de Avaliação por Factores

Segundo Cerro (1995, p.247) e Gillies (1994, p.290) no Sistema de Avaliação


por Factores, procede-se à identificação de uma série de indicadores de cuidados signi-
31

— Paulo A lexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SA ÛDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

ficativos e calculam-se as necessidades de cuidados dos doentes na relação com cada


um deles, obtendo pontuações parciais. Estas pontuações permitem obter um resultado
total (soma das pontuações), o qual permite determinar o grau de dependência dos doen-
tes. Com o intuito de calcular a carga de trabalho de enfermagem, é necessário determi-
nar o tempo médio que se precisa para concretizar as tarefas incluídas em cada indica-
dor de cuidados. Esta informação é obtida calculando o tempo real que as diferentes en-
fermeiras despendem, no cumprimento das diferentes tarefas. A exemplo destes indica-
dores podemos citar: alimentação, higiene e asseio pessoal; medidas de bem estar e mo-
bilidade. A quantidade de tempo que se necessita para assistir o doente na realização de
cada tarefa, quantifica-se a partir de um tempo mínimo necessário (doente independente
"alimentação sem ajuda") a um tempo máximo necessário (doente dependente "alimen-
tação com ajuda" ou "necessita de alimentação por sonda de 4 em 4 horas").

O número de indicadores variam de instituição para instituição, Gillies (1994,


p.290-291) apresenta-nos alguns exemplos:

• Poulson (1987) refere que num hospital do médio-oeste, nos Estados Unidos
utilizaram 32 indicadores para classificar os doentes relativamente às neces-
sidades de cuidados de enfermagem.

• Marks (1987) afirma que num hospital universitário de médio-oeste, nos Es-
tados Unidos, utilizaram 10 indicadores no seu sistema de doentes: activida-
des de vida diária, sinais vitais, tratamento de feridas, cuidados respiratórios,
administração terapêutica, actividades administrativas relativas ao doente
(admissão, alta, transferência), colheita de espécimens e procedimentos es-
peciais, medidas de segurança, comunicação e actividades psicossociais.

• Whitney & Killien (1987) revelam que num hospital universitário da costa
oeste dos Estados Unidos, empregam 16 indicadores de assistência para clas-
sificar os doentes: nutrição, higiene, fluidos e electrólitos, respiração, circu-
lação, termorregulação, eliminação, actividade, potencial de lesão, comuni-
cação, processo de adaptação, conhecimentos, valoração, medicação, colhei-
ta de espécimens e tratamentos.

• Ehrman (1987) aponta-nos que num hospital público, num Serviço Psiquiá-
32

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SA ÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

tricô, os enfermeiros utilizavam 9 indicadores: dieta, eliminação, sinais vi-


tais, higiene, medicação, supervisão, intervenções terapêuticas, terapia de
grupo e actividades recreativas. Para um dos indicadores (eliminação) o ins-
trumento de valoração especificava um nível de dependência, mas para (in-
tervenções terapêuticas) descrevia 6 níveis possíveis de dependência.

• Sdhneider & Appleton (1977) desenharam um modelo de classificação para


os Cuidados de Saúde Primários baseado nos motivos que levavam os doen-
tes a requererem uma consulta. Entre as causas destacava-se: controlo de si-
nais e sintomas, doentes diagnosticados que necessitavam de nova consulta,
doentes assintomáticos que pretendiam um seguimento profilático, necessi-
dade de intervenções terapêuticas específicas, traumatismos, lesões e neces-
sidade de cuidados urgentes, nova consulta por resultados analíticos ou exa-
mes anómalos e visitas administrativas (certificados para o médico da Segu-
radora ou alta laboral).

Uma vez definidos quais os indicadores de saúde, urge a necessidade de definir os


Níveis de Intensidade de Cuidados, afim de permitir a atribuição de pontuação de forma
mais assertiva, logo, efectuar um cálculo maisfidedignoà realidade da Instituição / Ser-
viço visado.

Gillies (1994, p.291) refere que podemos diferenciar os Níveis de Intensidade de


Cuidados pelo tempo que se despende face à prestação de cuidados ou pela frequência
com que cada elemento de cuidados se concretiza. Estes níveis são determinados após a
decisão de quais os indicadores de cuidados. Cada indicador pode comportar vários ní-
veis de intensidade de cuidados. A mesma autora refere-nos o exemplo de Whitney &
Killien (1987), relativo ao indicador "Higiene" num Hospital da costa Oeste dos EUA:

33

— Paulo A lexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Quadro 2 - Exemplificação dos níveis de intensidade, relativamente ao indicador


higiene, segundo Whitney & Killien (1987)

HIGIENE PONTUAÇÃO

Banho: Assistido 2
Banho: Completo 4

Arranjo: Assistido 2
Arranjo: Completo 5

Mudança parcial da roupa de cama: 1 - 2 x dia 1


Mudança parcial da roupa de cama: 1 - 2 x turno 2

Ajuda suplementar: 1-2 x dia 2


Ajuda suplementar: 1-2 x turno 5
———i
In GILLIES (1994; p. 291).

Ressalta que para o Indicador Higiene se estabeleceram dois graus de intensidade,


para cada sub-elemento (banho, arranjo pessoal, mudança parcial da roupa de cama e
ajuda suplementar).

Tal como temos vindo a explanar, este sistema de classificação alberga inúmeras
metodologias de dotação de pessoal. Entre elas citamos o "Sistema de Classificação de
Pacientes e Necessidades de Assistência Directa e Indirecta em termos de Qualidade e
Quantidade da Equipe", cujas autoras são Arndt & Huckabay (1983, p.195), as quais
construíram esta metodologia, íundamentando-se nos trabalhos de Dunn, na Universi-
dade de Illinois, em 1963 e nos trabalhos de Wolfe & Young na Universidade de Johns
Hopkins, em 1965. Mais afirmam que passados treze anos Giovannetti, em 1978, após
uma revisão de literatura extensa valida a ancestral metodologia.

A determinação das "Necessidades de Assistência Directa ao Paciente em termos


de Quantidade'", assenta no estudo realizado por Wolfe & Young (1965, p.238), citado
por Ardnt & Huckabay (1983, p. 195-196), os quais criaram três categorias baseadas nos
graus de auto-suficiência ou autonomia do doente. Estas categorias constituem listas de
factores que vão permitir a classificação dos doentes, sendo: Categoria I (doente Auto-
suficiente - requer 0,5 horas de Assistência Directa), Categoria II (doente com assistên-
cia parcial ou intermediária - requer 1 hora de Assistência Directa) e Categoria III (do-
ente com assistência Intensiva ou total - requer 2,5 horas de Assistência Directa).

34

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Ardnt & Huckabay (1983, p.196) referem que existe ainda uma outra variável de
extrema importância no cálculo da Assistência Directa, sendo esta a "Idade". Apoiando-
se no estudo de Sauer (1972) [cit. por Ardnt & Huckabay, 1983, p.196] no Providence
Hospital, que refere que os doentes com 65 anos de idade ou mais requerem maior tem-
po para os cuidados de enfermagem. Também Thompson et ai. (1968) [cit. por Ardnt &
Huckabay, 1983, p.196], sugerem que a diferença é pelo menos de 30 minutos por do-
ente e por dia. Ou seja, cerca de 10 % a mais do tempo dos cuidados de enfermagem
que os restantes doentes.

Ardnt & Huckabay (1983, p. 196-197) aludem ainda à "Determinação das Ne-
cessidades de Assistência Directa ao Paciente em termos de Qualidade". Para efectivar
esta determinação é essencial efectuar-se uma "avaliação das condições do paciente em
relação às necessidades de assistência de enfermagem baseadas em necessidades físi-
cas que determinam necessidades de assistência de enfermagem e restrições físicas,
factores psicossociais e emocionais e necessidades de orientação". O acto de avaliar é
um procedimento contínuo pelo que existe uma folha standard. Da análise desta folha
caracteriza-se o doente em categorias: I, II e III. Segundo as mesmas autoras podem
existir mais categorias. Salientam também que cada categoria apresenta "padrões e re-
quisitos de assistência estabelecidos, critérios de orientação, avaliação e controle"
(Ardnt & Huckabay, 1983, p.197). Interessa relevar que estas categorias e factores são
traçados pela evidência estatística. O momento da recolha inicial de dados relativos ao
doente marca a assistência individualizada. Consoante a categoria, logo o grau de gravi-
dade ou especificidade do doente, poderá ser adstrita ao mesmo uma Enfermeira Gradu-
ada ou mesmo uma Enfermeira Especialista, pelo que quanto mais graves os doentes
que constituem a população alvo de uma dada Unidade, maior o número de Enfermeiros
Especialistas a admitir.

Outra metodologia que se integra neste Sistema de Classificação de Doentes foi


concretizada por Ribeiro (1972) [cit. por Kurckgant et ai., 1991, p.92], com a sua tese
de Doutoramento "Sistema de classificação de pacientes como subsídio para provimen-
to de pessoal de enfermagem", a qual introduziu uma nova metodologia que denomi-
nou de "Cuidado Progressivo ao Paciente". Mais recentemente Alves et ai. (1988) [cit.
por Kurckgant et ai., 1991, p.92], baseando-se no sistema de classificação de doentes

35

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

incluem o tempo utilizado na prestação de cuidados. O "Cuidado Progressivo ao Paci-


ente baseia-se na concentração variável de recursos humanos e materiais em torno das
necessidades do cliente, visando uma assistência integral e humanizada" (Kurckgant et
ai., 1991, p.94). As mesmas autoras afirmam que este sistema de classificação pode ser
aplicado a qualquer Instituição de Saúde. Referem ainda que podem ser atribuídas ou-
tras denominações para a Classificação de Doentes: "dependência total, dependência
parcial ou incompleta e independência da Equipa de Enfermagem; ou ainda Cuidados
Intensivos, intermediários e auto-cuidado". Salienta-se ainda que as referidas autoras
argumentam que a classificação dos doentes deve ser feita pelo enfermeiro, contudo de-
vidamente treinado (Kurckgant et ai. 1991, p.94). Mais referem que a dotação do pessoal
de enfermagem não termina com o cálculo, implicando uma avaliação permanente, dado
o processo ser dinâmico e estar sob acção de vários factores. Afirmam também que
"cabe aos enfermeiros a contínua avaliação das necessidades de atendimento de enfer-
magem à clientela, correlacionando-se com os recursos humanos disponíveis. Dessa
contínua avaliação, dependerá a eficácia do dimensionamento, pois não existem méto-
dos universais e rápidos para a realização desta tarefa" (Kurcgant et ai., 1991, p.96).

Outro método de dotação integrado nos Sistemas de Avaliação por Factores, é o


Grace Reynolds Application and Study of PETO (GRASP). O mesmo constitui um es-
tudo feito por Poland, English, Thornton e Owens (PETO), dado não concordarem com
o Sistema de Saúde do seu país no qual se toma por unidade de saúde a "cama". Propu-
seram então uma nova unidade de cuidados, baseada nas necessidades físicas, assim
mudaram da "cama" para o plano do "doente". O uso deste tipo de classificação ampla
com base no estudo das necessidades dos doentes, pretende propor um novo modelo que
termine com os estudos que têm por base as "camas" (PETO, 1970, p.1479). O referido
método permite calcular o tempo empregue nos cuidados directos e indirectos, a partir
do qual se pode estimar a dotação do pessoal de enfermagem.

Em Portugal, com base na metodologia anterior (GRASP) e integrado na meto-


dologia de "Avaliação por Factores", desenvolveu-se o Sistema de Classificação de
Doentes por Graus de Dependência. Surgiu face à constatação da existência de "assime-
trias da distribuição de enfermeiros entre diversos hospitais e, nestes, entre diferentes
serviços" (Veiga et ai., 1987, p.13). O desenvolvimento desta classificação envolveu um

36
— Paulo Alexandre Puga Machado —
GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DiscirRso MAIS RIGOROSO

grupo alargado de profissionais de saúde: Enfermeiros, Administradores e o Instituto de


Gestão Informática e Financeira dos Serviços de Saúde. 0 cálculo das horas totais de
enfermagem, reflecte o tempo gasto em cuidados directos e indirectos. Para o cálculo
dos cuidados directos criou-se uma folha "Quadro de Classificação de Doentes" onde
estão incluídas as actividades de cuidados Directos mais representativas "que por razão
de precisão e operacionalidade do sistema se fixaram em pelo menos 85% do total des-
tas actividades" (Veiga et ai., 1987, p. 14).

Outro método baseado nos Sistemas de Avaliação por Factores é o Project Rese-
arch Nursing (PRN) foi criado em 1969 no Hospital Sainte Justine de Montréal por Mo-
nique Chagnon e desenvolvido em 1974 por Charles Tilquin que dirige a Equipa EROS
(Equipe de Recherche Operacionelle en Santé) (Tilquin et al., 1988, p.36). O PRN cons-
titui um sistema de cálculo da intensidade da carga de trabalho de enfermagem, com
base no Processo de Enfermagem. Pretendeu-se construir um instrumento que possibili-
tasse medir a carga de trabalho de enfermagem mas também restruturasse o sistema de
registos, baseando-o numa metodologia científica (Tilquin et ai., 1988, p.43). Calculam-
se os cuidados directos com base na pontuação dos vários factores, convertendo os pon-
tos em tempo. Aos cuidados indirectos e às actividades domésticas foram fixados tem-
pos standard (EROS, 1987, p.2-4).

Por fim apresentamos um outro método que seguiu a metodologia da Avaliação


por Factores, constituindo o mesmo um bastião na dotação de pessoal: trata-se do Mé-
todo Exchaquet. Foi criado por duas autoras Lina Zublin e Nicole Exchaquet. O estudo
teve por base os cuidados de enfermagem desempenhados à população doente de 29
Hospitais Gerais da Suíça e decorreu entre Novembro de 1974 a Janeiro de 1975. Dos
29 Hospitais Gerais foram seleccionados vários factores que intervêm na intensidade da
carga de trabalho de enfermagem, sendo: o "Grau de Dependência dos Doentes" (tem
por base a necessidade de cuidados de enfermagem, pelo que o tempo despendido na
prestação dos referidos cuidados é proporcional à gravidade do estado do doente) e
"Outros Factores ou Factores Secundários" (diferem em número e em importância de
um hospital para outro. Adquirem um papel destacável quando aumentam de forma
permanente ou temporária a Carga de Trabalho de Enfermagem) (Zublin & Exchaquet,
1980, p. 17-18). Este método, integrado nas metodologias indirectas calcula os tempos

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— Paulo Alexandre Puga Machado —
GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

dos cuidados directos e indirectos, com base nestes estabelecem proporções face às ca-
tegorias de doentes estipuladas e geram valores que servem de guia para a dotação de
pessoal (Zublin & Exchaquet, 1980, p. 17-30).

2.2. Síntese de Convergência das várias Metodologias de


Dotação de Pessoal

Com efeito falar sobre Metodologias de Cálculo dos Recursos de Enfermagem, é


encetar o discurso do inacabável. Temes et ai. (1992, p.88) aludem à diversidade de sis-
temas de dotação de enfermagem. Não obstante, há vários factores comuns que interfe-
rem com o cálculo da dotação de pessoal. A exemplo, Temes et ai. (1992, p.90) explici-
tam que "uma adequada dotação de pessoal numa unidade será aquela que sai como
resultado do estudo de pesquisa de cuidados". Os mesmos autores referem que "a difi-
culdade estabelece-se ao ter que medir as necessidades de cuidados ao longo das 24
horas do dia". Camano-Puig & Rincón (2000, p.761) afirmam que "o número de méto-
dos empregues para determinar as cargas de trabalho de enfermagem é extenso. Cada
estudo adopta um processo diferente". Deste modo congregando opiniões de vários au-
tores, verificamos que as várias metodologias, podem ser classificadas como: Directas
ou Indirectas [(Cerro, 1995, p.246-247), (Tilquin, 2000, p.l), (Fuente et ai., 1999, p.2)].
Para melhor compreensão construímos o seguinte quadro.

Quadro 3 - Caracterização das metodologias de dotação de pessoal de enfermagem


Tipos de Me-
No que consiste Vantagens Desvantagens Exemplo
todologias
Nomenclaturas exaustivas de Objectivas. Morosas.
acções de cuidados, englo- Exaustivas. Dispendiosas.
bando todo o tipo de cuidados Project Re-
ao doente. Cada item destes search Nursing
está ponderado em tempo de (PRN)
execução. Para obter o tempo
Directas Grace Rey-
total de cuidados ao doente,
assinalam-se as acções, mul- nolds Applica-
tiplicam-se pelo número de tion and Study
vezes que foi executada a of PETO
mesma e somam-se estes (GRASP)
produtos.

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— Paulo Alexandre Puga Machado —
GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIM.ÍRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Baseiam-se num conjunto de Baixo custo. Não são exaus-


indicadores considerados Obtenção rápi- tivas. Medicus ou
bons vaticinantes das neces- da de resulta- Subjectivas Exchaquet
sidades de cuidados dos do- dos. quanto à avali-
entes. Estes indicadores po- ação. Therapeutic
dem ser Factores ou Protóti- Intervention
pos, sendo identificados, ela- Scoring Sys-
borados e utilizados por peri- tem (TISS)
tos mediante discussão prévia
Indirectas e obtenção de consenso: de- Time Oriented
termina-se um número limi- Score System
tado de níveis e tempo total (TOSS) "
de cuidados para cada nível.
Todos os doentes são avalia- Nine Equiva-
dos em função dos níveis lents of Nurs-
considerados, assumindo-se ing Manpower
como tempo da prestação de use Score
cuidados, o estimado para o (NEMS)
nível determinado.
Baseado em: (Cerro, 1995, p. 246-247), (Fuente et al., 1999, p.2)

Rodrigues Filho (1992) [cit. por Frederico & Leitão, 1999, p. 114-115] aponta-
nos outra forma de classificar as diferentes metodologias utilizadas para calcular a do-
tação do pessoal de enfermagem:

S Metodologia descritiva - utiliza dados respeitantes a muitas variáveis tais


como número de horas de cuidados, proporção de pessoal e dados hospi-
talares (taxa de ocupação, número de admissões, número de altas, etc.).

S Metodologia administrativa - é dirigida para o estudo do trabalho das


unidades de enfermagem, ou de departamentos específicos e concentra-se
na identificação de tarefas, fluxo, organização e simplificação do traba-
lho.

S Metodologia de pesquisa operacional - baseia-se em modelos matemáti-


cos destinados a modelar problemas; utiliza dados reais e explora proce-
dimentos de forma a poder alcançar as melhores soluções.

Com efeito, as metodologias são múltiplas, o percurso a seguir é sempre pessoal,


contudo qualquer que este seja, o fundamento afinca-se na coerência e no rigor científi-
co. Provavelmente o somatório destes percursos constituirá a matriz de sustentação do
Cálculo dos Recursos de Enfermagem. Por forma a clarificar esta problemática, descre-
io
— Paulo Alexandre Puga Machado —
GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

veremos de modo sucinto os factores condicionantes a considerar nos sistemas de dota-


ção de pessoal, que os autores das várias metodologias mais relevantes expõem, com
vista ao cálculo dos recursos de enfermagem.

Nos sistemas de dotação de pessoal o processo consiste nos cálculos que se têm
que efectuar para determinar o número e categorias de pessoal que constituirá cada Uni-
dade de Assistência. Hanson (1982) [cit. por Gillies, 1994, p.237], afirma que os com-
ponentes básicos de qualquer sistema são: a estrutura, o processo, os resultados, o con-
trolo e os circuitos de retroalimentação. Num sistema que pretende determinar a compo-
sição dos seus recursos humanos, a estrutura deve incluir: informação relativa ao Censo
Diário de Doentes, suas Necessidades de Assistência e as atitudes do pessoal. Estas es-
truturas podem ser ainda mais precisas. Por exemplo se os doentes forem classificados
segundo os graus de dependência, uma informação útil para o sistema, será quantificar
os défices no auto-cuidado. Os circuitos de feed-back de um sistema de pessoal podem
incluir a informação relativa ao período de tempo que decorre nos vários turnos de tra-
balho, a frequência da rotação de horários, o descanso de cada funcionário, os feriados
e os fins-de-semana ao longo de um ano fiscal (Gillies, 1994, p.238).

Considerando as várias condicionantes para a implementação de um sistema de


dotação alguns autores sugerem efectuar-se o cálculo da dotação de pessoal de enferma-
gem com base em fórmulas construídas em função dos elementos citados anteriormente.
A exemplo Cerro (1995, p.247-248) refere algumas destas. Outros autores, salientam a
importância dos Sistemas de Classificação de Doentes. Reinert & Grant (1981, p.21)
afirmam que habitualmente se recorre a dois tipos de Sistemas de Classificação de Do-
entes, sendo estes: o Sistema de Avaliação por grupos homogéneos de Doentes e o Sis-
tema de Avaliação por Factores. Contudo releva-se que independentemente da metodo-
logia há factores que são preponderantes no cálculo de dotação de pessoal e destes so-
bressai o método de distribuição do trabalho. Assim sendo vamos explorar sucintamente
esta vertente.

Segundo Gillies (1994, p. 230) "a finalidade das actividades de dotação de pes-
soal da Gestora de Enfermagem é proporcionar às unidades a seu cargo o número ade-
quado de pessoas, de cada categoria, para que realizem as tarefas necessárias, afim de
proporcionar assistência e bem estar aos doentes da unidade". São múltiplos os ar-
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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SA ÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

gumentos que impelem a uma dotação adequada, no entanto o principal argumento é a


pressão exercida sobre enfermeiros e gestores no sentido de diminuir os custos com a
Saúde Gillies (1994, p.236). Lafferty (1987) [cit. por Gillies, 1994, p.236], afirma que
na maior parte dos Serviços de Saúde os salários do pessoal constituem 60% do total de
custos operativos. Lehman & Friesen (1977) [cit. por Gillies, 1994, p.236] e Atála
(1978) [cit. por Kurckgant et ai., 1991, p.91], demonstraram que do universo dos recur-
sos humanos de uma Instituição de Saúde, 60 a 70 % deste são enfermeiros. Por outro
lado Meyer (1978) [cit. por Gillies, 1994, p.287], refere que alguns especialistas de-
monstraram que "a qualidade dos cuidados de enfermagem aumenta mantendo um
equilíbrio entre a carga de trabalho e a dotação de pessoal, quando os índices de ocu-
pação do pessoal oscilam entre 90 e 110%)". Beyers et ai. (1983), bem como Prescott
& Bowen (1987) [cit. por Gillies, 1994, p.288], afirmam que "o défice, o excesso e a
inadequada composição dos diferentes tipos de pessoal, provocam a insatisfação labo-
ral das enfermeiras, a qual conduz a uma rotação excessiva de pessoal, que por si só é
uma das causas de escassez de enfermeiras e do gasto económico desmesurado (o custo
da substituição de uma enfermeira que cessa num determinado serviço está estimado
em 2000 a 3000 dólares/''.

Gillies (1994, p.236) afirma que quando numa dada instituição de saúde é ne-
cessário proceder à diminuição de custos, esta começa pela redução do pessoal de en-
fermagem, por dois motivos: primeiro porque como é o grupo profissional mais repre-
sentativo, uma pequena redução origina uma poupança razoável em termos económicos
e por outro lado, a enfermagem constitui um grupo com menor poder. Sem dúvida o
número e tipo de profissionais de enfermagem que constituirão um dado serviço está
dependente, entre outros factores, do método de distribuição do trabalho que irá vigorar.

À semelhança de Cerro (1995, p.242-243) e Ardnt & Huckabay (1983, p.190 -


191), Gillies (1994, p.231) refere que os métodos de distribuição do trabalho de enfer-
magem são determinantes na dotação de pessoal. Marriner (1998, p.234) explica que as
mutações que os sistemas de distribuição de trabalho de enfermagem sofreram, constitu-
íram uma resposta às necessidades gerais de mudança. Em retrospectiva, nos anos 20
predominava o "método de caso" e a enfermagem desenvolvia-se no domínio privado.
Até 1950 evidenciou-se a "enfermagem funcionar, dada a escassez do pessoal. Já em

41

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SA ÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

finais dos anos 60 e 70 a tendência evidenciada foi a da "enfermagem primária", que


visava atingir o cuidado profissional. A "direcção de caso" e a "assistência dirigida"
tornaram-se populares durante os anos 80. Nos anos 90 com a reforma dos sistemas de
saúde, visando redução de custos no sector, surge a "competência dirigida", fundando-
se a equipa multidisciplinar. Cada um destes sistemas comporta vantagens e desvanta-
gens. A mesma autora, à semelhança de Gillies, define vários sistemas de distribuição
de trabalho de enfermagem, pelo que para melhor compreensão optamos por elaborar
um quadro global desta referenciação...

Quadro 4- Sistemas de Distribuição de Trabalho de Enfermagem


Nome do sis- Ano de
tema Definição Vantagens Desvantagens
início
Método de Cada doente é Anos 20 Cuidados globais ao Doente. Horário por turnos, em
Caso atribuído a uma dias distintos com alter-
enfermeira que nância na atribuição de
lhe presta os cui- doentes.
dados globais e
totais.
Enfermagem Divisão hierár- Anos 50 Eficiência. As Enfermeiras ficam
Funcional quica do traba- com a gestão dos Cui-
lho. dados.
Os Auxiliares prestam o
cuidado ao Doente.
Enfermagem As Enfermeiras Anos 50 Esforço de equipa. Exige tempo para coor-
de Equipa supervisam as Há tempo para o coordenador di- denar o trabalho delega-
Auxiliares. Fim da rigir a unidade. do.
segunda As reuniões relativas à prestação
Guerra de Cuidados ajudam a resolver os
Mundial problemas e a desenvolver a
equipa.
Planificação de Cuidados.
Enfermagem Enfermagem por Util quando faltam Enfermeiros. Os aspectos técnicos são
Modular distrito. desempenhados pelos
paraprofissionais.
Enfermagem As Enfermeiras Finais Cuidados Globais pelas Enfer- Limita a dedicação dos
Primária proporcionam dos anos meiras. Enfermeiros a um nú-
cuidados globais 60 e ini- Responsabilidade de 24 horas. mero mais reduzido de
a alguns Doentes. cio dos Continuidade de cuidados. Doentes.
70 Redução dos erros na transmis- Qualidade de Cuidados
são de ordens. variável.
Menos queixas dos Doentes. Autonomia na mudança
Hospitalização mais curta. de Plano de Cuidados.
Assistência Sistema de Cui- Baseada na Unidade. Continuidade de Cuida-
Dirigida dados baseado na Pode ser usada em qualquer sis- dos questionável.
unidade que em- Anos 90 tema.
prega uma trajec- Modelo de Trajectória exacta.
tória exacta
Direcção de Direcção e coor- Centra-se num episódio de doen- Precisa de esforço de
Caso denação dos Cui- ça. coordenação.
dados que um Enfatiza a obtenção de resulta-
doente recebe em | dos.
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— Paulo A lexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SA ÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

todas as unidades Incorpora o Cuidado dirigido.


ou num dado epi- Anos 80 Os Cuidados são coordenados
sódio de doença. por um Director de Caso.
Enfermagem primária de 2a gera-
ção.
Trajectórias exactas.
Análise de variações.
Informação entre turnos.
Reuniões de equipa.
Assegura a qualidade.
Modelo interdisciplinar.
Prática de Co- Prática coopera- Inclui vários grupos profissio-
laboração tiva interdiscipli- Anos 70 nais.
nar Maior autonomia da Enferma-
gem.
Prática Dife- Distinção entre a Processo de Enfermagem.
renciada Enfermagem pro- Diagnóstico de Enfermagem.
fissional e técni- Integra a família no cuidado.
ca
Camaradagem Equipa interdis- Multiprofissionalismo.
na Prática ciplinar

(Adaptado de: Marriner, 1998, p.234-242)

Face a este ancestral Gillies (1994, p.231-235) define actualmente, quatro "mé-
todos de distribuição do trabalho de enfermagem: funcional, de equipa, integral e mo-
dular".

S Método funcional - Consiste em diferenciar as tarefas implicadas nos


cuidados ao doente, assim como atribuir a cada um dos enfermeiros a
prestação de uma ou duas funções de assistência a todos os doentes da
unidade. As vantagens são: o treino que se pode desenvolver numa dada
função e o baixo número de enfermeiros face ao número de doentes. As
desvantagens são: a ausência da prática de cuidados globais e fuga da
prestação de responsabilidade.

Do consenso de gestoras de enfermagem assinala-se que poderá ser um


método útil em situações de curto prazo: condições de urgência e catás-
trofes. Não é aconselhável a longo prazo já que fomenta uma prestação
não global e despersonalizada.

S Método por Equipa - Constitui um método que visa a integração de pro-


fissionais em pequenos grupos de indivíduos que se apoiam mutuamente
para capitalizar os conhecimentos específicos. Há um líder no grupo que

43
— Paulo Alexandre Puga Machado —
GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIM.ÍRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

coordena a actividade de cada elemento. Tanto pode integrar uma experi-


ência de complementaridade, como pode cair num sistema de produção
em cadeia.

S Método Integral - Visa a prestação de cuidados globais, com atribuição


de um número limitado de doentes (4 a 5). A prestação de cuidados fica
sob responsabilidade de uma única enfermeira. Obriga ao conhecimento
desenvolvido e ao acompanhamento desde a admissão até à alta. A mes-
ma enfermeira receberá o mesmo doente/utente num novo reingresso no
Centro de Saúde / Hospital.

S Método Modular - E uma variante do método integral, contudo conjuga


profissionais e não profissionais na mesma equipa. Visa na mesma os
cuidados globais. Respeita a sequência hierárquica.

Assim quanto à dotação de pessoal das Instituições de Saúde, Presado et ai.


(1999, p.7) preconizam que: "é imperioso que os quadros de pessoal propostos para es-
tas organizações incluam, não só, o número de enfermeiros considerados necessários,
como o nível de produtividade desejado, tendo em conta a qualidade dos cuidados de
enfermagem pretendida". Tal pressuposto impõe que para seleccionar a metodologia de
cálculo ou de estima da intensidade da carga de trabalho de enfermagem, é fundamental
ter em conta alguns factores, que estão intimamente ligados àfilosofiarelativa à presta-
ção de cuidados que uma dada instituição ou serviço preconizam. Neste sentido, Gillies
(1994, 229-230) e Cerro (1995, p. 242-243), afirmam que a dotação de pessoal é uma
função complexa, que compreende os seguintes passos:

S A identificação do tipo e quantidade de cuidados de enfermagem que se


vão proporcionar.

S A definição dos tipos de pessoal de enfermagem que deverão empregar-


se para prestar os cuidados necessários.

S O cálculo do número de pessoas de cada categoria que será necessário


para proporcionar a assistência.

S A contratação do pessoal para ocupar os lugares vagos.


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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

S A selecção e designação do pessoal de entre a oferta.

S A organização do pessoal de enfermagem disponível nas configurações


desejadas por Unidade e por turno.

S A dotação de funções face à assistência do pessoal.

Para além destes factores, alguns autores apontam-nos outras fontes de consulta
que permitirão prever com maior rigor o pessoal necessário. Meyer (1978) [cit. por Gi-
llies, 1994, p.288] afirma que uma análise informática a 3842 doentes, submetidos a
29509 dias de assistência total, demonstrou que o diagnóstico médico, por si só não
permite prever a carga de trabalho de enfermagem, mesmo em doentes com diagnósti-
cos ou atitudes terapêuticas tão comuns como um parto eutócico ou uma amigdalecto-
mia. Deste modo, Balderas (1995) [cit. por Presado et ai., 1989, p.7], refere que "a do-
tação de pessoal de Enfermagem tem como finalidade efectuar a previsão do número de
Enfermeiros necessários para prestar cuidados de enfermagem nos diversos serviços
segundo a capacidade instalada, a complexidade dos cuidados e o modo de organiza-
ção desses cuidados'". A efectivação deste propósito passa, segundo vários autores
Mordacq, Weitz, Marriner [cit. por Presado et ai., 1989, p.7], por factores internos [es-
trutura organizacional (relações funcionais do serviço de enfermagem com outros depar-
tamentos e outros serviços de apoio, modo de organização dos cuidados, lotação, equi-
pamentos), demora média; complexidade de cuidados; qualidade de cuidados; produti-
vidade do pessoal e expectativas dos utentes e famílias] e factores externos (factores
contextuais socio-políticos; políticas de pessoal e de horários, flutuações no fluxo de
doentes; articulação com outros serviços de integração nos Sistemas Locais de Saúde;
localização do serviço e sua estrutura; competitividade). Em analogia e na mesma linha
de pensamento Frederico & Leitão (1999, p. 113) e Zublin & Exchaquet (1980, p.27)
também enumeram factores que influenciam a dotação de pessoal de enfermagem, re-
vendo-se em grande parte nos anteriormente citados. Tal como Arndt & Huckabay
(1983, p. 190-191) os quais referem alguns "factores determinantes das necessidades do
serviço de Enfermagem", frisando muitos factores similares, ou mesmo a ANA(1992,
p.7) (American Nurses Association) ao preconizar os "Princípios para a Equipa de En-
fermagem" sob o pretexto de que "uma equipa de Enfermagem adequada é fundamental
para a qualidade dos cuidados" (ANA, 1992, p.5).
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— Paulo Alexandre Puga Machado —
GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SA ÛDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Também Gillies (1994, p.288-289) afirma que dadas as restrições de custos, as


gestoras indiciam muitos dos factores anteriormente descritos por forma a dotarem com
rigor as Instituições de Saúde. Verificamos deste modo, que há sintonia entre os vários
autores quanto aos factores condicionantes no processo de dotação de pessoal, aos
quais, associamos Barquín (1995, p.66), que refere que para implementar um sistema de
dotação de pessoal é fundamental conhecer por um lado as necessidades da população
alvo dos cuidados, pelo outro a capacidade de resposta, logo o que se faz, nessa mesma
prestação de cuidados. O mesmo autor, salienta ainda a importância do local da presta-
ção de cuidados: se na instituição ou no domicílio (Barquín, 1995, p.63). Chaverri
(1981, p.156) em sintonia com a ANA (1992, p.7) e Cerro (1995, p. 245), alerta que
também o desenho arquitectónico, os materiais e aparelhos disponíveis e os serviços au-
xiliares, têm preponderância na dotação de pessoal.

Relativamente ao cálculo de necessidades de pessoal em Cuidados Espe-


cializados, Cerro (1995, p.244-245) afirma ser necessário diferenciar as actividades em
dois grupos fundamentais: Unidades de Urgência e Unidades de Hospitalização. Para as
Unidades de Hospitalização é importante ter em conta o nível de dependência dos cui-
dados de enfermagem por parte da população admitida. Por outro lado as características
físicas e arquitectónicas da Unidade são também importantes. Porfima Direcção de En-
fermagem deve ter em conta qual a organização geral da instituição, dado que a departi-
ção excessiva obriga a necessidades de pessoal mais elevadas, em condições similares
de actividade. Os Serviços de Urgência devem contemplar o número de urgências aten-
didas, o grau de severidade na necessidade de cuidados de enfermagem e o nível de
complexidade da própria Unidade.

Sem dúvida grande parte dos estudos debruçam-se relativamente ao ambiente


hospitalar, contudo os Cuidados de Saúde Primários encerram um universo tão ou mais
complexo quanto à dotação de pessoal de enfermagem. Cerro (1995, p.244) salienta os
elementos necessários à dotação de pessoal de enfermagem nos Cuidados de Saúde
Primários. Assim há dois indicadores fundamentais: a variável relação População segui-
da / n.° de Enfermeiros e a variável relação n.° Médicos / n.° Enfermeiros. Não menos
importante é a variável relativa à população que deve ser desdobrada em diversos aspec-
tos que contemplem as características dessa mesma população, o que permitirá determi-

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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

nar com melhor exactidão as necessidades da mesma: "Dados demográficos como a


idade, o sexo, a dispersão demográfica, o nível económico e cultural, etc., permitem re­
alizar uma planificação de Recursos Humanos muito mais adequada, tendo em conta os
programas que cobrem as necessidades de cuidados, baseados nessas características
populacionais" (Cerro, 1995, p.244). O mesmo autor refere também que é necessário ter
em conta o tipo de actividades a realizar. Face a este critério podem agrupar­se as acti­
vidades em quatro domínios: "Constata de Enfermagem, Visita Domiciliária, T écnicas
de Enfermagem e Actividades com a Comunidade" (Cerro, 1995, p.244). Cabe à Direc­
ção do Centro de Saúde definir quais as percentagens de tempo destinadas a cada domí­
nio.

No nosso país em sintonia com os restantes estudos Presado et ai. (1999, p.32)
salientaram ainda a "importância da elaboração do diagnóstico de saúde do concelho
no sentido de uma avaliação das características da população em termos de cuidados
de enfermagem no domicílio e ambulatório a uma intervenção mais activa na comuni­
dade e em parceria". Daqui sobressai que da auscultação dos enfermeiros dos Centros
de Saúde emergiram factores essenciais para estimar a dotação de pessoal de enferma­
gem nos Cuidados de Saúde Primários, sendo estes: "as características geodemográfi­
cas", "a acessibilidade e transportes", "a distância entre a Sede e Extensões", "o nú­
mero de Extensões", "o horário de atendimento" e "a existência de Serviço de Atendi­
mento Permanente /Serviço de Internamento com dotação própria de enfermeiros".

47

■ Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIM.ÍRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

3. ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO

Em qualquer área ou nível de gestão, as responsabilidades do gestor são muitas e


diversificadas. E sua função obter resultados com dois recursos básicos - pessoas e tem-
po. Para maximizar o potencial de ambos, a maioria necessita de memorandos e linhas
de orientação que os auxiliem (Graham, 1990, p.8). Sustentando a afirmação anterior,
verificamos que paralelamente e embrenhando-se cada vez mais no próprio trabalho há
uma preocupação/necessidade crescente em dar consistência, retractando pela escrita, o
que envolve e desenvolve o desempenho numa dada profissão.

