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Parte II

Sismicidade no Mundo

Cintura circumpacífica
Cintura mediterrânico-asiática
Cristas das dorsais oceânicas
Sismicidade e Tectónica de placas
A maior parte dos sismos, cerca de 95%, ocorre nas
fronteiras das placas litosféricas (SISMOS INTERPLACA),
nomeadamente nos limites convergentes (zonas de
subducção), limites divergentes (dorsais oceânicas) e
limites conservativos (falhas transformantes).
Limites convergentes: Sismo de Sumatra na Indonésia
Limites divergentes: Sismos associados à dorsal médio-atlântica
Limites conservativos: Sismos associados à Falha de S. Francisco na Califórnia

Contudo, também existem SISMOS INTRAPLACA, ou


seja, que ocorrem no interior de uma placa litosférica,
consequência da existência de falhas activas.
Sismo de Benavente – 1909
Sismos e Tectónica de placas
Sismos e Tectónica de placas
Sismicidade interplaca – limites convergentes:
Sismos e Tectónica de placas
Sismicidade interplaca –
limites divergentes e transformantes:
Sismicidade em Portugal.
Pela sua localização tectónica, Portugal é um país de risco sísmico moderado.

§  Portugal continental situa-se na placa euro-asiática, delimitada por dois sistemas
sismogénicos: a sul pela falha Açores-Gibraltar e a oeste pelo rifte da dorsal médio-
atlântica;
Além disso, no interior da placa, possui um sistema de falhas activas.
Terramoto de 1755 - Lisboa

O Terramoto de 1755 ocorreu no dia 1 de Novembro de


1755, às 9:20 da manhã, resultando na destruição quase
completa da cidade de Lisboa, e atingindo ainda grande
parte do litoral do Algarve.

O sismo foi seguido de um tsunami - que se crê terá


atingido a altura de 20 metros - e de múltiplos incêndios,
tendo feito certamente mais de 10 mil mortos.

Os geólogos estimam que o sismo de 1755 atingiu 9


graus na escala Richter.

A localização do epicentro permanece ainda incerta.


Contudo, a falha Açores-Gibraltar, a mais de 100 km da
costa, no Banco de Gorringe, é uma das hipóteses mais
prováveis.
Terramoto de 1755 - Lisboa

Relatos da época afirmam que os abalos foram sentidos,


consoante o local, durante entre 6 minutos a 2 horas e
meia, causando fissuras enormes de que ainda hoje há
vestígios em Lisboa.

Com os vários desmoronamentos os sobreviventes


procuraram refúgio na zona portuária e assistiram ao recuo
das águas. Poucas dezenas de minutos depois, um
tsunami, que actualmente se supõe ter atingido 20 metros
de altura, fez submergir o porto e o centro da cidade.

Nas áreas que não foram afectadas pelo tsunami, o fogo


logo se alastrou, e os incêndios duraram pelo menos cinco
dias. Todos tinham fugido e não havia quem o apagasse.
Terramoto de 1755 - Lisboa
O Marquês do Pombal ordenou um inquérito, enviado
a todas as paróquias do país para apurar a ocorrência
e efeitos do terramoto.
O questionário incluía as seguintes questões:
•  Quanto tempo durou o terramoto?
•  Quantas réplicas se sentiram?
•  Que tipo de danos causou o terramoto?
•  Os animais tiveram comportamento estranho?
•  Que aconteceu nos poços?

As respostas estão ainda arquivadas na Torre do


Tombo. Através delas possível aos cientistas actuais
recolherem dados fiáveis e reconstituírem o fenómeno
numa perspectiva científica.
O inquérito do Marquês do Pombal foi a primeira
iniciativa de descrição objectiva no campo da
sismologia, razão pela qual é considerado um
precursor da ciência da sismologia.
Sismo de Benavente

A falha do Vale Inferior do Tejo, com direcção aproximada NE-SW, corresponde a uma
fonte sismogénica em que se têm verificado vários eventos catastróficos Foi nesta falha
que se gerou o sismo de Benavente, em 23 de Abril de 1909 (que causou 60 mortes e
destruiu por completo esta vila e várias aldeias próximas, causando, também, danos em
Lisboa), cuja magnitude está estimada entre 6 e 7,6, e que é considerado o sismo mais
destruidor, em Portugal Continental, no século XX.
Sismicidade em Portugal.
§  Açores: apresenta risco sísmico elevado devido ao seu enquadramento tectónico:
Falha Açores-Gibraltar = Rifte da Terceira + Falha da Glória + Banco de Gorringe
Dorsal médio-atlântica e suas falhas transformantes

§  Madeira: sismicidade reduzida pois localiza-se no interior da placa africana.


Sismicidade em Portugal.
Prevenção e Protecção
em caso de
Sismos
Risco sísmico
Possíveis danos:
-  Fendas no solo;
-  Colapso de infra-estruturas;
-  Deslizamento de terrenos e
possível soterramento;
-  Falhas na rede eléctrica, corte
de água e gás;
-  Inundação das zonas costeiras
por formação de tsunamis;
-  Vítimas mortais.
Quais as zonas de maior risco sísmico?
O risco sísmico de uma região está associado a:
• Localização tectónica
- a proximidade de um limite de placas ou falhas activas
aumenta o poder destrutivo de um sismo.

• Litologia da região
- o tipo de rochas/solo determina os efeitos produzidos pela
passagem das ondas sísmicas.

