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MODALIDADE DE APRENDIZAGEM

Para compreendermos as modalidades de aprendizagem, precisamos


entender os conceitos de ESQUEMAS, ASSIMILAÇÃO E ACOMODAÇÃO por
Piaget.

ESQUEMAS: São estruturas mentais ou cognitivas, padrões de


comportamento ou pensamento onde o sujeito intelectualmente se adapta e
organiza o meio. Estes esquemas são tratados como conjunto de processos
dentro do sistema nervoso. Os esquemas mudam continuamente ou seja
tornam-se mais refinados.

Uma criança, quando nasce, apresenta poucos esquemas (sendo de natureza


reflexa), e à medida que se desenvolve, seus esquemas tornam-se
generalizados, mais diferenciados e mais numerosos. NITZKE et alli (1997a)
escreve que os esquemas cognitivos do adulto são derivados dos esquemas
sensório-motores da criança. De fato, um adulto, por exemplo, possui um vasto
arranjo de esquemas comparativamente complexos que permitem um grande
número de diferenciações.

Os esquemas são usados para processar e identificar a entrada de estímulos,


neste processo o organismo fica apto a diferenciar e generalizar estímulos.

EXEMPLO DE ESQUEMAS: frutas, animais, carros... Um bebê de 5 meses


que come maçã raspadinha tem em seu esquema de frutas somente a maçã,
porque é o que ele conhece.

Diante de um estímulo, um adulto mostra-lhe a pêra e o bebê vai achar que é


maçã porque são semelhantes (textura, tamanho,vai comer raspadinha
também..) Observando as diferenças, automaticamente tentará encaixar este
estímulo (pêra) em seu esquema , aumentando assim o seu arranjo de
esquemas, neste caso de frutas

Vemos então, que os esquemas são estruturas intelectuais que organizam os


eventos como eles são percebidos pelo organismo e classificados em grupos,
de acordo com características comuns

ASSIMILAÇÃO: Ato ou efeito de assimilar, ou seja, um processo de


identificação onde duas ou mais coisas torna-se semelhantes, dando-se a
apropriação e compreensão absorvendo o conhecimento.
A assimilação ocorre quando adapta-se os novos estímulos aos esquemas já
adquiridos, por meios de novas experiências.

ACOMODAÇÃO: modificação de sistemas internos para adaptação a nova


situação ou conhecimento adquirido pela assimilação.
A acomodação ocorre quando os esquemas de ação e do pensamento se
modificam em contato com o objeto, situação.

Piaget explica que não existe assimilação sem acomodação, significa que a
assimilação de um novo dado, conhecimento ou situação estão em esquemas
já existentes, ou seja, acomodados em fases anteriores. E quando explica que
não existe acomodação sem assimilação, significa que um dado, conhecimento
ou situação é acomodado perante a sua assimilação no sistema cognitivo
(ESQUEMA) existente. (PIAGET, p. 18)
O organismo se sustenta e cresce por meio de interações com o ambiente. É
importante saber se a criança que adquiriu um padrão de conduta o realiza
com autonomia ou se ela o realiza em função do controle materno e/ou
paterno.
Ex: quando a criança vai jogar, brincar, o faz da maneira que quer ou da forma
que impuseram a ela.
Se realiza sem autonomia e com controle, significa que não houve a
assimilação e acomodação, é um ato mecânico.
EXEMPLOS DE ASSIMILAÇÃO E ACOMODAÇÃO

Exemplo 1 - uma criança está aprendendo a reconhecer animais, e até o


momento, o único animal que ela conhece e tem organizado
esquematicamente é o cachorro. Assim, podemos dizer que a criança possui,
em sua estrutura cognitiva, um esquema de cachorro. Pois bem, quando
apresentada, à esta criança, um outro animal que possua alguma semelhança,
como um cavalo, ela a terá também como cachorro (marrom, quadrúpede, um
rabo, pescoço, nariz molhado, etc.). Notadamente, ocorre, neste caso, um
processo de assimilação, ou seja a similaridade entre o cavalo e o cachorro
(apesar da diferença de tamanho) faz com que um cavalo passe por um
cachorro em função da proximidades dos estímulos e da pouca variedade e
qualidade dos esquemas acumulados pela criança até o momento. A
diferenciação do cavalo para o cachorro deverá ocorrer por um processo
chamado de acomodação. Ou seja, a criança, apontará para o cavalo e dirá
"cachorro" . Neste momento, uma adulto intervém e corrige, "não, aquilo não é
um cachorro, é um cavalo". Quando corrigida, definindo que se trata de um
cavalo, e não mais de um cachorro, a criança, então, acomodará aquele
estímulo a uma nova estrutura cognitiva, criando assim um novo esquema.
Esta criança tem agora, um esquema para o conceito de cachorro e outro para
o conceito de cavalo.