Analisando o mundo laboral, desde alguns anos atrás até aos dias de hoje, cons-
tatamos não só um incremento, mas também o eclodir de novas profissões na área dos
serviços... Consequência e causa do exasperar dafragmentaçãoda ciência numa multi-
plicidade de novas e inúmeras ciências. Sobreleva-se assim o emergir de uma ambiva-
lência sócio-íuncional a qual se retracta sob a persona de observador ou sob a persona
de actor. Assumindo a primeira, assistimos ao rasgar do universo de necessidades hos-
pedadas na pessoa humana, clamando por uma resposta efectiva para os seus problemas.
Mas encarnando o papel de actor recriamos, actualizamos e consolidamos uma nova es-
pecificidade do saber. E o germinar de uma nova profissão fundada na ciência e materi-
alizada na especificidade do cuidar da Pessoa Humana. Bullough & Sparks (1975) [cit.
por Ribeiro, 1995, p.24] afirmam que cuidar é sob o ponto de vista holístico, atender o
utente na globalidade, logo visa o bem estar. Collière (1989), revela-nos que cuidar é
parte integrante da arte e da ciência em enfermagem.

Não obstante, a creditação científica tem por matéria prima o conhecimento e


molda-se na sistemática... Parafraseando Norma Lang "se não conseguimos sequer dar
um nome comum às actividades de enfermagem, não podemos controlá-las, financiá-
las, ensiná-las, pesquisá-las ou colocá-las dentro de uma política pública" [cit. por
Affara & Oguisso, 1995, p.426]. Deste modo para avaliar a intensidade da carga de tra-
balho de enfermagem parece-nos fundamental aliar uma linguagem comum, estruturada,
que privilegie as intervenções de enfermagem, iniciadas pelos enfermeiros com base na
tomada de decisão, a um instrumento devidamente testado que permita calcular o dis-
pêndio de tempo, logo o número de enfermeiros necessários ao desempenho dessas
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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SA ÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

mesmas intervenções.

Ressalta assim uma necessidade crescente de universalizar a linguagem, por


forma a facultar a criação de metodologias inovadoras capazes de preverem e/ou des-
creverem a intensidade da carga de trabalho de enfermagem. De momento, a resposta
mais completa e mais efectiva é a Classificação Internacional para a Prática de Enfer-
magem, a qual congrega não só os focos do cuidado de enfermagem, como permite qua-
lificá-los e ajustar-lhes as intervenções adequadas. Com a sua implementação sobressai
a visibilidade da prestação de cuidados de enfermagem, comprovando quais os ganhos
em saúde da população alvo, sensíveis a esses mesmos cuidados. Clark & Lang (1992)
[cit. por Goossen, 1992, p.21], afirmam que "está a ser muito importante para os pro-
fissionais de enfermagem de todo o mundo tornar visível que os enfermeiros contribuem
para os cuidados de saúde ".

Affara e Oguisso (1995, p.424) afirmam que uma das razões subjacentes à ne-
cessidade da enfermagem classificar a sua prática é a contenção de custos verificada em
todo o mundo. Referem ainda que "novas categorias de agentes de saúde são criadas e
as funções dos enfermeiros são redefinidas pelos países que reestruturam os seus servi-
ços de saúde afim de conter os custos. Neste processo, os enfermeiros precisam de justi-
ficar o seu papel em termos de custos e resultados'".

Assim, para que os custos não se sobreponham aos benefícios é necessário gerir.
E a forma mais eficaz de gerir um dado serviço ou instituição integra obrigatoriamente a
previsão (planeamento). Para tal, necessitamos de instrumentos devidamente aferidos de
modo a poder formar uma noção focada da carga de trabalho a desenvolver/consumir.
Na verdade, uma profissão cuja dinâmica se retracta na destreza técnica e simultanea-
mente na relação com outrem, desafia todo e qualquer estudo que pretenda precisar ou
medir a intensidade da carga de trabalho. Deste modo é imperativo criar uma metodolo-
gia marcada pelo rigor e creditação científica afim de construir um instrumento devida-
mente fundamentado, logo válido que permita contribuir para a clarificação da dotação
de pessoal de enfermagem. Com efeito, o caminho é longo mas é no passo a passo que
este é conquistado. E nosso intento que este trabalho constitua o início de um percurso
consolidado, o qual germine novos contributos no domínio do Cálculo dos Recursos de
Enfermagem.
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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

3.1. O Contexto

A caracterização dos Centros de Saúde surge da necessidade de apresentar a rea-


lidade onde o trabalho de campo que substancia o estudo se desenrolou, e ainda, aclarar
os critérios subjacentes à selecção destas instituições, para integrarem o estudo. Importa
também referir, que a caracterização dos Centros de Saúde foi efectuada no âmbito do
"Projecto de Restruturação dos Sistemas de Documentação de Enfermagem", pelo que a
mesma serviu de base à estruturada neste trabalho, aferindo-se as alterações verificadas
aquando da concretização deste estudo.

Quanto à localização, os concelhos de Ribeira de Pena e Vila Pouca de Aguiar


localizam-se a Norte de Vila Real distando desta 45 Km e 25Km, respectivamente.
Salienta-se que a distância entre estas duas localidades é de cerca de 20 Km. O Centro
de Saúde de Santa Marta de Penaguião, localiza-se a Sul de Vila Real, integrando a
denominada "Terra Quente", distando a cerca de 25 Km (ARS, IGIF, ESEnfSJ, 1999,
Secção I, p. 15).

Figura 1 - Mapa de Vila Real

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Adaptado de: (ARS, IGIF. ESEnfSJ, 1999, p.16)

50

- Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Vila e População de Ribeira de Pena

A Vila de Ribeira de Pena situa-se no vale de uma região montanhosa (a Norte a


Serra do Barroso, a Leste e a Sul a Serra do Alvão), integra-se também numa região de
transição entre o Minho e Trás-os-Montes, sendo condicionada por influências climáti-
cas (predominantemente seco e frio) e culturais, destas duas províncias. A referida au-
tarquia é composta por sete freguesias e abrange uma área de 22,3 Km2, com uma popu-
lação residente de 8000 habitantes (Estimativas de População Residente em 1998 -
INE).

Verifica-se dispersão demográfica, sendo difícil o acesso ao Centro de Saúde,


dada a rede viária ser escassa. Predominam as estradas florestais e os caminhos munici-
pais, denotando-se um deficiente serviço de transportes públicos. As principais activi-
dades profissionais inscrevem-se no sector primário, salientando-se a agricultura. Esta é
sobretudo de subsistência, destacando-se algumas explorações no domínio da pecuária
(criação de gado bovino, caprino e ovino). Já o sector secundário está debilmente preen-
chido, limitando-se a algumas fábricas de transformação de madeira, produção de cal-
çado e industria alimentar. A nível social verifica-se uma fraca organização de activida-
des recreativas e culturais e escassez de corpos de voluntários (ARS, IGJJF, ESEnfSJ,
1999, Secção I, p. 16-17).

Conforme os "dados do Centro de Estatística da Região Norte (censos 1991),


observa-se baixo nível económico geral e de escolaridade, registando uma taxa de anal-
fabetismo de 25,3%. Regista-se ainda um alto índice de emigração, grande mobilidade
dos estudantes e emprego precário, contribuindo para uma população envelhecida com
tendência para uma diminuição progressiva. Em 1991, o índice de envelhecimento era
de 68,9%, a taxa de natalidade de 0,95%, a taxa de fecundidade de 3,41%, a taxa de
mortalidade de 1,47% e a taxa de mortalidade infantil de 1,23%".

Centro de Saúde de Ribeira de Pena

O edifício do Centro de Saúde de Ribeira de Pena , foi construído com o apoio


do Governo Norueguês, sendo inaugurado o Serviço Ambulatório em Outubro de 1980
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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

e a reabertura do Serviço de Internamento em Março de 1983. A comparticipação do


Executivo da Noruega integrou também ofinanciamentode bolsas, destinadas à forma-
ção do Pessoal de Enfermagem e recrutamento do mesmo. As instalações mantém o
projecto inicial, funcionando num único piso, possuindo espaços amplos de atendimento
e de circulação, uma boa luminosidade e um bom estado de conservação. O referido
Centro de Saúde possui ainda um laboratório de análises devidamente apetrechado, que
não funciona por falta de Pessoal Técnico Especializado (ARS, IGIF, ESEnfSJ, 1999,
Secção I, p. 17).

O Centro de Saúde de Ribeira de Pena é constituído pela Sede e a Extensão de


Saúde de Cerva. A Sede abrange as freguesias de Alvadia, Santo Aleixo, Santa Mari-
nha, Canedo e Salvador. A Extensão de Cerva cobre o atendimento da população de
Cerva e Limões. O referido Centro de Saúde possui ainda mais duas extensões que se
encontram desactivadas, sendo: a Extensão de Canedo, que está encerrada e a de Alva-
dia que foi cedida à Caritas para um Centro de Dia Geriátrico (ARS, IGIF, ESEnfSJ,
1999, Secção I, p. 15).

A Sede do Centro de Saúde possui um Serviço de Ambulatório, um Internamen-


to e um Serviço de Atendimento Permanente (SAP). O Serviço de Ambulatório funcio-
na das 8 às 18 horas. O SAP funciona das 8 às 24 horas, nos dias úteis e aos fins-de-
semana e feriados das 8 às 22 horas, pelo que após este horário, os utentes recorrem ao
SAP do Centro de Saúde de Vila Pouca de Aguiar.

O número de utentes inscritos é de 9056 utentes, sendo 49,7% do sexo masculi-


no e 50,3% do sexo feminino, salientando-se a existência de 5953 utentes inscritos sem
Médico de Família. Salientamos ainda que tais dados foram obtidos no próprio Centro
de Saúde, em 22 de Fevereiro de 2001.

Quanto aos recursos humanos do Centro de Saúde de Ribeira de Pena salienta-


se: a Equipa Médica é constituída por cinco Médicos (um Delegado de Saúde; dois As-
sistentes Graduados de Clínica Geral, um destes desempenha o cargo de Director do
Centro de Saúde e dois Clínicos Gerais de nacionalidade Espanhola). A Equipa de En-
fermagem é constituída por 12 Enfermeiros (a Enfermeira-Chefe com o Curso de Estu-
dos Superiores Especializados em Saúde Materna e Obstétrica, 2 Enfermeiros Especia-

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— Paulo Alexandre Puga Machado —
GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SA ÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

listas, com o Curso de Estudos Superiores Especializados em Saúde Pública e Comuni-


tária, 3 Enfermeiros Graduados, 5 Enfermeiros de Nível I e uma Enfermeira não inte-
grada na actual Carreira de Enfermagem. A média de idades dos Enfermeiros é de 36
anos, com um mínimo de 25 anos e um máximo de 58 anos de idade.

Quadro 5 - Recursos humanos do Centro de Saúde de Ribeira de Pena

Recursos Humanos Sede Extensões

Médicos 4 1

Enfermeiros 11 1

Administrativos 7 2

Apoio Geral 13 0

O método de trabalho adoptado pela Equipa de Enfermagem segue a distribuição


por actividades: Consultas de Saúde Infantil, Saúde Escolar, Planeamento Familiar, Sa-
úde Materna, Hipertensão, Diabetes, Tratamentos / Injectáveis e Vacinas.

Actualmente estão atribuídos ao Serviço de Ambulatório 5 Enfermeiros (4 na


Sede e 1 na Extensão), contando com a colaboração da Enfermeira-Chefe. Estes Enfer-
meiros cumprem o horário de tempo integral (35 horas semanais). Um dos Enfermeiros
Especialistas coordena a Saúde Escolar, a Educação para a Saúde e colabora na Consul-
ta. As Consultas de Saúde Infantil, Planeamento Familiar, Saúde Materna, Vacinas e
Domicílios estão dotados de 1 Enfermeiro por Programa. No Quadro do Pessoal encon-
tra-se 1 Enfermeira da antiga Carreira de Enfermagem que assegura os tratamentos e os
injectáveis.

Salientamos ainda que no período em que se concretizou a colheita de dados,


inerente ao estudo efectuado (Maio / Junho de 2000), se encontravam de Férias 2 En-
fermeiros, um por onze dias e outro por doze dias.

A Extensão de Cerva está dotada com 1 Enfermeiro que participa em todas as


actividades descritas anteriormente.

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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Vila e População de Santa Marta de Penaguião

O concelho de Santa Marta de Penaguião situa-se na região da "Terra Quente",


Douro, tendo a Nordeste a Serra do Marão (Fraldas do Marão), a Norte e a Sul é rasga-
do pelo Rio Corgo. Localiza-se a Sudoeste de Vila Real. A rede viária é escassa e sinuo-
sa, integrando as características paisagísticas do Douro. Esta região beneficia de um mi-
croclima característico que favorece a vitivinicultura, representando esta a principal ac-
tividade económica (ARS, IGIF, ESEnfSJ, 1999, Secção I, p. 19).

A referida Vila é composta por dezfreguesias,abrangendo uma área de 69 Km2


com uma população residente de 9840 habitantes (Estimativas de População Residente
em 1998 - INE). Conforme os "dados do Centro de Estatística da Região Norte (censos
1991), verifica-se a existência de um baixo nível económico geral e de escolaridade
(com uma taxa de analfabetismo de 17,4%). Salienta-se um elevado índice de emigra-
ção, grande mobilidade dos estudantes e emprego precário, o que condiciona a uma po-
pulação envelhecida, com tendência para uma diminuição progressiva. Em 1991, o índi-
ce de envelhecimento era de 85,9%, a taxa de natalidade de 1,54%, a taxa de fecundida-
de de 4,82%, a taxa de mortalidade de 1,47% e a taxa de mortalidade infantil de 3,48%.

Centro de Saúde de Santa Marta de Penaguião

A construção do Centro de Saúde teve o apoio do Governo Norueguês, inician-


do a actividade em 1982. O mesmo Executivo também financiou bolsas destinadas à
formação e recrutamento de Pessoal de Enfermagem. As instalações possuem um piso
único, mantendo o projecto inicial. Salientam-se os amplos espaços de atendimento e de
circulação, boa luminosidade e bom estado de conservação. O Centro de Saúde é consti-
tuído pela Sede (abrangendo asfreguesiasde: S. Miguel de Lobrigos, Medrões, Sanho-
ane e Sever) e cinco Extensões que apoiam as populações dasfreguesiasde: Alvações,
Cumieira, S. João de Lobrigos, Fontes, Fornelos e Louredo. O horário de atendimento
do Centro de Saúde é das 8 às 20 horas no Serviço de Atendimento Urgente (SAU) e o
funcionamento das Equipas é das 8 às 19 horas (ARS, IGIF, ESEnfSJ, 1999, Secção I,
p. 20).

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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

A população inscrita é de 9066 utentes, sendo 3825 na Sede, 807 em Alvações,


1343 na Cumieira, 1007 em Fornelos e Louredo, 1299 em S. João de Lobrigos e 785 em
Fontes. Salientamos ainda que tais dados foram obtidos no próprio Centro de Saúde, em
22 de Fevereiro de 2001.

A Equipa Médica é constituída por seis Médicos (1 Assistente de Clínica Geral,


que assume o cargo de Director do Centro de Saúde, 1 Chefe de Serviço de Clínica Ge-
ral e 4 Assistentes Graduados). A Equipa de Enfermagem é constituída por 8 Enfermei-
ros (Enfermeira Chefe, com a Especialidade de Enfermagem de Saúde Pública e Mestre
em Ciências de Enfermagem, 3 Enfermeiras Graduadas e 4 Enfermeiros de Nível I), a
média de idades é de 34 anos, sendo o mínimo de 21 anos e o máximo de 59 anos. Os
Enfermeiros cumprem horário de tempo integral (35 horas semanais). O S AU é assegu-
rado por um enfermeiro ficando os restantes 7 na prestação de cuidados inerente aos
Cuidados de Saúde Primários.

Quadro 6 - Recursos Humanos do Centro de Saúde de Santa Marta de Penaguião

Recursos Humanos Sede

Médicos 6

Enfermeiros 8

Administrativos 7

Apoio Geral 8

Salientam-se ainda os protocolos celebrados entre este Centro de Saúde e o Hos-


pital Distrital de Vila Real relativamente à Consulta de Psiquiatria e Pedopsiquiatria,
pelo que integram a equipa de saúde um Pedopsiquiatra e um Psiquiatra. A Consulta
médica de Pedopsiquiatria funciona na última Quinta-feira de cada mês e a Consulta
Médica de Psiquiatria funciona quinzenalmente às Quartas-feiras.

Desde Setembro de 1994, que a distribuição do trabalho se suporta no método


por Equipas Nucleares de Saúde, tendo sido ajustadas em função dos recursos existen-
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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SA ÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

tes, rentabilizando a mesma zona geográfica. As Consultas de Saúde Infantil, Saúde


Materna e Planeamento Familiar das Extensões de Saúde são efectuadas em dias fixos
da semana e agendadas para o efeito. Existem 6 Equipas de trabalho, funcionando uma
por cada Extensão e duas na Sede. As Equipas são constituídas por: um ou dois Médi-
cos, um Enfermeiro e um Administrativo. O S AU é assegurado continuamente por um
Enfermeiro, das 8 às 20 horas.

Salientam-se dois projectos:

"Saúde na Comunidade - Apoio Domiciliário" - Tem por objectivo ca-


racterizar a população idosa em graus de dependência, tendo o apoio de uma Psicóloga
uma vez por semana (às Quartas-feiras).

"Preparação da Alta Hospitalar - Doentes Dependentes" - Protocolo com


o Serviço de Medicina do Hospital da Régua.

Vila e População de Vila Pouca de Aguiar

O concelho de Vila Pouca de Aguiar situa-se a Norte de Vila Real, localizando-


se entre as Serras do Alvão (a poente) e a Serra da Padrela (a Este). Confina a Norte
com Chaves, a Sul com Ribeira de Pena e a Oeste com Valpaços e Murça. É constituída
por 17 freguesias e 84 localidades, abrangendo uma área de 11900 hectares. A popula-
ção residente é de 16310 habitantes (Estimativas de População Residente em 1998 -
INE). Este concelho apresenta uma localização privilegiada com ligação a Chaves, Val-
paços, Murça, Vila Real e Ribeira de Pena. Contudo a rede de transportes não satisfaz as
necessidades da população, existindo localidades que só contam com transportes no pe-
ríodo escolar e dias de Feira (5 e 25 de cada mês). Salientamos também que a restante
rede viária é escassa, com predomínio de estradas municipais e caminhos florestais. As
actividades tem predominância no sector primário, agricultura (produção de batata, mi-
lho, centeio, feijão e castanha). Releva-se alguma actividade no sector terciário. Já o
sector secundário conta apenas com quatro Unidades Fabris relevantes: empresa de en-
garrafamento de água mineral, empresa de calçado, empresa de lacticínios e indústria de
extracção e transformação de granito. Salienta-se ainda a existência de uma Instância

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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM \OS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Termal em Pedras Salgadas, conhecida pelas suas águas minero-medicionais. A nível


social verifica-se fraca organização das actividades recreativas e culturais e escassez de
corpos voluntários (ARS, IGIF, ESEnfSJ, 1999, Secção I, p. 22).

Segundo dados do Centro de Estatística da Região Norte (censos de 1991), veri-


fica-se um baixo nível económico geral e de escolaridade (com uma taxa de analfabe-
tismo de 16,4%). Destaca-se um elevado índice de emigração, grande mobilidade dos
estudantes e emprego precário, contribuindo para uma população envelhecida com ten-
dência para uma diminuição progressiva. Em 1991, o índice de envelhecimento era de
65,1%, a taxa de natalidade de 1,07%, a taxa de fecundidade de 3,6%, a taxa de mortali-
dade de 1,17% e a taxa de mortalidade infantil de 2,19%.

Centro de Saúde de Vila Pouca de Aguiar

O Centro de Saúde foi financiado pelo Governo Norueguês, sendo inaugurado


em 1982. O mesmo Executivo financiou ainda bolsas destinadas à formação e dotação
de Enfermagem. As instalações estão dispostas num só piso, tendo sido reformulada a
entrada principal de modo a proporcionar o abrigo à transferência de doentes que são
transportados ao Centro de Saúde ou deste para outros locais. Caracteriza-se por espa-
ços amplos de atendimento e circulação, boa luminosidade e bom estado de conserva-
ção. O Centro de Saúde possui uma sala de Radiologia que iniciou o seu funcionamento
em Maio de 1999.

Este Centro de Saúde é constituído pela Sede e por duas Extensões, Pedras Sal-
gadas e Campo de Jales. A Sede dá apoio aos habitantes dasfreguesiasde Vila Pouca,
Telões, Soutelo, Santa Marta, Tresminas, Afonsim e Gouvães. A Extensão de Saúde de
Campo de Jales presta apoio às freguesias de Jales e Alfarela, funcionando das 8.30 às
13 horas e das 14 às 18 horas. Asfreguesiasde Bornes, Parada Monteiro, Sabroso, Bra-
gado, Capeludos e Pensalvos estão sob tutela da Extensão de Saúde de Pedras Salgadas,
com horário de funcionamento das 8.30 às 19 horas. A Sede engloba Atendimento Am-
bulatório, Internamento e SAP. O Atendimento Ambulatório funciona das 8.30 às 13
horas e das 14 às 18 horas. O SAP funciona ininterruptamente 24 horas por dia. Salien-
ta-se ainda que o Internamento está dotado com 18 camas e o SAP com 2 camas na Sala
de Observações. O Centro de Saúde tem 18295 utentes inscritos, dos quais 2439 estão
57

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

inscritos na Extensão de Saúde de Campo de Jales e 5490 na Extensão de Pedras Salga-


das. O total de utentes inscritos sem Médico de Família é de 3300, dos quais 1340 cor-
respondem a utentes inscritos na Sede. Salientamos ainda que tais dados foram obtidos
no próprio Centro de Saúde, em 22 de Fevereiro de 2001.

Quanto aos recursos humanos, a Equipa Médica é constituída por 13 Médicos (1


Assistente de Saúde Pública, 6 Assistentes Graduados, um dos quais assume o cargo de
Director do Centro de Saúde e 6 Assistentes de Clínica Geral), a Equipa de Enfermagem
é constituída por 18 Enfermeiros (a Enfermeira-Chefe com o Curso de Estudos Superio-
res Especializados em Saúde Materna e Obstétrica, Mestre em Ciências de Enferma-
gem, 3 Enfermeiros Especialistas sendo um com o CESE de Saúde Materna e Obstétri-
ca, outro com o CESE de Saúde Infantil e Pediátrica e outro com o CESE de Reabilita-
ção e 14 Enfermeiros de Nível I). Do total de Enfermeiros, 10 estão destacados para o
internamento e os restantes para o Serviço Ambulatório. A Enfermeira com o CESE de
Reabilitação encontra-se destacada para o Internamento. A média de idades dos Enfer-
meiros é de 31 anos de idade, com um mínimo de 23 anos e um máximo de 45 anos de
idade.

Quadro 7 - Recursos humanos do Centro de Saúde de Vila Pouca de Aguiar

Recursos Humanos Sede Extensão de Saúde de Extensão de Saúde de


Pedras Salgadas Campo de Jales

Médicos 8 3 2

Enfermeiros 15 2 1

Técnico Sanitário 1 - -

Administrativos 16 3 1

Apoio e Vigilância 17 1 -

O método de trabalho adoptado pela Equipa de Enfermagem segue a distribuição


por actividades: Saúde Infantil, Saúde Escolar, Planeamento Familiar, Saúde Materna,
Hipertensão, Diabetes, Tratamentos / Injectáveis e Vacinas. O Serviço de Ambulatório
conta com 8 Enfermeiros (5 na Sede e 3 nas Extensões de Saúde), salientando-se ainda a

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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

colaboração da Enfermeira-Chefe. O horário cumprido é o de tempo integral (35 horas


semanais). As Extensões de Campo de Jales e Pedras Salgadas têm 1 e 2 Enfermeiros
respectivamente. Destacamos ainda que no período em que se concretizou a colheita de
dados inerente ao estudo efectuado (Maio / Junho de 2000), se encontravam ausentes ao
serviço 3 Enfermeiros: dois por gozo de Férias (um por dez dias e outro por 3 dias) e
uma Enfermeira com Licença de Maternidade.

Salientam-se dois projectos:

"Apoio ao Idoso acamado" e " Saúde Oral".

Interessa ainda relevar que estes três Centros de Saúde integraram o "Projecto de
Restruturação dos Sistemas de Documentação de Enfermagem", pelo que os Registos
de Enfermagem são realizados em "Padrões de Documentação de Enfermagem", recor-
rendo à Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem, quer em suporte de
papel, quer em suporte electrónico. Vamos então explicar sucintamente no que consistiu
o referido projecto.

3.1.1. Projecto de Restruturação dos Sistemas de Documentação de Enfermagem

Este projecto consistiu num trabalho de análise e redefinição dos Sistemas de In-
formação / Documentação de Enfermagem, envolvendo diversas entidades, sendo estas:
a Escola Superior de Enfermagem de S. João, a Administração Regional de Saúde do
Norte e a Sub-Região de Saúde de Vila Real, o Instituto de Gestão e Informática Finan-
ceira do Ministério da Saúde (IGIF), bem como os Centros de Saúde de Ribeira de
Pena, Santa Marta de Penaguião e Vila Pouca de Aguiar. Pretendeu-se com um projecto
desta natureza "Definir uma metodologia de implementação das Tecnologias de Infor-
mação e Comunicação no âmbito da assistência de enfermagem em Cuidados de Saúde
na Comunidade" (ARS, IGIF, ESEnfSJ, 1999, Vol. I, p.6). Salientamos ainda que o re-
ferido projecto tomou por linguagem de base para a realização de Registos de Enferma-
gem a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem. Deste modo integra-
mos neste trabalho uma resumida alusão à referida taxonomia.

3.1.1.1. Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem

A CIPE surgiu na sequência de um objectivo ancestral, o qual preconizava a cri-


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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIM.ÍRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

ação de uma taxonomia que proporciona-se o recurso a uma linguagem comum para
descrever a Prática de Enfermagem. O repto foi lançado pela Organização Mundial de
Saúde na reunião do Conselho Internacional de Enfermagem (ICN), realizada em Seul
em 1989. A referida proposta solicitava ao ICN que estimulasse as Associações Nacio-
nais de Enfermagem "a se envolverem no desenvolvimento de sistemas de classificação
para a assistência de enfermagem, sistemas de gerência da informação sobre a enfer-
magem e o conjunto de dados sobre a enfermagem afim que todos os países pudessem
usar para identificar actividades de enfermagem e descrever a enfermagem e sua con-
tribuição para a saúde'" (F. Affara; T. Oguisso; 1995, p.423). Uma vez aprovada a reso-
lução procedeu-se à nomeação de um grupo de trabalho que estudou a exequibilidade
deste sistema.

Com efeito urgia a criação de um sistema que permitisse a ligação entre dados
clínicos e financeiros ou entre intervenções e resultados, encerrasse um carácter amisto-
so, acessível e compatível com os requisitos do sistema de saúde e facultasse a interac-
ção com outros sistemas mesmo que baseado num marco conceptual de enfermagem. A
liderança de tal projecto foi encabeçada pelo ICN em parceria com a Organização Mun-
dial de Saúde e outros grupos nacionais, internacionais, governamentais e não governa-
mentais (F. Affara; T. Oguisso; 1995, p.433).

O grupo técnico incumbido da disseminação da CIPE® delineou um plano estra-


tégico composto por várias finalidades, sendo estas:

- Desenvolver uma Classificação Internacional para a Prática de Enferma-


gem com o seu processo específico e componentes dos resultados esperados.

- Obter reconhecimento dessa Classificação pelas comunidades nacionais e


internacionais de enfermagem.

- Conseguir integrar essa Classificação, na Classificação Internacional de


Doenças da Organização Mundial de Saúde.

- Fazer com que os enfermeiros utilizem a Classificação em nível racional


para desenvolvimento de uma base de dados.

- Estabelecer um conjunto internacional da base de dados que incorpore a


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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem, o conjunto de


dados mínimos de enfermagem e dados regulatórios. (F. Affara; T. Oguisso;
1995, p.434).

Face ao desenvolvimento deste projecto, em 1996 foi publicada a International Clas-


sification for Nursing Pratice - ICNP® (Alpha Version). A mesma foi traduzida em vá-
rias línguas afim de permitir a sua implementação o mais universalmente possível. Esta
versão evoluiu, consequentemente à investigação em enfermagem, dando lugar em Ju-
nho de 1999, em Londres, à publicação de uma nova versão (Beta Version), a qual tam-
bém já se encontra traduzida em Português. Vamos pois descrever a estruturação da
CIPE® (Beta Version).

A CIPE® encontra-se estruturada segundo uma hierarquização de termos em eixos


múltiplos, a qual esquematicamente assume uma forma de pirâmide cuja ordenação (no
sentido do topo para a base), parte de um conceito mais amplo para um mais específico.
Sob a significação de "o que pode ser observado", e sem a conotação ou paralelismo
com doença o Fenómeno de Enfermagem define uma condição de um dado indivíduo
sem incorrer à partida numa terminologia cuja significação comporte um teor negativo.
Eclode então o conceito inovador de Fenómeno de Enfermagem: "Aspecto da saúde
com relevância para a prática de enfermagem" (ICN, 2000, p.xiii), tomando-se por Di-
agnóstico de enfermagem. "Designação atribuída por uma enfermeira à decisão sobre
um fenómeno que representa o foco das intervenções de enfermagem. Um diagnóstico
de enfermagem é composto por conceitos contidos nos eixos da Classificação dos Fe-
nómenos" (ICN, 2000, p.xiii).

Há três componentes na estrutura da CIPE®, são eles:

Os Fenómenos de Enfermagem.

As Acções de Enfermagem.

Os Resultados de Enfermagem.

(ICN, 2000, p.xi)

Estes componentes são abordados segundo um sistema de eixos múltiplos, sob


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— Paulo Alexandre Puga Machado —
GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SA ÙDE PRIM.imos
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

uma disposição hierárquica. Assim, os eixos para a Classificação dos Fenómenos de En-
fermagem são:

A. Foco da Prática de Enfermagem: área de atenção, tal como foi descrito pelos
mandatos sociais e pela matriz profissional e conceptual da prática profissional
de enfermagem.

B. Juízo: opinião clínica, estimativa ou determinação da prática profissional de


enfermagem sobre o estado de um fenómeno de enfermagem, incluindo a quali-
dade relativa da intensidade ou grau da manifestação do fenómeno de enferma-
gem.

C. Frequência: número de ocorrências ou repetições de um fenómeno de enferma-


gem durante um intervalo de tempo.

D. Duração: intervalo de tempo durante o qual ocorre um fenómeno de enferma-


gem.

E. Topologia: região anatómica em relação a um ponto mediano ou extensão da


área anatómica de um fenómeno de enfermagem.

F. Localização Anatómica: posição ou localização no organismo de um fenómeno


de enfermagem.

G. Probabilidade: possibilidade de ocorrência de um fenómeno de enfermagem.

H. Portador: entidade relativamente à qual se pode dizer que possui o fenómeno de


enfermagem (ICN, 2000, p.xiv).

Podemos então traçar um diagnóstico se associarmos um termo do eixo A a um ter-


mo dos eixos B ou G. Vejamos o exemplo:

62

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIM.ÍRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Figura 2 - Exemplificação da construção de um diagnóstico conforme a CIPE®

EIXOS SELECCIONADOS TERMOS SELECCIONADOS


Foco da Prática de Enfermagem Dor
Juízo Extrema (em grau muito elevado)
Frequência Intermitente
Topologia Direito
Localização anatómica Pé
Diagnósticos de Enfermagem: Dor extrema
Dor extrema, intermitente
Dor extrema, intermitente no pé
Dor extrema, intermitente no pé direito
(ICN, 2000, p.xiv)

Face aos diagnósticos assumem particular importância as Acções de Enferma-


gem (Comportamentos das enfermeiras na prática) e as Intervenções de Enfermagem
(Acção realizada em resposta a um diagnóstico de enfermagem, com a finalidade de
produzir um restdtado de enfermagem. Uma intervenção de enfermagem é composta
por conceitos contidos nos eixos da Classificação das Acções.) (ICN, 2000, p.xvii). Es-
tando estruturada da mesma forma (em sistemas de eixos), a Classificação das Acções
de Enfermagem encerra os seguintes eixos:

A. Tipo de Acção: realizações levadas à prática por uma acção de enfermagem.

B. Alvo: entidade que é afectada ou que confere conteúdo à acção de enfermagem.

C. Recursos: entidade usada no desempenho da acção de enfermagem. Inclui: Ins-


trumentos ou ferramentas (utilizadas no desempenho da acção de enfermagem)
e os Serviços (trabalho ou plano específicos usados para executar a acção de
enfermagem).

D. Tempo: orientação temporal de uma acção de enfermagem. O tempo inclui os


Pontos no tempo (eventos - que se definem como momentos definidos no tempo)
e os Intervalos de tempo (episódios - que se definem como a duração entre dois
eventos).

E. Topologia: região anatómica em relação a um ponto mediano ou extensão da


área anatómica de um fenómeno de enfermagem.
63

- Paulo Alexandre Puga Machado -


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIM.ÍRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

F. Localização: orientação anatómica e espacial de uma acção de enfermagem. A


localização inclui os sítios do corpofposição ou localização anatómica de uma
acção de enfermagem), e o local (localização geográfica onde ocorre a acção
de enfermagem).

G. Via: trajecto através do qual se realiza uma acção de enfermagem.

H. Beneficiário: entidade a favor da qual a acção de enfermagem é realizada.

(ICN, 2000, p.xviii)

Resta-nos então tecer algumas considerações... Para traçar Intervenções de En-


fermagem a regra é associar um Tipo de Acção a um Foco ou a um Alvo. Desta forma e
com base em toda a orgânica da CIPE® os enfermeiros registando o que caracterizou,
face a cada situação, a sua prestação de cuidados vão poder medir com precisão os ga-
nhos em saúde dessa população, sensíveis aos cuidados de enfermagem. Com efeito, a
Classificação dos Resultados de Enfermagem não é mais que a medição ao longo do
tempo das mutações sofridas no estado de saúde de um indivíduo ou comunidade, por
interferência das intervenções de enfermagem sobre o diagnóstico de enfermagem inici-
al.

3.1.1.2. Implementação do Projecto de Restruturação dos Sistemas de Documentação de


Enfermagem

O referido projecto visou seis etapas distintas: "Identificação dos interesses, mo-
tivações e necessidades", "Diagnóstico da situação dos actuais métodos de distribuição
de trabalho, sistemas de informação e documentação em enfermagem"; "Definição do
modelo de dados"; "Intervenção formativa sobre os Sistemas de Informação em Enfer-
magem e métodos de organização do trabalho", "Definição dos recursos de Hardware
e desenvolvimento da aplicação informática" e "Intervenção formativa sobre:
Implementação das Tecnologias de Informação e Comunicação" (ARS, IGIF,
ESEnfSJ, 1999, Vol V, p.24).

Com o intuito de clarificar o processo de implementação deste projecto vamos


efectuar uma alusão sucinta ao constante de cada etapa. A metodologia seguida foi in-

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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE B^IFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SA ÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

vestigação-acção, pelo que, após a análise dos anteriores suportes de Informa-


ção/Documentação de Enfermagem, visou implementar novos suportes, os quais garan-
tissem integridade referencial da prestação de cuidados com os registos de enfermagem
efectuados, logo com as práticas instituídas.

Assim, a primeira etapa, "Identificação dos interesses, motivações e necessida-


des", caracterizou-se por uma sessão debate, a qual integrou todos os enfermeiros in-
tervenientes no processo de modo a situar os "pontos de partida em termos de interes-
ses, de motivações e de necessidades" (ARS, IGIF, ESEnfSJ, 1999).

Salientamos que um projecto desta natureza requer o envolvimento ao mais va-


riado nível de decisão. Com efeito, é fundamental o envolvimento dos gestores, já que
há gastos e ocupação de horas de trabalho. Contudo, também a adesão de quem está na
prestação de cuidados é crucial para o êxito de um projecto desta natureza, sobretudo
quanto à implementação da mudança. Efectivamente só foi possível concretizar o pro-
jecto dado o interesse e envolvimento de todos.

A segunda etapa compreendeu o "Diagnóstico da situação dos actuais métodos


de distribuição de trabalho, sistemas de informação e documentação em enfermagem".
Nesta, procedeu-se à colheita de dados relativa aos registos de enfermagem efectuados
no tempo compreendido pela amostra. Estes dados, encontram-se registados nos vários
impressos que constituíam o sistema de documentação/informação, dos três Centros de
Saúde, sendo compilados para uma base de dados, afim de posteriormente serem sub-
metidos à análise de conteúdo. Após a referida análise de conteúdo aos registos de en-
fermagem e à análise da "estrutura dos impressos de suporte à documentação dos cuida-
dos de enfermagem", procedeu-se à validação da mesma. Esta consistiu em entrevistas
com os enfermeiros dos Centros de Saúde, com vista a interpretar os resultados. Face à
análise dos dados concretizada com os enfermeiros dos três Centros de Saúde foi possí-
vel ter uma noção concreta das limitações dos anteriores suportes de documentação / in-
formação dos cuidados de enfermagem.

A terceira etapa "Definição do modelo de dados", caracterizou-se pela validação


do modelo teórico de dados, recorrendo a entrevistas, e pela estruturação dos novos im-
65
— Paulo Alexandre Puga Machado —
GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

pressos afim de constituírem o novo suporte de documentação de cuidados de enferma-


gem.

