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1.1.

A partir dos documentos 1 a 3, explique o aumento da produção agrícola na


Europa Ocidental nos séculos XI-XIII.

O fim das ameaças externas, que a partir do norte (os Vikings), do centro (os Magiares) e
do oriente e do sul (Muçulmanos) cercavam e isolavam a Europa; o crescimento
demográfico; a expansão territorial (novos arroteamentos, colonização alemã, Cruzadas da
Terra Santa, Reconquista na Península Ibérica); progressos das técnicas agrícolas – a
substituição do arado pela charrua com grelha assimétrica, a utilização do cavalo (doc. 1),
maior uso do ferro nas alfaias agrícolas e do estrume animal (aumento da criação de gado);
a introdução do afolhamento trienal (doc. 2); a dinamização das trocas, renascimento
urbano e das atividades comerciais e financeiras (doc.3).

1.2. Explique o dinamismo comercial e financeiro europeu no século XIII (doc. 3).

A Europa nos séculos XI-XIII: clima de paz; incremento da produção, da população e das
atividades comerciais e financeiras estimuladas pelo movimento das Cruzadas e pela
melhoria dos meios de transporte marítimos (incremento da construção naval, adoção de
novos instrumentos e técnicas de orientação e navegação como a bússola, o portulano e a
vela triangular), contabilísticas (partida dobrada) e financeiras (letra de câmbio e cheque);
papel fundamental do Mediterrâneo, espaço de ligação entre os principais polos
económicos do ocidente europeu ligados por rotas terrestres e marítimas (doc. 3): norte de
Itália (Veneza, Pisa, Génova), Flandres (Bruges), Champagne (feiras de Lagny, Bar -sur -
-Aube, Provins e Troyes) e mar do Norte (Liga Hanseática), polos comerciais e financeiros
muito ativos. Veneza, Pisa e Génova dominam o lucrativo comércio de produtos de luxo
asiáticos (especiarias, tecidos e fazendas de algodão e de seda, pérolas e pedras
preciosas...), de matérias-primas da Ásia Menor (alúmen e metais), de coiros, peles e
cereais da Rússia e da Roménia, escravos da Rússia, peixe salgado, vinhos e sal do Mar
Negro. Por outro lado, estes mercados absorviam artigos industriais, sobretudo panos e
tecidos, objetos de metal, bronze, estanho ou ferro produzidos nas cidades da Flandres, da
Inglaterra e do sul da Alemanha. Do norte de África, provinha o ouro tão necessário à
cunhagem de moedas.

2.1. Integre os documentos 4 a 6 na caracterização dos poderes em Portugal na época


medieval, especificando, nomeadamente:

Composição e diversidade de estatuto dos membros da sociedade portuguesa: tal


como a sociedade europeia tinha uma estrutura trinitária – clero, nobreza e povo – e a
natureza de uma sociedade de ordens; como nos demais reinos europeus, Propostas de
Resolução 3 em Portugal, o clero e nobreza eram ordens privilegiadas (prestígio social,
proteção régia e imunidades), distinguindo-se aquela pelo exercício de funções religiosas e
culturais e esta pelas funções políticas e militares, que faziam dela um auxiliar
imprescindível da Realeza que, não raras vezes, teve de intervir para cercear abusos (docs.
5-6). O clero e a nobreza, como o povo, não constituíam categorias homogéneas,
integrando grupos ou classes com níveis de rendimentos e até de estatuto muito
diferenciados. Em Portugal, estas categorias sociais estavam repartidas por duas estruturas
essenciais: os concelhos (doc. 4) e os senhorios (doc. 6). No clero, distinguiam-se o alto e o
baixo clero, o clero regular e o secular; na nobreza, os ricos-homens e, abaixo destes, os
infanções e depois os cavaleiros e escudeiros. No povo, os homens-bons dos concelhos
constituíam uma verdadeira oligarquia municipal e, abaixo destes, os peões, trabalhadores
livres, assalariados ou pequenos proprietários alodiais. Ligados aos senhorios, existiam
várias categorias de servos. Nas cidades, o tecido social compunha-se essencialmente por
mercadores (comerciantes) e mesteirais (assalariados da indústria). Fundamentos da
legitimidade e força da monarquia portuguesa: condicionalismos favoráveis: a tradição
visigótica do exercício do poder real em nome de Deus; a enorme riqueza de terras
tomadas na guerra com os Mouros ao longo do processo da Reconquista; o caráter
patrimonial do poder que legitimava a transmissão da Realeza de pais para filhos segundo a
regra da primogenitura masculina, património esse que era tido como um dever e um direito
indissolúvel, indivisível e inalienável. O relacionamento do poder régio com os poderes
senhoriais e concelhios: apesar da supremacia de que beneficiava, a Realeza teve de
impor um conjunto de medidas de fortalecimento do poder real e de centralização
administrativa no sentido de limitar as prerrogativas senhoriais e controlar os abusos dos
senhores: leis gerais (doc. 5), confirmações, inquirições (docs. 5-6), leis de desamortização,
Lei Mental (D. Duarte). Paralelamente ao combate à expansão senhorial, a Realeza
procurou atrair as elites dos concelhos à sua causa apoiando as suas atividades
económicas (Bolsa de Mercadores, D. Dinis) e abrindo as Cortes à participação dos
procuradores dos concelhos (Leiria, 1254) e da chancelaria régia aos legistas. Também os
concelhos sofreram um controlo mais rigoroso pelo poder real, expresso no aumento do
número e dos poderes de intervenção dos funcionários régios.

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