Exemplo 2 - uma criança está aprendendo a reconhecer as formas


geométricas e, até o momento, a única forma geométrica que ela conhece e
tem organizado esquematicamente é o quadrado. Nesse caso, podemos dizer
que a criança possui, em sua estrutura cognitiva, um esquema de quadrado.
Quando apresentarmos, a essa mesma criança, outra forma geométrica que
possua alguma semelhança com o quadrado, como um retângulo, ela dirá que
é um quadrado (quatro pontas, amarelo, grande, etc). O que ocorre, neste
caso, é um processo de assimilação, isto é, a similaridade entre quadrado e
retângulo faz com que um retângulo se confunda com um quadrado em função
da proximidade dos estímulos e da pouca variedade e qualidade dos esquemas
acumulados pela criança até aquele momento de vida. A diferenciação do
quadrado para o retângulo ocorrerá por um processo que Piaget chamou de
acomodação. O que isso significa? Quando a criança apontar um retângulo e
verbalizar quadrado, o adulto que estiver com ela e/ ou outra criança mais
experiente dirá: “Isto não é quadrado, é um retângulo”. Ao ser corrigida, a
tendência da criança é acomodar esse novo estímulo à sua estrutura cognitiva,
construindo, dessa forma, um novo esquema. Assim, podemos dizer que essa
criança terá um esquema para o conceito de quadrado e outro para o conceito
de retângulo.

MODALIDADES DE APRENDIZAGEM E ENSINAGEM

A modalidade de aprendizagem é a forma de como construímos nossa forma


de aprender, como nos apropriamos do conhecimento. Está vinculada com
nossas primeiras aprendizagens as quais se deram com nossa família, ou seja
nossos primeiros ensinantes.
Para aprender é preciso que os ensinantes mostrem e guardem o
conhecimento, ou seja não dar o conhecimento pronto e também não
esconder, fazendo que o aprendente sinta o desejo de aprender , obtendo
autonomia de pensamentos e entusiasmo possibilitando assim a
confrontação de ideias e novas descobertas. Quando o individuo tem desejo
de possuir algo, tem também maneiras diferentes para isso, essas maneiras
são como ele aprendeu, ou seja sua modalidade de aprendizagem.
A modalidade de aprendizagem do sujeito na infância está construída nas
bases de numa modalidade de aprendizagem familiar, ou seja, de seus
ensinantes.
Modalidade Ensinante de uma pessoa està em relação, por sua vez, com sua
própria modalidade de aprendizagem. Assim, para poder mudar a modalidade
de ensino, é necessário mudar a modalidade de aprendizagem.
Podemos assinalar que, quanto mais saudável for a modalidade de
aprendizagem de uma pessoa, mais possibilidade terá de construir modalidade
de ensino possibilitadoras para aprendizagem.
Observamos que a modalidade de ensinagem que temos é a nossa
modalidade de aprendizagem que tivemos, uma vem da outra.

IDENTIFICAR A MODALIDADE DE APRENDIZAGEM DO APRENDENTE

A modalidade de aprendizagem pode ser SADIA a qual acontece naturalmente


com a assimilação e a acomodação equilibrada ou pode ser
PREJUDICADA, pelo desequilíbrio da assimilação e acomodação gerando
os HIPER E HIPOS.
Na modalidade de aprendizagem, descobriremos quais os mecanismos o
sujeito usou para realizar o que aprendeu. Este processo está ligado com a
modalidade de aprendizagem familiar.
É muito importante o psicopedagogo interrogar como cada família lida com o
não conhecido: se ocultam; escondem; escondem-se; valorizam o segredo;
comunicam-se com o conhecido; valorizam as perguntas; dão espaço para o
pensar.