A quarta etapa, "Intervenção formativa sobre os Sistemas de Informação em En-


fermagem e métodos de organização do trabalho", visou essencialmente formação rela-
tiva ao Processo de Enfermagem, Classificação Internacional para a Prática de Enfer-
magem e métodos de distribuição do trabalho.

As etapas anteriores caracterizaram-se por um trabalho muito estreito entre os


docentes da ESEnfSJ e os colegas dos três Centros de Saúde. Inicialmente foi necessá-
rio encontrar os Focos maisfrequentesalvo dos cuidados de enfermagem. Tratou-se de
um processo complexo e moroso, já que, face aos múltiplos Focos seleccionados, foi
necessário à posteriori serem eliminados os menos frequentes mantendo-se não só os
mais frequentes mas também aqueles para os quais os enfermeiros desenvolviam e/ou
acordaram desenvolver intervenções concretas. Com efeito, foi essencial "dominar" a
CIPE®. Seguidamente foi importante qualificar os Focos seleccionados, de modo a que
se pudessem avaliar os cuidados prestados. Finalmente traçaram-se as intervenções de
enfermagem face aos Focos descritos. Com base nas características da população alvo
dos cuidados de enfermagem construíram-se padrões de documentação de enfermagem.
Os referidos padrões são: "Padrão de Documentação de Enfermagem: Família", "Padrão
de Documentação de Enfermagem: Saúde Infanto-Juvenil", "Padrão de Documentação
de Enfermagem: Saúde no Adulto / Idoso" e "Padrão de Documentação de Enferma-
gem: Gravidez / Puerpério" (ver anexo VIII).

A quinta etapa, "Definição dos recursos de Hardware e desenvolvimento da


aplicação informática", consistiu na realização, por parte da Escola Superior de Enfer-
magem de S. João, do diagnóstico de situação dos novos sistemas de documentação / in-
formação dos cuidados de enfermagem de modo a que o IGIF-Norte concretizasse o
desenvolvimento da aplicação informática. Também nesta etapa foi decisivo para o seu
êxito, o empenhamento de todos os enfermeiros dos três Centros de Saúde.

A sexta e última etapa "Intervenção formativa sobre: Implementação das Tec-


nologias de Informação e Comunicação", visou a implementação da aplicação infor-
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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

mática, compreendendo no início um período de formação e treino pelos enfermeiros


envolvidos dos três Centros de Saúde.

Salientamos ainda que o autor deste estudo integrou o grupo de enfermeiros do-
centes que participou na realização do Projecto de Restruturação dos Sistemas de Do-
cumentação de Enfermagem. Realçamos também que este trabalho a que nos referimos
contribuiu para o aumento dafiabilidadedo documentado.

3.2. Finalidade do Estudo

Os Cuidados de Saúde Primários são sem dúvida um indicador do grau de des-


envolvimento de uma nação, já que num país desenvolvido o seu Sistema de Saúde in-
veste na prevenção... Com efeito tratar para além de ser mais dispendioso poderá não
restituir a plena qualidade de vida ao cidadão acometido de doença ou trauma. Dado es-
tarmos integrados num grupo que desenvolveu um projecto, que visou a reformulação
do Sistema de Documentação de Enfermagem, incorporando a Classificação Internacio-
nal para a Prática de Enfermagem enquanto sistema de vocabulário controlado na pro-
dução de documentação de enfermagem, no domínio dos Cuidados de Saúde Primários,
sentimo-nos particularmente motivados para desenvolver nestes o nosso trabalho.

Da consulta bibliográfica que efectuámos, constatamos a existência de várias


metodologias que visam o cálculo da dotação de pessoal de enfermagem. Com efeito,
cada método reflecte em muito a sensibilidade do autor que efectua o referido cálculo.
Verificamos ainda que muitos destes não são enfermeiros, pelo que confinam as inter-
venções de enfermagem às que traduzem o domínio do executar ou às que decorrem da
prescrição de outros técnicos. Na verdade, o cálculo da dotação de pessoal de enferma-
gem é um processo complexo, no qual interferem múltiplos factores, a título de exem-
plo: na prestação de cuidados de enfermagem verificamos a simultaneidade de interven-
ções. Com efeito, do ponto de vista sincrético, a prestação de cuidados de enfermagem
encerra duas vertentes: uma objectiva (ex.: execução de procedimentos técnicos) e uma
subjectiva, podendo esta complementar a anterior (ex.: educação para a saúde)... Assim
sob uma visão sintética a primeira e a segunda podem constituir uma mesma acção...
Num hipotético procedimento técnico (administração de um fármaco), o enfermeiro

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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

pode ter que recorrer ao ensino (medidas de vigilância e de repouso a implementar).


Concretiza assim duas acções numa só e em tempo único, afim de numa acção sinérgica
o indivíduo recuperar. Não obstante, importa salientar ainda que apesar de serem múlti-
plas as metodologias que visam o cálculo da dotação de pessoal de enfermagem, há fac-
tores preponderantes na determinação deste cálculo, comuns aos vários métodos, que
são referenciados pelos distintos autores.

Dada a sua importância, relevamos também que a Classificação Internacional


para a Prática de Enfermagem veio contribuir para a qualidade dos registos de enferma-
gem, permitindo a construção de sistemas de documentação de enfermagem baseados
numa linguagem comum. Aparentemente, este caminho é inevitável na reestruturação
da gestão em enfermagem. Entenda-se por gestão em enfermagem "atingir os objectivos
fixados mediante a utilização racional dos recursos disponíveis" (Fernandes; 1992,
p.58). Parece-nos pois importante aclarar qual o ponto de partida para a racionalização
dos recursos com vista à melhoria qualitativa da prestação de cuidados de enfermagem.
Fernandes (1992, p.59) refere-nos que "as necessidades de recursos constituem o
denominador comum de todas as fases da gestão, embora sejam as variáveis
dominantes na fase do Planeamento (conjunto de decisões racionais que envolvem
mudança a nível das estruturas e dos procedimentos e ainda, compatibilização das ne-
cessidades e dos recursos)".

O Cálculo dos Recursos de Enfermagem tem constituído desde Florence Ni-


ghtingale um alvo de interesse singular não só para os que se ocupam com a gestão de
um Serviço ou de uma Instituição de Saúde, mas também para os que nela desempe-
nham a sua actividade profissional. Tal problemática também nos inquietou, pelo que
nos parece fundamental desenvolver um estudo, cuja finalidade seja: contribuir para o
aprofundamento das metodologias e dos factores envolvidos na dotação dos recursos
humanos de enfermagem nos Cuidados de Saúde Primários enquanto visão estratégica
para a melhoria da qualidade dos Cuidados de Enfermagem.

Na verdade urge prever e racionalizar os recursos humanos de enfermagem, no


entanto tal processo encerra decisões de extrema complexidade. Contudo não dar res-
posta a reformas inadiáveis pressupõe transferir para outros a concretização das mes-
mas. É que o passado retracta a inscrição no futuro, que no presente construímos. Pare-
— Paulo Alexandre Puga Machado —
GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

ce­nos pois que está demonstrada afinalidade,bem como a justificação do estudo quer
quanto à resposta que vai proporcionar quer quanto ao "timing" em que se concretiza.

3.3. Perguntas de Partida

Com o intuito de dar cumprimento àfinalidadea que nos propusemos, levanta­


mos as seguintes Perguntas de Partida:

S Quais as necessidades da população alvo dos três Centros de Saúde, em cuida­


dos de enfermagem, tendo por base o constante na documentação de enferma­
gem?

•S Quais as intervenções de enfermagem desempenhadas, face às necessidades da


população, relativamente a cuidados He enfermagem, tendo por base o constante
na documentação de enfermagem?

S Qual o tempo médio despendido pelos enfermeiros nas deslocações aos domicí­
lios?

■S Qual o tempo médio por contacto no domicílio?

3.4. Variáveis

Com efeito, o nosso estudo visa contribuir para o desenvolvimento de um dis­


curso mais rigoroso que exponha pistas conducentes à avaliação da intensidade da carga
do trabalho de enfermagem. Também já referimos que este foi realizado nos Cuidados
de Saúde Primários. Com o intuito de melhor explorarmos a realidade em estudo traça­
mos cinco variáveis. Polit (1995, p.374) define Variável por: "Característica ou atribu­
to de uma pessoa ou objecto que varia (assume valores diferentes), na população estu­
dada". Também Fortin (1996, p. 36) define o conceito de variáveis por: "qualidades,
propriedades ou características de objectos, de pessoas ou de situações que são estu­
dadas numa investigação ". Para melhor compreensão passamos a definir e a explicar
cada variável, no sentido de esclarecer a sua operacionalização.

• Contacto ­ "Relação entre o enfermeiro e o cliente que se define num espaço e

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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

num contexto temporal entre o profissional e o cliente" (ARS, IGIF,


ESEnfSJ, 1999)

• Local do Contacto - Local onde o contacto se concretizou: no próprio Centro de


Saúde1 ou no Domicílio.

• Fenómenos de Enfermagem - "Aspecto da saúde com relevância para a prática


de enfermagem" (ICN, 2000, p.xiii). Ex: Ferida traumática. Para ope-
racionalizar esta variável utilizamos os conceitos integradores do eixo
dos Focos de Enfermagem da CIPE®. Traduz as necessidades da po-
pulação em cuidados de enfermagem.

• Intervenções de Enfermagem - "Qualquer tratamento baseado no conhecimento


e juízo clínico que uma enfermeira executa para alcançar resultados
no doente/cliente" (McCloskey & Bulechek, 1996, p. xvii). A opera-
cionalização desta variável integra os conceitos dispostos no eixo da
classificação acções da CIPE®. Salientamos ainda que para a sua ope-
racionalização recorremos aos seguintes factores:

o Intervenções iniciadas por outros técnicos - "É uma intervenção inicia-


da por outro técnico (geralmente o médico) em resposta a um diagnósti-
co médico (ou outro) mas realizada por uma enfermeira face à prescri-
ção efectuada por esse técnico" (McCloskey & Bulechek, 1996, p. xvii).

o Intervenções iniciadas pelos enfermeiros - "É uma intervenção prestada


em resposta ao diagnóstico de enfermagem; uma acção autónoma base-
ada no conhecimento científico, que é executada para beneficiar o clien-
te, relacionando o diagnóstico de enfermagem com os resultados espe-
rados" (McCloskey & Bulechek, 1996, p. xvii).

• Tempo despendido por contacto - É o tempo gasto pelos enfermeiros para reali-

1
Para melhor compreensão aquando da leitura da "Análise e Discussão de Resultados" optamos por es-
crever "Centro de Saúde", quando aludimos a este enquanto Instituição de Saúde e escrevemos "centro de

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— Paulo Alexandre Puga Machado —


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CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

zarem um contacto com um utente no domicílio. Para operacionalizar


esta variável utilizamos os seguintes factores:

o Média de demora nas deslocações - Esta variável operacionaliza-se di-


vidindo o tempo total gasto nas deslocações aos domicílios pelo número
de deslocações.

o Tempo médio do contacto

o Total de deslocações - Somatório do total de viagens efectuadas afim de


prestar cuidados de enfermagem nos domicílios. Esta variável operacio-
naliza-se somando o total viagens efectuadas.

o Contagem de deslocações de retorno ao Centro de Saúde - Somatório do


total de viagens efectuadas dos domicílios para o Centro de Saúde. Esta
variável operacionaliza-se somando todas as viagens de regresso dos
domicílios para o Centro de Saúde.

o Tempo total dos retornos ao Centro de Saúde - Somatório do total de


tempo gasto nas viagens de regresso dos domicílios para o Centro de Sa-
úde. Esta variável operacionaliza-se efectuando o somatório do total de
tempo gasto nas viagens de regresso dos domicílios para o Centro de Sa-
úde.

o Total de quilómetros percorridos

o Demora média por deslocação por contacto

o Média de quilómetros por contacto

o Número de contactos

saúde" quando nos referimos a este enquanto estrutura física.

71

— Paulo Alexandre Puga Machado —


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CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

3.5. Tipo de Estudo

Trata-se de um estudo exploratório que segundo Polit (1991, p. 18) consiste


"num estudo preliminar realizado para propor ou refinar hipóteses ou para corroborar
e refinar métodos de correlação de dados", mais afirma que "...a investigação explora-
dora é uma ampliação da investigação descritiva. Estes dois tipos de investigação tem
em comum a ausência de uma teoria, mas a investigação exploradora está direccionada
para a descoberta de relações... A investigação exploradora também põe em foco um
fenómeno de interesse, mas formula a seguinte pergunta: Que factor ou factores influ-
enciam, afectam, causam ou se relacionam com este fenómeno?". Também Cervo &
Bervian (1983, p.56) referem que os estudos exploratórios "tempor objectivo familiari-
zar-se com o fenómeno ou obter a percepção do mesmo e descobrir novas ideias. (...)
Realiza descrições precisas da situação e quer descobrir as relações existentes entre os
elementos componentes da mesma". Para complementar, recorremos a Quivy & Cam-
penhoudt (1998, p.83) que resumem da seguinte forma, o estudo exploratório: %..) en-
trevistas, observações e consultas de documentos diversos coexistem frequentemente
durante o trabalho exploratório". Este estudo foi instituído em duas fases, das quais a
primeira funda-se na análise documental. Nesta tomou-se por base, os registos de en-
fermagem constantes nos suportes de documentação em vigor nos três Centros de Saú-
de. A segunda, recorrendo a um instrumento de recolha de dados diferente do utilizado
na primeira, mede o tempo médio relativo ao dispêndio de tempo pelos enfermeiros nas
deslocações aos domicílios e o tempo médio por contacto no domicílio.

3.6. Amostra

Para referirmos a amostra é essencial frisar que este estudo foi concretizado em
duas fases, pelo que a amostra foi:

Na primeira fase do estudo, tratou-se de uma amostra temporal contemplando


uma recolha relativa aos meses de Maio e Junho de 2000, respeitante à documentação
processada num total de 7804 contactos desenvolvidos nos Centros de Saúde de Ribeira
de Pena, Santa Marta de Penaguião e Vila Pouca de Aguiar.

Na segunda fase, reportou-se à recolha de informação com recurso a um instru-


72

— Paulo Alexandre Puga Machado —


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CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

mento de colheita de dados devidamente preparado para o efeito, conforme o explicita-


do no desenho do estudo, abrangendo mais uma vez uma amostragem temporal circuns-
crita a um mês de visitação domiciliária (de 26 de Fevereiro de 2001 a 26 de Março de
2001) que decorreu nos três Centros de Saúde citados anteriormente.

3.7. Desenho do Estudo

Este estudo foi desenvolvido segundo alguns passos que nos parecem determi-
nantes conforme passamos a descrever. Antes de iniciarmos o trabalho e após a autori-
zação formal para a sua realização, foi feita uma reunião com o pessoal de enfermagem
dos três Centros de Saúde, de modo a esclarecer quais os objectivos subjacentes à con-
cretização deste estudo. Com efeito era fundamental que ficasse clara afinalidadedo
mesmo e como este se desenrolaria.

Com o assentimento dos elementos das referidas equipas de enfermagem, pas-


samos à segunda fase, que foi a colheita de dados relativos à documentação processada,
nas datas preconizadas pela amostra. A referida informação encontra-se processada nos
Padrões de Documentação de Enfermagem, que se encontram implementados nos três
Centros de Saúde, em consequência do Projecto de restruturação dos sistemas de infor-
mação / documentação de enfermagem, e ainda nas Fichas de Vacinação e nas Guias de
Tratamentos.
Feita esta colheita, procedeu-se à análise de conteúdo da mesma, cujos resulta-
dos foram divulgados às equipas de enfermagem e sujeitos à sua crítica. Realçamos que
desta reunião com as colegas dos três Centros de Saúde sobressaíram aspectos explica-
tivos para os resultados encontrados. Obtivemos assim uma base, que embora apenas re-
tracte o constante nos registos de enfermagem, traduz de forma consolidada o que de
maior relevo constituiu naquele período de tempo a prestação de cuidados. Estavam
descritos então os Fenómenos de Enfermagem e as Intervenções decorrentes que foram
instituídas. Focalizando mais o nosso estudo, podemos, face àquele período de tempo
caracterizar os Focos de atenção da prática de enfermagem e as intervenções desenvol-
vidas nos Centros de Saúde e/ou nos domicílios.

Relativamente à amostra desta primeira fase do estudo, foi analisada a documen-


tação de enfermagem processada num total de 7804 contactos. Entenda-se por contacto:
73

— Paulo Alexandre Puga Machado —


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CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

"Qualquer relação entre o enfermeiro e o cliente que se define num espaço e num con-
texto temporal entre o profissional e o cliente" (ARS, IGIF, ESEnfSJ, 1999). Desta pre-
tendeu-se extrair as Intervenções de Enfermagem cujas frequências são mais representa-
tivas, por forma a prosseguir o nosso estudo substanciando a análise de 13804 Interven-
ções de Enfermagem, associadas a 5478 Fenómenos de Enfermagem. Salientamos ain-
da, que da recolha de informação não resultaram cópias ou documentos, que identificas-
sem os respectivos utentes.
Numa segunda etapa, pretendíamos obter o tempo médio gasto nas deslocações
aos domicílios e o tempo médio despendido por contacto no domicílio, tendo para esse
efeito, elaborado um instrumento de recolha de dados. Afim de aferir o seu preenchi-
mento foi concretizada uma reunião com as equipas de enfermagem dos três Centros de
Saúde. O referido instrumento de recolha de dados (AnexoVIII) foi preenchido no perí-
odo de um mês,findoo qual, foram tratados os dados obtidos.

Com efeito, pretendemos mostrar um caminho que permita ser edificado com
base em estudos com pressupostos similares de forma a que no seu conjunto tornem
possível construir um Discurso mais rigoroso sobre Gestão de Recursos de Enferma-
gem nos Cuidados de Saúde Primários.

3.8. Técnicas de Recolha de Dados

A realização deste trabalho teve por base a implementação de uma técnica de re-
colha de dados a dois tempos:

Num primeiro momento, encerrou a recolha de dados relativos à informação ge-


rada na assistência de enfermagem, sob a técnica de análise documental. A referida in-
formação de enfermagem encontra-se processada e documentada nos impressos 'Ta-
drões de Documentação de Enfermagem" (Padrão de Documentação de Enfermagem:
Família, Padrão de Documentação de Enfermagem: Saúde Infanto-Juvenil, Padrão de
Documentação de Enfermagem: Saúde no Adulto / Idoso e Padrão de Documentação de
Enfermagem: Gravidez / Puerpério) implementados nos Centros de Saúde de Ribeira de
Pena, Santa Marta de Penaguião e Vila Pouca de Aguiar, conforme o preconizado pelo
Projecto de Restruturação dos Sistemas de Informação / Documentação de Enfermagem

74

— Paulo Alexandre Puga Machado —


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CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

com base na CIPE® e ainda nas Fichas de Vacinação e nas Guias de Tratamentos (Ane-
xoVII).
Posteriormente e no sentido de aferir se a informação recolhida retractava o tra-
balho executado pelas equipas de enfermagem dos três Centros de Saúde, concretizou-
se uma reunião com os seus enfermeiros afim de confirmar se os dados obtidos reflecti-
am as necessidades da população alvo e se as actividades de enfermagem decorrentes,
constantes da documentação, correspondiam ao desempenho realizado no tempo com-
preendido pela amostra. Para tal, procedemos à selecção de um grupo de Peritos, que se
revê nos enfermeiros dos três Centros de Saúde, cujos critérios foram:

• Desenvolverem a sua actividade profissional nos Cuidados de Saúde


Primários.

• Exercerem nos Centros de Saúde de Ribeira de Pena, Santa Marta de Pe-


naguião e Vila Pouca de Aguiar.

• Conhecerem a realidade do meio, onde se integra o Centro de Saúde,


logo conhecerem as necessidades da População alvo dos Cuidados de
Enfermagem.

• Terem participado na construção ou estarem familiarizados quanto à im-


plementação dos Padrões de Documentação de Enfermagem logo da uti-
lização da terminologia que integra a Classificação Internacional para a
Prática de Enfermagem.

• Possuírem o domínio e experiência necessários a validarem ou atribuírem


tempos médios às intervenções desempenhadas.

Da reflexão efectuada com o referido grupo de Peritos, releva-se que os resulta-


dos obtidos não devem ser extrapolados para os restantes meses de trabalho já que não
podemos falar de regularidade quanto às necessidades que os utentes manifestam. Sali-
entamos ainda que todos os dados obtidos foram retirados da análise de todos os regis-
tos de enfermagem no tempo determinado pela amostra. Sobressai ainda que os dados
retractam os Fenómenos de Enfermagem detectados pelos enfermeiros e as respectivas
Intervenções de Enfermagem desenvolvidas.
75

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SA ÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Num segundo momento, tendo como alvo os Cuidados prestados no Domicílio


procedemos à colheita de dados por meio de um instrumento criado para o efeito. A
mesma visou determinar o tempo médio gasto nas deslocações dos enfermeiros aos do-
micílios e o tempo médio gasto por contacto no domicílio. O referido Formulário foi
gentilmente preenchido pelas colegas dos três Centros de Saúde aquando das desloca-
ções aos domicílios dos utentes, após termos feito uma reunião relativa ao preenchimen-
to deste. Ressalvamos ainda que os tempos médios obtidos não devem ser extrapolados
para os restantes meses de trabalho. Fundamo-nos no facto de que as necessidades ma-
nifestadas pelos utentes seguramente serão diferentes, as distâncias a que se situam os
domicílios podem ser diferentes e as vias de comunicação, face às distintas condições
climatéricas do ano, também poderão estar mais degradadas ou intransitáveis.

3.8.1. Análise de Conteúdo


Polit (1991, p. 358), define análise de conteúdo por: "Um procedimento para a
análise de comunicações escritas ou verbais, de maneira sistemática e objectiva, visan-
do à mensuração quantitativa de variáveis". Face a este pressuposto, a análise de con-
teúdo foi efectuada relativamente à documentação de enfermagem processada num total
de 7804 contactos. Esta documentação encerra os já citados suportes: Padrões de Do-
cumentação de Enfermagem, ('Tadrão de Documentação de Enfermagem: Família",
"Padrão de Documentação de Enfermagem: Saúde Infanto-Juvenil", "Padrão de Docu-
mentação de Enfermagem: Saúde no Adulto / Idoso" e "Padrão de Documentação de
Enfermagem: Gravidez / Puerpério"), os quais estão estruturados conforme a CIPE®.
Não procederemos à descrição pormenorizada de cada Padrão de Documentação de En-
fermagem já que na análise/discussão de dados serão apresentados quadros integradores
dos conceitos subjacentes aos Fenómenos de Enfermagem detectados ou às Intervenções
de Enfermagem realizadas. Contudo importa aludir sucintamente à sua estruturação...

Assim os referidos suportes contemplam um cabeçalho, no qual se procede aos


registos gerais (identificação da entidade responsável - ARS e respectivo Centro de Sa-
úde; designação do Padrão de Documentação de Enfermagem; nome e n.° do processo
do utente e um quadro inerente aos dados do contacto - n.° do contacto, local, data e ru-
brica do enfermeiro). No resto da folha distribuem-se duas colunas, à esquerda os Fe-
io
— Paulo Alexandre Puga Machado —
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nómenos de Enfermagem e à direita as Intervenções de Enfermagem. Salientamos mais


uma vez o respeito pela integridade referencial de dados, ou seja, sempre que um en-
fermeiro procede aos registos relativos à sua prestação de cuidados, fica documentado
qual o foco da sua atenção e as intervenções que lhe estão subjacentes. Sobressai ainda,
que os referidos suportes contemplam espaços em branco afim de possibilitar o registo
de novos Fenómenos de Enfermagem e intervenções subjacentes, que não integrem o
respectivo Padrão de Documentação de Enfermagem, para além de espaços, afim de
descrever ainda que em linguagem não classificada, aspectos relevantes da vigilância de
saúde de um dado indivíduo ou comunidade. A construção dos suportes condiciona a
que se adoptem como categorias os conceitos comportados pelos termos constituintes
dos vários eixos da CIPE®.

Foram ainda consultadas as Fichas de Vacinação e as Guias de Tratamentos, as


quais comportavam parcos registos. Quanto às Fichas de Vacinação (modelo 160.01 da
ARS Norte, Sub-Região e Saúde de Vila Real (Anexo VII), estas contêm os seguintes
campos de registo: dados relativos à identificação (n.° de processo, n.° de utente, nome,
sexo, data de nascimento, filiação, residência), dados relativos ao BCG (data de admi-
nistração, lote, resultado, rubrica do enfermeiro e observações), dados relativos à provas
tuberculínicas (data, lote e resultado) e dados relativos às restantes vacinas (data de ad-
ministração, laboratório, lote, rubrica do enfermeiro e observações).

Relativamente à Guia de Tratamentos apenas foram alvo de registos as relativas


à administração terapêutica e procedimentos técnicos (lavagem de ouvidos, algaliações,
entubações nasogástricas), já que os tratamentos de feridas por prescrição médica pas-
sam a ser documentados e avaliados no respectivo Padrão de Documentação de Enfer-
magem. Este impresso (modelo 20.00.35 da ARS Norte, Sub-Região e Saúde de Vila
Real - ver anexo VII), utilizado em todos os Centros de Saúde, é constituído por três
campos principais na frente da folha: identificação, entidade responsável e causa da as-
sistência. Possui ainda um campo livre para a prescrição do tratamento e assinatura do
prescritor. No verso contém três colunas (data, discriminação e rubrica do enfermeiro)
onde o enfermeiro regista o procedimento.

Conforme o constante na amostra, foi alvo de análise de conteúdo a documenta-


ção processada entre os meses de Maio e Junho de 2000.
77

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
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3.8.1.1. Modelo de Análise

O modelo de análise do sistema de informação/documentação de enfermagem,


actualmente implementado nos três Centros de Saúde, fundou-se na análise da informa-
ção documentada nos Padrões de Documentação de Enfermagem e ainda nas Fichas de
Vacinação e nas Guias de Tratamentos. Salientamos ainda que o quadro de referência
subjacente à análise de conteúdo da informação foi a Classificação Internacional para a
Prática de Enfermagem. Goossen (1999, p.7) citando CEN/TC 251/PT001 Medical In-
formatics Vocabulary first Draft Working Document, refere que "o Sistema de Informa-
ção em Enfermagem é definido como uma parte de um sistema de informação de cuida-
dos de saúde que lida com aspectos de enfermagem". Mais afirma que "actualmente as
características do sistema de informação em enfermagem incluem componentes para a
identificação dos problemas do utente, planeamento de cuidados e, em algumas ocasi-
ões, determinação dos resultados".

Assim sendo, o alvo da análise foi a informação processada pelos enfermeiros


de modo a identificar os Fenómenos de Enfermagem e as Intervenções de Enfermagem.
Com o intuito a situar melhor o modelo de análise, construímos o seguinte organogra-
ma:

Modelo de Análise
Documentação

£
Prescrições Prescrições
Médicas de
Enfermagem

Administração Atitudes Vacinação Fenómenos Intervenções


de Terapêuticas de de
Medicação Enfermagem Enfermagem

Figura 3 - Modelo de Análise

78

— Paulo Alexandre Puga Machado —


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3.8.1.2. Instrumento de Recolha de Dados (Grelha de Registos)

Conforme já referimos a segunda fase de colheita de dados processou-se numa


grelha a qual contempla os seguintes campos, distribuídos em colunas e ordenados da
esquerda para a direita da folha:

Hora de saída do Centro de Saúde

Quilómetros constantes no conta-quilómetros

Hora de Chegada ao Domicílio

Quilómetros constantes no conta-quilómetros

Hora de saída do Domicílio

Quilómetros constantes no conta-quilómetros

Hora de chegada ao Centro de Saúde

Quilómetros constantes no conta-quilómetros

Número de Intervenções: Executar penso

Outras Intervenções de Enfermagem

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— Paulo Alexandre Puga Machado -


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4. A N Á L I S E E D I S C U S S Ã O DOS DADOS

Este capítulo tem o intuito de descrever o que sobressai da análise quantitativa


efectuada aos dados recolhidos. Com efeito, Polit & Hungler (1995, p.358) definem
análise quantitativa como: "A manipulação de dados numéricos, através de procedi-
mentos estatísticos, com o propósito de descrever fenómenos ou avaliar a magnitude e
a confiabilidade das relações entre eles". Também Gil (1995, p.166) afirma que : "a
análise tem como objectivo organizar e sumariar os dados deforma tal que possibilitem
o fornecimento de respostas (...)".

Com o intuito de responder às Perguntas de Partida do nosso estudo, e dada a


configuração dos dados de que dispomos, optamos inicialmente por uma análise do tipo
descritivo evoluindo à posteriori para uma abordagem de carácter exploratório.

Este capítulo apresenta uma estrutura orientada pela análise de cada uma das
variáveis em estudo. Relativamente a cada uma destas variáveis optamos por um
exercício de análise que parte do específico de cada um dos três Centros de Saúde, com
o intuito de à posteriori tomar a realidade global dos três Centros de Saúde como
objecto de análise.

Neste contexto a análise que aqui produzimos procurará traduzir a natureza dos
contactos, dos fenómenos de enfermagem, das intervenções de enfermagem, das rela-
ções entre os fenómenos de enfermagem e respectivas intervenções, parafinalmentenos
centrarmos no tempo despendido por contacto no domicílio.

4.1. Os Contactos
A análise que aqui produzimos relativa à natureza dos contactos, tem como crité-
rio major o local onde o contacto se verifica. Assim, podemos falar em contactos que
ocorrem no centro de saúde e contactos que ocorrem nos domicílios dos utentes.

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Paulo Alexandre Puga Machado —


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Quadro 8 - Distribuição dos contactos por local onde ocorre o contacto e por Centro de
Saúde
~~ -—~_________^ Local centro de saúde domicílio Total
Centro de Saúde" -—.___
Ribeira de Pena [ 785 531 1316
Santa Marta de Penaguião | 751 90 841
Vila Pouca de Aguiar 4785 862 5647
Totais i 6321 1483 7804

No que se refere aos contactos de enfermagem ocorridos em Ribeira de Pena,


verificamos que 59,7% têm lugar no centro de saúde, e os restantes nos domicílios. E
interessante verificar que pelo contrário em Santa Marta de Penaguião e Vila Pouca de
Aguiar, manifestamente a grande maioria dos contactos de enfermagem, ocorre nos cen-
tros de saúde, respectivamente 89,3% e 84,7%.

Neste quadro importa determo-nos um pouco sobre os aspectos que eventual-


mente podem explicar ou apontar algumas explicações para esta diferença. No percurso
que efectuamos na procura de tais explicações, detivemo-nos em aspectos relativos ao
contexto, como é o caso da rede viária, a dispersão geodemográfica, e o índice de enve-
lhecimento da população, não nos parecendo que tais factores possam justificar as dife-
renças apresentadas, na medida em que são muito semelhantes entre os três contextos.
Por outro lado, quando nos debruçamos sobre o ratio enfermeiro/habitante encontramos
duas relações que são antagónicas: quando comparamos Ribeira de Pena com Santa
Marta de Penaguião, encontramos no primeiro um ratio manifestamente inferior (5 en-
fermeiros / 9056 utentes inscritos), ao segundo (7 enfermeiros / 9066 utentes inscritos);
pelo contrário ao confrontarmos Ribeira de Pena com Vila Pouca de Aguiar verificamos
que o ratio encontrado em Ribeira de Pena é manifestamente superior àquele que se ve-
rifica em Vila Pouca de Aguiar (8 enfermeiros / 18295 utentes inscritos), o que enfra-
quece a hipótese da maior incidência de contactos no domicílio em Ribeira de Pena ser
explicada pelo seu ratio enfermeiro/ habitante.

Como referiremos adiante com mais pormenor, no subcapítulo relativo à inci-


dência dos diferentes fenómenos de enfermagem no total dos contactos de enfermagem,
(ver quadro 10) e ainda na tentativa de encontrar alguns factores que nos permitam ex-
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— Paulo Alexandre Puga Machado —


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plicar a diferença encontrada entre Ribeira de Pena, Santa Marta de Penaguião e Vila
Pouca de Aguiar, admitimos inicialmente que a incidência de fenómenos de enferma-
gem do domínio dos Tegumentos poderia explicar aquela diferença. Com efeito, verifi-
camos que em Ribeira de Pena, 70,0% dos fenómenos de enfermagem que exigem in-
tervenções a implementar no domicílio são do domínio dos tegumentos. No entanto a
relevância dos fenómenos deste domínio continua a ser significativa em Santa Marta de
Penaguião (63,8%) e em Vila Pouca de Aguiar (63,3%).

Neste cenário, pareceu-nos adequado admitirmos uma outra possibilidade expli-


cativa. Assim, e analisando cada um dos contextos em que decorreu o nosso estudo e no
que se refere à organização do trabalho dos enfermeiros, verificamos que existem dife-
rentes lógicas de organização do trabalho, nomeadamente em Ribeira de Pena. Enquan-
to em Santa Marta de Penaguião a lógica de organização do trabalho assenta em equipas
nucleares de saúde, que funcionam com um grupo de profissionais responsáveis pela as-
sistência de saúde da população de uma determinada área geográfica, em Vila Pouca de
Aguiar e Ribeira de Pena, o princípio orientador da organização do trabalho assenta na
existência de diferentes valências ( Saúde Infantil, Planeamento familiar, Gravidez, Hi-
pertensão arterial e Diabetes) para cada uma das quais está adstrito um enfermeiro. Nes-
ta lógica de organização do trabalho, destaca-se a existência de um enfermeiro que é
responsável pelo "domicílios", os quais se configuram como uma verdadeira valência.
No entanto, este argumento não é suficientemente consistente para explicar a diferença
verificada entre duas realidades que assentam na mesma lógica de organização do traba-
lho. Efectuado este percurso continuamos com a questão: o que será que explica a dife-
rença que se verifica na incidência de contactos no domicílio, entre Ribeira de Pena e os
outros dois Centros de Saúde?

Julgamos que não é de desprezar a informação a que tivemos acesso, por via da
entrevista de confrontação de dados com os enfermeiros dos diferentes Centros de Saú-
de. Segundo estes, no período anterior à nossa colheita de dados, verificou-se um eleva-
do número de mortes na população idosa que estava a ser alvo de intervenções de en-
fermagem, cujos contactos ocorriam no domicílio, em Santa Marta de Penaguião e Vila
Pouca de Aguiar. Este parece-nos ser o argumento mais sólido para tentar explicar a di-
ferença apresentada.
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— Paulo Alexandre Puga Machado —


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Emerge também da análise dos dados relativos ao total de contactos de enferma-


gem, ocorridos em Ribeira de Pena, Vila Pouca de Aguiar e Santa Marta de Penaguião,
que 81,0% têm lugar no centro de saúde e 19,0% têm lugar no domicílio. A predomi-
nância que encontramos dos contactos ocorridos no centro de saúde, em oposição àque-
les que ocorrem no domicílio, embora consistente com o encontrado por Presado et ai.
(1999, p.27) "No âmbito dos cuidados de saúde primários as actividades de enferma-
gem são desenvolvidas dentro do centro de saúde e na comunidade. Assim, verificamos
que a quase totalidade das actividades 91,8% decorrem no próprio centro de saúde e
que apenas 8,2% são realizadas na comunidade", verificamos uma maior incidência de
prestação de cuidados no domicílio. Face a isto, parece-nos que a razão explicativa po-
derá assentar na vigência dos Projectos de Assistência ao Idoso implementados nestes
Centros de Saúde.

No que respeita ao peso relativo que cada um dos diferentes contextos, onde
desenvolvemos o nosso estudo tem na amostra, podemos dizer que Ribeira de Pena con-
tribui com 16,9%, Santa Marta de Penaguião 10,8% e Vila Pouca de Aguiar 72,3%, para
o total da amostra.

Em relação aos contactos que ocorrem no centro de saúde, julgamos ser perti-
nente categoriza-los por "tipo de contacto", atendendo ao que tradicionalmente enforma
o olhar que se lança sobre a natureza destes contactos, no âmbito dos Cuidados de Saú-
de Primários. Constituem "tipos de contactos" ocorridos no centro de saúde: adminis-
tração de terapêutica, administração de vacinas, tratamento de feridas e outros (onde se
inclui planeamento familiar, desenvolvimento infantil,...) (Quadro 9).

Quadro 9 - Tipo de contactos que ocorrem no Centro de Saúde


"^~~~^Tipo de contactos Administra- Administra- Pensos e Trata- Outros Totais
ção de medi- ção de vaci- mentos de feridas
Centro de Saúde """~^~^ cação nas
Ribeira de Pena 240 217 31 297 785
Santa Marta de Penaguião 146 146 186 273 751
Vila Pouca de Aguiar 1252 1000 1244 1289 4785
Totais L 1638 1363 1461 1859 6321

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— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIM.ÍRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

O tipo "Administração de terapêutica", refere-se às intervenções de enfermagem


resultantes da prescrição médica e incluem a administração de fármacos. Este tipo cons-
titui 25,9 % do total dos contactos ocorridos no Centro de Saúde (estrutura física).

O tipo "Administração de vacinas", refere-se às intervenções de enfermagem


que dão resposta às necessidades da população em termos de imunização e que obede-
cem ao Plano Nacional de Vacinação. Este tipo de intervenções constitui 21,6% do total
dos contactos ocorridas no centro de saúde.

O tipo 'Tensos e Tratamentos de feridas", refere-se às intervenções de enferma-


gem primordialmente dirigidas a fenómenos de enfermagem do domínio dos Tegumen-
tos, mas também encerra algaliações, intubações naso-gástricas e lavagem de ouvidos.
Relativamente a estes, convém salientar que algumas destas intervenções são o resulta-
do da tomada de decisão de outros técnicos e uma grande parte resultado da tomada de
decisão dos enfermeiros. Este tipo de intervenções, representa 23,1% do total dos con-
tactos ocorridos no centro de saúde.

