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TANGARÁ DA SERRA – MT
2020
GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO
UNIVERSADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
CÂMPUS UNIVERSITÁRIO DE TANGARÁ DA SERRA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
TANGARÁ DA SERRA – MT
2020
GABRIELA DUARTE BARIVIERA
Aprovado em _____de__________2020.
_________________________________________
Gabrielli Steinhowser Machado Sanches
Professora Orientadora
Curso de Engenharia Civil UNEMAT – Campus Universitário de Tangará da
Serra
_________________________________________
XXXXXXX
Professor Avaliador
Curso de Engenharia Civil UNEMAT – Campus Universitário de Tangará da
Serra
_________________________________________
XXXXXXX
Professor Avaliador
Curso de Engenharia Civil UNEMAT – Campus Universitário de Tangará da
Serra
TANGARÁ DA SERRA – MT
2020
RESUMO
O presente estudo tem como objetivo analisar a influência da rigidez das ligações viga-
pilar em edificações multipavimentos em concreto, dadas pelas ligações de
característica perfeitamente rígida que traduzem as construções em concreto armado
e as vinculações rotuladas que apresentam menor grau de rigidez e são
características de estruturas pré-moldadas de concreto. Os parâmetros a serem
analisados em função da alteração de vinculação são a estabilidade global como um
todo, os coeficientes 𝛼 e 𝛾𝑧, processo P-Delta, deslocamentos, momentos e taxa de
aço. Tendo em vista que com o desenvolvimento urbano e o crescimento
populacional, os edifícios estão sendo projetados cada vez mais altos devido à
saturação dos espaços urbanos, é necessário relacionar esses fatores também ao
acréscimo de altura, o que gera maiores solicitações na estrutura e, por consequência,
se faz necessário verificar não mais apenas as cargas verticais provenientes das
ações aplicadas, mas sim a instabilidade global. Para tanto, foram projetadas 4
edificações, variando-se a flexibilidade dos nós em engaste e rótula e o número de
pavimentos entre 6 e 8. Com os resultados obtidos é possível afirmar que a redução
da rigidez causa significativos impactos na segurança e estabilidade da estrutura, se
tornando ainda mais discrepante quando considerado a maior altura. Sabendo,
portanto, que a situação de rigidez perfeita não é alcançada na prática de execução e
observando as grandes diferenças de valores obtidos para ambos os casos, é de
extrema importância que a consideração de maneira correta dessas vinculações por
parte do Engenheiro Projetista não seja negligenciada.
2 PROBLEMA ................................................................................................................ 6
3 HIPÓTESE................................................................................................................... 6
4 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 7
8 METODOLOGIA ....................................................................................................... 28
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................49
APÊNDICE A..............................................................................................................51
5
1 INTRODUÇÃO
Com o crescente avanço populacional ao longo dos anos, cada vez mais o
concreto armado se mostra como um material de grande importância para o
desenvolvimento da sociedade atual que, gradativamente, passa necessitar de
construções que venham atender o pouco espaço horizontal disponível nos centros
urbanos, fator esse que passou a resultar em projetos de edifícios de concreto cada
vez mais esbeltos.
Em decorrência desse considerável aumento de altura, diversos autores como
Wordell (2003) salientam a necessidade de não mais apenas verificar as cargas
verticais provenientes das ações aplicadas, mas sim a instabilidade global que a
estrutura estará sujeita, uma vez que o valor das tensões é proporcional ao aumento
do número de pavimentos, podendo gerar situações imprevistas de comportamento.
Esse comportamento global está intrinsecamente relacionado com a rigidez da
estrutura que provém, consequentemente, da rigidez das ligações entre os elementos
que a compõem, como as vigas e os pilares que serão base de estudo nesse trabalho.
Para assegurar a estabilidade global de uma estrutura, é então necessário garantir
uma adequada rigidez desses elementos responsáveis por resistir aos esforços
(SANTOS, 2016).
A variabilidade da rigidez das ligações tem, portanto, influência direta no
comportamento da estrutura como um todo e principalmente nos deslocamentos
horizontais e na estabilidade global da mesma (ALVA, FERREIRA e EL DEBS, 2009;
SANTOS, 2016).