Segundo Fernández (1990, p. 108), deve-se considerar:


- a imagem de si mesmo como aprendente, como agem as figuras ensinantes
pai e mãe;
- o vínculo com o objeto de conhecimento;
- a história das aprendizagens (recolhidas na anamnese);
- a maneira de jogar;
- a modalidade de aprendizagem familiar
MODALIDADES QUE PREJUDICAM A APRENDIZAGEM

HIPERACOMODAÇÃO é entendida como “pobreza de contato com a


subjetividade, superestimulação da imitação, falta de iniciativa, obediência
acrítica às normas, submissão”. Alguém tem que mostrar como lidar com os
objetos. Apresenta respostas mecânicas, não consegue transformar. O sujeito
pode cumprir as instruções atuais, mas não dispõe de sua experiência prévia
com facilidade. Este indivíduo é descrito como “não é mau aluno, mas não tem
iniciativa, não é criativo; falha em redação”. Não consegue aprender, então
decora (aprendizagem mecânica). Acaba por perder o contato com a própria
subjetividade. Desenvolve esquemas imitativos que remetem à submissão.
Tem inibição motora, não consegue nem se acomodar às exigências do corpo,
executa movimentos desordenados.

É aquela criança que ainda não realizou o parto psíquico com a mãe, porém
apenas o biológico. Ambos encontram-se fundidos numa vinculação biológica.
Procura acomodar-se ao objeto, submisso, passivo, quieto e sem iniciativa.
Não sabe muito bem o que fazer, pois tem medo do novo. Ele assimila os
objetos novos com seu modelo antigo. Precisa da presença da autoridade
Infelizmente, essa modalidade de aprendizagem é a que mais encontramos no
nosso sistema educacional. Sabe por quê? Porque muitos pais e educadores
podam a criatividade de seus filhos/alunos, não os deixam pensar e, por
comodidade, oferecem as respostas, não os levam à reflexão. Esse
comportamento faz com que a criança não tenha iniciativa.

A partir da ameaça dos pais, a criança inibe sua necessidade, chegando a não
reconhecê-la, adequando-se assim às exigências paternais e realizando uma
domesticação em vez de uma aprendizagem. É obediente às leis. Perde a
subjetividade, responde apenas o desejo do outro.

INTERVENÇÃO

Canalizar a energia do aprendente para atividades estruturantes e concretas,


sem deixar de lidar com a expressão livre, para que ele possa se afirmar
enquanto personalidade autônoma.

Trabalhar com atividades que possibilite a introjeção. Atividades que permita


libertar a fantasia e o jogo, principalmente através da invenção de histórias de
personagens.

HIPERASSIMILAÇÃO

É um processo de forma intensa provocando uma projeção excessiva de


conteúdos internos considerados dolorosos.Possui uma assimilação pobre e
para tanto ele não transforma o objeto, apenas acomoda-o, num movimento
preciso de reprodução.É curioso, inquieto, não se organiza e não pensa para
fazer. Apresenta baixa capacidade de assimilar cognitivamente. Pode ocorrer
uma internalização prematura dos esquemas, com um predomínio lúdico que,
em vez de permitir a antecipação de transformações positivas, desrealiza
negativamente o pensamento do sujeito. Necessita de um espaço entre. A
criança com desrealização do pensamento é incapaz de concentrar sua
atenção, dispersando-se numa multiplicidade de estímulos sensoriais sem se
aprofundar em nada. A desrealização do pensamento normalmente está
associada a aceleração do psiquismo, um estado afetivo comumente
encontrado na euforia. Será como se a eloqüência na produção de idéias
superasse a capacidade de verbalizá-las. É comum a dificuldade do sujeito em
lidar com regras e limites, podendo ser considerado, muitas vezes, hiperativo.
Este tipo de sujeito pode ser algumas vezes até elogiado pela sua atitude
questionadora, investigativa, que se prende aos mínimos detalhes. Entretanto
nem sempre ele presta a devida atenção à resposta que lhe é dada pois já está
formulando outra pergunta. Escuta uma história e a reconta de forma
fragmerntada.Tem dificuldade de aceitar mudança. São pessoas passivas,
conservadoras, temem aventurar-se a buscar o novo. São dependentes,
querem permanecer na fase infantil.Apresenta uma dificuldade em classificar
os dados mais relevantes, em ordenar priorizando os mais importantes dos de
menos importância, em estabelecer uma série de passos para resolver a
situação que é conhecer. Em alguns pacientes podemos verificar dificuldades
em lidar com limites, em estabelecer vínculos, em lidar com regras
(egocêntrico). Utiliza uma linguagem subjetiva e está sempre desafiando as
regras. É aquele que podemos dizer que mexe em tudo, mas não constrói
nada. Ele experimenta e utiliza o material do seu interesse, espalha sobre ele,
no chão desordenadamente e, terminada a atividade ele não construiu nada.