Os contactos cuja natureza não cabe nos três tipos a que nos referimos anterior-
mente, foram incluídos no tipo "Outros". Aqui, integramos intervenções de enfermagem
resultantes da tomada de decisão quer de outros técnicos, quer dos enfermeiros, mas es-
pecialmente aquelas que se inserem no âmbito de programas formalmente instituídos,
tais como: planeamento familiar, desenvolvimento infantil, gravidez, hipertensão arteri-
al e diabetes. Este tipo de intervenções, representa 29,4% do total de contactos que
ocorrem no centro de saúde.

Olhando detalhadamente para a realidade de Ribeira de Pena, ressalta em pri-


meiro lugar uma percentagem muito inferior dos contactos do tipo "Pensos e Tratamen-
tos de feridas" (4%), comparativamente com os outros três tipos de contactos (30,6%;
27,6%; 37,8%). Na procura de factores que possam eventualmente explicar esta realida-
de, salienta-se a baixa incidência de fenómenos de enfermagem do domínio dos tegu-
mentos (7,6%) documentados nos contactos ocorridos no Centro de Saúde de Ribeira de
Pena (ver Anexo II - Quadro 1).

84

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Relativamente a Santa Marta de Penaguião, o que emerge da análise dos diferen-


tes tipos de contactos aponta para uma maior incidência do tipo "Outros" (36,4%) rela-
tivamente aos restantes (19,4%; 19,4%; 24,8%). Relembrando que neste tipo: "Outros"
estão englobados programas formalmente instituídos, tais como: planeamento familiar,
desenvolvimento infantil, ... Recorrendo mais uma vez a factores já anteriormente apre-
sentados relativos aos diferentes contextos em que teve lugar o nosso estudo, ressalta
que a taxa de mortalidade infantil respeitante a 1991 em Santa Marta de Penaguião,
apresentava valores de 3,48%, o que comparativamente com os valores verificados em
Ribeira de Pena (1,23%) e Vila Pouca de Aguiar (2,19%), poderia eventualmente ter
funcionado como um factor precipitador de processos tendentes a aumentar os níveis de
procura ou adesão a programas formalmente instituídos no Centro de Saúde. No entan-
to, quando confrontámos os enfermeiros com esta possível explicação, os argumentos
apresentados, apontaram para o facto de não ter sido desenvolvido nenhum programa
especificamente dirigido, já que essa elevada taxa de mortalidade era reflexo de uma si-
tuação pontual relativa a um episódio acidental em Santa Marta de Penaguião do qual
resultaram várias mortes entre a população infantil. Continua por explicar a questão co-
locada.

Olhando para os diferentes tipos de contactos ocorridos nos três Centros de Saú-
de, notamos que o tipo "Outros" é o que apresenta maior incidência (29,4%), relativa-
mente ao total de contactos de enfermagem ocorridos nos Centros de Saúde, o que pode
ser explicado pelo facto, conforme já referimos, de neste tipo, estarem incluídos diver-
sos programas de saúde, como: Planeamento familiar, Desenvolvimento infantil, Gravi-
dez, Hipertensão arterial, Diabetes.

4.2. Os Fenómenos de Enfermagem


A análise que aqui produzimos relativa à natureza dos fenómenos de enferma-
gem tem como critério, tal como aconteceu relativamente à variável anterior, o local
onde teve lugar o contacto, neste caso mediado pelo/s fenómeno/s de enfermagem. Pas-
samos pois a analisar a distribuição dos Fenómenos de Enfermagem "Aspecto da saúde
com relevância para a prática de enfermagem" (ICN, 2000, p.xiii), documentados. Es-
tes serão analisados por Centro de Saúde e local onde teve lugar o contacto, isto é, no
centro de saúde (estruturafísica)ou no domicílio.
85

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Dada a grande quantidade de fenómenos documentados, optamos por apresentar


apenas aqueles cujafrequênciaé igual ou superior a 5% do total. No entanto, importa
sublinhar que, como se constata pela consulta do quadro 10, em determinadas circuns-
tâncias apresentamos frequências inferiores a 5% relativamente a alguns fenómenos
nalguns Centros de Saúde, já que esses mesmos fenómenos noutros Centros de Saúde
têmfrequênciasiguais ou superiores a 5%. Os restantes dados relativos à totalidade dos
fenómenos documentados encontram-se distribuídos nos quadros completos remetidos
para anexo.

Não obstante termos organizado esta análise a partir das particularidades dos três
Centros de Saúde, para depois abordarmos os aspectos relativos à sua globalidade (en-
quanto objecto de análise), julgamos pertinente apresentar desde já o quadro 10, na me-
dida em que a partir dos dados que aí encontramos estamos em condições de cumprir o
propósito desta etapa analítica.

Quadro 10 - Distribuição dos fenómenos de enfermagem por Centro de Saúde e Local


de contacto
Fenómenos de Enfermagem por Centro de Saúde e locaï onde ocorreram os contactos

Santa Marta
Ribeira de Pena Vila Pouca de Aguiar
X . Local de Penaguião

centro de sa- centro de centro de sa-


domicílio domicílio domicílio
úde saúde úde
Fenómeno de N.
Enfermagem N^ fl» % m % fÇx) % m % m % fÇx) %

Planeamento Familiar 143 33,0 - - 102 16,5 - - 351 9,4 1 0,3


Infância 93 21,5 - - 75 12,1 - - 291 7,8 - -
Gravidez 48 11,1 1 0,4 8 1,3 - - 102 2,7 - -
Desempenho dos papeis 36 8,3 - - 42 6,8 - - 216 5,8 - -
Ferida cirúrgica 4 0,9 88 38,8 65 10,5 2 1,4 375 10,0 37 11,6
Úlcera de Pressão 1 0,2 71 31,3 3 0,5 22 15,9 4 0,1 27 8,5
Ferida traumática 10 2,3 - - 86 13,9 35 25,4 649 17,3 7 2,2
Hipertensão sanguínea 4 0,9 6 2,6 63 10,2 - - 417 11,1 96 30,1
Precauções de segurança 8 1,8 1 0,4 57 9,2 9 6,5 346 9,2 19 6,0
Falta de conhecimento 10 2,3 7 3,1 41 6,6 2 1,4 64 1,7 - -
Ulcera 11 2,5 - - 28 4,5 29 21,0 107 2,9 77 24,1
Ferida 7 1,6 - - 4 0,6 - - 99 2,6 54 16,9
Outros Fenómenos 58 13,4 53 23,3 44 7,1 39 28,3 722 19,3 1 0,3
Total 433 100,0 227 100,0 618 100,0 138 100,0 3743 100,0 319 100,0

86

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PAXÁ UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Na sequência do exposto, vamos focalizar a nossa análise na realidade de cada


Centro de Saúde, no que respeita à incidência de fenómenos de enfermagem documen-
tados no total de contactos ocorridos. De forma a facilitar a análise que aqui produzimos
optamos por agrupar os fenómenos de enfermagem do domínio do tegumento;

"Tegumento é um tipo de Função com as seguintes características específicas:


revestimento da superfície corporal (pele, epiderme, mucosas, tecido conjuntivo e der-
me, incluindo glândulas sudoríparas e sebáceas, cabelo e unhas), tendo como funções:
a manutenção da temperatura corporal, a protecção dos tecidos subjacentes da abra-
são física, a invasão bacteriana, a desidratação e a radiação ultravioleta; o arrefeci-
mento do corpo quando a temperatura sobe; a detecção, através dos órgãos sensoriais,
de estímulos relacionados com a temperatura, tacto, pressão e dor; a eliminação, pela
perspiração, de água, sais e compostos orgânicos através dos órgãos excretores; a se-
creção do suor e do sebo; a síntese da vitamina D e a activação dos componentes do
sistema imunitário" (CEPE/ICNP, 2000, p.31).

Este domínio Tegumento, inclui os fenómenos de enfermagem. Ferida, Ferida


cirúrgica, Ferida traumática, e Ulcera, Úlcera de pressão (CIPE/ICNP, 2000, p.31-33).

Esta lógica de agrupamento de diferentes fenómenos de enfermagem pertencen-


tes a um mesmo domínio, foi também utilizada para a análise dos fenómenos de enfer-
magem do domínio do Autocuidado, isto apesar de cada um dos fenómenos (deste do-
mínio) por si, não apresentar incidências que permitam a sua inclusão de acordo com os
critérios anteriormente definidos (> 5%). Esta opção no nosso entender justifíca-se dado
que quando agrupados, isto é, quando os colocamos sob o nível taxonómico imediata-
mente anterior (na medida em que constituem diferentes espécies do género Autocuida-
do) estes fenómenos apresentam uma incidência que corresponde aos critérios de inclu-
são.

"Auto cuidado é um tipo de acção auto iniciada com as seguintes características


específicas: processos comportamentais de satisfação de necessidades individuais e de
manutenção" ICN 1996, p. 133).

Este domínio Autocuidado inclui, no contexto do nosso estudo, os fenómenos de


enfermagem: Regimen terapêutico prescrito, Autocuidado: uso do WC, Autocuidado:
higiene, Autocuidado: levante, Autocuidado: alimentação, Autocuidado: vestir-se e

57

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

despir-se, Autocuidado: transferência, Autocuidado: posicionamento, e Actividades da


vida diária instrumentais (ICN, 1996, p. 133-134).

Apesar do fenómeno Precauções de segurança ser uma espécie ou tipo de Auto-


cuidado, decidimos não o incluir no domínio anteriormente definido, porque o foco
Precauções de segurança, só se configura como relevante quando associado à especifi-
cação do objecto das Precauções de segurança. No contexto do nosso estudo o objecto
a que nos referimos diz respeito exclusivamente à Diabetes.

Quadro 11 - Distribuição dos fenómenos de enfermagem por local de contacto em


Ribeira de Pena

N^Local Ribeira de Pena

centro de saúde domicílio


Fenómeno de
Enfermagem
>v m % f(x) %

Planeamento Familiar 143 33,0 - -


Maneia 93 21,5 - -
Gravidez 48 11,1 1 0,4
Desempenho dos papeis 36 8,3 - -
Tegumento 33 7,6 159 70,0
Autocuidado 1 0,2 27 11,9
Outros Fenómenos 79 18,2 40 17,6
Total 433 100,0 227 100,0

Relativamente a Ribeira de Pena, constatámos que 65,6% do total de fenómenos


de enfermagem documentados estiveram na base de contactos ocorridos no centro de
saúde, enquanto 34,4% desencadearam contactos ocorridos no domicílio. Esta distribui-
ção percentual dos fenómenos de enfermagem documentados por local onde ocorreu o
contacto, é consonante com a distribuição apresentada anteriormente, no âmbito do
mesmo Centro de Saúde e relativa à distribuição do total de contactos, por local onde
estes ocorreram, isto é, mantém-se a percentagem da variável em análise, no que se re-
fere ao local domicílio. Este assume uma incidência percentual equiparada face ao local
de contacto.

Olhando agora a mesma realidade, Ribeira de Pena, mas dirigindo o olhar para
os diferentes fenómenos de enfermagem documentados e apresentados no quadro ante-
rior, de acordo com o critério já referido (> 5%), verificamos que o Planeamento famili-
ar (33,0%), logo seguido de Infância (21,5%) e Gravidez (11,1%), são os fenómenos
88

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

com maior incidência a justificarem contactos no centro de saúde. Estas distribuições


percentuais, são consistentes com os dados apresentados quando analisada a variável
contactos, mais especificamente "tipo de contactos", (Quadro 9) ocorridos no centro de
saúde de Ribeira de Pena, em que lembramos, o tipo "Outros" (37,8%, o qual inclui
programas de Planeamento familiar, Desenvolvimento infantil, Gravidez, Hipertensão
arterial e Diabetes) apresentava a maior incidência relativamente aos outros tipos de
contactos.
"Planeamento Familiar é um Fenómeno de Enfermagem que pertence a Activi-
dade sexual com as seguintes características específicas: acções centradas sobre a gra-
videz, prevenção, promoção da fertilidade e regulação do número e espaçamento dos
filhos de um casar (ICN, 1996, p.166);

"Infância é um é um Fenómeno de Enfermagem que pertence a Crescimento e


desenvolvimento com as seguintes características específicas: desenvolvimento dos
processos orgânicos de uma criança face à manutenção da vida" (ICN, 1996, p.151);

"Gravidez é um Fenómeno de Enfermagem que pertence a Crescimento e des-


envolvimento com as seguintes características específicas: condição na qual existe um
feto em desenvolvimento no corpo; cessação menstrual, enjoo matinal, aumento do ta-
manho mamário, pigmentação do mamilo, aumento progressivo do perímetro abdomi-
nal, movimentos e sons cardíacos do feto" (ICN, 1996, p. 151);

Na sequência da análise que temos vindo a produzir, podemos também constatar


que para além dos fenómenos de enfermagem já referidos, é interessante verificar que a
situação de saúde relevante para a prática de enfermagem Desempenho de papéis, surge
imediatamente a seguir aos fenómenos já analisados (8,3%) que produziram contactos
no centro de saúde. Curiosamente relativamente a este fenómeno de enfermagem, esta é
a maior incidência comparativamente com os outros dois Centros de Saúde (6,8% e
5,8%).

"Desempenho de Papeis é um Fenómeno de Enfermagem que pertence às Ac-


ções interdependentes com as seguintes características específicas: tarefas ou activida-
des levadas a cabo tendo em vista um conjunto de expectativas que envolvem outras
pessoas" (ICN; 1996, p. 166);

Dada a incidência do fenómeno de enfermagem Desempenho de papeis tentamos


encontrar possíveis explicações, donde nos parece que estas se devem à formatação dos
suportes de registo, elaborados de modo a privilegiar os fenómenos de enfermagem
89

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

mais frequentes. Deste modo, os campos de registo relativos a este fenómeno traduzem
áreas de avaliação inerentes ao fenómeno Infância, mas cujo foco recai sobre os presta-
dores de cuidados: pais e/ou encarregados de educação.

Focalizados agora no local domicílio é de realçar, que este se configura como o


local do contacto de enfermagem que em 70,0% dos casos foi originado pela identifica-
ção e documentação de fenómenos de enfermagem pertencentes ao domínio Tegumento.
Os fenómenos do domínio do Autocuidado, configuram-se como mediadores de 11,9%
dos contactos estabelecidos no domicílio. É significativo, o peso que em conjunto os fe-
nómenos dos domínios Tegumento e Autocuidado, assumem enquanto mediadores de
contactos de enfermagem ocorridos no domicílio. Para efeitos desta análise importa
desvelar o que esta lógica de associação deixa oculto. Se olharmos para os fenómenos
englobados anteriormente no domínio Tegumento (70,0%), conforme o quadro 2 no
anexo II, constatamos que sensivelmente metade desses fenómenos são identificados
como Úlcera de pressão, o que representa 31,3% do total dos fenómenos identificados
no domicílio.

"Úlcera de pressão é um fenómeno de enfermagem que pertence á ulcera com


as seguintes características específicas: solução de continuidade da superfície
tegumentar com base inflamatória, diminuição do aporte sanguíneo e/ou perda de
tecido devido à compressão e fricção da pele entre os ossos e as superfícies
subjacentes" (ICN, 1966, p.147).

É perfeitamente consensual que esta situação relevante de saúde para a prática


de enfermagem, tenha frequentemente como causa, o comprometimento ou défice na
capacidade da pessoa mover-se, levantar-se, transferir-se, usar o WC, etc.: estamos a fa-
lar de diferentes tipos de Autocuidado. Esta associação por nós assumida parece-nos
justificar fortemente os dados.

De acordo com a orientação que temos vindo a dar à estrutura deste capítulo fo-
calizaremos de seguida a nossa análise relativa à variável: fenómenos de enfermagem
no centro de Saúde de Santa Marta de Penaguião. A distribuição dos diferentes fenóme-

90

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

nos de enfermagem documentados e que geraram contactos de enfermagem ocorridos


no centro de saúde e no domicílio é apresentada no quadro (12).

Quadro 12 - Distribuição dos fenómenos de enfermagem por local de contacto em


Santa Marta de Penaguião

^ v Local Santa Marta de Penaguião

centro de saúde domicílio


Fenómeno de N. m % m %
Enfermagem
Tegumento 186 30,1 88 63,8
Planeamento familiar 102 16,5 - -
Infância 75 12,1 - -
Hipertensão sanguínea 63 i_ 10 2
' - -
Precauções de segurança 57 9,2 9 6,5
| Desempenho dos papeis 42 6,8 - -
Falta de Conhecimento 41 6,6 2 1,4
| Autocuidado 12 1,9 25 18,1
| Outros Fenómenos 40 6,5 14 10,1
I Total 618 100,0 138 100,0

Neste contexto, verificamos que 81,7% dos fenómenos de enfermagem docu-


mentados estão na base de contactos no centro de saúde e 18,3% no domicílio.

Os fenómenos de enfermagem do domínio Tegumento assumem-se como os que


apresentam maior incidência tomando como local do contacto, o centro de saúde ou o
domicílio. À semelhança do percurso efectuado relativamente a Ribeira de Pena e con-
siderando a análise detalhada dos fenómenos englobados no domínio Tegumento, é de
salientar que neste contexto o fenómeno Ferida traumática apresenta a maior incidên-
cia, quer nos contactos ocorridos no centro de saúde (13,9%), quer no domicílio
(25,4%).

A elevada incidência do fenómeno Ferida traumática pode estar relacionada


com a actividade predominante nesta região. Com efeito, a actividade vitivinícola, pelas
suas particularidades, é condição propiciadora à ocorrência de acidentes dos quais resul-
tam traumatismos, o que nos foi validado na entrevista de confrontação. Ainda relati-
vamente ao fenómeno de enfermagem Ferida traumática, quando analisada a sua inci-
91

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

dência relativamente ao local do contacto domicílio, é interessante verificar que neste


Centro de Saúde ocorre maior distribuição percentual relativamente aos restantes Cen-
tros de Saúde. Perante estes dados, não podemos no entanto deixar de colocar uma
questão: Porque razão as pessoas que exibem este fenómeno e tendo em conta a sua ac-
tividade laboral, não procuram resposta a esta necessidade de cuidados no centro de sa-
úde?

A explicação que nos pareceu mais plausível para este facto, decorre da infor-
mação a que tivemos acesso por via da entrevista de confrontação. Os enfermeiros justi-
ficaram esta realidade que temos em análise, com o facto de por um lado, a rede viária
na região ter algumas limitações, dificultando o acesso da população ao centro de saúde
e por outro, porque as pessoas que se dedicam a esta actividade são maioritariamente
idosas. Neste cenário os enfermeiros procuram dar resposta a esta situação de saúde, no
contexto dos contactos que ocorrem no domicílio.

À semelhança da realidade de Ribeira de Pena, também os fenómenos Planea-


mento familiar e Infância surgem imediatamente como os mais frequentes na origem de
contactos no centro de saúde.

É interessante realçar o emergir de fenómenos de enfermagem documentados


que até este momento da análise não cabiam ainda no critério de inclusão por nós defi-
nido em termos de incidência. Referimo-nos ao fenómeno Hipertensão sanguínea
(10,2%) e Falta de conhecimento (6,6%) a gerarem contactos de enfermagem no centro
de saúde, e ao fenómeno Precauções de segurança a estar na base de contactos quer no
centro de saúde (9,2%), quer no domicílio (6,5%).

"Precauções de Segurança é um Fenómeno de Enfermagem que pertence a


Cuidados de Saúde com as seguintes características específicas: medidas preventivas
relativamente aos factores de risco" (ICN, 1996, p.l64j.

"Falta de Conhecimento é um Fenómeno de Enfermagem que pertence a pen-


samento com as seguintes características específicas: falta de um conteúdo específico
no pensamento" (ICN, 1996, p.132).

"Hipertensão Sanguínea é um Fenómeno de Enfermagem que pertence à Fun-


ção circulatória com as seguintes características específicas: pressão sanguínea supe-
rior à normal' (ICN, 1996, p. 140).
92

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Na tentativa de encontrar alguma explicação para esta situação, recorremos à es-


pecificação produzida pelos enfermeiros aquando da identificação destes fenómenos.
Isto é, recorremos à referência da situação ou situações relativamente às quais os enfer-
meiros documentaram o fenómeno Precauções de segurança e à especificação do con-
teúdo do fenómeno Falta de conhecimento. Do analisado foi possível inferir que a iden-
tificação destes fenómenos de enfermagem traduzia necessidades de saúde da população
diabética e hipertensa. Estes dados foram-nos confirmados na entrevista de confronta-
ção efectuada com os enfermeiros. Com efeito, a identificação destes fenómenos traduz
a necessidade de vigilância de saúde da população com diabetes e hipertensão e ainda a
necessidade de colmatar défices de informação essencial para a adopção de medidas
preventivas relativas aos factores de risco. Na mesma linha de análise e lançando agora
o olhar sobre a realidade de Vila Pouca de Aguiar, apresentamos os dados relativos à
variável fenómenos no quadro seguinte.

Quadro 13 - Distribuição dos fenómenos de enfermagem por local de contacto em Vila


Pouca de Aguiar

N. Local Vila Pouca de Aguiar

centro de saúde domicílio


Fenómeno de N. m % m %
Enfermagem ^
Tegumento L 1234 33,0 202 63,3
Hipertensão sanguínea 417 11,1 96 30,1
Planeamento familiar 351 9,4 1 0,3
Precauções de segurança 346 9,2 19 6,0
Infância 291 7,8 -
-1
Desempenho dos papeis
Outros Fenómenos
216
888
5,8
23,7 1
-
-1
0,3
Total 3743 100,0 319 100,01

Relativamente a Vila Pouca de Aguiar verificamos que 92,1%, dos fenómenos


de enfermagem documentados estão na base de contactos ocorridos no centro de saúde,
enquanto que os restantes 7,9% medeiam contactos ocorridos no domicílio. Quando
analisamos a distribuição dos diferentes fenómenos, constatamos que estamos perante
uma realidade muito próxima da que se verifica em Santa Marta de Penaguião. No en-
tanto, não podemos deixar de assinalar o seguinte: o fenómeno Hipertensão sanguínea é

93

— Paulo Alexandre Puga Machado —


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CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

aquele que logo a seguir a Tegumento, gera contactos ocorridos no domicílio. Na tenta-
tiva de encontrar uma justificação para estes dados, procuramos cruzar esta informação
com a incidência de fenómenos de enfermagem do domínio do Autocuidado que justifi-
cassem a ocorrência do contacto gerado no domicílio, pelo fenómeno Hipertensão san-
guínea. Não encontramos dados que suportem esta hipótese.

Analisado cada um dos três centros de saúde no que respeita às respectivas dis-
tribuições dos fenómenos de enfermagem, iremos agora tomar como objecto de análise
a totalidade dos três Centros de Saúde.

Quadro 14 - Distribuição por local de contacto, do total de fenómenos de enfermagem


documentados
Centros de Saúde
Ribeira de Pena, Santa Marta de Penaguião e Vila Pouca de
Aguiar
centro de saúde domicílio
Fenómeno de
Enfermagem m % m %

Tegumento 1453 30,3 449 65,6


Planeamento familiar 596 12,4 1 0,1
Hipertensão sanguínea 484 10,1 102 14,9
Infância 459 9,6 - -
Precauções de segurança 411 8,6 29 4,2
1 Desempenho dos papeis 294 6,1 - -
1 Autocuidado 13 0,3 52 7,6
| Outros Fenómenos 1084 22,6 51 7,5
| Total 4794 100,0 684 100,0

Os fenómenos de enfermagem do domínio do Tegumento, configuram-se como


aqueles com uma expressão mais significativa quando tomamos o conjunto dos três
Centros de Saúde como objecto de análise, excepto no contexto particular do Centro de
Saúde de Ribeira de Pena quando o local de contacto é o centro de saúde. Este achado é
consistente com os dados relativos à análise produzida face a cada um dos Centros de
Saúde tomado isoladamente.

O Planeamento familiar surge como um aspecto de saúde relevante para a práti-


ca de enfermagem, confinando-se quase exclusivamente ao centro de saúde (apenas um
contacto no domicílio), uma vez que o tipo de resposta implica um contacto periódico
94

— Paulo Alexandre Puga Machado —


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CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

da mulher em idade fértil com o enfermeiro no centro de saúde. Importa ainda salientar
que do conjunto dos três Centros de Saúde, Ribeira de Pena é o que apresenta maior fre-
quência deste fenómeno o que parece poder explicar-se quanto aos restantes Centros de
Saúde da seguinte forma: relativamente a Santa Marta de Penaguião se compararmos os
índices de envelhecimento, o desta localidade é muito inferior (68,9%) sendo na pri-
meira localidade de 85,9%. Já relativamente a Vila Pouca de Aguiar, constatamos pro-
ximidade dos índices de envelhecimento, sendo nesta localidade de 65,1%. Dado o
achado e confrontados os colegas com este dado foi justificado pelo facto de em Vila
Pouca de Aguiar uma parte considerável das mulheres em idade fértil ser seguida em
regime privado.

Constatamos também que Infância tem umafrequênciamais elevada no Centro


de Saúde de Ribeira de Pena (21,5%) o que confrontado com os restantes dois Centros
de Saúde é substancial. A provável explicação para esta ocorrência, tendo em conta que
Ribeira de Pena é o concelho com menor taxa de natalidade, poderá eventualmente ter
consistência na existência de um Projecto no âmbito da Saúde Oral, que visa a popula-
ção escolar.

Os dados relativos aos restantes fenómenos de enfermagem (Hipertensão san-


guínea, Precauções de segurança, ...), são achados consistentes com os dados relativos
à análise produzida face a cada um dos Centros de Saúde tomado isoladamente.

4.3. As Intervenções de Enfermagem


Passamos agora à análise dos dados relativos às Intervenções de Enfermagem.
Tal como temos feito anteriormente, a mesma incide sobre a distribuição das interven-
ções ocorridas no centro de saúde, no domicílio e na globalidade dos três Centros de
Saúde. Contudo, dada a grande quantidade de informação relativa a este item em análi-
se, conforme se pode constatar pelos quadros em anexo (Anexo III) e referentes à totali-
dade das intervenções de enfermagem documentadas, optamos por organizar os dados
de acordo com os grandes tipos de acções de enfermagem que são propostos pelo ICN.
Entende-se por tipo de acção "realizações levadas à prática por uma acção de enfer-

95

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SA ÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

magem" (ICN; 2000, p.145). No âmbito da CIPE são cinco os grandes tipos de acções
de enfermagem:

OBSERVAR: defíne-se por: "uma forma de Acção de Enfermagem com as seguintes caracterís-
ticas específicas: ver e observar cuidadosamente alguém ou alguma coisa. (ICN, 2000, P.152)
São exemplo de espécies de acções pertencentes a este género: monitorizar, vigiar, examinar,
medir, pesar, supervisionar, etc.

GERIR: defíne-se por: "uma forma de Acção de Enfermagem com as seguintes características
específicas: estar encarregado de, ou enquadrar, alguém ou alguma coisa". (ICN, 2000, P. 153)
São exemplo de espécies de acções pertencentes a este género: planear, controlar, manter, opti-
mizar, providenciar, etc.

EXECUTAR: defíne-se por: "uma forma de Acção de Enfermagem com as seguintes caracterís-
ticas específicas: desempenhar uma tarefa técnica". (ICN, 2000, P. 156)
São exemplo de espécies de acções pertencentes a este género: aspirar, dar banho, alimentar,
posicionar, massajar, mobilizar, drenar, injectar, etc.

ATENDER: defíne-se por: "uma forma de Acção de Enfermagem com as seguintes característi-
cas específicas: estar atento a, de serviço a ou a tomar conta de alguém ou alguma coisa".
(ICN, 2000, P. 160)
São exemplo de espécies de acções pertencentes a este género: apoiar, assistir, encorajar, moti-
var, prevenir, escutar, etc.
INFORMAR: defíne-se por: "uma forma de Acção de Enfermagem com as seguintes caracterís-
ticas específicas: falar com alguém acerca de alguma coisa". (ICN, 2000, P 162)
São exemplo de espécies de acções pertencentes a este género: ensinar, instruir, treinar, orientar,
aconselhar, etc.

A organização taxonómica das Acções de Enfermagem, isto é, a organização das


diferentes acções de enfermagem por estes cinco grandes tipos de acção, foi por nós
adoptada como modelo de análise já que possibilita, na nossa perspectiva, uma visão
mais abrangente desta realidade, razão pela qual no particular desta variável Interven-
ções de Enfermagem, não utilizaremos o critério de incidência > 5%, para inclusão na
análise a produzir. Salientamos que para uma visão mais focada relativamente às inter-
venções de enfermagem, as percentagens foram calculadas em função do tipo de acção
em que se integram.

96

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Quadro 15 - Distribuição das intervenções de enfermagem por local de contacto em Ri-


beira de Pena
^v Local
Ribeira de Pena

centro de saúde domicílio Total

Tipo de intervenção \
m % f(x) %

Observar 966 53,5 389 46,1 1355


Gerir 42 2,3 106 12,6 148
Executar 404 22,4 217 25,7 621
Atender 12 0,8 45 5,3 57
Informar 380 21,0 87 10,3 467
Total 1804 100,0 844 100,0 2648

Dos dados obtidos relativamente a Ribeira de Pena, podemos constatar que a


predominância de intervenções de enfermagem implementadas no centro de saúde se in-
serem nos tipos de acção: Observar, Executar e Informar. Quando olhamos para as dife-
rentes espécies do mesmo género ou tipo de acção, constatamos que no que respeita ao
Observar, a grande maioria de intervenções que se incluem neste tipo são: Monitorizar
tensão arterial (20,0% ), Pesar a pessoa (19,7%), e Supervisar a imunização (11,0%).
Relativamente ao tipo: Executar as intervenções aqui incluídas são quase exclusivamen-
te: Executar penso da ferida (por procedimento) (92,1%). É interessante verificar ao
contrário do que acontece com as acções do tipo Observar e Executar, em que temos a
quase totalidade da percentagem das intervenções concentradas em duas ou três espéci-
es, no que respeita ao Informar, verifica-se uma distribuição mais dispersa por uma
maior variedade de intervenções deste tipo. A título de exemplo, constate-se que a in-
tervenção mais frequente do tipo Informar é Ensinar planeamento familiar (por proce-
dimento) que representa apenas 14,4% da totalidade das intervenções deste tipo.

No que respeita às intervenções implementadas no domicílio verificamos que,


imediatamente após as intervenções do tipo Observar e Executar, surgem as interven-
ções do tipo Gerir como as mais frequentes (12,6%). Por outro lado, as intervenções do
tipo Informar no contexto das intervenções implementadas no domicílio, apresentam
uma incidência próxima de metade da que se verifica quando a análise incide sobre o
centro de saúde. Quando olhamos para as diferentes espécies do mesmo género ou tipo
de acção, constatamos que no que respeita ao Observar, a grande maioria das interven-
97

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

ções que se incluem neste tipo são: vigiar o penso (40,9%), vigiar sinais de úlcera de
pressão (21,1%), vigiar ferida (úlcera) (13,1%). Estas três intervenções em conjunto
representam 75,1% das intervenções do tipo Observar, facto que guarda relação estreita
com a incidência de fenómenos de enfermagem do domínio do Tegumento que como já
tivemos oportunidade de referir medeiam uma percentagem significativa de contactos
ocorridos no domicílio. Relativamente à intervenção vigiar hemorragia também do tipo
Observar, parece-nos poder inferir que a sua documentação decorre da situação de he-
morragia potencial, frequentemente associada ao fenómeno Ferida.

Quando olhamos para as diferentes espécies do mesmo género ou tipo de acção,


constatamos, no que respeita ao Executar a intervenção executar penso da ferida
(68,2%) apresenta a maior incidência. Relativamente ao Gerir, as intervenções engloba-
das neste tipo são: programar regimen terapêutico prescrito (30,2%), incentivar regi-
men terapêutico prescrito (29,2%), e providenciar dispositivos (29,2%). Como se pode
constatar do quadro em anexo (III) as intervenções, do tipo Gerir programar regimen
terapêutico prescrito e incentivar regimen terapêutico prescrito referem-se à analgesia
e representam 59,4% da totalidade das intervenções deste tipo. Parece-nos legítimo infe-
rir daqui, que a sua relevância decorre da situação de dor, frequentemente associada ao
fenómeno ferida.

Ainda no âmbito das intervenções do tipo Gerir, verificamos que providenciar


dispositivos representa 29,2% do total deste tipo de acção. Esta incidência é compreen-
sível já que no domicílio e no âmbito dos Cuidados de Saúde Primários, os enfermeiros
são responsáveis pela facilitação de dispositivos que visem a adopção pelas pessoas
com défices no domínio do Autocuidado, de estratégias de adaptação.

98

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SA ÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Quadro 16 - Distribuição das intervenções de enfermagem por local de contacto em


Santa Marta de Penaguião

Local
Santa de Marta de Penaguião

centro de saúde domicílio Total

Tipo de intervenção
m % fix) %

Observar 1100 59,5 185 55,9 1285


Gerir L 7 0 3,8 12 3,6 82
Executar 192 10,4 97 29,3 289
Atender 45 2,4 11 3,3 56
Informar 441 23,9 26 7,9 467
Total 1848 100,0 331 100,0 2179

À semelhança do que acontece em Ribeira de Pena, em Santa Marta de Penagui-


ão, podemos constatar que a predominância de intervenções de enfermagem implemen-
tadas no centro de saúde se inserem nos tipos de acção: Observar, Executar e Informar.
No entanto, as intervenções do tipo Executar apresentam uma incidência inferior
(10,4%).

Também aqui quando olhamos para as diferentes espécies do mesmo género ou


tipo de acção, encontramos semelhanças. No entanto, merece destaque o facto de algu-
mas intervenções, como é o caso de executar penso da ferida (por procedimento) e vi-
giar ferida em Ribeira de Pena, por força da maior incidência de contactos no domicílio
a sua frequência é mais elevada; na realidade de Santa Marta de Penaguião estas inter-
venções são maioritariamente implementadas no centro de saúde.

No que respeita às intervenções prestadas no domicílio verificamos que a reali-


dade é quase sobreponível à de Ribeira de Pena quer no que respeita aos grandes tipos
de acções de enfermagem, quer relativamente às espécies aí incluídas. Contudo, não po-
demos deixar de sublinhar que a relevância das intervenções do tipo Gerir não assume a
mesma dimensão aqui em Santa Marta comparativamente com a realidade de Ribeira de
Pena a que anteriormente nos referimos. Julgamos poder inferir a partir destes dados,
que esta diferença pode justificar-se com base no facto de em Ribeira de Pena os con-
tactos de enfermagem no domicílio, serem manifestamente mais que os ocorridos em
Santa Marta de Penaguião.
99

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Será que esta maior incidência de contactos no domicílio em Ribeira de Pena, é


factor propiciador para uma mais efectiva avaliação das necessidades das pessoas, em
termos de adopção de estratégias de adaptação face a défices?

Quadro 17 - Distribuição das intervenções de enfermagem por local de contacto em


Vila Pouca de Aguiar

Local
Vila Pouca de AÍguiar

centro de saúde domicílio Total

Tipo de intervenção
«w % f(x) %

Observar 5271 64,3 502 64,6 5773


Gerir 64 0,8 2 0,2 66
Executar 1740 21,2 236 30,4 1976
Atender 53 0,7 0 0 53
Informar 1072 13,0 37 4,8 1109
Total 8200 100,0 777 100,0 8977

No que respeita à distribuição das intervenções de enfermagem quer pelos gran-


des tipos de acções quer pelas suas diferentes especificações constatamos que a realida-
de de Vila Pouca de Aguiar, é muito próxima da realidade de Santa Marta de Penaguião.
Esta similaridade mantém-se independentemente do local onde são implementadas as
intervenções, entenda-se centro de saúde ou domicílio.

Feito este percurso pelos três centros de saúde isoladamente e encontradas gran-
des similaridades, é com naturalidade que verificamos as incidências que o quadro 18,
relativo à distribuição total das intervenções de enfermagem pelos três Centros de Saú-
de, nos apresenta.

100

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Quadro 18 - Distribuição do total de intervenções de enfermagem por local de contacto

Centros de Saúde
Ribeira de Pena, Santa Marta de Penaguião e Vila Pouca de Aguiar

centro de saúde domicílio Total


Tipo de intervenção
fÇx) % fÇx) %
Observar 7337 61,9 1076 55,1 8413
Gerir 176 1,5 120 6,1 296
Executar 2336 19,7 550 28,2 2886
Atender 110 0,9 56 2,9 166
Informar 1893 15,9 150 7,7 2043
Total 11852 100,0 1952 100,0 13804

4.4. Fenómenos versus Intervenções


Neste momento julgamos estar em condições de proceder a um exercício analíti-
co de associação entre duas das variáveis que já foram objecto da nossa análise no pre-
sente relatório: fenómenos e intervenções de enfermagem. A associação destas duas va-
riáveis é um imperativo que decorre da impossibilidade de concebermos qualquer inter-
venção de enfermagem, sem relação directa com uma situação de saúde relevante para a
prática de enfermagem. Este imperativo a que nos referimos ficou implícito no discurso
produzido relativamente a cada uma daquelas variáveis. Se pensarmos num fenómeno
de enfermagem ao qual estão associadas, no contexto do nosso estudo, por exemplo cin-
co intervenções de enfermagem, importa perceber qual é o peso relativo de cada uma
dessas intervenções para efeitos do cálculo da intensidade da carga de trabalho. Por ou-
tro lado, se pensarmos em dois fenómenos de enfermagem, um deles com três interven-
ções associadas, e o outro com dez, pode não ser adequado daí inferir que o segundo
exige uma maior intensidade da carga de trabalho de enfermagem.