Se tratando das ligações, essas podem ser classificadas em: ligações
perfeitamente rígidas que são as usuais no dimensionamento de peças de concreto
armado, caracterizadas por não gerar rotações relativas entre os elementos
conectados; ligações rotuladas usualmente utilizadas em dimensionamento de peças
de concreto pré-moldado e que diferentemente das rígidas, não garantem monolitismo
à estrutura e ligações semirrígidas que possuem características intermediárias.
Conhecendo, portanto, os diferentes tipos de ligações existentes na
engenharia, é primordial ao engenheiro o entendimento do modo como cada uma se
comporta e quais são os diferentes resultados gerados frente à modificação do grau
de rigidez no que diz respeito ao dimensionamento dos elementos e dos
deslocamentos da estrutura, fatores esses que podem influenciar no caráter
econômico e de segurança da edificação.
6
Para tanto, o presente trabalho tem como objetivo avaliar através de métodos
numéricos e analíticos utilizando um software comercial de dimensionamento
estrutural, Eberick V8, justamente essa influência da rigidez do vínculo viga-pilar no
comportamento estrutural de edifícios de múltiplos pavimentos em concreto armado e
pré-moldado e analisar as disparidades geradas em fatores como taxa de armadura e
deslocamentos.
Por fim, a viabilidade de realização da análise comparativa pode ser vista
também no que diz respeito à necessidade do engenheiro em conhecer as bases
teóricas de cada tipo de vinculação para que esse possa, de maneira a não
negligenciar os resultados, projetar a estrutura de maneira segura interpretando os
dados gerados pelos softwares computacionais de maneira adequada.
2 PROBLEMA
No campo de pesquisa de estruturas de concreto, um fator essencial a ser
levado em consideração é a análise do comportamento global da estrutura que recebe
influência direta das ligações entre os elementos. Essas ligações são responsáveis,
também, por diferenciar o modelo construtivo de concreto armado convencional do
modelo pré-moldado.
Assim sendo, é primordial que o engenheiro projetista tenha conhecimento dos
diferentes comportamentos provenientes das vinculações a fim de garantir que o
dimensionamento estrutural ocorra de maneira correta de acordo com o método
construtivo e que sempre se mostre a favor da segurança.
Mas quais são as diferenças desses comportamentos e como influenciam no
dimensionamento das peças estruturais? Como a alteração da rigidez das ligações
afeta a estabilidade global de um edifício? É necessário responder essas questões
para garantir a realização de um projeto adequado.
3 HIPÓTESE
Hipótese a) Conforme o aumento do número de pavimentos, maior se torna as
discrepâncias entre os parâmetros estudados para os dois casos, devido ao aumento
de tensões sobre a estrutura.
Hipótese b) A redução da rigidez do vínculo viga-pilar resulta em maiores
deslocamentos da estrutura pois a torna isostática, deixando de restringir os graus de
liberdade em certa direção.
7
4 JUSTIFICATIVA
O adequado entendimento a respeito do grau de vinculação entre vigas e
pilares é imprescindível ao engenheiro calculista, uma vez que dimensionar elementos
de uma edificação sem analisar a estrutura de maneira completa e global pode resultar
em situações não previstas de comportamento estrutural, afetando a segurança do
projeto.
Nesse contexto, o trabalho se justifica pela grande quantidade de ligações
existentes na engenharia, as quais não devem ser vistas como sendo apenas regiões
de nós na estrutura, mas sim como regiões que influenciam diretamente na
distribuição dos esforços e impactam nos deslocamentos da estrutura, sendo
necessário conhecer o comportamento de cada uma.
Sendo assim, é necessário estudar como a redução ou o aumento da rigidez
das ligações altera este comportamento. Tal alteração resulta em diferentes
comportamentos globais, os quais geram disparidades no dimensionamento das
peças e armaduras e não podem ser desconsiderados, já que possuem influência no
caráter econômico e de segurança da edificação.
