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AS NOVAS

“INVASÕES’ E A
FORMAÇÃO DO
FEUDALISMO
Perry Anderson e Georges Duby
• SÉCULO IX – X

1. Fatores Desencadeadores:
• Busca de terras férteis;
• Excesso populacional;
• Alterações climáticas;
• Pilhagem.

2. Distribuição Geográfica:
• Escandinavos (Suecos e Normandos): Báltico, Rússia e Inglaterra.
• Vikings: Espanha Cristã e Mulçumana (Mediterrâneo)
• Dinamarqueses: Mar do Norte
• Sarracenos: Mediterrâneo, Sicília Bizantina e Península Ibérica
• Magiares: Hungria
3. Sedentarização dos Invasores:
• Inglaterra/Normandia: unidade inglesa = direito bárbaro
sistematizado + técnicas náuticas + tradução das escrituras.
• Itália e Alemanha: proliferação das Cidades-Estado, divididas
entre diferentes impérios (bizantinos, mulçumanos, Igreja, e as
cidades no caso da Itália, prevalece o poder dos príncipes na
Alemanha).
• Demais Regiões: reis cristãos ampliam Estados Católicos
(Dinamarca, Noruega, Islândia, Hungria, Polônia), é a época das
missões cristãs.
DESENVOLVIMENTO DAS RELAÇÕES FEUDO-
VASSÁLICAS
+
PREDOMÍNIO DO PODER ESPIRITUAL

Poder Real Limitado: Pela lei divina = Vassalo de Deus


Pela lei feudal = Suserania x
Vassalagem

• A DINÂMICA FEUDAL:

1. O rei (papel romano-cristão): não possui mais terras para


enfeudar, perda de vassalos (Paz de Deus)
2. O benefício é móvel: do proprietário para o detentor = Rei
para vassalos (micro-poderes)
Os Poderes Locais:
Incremento das fortificações = BURGOS
Surgimentos dos advogados: Leigos e clérigos – disputas entre o
Poder Temporal e o Poder Espiritual pela defesa dos senhorios e
imunidades
a) O Principado: (Antiga administração carolíngia)
Fruto da fragmentação do poder imperial;
Difusão da vassalagem;
Particularismos locais (língua, justiça, costumes).
b) Castelania: (antigo duque, conde, etc)
Terras e camponeses sob a guarda do senhor feudal.
Detentor de poderes públicos. Libertou-se do poder central;

Imperador/Rei…………Príncipe…………Castelão
Modo de Produção Feudal

Modo de Produção Comunal + Modo de Produção Escravista

Modo de produção regido pela terra. O Servo está ligado à


terra e com mobilidade restrita.
A posse da terra: Senhores feudais extraem o excedente
pela coação. Investidos por um senhor superior em troca de
serviços militares.

A soberania é parcelarizada (não absoluta):


Imperador + Papa
Príncipe
Barão
Castelão
Camponês/Servo
• O USO DA TERRA:

a) Terras/Herdades (Senhorio Feudal): administradores e


vilões
b) Terras Comunais e/ou Alodiais (Camponês): Campo

• AS TRÊS CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DO


FEUDALISMO:

1. Sobrevivência das tradições comunais/lotes alodiais +


autonomia e resistência camponesas;
2. Parcelarização da soberania. Origem das Cidades;
3. Oscilações hierárquicas. Aplicação da justiça é a modalidade
central do poder político.
INOVAÇÕES NO CAMPO E NA CIDADE
O CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO
Fatores que atuaram nas Inovações – Séculos X – XIV:

● A formação do mundo mulçumano gerou necessidades


comerciais, que o ocidente passou a fornecer (madeira, ferro,
estanho, mão-de-obra, etc.);
● O progresso técnico da agricultura ocidental estimulou a
produção de excedentes (multiplicação dos moinhos de água e
vento — disponibilizam mão de obra — uso do ferro nos
utensílios agrícolas, uso da charrua, uso da tração animal — boi
e cavalo — rotação trienal, introdução de novas culturas, uso de
adubos, etc.).
Camponeses semeiam e aram a
terra com o uso de uma
charrua.
Os excedentes:

1) Aparecimento de uma burguesia ítalo-bizantina. Começo de


um capitalismo comercial;
2) Surto demográfico, sem crescimento das terras disponíveis,
levando a população para a atividade comercial;
3) Fusão das tradições bizantinas e muçulmanas na construção
naval, criação de contratos de associações, reunião de capitais,...

Obs.: As cruzadas encontraram a Europa já organizada


comercialmente, são um resultado do incremento comercial e,
reforçam-se mutuamente.
Mercador:

1. Grande mobilidade geográfica;


2. Organização da defesa — a Guilda ou Caridades — de
caráter religioso e beneficente, agrupamento profissional.
Origem da Hansa — Associação de Mercadores do Norte da
Europa.

As Condições Técnicas do Comércio:

• Os Custos dos transportes terrestres e naval eram elevados


(estado de conservação das estradas e pirataria);
• Incremento nos serviços de seguros;
• Inovações técnicas (novas construções, aparelhos, cordas de
navegação, etc).
A caminho de Constantinopla, os
irmãos Polo saúdam o rei cristão
de Jerusalém. Miniatura do Livro
das Maravilhas (1288-1289)
As Feiras:

Feriane = dia de repouso em honra dos deuses. Reunião


de mercadores em dias de festas ou feriados religiosos.
Mercadores e alguns senhores feudais possuíam, mais ou
menos, os mesmos interesses.
Troca-se: serviços, letras de câmbio, notícias, produtos,
idéias.
Formas: Regionais – Nacionais – Internacionais.
Feira de Saint-Denis, na França, uma das que ajudaram a
formar rede de relações econômicas e culturais.
Mercado parisiense do século XIII representado em miniatura
O século XII-XIV:

• O mercador começa a sedentarizar-se. Progressivamente as


feiras perdem sua importância original. O progresso técnico,
conhecimentos contábeis, noção de débito e crédito, conta
corrente e o câmbio permitem negócios de longa distância sem
grandes deslocamentos.

Exemplo: em 1291 aparecem os primeiros cheques e letras de


câmbio.

O incremento comercial exige saber: ler, escrever, operações


matemáticas — Aparecem as escolas e universidades laicas
Moedas e Créditos:

1. Desde Carlos Magno cunham-se moedas no Ocidente.


2. Extração de metal: Saxônia, Harz, Boêmia, Minas da África
(Sudão e Senegal).
3. Por volta do ano 1000 ocorre uma liberação de capitais
acumulados.
4. Bimetalismo: Ouro e prata. A nova dinâmica financeira
também promove a desvalorização da moeda.
Local de troca de moedas, as lojas de cambistas, como esta
representada em miniatura do século XV, estão na origem do
sistema bancário
O comércio de dinheiro
O Grande comércio internacional — Século XIII

1250-1290: Apogeu da Revolução Comercial na Europa.

Império Comercial:

• Da Inglaterra ao Mar do Norte


• Do Saara à Ásia (Período de Marco Polo — 1254-1324)

As Inovações:

• Técnicas Marítimas: Caravelas (fina, mais robusta, mais


veloz), marteloio (tabela de cálculo que corrige o N
geográfico e o N magnético), etc.
• Técnicas financeiras: Sistema de seguros mais eficientes, leis
marítimas.

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