INTERVENÇÃO

- Começar estabelecendo o vínculo materno e gradativamente aproximar-se


da função paterna (transferência).

- Possibilitar trabalhos em grupo, pois o encontro com o diferente possibilita o


contato com o real, o enfrentamento com o desafio. O grupo entra como
mediador do processo de ruptura com o materno.

- Possibilitar que o outro dialogue com a lei, exercitando a regra, o controle,


através de atividades prazerosas.

- Possibilitar que crie com os outros adultos as regras, pela dificuldade que
tem em aceitar imposições.

É necessário estabelecer a continuidade de ação e de pensamento

HIPOACOMODAÇÃO

Não tem referencias externas. Quando aparece uma exigência não


reage, desliga porque não tem como exercitar a acomodação.

Pobreza de contato com o objeto, dificuldade na internalização de imagens, a


criança sofreu a falta de estimulação ou abandono. Esta modalidade aparece
quando não se respeitou o tempo da criança nem sua necessidade de repetir
muitas vezes a mesma experiência.

É um sujeito que tem dificuldade em estabelecer vínculos seja a nível


emocional, seja a nível cognitivo. Apresenta inibição cognitiva, diferente da falta
de capacidade intelectual. Para ele, muitas vezes, aprender / conhecer / saber
representa o perigo. Ele nega a intervenção do meio, não responde as
interferências, não quer crescer, evoluir.

Esta pobreza de contato com a realidade impede uma aprendizagem saudável


e pode ter origem em situações familiares do início de sua vida ou em algum
conflito que está sendo vivenciado nesta etapa de sua existência.

Normalmente esta criança poderá ser taxada de preguiçosa, desatenta etc. É


aquela que dizem que, quando tem vontade, sabe fazer. São silenciosos,
ausentes, quanto mais provocados mais eles se escondem.

Apresenta dificuldade em resolver um raciocínio, seja por simples falta de


palavras, por escassez de idéias ou dificuldade de coordenação mental.

Na hipoacomodação o sujeito fica entediado e “esquece” que tem desejos de


conhecer e que pode escolher os objetos que deseja conhecer.

INTERVENÇÃO

Atendimento individualizado. Não é possível lidar com esta situação num


contexto de grupo interativo.

É importante oferecer-lhe um ambiente novo e um tipo de relação diferente


daquela que ele está acostumado.

É necessário e fundamental uma orientação particular também de grupo


familiar, reforçando os modelos paternos e materno.

Resgatar o dinamismo que se encontra bloqueado e que pode ser feito através
de um trabalho de aplicações concretas para que o aprendente possa
externalizar suas idéias.

HIPOASSIMILAÇÃO

Processo de projeção. As emoções e sentimentos que o sujeito tenta


rejeitar, são sentidas como estando fora do ego e projetadas no outro.

É um sujeito que apresenta pobreza de contato com o objeto que


resulta em esquemas de objeto empobrecido, déficit lúdico e criativo.

O sujeito não faz nada, não se arrisca nem toma a iniciativa se não for
explicitamente autorizado para isso. Assimilação pobre, pois ele não transforma
o objeto, apenas acomoda-o, num movimento preciso de reprodução.
Apresenta baixa capacidade de assimilar cognitivamente. Ele escuta uma
história e a reconta de forma fragmentada. Falta de curiosidade. A timidez e a
vergonha são sentimentos que não implicam em passividade, porém a
hipoassimilação é a dificuldade em lidar com a agressividade sadia, que nos
faz tocar, abrir, muitas vezes até quebrar aquilo que desperta a nossa
curiosidade. Costuma manter-se apático, com sentimento de incapacidade, de
pouco interesse, com dificuldade para escrita e lentidão para andar.
Geralmente, podemos verificar nesse paciente dificuldade de compreensão, de
iniciar uma conversação, de escolher palavras. Presas ao aqui e agora, se
prendem a modelos e esquemas preestabelecidos. São pessoas passivas,
conservadoras, temem aventurar-se a buscar o novo. São dependentes,
querem permanecer na fase infantil.