A importância da realização do estudo comparativo se mostra ainda, no que
tange os atuais métodos de cálculo e projeto, considerando que os meios
computacionais existentes facilitam a obtenção de resultados, mas a utilização segura
desses recursos requer o entendimento preciso das bases teóricas por parte do
engenheiro para que os resultados gerados não sejam negligenciados.
5 OBJETIVO GERAL
O presente trabalho tem como objetivo analisar a influência da rigidez do
vínculo viga-pilar no comportamento estrutural de edifícios de múltiplos pavimentos
em concreto armado e pré-moldado utilizando métodos numéricos e analíticos.
6 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
São os objetivos específicos referentes a este estudo:
8
7 REFERENCIAL TEÓRICO
7.1 Concreto armado
O concreto é um material composto por água, cimento e agregados, podendo
contar ou não com a utilização de aditivos e aglomerantes dependendo da sua
necessidade de utilização.
Se caracteriza por ter elevada resistência aos esforços de compressão e baixa
resistência à tração, apresentando apenas 10% da resistência à compressão, o que
não o torna adequado para utilização estrutural sem o incremento de outros materiais,
uma vez que praticamente em todas as estruturas estão presentes as solicitações de
tração (CARVALHO e FILHO, 2007).
Para tanto, se faz o uso de barras de aço alocadas em posições estratégicas
nos elementos, as chamadas armaduras, e isso se deve ao fato de esse material
apresentar alta resistência aos esforços de tração, originando assim o concreto
armado que é largamente utilizado na maioria das construções. Ambos os materiais,
concreto e aço, passam a interagir de maneira a resistir solidariamente aos esforços
(CARDOSO, 2013).
Carvalho e Filho (2007) explicam que essa solidariedade entre os elementos
só é possível devido à aderência entre o concreto e a superfície do aço, sendo que a
9
Em seu estado fresco, o concreto pode ainda ser moldado em diferentes formas
devido a consistência plástica que esse apresenta, dando origem ao concreto pré-
moldado ou pré-fabricado (RODRIGUES e SOUZA, 2008).
7.1.1 Vigas
Vigas são “elementos lineares onde a flexão é preponderante” (NBR
6118:2014, item 14.4.1.1) e por elementos lineares entende-se “aqueles em que o
comprimento longitudinal supera em pelo menos três vezes a maior dimensão da
seção transversal” (NBR 6118:2014, item 14.4.1). Sendo assim, é possível dizer que
esses elementos sofrem a ação de momento fletor e força cortante (CARDOSO,
2013).
10
7.1.2 Pilares
São definidos como “elementos lineares de eixo reto, usualmente dispostos na
vertical, em que as forças normais de compressão são preponderantes” (NBR 6118:
2014, item 14.4.1.2).
Cardoso (2013) ainda os define como elementos de seção transversal
preponderantemente retangular, quadrada ou circular responsáveis por receberem as
ações provenientes dos diversos níveis da estrutura e transmiti-las para as fundações,
de modo que sua ruptura pode levar a estrutura ao colapso.
7.2 Estrutura
Trata-se da parte mais resistente de uma edificação, responsável por receber
e transmitir os esforços oriundos das ações sofridas para as fundações. Para tanto,
há a necessidade de que estas sejam constituídas de materiais não totalmente rígidos,
os denominados elementos estruturais que, por sua vez, sofrem deformações como
consequência da transmissão de solicitações (RODRIGUES e SOUZA, 2008).
A estrutura deve, ainda, se manter em plenas condições de utilização, não
apresentando deformações além dos limites permitidos de maneira a fornecer
conforto, segurança e estabilidade durante toda sua vida útil. Diz-se que quando
ocorre fissuras excessivas, vibrações que causem desconforto ou rupturas, a estrutura
atingiu seu estado limite, deixando de atuar como foi prevista (CARDOSO, 2013).
No âmbito de classificação das estruturas, segundo Neves (2016) a estrutura
de concreto armado no local se difere das demais por apresentar monolitismo, de
forma a trabalhar como um único elemento de elevada rigidez facilitando a
transmissão de esforços, enquanto que a estrutura de concreto pré-moldado, por
exemplo, não apresenta caráter monolítico e, portanto, seus elementos devem ser
considerados isolados.