O propósito do nosso estudo pressupõe que face às necessidades da população


em cuidados de enfermagem, se equacionem as respostas oferecidas por forma a que
seja possível prever a dotação adequada de recursos. No entanto, importa sublinhar que
mesmo produzindo esta associação, apenas se identifiquem relações que por si só justi-
fiquem ser objecto de análise. É com base nesta realidade que no subcapítulo seguinte

101

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

procuramos abrir uma das portas que nos permita conhecer com mais pormenor um dos
muitos aspectos que nesta área problemática jogam um papel essencial.

Neste enquadramento e na sequência do exposto, a análise que aqui produzimos


relativa à associação entre os diferentes fenómenos de enfermagem e respectivas inter-
venções, está organizada em torno dos fenómenos de enfermagem ou domínios mais re-
levantes, no conjunto dos três Centros de Saúde (tal qual são apresentados no quadro
19, referente à distribuição do total de fenómenos de enfermagem documentados). Esta
integra ainda o conjunto das intervenções associadas a cada um dos fenómenos de en-
fermagem, tendo por base o critério de inclusão: incidência > 5%, do total das interven-
ções documentadas em resposta a cada um dos fenómenos de enfermagem,
independentemente do local de contacto.

Quadro 19 - Intervenções de enfermagem mais frequentes associadas aos fenómenos de


enfermagem do domínio do Tegumento
Tegumento
Ribeira d<iPena. Santa Marta de Penaguião e Vila
Pouca de Águia
r
centro de saúde domicílio Total
Intervenção
m % fi[x) %
Executar penso à ferida 1823 43,8 298 18,0 2121
Vigiar ferida (úlcera) 981 23,6 292 17,6 1273
Vigiar penso 954 22,9 418 25,2 1372
Remover (pontos) 170 4,1 3 0,2 173
Executar penso à úlcera 139 3,3 166 10,0 305
Vigiar sinais de úlcera de pressão 43 1,0 129 7,8 172
Ensinar regimen terapêutico prescrito 5 0,1 1 0,1 6
Referir úlcera de pressão ao medico 2 0,0 10 0,6 12
Ensinar autocuidado: higiene 1 0,0 - 1
Ensinar precauções de segurança 1 0,0 - 1
Vigiar hemorragia - 52 3,1 52
Apoiar a Pessoa emocionalmente - 35 2,1 35
Incentivar autocuidado: higiene - 30 1,8 30
Posicionar a Pessoa - 64 3,9 64
Programar regímen terapêutico prescrito - 30 1,8 30
Providenciar dispositivos - 30 1,8 30
Vigiar integridade dos tegumentos - 30 1,8 30
Incentivar regímen terapêutico prescrito - 29 1,8 29
Outras Intervenções 42 1,0 39 2,4 81
Total 4161 100,0 1656 100,0 5817

Os fenómenos de enfermagem do domínio do Tegumento, no conjunto dos três


102

— Paulo Alexandre Puga Machado -


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Centros de Saúde, representam 30,3% da totalidade das situações de saúde documenta­


das que exigem cuidados de enfermagem no centro de saúde e 65,6% no domicílio. Ve­
rificamos que, do conjunto das intervenções de enfermagem implementadas no centro
de saúde em resposta aos fenómenos deste domínio, as cinco mais representativas
(97,6%) são: executar penso á ferida, vigiar ferida, vigiar penso, remover pontos e
executar penso à úlcera. Se olharmos para estas intervenções e pensarmos no tipo de
acção que têm subjacente, constatamos que os tipos de acção predominantes são: Execu­
tar e Observar. Por outro lado, é possível também daqui inferir, que no que respeita ao
tipo de contactos que ocorrem no centro de saúde, tais intervenções estão incluídas e re­
presentam quase exclusivamente, a categoria Pensos e Tratamentos deferidas.

No domicílio as intervenções de enfermagem mais frequentes são: vigiar penso,


executar penso aferida, vigiar ferida, executar penso à úlcera e vigiar sinais de úlcera
de pressão. Estas intervenções representam 78,7% da totalidade das intervenções im­
plementadas no domicílio em resposta aos fenómenos de enfermagem do domínio do
tegumento. A semelhança do que acontecia relativamente às intervenções mais frequen­
temente implementadas no âmbito do centro de saúde, também aqui, as acções do tipo
Observar e Executar se configuram como as mais relevantes.

Quando olhamos para a distribuição da incidência da totalidade das intervenções


implementadas em resposta aos fenómenos de enfermagem do domínio do tegumento,
constatamos que, no domicílio, esta distribuição é mais dispersa (16 intervenções dife­
rentes documentadas), no centro de saúde esta dispersão não assume a mesma grandeza
(10 intervenções diferentes documentadas).

103

■ Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Quadro 20 - Intervenções de enfermagem mais frequentes associadas ao fenómeno de


enfermagem Planeamento familiar
Planeamento familiar
Ribeira de Pena, Santa Marta de Penaguião e Vila Pouca de
Aguiar
centro de saúde domicílio Total
Intervenção
m % m %
Monitorizar tensão 421 23,0 í 33,3 422
arterial
Pesar a Pessoa 408 22,2 í 33,3 409
Instruir (auto-exame da mama) 218 11,9 - 218
Registar (dum) 173 9,4 - 173
Supervisar imunização 171 9,3 - 171
Ensinar planeamento familiar 146 8,0 - 146
Ensinar regimen terapêutico 89 4,9 89
-
prescrito
Colectar tecido do colo do útero 75 4,1 í 33,3 76
Outras Intervenções 133 7,3 133
Total 1834 100,0 3 100,0 1837

Relativamente ao Planeamento familiar, constatamos que este fenómeno de en-


fermagem, representa 12,4% da totalidade das situações de saúde documentadas que
exigem cuidados de enfermagem no centro de saúde. A incidência deste fenómeno no
domicílio, no âmbito do nosso estudo é desprezível (0,1%), sendo resultado de um úni-
co contacto ocorrido num domicílio em Vila Pouca de Aguiar. Do conjunto das inter-
venções de enfermagem documentadas em resposta a este fenómeno de enfermagem as
cinco mais representativas (75,8%) são: monitorizar a tensão arterial, pesar a Pessoa,
instruir (auto-exame da mama), registar (dum) e supervisar imunização.

Quando olhamos para estas intervenções e as categorizamos em função do tipo


de acção que têm subjacente, verificamos que são do tipo: Observar e Executar. Daqui
é possível inferir que estas intervenções se inscrevem quase exclusivamente na catego-
ria do tipo de contactos ocorridos no centro de saúde Outros.

104

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SA ÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Quadro 21 - Intervenções de enfermagem mais frequentes associadas ao fenómeno de


enfermagem Hipertensão sanguínea

Hipertensão sanguínea
Ribeira de Pena, Santa Marta de Penaguião e Vila Pouca de
Aguiar
Centro de saúde Domicílio Total
Intervenção
fix) % f(x) %
Monitorizar tensão sanguínea 526 41,2 102 75,0 628
Monitorizar altura/peso corporal 212 16,6 - - 212
Vigiar sinais de hipertensão 180 14,1 - -
Ensinar sinais de hipertensão san-
79 6,2 4 2,9 83
guínea
Incentivar hábitos de exercício 74 5,8 14 10,3 88
Ensinar ameaças/riscos à saúde:
hipertensão sanguínea 54 4,2 9 6,6 63
Ensinar precauções de segurança:
37 2,9 2 1,5 39
resposta orgânica à medicação
Ensinar regimen terapêutico pres-
crito 18 1,4 5 3,7 23
Ensinar ameaças/riscos à saúde:
1 0,1 - - 1
hábitos nutricionais
Outras Intervenções 97 7,6 - - 97
Total 1278 100,0 136 100,0 1414

No que respeita à Hipertensão sanguínea, constatamos que este fenómeno de en-


fermagem, representa 10,1% da totalidade das situações de saúde documentadas que
exigem cuidados de enfermagem no centro de saúde. A incidência deste fenómeno no
domicílio, é de 14,9%. Verificamos que do conjunto das intervenções de enfermagem
implementadas no centro de saúde em resposta a este fenómeno de enfermagem, as cin-
co mais representativas (83,8%) são: monitorizar a tensão arterial, monitorizar altu-
ra/peso corporal, vigiar sinais de hipertensão, ensinar sinais de hipertensão sanguínea
e incentivar hábitos de exercício. Relativamente ao tipo de acção que estas intervenções
de enfermagem mais frequentes no centro de saúde, têm subjacente, constatamos que os
tipos de acção predominantes são: Observar e Informar.

No contexto do domicílio as intervenções de enfermagem mais frequentes são:


monitorizar tensão arterial, incentivar hábitos de exercício, ensinar ameaças/riscos à
saúde: hipertensão sanguínea, ensinar regímen terapêutico prescrito e ensinar sinais de
hipertensão sanguínea. No seu conjunto, estas intervenções representam 98,5% da tota-
lidade das intervenções implementadas em resposta à situação de Hipertensão sanguí-
nea. Merece destaque neste particular, o facto da intervenção: monitorizar tensão san-
105

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

guinea representar por si só 75,0% da totalidade das intervenções implementadas no


domicílio. Também aqui, à semelhança do que acontece relativamente às intervenções
mais frequentemente implementadas no centro de saúde, as acções do tipo Observar e
Informar são predominantes.

Quadro 22 - Intervenções de enfermagem mais frequentes associadas ao fenómeno de


enfermagem Infância

Infância
Ribeira de Pena, Santa Marta de Penaguião e Vila Pouca de Aguiar

Centro de saúde Domicílio Total


Intervenção
f(x) % fW %
Monitorizar altura/peso 435 28,8 - - 435
corporal
Vigiar crescimento e 401 26,5 - - 401
desenvolvimento
Supervisar imunização 379 25,1 - - 379
Monitorizar (perímetro 250 16,5 - - 250
cefálico)
Outras Intervenções 47 3,1 - - 47
Total 1512 100,0 0 0,0 1512

Quanto ao fenómeno de enfermagem Infância, constatamos que este representa


9,6% da totalidade das situações de saúde documentadas que exigem cuidados de en-
fermagem no centro de saúde. A incidência deste fenómeno no domicílio, é nula. As in-
tervenções mais frequentemente implementadas em resposta ao fenómeno de enferma-
gem Infância são: monitorizar altura/peso corporal, vigiar crescimento e desenvolvi-
mento, supervisar imunização e monitorizar (perímetro cefálico). Como se pode consta-
tar todas estas intervenções de enfermagem fazem parte do tipo de acção Observar.
Acresce que, no contexto do centro de saúde, as respostas apresentadas face ao fenóme-
no de enfermagem Infância, se inscrevem no tipo de contactos: Outros.

106

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Quadro 23 - Intervenções de enfermagem mais frequentes associadas ao fenómeno de


enfermagem Precauções de segurança

Precauções de segurança
Ribeira de Pena, Santa Marta de Penaguião e Vila Pouca de Aguiar

Centro de saúde Domicílio Total


Intervenção
m % m %
Monitorizar glicemia 29 93,5 421
392 47,3
capilar
Monitorizar tensão ar- 141
140 16,9 1 3,2
terial
Monitorizar espéci- 135
135 16,3 - -
mens (urina)
Monitorizar altura/peso 123
123 14,9 - -
corporal
Pesar a Pessoa 23 2,8 - - 23
Incentivar consulta 1,6 1 3,2 14
13
médica: Diabetes
Outros 2 0,2 - - 2
Total 828 100,0 31 100,0 859

No que respeita a Precauções de segurança, constata-se que representam 8,6%


da totalidade dos fenómenos de enfermagem documentados que geraram contactos no
centro de saúde, e 4,2% no domicílio. Do conjunto das intervenções de enfermagem
implementadas no centro de saúde e referentes ao fenómeno Precauções de segurança,
as cinco mais representativas (95,4%) são: monitorizar glicemia capilar, monitorizar
tensão arterial, monitorizar espécimens (urina) e monitorizar altura/peso corporal. Se
olharmos para estas intervenções quanto ao tipo de acção subjacente, constatamos que
Observar é predominante.

No domicílio, constata-se que a intervenção de enfermagem monitorizar glice-


mia capilar, representa a quase totalidade (93,5%) das respostas oferecidas.

Não queremos deixar de tecer algumas considerações relativamente à natureza


das intervenções de enfermagem, que no contexto do nosso estudo, se apresentam como
as mais frequentes, tendo presente a própria natureza do fenómeno Precauções de segu-
rança. Na medida em que este se refere às acções iniciadas e dependentes do próprio
utente, tendentes a evitar os factores de risco (ICN, 1996, p.151, 164), parece-nos que
tendo em conta o tempo percorrido, desde a implementação do Projecto de Restrutura-
ção do Sistema de Documentação de Enfermagem, seria oportuno trazer à discussão a
107

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

necessidade de fornecer à Pessoa capacidades e conhecimentos para por si desenvolver


acções "...ífe evitar os factores de risco" fICN; 1996, p.164). Neste quadro, merecem
alguma reflexão as questões que se prendem com o facto da natureza das intervenções
efectivamente implementadas se dirigirem, fundamentalmente, para o Observar e não,
por exemplo, para o Atender e Informar.

Quadro 24 - Intervenções de enfermagem mais frequentes associadas ao fenómeno de


enfermagem Desempenho de papéis

Desempenho de papéis
Ribeira de Pena, Santa Marta de Penaguião c Vila Pouca de Aguiar

Centro de saúde Domicílio Total |


Intervenção
m % m %
Ensinar regimen terapêutico 122 30,1 - - 122
prescrito (vacinação)
Ensinar respostas orgânicas 117 28,9 - - 117
(vacinação)
Ensinar precauções de segu- 86 21,2 - - 86
rança (infância)
Ensinar desempenho de pa- 23 5,7 - - 23
péis (infância)
Promover adaptação indivi- 16 4,0 - - 16
dual (escola)
Encorajar desempenho de 11 2,7 - - 11
papéis
| Outras Intervenções 30 7,4 - - 30
| Total 405 100,0 0 0,0 405

O Desempenho de papéis é outro dos fenómenos de enfermagem, que no con-


junto dos três Centros de Saúde se assume como significativo. Na realidade, representa
6,1% da totalidade dos fenómenos de enfermagem documentados no centro de saúde.

No que respeita ao conjunto das intervenções implementadas em resposta a este


fenómeno de enfermagem, as mais representativas são: ensinar regímen terapêutico
prescrito (vacinação), ensinar respostas orgânicas (vacinação) e ensinar precauções de
segurança (infância). Ao olharmos para estas intervenções tendo por base o tipo de ac-
ção que lhe estão subjacentes, constatamos que o tipo de acção predominante é o Infor-
mar.

108

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUID.WOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PAR.\ UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Quadro 25 - Intervenções de enfermagem mais frequentes associadas aos fenómenos de


enfermagem do domínio do Autocuidado

Autocuidado
Ribeira de Pena, Santa Marta de Penaguião e Vila
Pouca de Aguiar
Centro de saúde Domicílio Total
Intervenção
fÇx) % f(x) %

Lavar os ouvidos 60 68,2 - - 60


Instruir autocuidado: higiene 9 10,2 2 4,7 11
Ensinar regímen terapêutico prescrito 6 6,8 3 7,0 9
Ensinar autocuidado: higiene 4 4,5 - - 4
Instruir a Pessoa (avaliação da glicemia 2,3 1 2,3 3
2
capilar)
Instruir regímen terapêutico prescrito (in- 4 9,3 6
2 2,3
sulina)
Treinar regímen terapêutico prescrito (in- 3 7,0 5
2 2,3
sulina)
Inserir sonda nasogástrica - - 3 7,0 3
Inserir cateter urinário - - 2,3 1
Instruir autocuidado: levante - - 2,3 1
Lavar a boca - - 2,3 1
Assistir no autocuidado: posicionamento - - 2,3 1
Instruir técnica de posicionamento - - 2,3 1
Promover adaptação individual - - 2,3 1
Solicitar serviço social - - 2 4,7 2
Massajar as costas - - 2 4,7 2
Posicionar a pessoa - - 2 4,7 2
Vigiar sinais de úlcera de pressão - - 3 7,0 3
Colocar dispositivo urinário - - 2,3 1
Vigiar eliminação urinária - - 2,3 1
Transferir a pessoa - - 7,0 3
Assistir no autocuidado: transferência - - 2,3 1
Instruir autocuidado: transferência - - 2,3 1
Instruir técnica de alimentação - - 2,3 1
Vigiar refeição - - 2,3 1
Providenciar dispositivos - - 2,3 1
Encaminhar para centro de dia - - 2,3 1
Solicitar serviços domiciliários - - 2,3 1
Outras Intervenções 3 3,4 - - 3
Total 88 100,0 43 100,0 131

No que respeita ao Autocuidado, constata-se que os fenómenos de enfermagem


englobados neste domínio representam no centro de saúde apenas 0,3% o que não é si-
gnificativo. No domicílio representam 7,6% do total de fenómenos de enfermagem do-
cumentados, nos dos três Centros de Saúde, sendo o terceiro fenómeno/domínio mais
frequente no âmbito do nosso estudo. A intervenção mais significativa no centro de sa-
úde é Lavar ouvidos (68,2%) a qual decorre da prescrição do médico.

109

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Do conjunto das intervenções de enfermagem implementadas no domicílio em


resposta aos fenómenos deste domínio, nenhuma se destaca. Quando nos detemos sobre
os tipos de acção em que estas intervenções se inserem constatamos que os predominan-
tes são: Executar e Informar. Quando olhamos para a distribuição da totalidade das in-
tervenções implementadas no domicílio, em resposta aos fenómenos de enfermagem do
domínio do Autocuidado, constatamos que esta distribuição é dispersa por uma grande
variedade de intervenções (26).

4.5. Tempo Despendido nos Contactos no Domicílio

Quando nos referimos no subcapítulo anterior à emergência de múltiplos aspec-


tos que nesta área problemática jogam um papel essencial, abrimos uma porta para a
discussão que aqui pretendemos fazer.

Voltando a tomar como objecto de análise a variável "Contacto", considerando


os ocorridos no domicílio, julgamos ser oportuno lançar um olhar sobre uma das parti-
cularidades, de entre várias, que pode ser utilizada para nos dar a conhecer um pouco
melhor uma das dimensões desta variável; referimo-nos ao tempo despendido no con-
tacto. Este exercício de focalização progressiva, na nossa opinião, ilustra a imensa com-
plexidade da área problemática em que este estudo se situa. Neste enquadramento, pro-
cedemos aqui à associação entre uma das dimensões da variável contacto (contacto no
domicílio), com a variável 'Tempo". À partida, o "Tempo" parece ser uma variável fa-
cilmente operacionalizável. No entanto, relativamente à mesma são vários os aspectos
que emergem, e que aumentam a complexidade da associação pretendida.

No âmbito dos Cuidados de Saúde Primários e no particular do tempo despendi-


do nos contactos ocorridos no domicílio, não podemos desprezar aspectos tais como:

- distância entre o centro de saúde e os domicílios das Pessoas;


- distância entre os diferentes domicílios onde vão ocorrer os contactos;

a necessidade ou não, do enfermeiro que vai efectuar o contacto retornar ao


centro de saúde entre os diferentes contactos a ocorrer no domicílio;

as condições da rede viária;


no
— Paulo Alexandre Puga Machado —
GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Esta tentativa de aproximação serve o propósito do nosso estudo, conscientes


que estamos, da complexidade desta problemática, mesmo quando à partida as variáveis
parecem óbvias.

No quadro seguinte apresentamos os dados referentes ao tempo despendido por


contacto em cada um dos três Centros de Saúde que integraram o nosso estudo, ao lon-
go de um mês (26 de Fevereiro a 26 de Março de 2001).

Quadro 26 - Tempo despendido por contacto ocorrido no domicílio, nos três Centros de
Saúde

Tempo despendido por contacto

>. Centro de Saúde

Ribeira de Pena Santa Marta de Pena- Vila Pouca de Aguiar


guião
Tempo >>

Demora média no contacto 00:12:51 00:21:03 00:15:23

Demora média de desloca- 00:12:56 00:15:07 00:11:42


ção por contacto

Tempo despendido por 00:25:47 00:36:10 00:27:05


contacto

O tempo despendido por contacto, aspecto aqui em análise, é o resultado da


soma da demora média no contacto (tempo de contacto directo entre o enfermeiro e a
Pessoa, no domicílio), com a demora média de deslocação por cada contacto.

Em relação a Ribeira de Pena, os 128 contactos ocorridos no domicílio, implica-


ram 163 deslocações. A demora média no contacto neste Centro de Saúde é de 12' e
51", enquanto que a demora média de deslocação por contacto corresponde a 12' e
56". Assim, o tempo despendido por contacto neste Centro de Saúde é de 25' e 47".

111

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

No que respeita a Santa Marta de Penaguião, os 113 contactos ocorridos no do-


micílio tiveram uma demora média de 21' e 03", implicando 152 deslocações. A demo-
ra média de deslocações por contacto neste Centro de Saúde, foi de 15' e 07". Assim, o
tempo despendido por contacto foi de 36' e 10".

Em relação a Vila Pouca de Aguiar a demora média nos 150 contactos foi de 15'
e 23" o que implicou 188 deslocações as quais tiveram como demora média por contac-
to de 11' e 42". Assim, o tempo médio despendido por contacto em Vila Pouca de
Aguiar foi de 27'e 05".

Na totalidade dos três Centros de Saúde a demora média no contacto situou-se


nos 16' e 26", verificando-se que a demora média de deslocação por contacto foi de 13'
e 15". Assim, podemos dizer que em média, nestes três Centros de Saúde o tempo des-
pendido por contacto foi de 29' e 41". Se cruzarmos este tempo médio despendido por
contacto com os 391 contactos ocorridos no domicílio, temos a noção do peso que sob o
ponto de vista do tempo despendido, estes contactos têm para o cálculo da intensidade
da carga de trabalho de enfermagem.

112

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIB UTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

5. CONCLUSÕES

Com base no estudo efectuado passamos agora a apresentar as conclusões e as


propostas/questões relativamente à informação tratada.

A primeira conclusão responde claramente àfinalidadedo estudo que concreti-


zamos. Com efeito, da análise global deste estudo constatamos que o cálculo da intensi-
dade da carga de trabalho de enfermagem é um processo complexo condicionado por
uma multiplicidade de factores cuja relevância advém do seu papel interveniente en-
quanto entidades individualizadas ou conjugadas. Mais salientamos que o disposto se
encontra em plena sintonia com o constante na bibliografia consultada. Daqui emerge
que face à quase inexistência de estudos deste teor no nosso país nos pareça fundamen-
tal investir noutros estudos similares afim de, precedendo o processo de dotação, consti-
tuírem subsídios para um cálculo mais rigoroso.

Nos Centros de Saúde onde decorreu o nosso estudo, sobressai que a prestação
de cuidados de enfermagem incide sobretudo, quanto ao local de contacto, no próprio
centro de saúde. Com efeito, este dado subscreve o disposto na literatura e reflecte um
outro estudo realizado em Portugal nos Cuidados de Saúde Primários. Sabemos também
que as necessidades que os utentes manifestam constituem um factor major para calcu-
lar a intensidade da carga do trabalho de enfermagem. Deste modo e em resposta à pri-
meira pergunta de partida, verificamos face à realidade estudada que quanto à natureza
dos contactos concretizados no centro de saúde, uma parte substancial destes, reflecte
cuidados de enfermagem cujas intervenções, quanto à tomada de decisão, podem ser
iniciadas pelos próprios enfermeiros ou por outros técnicos. Assim sendo, parece-nos
pertinente formular as seguintes questões: será que a distribuição do trabalho influencia
esta tendência, quanto ao local de contacto? Será que o rácio enfermeiro/utente, por si
só é determinante quanto ao local de contacto da prestação de cuidados?

Em resposta à primeira pergunta de partida este estudo revela as necessidades da


população alvo. Importa ainda salientar que o facto dos suportes de documentação de
enfermagem estarem estruturados com base na Classificação Internacional para a Práti-
113

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

ca de Enfermagem, evidenciam de forma mais clara as particularidades desta população.


Por outro lado, a referida estruturação atribui maior visibilidade ao que concerne o tra-
balho de enfermagem.

Relativamente às necessidades dos utentes, constatamos que nos três Centros de


Saúde os fenómenos de enfermagem do domínio Tegumento são os mais representati-
vos, assumindo frequências ainda superiores quando o local de contacto é o domicílio.
Sobressai daqui que provavelmente o elevado índice de envelhecimento verificado nos
três concelhos, as patologias e/ou suas sequelas comuns desta faixa etária no nosso país
e ainda as actividades predominantemente rurais poderão estar na base destes dados.
Não obstante parece-nos lícito pensar que poderão haver outros factores cuja interferên-
cia é determinante. Ainda com base na causalidade apontada constatamos que os fenó-
menos Precauções de segurança e Falta de conhecimentos cujafrequênciaé considerá-
vel, repercutem sobretudo particularidades da população diabética e hipertensa. Mais re-
levamos que o seguimento deste tipo de população é feito com umafrequênciaestreita,
pelo que se verifica um grande consumo de tempo de enfermagem, dado o grande nú-
mero de contactos.

Quanto ao local de contacto domicílio, salientamos também os fenómenos de en-


fermagem relativos ao Autocuidado, o qual apresentafrequênciarelevante no Centro de
Saúde de Santa Marta de Penaguião. Talfrequência,provavelmente encontra explicação
em dois factores: O ratio enfermeiro / utente e a implementação do projecto relativo à
assistência no idoso (Saúde na Comunidade - Apoio domiciliário), o qual dotou esta
instituição com meios que permitem um atendimento mais proficiente a este tipo popu-
lação, logo às suas necessidades. Relativamente aos outros dois Centros de Saúde, pro-
vavelmente a causa da baixafrequênciadeste fenómeno está relacionada com o ratio en-
fermeiro/utente. Tendo em conta o número e tipo de fenómenos, que estes utentes mani-
festam não há disponibilidade para dar resposta muito para além dos que se reportam à
condição inerente às patologias típicas desta população idosa.

Face às intervenções de enfermagem, cujo local de contacto é o centro de saúde,


constatamos que, aparentemente, estas reflectem duas vertentes: os fenómenos comuns
114

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

à população alvo e o método de distribuição de trabalho. Sobressai que o conjunto de


intervenções prestadas nos três Centros de Saúde, visam sobretudo a vigilância de saúde
da população. Com efeito o tipo de acção mais expressivo é o Observar. Para além des-
te, realça-se também o Executar seguido do Informar. Podemos inferir daqui que a
grande parte do tempo de enfermagem é gasto na produção de dados relativos à conti-
nuidade da vigilância de saúde dos utentes, cujo consumo é de âmbito de enfermagem e
médico. Para além disso, contempla o "desempenho de tarefas técnicas" (ICN, 2000,
p.156) e ainda munir a população de conhecimentos basilares à manutenção ou recupe-
ração de saúde.

Relativamente à prestação de cuidados de enfermagem no domicílio, quanto ao


tipo de acção das intervenções, destacam-se sobretudo dois tipos: Observar e Executar.
Parece-nos que a capacidade de comunicação versus cognição da população alvo dos
cuidados, condiciona ao tipo e volume de intervenções a instituir. Daqui emerge uma
questão: será que os enfermeiros desenvolvem uma baixa frequência de intervenções de
enfermagem inerentes ao Informar, quando o local de contacto é o domicílio, dado os
receptores serem na sua grande maioria pessoas idosas portadores de incapacidades vá-
rias que condicionam a capacidade de integração dos conhecimentos ministrados?

É conclusão deste trabalho que o tempo médio despendido pelos enfermeiros nas
deslocações por contacto, aos domicílios, na amostra temporal seleccionada foi de 13' e
15". A demora média no contacto situou-se nos 16' e 26", pelo que o tempo despendi-
do por contacto foi de 29' e 41", o que claramente responde à terceira e quarta pergunta
de partida. Deste modo podemos inferir que cerca de 50% deste tempo foi consumido
em deslocações, restando igual parte para a prestação de cuidados no domicílio. No en-
tanto esta razão pode ser substancialmente maior face ao grau de degradação das vias de
comunicação, à adversidade das condições climatéricas entre outros... Sem dúvida que o
"tempo" constitui um factor complexo cuja abordagem requer muita seriedade dada a
preponderância que tem no cálculo da intensidade da carga de enfermagem e a multipli-
cidade de factores que o condicionam.

115

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

Por fim concluímos que o cálculo dos Recursos de Enfermagem nos Cuidados
de Saúde Primários é condicionado por múltiplos factores cuja preponderância é indis-
cutível, revestindo este processo de extrema complexidade. Com efeito num único ins-
tante temporal podem ser prestadas várias intervenções ou a mesma Pessoa pode ser
portadora de várias entidades relevantes para o cuidado de enfermagem. Face ao dispos-
to pensamos que esta problemática se configura como um aspecto merecedor de abor-
dagens posteriores mais profundas, salientando-se, conforme o suportado pela literatura,
que é fundamental estudar cada realidade afim de instituir maior rigor no cálculo da in-
tensidade da carga do trabalho de enfermagem.

116

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

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— Paulo Alexandre Puga Machado —


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— Paulo Alexandre Puga Machado —


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41. RODRIGUES, Custódio - Afectividade - Edições Contraponto; Porto; 1989.

42. RODRIGUES, Custódio - "Manual de Psicologia 1- O que é e tem sido a psico-


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Interamericana - McGraw-Hill; Madrid; 1992.

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método PRN"; Revista Rol de Enfermería ; N.° 119-120 ; Barcelona ;1988 ; p.41
-46.
119

— Paulo Alexandre Puga Machado —


GESTÃO DE RECURSOS DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
CONTRIBUTO PARA UM DISCURSO MAIS RIGOROSO

45. TILQUIN, Charles; ROUSSEL, Bibiane; LEONARD, Gisèle ; CHEVALIER,


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46. TWINE, Anne; "Análise de funções"; Gradiva; Cadernos de Gestão; Lisboa;


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magem - O sistema de classificação de doentes em enfermagem no GDH 14 -
Doenças Cerebrovasculares"; Revista Servir; n.° 4; 1995; p. 193 -198.

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49. WOLFE, H.; YOUNG, J. P.; "Staffing the Nursing Unit - I Controlled Variable
Staffing"; Nursing Research; 1965.

120

— Paulo Alexandre Puga Machado —


ANEXOS
ANEXO I
ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE SAÚDE
DO NORTE MINISTÉRIO DA SAÚDE
SUB-REGIÁO DE SAÚDE DE VILA REAL

DECLARAÇÃO

Para os devidos efeitos declara-se, que foi autorizada a consulta dos registos de
En^agentrelativos aos meses de Maio e Junho de 2000, dos Centros de Saúde de
R ^ r de Pena, Santa Marta de Penaguião e Vila Pouca de Aguiar, para
œncSizacào da Tese de Mestrado « Recursos de Enfermagem nos Cuidados de Saúde
P n W of Estudo de uma Metodologia de Cafculo», ao Sr Paulo Alexandre Puga
Mamado Assistente na Escola Superior de Enfermagem de S. João e aluno do 6
c t s o t * V 2 em Ciências de Enfermagem no Instituto de Ciências B10med1Cas
de Abel Salazar.

Vila Real, 11 de Junho de 2001

O Coordenador da Sub-Região

RuaM.guelTorga.UF - 5000-524 VILA REAL I Aparado 205 - 5001-911 VILA REAL


Telef 259 322 573 i 74 , 76 78 79 / 80 - 259 322 098 / 259 322 842 Fax 259 373 769

MOO ITCOCH-ARSWSRSVR » ^"


ANEXO II
Quadro 1 - Fenómenos de Enfermagem que motivaram
Cuidados de Enfermagem no próprio Centro de Saúde de
Ribeira de Pena.
Fenómeno f(x) %
Planeamento familiar 143 33,0%
Infância 93 21,5°/c
Gravidez 48 11,1%
Desempenho dos papeis 36 8,3°/c
Vinculação 14 3,2°/c
Ulcera* 11 2,5%
Falta de conhecimento 10 2,3°/c
Ferida traumática* 10 2,3%
Precauções de segurança 8 1,8%
Hipertermia 10 2,3°/c
Ferida* 7 1,6%
Amamentação 5 1,2%
Mastigação 6 1,4%
Hipertensão sanguínea 4 0,9%
Ferida cirúrgica* 4 0,9%
Sucção 3 0,7%
Menopausa 3 0,7%
Obesidade 2 0,5%
Eructação 3 0,7%
Incontinência urinária 2 0,5%
Incontinência total 2 0,5%
Dispneia 0,2%
Regímen terapêutico prescrito 0,2%
Alterações auditivas 0,2%
Malabsorção 0,2%
Dor 0,2%
Limpeza das vias aéreas 0,2%
Ulcera de pressão* 0,2%
Vómito 0,2%
Alterações visuais 0,2%
Total 433 100,0%

* Fenómenos de Enfermagem que integram Tegumentos

1
Quadro 2 - Fenómenos de Enfermagem que motivaram
Cuidados de Enfermagem no domicílio em Ribeira de Pena.
Fenómeno f(x) %
Ferida cirúrgica* 88 38,8%
Úlcera de pressão* 71 31,3°/c
Falta de conhecimento 7 3,1%
Hipertensão sanguínea 6 2,6°/c
Regímen terapêutico prescrito** 6 2,6°/(
Auto cuidado: uso do W.C.** 4 l,8°/c
Auto cuidado: higiene** 3 1,3°/
Dor 3 1,3%
Auto cuidado: levante** 3 l,3°/c
Imobilidade parcial 3 l,3°/(
Auto cuidado: alimentação** 3 1,3%
Auto cuidado: vestir-se/despir-se** 3l l,3°/c
Exaustão do cuidador 3 1,3%
Capacidade de cuidar 3 1,3%
Conflito de papeis parentais 3 1,3%
Pobreza 3 1,3%
Habitação inadequada 2 0,9%
Auto cuidado: transferência** 2 0,9%
Coping familiar ineficaz 2 0,9%
Incontinência urinária 2 0,9%
Habitação 2 0,9%
Auto cuidado: posicionamento** 2 0,9%
Precauções de segurança** 1 0,4%
Actividades da vida diária** 1 0,4%
Gravidez 1 0,4%
Total 227 100,0%

* Fenómenos de Enfermagem que integram Tegumentos

** Fenómenos de Enfermagem que integram Autocuidado


Quadro 3 - Fenómenos de Enfermagem que motivaram
Cuidados de Enfermagem no próprio Centro de Saúde Santa
Marta de Penaguião.
Fenómeno fix) %
Planeamento Familiar 102 16,5%
Ferida traumática* 86 13,9°/c
Infância 75 12,1%
Ferida cirúrgica* 65 10,5%
Hipertensão sanguínea 63 10,2%
Precauções de segurança 57 9,2%
Desempenho dos papeis 42 6,8%
Falta de conhecimento 41 6,6%
Ulcera* 28 4,5%
Mastigação 13 2,1%
Regímen terapêutico prescrito 9 1,5%
Gravidez 8 1,3%
Vinculação 5 0,8%
Deglutição 5 0,8%
Ferida* 4 0,6%
Malabsorção 3 0,5%
Sucção 3 0,5%
Auto cuidado: higiene 3 0,5%
Ulcera de pressão* 3 0,5%
Eructação 2 0,3%
Amamentação 1 0,2%
Total 618 100,0%|

* Fenómenos de Enfermagem que integram Tegumentos

3
Quadro 4 - Fenómenos de Enfermagem que motivaram
Cuidados de Enfermagem no domicílio em Santa Marta de
Penaguião.
Fenómeno fTx) %
Ferida traumática* 35 25,4%
Ulcera* 29 21,0%
Ulcera de pressão* 22 15,9%
Precauções de segurança** 9 6,5%
Auto cuidado: transferência** 4 2,9%
Auto cuidado: posicionamento** 4 2,9%
Auto cuidado: higiene** 3 2,2%
Auto cuidado: alimentação** 3 2,2%
Habitação 3 2,2%
Regímen terapêutico prescrito** 3 2,2%
Exaustão do cuidador 3 2,2%
Pobreza 3 2,2%
Auto cuidado: uso do W.C.** 2 1,4%
Capacidade de cuidar 2 1,4%
Coping familiar ineficaz 2 1,4%
Auto cuidado: levante** 2 1,4%
Actividades da vida diária** 2 1,4%
Falta de conhecimento 2 1,4%
Ferida cirúrgica* 2 1,4%
Auto cuidado: vestir-se/despir-se** 2 1,4%
Conflito de papeis parentais 1 0,7%
Total 138 100,0%

* Fenómenos de Enfermagem que integram Tegumentos

** Fenómenos de Enfermagem que integram Autocuidado

4
Quadro 5 ­ Fenómenos de Enfermagem que motivaram
Cuidados de Enfermagem no próprio do Centro de
Saúde Vila Pouca de Aguiar.
Fenómeno m %
Ferida traumática* 645 17,3°/c
Hipertensão sanguínea 417 11,1%
Ferida cirúrgica* 375 10,0%
Planeamento familiar 351 9,4%
Precauções de segurança 346 9,2%
Infância 291 7,8°/t
Desempenho dos papeis 216 5,8%
Vinculação 180 4,8°/
Deglutição 144 3,8%
Mastigação 139 3,7%
Ulcera* 107 2,9%
Gravidez 102 2,7%
Ferida* 99 2,6%
Dispneia 68 1,8%
Falta de conhecimento 64 1,7%
Sucção 61 1,6%
Regímen terapêutico prescrito 36 1,0%
Eructação 25 0,7%
Menopausa 19 0,5%
Auto cuidado: higiene 10 0,3%
Amamentação 10 0,3%
Enurese 9 0,2%
Malabsorção 7 0,2%
Eliminação urinária 4 0,1%
Ulcera de pressão* 4 0,1%
Hipertermia 3 0,1%
Auto cuidado 3 0,1%
Eliminação fecal 2 0,1%
Fertilidade 1 0,0%
Lactação l 0,0%
Total 3743 100,0%
- ■ :■■■

