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Ação e acontecimento
Um acontecimento é um evento que ocorre num determinado lugar durante um determinado período. (fenómenos
naturais, como os sismos, o crepúsculo solar, a chuva ou um relâmpago)
Donald Davidson considera que a ação envolve sempre acontecimentos mentais (crenças e desejos) e
acontecimentos físicos causados por esses fenómenos mentais. Ter uma intenção implica ter pelo menos um par
crença-desejo. As intenções causam ações.
Esta perspetiva causalista define ação como a concretização de um acontecimento que um agente tinha a intenção
de realizar.
Alguns filósofos dizem que podem existir ações sem acontecimentos exteriores á mente do agente. Hugh McCann
defende que entre os processos mentais envolvidos na produção de um acontecimento existe um que é a essência
do agir humano: a volição. Esta é a atividade mental do “querer”, do “ter vontade de” realizar algo. A ação humana
envolve acontecimentos mentais, mas entre estes e o acontecimento físico (movimento do agente) existe a volição
do agente.
Na perspetiva volicionista agir é tentar realizar um acontecimento, mesmo que não o consigamos concretizar.
O problema do livre-arbítrio
- Determinismo radical
- Determinismo moderado
Este consiste em saber se algumas das nossas ações são livres ou se todas as ações são casualmente determinadas
(por causas desconhecidas ou conhecidas)
Este problema filosófico nasce a partir do momento em que nos damos conta de que a visão científica do mundo,
assente na ideia de que todos os fenómenos estão interliga- dos por cadeias inquebráveis de acontecimentos, colide
com a visão que temos de nós próprios como seres livres. Para analisarmos as respostas a este problema precisamos
de esclarecer alguns conceitos.
O determinismo é a ideia segundo a qual tudo o que ocorrer é uma consequência necessária dos acontecimentos do
passado e das leis da natureza. Ou seja, todos os acontecimentos estão interligados por cadeias causais.
Uma cadeia causal é uma sequência de acontecimentos interligados por relações de causalidade.
O determinismo implica que aquilo que cada pessoa faz influencia o se futuro. As nossas ações têm eficácia causal.
O livre-arbítrio é a capacidade da vontade humana de controlar a escolha entre duas ou mais opções de ação. Um
agente possui livre-arbítrio se, e só se, (1) possui reais alternativas de escolha e (2) esta escolha só depende de si.
(1) princípio das alternativas possíveis
Incompatibilismo
Para defender esta tese, é usado o argumento da consequência. Este raciocínio implica que o livre-arbítrio e o
determinismo são ideias incoerentes entre si, ou seja, não podem coexistir logicamente. Se aceitamos o
determinismo então não podemos coerentemente pensar que possuímos livre-arbítrio. Se aceitamos que o ser
humano possui livre-arbítrio, então não seremos coerentes se aceitamos o determinismo.