Outra diferenciação que pode ser feita é no que diz respeito aos graus de
liberdade referentes às ligações, sendo que as rígidas restringem grande parte desses
graus enquanto que as articuladas permitem certos graus de liberdade, podendo gerar
deslocamentos e rotações (FERREIRA, 1993).
13
A figura 7 exemplifica alguns tipos mais usuais de nós existentes com base na
configuração geométrica das ligações entre vigas e pilares.
De (a) à (f) tem-se os ditos “nós internos” que se referem às ligações dos
elementos vigas e pilares que compoem a parte interna da estrutura, enquanto que
de (g) à (j) exemplifica-se os “nós externos”, classificados por fazerem parte da
15
7.4 Ações
Ações são, conforme Carvalho e Filho (2007, p. 48): “[...] qualquer influência,
ou conjunto de influências capaz de produzir estados de tensão ou de deformação em
uma estrutura.”
Todas as ações devem, obrigatoriamente, serem levadas em consideração na
análise estrutural sempre que produzirem efeitos significativos sobre a estrutura. E
essas podem ser classificadas em permanentes, variáveis e excepcionais (NBR 6118,
2014).
ações que crescem no tempo, tendendo a um valor limite constante.” (NBR 6118:2014,
item 11.3.1).
Alguns exemplos estabelecidos pela norma são: peso próprio da estrutura,
peso de elementos construtivos e instalações permanentes.
Wordell (2003) ressalta como atualmente os edifícios tem sido projetados com
altura cada vez maior em decorrência da escassez de espaço ou do custo elevado
dos mesmos e afirma que para alturas significativas não basta analisar as cargas
verticais sofridas pelos pilares, mas sim verificar a instabilidade que a estrutura pode
vir a sofrer.
A variabilidade da rigidez das ligações tem influência direta no comportamento
da estrutura como um todo e principalmente nos deslocamentos horizontais e na
estabilidade global da mesma, o que está intrínseco aos efeitos de segunda ordem
aos quais a estrutura estará sujeita (ALVA, FERREIRA e EL DEBS, 2009; SANTOS,
2016).
Por fim, Santos (2016, p.61) conclui que “[...] na análise da estabilidade global,
a definição da rigidez das ligações viga-pilar é imprescindível e não pode ser
negligenciada.” A fim de verificar a estabilidade global da estrutura, os três parâmetros
mais utilizados são o parâmetro de instabilidade 𝛼, o coeficiente 𝛾𝑧 e o processo P-
Delta (Trombeta e Vallandro, 2016).
Os efeitos de 2ª ordem podem ser ditos, portanto, como aqueles advindos dos
deslocamentos dos nós da estrutura devido às ações verticais e horizontais e podem
ainda ser classificados em globais, locais e localizados (figura 8). A deslocabilidade
da estrutura como um todo traduz um efeito de segunda ordem global (SANTOS,
2016).
Sobre o diagrama, Zumaeta (2016, p. 21) explica: “[...] para as tensões 𝜎1,𝜎2 e
𝜎3, a resposta do concreto não é a mesma, pois para estas tensões encontra-se
𝐸𝑐1,𝐸𝑐2 e 𝐸𝑐3 respectivamente. Portanto, percebe-se que o módulo de elasticidade
não é constante (único).”
Se tratando da não-linearidade geométrica, essa se relaciona às mudanças na
geometria da estrutura em decorrência das ações atuantes considerando a posição
deformada (SANTOS, 2016). Trata-se da mudança de posição da estrutura no
espaço, dada pelas deformações sofridas (PINTO, 2002)
Para explicar o comportamento desse efeito, Zumaeta (2016) sugere que seja
considerado uma barra vertical engastada na base e livre no topo que, após ser
submetida a uma ação horizontal no topo, sofre mudança na sua geometria (figura
11).