* Fenómenos de Enfermagem que integram T egumentos


Quadro 6 - Fenómenos de Enfermagem que motivaram Cuidados
de Enfermagem no domicílio em Vila Pouca de Aguiar.
Fenómeno Contar %
Hipertensão sanguínea 96 30,l°/c
Ulcera* 77 24,l°/c
Ferida* 54 16,9°/c
Ferida cirúrgica* 37 11,6%
Ulcera de pressão* 27 8,5°/c
Precauções de segurança 19 6,0°/c
Ferida traumática* 7 2,2°/c
Planeamento familiar r
1 0,3°/t
Menopausa 1 0,3°/c
Total 319 100,0°/c

* Fenómenos de Enfermagem que integram Tegumentos

** Fenómenos de Enfermagem que integram Aníocuidado


Quadro 7 - Fenómenos de Enfermagem que motivaram
Cuidados de Enfermagem no próprio Centro de Saúde nos
três Centros de Saúde.
Fenómeno m %
Ferida traumática* 745 15,5°/c
Planeamento familiar 596 12,4°/<
Hipertensão sanguínea 484 10,1%
Infância 459 9,6%
Ferida cirúrgica* 444 9,3%
Precauções de segurança 411 8,6%
Desempenho dos papeis 294 6,l°/t
Vinculação 199 4,2%
Mastigação 158 3,3%
Gravidez 158 3,3%
Deglutição 149 3,1%
Ulcera* 146 3,0%
Falta de conhecimento 115 2,4%
Ferida* 110 2,3%
Dispneia 69 1,4%
Sucção 67 1,4%
Regímen terapêutico prescrito 46 1,0%
Eructação 30 0,6%
Menopausa 22 0,5%
Amamentação 16 0,3%
Auto cuidado: higiene 13 0,3%
Hipertermia 13 0,3%
Malabsorção 11 0,2%
Enurese 9 0,2%
Úlcera de pressão* 8 0,2%
Eliminação urinária 4 0,1%
Auto cuidado 3 0,1%
Eliminação fecal 2 0,0%
Incontinência total 2 0,0%
Incontinência urinária 2 0,0%
Obesidade 2 0,0%
Alterações auditivas 0,0%
Vómito 0,0%
Limpeza das vias aéreas 0,0%
Fertilidade 0,0%
Dor 0,0%
Alterações visuais 0,0%
Lactação 0,0%
Total 4794 100,0%

* Fenómenos de Enfermagem que integram Tegumentos

7
Quadro 8 - Fenómenos de Enfermagem que motivaram
Cuidados de Enfermagem que motivaram Cuidados de
Enfermagem no domicílio nos três Centros de Saúde.
Fenómeno fíx) %
Ferida cirúrgica* 127 18,6°/c
Ulcera de pressão* 120 17,5°/c
Ulcera* 106 15,5%
Hipertensão sanguínea 102 14,9%
Ferida* 54 7,9°/c
Ferida traumática* 42 6,1%
Precauções de segurança** 29 4,2%
Falta de conhecimento 9 1,3%
Regímen terapêutico prescrito** 9 1,3%
Auto cuidado: posicionamento** 6 0,9%
Auto cuidado: transferência** 6 0,9%
Auto cuidado: alimentação** 6 0,9%
Auto cuidado: uso do W.C.** 6 0,9%
Pobreza 6L 0,9%
Exaustão do cuidador 6 0,9%
Auto cuidado: higiene** 6 0,9%
Capacidade de cuidar 5 0,7%
Auto cuidado: vestir-se/despir-se** 5 0,7%
Habitação 5 0,7%
Auto cuidado: levante** 5 0,7%
Conflito de papeis parentais 4 0,6%
Coping familiar ineficaz 4 0,6%
Dor 3 0,4%
Actividades da vida diária** 3 0,4%
Imobilidade parcial 3 0,4%
Incontinência urinária 2 0,3%
Habitação inadequada 2 0,3%
Gravidez 1 0,1%
Menopausa 1 0,1%
Planeamento familiar 1 0,1%
Total 684 100,0%

Fenómenos de Enfermagem que integram Tegumentos

* Fenómenos de Enfermagem que integram Autocuidado

8
ANEXO III
1 - - —

Quadro 1 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem prestadas no próprio Centro de


Saúde, no Centro de Saúde de Ribeira de Pena.
Intervenções «to %
Executar Penso: Ferida por procedimento 372 20,6%
Monitorizar Tensão arterial 193 10,7%
Pesar Pessoa 190 10,5%
Supervisar Imunização 106 5,9%
Monitorizar Altura/peso corporal 90 5,0%
Vigiar Crescimento e desenvolvimento: Infância por procedimento 77 4,3%
Ensinar Planeamento familiar por procedimento 58 3,2%
Monitorizar Espécimes: Urina 52 2,9%
Monitorizar Abdómen (perímetro) 40 2,2%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 38 2,1%
Monitorizar Frequência cardíaca: Feto 38 2,1%
Vigiar Gravidez por procedimento 37 2,1%
Instruir (auto-exame da mama) 32 1,8%
Monitorizar (altura uterina) 31 1,7%
Monitorizar (perímetro cefálico) 29 1,6%
Ensinar Adaptação individual: Gravidez por procedimento 29 1,6%
Ensinar Precauções de segurança: Infância por procedimento 27 1,5%
Colectar Tecido (colo do útero) 20 1,1%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito: Vacinação 19 1,1%
Ensinar Respostas orgânicas: Vacinação 17 0,9%
Ensinar Funções fisiológicas: Reprodução 17 0,9%
Lavar Ouvido(s) 14 0,8%
Monitorizar (grau de risco de goodwin) 13 0,7%
Ensinar Sinais: Parto 12 0,7%
Incentivar Consulta médica: Gravidez 11 0,6%
Vigiar Vinculação por procedimento 11 0,6%
Remover (pontos) 10 0,6%
Registar (dum) 9 0,5%
Ensinar Hábitos nutricionais (diabetes) 9 0,5%
Monitorizar (glicemia capilar) 9 0,5%
Ensinar Sinais: Aborto 9 0,5%
Ensinar Precauções de segurança: Perfusão tecidular insuficiente por
procedimento 9 0,5%
Ensinar Hábitos alimentares (diabetes) 8 0,4%
Ensinar Actividade física (diabetes) 8 0,4%
Incentivar Consulta médica (diabetes) 8 0,4%
Promover Adaptação individual: Trabalho de parto por procedimento 7 0,4%
Monitorizar Temperatura corporal 9 0,5%
Referir Hipertermia: Médico 6 0,3%
Planear Parto 6 0,3%
Iniciar Adaptação individual: Recém nascido por procedimento 5 0,3%
Ensinar Desempenho dos papeis: Infância 5 0,3%
Programar Refeição 5 0,3%
Incentivar Amamentação 5 0,3%

1
Programar Dieta 5 0,3%
Colectar Sangue: Recém nascido 4 0,2°/c
Trocar Cateter urinário 4 0,2°/c
Incentivar Hábitos de exercício 4 0,2°/c
Programar Hidratação 4 0,2°/c
Incentivar Consulta médica: Puerpério 4 0,2%
Executar Inaloterapia: Nebulizador 4 0,2%
Vigiar (coto umbilical) 4 0,2%
Promover Vinculação 3 0,2%
Ensinar Funções fisiológicas: Gravidez 3 0,2%
Incentivar Hidratação 3 0,2%
Ensinar Respostas orgânicas: Vacinação 2 0,1%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito: Vacinação 2 0,1%
Monitorizar (perímetro cefálico) 2 0,1%
Ensinar Precauções de segurança: Amamentação por procedimento 2 0,1%
Ensinar Ameaças / riscos à saúde: Hipertensão sanguínea por procedimento 2 0,1%
Encorajar Desempenho dos papeis 2 0,1%
Ensinar Precauções de segurança: Dispneia 2 0,1%
Ensinar Planeamento familiar por procedimento 2 0,1%
Ensinar por procedimento (cuidados ao recém-nascido) 2 0,1%
Instruir (técnica de arrefecimento natural) 2 0,1%
Ensinar Sinais: Hipertensão sanguínea 2 0,1%
Incentivar (Auto exame da mama) 2 0,1%
Motivar Desempenho dos papeis 2 0,1%
Incentivar Eructação: Lactente 2 0,1%
Monitorizar Frequência respiratória 2 0,1%
Referir Dispneia: Médico 2 0,1%
Instruir Amamentação por procedimento 2 0,1%
Promover Adaptação individual 2 0,1%
Promover Adaptação individual (escola) 0,1%
Promover Adaptação individual: Menopausa 0,1%
Monitorizar Frequência cardíaca: Feto 0,1%
Vigiar Gravidez por procedimento 0,1%
Incentivar Eructação: Lactente 0,1%
Treinar Regímen terapêutico prescrito: Insulina 0,1%
Vigiar Penso 0,1%
Ensinar Precauções de segurança: Infância por procedimento 0,1%
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 0,1%
Referir Ulcera de pressão: Médico 0,1%
Ensinar Ameaças / riscos à saúde: Hábitos nutricionais 0,1%
Ensinar Precauções de segurança (Dermite das fraldas) 0,1%
Identificar Alterações auditivas: Criança (fase escolar) 0,1%
Identificar Alterações visuais: Criança (fase escolar) 0,1%
Colectar Tecido (colo do útero) 0,1%
Incentivar Consulta médica [Prenatal] 0,1%
Prevenir Aspiração 0,1%
Incentivar Hábitos alimentares 0,1%
Programar Refeição 0,1%

2
Informar (direitos na maternidade) 1 0,l°/c
Instruir Eructação: Lactente 1 0,1%
Encaminhar Planeamento familiar 1 0,1%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito (Dermite das fraldas) 1 0,1%
Pesar Lactente 1 0,1%
Identificar Hábitos nutricionais 1 0,1%
Ensinar Auto cuidado: higiene (Dermite das fraldas) 1 0,1%
Total 1804 100,0%

3
Quadro 2 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem prestadas no domicílio no Centro de
Saúde de Ribeira de Pena
Intervenções fi» %
Vigiar Penso 159 18.8°/c
Executar Penso: Ferida porprocedimento 148 17.5°/c
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 82 9.7%
Vigiar Hemorragia 52 6.2°/c
Vigiar Ferida: Ulcera 51 6.0°/c
Apoiar Pessoa (emocionalmente) 36 4.3°/<
Posicionar Pessoa 34 4.0°/t
Programar Regímen terapêutico prescrito (Analgésico) 32 3.8°/c
Incentivar Regímen terapêutico prescrito (Analgésico) 31 3.7°/c
Providenciar Dispositivos 31 3.7%
Posicionar Braço 30 3.6°/c
Incentivar Auto cuidado: higiene 30 3.6°/t
Vigiar Integridade dos tegumentos 30 3.6°/c
Referir Alteração da integridade dos tegumentos: Médico 20 2.4°/c
Referir Ulcera de pressão: Médico 10 1.2°/c
Monitorizar Tensão arterial 7 0.8°/c
Solicitar Outros serviços além dos médicos e de Enfermagem: Assistente social 6 0.7°/c
Instruir Precauções de segurança: Auto cuidado: banho 6 0.7°/(
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 5 0.6°/t
Escutar Prestador de cuidados 4 0.5%
Instruir Regímen terapêutico prescrito: Insulina 2 0.2°/c
Ensinar Precauções de segurança: Perfusão tecidular insuficiente por procedimento 2 0.2°/(
Promover Adaptação individual 2 0.2%
Treinar Regímen terapêutico prescrito: Insulina 2 0.2°/(
Trocar Cateter urinário 2 0.2%
Apoiar emocionalmente Prestador de cuidados 2 0.2°/c
Programar Hidratação 2 0.2°/<
Ensinar Hábitos alimentares (diabetes) 0.1 %
Inserir Cateter urinário 0.1 %
Ensinar Hábitos nutricionais (diabetes) 0.1%
Monitorizar Espécimes: Urina 0.1%
Ensinar Funções fisiológicas: Gravidez 0.1%
Colocar Dispositivo urinário 0.1%
Assistir Auto cuidado: transferência 0.1%
Assistir Auto cuidado: posicionamento 0.1%
Incentivar Família (visita) 0.1%
Monitorizar Abdómen (perímetro) 0.1%
Vigiar Gravidez por procedimento 0.1%
Vigiar Eliminação urinária 0.1%
Solicitar Outros serviços além dos médicos e de Enfermagem 0.1%
Remover (pontos) 0.1%
Promover Desempenho dos papeis 0.1%
Promover Capacidade de cuidar 0.1%
Monitorizar (grau de risco de goodwin) 0.1%
Monitorizar Frequência cardíaca: Feto 0.1%

4
Instruir Auto cuidado: higiene 0.1 °/c
Apoiar emocionalmente Família 0.1 °/í
Monitorizar (glicemia capilar) 0.1 °/c
Instruir Técnica de transferência 0.1 °/c
Instruir Técnica de posicionamento 0.1%
Instruir Técnica de alimentação 0.1°/c
Instruir Auto cuidado: levante 0.1%
Pesar Pessoa 0.1°/í
Total 844 100.0°/c

5
Quadro 3 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem prestadas no próprio Centro de Saúde,
tio Centro de Saúde de Santa Marta de Penaguião.
Intervenções f(x) %
Monitorizar Tensão arterial 177 9,6°/(
Vigiar Penso 157 8,5%
Executar Penso: Ferida por procedimento 155 8,4°/<
Vigiar Ferida: Ulcera 138 7,5%
Pesar Pessoa 117 6,3%
Monitorizar Altura/peso corporal 106 5,7%
Supervisar Imunização 103 5,6%
Instruir (auto-exame da mama) 71 3,8%
Vigiar Crescimento e desenvolvimento: Infância por procedimento 70 3,8°/í
Monitorizar (perímetro cefálico) 61 3,3%
Monitorizar (glicemia capilar) 57 3,1%
Ensinar Planeamento familiar por procedimento 54 2,9°/c
Registar (dum) 53 2,9°/c
Colectar Tecido (colo do útero) 31 \,1%
Executar Penso: Ulcera por procedimento 31 1,7%
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 27 1,5%
Ensinar Precauções de segurança: Infância por procedimento 25 1,4%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito: Vacinação 24 1,3%
Ensinar Precauções de segurança: Perfusão tecidular insuficiente por
procedimento 24 1,3%
Ensinar Respostas orgânicas: Vacinação 22 1,2%
Distribuir Medicação (contraceptivo oral) 21 1,1%
Ensinar Sinais por procedimento (diabetes) 20 1,1%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 20 1,1%
Ensinar Hábitos alimentares (diabetes) 17 0,9%
Incentivar (Auto exame da mama) 16 0,9%
Vigiar Sinais. Hipertensão sanguínea 16 0,9%
Programar Dieta 15 0,8%
Ensinar Hábitos nutricionais (diabetes) 13 0,7%
Ensinar Funções fisiológicas: Reprodução 13 0,7%
Ensinar Precauções de segurança: Resposta orgânica à medicação 12 0,6%
Ensinar Actividade física (diabetes) 12 0,6%

Incentivar Hábitos de exercício 12 0,6%

Ensinar Ameaças / riscos à saúde: Hipertensão sanguínea por procedimento 11 0,6%


Referir Médico (leucorreia pruriginosa) 10 0,5%
Vigiar Sinais: Hipotensão sanguínea 10 0,5%
Programar Refeição 9 0,5%
Ensinar Sinais: Hipertensão sanguínea 9 0,5%

Vigiar Gravidez por procedimento 8 0,4%


Ensinar Desempenho dos papeis: Infância 8 0,4%
Monitorizar (altura uterina) 7 0,4%
Monitorizar Frequência cardíaca: Feto 6 0,3%
Encorajar Desempenho dos papeis 6 0,3%
6
Programar Hidratação 6 0,3%
Treinar Mama (auto-exame) 5 0,3°/c
Referir Médico (dismenorreia) 4 0,2°/c
Referir Médico (dispareunia) 4 0,2%
Instruir Precauções de segurança: Auto cuidado: banho 4 0,2°/c
Promover Adaptação individual (ama/creche) 3 0,2%
Motivar Desempenho dos papeis 3 0,2%
Incentivar Consulta médica [Prenatal] 3 0,2°/c
Incentivar Consulta médica (diabetes) 3 0,2%
Remover (pontos) 3 0,2%
Prevenir Aspiração 3 0,2%
Monitorizar Espécimes: Urina 3 0,2%
Ensinar Adaptação individual: Gravidez por procedimento 2 0,1%
Incentivar Eructação: Lactente 2 0,1%
Instruir Auto cuidado: higiene 2 0,1%
Instruir Pessoa (avaliação da glicemia capilar) 2 0,1%
Instruir Técnica de alimentação 2l 0,1%
Lavar Ouvido(s) 2 0,1%
Vigiar (coto umbilical) 2 0,1%
Instruir Regímen terapêutico prescrito: Insulina 2 0,1%
Monitorizar Abdómen (perímetro) 0,1%
Vigiar Sinais: Hipoglicemia 0,1%
Colectar Sangue: Recém nascido 0,1%
Vigiar Sinais: Hiperglicemia 0,1%
Treinar Regímen terapêutico prescrito: Insulina 0,1%
Referir Ulcera: Médico (venosa) 0,1%
Promover Adaptação individual: Trabalho de parto por procedimento 0,1%
Pesar Lactente 0,1%
Ensinar Sinais: Aborto 0,1%
Ensinar Actividade física (diabetes) 0,1%
Informar (direitos na maternidade) 0,1%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito: Úlcera por procedimento (venosa) 0,1%
Incentivar Consulta médica: Puerpério 0,1%
Promover Adaptação individual (escola) 0,1%
Total 1848 100,0%

7
Quadro 4 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem prestadas no domicílio no Centro de
Saúde de Santa Marta de Penaguião.
Intervenções ffx) %
Vigiar Penso 85 25,7°/c
Vigiar Ferida: Ulcera 65 19,6°/c
Executar Penso: Ulcera por procedimento 49 14,8%
Executar Penso: Ferida por procedimento 39 11,8%
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 24 7,3°/c
Monitorizar (glicemia capilar) 9 2,7%
Instruir Precauções de segurança: Auto cuidado: banho 4 1,2%
Programar Hidratação 4 1,2%
Apoiar emocionalmente Prestador de cuidados 3 0,9%
Solicitar Serviços domiciliários 3 0,9%
Ensinar Precauções de segurança: Perfusão tecidular insuficiente por procedimento 2 0,6%
Massajar Costas 2 0,6%
Apoiar emocionalmente Família 2 0,6%
Instruir Regímen terapêutico prescrito: Insulina 2 0,6%
Escutar Prestador de cuidados 2 0,6%
Ensinar Sinais por procedimento (diabetes) 2 0,6%
Ensinar Hábitos nutricionais (diabetes) 2 0,6%
Ensinar Hábitos alimentares (diabetes) 2 0,6%
Ensinar Actividade física (diabetes) 2 0,6%
Encaminhar (centro de dia) 2 0,6%
Ensinar Técnica de posicionamento por procedimento 2 0,6%
Posicionar Pessoa 2 0,6%
Transferir Pessoa [Cama] 2 0,6%
Solicitar Outros serviços além dos médicos e de Enfermagem: Assistente social 2 0,6%
Promover (expressão de sentimentos) 0,3%
Vigiar Refeição 0,3%
Treinar Regímen terapêutico prescrito: Insulina 0,3%
Transferir Pessoa [Cadeira] 0,3%
Remover (pontos) 0,3%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito: Ulcera por procedimento (venosa) 0,3%
Referir Ferida traumática: Médico (queimadura) 0,3%
Lavar Boca 0,3%
Promover Capacidade de cuidar 0,3%
Monitorizar Tensão arterial 0,3%
Programar Dieta 0,3%
Incentivar Consulta médica (diabetes) 0,3%
Informar Outros serviços além dos médicos e de Enfermagem: Assistente social 0,3%
Instruir Auto cuidado: higiene 0,3%
Instruir Pessoa (avaliação da glicemia capilar) 0,3%
Presença 0,3%
Planear Auto cuidado 0,3%
Promover Comunicação: Família 0,3%

Total 331 100,0%

8
Quadro 5 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem prestadas no próprio Centro de Saúde,
no Centro de Saúde de Vila Pouca de Aguiar.
Intervenções ftx) %
Executar Penso: Ferida por procedimento 1290 15,7°/c
Monitorizar Tensão arterial 888 10,8°/c
Vigiar Ferida: Ulcera 840 10,2°/c
Vigiar Penso 793 9,7%
Monitorizar Altura/peso corporal 582 7,1%
Monitorizar (glicemia capilar) 403 4,9%
Supervisar Imunização 373 4,5%
Pesar Pessoa 295 3,6%
Vigiar Crescimento e desenvolvimento: Infância por procedimento 253 3,1%
Monitorizar Espécimes: Urina 233 2,8%
Monitorizar (perímetro cefálico) 157 1,9%
Remover (pontos) 157 1,9%
Vigiar Sinais: Hipertensão sanguínea 152 1,9%
Registar (dum) 151 1,8%
Instruir (auto-exame da mama) 124 1,5%
Executar Inaloterapia: Nebulizador 115 1,4%
Executar Penso: Ulcera por procedimento 107 1,3%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito: Vacinação 76 0,9%
Ensinar Respostas orgânicas: Vacinação 75 0,9%
Ensinar Sinais: Hipertensão sanguínea 67 0,8%
Incentivar Hábitos de exercício 63 0,8%
Vigiar Gravidez por procedimento 60 0,7%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 58 0,7%
Lavar Ouvido(s) 44 0,5%
Ensinar Ameaças / riscos à saúde: Hipertensão sanguínea por procedimento 40 0,5%
Monitorizar Abdómen (perímetro) 38 0,5%
Ensinar Precauções de segurança: Infância por procedimento 33 0,4%
Ensinar Planeamento familiar por procedimento 32 0,4%
Monitorizar (altura uterina) 32 0,4%
Ensinar Adaptação individual: Gravidez por procedimento 31 0,4%
Monitorizar Frequência cardíaca: Feto 31 0,4%
Ensinar Funções fisiológicas: Reprodução 28 0,3%
Colectar Tecido (colo do útero) 27 0,3%
Ensinar Precauções de segurança: Resposta orgânica à medicação 26 0,3%
Ensinar Hábitos alimentares (diabetes) 26 0,3%
Ensinar Hábitos nutricionais (diabetes) 22 0,3%
Incentivar Consulta médica: Gravidez 21 0,3%
Ensinar Precauções de segurança: Perfusão tecidular insuficiente por
procedimento 21 0,3%
Ensinar Sinais por procedimento (diabetes) 21 0,3%
Vigiar (coto umbilical) 19 0,2%
Ensinar Actividade física (diabetes) 18 0,2%
Programar Dieta 17 0,2%
Programar Refeição 16 0,2%
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 15 0,2%
Instruir Técnica de alimentação 14 0,2%
Promover Adaptação individual (escola) 14 0,2%

9
Prevenir Aspiração 13 0,2°/
Vigiar Sinais: Hipotensão sanguínea 13 0,2°/c
Colectar Sangue: Recém nascido 13 0,2°/c
Ensinar Sinais: Aborto 13 0,2°/c
Informar (direitos na maternidade) 12 0,P/c
Ensinar Funções fisiológicas: Gravidez 12 0,P/c
Promover Adaptação individual: Trabalho de parto por procedimento 11 0,1%
Ensinar Desempenho dos papeis: Infância 10 0,1°/
Ensinar Sinais: Parto 9 0,1%
Iniciar Adaptação individual: Recém nascido por procedimento 9 0,P/c
Ensinar por procedimento (cuidados ao recém-nascido) 7 0,P/c
Instruir Auto cuidado: higiene 7 0,P/c
Executar Penso: Ferida por procedimento 7 0,P/c
Monitorizar Tensão arterial 7 0,P/c
Referir Hipertensão sanguínea: Médico 6 0,1%
Monitorizar (glicemia capilar) 6 0,P/c
Promover Adaptação individual (ama/creche) 6 0,P/c
Motivar Desempenho dos papeis 6 0,1°/
Planear Parto 5 0,1%
Incentivar Eructação: Lactente 5 0,1%
Monitorizar Akura/peso corporal 5 0,P/c
Inserir Cateter urinário 5 0,1%
Incentivar Amamentação 4 0,0%
Ensinar Auto cuidado: higiene - Mama 4 0,0%
Remover (Agrafos) 4 0,0%
Incentivar Consulta médica: Puerpério 4 0,0%
Pesar Lactente 3 0,0%
Encorajar Desempenho dos papeis 3 0,0%
Monitorizar Pulso 3 0,0%
Vigiar Penso 3 0,0%
Restringir Hidratação: Sono |AntesJ 3 0,0%
Ensinar Funções fisiológicas: Menopausa 3 0,0%
Monitorizar (grau de risco de goodwin) 3 0,0%
Vigiar Ferida: Ulcera 3 0,0%
Vigiar Imunização 2 0,0%
Ensinar Hábitos alimentares (diabetes) 2 0,0%
Vigiar Sinais: Hipertensão sanguínea 2 0,0%
Ensinar Hábitos nutricionais (diabetes) 2 0,0%
Ensinar Precauções de segurança: Perfusão tecidular insuficiente por
procedimento 2 0,0%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 2 0,0%
Ensinar Actividade física (diabetes) 2 0,0%
Referir Ulcera: Médico (venosa) 2 0,0%
Instruir Eructação: Lactente 2 0,0%
Colectar Produtos orgânicos eliminados: Úlcera por procedimento 2 0,0%
Informar (recursos comunitários) 2 0,0%
Referir Ferida: Médico (sinais inflamatórios) 2 0,0%
Ensinar Sinais por procedimento (diabetes) 2 0,0%
Identificar Hábitos alimentares 2 0,0%
VIonitorizar Espécimes: Urina 2 0,0%
10
Remover (calosidades) 2 0,0°/í
Aconselhar Nutrição: Amamentação 0,0%
Aconselhar Hidratação 0,0°/í
Vigiar Crescimento e desenvolvimento: Infância por procedimento 0,0%
Supervisar Imunização 0,0°/c
Monitorizar Pulso 0,0%
Monitorizar (perímetro cefálico) 0,0%
Incentivar Hábitos de exercício 0,0%
Executar Penso: Ulcera por procedimento 0,0%
Incentivar Consulta médica [Prenatal] 0,0%
Executar Inaloterapia: Nebulizador 0,0%
Ensinar Sinais: Hipertensão sanguínea 0,0%
Ensinar Respostas orgânicas: Vacinação 0,0%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito: Vacinação 0,0%
Ensinar Ameaças / riscos à saúde: Hipertensão sanguínea por procedimento 0,0%
Incentivar Consulta médica (diabetes) 0,0%
Inserir Sonda naso-gástrica 0,0%
Vigiar Ferida traumática (queimadura) 0,0%
Treinar Regímen terapêutico prescrito: Insulina 0,0%
Treinar Amamentação 0,0%
Solicitar Outros serviços além dos médicos e de Enfermagem: Assistente
social 0,0%
Remover Cateter urinário 0,0%
Referir Hipertermia: Médico 0,0%
Referir Ferida traumática: Médico (queimadura) 0,0%
Referir Ferida traumática: Médico 0,0%
Monitorizar Temperatura corporal 0,0%
Instruir Reflexo de sucção 0,0%
Instruir Precauções de segurança: Auto cuidado: banho 0,0%
Incentivar Consulta médica 0,0%
Instruir (técnica de arrefecimento natural) 0,0%
Discutir Crenças erróneos: Enurese 0,0%
Incentivar Hidratação 0,0%
Incentivar Eliminação urinária: Sono [Antes] 0,0%
Vigiar Vinculação por procedimento 0,0%
Incentivar Consulta médica (diabetes) 0,0%
Identificar Hábitos nutricionais 0,0%
Identificar Hábitos de sono 0,0%
Espargir o seio 0,0%
Ensinar Sinais: Hipotensão sanguínea 0,0%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito: Ulcera por procedimento (venosa) 0,0%
Ensinar Precauções de segurança: Hipotensão sanguínea 0,0%
Ensinar Precauções de segurança: Amamentação por procedimento 0,0%
Discutir Crenças: Menopausa 0,0%
Instruir Amamentação por procedimento 0,0%
Total 8200 100,0%

11
Quadro 6 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem prestadas no domicílio no Centro de
Saúde de Vila Pouca de Aguiar
Intervenções m %
Vigiar Ferida: Ulcera 178 22.9°/c
Vigiar Penso 176 22.7°/c
Executar Penso: Ulcera por procedimento 117 15.1°/c
Executar Penso: Ferida por procedimento 113 14.5°/c
Monitorizar Tensão arterial 98 12.6°/c
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 26 3.3%
Monitorizar (glicemia capilar) 19 2.4%
Incentivar Hábitos de exercício 14 1.8%
Ensinar Ameaças / riscos à saúde: Hipertensão sanguínea por procedimento 9 1.2%
Ensinar Sinais: Hipertensão sanguínea 4 0.5%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 4 0.5%
Inserir Sonda naso-gástrica 3 0.4%
Pesar Pessoa 2 0.3%
Ensinar Precauções de segurança: Resposta orgânica à medicação 2 0.3%
Remover (pontos) 2 0.3%
Ensinar Técnica de posicionamento por procedimento 2 0.3%
Ensinar Funções fisiológicas: Reprodução 0.1%
Colocar Dispositivo urinário 0.1%
Colectar Tecido (colo do útero) 0.1%
Identificar Hábitos alimentares 0.1%
Referir Ferida cirúrgica: Médico 0.1%
Registar (data da última menstruação) 0.1%
Supervisar Imunização 0.1%
Gerir (recursos económicos) 0.1%
Total 777 100.0%

12
Quadro 7 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem prestadas no próprio Centro de Saúde,
nos três Centros de Saúde.
Intervenções f(x) %
Executar Penso: Ferida por procedimento 1824 15,4%
Monitorizar Tensão arterial 1265 10,7%
Vigiar Ferida: Ulcera 981 8,3%
Vigiar Penso 954 8,0%
Monitorizar Altura/peso corporal 783 6,6%
Pesar Pessoa 602 5,1%
Supervisar Imunização 583 4,9%
Monitorizar (glicemia capilar) 475 4,0%
Vigiar Crescimento e desenvolvimento: Infância por procedimento 401 3,4%
Monitorizar Espécimes: Urina 290 2,4%
Monitorizar (perímetro cefálico) 250 2,1%
Instruir (auto-exame da mama) 226 1,9%
Registar (dum) 213 1,8%
Remover (pontos) 170 1,4%
Vigiar Sinais: Hipertensão sanguínea 170 1,4%
Ensinar Planeamento familiar por procedimento 146 1,2%
Executar Penso: Ulcera por procedimento 139 1,2%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito: Vacinação 122 1,0%
Executar Inaloterapia: Nebulizador 120 1,0%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 118 1,0%
Ensinar Respostas orgânicas: Vacinação 117 1,0%
Vigiar Gravidez por procedimento 106 0,9%
Ensinar Precauções de segurança: Infância por procedimento 86 0,7%
Incentivar Hábitos de exercício 80 0,7%
Monitorizar Abdómen (perímetro) 80 0,7%
Ensinar Sinais: Hipertensão sanguínea 79 0,7%
Colectar Tecido (colo do útero) 79 0,7%
Monitorizar Frequência cardíaca: Feto 75 0,6%
Monitorizar (altura uterina) 69 0,6%
Ensinar Adaptação individual: Gravidez por procedimento 62 0,5%
Lavar Ouvido(s) 60 0,5%
Ensinar Funções fisiológicas: Reprodução 58 0,5%
Ensinar Precauções de segurança: Perfusão tecidular insuficiente por
procedimento 54 0,5%
Ensinar Ameaças / riscos à saúde: Hipertensão sanguínea por procedimento 53 0,4%
Ensinar Hábitos alimentares (diabetes) 51 0,4%
Ensinar Hábitos nutricionais (diabetes) 44 0,4%
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 43 0,4%
Ensinar Sinais por procedimento (diabetes) 41 0,3%
Ensinar Actividade física (diabetes) 38 0,3%
Ensinar Precauções de segurança: Resposta orgânica à medicação 38 0,3%
Programar Dieta 37 0,3%
Incentivar Consulta médica: Gravidez 32 0,3%
Programar Refeição 30 0,3%
Vigiar (coto umbilical) 25 0,2%
Vigiar Sinais: Hipotensão sanguínea 23 0,2%

13
Ensinar Sinais: Aborto 23 0,2%
Ensinar Desempenho dos papeis: Infância 23 0,2%
Distribuir Medicação (contraceptivo oral) 21 0,2%
Ensinar Sinais: Parto 21 0,2%
Promover Adaptação individual: Trabalho de parto por procedimento 19 0,2%
Colectar Sangue: Recém nascido 18 0,2%
Incentivar (Auto exame da mama) 18 0,2%
Prevenir Aspiração 17 0,1%
Promover Adaptação individual (escola) 16 0,1%
Instruir Técnica de alimentação 16 0,1%
Monitorizar (grau de risco de goodwin) 16 0,1%
Ensinar Funções fisiológicas: Gravidez 15 0,1%
Iniciar Adaptação individual: Recém nascido por procedimento 14 0,1%
Informar (direitos na maternidade) 14 0,1%
Incentivar Consulta médica (diabetes) 12 0,1%
Vigiar Vinculação por procedimento 12 0,1%
Motivar Desempenho dos papeis 11 0,1%
Planear Parto 11 0,1%
Encorajar Desempenho dos papeis 11 0,1%
Referir Médico (leucorreia pruriginosa) 10 0,1%
Programar Hidratação 10 0,1%
Ensinar por procedimento (cuidados ao recém-nascido) 9 0,1%
Incentivar Consulta médica: Puerpério 9 0,1%
Incentivar Eructação: Lactente 9 0,1%
Incentivar Amamentação __£ 0,1%
Instruir Auto cuidado: higiene 9 0,1%
Promover Adaptação individual (ama/creche) 9 0,1%
Monitorizar Temperatura corporal 10 0,1%
Referir Hipertermia: Médico 7 0,1%
Referir Hipertensão sanguínea: Médico 6 0,1%
Inserir Cateter urinário 5 0,0%
Instruir Precauções de segurança: Auto cuidado: banho 5 0,0%
Pesar Lactente 5 0,0%
Treinar Mama (auto-exame) 5 0,0%
Incentivar Consulta médica [Prenatal] 5 0,0%
Referir Médico (dispareunia) 4 0,0%
Incentivar Hidratação 4 0,0%
Trocar Cateter urinário 4 0,0%
Referir Médico (dismenorreia) 4 0,0%
Remover (Agrafos) 4 0,0%
Ensinar Auto cuidado: higiene - Mama 4 0,0%
Ensinar Funções fisiológicas: Menopausa , 3 0,0%
Restringir Hidratação: Sono [Antes] 3 0,0%
Instruir (técnica de arrefecimento natural) 3 0,0%
Ensinar Actividade física (diabetes) 3 0,0%
Ensinar Precauções de segurança: Amamentação por procedimento 3 0,0%
Promover Vinculação 3 0,0%
Monitorizar Pulso 3 0,0%
Referir Ulcera: Médico (venosa) 3 0,0%
Instruir Eructação: Lactente 3 0,0%

14
Instruir Amamentação por procedimento 3 0,0%
Treinar Regímen terapêutico prescrito: Insulina 3 0,0°/c
Remover (calosidades) 2 0,0%
Vigiar Imunização 2 0,0%
Identificar Hábitos nutricionais 2 0,0%
Colectar Produtos orgânicos eliminados: Úlcera por procedimento 2 0,0%
Promover Adaptação individual 2 0,0%
Ensinar Hábitos alimentares (diabetes) 1 2 0,0%
Ensinar Hábitos nutricionais (diabetes) 2 0,0%
Instruir Regímen terapêutico prescrito: Insulina 2 0,0%
Monitorizar Frequência respiratória 2 0,0%
Ensinar Precauções de segurança: Perfusão tecidular insuficiente por
procedimento 2 0,0%
Identificar Hábitos alimentares 2 0,0%
Ensinar Sinais por procedimento (diabetes) 2 0,0%
Referir Dispneia: Médico 2 0,0%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito: Úlcera por procedimento (venosa) 2 0,0%
Informar (recursos comunitários) 2 0,0%
Ensinar Precauções de segurança: Dispneia 2 0,0%
Referir Ferida: Médico (sinais inflamatórios) 2 0,0%
Instruir Pessoa (avaliação da glicemia capilar) 2 0,0%
Ensinar Ameaças / riscos à saúde: Hipertensão sanguínea por procedimento 0,0%
Incentivar Eructação: Lactente 0,0%
Vigiar Sinais: Hipoglicemia 0,0%
Monitorizar Pulso 0,0%
Monitorizar Frequência cardíaca: Feto 0,0%
Incentivar Consulta médica (diabetes) 0,0%
Monitorizar (altura uterina) 0,0%
Ensinar Sinais: Hipertensão sanguínea 0,0%
Identificar Hábitos de sono 0,0%
Solicitar Outros serviços além dos médicos e de Enfermagem: Assistente social 0,0%
Referir Ferida traumática: Médico 0,0%
Promover Adaptação individual: Menopausa 0,0%
Espargir o seio 0,0%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito (Dermite das fraldas) 0,0%
Identificar Alterações visuais: Criança (fase escolar) 0,0%
Ensinar Precauções de segurança: Hipotensão sanguínea 0,0%
Incentivar Consulta médica 0,0%
Instruir Reflexo de sucção 0,0%
Incentivar Eliminação urinária: Sono [Antes] 0,0%
Incentivar Hábitos alimentares 0,0%
Inserir Sonda naso-gástrica 0,0%
Identificar Alterações auditivas: Criança (fase escolar) 0,0%
Encaminhar Planeamento familiar 0,0%
Aconselhar Hidratação 0,0%
Aconselhar Nutrição: Amamentação 0,0%
Vigiar Sinais: Hiperglicemia 0,0%
Discutir Crenças erróneos: Enurese 0,0%
Referir Ferida traumática: Médico (queimadura) 0,0%
Vigiar Ferida traumática (queimadura) 0,0%