• Vulnerabilidade da região
- consoante o desenvolvimento socioeconómico, a preparação
da população, a capacidade de intervenção da proteção civil.
Minimização de risco sísmico
-  Estudo geológico dos terrenos;
-  Identificação e monitorização de falhas activas;
-  Levantamento do estado das edificações e avaliação do
risco (se necessário reabilitar);
-  Identificação de zonas de risco;
-  Elaboração de cartas de isossistas de intensidade máxima;
-  Aplicação de normas de construção anti-sísmica;
-  Sensibilização e educação das populações.
Minimização de risco sísmico
Estudo geológico dos terrenos – antes do lançamento de grandes
construções e obras de engenharia (pontes, viadutos, barragens, centrais
nucleares, etc) deve se feito um estudos geológico dos terrenos.

Construir sobre falhas activas ou sobre terrenos movediços ou aluviais é


aumentar consideravelmente a probabilidade de colapso dessas construções
no caso de ocorrer um sismos.
Também a natureza dos terrenos nos quais as construções assentam pode
ampliar os efeitos dos sismos.
Minimização de risco sísmico
Construções anti-sísmicas - devem investigar-se novas técnicas de
construção e quais os materiais menos vulneráveis em presença de
vibrações.

Construções parassísmicas (Japão) Ponte Vasco da Gama (Lisboa)


Los Angeles City Hall sofreu danos graves
no terramoto de Northridge (1994) quando
fendas abriram o edifício e os ladrilhos
exteriores se despedaçaram no solo.
A obra de restauro durou três anos e
incluiu:

§ Reforço das paredes da torre com barras


de aço e a ligação das alas Norte e Sul com
escoras de aço;
§ Fosso em redor do edifício para o separar
do chão ondulantes;
§ Sistema de suspensão - amortecedores
na base de colunas de suporte para
absorver os choques durante um sismo,
enquanto os isoladores de aço e borracha
permitem que o edifício não acompanhe o
movimento do solo.
O edifício mais alto da cidade do México
mantém-se firme graças a amortecedores
diagonais concebidos para resistir a um
sismo de magnitude 8,4.
Meses depois da sua inauguração, a torre foi
abalada por um sismo de magnitude 7,4 a
300 Km de distância.
A estrutura rangeu, mas sentiu-se pouco
movimento e o edifício não sofreu danos.
O pagode Yasaka, em
Quioto (Japão), sobreviveu
a mais de cinco séculos de
sismos.
Após cada abanão, o
edifício oscila sinuosamente
e, cada andar abana de
maneira independente em
redor de um pilar de
ancoragem central.
Reconhecendo o valor desta
forma antiga de projectar
edifícios, os engenheiros
estão a adaptá-la ao uso
moderno.
Em Portugal:
É do tempo do Marquês de Pombal que aparece a primeira
regulamentação anti-sísmica, a qual foi rigidamente aplicada após o
terramoto de 1755.

A gaiola pombalina é um sistema de construção anti-


sísmica utilizado na Baixa Pombalina de Lisboa após o
terramoto de 1755. A gaiola pombalina é uma estrutura
tridimensional de madeira embebida nas paredes de
alvenaria.

O terramoto de 1755 veio mostrar a fragilidade da


construção em alvenaria, que tinha uma capacidade
muito reduzida de absorção e dissipação da energia
libertada pela catástrofe.

A madeira, sendo deformável, tinha uma elevada


capacidade de resistência às forças de tracção e
compressão num meio constantemente agitado

A primeira legislação anti-sísmica portuguesa moderna surge


apenas em 1958.
Prevenção e Protecção
em caso de
Sismos

O que Fazer Antes, Durante e Depois?


O que fazer ANTES de um sismo?
Informa-te sobre as causas e efeitos possíveis de um sismo na
tua zona.

Elabora um plano de emergência para a sua família


(certifica-te que todos sabem o que fazer, no caso de ocorrer
um sismo).

Em casa, arruma os espaços e fixa os móveis e outros objectos


mais pesados.

Organiza um kit de emergência.

Identifica os locais mais seguros.

Conhece os locais mais perigosos.

Ensina a todos os familiares como desligar a electricidade e


cortar a água e o gás.

Tem à mão, em local acessível, os números de telefone de


serviços de emergência.
112
O que fazer DURANTE um sismo?

Mantém a calma e fica alerta para a queda de objectos.

Abriga-te no vão de uma porta interior, nos cantos das salas ou debaixo de uma
mesa ou cama (locais mais seguros).

Mantém-te afastado de janelas e espelhos, escadas e elevadores, do meio das


salas ou quartos. Tem cuidado com a queda de candeeiros, móveis ou outros
objectos.
O que fazer DURANTE um sismo?
•  SE ESTÁS NA RUA
Dirige-te para um local aberto com calma e serenidade, longe do mar ou cursos
de água.
Não corras nem andes a vaguear pelas ruas.

Afasta-te dos edifícios (sobretudo dos mais degradados, altos ou isolados), dos
postes de electricidade e outros objectos que te possam cair em cima.
Afasta-te de taludes, muros, chaminés e varandas que possam desabar.

•  SE VAIS NUM CARRO


Pára a viatura longe de edifícios, muros, taludes, postes e cabos de alta tensão e
permanece dentro dela.
O que fazer DEPOIS de um sismo?
Mantém a calma e conta com a ocorrência de possíveis réplicas.

Não te precipites para as escadas ou saídas. Nunca utilizes elevadores.

Não fumes nem acenda fósforos ou isqueiros. Podem haver fugas de gás.

Corta a água e o gás e desliga a electricidade.

Utilize lanternas a pilhas.

Limpa urgentemente os produtos inflamáveis que tenham sido derramados


(ex: álcool ou tintas).

Evita passar por locais onde existam fios eléctricos soltos.

Liga o rádio e cumpre as recomendações que forem difundidas.

Não utilizes o telefone, excepto em caso de extrema urgência ( feridos graves,


fugas de gás ou incêndios).

Não circules pelas ruas para observar o que aconteceu. Liberta-as para as
viaturas de socorro.

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