INTERVENÇÃO

O ensinante precisa possibilitar o prazer de aprender.

Oferecer os meios que permitam ao aprendente sair da condição na qual se


encontra aprisionado.

Trabalhar com recursos sensoriais concretos para atingir o imaginário.


Trabalhar a partir de exemplos concretos, leituras, modelos solicitando para o
aprendente a falar o que aprendeu.

FRATURAS NA MODALIDADE DE ENSINAR

- Modalidade de ensino onde só se mostra (exibicionista): o ensinante é o


conhecimento, mostra-se conhecedor, ou seja, só mostra e não dá
oportunidade para o aprendente construir seu conhecimento onde o mesmo
tem medo de pensar, questionar, mostrar o que sabe, enfim
Isso interfere na auto estima , pois o aprendente não tem autonomia em suas
aprendizagens, gerando uma inibição cognitiva. “ DO JEITO QUE FAÇO É O
CERTO”
Ex> família que acha estar certa em tudo somente mostrando ao aprendente e
não deixando-o que ele faça suas tentativas, não dando espaço para ele
pensar. Com certeza ele terá medo de errar, então não vai tentar.

- Modalidade de ensino de esconde: trabalha com o segredo, que tenta


esconder parte do conhecimento. Isso leva a uma situação na qual o aluno se
vê obrigado a espiar. E quando você espia, ao mesmo tempo incorpora uma
idéia de culpa por ter obtido esse conhecimento. Então, pode ser que esqueça
o que espiou ou faça de conta que não tem aquele conhecimento. Com a
mídia, que de certa forma também é "ensinante", como pais e professores,
esse processo se sofisticou. Hoje, esconde-se exibindo. Tudo é excesso. Na
escola, isso se traduz no "enciclopedismo". Prepara-se o aluno para que tenha
sucesso, mas oferecemos um conhecimento que não tem significação. E para
que algo tenha significação, precisamos outorgar sentido às coisas. Veja o
adolescente de hoje. Está entediado. Evita conhecer, como se o conhecimento
doesse, produzisse ferida. Mas não é o conhecimento que produz a ferida. Aqui
entra a questão da autoria do pensamento. Hoje, fazemos como fazia um rei da
Antiguidade, que matava o mensageiro que portava más notícias. O
mensageiro aqui corresponde à autoria do pensamento. (Entrevista com Alícia
Fernandes )

- Modalidade de ensino QUE DESMENTE, o aprendente poderá anular sua


capacidade de pensar. é um modo de exibir e esconder. Não posso. Não me interessa.
Não sei. Não tenho capacidade de saber.Não tenho capacidade pensante.

Estes três modelos , onde a circulação de conhecimento se encontra


comprometida ., configuram modalidades de aprendizagem que se
transformarão, pela fratura ou pela dificuldade , no que chamaremos de
problemas de aprendizagem.

O RESULTADO DAS FRATURAS DE ENSINAGEM SÃO AS SEGUINTES


FRATURAS DE APRENDIZAGEM:

HIPOACOMODADA-HIPOASSIMILADA, manifesta-se a partir do mecanismo


de evitação do sujeito em contato com o objeto de conhecimento, surge entre a
relação exibicionista do ensinante e a ofuscação do aprendente, resultando em
uma inibição cognitiva. DERIVADA DA Modalidade de ensino onde só se
mostra (exibicionista);

HIPERACOMODADA-HIPOASSIMILADA resulta da relação ocultar-esconder


do ensinante e a necessidade de espiar do aprendente, situação quem o
sujeito aparece impedido de conhecer e sente-se culpado por ter conhecido,
resultando em problemas de aprendizagem-sintoma. DERIVADA DA
Modalidade de ensino de esconde;

HIPERASSIMILADA-HIPOACOMODADA as características aparecem em


situações em que o objeto é conhecido de forma fragmentada, já que o sujeito
autor não aceita a sua legalidade e impõe como real o seu imaginário,
responde, em geral, à insistência da desmentida que é um modo de exibir e
esconder por parte do ensinante, surgindo um aprendente que renega sua
capacidade pensante, resultando no transtorno de aprendizagem que estrutura-
se em oligotimia, que é um “não sei” que filtra o que” não posso saber”,
proibindo-se de questionar e mostrar o que sabe.DERIVADA DA Modalidade
de ensino QUE DESMENTE

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