15
Programar Refeição 0,0%
Treinar Amamentação 0,0%
Ensinar Ameaças / riscos à saúde: Hábitos nutricionais 0,0%
Ensinar Auto cuidado: higiene (Dermite das fraldas) 0,0%
Remover Cateter urinário 0,0%
Referir Ulcera de pressão: Médico 0,0%
Ensinar Precauções de segurança (Dermite das fraldas) 0,0%
Discutir Crenças: Menopausa 0,0%
Total 11852 100,0%

16
Quadro 8 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem prestadas no domicílio, nos três
Centros de Saúde.
Intervenções f(x) %
Vigiar Penso 420 21,5%
Executar Penso: Ferida por procedimento 300 15,4°/c
Vigiar Ferida: Ulcera 294 15,l°/c
Executar Penso: Ulcera por procedimento 166 8,5°/í
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 132 6,8%
Monitorizar Tensão arterial 106 5,4%
Vigiar Hemorragia 52 2,7%
Posicionar Pessoa 36 1,8%
Apoiar Pessoa (emocionalmente) 36 1,8%
Programar Regímen terapêutico prescrito (Analgésico) 32 1,6%
Incentivar Regímen terapêutico prescrito (Analgésico) 31 1,6%
Providenciar Dispositivos 31 1,6%
Incentivar Auto cuidado: higiene 30 1,5%
Vigiar Integridade dos tegumentos 30 1,5%
Posicionar Braço 30 1,5%
Monitorizar (glicemia capilar) 29 1,5%
Referir Alteração da integridade dos tegumentos: Médico 20 1,0%
Incentivar Hábitos de exercício 14 0,7%
Instruir Precauções de segurança: Auto cuidado: banho 10 0,5%
Referir Ulcera de pressão: Médico 10 0,5%
Ensinar Ameaças / riscos à saúde: Hipertensão sanguínea por
procedimento 9 0,5%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 9 0,5%
Solicitar Outros serviços além dos médicos e de Enfermagem: Assistente
social 8 0,4%
Escutar Prestador de cuidados 6 0,3%
Programar Hidratação 6 0,3%
Apoiar emocionalmente Prestador de cuidados 5 0,3%
Ensinar Sinais: Hipertensão sanguínea 4 0,2%
Instruir Regímen terapêutico prescrito: Insulina 4 0,2%
Ensinar Precauções de segurança: Perfusão tecidular insuficiente por
procedimento 4 0,2%
Ensinar Técnica de posicionamento por procedimento 4 0,2%
Remover (pontos) 4 0,2%
Inserir Sonda naso-gástrica 3 0,2%
Treinar Regímen terapêutico prescrito: Insulina 3 0,2%
Apoiar emocionalmente Família 3 0,2%
Ensinar Hábitos nutricionais (diabetes) 3 0,2%
Solicitar Serviços domiciliários 3 0,2%
Pesar Pessoa 3 0,2%
Ensinar Hábitos alimentares (diabetes) 3 0,2%
Transferir Pessoa [Cama] 2 0,1%
Promover Adaptação individual 2 0,1%
Ensinar Sinais por procedimento (diabetes) 2 0,1%
Promover Capacidade de cuidar 2 0,1%
Ensinar Precauções de segurança: Resposta orgânica à medicação 2 0,1%

17
Ensinar Actividade física (diabetes) 2 0,1 %
Trocar Cateter urinário 2 0,1 °/c
Encaminhar (centro de dia) 2 0,1 °/c
Colocar Dispositivo urinário 2 0,1 %
Massajar Costas 2 0,1 %
Instruir Auto cuidado: higiene 2 0,1 %
Assistir Auto cuidado: posicionamento 0,l°/c
Identificar Hábitos alimentares 0,1 °/c
Gerir (recursos económicos) 0,l°/c
Assistir Auto cuidado: transferência 0,1 %
Colectar Tecido (colo do útero) 0,l°/c
Incentivar Consulta médica (diabetes) 0,1 °/c
Ensinar Funções fisiológicas: Gravidez 0,l°/c
Ensinar Regímen terapêutico prescrito: Ulcera por procedimento (venosa) 0,1 %
Ensinar Funções fisiológicas: Reprodução 0,l°/(
Presença 0,l°/c
Vigiar Refeição 0,l°/c
Vigiar Gravidez por procedimento 0,l°/c
Vigiar Eliminação urinária 0,1 %
Transferir Pessoa [Cadeira] 0,1 %
Supervisar Imunização 0,1%
Solicitar Outros serviços além dos médicos e de Enfermagem 0,1%
Registar (dum) 0,1%
Referir Ferida traumática: Médico (queimadura) 0,1%
Referir Ferida cirúrgica: Médico 0,1%
Promover Desempenho dos papeis 0,1%
Promover Comunicação: Família 0,1%
Instruir Técnica de transferência 0,1%
Programar Dieta 0,1%
Incentivar Família (visita) 0,1%
Planear Auto cuidado 0,1%
Monitorizar Frequência cardíaca: Feto 0,1%
Monitorizar Espécimes: Urina 0,1%
Monitorizar Abdómen (perímetro) 0,1%
Monitorizar (grau de risco de goodwin) 0,1%
Lavar Boca 0,1%
Instruir Técnica de posicionamento 0,1%
Instruir Técnica de alimentação 0,1%
Instruir Pessoa (avaliação da glicemia capilar) 0,1%
Instruir Auto cuidado: levante 0,1%
Inserir Cateter urinário 0,1%
Informar Outros serviços além dos médicos e de Enfermagem: Assistente
social 0,1%
Promover (expressão de sentimentos) 0,1%
Total 1952 100,0%
ANEXO IV
Distribuição das Intervenções por Fenómeno de Enfermagem no Centro de Saúde de Ribeira
de Pena Total de Intervenções 2648
Prestação de Cuidados de Enfermagem no Centro de Saúde

(1804 Intervenções de Enfermagem)

Quadro 1 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Planeamento familiar
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Monitorizar Tensão arterial 141 29,4%
Pesar Pessoa 139 29,0%
Ensinar Planeamento familiar por procedimento 60 12,5%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 35 7,3%
Instruir (auto-exame da mama) 31 6,5%
Supervisar Imunização 31 6,5%
Colectar Tecido (colo do útero) 19 4,0%
Ensinar Funções fisiológicas: Reprodução 17 3,5%
Monitorizar Espécimes: Urina 2 0,4%
Incentivar (Auto exame da mama) 1 0,2%
Monitorizar (grau de risco de goodwin) 1 0,2%
Monitorizar Altura/peso corporal 1 0,2%
Registar (dum) 1 0,2%
Incentivar Consulta médica [Prenatal] 1 0,2%
Total 480 100,0%

Quadro 2 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Gravidez
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Monitorizar Tensão arterial 48 11,8%
Pesar Pessoa 48 11,8%
Monitorizar Espécimes: Urina 47 11,5%
Monitorizar Abdómen (perímetro) 40 9,8%
Monitorizar Frequência cardíaca: Feto 39 9,6%
Vigiar Gravidez por procedimento 38 9,3%
Monitorizar (altura uterina) 31 7,6%
Ensinar Adaptação individual: Gravidez por procedimento 29 7,1%
Ensinar Sinais: Parto 12 2,9%
Monitorizar (grau de risco de goodwin) 12 2,9%
Incentivar Consulta médica: Gravidez 11 2,7%
Ensinar Sinais: Aborto 9 2,2%
Registar (dum) 8 2,0%
Supervisar Imunização 8 2,0%
Promover Adaptação individual: Trabalho de parto por procedimento 7 1,7%
Planear Parto 6 1,5%
Iniciar Adaptação individual. Recém nascido por procedimento 5 1,2%
Incentivar Consulta médica: Puerpério 4 1,0%
Ensinar Funções fisiológicas: Gravidez 3 0,7%
Encaminhar Planeamento familiar 1 0,2%
Informar (direitos na maternidade) 1 0,2%
Monitorizar (glicemia capilar) 1 0,2%
Total 408 100,0%
1
Quadro 3 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Ferida
Intervenções de Enfermagem
Executar Penso: Ferida por procedimento
m
348 100,0%
Total 348 100,0%

Quadro 4 Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Infância
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Monitorizar Altura/peso corporal 88 32.2%
Vigiar Crescimento e desenvolvimento: Infância por procedimento 77 28.2%
Supervisar Imunização 67 24.5%
Monitorizar (perímetro cefálico) 31 11.4%
Colectar Sangue: Recém nascido 4 1.5%
Vigiar (coto umbilical) 4 1.5%
Monitorizar Espécimes: Urina 1 0.4%
Treinar Regímen terapêutico prescrito: Insulina 1 0.4%
Total 273 100.0%

Quadro 5 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Desempenho dos papeis
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Ensinar Precauções de segurança: Infância por procedimento 28 35,0%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito: Vacinação 21 26,3%
Ensinar Respostas orgânicas: Vacinação 19 23,8%
Ensinar Desempenho dos papeis: Infância 5 6,3%
Encorajar Desempenho dos papeis 2 2,5%
Ensinar por procedimento (cuidados ao recém-nascido) 2 2,5%
Motivar Desempenho dos papeis 2 2,5%
Promover Adaptação individual (escola) 1 1,3%
Total 80 100,0%)

Quadro 6 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Falta


de conhecimento
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Ensinar Hábitos nutricionais (diabetes) 9 26,5%
Ensinar Precauções de segurança: Perfusão tecidular insuficiente por
procedimento 9 26,5%
Ensinar Actividade física (diabetes) 8 23,5%
Ensinar Hábitos alimentares (diabetes) 8 23,5%
Total 34 100,0%

Quadro 7 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Hipertermia
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Monitorizar Temperatura corporal 9 40,9%
Referir Hipertermia: Médico 6 27,3%
Incentivar Hidratação 3 13,6%
Instruir (técnica de arrefecimento natural) 2 9,1%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 2 9,1%
Total 22 100,0%
Quadro 8 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:
Precauções de segurança
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Incentivar Consulta médica (diabetes) g 50,0%
Monitorizar (glicemia capilar) 8 50,0%
Total 16 100,0%

Quadro 9 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Regímen terapêutico prescrito
Intervenções de Enfermagem f« %
Lavar Ouvido(s) 14 93,3%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 1 6,7%
Total 15 100,0%

Quadro 10 Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Vinculação
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Vigiar Vinculação por procedimento 11 78,6%
Promover Vinculação 3 21,4%
Total 14 100,0%

Quadro 11 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Ferida cirúrgica
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Remover (pontos) 10 76,9%
Executar Penso: Ferida por procedimento 3 23,1%
Total 13 100,0%

Quadro 12 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Ferida traumática
Intervenções de Enfermagem f« %
Executar Penso: Ferida por procedimento 9[ 75,0%
Ensinar Auto cuidado: higiene (Dermite das fraldas) 1 8,3%
Ensinar Precauções de segurança (Dermite das fraldas) 1 8,3%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito (Dermite das fraldas) 1 8,3%
Total 12 100,0%

Quadro 13 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Hipertensão sanguínea
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Incentivar Hábitos de exercício 3 25,0%
Monitorizar Tensão arterial 3 25,0%
Ensinar Ameaças / riscos à saúde: Hipertensão sanguínea por procedimento 2 16,7%
Ensinar Sinais: Hipertensão sanguínea 2 16,7%
Ensinar Ameaças / riscos à saúde: Hábitos nutricionais 1 8,3%
Monitorizar Altura/peso corporal 1 8,3%
Total 12 100,0%
Quadro 14 Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:
Úlcera
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Executar Penso: Ferida por procedimento 11 100,0%
Total 11 100,0%

Quadro 15 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Mastigação
Intervenções de Enfermagem f(X) %
Programar Dieta 5 50,0%
Programar Refeição 4 40,0%
Prevenir Aspiração 1 10,0%
Total 10 100,0%

Quadro 16 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Menopausa
Intervenções de Enfermagem m %
Promover Adaptação individual: Menopausa 3 33,3%
Colectar Tecido (colo do útero) 2 22,2%
Incentivar (Auto exame da mama) 1 11,1%
Instruir (auto-exame da mama) 1 11,1%
Monitorizar Tensão arterial 1 11,1%
Pesar Pessoa 1 11,1%
Total 9 100,0%

Quadro 17 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Amamentação
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Incentivar Amamentação 5 55,6%
Ensinar Precauções de segurança: Amamentação por procedimento 2 22,2%
Instruir Amamentação por procedimento 2 22,2%
Total 9 100,0%

Quadro 18 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Dispneia
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Executar Inaloterapia: Nebulizador 4 57,1%
Ensinar Precauções de segurança: Dispneia 1 14,3%
Monitorizar Frequência respiratória 1 14,3%
Referir Dispneia: Médico 1 14,3%
Total 7 100,0%
Quadro 19 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:
Obesidade
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Pesar Pessoa 2 40,0%
Incentivar Hábitos alimentares 1 20,0%
Incentivar Hábitos de exercício 1 20,0%
Programar Refeição 1 20,0%
Total 5 100,0%

Quadro 20 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Incontinência urinária
Intervenções de Enfermagem fix) %
Programar Hidratação 2 40,0%
Trocar Cateter urinário 2 40,0%
Monitorizar Espécimes: Urina 1 20,0%
Total 5 100,0%

Quadro 21 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Incontinência total
Intervenções de Enfermagem í(x) %
Programar Hidratação 2 40,0%
Trocar Cateter urinário 2 40,0%
Monitorizar Espécimes: Urina 1 20,0%
Total 5 100,0%

Quadro 22 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Ulcera de pressão
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Executar Penso: Ferida por procedimento 1 25,0%
Referir Ulcera de pressão: Médico 1 25,0%
Vigiar Penso 1 25,0%
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 1 25,0%
Total 4 100,0%

Quadro 23 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Eructação
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Incentivar Eructação: Lactente 3 75,0%
Instruir Eructação: Lactente 1 25,0%
Total 4 100,0%

Quadro 24 Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Malabsorção
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Identificar Hábitos nutricionais 1 33,3%
Pesar Lactente 1 33,3%
Programar Refeição 1 33,3%
Total 3 100,0%
Quadro 25 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:
Limpeza das vias aéreas
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Ensinar Precauções de segurança: Dispneia 1 33,3%
Monitorizar Frequência respiratória 1 33,3%
Referir Dispneia: Médico 1 33,3%
Total 3 100,0%

Quadro 26 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Alterações visuais
Intervenções de Enfermagem f« %
Identificar Alterações visuais: Criança (fase escolar) 1 100,0%
Total 1 100,0%

Quadro 27 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Alterações auditivas
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Identificar Alterações auditivas: Criança (fase escolar) 1 100,0%
Total 1 100,0%

6
Distribuição das Intervenções por Fenómeno de Enfermagem no Centro de Saúde de Ribeira
de Pena Total de Intervenções 2648

Prestação de Cuidados de Enfermagem no Domicílio


(844 Intervenções de Enfermagem)

Quadro 28 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de 1Enferma^


Ferida cirúrgica
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Vigiar Penso 88 16,5%
Executar Penso: Ferida por procedimento 77 14,4%
Vigiar Hemorragia 52 9,8%
Vigiar Ferida: Ulcera 51 9,6%
Apoiar Pessoa (emocionalmente) 35 6,6%
Incentivar Auto cuidado: higiene 30 5,6%
Posicionar Braço 30 5,6%
Programar Regímen terapêutico prescrito (Analgésico) 30 5,6%
Providenciar Dispositivos 30 5,6%
Vigiar Integridade dos tegumentos 30 5,6%
Incentivar Regímen terapêutico prescrito (Analgésico) 29 5,4%
Posicionar Pessoa 21 3,9%
Referir Alteração da integridade dos tegumentos: Médico 10 1,9%
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 10 1,9%
Instruir Precauções de segurança: Auto cuidado: banho 3 0,6%
Escutar Prestador de cuidados 2 0,4%
Solicitar Outros serviços além dos médicos e de Enfermagem: Assistente social 2 0,4%
Incentivar Família (visita) 1 0,2%
Referir Ulcera de pressão: Médico 1 0,2%
Remover (pontos) 1 0,2%
Total 533 100,0%

Quadro 29 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Úlcera de pressão
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Executar Penso: Ferida por procedimento 71 29,8%
Vigiar Penso 71 29,8%
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 71 29,8%
Posicionar Pessoa 13 5,5%
Referir Ulcera de pressão: Médico 9 3,8%
Instruir Precauções de segurança: Auto cuidado: banho 3 1,3%
Total 238 100,0%

Quadro 30 Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Tegumentos
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Referir Alteração da integridade dos tegumentos. Médico 10 100,0%
Total 10 100,0%
Quadro 31 Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:
Gravidez
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Ensinar Funções fisiológicas: Gravidez 12,5%
Monitorizar (grau de risco de goodwin) 12,5%
Monitorizar Abdómen (perímetro) 12,5%
Monitorizar Espécimes: Urina 12,5%
Monitorizar Frequência cardíaca: Feto 12,5%
Monitorizar Tensão arterial 12,5%
Pesar Pessoa 12,5%
Vigiar Gravidez por procedimento 2.C.-1.2.39. 12,5%
Total 8 100,0%

Quadro 32 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Regímen terapêutico prescrito
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 3 37,5%
Instruir Regímen terapêutico prescrito: Insulina 2 25,0%
Treinar Regímen terapêutico prescrito: Insulina 2 25,0%
Inserir Cateter urinário 1 12,5%
Total 8 100,0%

Quadro 33 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermaj


Intervenções de Enfermagem f(x) %
Incentivar Regímen terapêutico prescrito (Analgésico) 2 28,6%
Programar Regímen terapêutico prescrito (Analgésico) 2 28,6%
Apoiar Pessoa (emocionalmente) 1 14,3%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 1 14,3%
Promover Adaptação individual 1 14,3%
Total 7 100,0%

Quadro 34 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Hipertensão sanguínea
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Monitorizar Tensão arterial 6 85,7%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 1 14,3%
Total 7 100,0%

Quadro 35 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Exaustão do cuidador
Intervenções de Enfermagem f« %
Apoiar emocionalmente Prestador de cuidados 2 33,3%
Escutar Prestador de cuidados 2 33,3%
Apoiar emocionalmente Família 1 16,7%
Solicitar Outros serviços além dos médicos e de Enfermagem 1 16,7%
Total 6 100,0%

8
Quadro 36 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:
Incontinência urinária
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Programar Hidratação 2 50,0%
Trocar Cateter urinário 2 50,0%
Total 4 100,0%

Quadro 37 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Falta


de conhecimento
Intervenções de Enfermagem f« %
Ensinar Precauções de segurança: Perfusão tecidular insuficiente por
procedimento 2 50,0%
Ensinar Hábitos alimentares (diabetes) 1 25,0%
Ensinar Hábitos nutricionais (diabetes) 1 25,0%
Total 4 100,0%

Quadro 38 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Auto


cuidado: posicionamento
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Assistir Auto cuidado: posicionamento 1 25,0%
Instruir Técnica de posicionamento 1 25,0%
Promover Adaptação individual 1 25,0%
Solicitar Outros serviços além dos médicos e de Enfermagem.
Assistente social 1 25,0%
Total 4 100,0%

Quadro 39 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Capacidade de cuidar
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Solicitar Outros serviços além dos médicos e de Enfermagem: Assistente social 2 66,7%
Promover Capacidade de cuidar 1 33,3%
Total 3 100,0%

Quadro 40 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Auto


cuidado: uso do Wc
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Colocar Dispositivo urinário 1 33,3%
Vigiar Eliminação urinária 1 33,3%
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 1 33,3%
Total 3 100,0%

Quadro 41 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Auto


cuidado, transferência
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Assistir Auto cuidado: transferência 1 50,0%
Instruir Técnica de transferência 1 50,0%
Total 2 100,0%
Quadro 42 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Auto
cuidado: higiene
Intervenções de Enfermagem «W %
Instruir Auto cuidado: higiene 1 50,0%
Instruir Auto cuidado: levante 1 50,0%
Total 2 100,0%

Quadro 43 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Auto


cuidado: alimentação
Intervenções de Enfermagem f« %
Instruir Técnica de alimentação 1 100,0%
Total 1 100,0%

Quadro 44 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Imobilidade parcial
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Solicitar Outros serviços além dos médicos e de Enfermagem: Assistente social 1 100,0%
Total 1 100,0%

Quadro 45 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Auto


cuidado: levante
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Providenciar Dispositivos 1 100,0%
Total 1 100,0%

Quadro 46 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Precauções de segurança
Intervenções de Enfermagem f« %
Monitorizar (glicemia capilar) 1 100,0%
Total 1 100,0%

Quadro 47 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Conflito de papeis parentais
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Promover Desempenho dos papeis 1 100,0%
Total 1 100,0%

10
ANEXO V
Distribuição das Intervenções por Fenómeno de Enfermagem no Centro de Saúde de Santa
Marta de Penaguião Total de Intervenções 2179

Prestação de Cuidados de Enfermagem no Centro de Saúde


(1848 Intervenções de Enfermagem)

Quadro 1 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Planeamento familiar
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Monitorizar Tensão arterial 100 18,4%
Pesar Pessoa 97 17,8%
Instruir (auto-exame da mama) 69 12,7%
Ensinar Planeamento familiar por procedimento 54 9,9%
Registar (dum) 53 9,7%
Supervisar Imunização 46 8,5%
Colectar Tecido (colo do útero) 31 5,7%
Distribuir Medicação (contraceptivo oral) 21 3,9%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 17 3,1%
Incentivar (Auto exame da mama) 16 2,9%
Ensinar Funções fisiológicas: Reprodução 13 2,4%
Referir Médico (leucorreia pruriginosa) 10 1,8%
Treinar Mama (auto-exame) 5 0,9%
Referir Médico (dismenorreia) 4 0,7%
Referir Médico (dispareunia) 4 0,7%
Incentivar Consulta médica [Prenatal] 3 0,6%
Monitorizar Espécimes: Urina 1 0,2%
Total 544 100,0%

Quadro 2 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Infância
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Monitorizar Altura/peso corporal 74 27,6%
Vigiar Crescimento e desenvolvimento: Infância por procedimento 70 26,1%
Monitorizar (perímetro cefálico) 61 22,8%
Supervisar Imunização 57 21,3%
Monitorizar Tensão arterial 3 1,1%
Vigiar (coto umbilical) 2 0,7%
Colectar Sangue: Recém nascido 1 0,4%
Total 268 100,0%

Quadro 3 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Ferida


traumática
Intervenções de Enfermagem m %
Executar Penso: Ferida por procedimento 86 39,4%
Vigiar Penso 81 37,2%
Vigiar Ferida: Ulcera 40 18,3%
Programar Dieta 5 2,3%
Programar Hidratação 4 1,8%
Instruir Precauções de segurança: Auto cuidado: banho 1 0,5%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 1 0,5%
Total 218 100,0%
Quadro 4 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Ferida
cirúrgica
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Executar Penso: Ferida por procedimento 65 32,3%
Vigiar Ferida: Ulcera 65 32,3%
Vigiar Penso 65 32,3%
Remover (pontos) 1,5%
Instruir Precauções de segurança: Auto cuidado: banho 0,5%
Programar Dieta 0,5%
Programar Hidratação 0,5%
Total 201 100,0%

Quadro 5 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Hipertensão sanguínea
Intervenções de Enfermagem IW %
Monitorizar Tensão arterial 61 36,3%
Monitorizar Altura/peso corporal 32 19,0%
Vigiar Sinais: Hipertensão sanguínea 26 15,5%
Ensinar Precauções de segurança: Resposta orgânica à medicação 12 7,1%
Ensinar Ameaças / riscos à saúde: Hipertensão sanguínea por
procedimento 11 6,5%
Ensinar Sinais: Hipertensão sanguínea 9 5,4%
Incentivar Hábitos de exercício 8 4,8%
Pesar Pessoa 4 2,4%
Instruir (auto-exame da mama) 2 1,2%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 2 1,2%
Ensinar Hábitos alimentares (diabetes) 1 0,6%
Total 168 100,0%

Quadro 6 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Falta


de conhecimento
Intervenções de Enfermagem f(X) %
Ensinar Precauções de segurança: Perfusão tecidular insuficiente por
procedimento 24 25,8%
Ensinar Sinais por procedimento (diabetes) 20 21,5%
Ensinar Hábitos alimentares (diabetes) 16 17,2%
Ensinar Actividade física (diabetes) 13 14,0%
Ensinar Hábitos nutricionais (diabetes) 13 14,0%
Incentivar Hábitos de exercício 4 4,3%
Instruir Precauções de segurança: Auto cuidado: banho 1 1,1%
Vigiar Sinais: Hiperglicemia 1 1,1%
Vigiar Sinais: Hipoglicemia 1 1,1%
Total 93 100,0%
Quadro 7 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:
Desempenho dos papeis
Intervenções de Enfermagem f(*) %
Ensinar Precauções de segurança: Infância por procedimento 25 27,2%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito: Vacinação 24 26,1%
Ensinar Respostas orgânicas: Vacinação 22 23,9%
Ensinar Desempenho dos papeis: Infância 8 8,7%
Encorajar Desempenho dos papeis 6 6,5%
Motivar Desempenho dos papeis 3 3,3%
Promover Adaptação individual (ama/creche) 3 3,3%
Promover Adaptação individual (escola) 1 1,1%
Total 92 100,0%

Quadro 8 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de ínfermag(


Intervenções de Enfermagem f(x) %
Vigiar Ferida: Ulcera 28 31,5%
Executar Penso: Ulcera por procedimento 28 31,5%
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 24 27,0%
Vigiar Penso 4 4,5%
Referir Ulcera: Médico (venosa) 1 1,1%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito: Ulcera por procedimento
(venosa) 1 1,1%
Instruir Precauções de segurança: Auto cuidado: banho 1 1,1%
Programar Dieta 1 1,1%
Programar Hidratação 1 1,1%
Total 89 100,0%

Quadro 9 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Precauções de segurança
Intervenções de Enfermagem fW %
Monitorizar (glicemia capilar) 57 78,1%
Pesar Pessoa 7 9,6%
Monitorizar Tensão arterial 6 8,2%
Incentivar Consulta médica (diabetes) 3 4,1%
Total 73 100,0%

Quadro 10 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Gravidez
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Vigiar Gravidez por procedimento 8 18,2%
Monitorizar (altura uterina) 7 15,9%
Monitorizar Tensão arterial 7 15,9%
Pesar Pessoa 7 15,9%
Monitorizar Frequência cardíaca: Feto 6 13,6%
Ensinar Adaptação individual: Gravidez por procedimento 2L 4 ' 5 %
Monitorizar Espécimes: Urina 2 4,5%
Ensinar Sinais: Aborto 2,3%
Incentivar Consulta médica: Puerpério 2,3%
Informar (direitos na maternidade) 2,3%
Monitorizar Abdómen (perímetro) 2,3%
Promover Adaptação individual: Trabalho de parto por procedimento 2,3%
Total 44 100,0%
Quadro 11 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:
Mastigação
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Programar Dieta 6 40,0%
Programar Refeição 6 40,0%
Prevenir Aspiração 2 13,3%
Instruir Técnica de alimentação 1 6,7%
Total 15 100,0%

Quadro 12 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Ulcera de pressão
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Executar Penso: Ulcera por procedimento 3 25,0%
Vigiar Ferida: Ulcera 3 25,0%
Vigiar Penso 3 25,0%
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 3 25,0%
Total 12 100,0%

Quadro 13 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Ferida
Intervenções de Enfermagem f« %
Executar Penso: Ferida por procedimento 4 40,0%
Vigiar Penso 4 40,0%
Vigiar Ferida: Ulcera 2 20,0%
Total 10 100,0%

Quadro 14 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Regimen terapêutico prescrito
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Lavar Ouvido(s) 2 28,6%
Instruir Pessoa (avaliação da glicemia capilar) 2 28,6%
Instruir Regímen terapêutico prescrito: Insulina 2 28,6%
Treinar Regímen terapêutico prescrito: Insulina 1 14,3%
Total 7 100,0%

Quadro 15 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Malabsorção
Intervenções de Enfermagem f00 %
Pesar Pessoa 2 33,3%
Programar Refeição 2 33,3%
Pesar Lactente 1 16,7%
Programar Dieta 1 16,7%
Total 6 100,0%
Quadro 16 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:
Deglutição
Intervenções de Enfermagem f« %
Instruir Técnica de alimentação 1 25,0%
Prevenir Aspiração 1 25,0%
Programar Dieta 1 25,0%
Programar Refeição 1 25,0%
Total 4 100,0%

Quadro 17 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Eructação
Intervenções de Enfermagem f00 %
Incentivar Eructação: Lactente 2 100,0%
Total 2 100,0%

Quadro 18 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Auto


cuidado: higiene
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Instruir Auto cuidado: higiene 2 100.0%
Total 2 100.0%

5
Distribuição das Intervenções por Fenómeno de Enfermagem no Centro de Saúde de Santa
Marta de Penaguião Total de Intervenções 2179

Prestação de Cuidados de Enfermagem no Domicílio (331 Intervenções de Enfermagem)

Quadro 19 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Ferida traumática
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Executar Penso: Ferida por procedimento 35 34,3%
Vigiar Penso 33 32,4%
Vigiar Ferida: Ulcera 28 27,5%
Instruir Precauções de segurança: Auto cuidado: banho 3 2,9%
Programar Hidratação 2 2,0%
Referir Ferida traumática: Médico (queimadura) 1 1,0%
Total 102 100,0%

Quadro 20 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Ulcera
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Executar Penso: Ulcera por procedimento 29 32,2%
Vigiar Ferida: Ulcera 29 32,2%
Vigiar Penso 28 31,1%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito: Ulcera por procedimento
(venosa) 1 1,1%
Programar Dieta 1 1,1%
Programar Hidratação 1 1,1%
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 1 1,1%
Total 90 100,0%

Quadro 21 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Ulcera de pressão
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Vigiar Penso 22 29,3%
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 21 28,0%
Executar Penso: Ulcera por procedimento 20 26,7%
Vigiar Ferida: Ulcera 6 8,0%
Ensinar Técnica de posicionamento por procedimento 2 2,7%
Executar Penso: Ferida por procedimento 2 2,7%
Instruir Precauções de segurança: Auto cuidado: banho 1, 1,3%
Programar Hidratação 1 1,3%
Total 75 100,0%

6
Quadro 22 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:
Exaustão do cuidador
Intervenções de Enfermagem m
%
Apoiar emocionalmente Prestador de cuidados 3 23,1%
Escutar Prestador de cuidados 2 15,4%
Apoiar emocionalmente Família 7,7%
Presença 7,7%
Encaminhar (centro de dia) 7,7%
Planear Auto cuidado 7,7%
Promover (expressão de sentimentos) 7,7%
Promover Capacidade de cuidar 7,7%
Promover Comunicação: Família 7,7%
Solicitar Serviços domiciliários 7,7%
Total 13 100,0%

Quadro 23 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Precauções de segurança
Intervenções de Enfermagem fOO %
Monitorizar (glicemia capilar) 9 81,8%
Incentivar Consulta médica (diabetes) 1 9,1%
Monitorizar Tensão arterial 1 9,1%
Total 11 100,0%

Quadro 24 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Falta


de conhecimento
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Ensinar Actividade física (diabetes) 2 20,0%
Ensinar Hábitos alimentares (diabetes) 2 20,0%
Ensinar Hábitos nutricionais (diabetes) 2 20,0%
Ensinar Precauções de segurança: Perfusão tecidular insuficiente por
procedimento 2 20,0%
Ensinar Sinais por procedimento (diabetes) 2 20,0%
Total 10 100,0%

Quadro 25 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Ferida cirúrgica
Intervenções de Enfermagem %*w
Executar Penso: Ferida por procedimento 2 28,6%
Vigiar Ferida: Ulcera 2 28,6%
Vigiar Penso 2 28,6%
Remover (pontos) 1 14,3%
Total 7 100,0%
Quadro 26 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Auto
cuidado: posicionamento
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Massajar Costas 2 33,3%
Posicionar Pessoa 2 33,3%
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 2 33,3%
Total 6 100,0%

Quadro 27 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Regímen terapêutico prescrito
Intervenções de Enfermagem f00 %
Instruir Regímen terapêutico prescrito: Insulina 2 50,0%
Instruir Pessoa (avaliação da glicemia capilar) 1 25,0%
Treinar Regímen terapêutico prescrito: Insulina 1 25,0%
Total 4 100,0%

Quadro 28 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Actividades da vida diária
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Encaminhar (centro de dia) 1 33,3%
Solicitar Outros serviços além dos médicos e de Enfermagem: Assistente social 1 33,3%
Solicitar Serviços domiciliários 1 33,3%
Total 3 100,0%

Quadro 29 Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Pobreza
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Apoiar emocionalmente Família 1 33,3%
Informar Outros serviços além dos médicos e de Enfermagem: Assistente social 1 33,3%
Solicitar Outros serviços além dos médicos e de Enfermagem: Assistente social 1 33,3%
Total 3 100,0%

Quadro 30 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Auto


cuidado: transferência
Intervenções de Enfermagem f00 %
Transferir Pessoa [Cama] 2 66,7%
Transferir Pessoa [Cadeira] 1 33,3%
Total 3 100,0%

Quadro 31 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Auto


cuidado: higiene
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Instruir Auto cuidado: higiene 1 50,0%
Lavar Boca 1 50,0%
Total 2 100,0%
Quadro 32 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Auto
cuidado: alimentação
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Vigiar Refeição 1 100,0%
Total 1 100,0%

Quadro 33 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Habitação
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Solicitar Serviços domiciliários 1 100,0%
Total 1 100,0%

9
ANEXO VI
Distribuição das Intervenções por Fenómeno de Enfermagem no Centro de Saúde de Vila
Pouca de Aguiar Total de Intervenções 8977

Prestação de Cuidados de Enfermagem no Centro de Saúde


(8200 Intervenções de Enfermagem)

Quadro 1 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Ferida


traumática
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Executar Penso: Ferida por procedimento 765 43,3%
Vigiar Ferida: Ulcera 476 26,9%
Vigiar Penso 452 25,6%
Executar Penso: Ulcera por procedimento 26 1,5%
Remover (pontos) 24 1,4%
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 9 0,5%
Monitorizar (glicemia capilar) 3 0,2%
Referir Ferida: Médico (sinais inflamatórios) 2 0,1%
Vigiar Imunização 2 0,1%
Colectar Sangue: Recém nascido 0,1%
Incentivar Consulta médica i 0
>1%
Instruir Precauções de segurança: Auto cuidado: banho í °>1%
Monitorizar Altura/peso corporal 0,1%
Referir Ulcera: Médico (venosa) 0,1%
Vigiar (coto umbilical) 0,1%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 0,1%
Referir Ferida traumática: Médico (queimadura) 0,1%
Total 1767 100,0%

Quadro 2 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Hipertensão sanguínea
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Monitorizar Tensão arterial 462 42,1%
Vigiar Sinais: Hipertensão sanguínea 154 14,0%
Monitorizar Altura/peso corporal 179 16,3%
Ensinar Sinais: Hipertensão sanguínea 68 6,2%
Incentivar Hábitos de exercício 63 5,7%
Ensinar Ameaças / riscos à saúde: Hipertensão sanguínea por
procedimento 41 3,7%
Ensinar Precauções de segurança: Resposta orgânica à medicação 25 2,3%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 16 1,5%
Vigiar Sinais: Hipotensão sanguínea 11 1,0%
Referir Hipertensão sanguínea: Médico 5 0,5%
Pesar Pessoa 4 0,4%
Monitorizar Pulso 4 0,4%
Monitorizar (glicemia capilar) 62 5,6%
Monitorizar Espécimes: Urina 1 0,1%
Registar (dum) 1 0,1%
Vigiar Ferida traumática (queimadura) 1 0,1%
Ensinar Sinais: Hipotensão sanguínea 1 0,1%
Total 1098 100,0%
Quadro 3 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:
Infância
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Monitorizar Altura/peso corporal 273 28,1%
Supervisar Imunização 255 26,3%
Vigiar Crescimento e desenvolvimento: Infância por procedimento 254 26,2%
Monitorizar (perímetro cefálico) 158 16,3%
Vigiar (coto umbilical) 18 1,9%
Colectar Sangue: Recém nascido 12 1,2%
Identificar Hábitos de sono 0,1%
Total 971 100,0%

Quadro 4 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Ferida

Intervenções de Enfermagem f(X) %


Executar Penso: Ferida por procedimento 355 37,1%
Vigiar Ferida: Ulcera 244 25,5%
Vigiar Penso 234 24,4%
Remover (pontos) 117 12,2%
Remover (Agrafos) 4 0,4%
Colectar Produtos orgânicos eliminados: Ulcera por procedimento 2 0,2%
Referir Ferida traumática: Médico 1 0,1%
Registar (dum) 1 0,1%
Total 958 100,0%