Onde:
∆𝑀𝑡𝑜𝑡,𝑑 é a soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na
estrutura, na combinação considerada, com seus valores de cálculo, pelos
deslocamentos horizontais de seus respectivos pontos de aplicação, obtidos da
análise de primeira ordem;
𝑀1,𝑡𝑜𝑑,𝑑 é a soma dos momentos de todas as forças horizontais da combinação
considerada, com seus valores de cálculo, em relação à base da estrutura.
Após a realização do cálculo, Santos (2016) dita que a seguinte consideração
pode ser feita:
24
Este método é também conhecido como método iterativo, uma vez que depois
de realizar a análise dos efeitos de primeira ordem, realiza-se uma série de iterações
até atingir uma posição de equilíbrio, a fim de se obter o momento final de segunda
ordem, como mostrado na figura abaixo. (MONCAYO, 2011).
3) Este momento é equilibrado pelas cargas horizontais, de modo que estas sofrem
um acréscimo (Δh).
Δh = 𝑀 (6)
𝐿
4) Este momento é equilibrado pelas cargas horizontais, de modo que estas sofrem
um acréscimo (Δh).
5) Calcula-se os novos deslocamentos com base no novo carregamento que advém
do acréscimo das cargas horizontais.
6) O processo só para quando ocorre uma convergência dos valores de deformação
da edificação, obtendo-se assim, o carregamento final da estrutura levando em conta
os esforços de 1ª ordem (do primeiro carregamento, quando da estrutura indeformada)
e dos esforços de 2ª ordem (na verdade, n ordens, devidos aos deslocamentos da
estrutura).
ESTADO DA ARTE
existentes, dada pela ligação semirrígida que se caracteriza pela transmissão parcial
de momentos fletores.
De acordo com Sussekind (1980), sempre que na fase de projeto o
engastamento perfeito não for considerado e assegurado, bem como quando na fase
de execução não forem tomadas medidas que garantam essa condição, deve-se
considerar uma situação desfavorável, sendo essa o engastamento parcial, dado pela
ligação semirrígida (apud SANTOS, 2016).
O termo de ligações baseadas na semi rigidez foi citado também por Ferreira
em 1993. O autor salienta também a atenção necessária que deve ser dada a esses
elementos de vinculação, uma vez que sua falha pode acarretar no colapso estrutural.
Esse fato é citado novamente por Neves em 2016, que considera as ligações como
responsáveis pela formação do sistema estrutural em si, sendo de fundamental
importância em uma edificação.
De maneira geral, diversos autores reconhecem a condição de que na prática
é realmente muito improvável que a condição de engastamento perfeitamente rígido
ou perfeitamente rotulado aconteça de fato, informando que há sim uma situação de
ligações semirrígidas e que esse comportamento difere dos dois extremos
apresentados, mas as bibliografias não apresentam métodos e procedimentos de
cálculo que consideram essa influência nas estruturas.
8 METODOLOGIA
A metodologia utilizada para concretização do trabalho consiste, em primeira
instância, em realizar a revisão bibliográfica relacionada com temas de estruturas de
concreto armado e pré-moldado, ligações viga-pilar, grau de rigidez, estabilidade
global, fatores de deslocabilidade da estrutura, armaduras, tensões e deformações.
Após esse estudo, com o apoio de um software computacional de cálculo
estrutural, foi realizado o dimensionamento da edificação cuja planta baixa do
pavimento tipo e fachada são apresentadas nas figuras 18 e 19, respectivamente.
Trata-se de uma edificação residencial que conta com 4 apartamentos por pavimento,
de área média de 52m² cada com pé direito de 2,80m. A planta de forma da edificação
com a locação dos elementos estruturais é apresentada no Apêndice A.
29
c) Para balanços:
𝑙𝑜
ℎ 𝑒𝑠𝑡 = (10)
5
A NBR 6118:2014 em seu item 13.2.3 trata do pré-dimensionamento de pilares,
enfatizando que a menor dimensão possível de sua seção transversal é de 19cm para
casos que não sejam excepcionais, podendo ser reduzida até 14cm nesses casos, e
reforça ainda que sua área deve ser de no mínimo 360m².