Quadro 5 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Planeamento familiar
Intervenções de Enfermagem f« %
Monitorizar Tensão arterial 180 22,2%
Pesar Pessoa 172 21,2%
Registar (dum) 119 14,7%
Instruir (auto-exame da mama) 118 14,6%
Supervisar Imunização 94 11,6%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 37 4,6%
Ensinar Planeamento familiar por procedimento 32 4,0%
Ensinar Funções fisiológicas: Reprodução 27 3,3%
Colectar Tecido (colo do útero) 25 3,1%
Monitorizar Espécimes: Urina 3 0,4%
Monitorizar Akura/peso corporal 2 0,2%
Incentivar Consulta médica [Prenatal] 1 0,1%
Total 810 100,0%
Quadro 6 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:
Precauções de segurança
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Monitorizar (glicemia capilar) 327 44,2%
Monitorizar Espécimes: Urina 135 18,3%
Monitorizar Tensão arterial 134 18,1%
Monitorizar Altura/peso corporal 123 16,6%
Pesar Pessoa 16 2,2%
Incentivar Consulta médica (diabetes) 2 0,3%
Ensinar Sinais por procedimento (diabetes) 1 0,1%
Referir Hipertensão sanguínea: Médico 1 0,1%
Total 739 100,0%

Quadro 7 Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Gravidez
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Monitorizar Tensão arterial 99 15,6%
Monitorizar Espécimes: Urina 96 15,1%
Pesar Pessoa 85 13,4%
Vigiar Gravidez por procedimento 60 9,4%
Monitorizar Abdómen (perímetro) 38 6,0%
Monitorizar (altura uterina) 32 5,0%
Ensinar Adaptação individual: Gravidez por procedimento 31 4,9%
Monitorizar Frequência cardíaca: Feto 31 4,9%
Ensinar Funções fisiológicas: Gravidez 23 3,6%
Supervisar Imunização 22 3,5%
Registar (dum) 18 2,8%
Monitorizar (glicemia capilar) 16 2,5%
Ensinar Sinais: Aborto 13 2,0%
Informar (direitos na maternidade) 12 1,9%
Promover Adaptação individual. Trabalho de parto por procedimento 11 1,7%
Incentivar Consulta médica: Gravidez 10 1,6%
Ensinar Sinais: Parto 9 1,4%
Iniciar Adaptação individual: Recém nascido por procedimento 9 1,4%
Monitorizar Altura/peso corporal 8 1,3%
Planear Parto 5 0,8%
Incentivar Consulta médica: Puerpério 4 0,6%
Monitorizar (grau de risco de goodwin) 3 0,5%
Informar (recursos comunitários) 1 0,2%
Total 636 100,0%
Quadro 8 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Úlcera
Intervenções de Enfermagem m %
Vigiar Ferida: Ulcera 82 30,3%
Vigiar Penso 79 29,2%
Executar Penso: Ulcera por procedimento 67 24,7%
Executar Penso: Ferida por procedimento 34 12,5%
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 1,8%
Remover (calosidades) 0,7%
Ensinar Regimen terapêutico prescrito: Úlcera por procedimento (venosa) 0,4%
Remover (pontos) 0,4%
Total 271 100,0%

Quadro 9 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Ferida


Intervenções de Enfermagem f(x) %
Executar Penso: Ferida por procedimento 142 60,7%
Vigiar Ferida: Úlcera 37 15,8%
Vigiar Penso 27 11,5%
Remover (pontos) 15 6,4%
Executar Penso: Úlcera por procedimento 11 4,7%
Vigiar Sinais: Úlcera de pressão 0,4%
Monitorizar (glicemia capilar) 0,4%
Total 234 100,0%

Quadro 10 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Desempenho dos papeis
Intervenções de Enfermagem f« %
Ensinar Regímen terapêutico prescrito: Vacinação 77 33,0%
Ensinar Respostas orgânicas: Vacinação 76 32,6%
Ensinar Precauções de segurança: Infância por procedimento 33 14,2%
Promover Adaptação individual (escola) 14 6,0%
Ensinar Desempenho dos papeis: Infância 10 4,3%
Ensinar por procedimento (cuidados ao recém-nascido) 7 3,0%
Motivar Desempenho dos papeis 6 2,6%
Promover Adaptação individual (ama/creche) 6 2,6%
Encorajar Desempenho dos papeis 3 1,3%
Solicitar Outros serviços além dos médicos e de Enfermagem:
Assistente social 1 0,4%
Total 233 100,0%

Quadro 11 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Falta


de conhecimento
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Ensinar Hábitos alimentares (diabetes) 26 22,0%
Ensinar Hábitos nutricionais (diabetes) 26 22,0%
Ensinar Precauções de segurança: Perfusão tecidular insuficiente
por procedimento 23 19,5%
Ensinar Sinais por procedimento (diabetes) 22 18,6%
Ensinar Actividade física (diabetes) 20 16,9%
Incentivar Hábitos de exercício 1 0,8%
Total 118 100,0%
Quadro 12 Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:
Dispneia
Intervenções de Enfermagem m %
Executar Inaloterapia: Nebulizador 115 100,0%
Total 115 100,0%

Quadro 13 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Menopausa
Intervenções de Enfermagem fto %
Monitorizar Tensão arterial 18 28,1%
Pesar Pessoa 18 28,1%
Registar (dum) 12 18,8%
Instruir (auto-exame da mama) 6 , 9,4%
Ensinar Funções fisiológicas: Menopausa 3 4,7%
Supervisar Imunização 3 4,7%
Colectar Tecido (colo do útero) , 2 3,1%
Discutir Crenças: Menopausa 1 1,6%
Ensinar Funções fisiológicas: Reprodução 1 1,6%
Total 64 100,0%

Quadro 14 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Regimen terapêutico prescrito
Intervenções de Enfermagem m %
Lavar Ouvido(s) 44 83,0%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 5 9,4%
Executar Inaloterapia: Nebulizador 1 1,9%
Treinar Regímen terapêutico prescrito: Insulina 1 1,9%
Remover Cateter urinário 1 1,9%
Inserir Sonda naso-gástrica 1 1,9%
Total 53 100,0%

Quadro 15 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Mastigação
Intervenções de Enfermagem f« %
Programar Refeição 13 28,9%
Programar Dieta 12 26,7%
Instruir Técnica de alimentação 10 22,2%
Prevenir Aspiração 10 22,2%
Total 45 100,0%

Quadro 16 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Deglutição
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Programar Dieta 5 33,3%
Instruir Técnica de alimentação 4 26,7%
Prevenir Aspiração 3 20,0%
Programar Refeição 3 20,0%
Total 15 100,0%
Quadro 17 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:
Úlcera de pressão
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Executar Penso: Ulcera por procedimento 4 30,8%
Vigiar Ferida: Úlcera 4 30,8%
Vigiar Penso 4 30,8%
Referir Ulcera: Médico (venosa) 1 7,7%
Total 13 100,0%

Quadro 18 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem: Auto


cuidado: higiene
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Instruir Auto cuidado: higiene 7 63,6%
Ensinar Auto cuidado: higiene - Mama 4 36,4%
Total 11 100,0%

Quadro 19 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Hipotensão sanguínea
Intervenções de Enfermagem f« %
Monitorizar Tensão arterial 2 25,0%
Vigiar Sinais: Hipotensão sanguínea 2 25,0%
Ensinar Precauções de segurança: Resposta orgânica à medicação 1 12,5%
Informar (recursos comunitários) 1 12,5%
Monitorizar Altura/peso corporal 1 12,5%
Ensinar Precauções de segurança: Hipotensão sanguínea 1 12,5%
Total 8 100,0%

Quadro 20 Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Eructação
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Incentivar Eructação: Lactente 5 71,4%
Instruir Eructação: Lactente g 28,6%
Total 7 100,0%

Quadro 21 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Amamentação
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Incentivar Amamentação 3 42,9%
Ensinar Precauções de segurança: Amamentação por procedimento 1 14,3%
Instruir Amamentação por procedimento 1 14,3%
Treinar Amamentação 1 14,3%
Incentivar Amamentação 1 14,3%
Total 7 100,0%
Quadro 22 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:
Malabsorção
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Pesar Lactente 3l 50.0%
Identificar Hábitos alimentares 2 33.3%
Identificar Hábitos nutricionais 1 16.7%
Total 6 100.0%

Quadro 23 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Eliminação urinária
Intervenções de Enfermagem f« %
Inserir Cateter urinário 5 100,0%
Total 5 100,0%

Quadro 24 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Enurese
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Restringir Hidratação: Sono [Antes] 3 60,0%
Discutir Crenças erróneas: Enurese 1 20,0%
Incentivar Eliminação urinária: Sono [Antes] 1 20,0%
Total _ 5 100,0%

Quadro 25 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Hipertermia
Intervenções de Enfermagem f« %
Ensinar Regímen terapêutico prescrito V 20,0%
Incentivar Hidratação 1 20,0%
Instruir (técnica de arrefecimento natural) 1 20,0%
Monitorizar Temperatura corporal 1 20,0%
Referir Hipertermia: Médico 1 20,0%
Total 5 100,0%

Quadro 26 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Lactação
Intervenções de Enfermagem fix) %
Aconselhar Hidratação 1 33,3%
Aconselhar Nutrição: Amamentação 1 33,3%
Espargir o seio 1 33,3%
Total 3 100,0%

Quadro 27 Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Sucção
Intervenções de Enfermagem f« %
Instruir Reflexo de sucção 1 100,0%
Total 1 100,0%
Quadro 28 - Distribuição das Intervenções Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:
Fertilidade
Intervenções de Enfermagem m %
Executar Penso: Ferida por procedimento i 100,0%
Total i 100,0%

Quadro 29 - Distribuição das Intervenções Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Vinculação
Intervenções de Enfermagem m %
Vigiar Vinculação por procedimento i 100,0%
Total i 100,0%

8
Distribuição das Intervenções por Fenómeno de Enfermagem no Centro de Saúde de Vila
Pouca De Aguiar Total de Intervenções 8977

Prestação de Cuidados de Enfermagem no Domicílio (777 Intervenções de Enfermagem)

Quadro 30 Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Úlcera
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Vigiar Ferida: Ulcera 76 29,9%
Vigiar Penso 76 29,9%
Executar Penso: Ulcera por procedimento 61 24,0%
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 23 9,1%
Executar Penso: Ferida por procedimento 15 5,9%
Ensinar Técnica de posicionamento por procedimento 2 0,8%
Identificar Hábitos alimentares 1 0,4%
Total 254 100,0%

Quadro 31 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Ferida
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Executar Penso: Ferida por procedimento 51 28,3%
Vigiar Ferida: Ulcera 49 27,2%
Vigiar Penso 47 26,1%
Executar Penso: Ulcera por procedimento 32 17,8%
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 1 0,6%
Total 180 100,0%

Quadro 32 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Hipertensão sanguínea
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Monitorizar Tensão arterial 96 74,4%
Incentivar Hábitos de exercício 14 10,9%
Ensinar Ameaças / riscos à saúde: Hipertensão sanguínea por procedimento 9 7,0%
Ensinar Regímen terapêutico prescrito 4 3,1%
Ensinar Sinais: Hipertensão sanguínea 4 3,1%
Ensinar Precauções de segurança: Resposta orgânica à medicação 2 1,6%
Total 129 100,0%

Quadro 33 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Ferida cirúrgica
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Executar Penso: Ferida por procedimento 34 38,6%
Vigiar Ferida: Ulcera 23 26,1%
Vigiar Penso 23 26,1%
Remover (pontos) 2 2,3%
Colocar Dispositivo urinário 1 1,1%
Executar Penso: Ulcera por procedimento 4 4,5%
Referir Ferida cirúrgica: Médico 1 1,1%
Total 88 100,0%
9
Quadro 34 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:
Ulcera de pressão
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Vigiar Ferida: Ulcera 25 31,6%
Vigiar Penso 25 31,6%
Executar Penso: Ulcera por procedimento 20 25,3%
Executar Penso: Ferida por procedimento 6 7,6%
Vigiar Sinais: Ulcera de pressão 2 2,5%
Gerir (recursos económicos) 1 1,3%
Total 79 100,0%

Quadro 35 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Precauções de segurança
Intervenções de Enfermagem «W %
Monitorizar (glicemia capilar) 19 100,0%
Total 19 100,0%

Quadro 36 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Ferida traumática
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Executar Penso: Ferida por procedimento 2.C.-1.2.14. 7 41,2%
Vigiar Ferida: Ulcera 5 29,4%
Vigiar Penso 5 29,4%
Total 17 100,0%

Quadro 37 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Menopausa
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Ensinar Funções fisiológicas: Reprodução 1 20,0%
Monitorizar Tensão arterial 1 20,0%
Pesar Pessoa 1 20,0%
Registar (dum) 1 20,0%
Supervisar Imunização 1 20,0%
Total 5 100,0%

Quadro 38 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Planeamento familiar
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Colectar Tecido (colo do útero) 1 33,3%
Monitorizar Tensão arterial 1 33,3%
Pesar Pessoa 1 33,3%
Total 3 100,0%

Quadro 39 - Distribuição das Intervenções de Enfermagem pelo Fenómeno de Enfermagem:


Regímen terapêutico prescrito
Intervenções de Enfermagem f(x) %
Inserir Sonda naso-gástrica 3 100,0%
Total 3 100,0%

10
ANEXO VII
Projecto EnflnCo

ARS - NORTE / SUB REGIÃO DE SAÚDE DE VILA REAL


CENTRO DE SAÚDE DE RIBEIRA DE PENA
Padrão De Documentação de Enfermagem: Família (modelo experimental)

elido Familiar: - Processo Familiar N°:

ii tacto:
/ / / / / / / 1 1
/ Local /
ta
alizado

FENÓMENOS INTERVENÇÕES
Apoiar emocionalmente Família
abitação
Inadequada Apoiar emocionalmente Prestador de cuidados
(Sim - Ausência de: electricidade ou WC na
habitação ou saneamento básico ou n° de
Apoiar Família
divisões/elementos do agregado familiar
incomportável ou Má conservação da Encaminhar (Centro de Dia)
habitação; Não)
ibreza Escutar Família
Rendimento mínimo
(Sim; Não) Escutar Prestador de cuidados

apacidade de cuidar Gerir (Recursos económicos)


Capacidade para manter e cuidar dos seus
membros Informar (Recursos comunitários)
(Demonstra, Não demonstra)
Informar Outros serviços além dos médicos e de
xaustão do cuidador Enfermagem: Assistente social
Intensidade
(Extremamente acentuada, Planear Auto cuidado
Substancialmente acentuada, Ligeiramente
acentuada) Presença

Modalidade Promover (Expressão de sentimentos)


(Potencial, Actual)
Promover Capacidade de cuidar
doping familiar ineficaz
Promover Comunicação: Família
Capacidade/conhecimentos para gerir as
funções familiares
Promover Coping
(Demonstra, Não demonstra)
Promover Desempenho dos papeis
'erturbação das relações familiares
Promover Vinculação
Conflito de papeis parentais
Intensidade Providenciar (Alimentos e brinquedos)
(Extremamente acentuado,
Substancialmente acentuado, Solicitar Outros serviços além dos médicos e de
Moderadamente acentuado, Ligeiramente Enfermagem
acentuado, Não acentuado)
Solicitar Outros serviços além dos médicos e de
Enfermagem: Assistente social
Situação de crise
(Sim, Não) Solicitar Serviços domiciliários

Modalidade
(Potencial, Actual)
Projecto EnflnCo

Alimentar Pessoa
Auto cuidado: levante
Dependência Alimentar Pessoa através de Sonda naso-gástrica
(Independente, Cliente dependente, Cliente
não participativo, Cliente requer assistência
Assistir Auto cuidado: alimentação
de pessoas e equipamentos, Cliente requer
assistência de pessoas, Cliente
Assistir Auto cuidado: higiene
independente com assistência de
equipamentos)
Assistir Auto cuidado: levante

Capacidade/conhecimentos do prestador de Assistir Auto cuidado: posicionamento


cuidados
Assistir Auto cuidado: transferência
(Demonstra, Não demonstra)
Assistir Auto cuidado: uso do Wc
Auto cuidado: transferência
Dependência Assistir Auto cuidado: vestir-se/despir-se
(Independente, Cliente dependente, Cliente
não participativo, Cliente requer assistência Banho [Cama]
de pessoas e equipamentos, Cliente requer
assistência de pessoas, Cliente Colocar Dispositivo urinário
independente com assistência de
equipamentos) Colocar Fralda

Ensinar Auto cuidado: higiene - Mama


Capacidade/conhecimentos do prestador de
cuidados Executar (primeiro levante)
(Demonstra, Não demonstra)
Instruir Auto cuidado: higiene
Auto cuidado: posicionamento
Dependência Instruir Auto cuidado: levante
(Independente, Cliente dependente, Cliente
não participativo, Cliente requer assistência Instruir Auto cuidado: uso do Wc
de pessoas e equipamentos, Cliente requer
assistência de pessoas, Cliente Instruir Auto cuidado: vestir-se/despir-se
independente com assistência de
equipamentos) Instruir Técnica de alimentação

Instruir Técnica de posicionamento


Capacidade/conhecimentos do prestador de
cuidados Instruir Técnica de transferência
(Demonstra, Não demonstra)
Lavar - Boca
Auto cuidado: alimentação
Dependência Massajar - Costas
(Independente, Cliente dependente, Cliente
não participativo, Cliente requer assistência Optimizar Cateter urinário
de pessoas e equipamentos, Cliente requer
assistência de pessoas, Cliente Optimizar Sonda naso-gástrica por procedimento 2.C.
independente com assistência de 1.2.13.
equipamentos)
Posicionar Pessoa

Capacidade/conhecimentos do prestador de Posicionar Pessoa: Refeição


cuidados
(Demonstra, Não demonstra) Promover Adaptação individual

Auto cuidado: higiene Providenciar Dispositivos


Dependência
(Independente, Cliente dependente, Cliente Solicitar Outros serviços além dos médicos e de
não participativo, Cliente requer assistência Enfermagem: Assistente social
de pessoas e equipamentos, Cliente requer
assistência de pessoas, Cliente Solicitar Prótese dentária: Assistente social
independente com assistência de
equipamentos) Solicitar Serviços domiciliários
Projecto EnflnCo

1 Transferir Pessoa [Cadeira]


Capacidade/conhecimentos do prestador de
cuidados Transferir Pessoa [Cama]
(Demonstra, Não demonstra)
Trocar Cateter urinário
ito cuidado: vestir-se/despir-se
' ,. . Trocar Sonda naso-gastnca
Dependência
(Independente, Cliente dependente, Cliente
não participativo, Cliente requer assistência Vestir/despir Pessoa
de pessoas e equipamentos, Cliente requer _ . ,.
assistência de pessoas, Cliente Vigiar Eliminação urinaria
independente com assistência de . . . „ , . -
Vl iar Refe| ao
equipamentos) 9 Ç
Vigiar Sinais: Úlcera de pressão
Capacidade/conhecimentos do prestador de
cuidados
(Demonstra, Não demonstra)

uto cuidado: uso do W c


Dependência
(Independente, Cliente dependente, Cliente
não participativo, Cliente requer assistência
de pessoas e equipamentos, Cliente requer
assistência de pessoas, Cliente
independente com assistência de
equipamentos)

Capacidade/conhecimentos do prestador de
cuidados
(Demonstra, Não demonstra)

ctividades instrumentais da vida diária Encaminhar (Centro de Dia)


Dependência
Promover Adaptação individual
(Independente, Cliente dependente, Cliente
não participativo, Cliente requer assistência
Providenciar Dispositivos
de pessoas e equipamentos, Cliente requer
assistência de pessoas, Cliente Solicitar Outros serviços além dos médicos e de
independente com assistência de
Enfermagem: Assistente social
equipamentos)
Solicitar Serviços domiciliários
Projecto EnflnCo

VIGILÂNCIA
Refeição

OBSERVAÇÕES:
Projecto EnflnCo

ARS - NORTE / SUB REGIÃO DE SAÚDE DE VILA REAL


CENTRO DE SAÚDE DE SANTA MARTA DE PENAGUIÃO

>adrão De Documentação de Enfermagem De Saúde Infanto-Juvenil (modelo experimental)

Processo N°: /

ntacto:
/ / / / / / / /
/ Local / /
ta
ade
alizado

FENÓMENOS INTERVENÇÕES

Colectar Sangue: Recém nascido


fância
Vigiar (Coto umbilical)
Crescimento e desenvolvimento:
Monitorizar (Perímetro cefálico)
(Não alterado, Alterado)

Monitorizar Altura/peso corporal

Supervisar Imunização

Vigiar Crescimento e desenvolvimento: Infância por


procedimento 2.C.-1.2.33.

Instruir Técnica de alimentação


lastigação
Eficácia
(Eficaz, Moderadamente ineficaz,
Prevenir Aspiração
Extremamente ineficaz)

Programar Dieta

Programar Refeição

Instruir Reflexo de sucção


ucção
Eficácia
(Eficaz, Ineficaz)

Incentivar Eructação: Lactente


>uctação
Instruir Eructação: Lactente
Projecto EnflnCo
D
romover Vinculação
Vinculação
Comportamentos de vinculação
(Demonstra, Não demonstra) S/igiar Vinculação por procedimento 2.C.-1.2.5.

Ensinar (Cuidados ao recém nascido) por procedimento


Desempenho dos papeis
Conhecimentos sobre: Precauções de 2.C.-1.2.38.
segurança - Infância Ensinar Regímen terapêutico prescrito: Vacinação
(Demonstra, Não demonstra)
Ensinar Respostas orgânicas: Vacinação
Conhecimentos sobre: Sono/Repouso -
Ensinar Desempenho dos papeis: Infância
Infância
(Demonstra, Não demonstra)
Ensinar Precauções de segurança: Infância por
Conhecimentos sobre: Eliminação - Infância procedimento 2.C.-1.2.37.
(Demonstra, Não demonstra)
Encorajar Desempenho dos papeis
Conhecimentos sobre: Alimentação/Nutrição - Motivar Desempenho dos papeis
Infância
Promover Adaptação individual (Ama/creche)
(Demonstra, Não demonstra)
Promover Adaptação individual (Escola)
Conhecimentos sobre: Higiene - Infância .
(Demonstra, Não demonstra) Solicitar Outros serviços além dos médicos e de
Enfermagem: Assistente social

Identificar Hábitos alimentares


Malabsorção
Capacidade/conhecimentos para alimentação
artificial
(Demonstra, Não demonstra) Identificar Hábitos nutricionais

Pesar Lactente

Pesar Pessoa

Programar Dieta

Programar Refeição

Referir Malabsorção: Médico

Vigiar Eliminação fecal

Vigiar Vómito
Projecto EnflnCo

eglutição Instruir Técnica de alimentação


Eficácia
(Eficaz, Moderadamente ineficaz,
Extremamente ineficaz) Prevenir Aspiração

Capacidade/Conhecimentos para adequar a Programar Dieta


técnica de alimentação
(Demonstra, Não demonstra)
Programar Refeição

nurese Discutir Crenças erróneas: Enurese


Valores/Crenças
(Favorável, Não favorável) Incentivar Eliminação urinária: Sono [Antes]

Restringir Hidratação: Sono [Antes]

Referir Enurese: Médico

ipertermia Ensinar Regímen terapêutico prescrito

Incentivar Hidratação

Instruir (Técnica de arrefecimento natural)

Monitorizar Temperatura corporal

Referir Hipertermia: Médico

lenarca Discutir Crenças: Menstruação


Valores/Crenças
(Favorável, Não favorável) Ensinar Funções fisiológicas: Menstruação

Conhecimentos sobre menstruação Ensinar Auto cuidado: higiene: Menstruação


(Demonstra, Não demonstra)
Ensinar Funções fisiológicas: Reprodução
Conhecimentos sobre reprodução
(Demonstra, Não demonstra) Ensinar Planeamento familiar por procedimento 2.C.-
1.2.18.
Conhecimentos sobre planeamento familiar
(Demonstra, Não demonstra)

Luto cuidado: higiene Instruir Auto cuidado: higiene


Projecto EnflnCo

VIGILÂNCIA
Coto umbilical

Crescimento e desenvolvimento

Vinculação

Eliminação fecal

Vómito do RN
j Projecto EnflnCo

raarao vew L U I l l C l l l d Y<a\J JL»c J j i u c i 111a g e m . u i

Processo N ° : /
No me:

N° Contacto:
Tenjipo Gestação

FENÓMENOS INTERVENÇÕES
Iniciar Adaptação individual: Recém nascido por
Gravidez
Conhecimentos sobre: Higiene - Gravidez procedimento 2.C.-1.2.36.
(Demonstra, Não demonstra)
Planear Parto (Local)

Conhecimentos sobre: Alimentação/Nutrição Monitorizar Espécimes: Urina


Gravidez
(Demonstra, Não demonstra)
Monitorizar Frequência cardíaca: Feto

Conhecimentos sobre: Sono/Repouso


Gravidez Monitorizar Tensão arterial
(Demonstra, Não demonstra)

Monitorizar - Abdómen (Perímetro)


Conhecimentos sobre: Precauções de
segurança - Gravidez
(Demonstra, Não demonstra) Pesar Pessoa

Conhecimentos sobre: Eliminação - Gravidez Registar (D.U.M.)


(Demonstra, Não demonstra) Ensinar Adaptação individual: Gravidez por procedimento
2.C.-1.2.34.

Conhecimentos sobre: Função fisiológica -


Gravidez Ensinar Funções fisiológicas: Gravidez
(Demonstra, Não demonstra) Monitorizar (Altura uterina)

Capacidade / Conhecimentos para gerir a dor de Encaminhar Planeamento familiar


parto
(Demonstra, Não demonstra) Informar (Direitos na maternidade)
Vigiar Gravidez por procedimento 2.C.-1.2.39.

Aceite
(Sim, Não) Supervisar Imunização

Promover Adaptação individual: Trabalho de parto por


Desejada procedimento 2.C.-1.2.35.
(Sim, Não)
Incentivar Consulta médica: Gravidez

Ensinar Sinais: Parto

Monitorizar (Glicemia capilar)

Monitorizar (Grau de risco de Goodwin)

Incentivar Consulta médica: Puerpério

Ensinar Sinais: Aborto


Projecto EnflnCo

Aconselhar Amamentação
Amamentação
Capacidade / Conhecimentos para amamentar
Treinar Amamentação
(Demonstra, Não demonstra)

Instruir Amamentação por procedimento 2.C.-1.2.8.

Ensinar Precauções de segurança: Amamentação por


procedimento 2.C.-1.2.9.

Aplicar Invólucro quente - Mama


Lactação
Défice
Aconselhar Hidratação

Aconselhar Nutrição: Amamentação


Excesso
Espargir o seio

Espargir mecanicamente o seio

Referir Lactação excessiva: Médico

Referir Lactação insuficiente: Médico

Ensinar Auto cuidado: higiene - Mama


Auto cuidado: higiene
Conhecimento para cuidados com a mama
(Demonstra, Não demonstra)

_ _ ^ _ _ ■"■

VIGILÂNCIA
Gravidez
Projecto EnflnCo

| ARS- NORTE / SUB REGIÃO DE SAÚDE DE VILA REAL


! CENTRO DE SAÚDE DE SANTA MARTA DE PENAGUIÃO
I
Padrão De Documentação De Enfermagem: Saúde no Adulto / Idoso (modelo experimental)

Processo N°:
Nome: — ~
Contacto: /
/ / / / / /
N 0 /Local / / /

Dajta
Realizado

1
FENÓMENOS INTERVENÇÕES
—1 ■ Ensinar Actividade física: Diabetes
Falta de conhecimentos
Conhecimentos sobre: Alimentação/Nutrição Ensinar Hábitos alimentares: Diabetes
adequada (Diabetes)
(Demonstra, Não demonstra) Ensinar Hábitos nutricionais: Diabetes
Conhecimentos sobre: Precauções de
segurança (Diabetes) Ensinar Precauções de segurança: Perfusão tecidular
(Demonstra, Não demonstra) insuficiente por procedimento 2.C.-1.2.10.
Conhecimentos sobre: Actividade física
adequada (Diabetes) Ensinar Sinais: Diabetes por procedimento 2.C.-1.2.11.
(Demonstra, Não demonstra)

Ensinar Regímen terapêutico prescrito:


Regímen terapêutico prescrito
Capacidade/conhecimentos: Auto
administração de insulina
(Demonstra, Não demonstra) Instruir Pessoa (Avaliação da glicemia capilar)

Capacidade/conhecimentos: Avaliação de
instruir Regímen terapêutico prescrito: Insulina
glicemia capilar
(Demonstra, Não demonstra)
Treinar Regímen terapêutico prescrito: Insulina
Conhecimentos sobre Regímen terapêutico
prescrito
(Demonstra, Não demonstra)

Incentivar Consulta médica: Diabetes


Precauções de segurança
Monitorizar (Glicemia capilar)

Ver folha: Padrão De Documentação De Enfermagem:


Auto cuidado Família
w•
Projecto En/In Co
Instruir Precauções de segurança: Auto cuidado: banho
Ulcera Localização-.
Ensinar Técnica de posicionamento por procedimento 2.C.-
Varicosa
1.2.24.
(Sim, Não)
Úlcera de pressão Localização: Ensinar Regime terapêutico prescrito: Úlcera (venosa) por
procedimento 2.C.-1.2.41.
Grau
(IV Extremamente severa - Progressão para profunda
Programar hidratação
cratera ulcerosa; exposição de tecidos ósseos,
ligamentares ou musculares;
III Substancialmente severa - Descontinuidade da pele, Programar Dieta
lesão e perda de tecido envolvendo a gordura subcutânea
ou drenagem sanguínea; Referir Úlcera de pressão: Médico
II Moderadamente severa - Inflamação ou escara sobre Referir Úlcera (venosa): Médico
uma proeminência óssea devido a compressão e fricção Remover (Pontos)
da pele entre o osso e a superfície adjacente; lesão
superficial progredindo para a ruptura de uma flictena, Monitorizar Úlcera (área) de 2/2 semanas
fissuras e descamação da pele;
I Ligeiramente severa - Compressão de tecidos com Vigiar Penso
marcas de pressão vermelhas ou cianosadas,
habitualmente sobre as proeminências ósseas e
articulações; marcas de pressão e cor da pele que não
retomam o aspecto normal com o alívio da pressão; pele Vigiar Ferida / Úlcera
íntegra)

Ferida cirúrgica
Localização: . Vigiar Sinais: Úlcera de pressão

Ferida traumática Colectar Produtos orgânicos eliminados: Ferida/Úlcera por


protocolo 2.C.-1.1.1.
Tipo:

Localização:

Queimadura: Executar Penso: Ferida por procedimento 2.C.-1.2.14.


Extensão (%)
Grau
(III Extremamente severa - Destruição do tecido
com pele acastanhada, branca ou escura, perda de
sensibilidade e dor por lesão dos nervos
II Substancialmente severa - Lesão profunda do Executar Penso: Úlcera por protocolo 2.C.-1.1.1.
tecido, pele de coloração avermelhada ou branca,
com flictena ou vesículas e dor da ferida
I Moderadamente severa - Lesão superficial com
pele de coloração avermelhada, dor da ferida por
lesão de nervos superficiais

Aproximação dos bordos


(Substancialmente acentuado, Ligeiramente
acentuado, Não acentuado)

Edema periférico
(Não, Ligeiramente acentuado, Moderadamente
acentuado, Extremamente acentuado)

Drenagem serosa
(Não, Ligeiramente acentuada, Moderadamente
acentuada, Extremamente acentuada)

Drenagem sero-sanguinolenta
(Sim, Não)

Drenagem sanguinolenta
(Sim, Não)

Drenagem purulenta
(Sim, Não)
Projecto EnflnCo

Ensinar Ameaças / riscos à saúde: Hipertensão sanguínea


Hipertensão sanguínea por procedimento 2.C.-1.2.12.
Cronicidade
(Aguda, Crónica)
i Ensinar Precauções de segurança: Resposta orgânica à
! Conhecimentos sobre: Alimentação/Nutrição
medicação
adequada
i (Demonstra, Não demonstra)
Ensinar Regímen terapêutico prescrito
Conhecimentos sobre: Desvantagens da adição
de álcool
(Demonstra, Não demonstra)
Ensinar Sinais: Hipertensão sanguínea
Conhecimentos sobre: Desvantagens da adição
tabágica
Incentivar Hábitos de exercício
l (Demonstra, Não demonstra)

Conhecimentos sobre: Desvantagens do


1 Monitorizar Altura/peso corporal
sedentarismo
(Demonstra, Não demonstra)

| Conhecimentos sobre: Sinais de Hipertensão Monitorizar Tensão arterial


sanguínea
(Demonstra, Não demonstra)
Referir Hipertensão sanguínea: Médico
Conhecimentos sobre: Resposta orgânica à
Vigiar Sinais: Hipertensão sanguínea
medicação
(Demonstra, Não demonstra)

Conhecimentos sobre: Regímen terapêutico Vigiar Sinais: Hipotensão sanguínea


prescrito
I (Demonstra, Não demonstra)

Instruir (Auto-exame da mama)


Planeamento Familiar
' Capacidade/conhecimentos: auto-exame da
mama
Supervisar Imunização
(Demonstra, Não Demonstra)

Conhecimentos sobre regímen terapêutico Colectar Tecido (Colo do útero)


(Demonstra, Não Demonstra)
Referir Médico (Infertilidade)
Conhecimentos sobre planeamento familiar
(Demonstra, Não Demonstra)
Ensinar Regímen terapêutico prescrito

Conhecimentos sobre função fisiológica:


Ensinar Funções fisiológicas: Reprodução
reprodução/fertilidade
(Demonstra, Não Demonstra)
Monitorizar Tensão arterial

Pesar Pessoa

Ensinar Planeamento familiar por procedimento 2.C.-


1.2.18.

Incentivar Consulta médica [Prenatal]


Projecto EnflnCo

Discutir Crenças: Menopausa


Menopausa
Valores/Crenças Ensinar Funções fisiológicas: Menopausa
(Favorável, Não favorável)
Ensinar Funções fisiológicas: Reprodução
Conhecimentos sobre menopausa
(Demonstra, Não demonstra)
Ensinar Planeamento familiar por procedimento 2.C.-
1.2.18.
Conhecimentos sobre reprodução
(Demonstra, Não demonstra)
Referir Menopausa: Médico
Conhecimentos sobre planeamento familiar
(Demonstra, Não demonstra)

'

VIGILÂNCIA
Penso

Refeição
Projecto EnflnCo

ARS / SUB REGIÃO DE SAÚDE DE


CENTRO DE SAÚDE

Padrão De Documentação De Enfermagem: (modelo experimental)

Nome:. Processo N°:

Contacto:
1 1 1 1 1 1 1 1 1
N° / Local /
Data
Realizado

Nome: Processo N°:.

FENÓMENOS INTERVENÇÕES
Projecto EnflnCo

VIGILÂNCIA

OBSERVAÇÕES
MINISTÉRIO OA SAUCE ' N> P­OOrSiO
JEMINlSraACiO Së'jiOfUL 2 S Si'
FICHA INDIVIDUAL r.vraiiiíf
00 MORTE
SUâ-íSÓÚO OE SAU2H : i VIL- S N* Uren:* L

!
Nome I ' ' l I l ! i i | I ' ! I ! i ' I ( I l
Sexo M E Data de Nascimento L

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Filiação
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TIPO Data Resultado Data Resultado Data Resultado Data Resultado Oata Resultado Oata Resultado
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OUTRO
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Ooservaçôes

Moa. 160.0!
sa^fli^iH'iii'ii<in.«a»*jg86ME

D.T.P.
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V.A.P.
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v.A.s.p.a 1p ~ illill ■ - . ' ■ - • ■ ' - . ' ■ : ■ : - • - . ' • ■ " ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■

V.A.S.

D.T.
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T.
Aíi-ííSíS

V.Á.R.
Ê$ï£È§§ ■$$$i$$i. II8S

Observações .
A.R.S. 0 0 NORTE
SUS-REGWOOE V I U REAL
CENTRO Oc SAÚDE DE " ■ ' REGISTO N'
GUIA DE TRATAMENTO UTENTE N«
PROC. INTERN N«

IDENTIRCAÇÃO
Nome

Data de Nascimento
Nacionalidade
Residência
Telef..
Sistema / Subsistema
Benef. n»

fNJlDADE RESPONSÁVEL
Nome do Responsável (ou Hnma)
Morada

Companhia de Seguros

CAUSADA ASSISTÊNCIA
D Doença
D Acidente Trabalho '

U Acidente de Viaç;ao
O Outra"
Tratamento a efectuar.

MOO. 20.00.05
O Médico .
"TRATAMENTOS EFECTUADOS

Discriminação. Enfermeiro
Data N» "'
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ANEXO VIII
Estimada(o) colega, no intuito de concretizar a Tese de Mestrado, subordinada ao
tema "Recursos de Enfermagem nos Cuidados de Saúde Primários - Estudo de uma
Metodologia de Cálculo", pretendíamos que a cada Consulta de Enfermagem no
Domicílio, preenchessem o quadro que se segue. A recolha desta informação será feita por
15 dias, com início a e fim a de Fevereiro de 2001, inclusive.
Desde já, Muito Obrigado.

Data:

C. de Saúde Domicílio Domicílio C. de Saúde


Saída Chegada Saída Chegada
Penso Outro
fIffãfjfBi gggfijll ::iii!-:!íj!;!ll
-Km=5 Hora SJSçHMl Hora Km Hora ^4JH# Hora
TfifrH-T*^ S?Sft=B=±=: WjjriiiijiM a^aa-ííi
Domicílio 1
Domicílio 2
Domicílio 3
Domicílio 4
DomicílioS
Domicílio 6
Domicílio 7
Domicílio 8
Domicílio 9
Domicílio 10
Domicílio 11
Domicílio 12
Domicílio 13
Domicílio 14
Domicílio 15
Domicílio 16
Domicílio 17
Domicílio 18
Domicílio 19
Domicílio 20
Domicílio 21
Domicílio 22
Domicílio 23
Domicílio 24

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