Pré-dimensionados os elementos estruturais vigas e pilares, é necessário
determinar a espessura da laje, mesmo que suas ligações não sejam o foco do projeto
em questão. Sobre esse elemento, a NBR 6118:2014 no item 13.2.4.1 determina
limites mínimos que devem ser atendidos para os possíveis casos:
a) 5 cm para lajes de cobertura não em balanço;
b) 7 cm para lajes de piso ou de cobertura em balanço;
c) 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30kN;
d) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30kN;
𝑙
e) 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas, para lajes de piso
42
𝑙
biapoiadas e para lajes de piso contínuas;
50
33
Outra ação de extrema relevância a ser considerada é o vento, visto que esse
exerce muita influência nos esforços aos quais a estrutura está sendo solicitada,
podendo gerar grande instabilidade e até mesmo ocasionar ruptura parcial ou total da
edificação quando desconsiderado.
Para calcular tais forças, deve-se primeiramente determinar a velocidade média
do vento baseada na localização da edificação. Para esse fim, considerou-se o prédio
situado na cidade de Tangará da Serra-MT. O gráfico de isopletas (figura 18) fornecido
pela NBR 6123:1988 permite estimar esse valor em cerca de 32m/s.
Por fim, determina-se o fator estatístico S3 que está ligado com o tipo de
edificação e sua utilização, conforme mostrado a seguir.
9 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Através do dimensionamento das edificações variando-se o grau de rigidez das
ligações viga-pilar, é possível comparar os parâmetros pré-estabelecidos e ainda
relacionar estes ao aumento de altura da edificação. Faz-se então a análise dos
diferentes comportamentos estruturais apresentados nos casos de ligações
perfeitamente rígidas e perfeitamente articuladas. As fundações não são importantes
para a análise requerida.
O primeiro parâmetro de estudo é o deslocamento horizontal no topo da
edificação (figuras 24 e 25) que é calculado considerando o carregamento horizontal
dos ventos nas direções x e y (DA SILVA, 2013). Estes devem se manter dentro do
limite permitido por norma, sendo:
0.2 0.19
Deslocamento (cm)
0.15
0.1
0.1 0.09
0.05
0
EIXO X EIXO Y
ENGASTADO ROTULADO
0.25
0.2
0.2 0.17
0.15
0.1
0.05
0
EIXO X EIXO Y
ENGASTADO ROTULADO
0.2
0.16
0.15
0.1 0.08
0.07
0.05
0
EIXO X EIXO Y
ENGASTADO ROTULADO
0.25
0.2
0.15 0.12 0.13
0.1
0.05
0
EIXO X EIXO Y
ENGASTADO ROTULADO
1.06 1.05
1.05 1.04
1.04
1.03
1.02
1.01
EIXO X EIXO Y
ENGASTADO ROTULADO
1.08
1.07 1.06 1.06
1.06
1.05
1.04
1.03
EIXO X EIXO Y
ENGASTADO ROTULADO
5
3.91
4 3.4
3
2
1
0
EIXO X EIXO Y
ENGASTADO ROTULADO
6 5.24
4.55
4
0
EIXO X EIXO Y
ENGASTADO ROTULADO
10
0
6 PAV ENGASTADO 6 PAV ROTULADO 8 PAV ENGASTADO 8 PAV ROTULADO
40
34.54 32.97
As (cm²)
30
20
10
0
6 PAV ENGASTADO 6 PAV ROTULADO 8 PAV ENGASTADO 8 PAV ROTULADO
4000
3000
2000
1000
0
6 PAV ENGASTADO 6 PAV ROTULADO 8 PAV ENGASTADO 8 PAV ROTULADO
5000
Peso (Kg)
4000
3000
2000
1000
0
6 PAV ENGASTADO 6 PAV ROTULADO 8 PAV ENGASTADO 8 PAV ROTULADO
8000
Peso (Kg)
6000
4000
2000
0
6 PAV ENGASTADO 6 PAV ROTULADO 8 PAV ENGASTADO 8 PAV ROTULADO
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALTO QI. EBERICK 2018. Versão 2018-08: AltoQi, c2020.